O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Página 1

Sexta-feira, 22 de dezembro de 2023 II Série-D — Número 9

XV LEGISLATURA 2.ª SESSÃO LEGISLATIVA (2023-2024)

S U M Á R I O

Delegação da Assembleia da República:

Relatório da participação da Assembleia da República na reunião da interparlamentar organizada pela Comissão dos Assuntos Constitucionais do Parlamento Europeu (AFCO) sobre a «Preparação para as Eleições Europeias 2024», que teve lugar no dia 25 de outubro de 2023, por videoconferência.

Página 2

II SÉRIE-D — NÚMERO 9

2

DELEGAÇÃO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

RELATÓRIO DA PARTICIPAÇÃO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA NA REUNIÃO DA

INTERPARLAMENTAR ORGANIZADA PELA COMISSÃO DOS ASSUNTOS CONSTITUCIONAIS DO

PARLAMENTO EUROPEU (AFCO) SOBRE A «PREPARAÇÃO PARA AS ELEIÇÕES EUROPEIAS 2024»,

QUE TEVE LUGAR NO DIA 25 DE OUTUBRO DE 2023, POR VIDEOCONFERÊNCIA

A Delegação da Assembleia da República integrou os seguintes Srs. Deputados:

pela Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias:

• Deputado Pedro Delgado Alves (PS);

• Deputado Hugo Carneiro (PSD).

pela Comissão de Assuntos Europeus:

• Deputada Rosário Gambôa (PS);

• Deputada Catarina Rocha Ferreira (PSD).

O acompanhamento da reunião foi assegurado pela equipa de apoio à Comissão de Assuntos

Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.

Da agenda da reunião constavam os seguintes pontos:

Sessão de abertura e notas introdutórias (15h15 – 15h25)

Salvatore de Meo, Presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais do Parlamento Europeu

Salvatore de Meo, Presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais do Parlamento Europeu, deu início

à reunião, dando as boas-vindas aos 38 Deputados de 17 Estados-Membros (com participação de forma híbrida

– presencial e por videoconferência) e assinalando que se tratava de data importante para o Parlamento Europeu

e para a Comissão AFCO, a qual aprovara na véspera relatório e proposta de resolução, a debater e votar em

Plenário no mês seguinte, para a revisão dos Tratados, a qual seria depois apreciada pelo Conselho, pelo que

a análise dos Parlamentos nacionais seria fundamental, para reforço do papel do Parlamento e mudanças nos

mecanismos de votação no Conselho e de eleição do Presidente da Comissão. Exortou assim os parlamentos

nacionais a pronunciarem-se sobre a proposta que continha pontos de reflexão pedidos pelos cidadãos na

Conferência sobre o futuro da Europa.

Observou que a presente reunião interparlamentar apresentava mais uma oportunidade de encontro com os

parlamentos nacionais, ilustrando a importância, para o Parlamento Europeu, da cooperação e diálogo e do

reforço das relações com os legisladores nacionais, sem prejuízo das competências decisoras definidas nos

Tratados, mas como contributo para o reforço da democracia parlamentar na UE.

Recordou que a reunião teria início com intervenções dos relatores principais sobre a eleição dos Deputados

ao Parlamento Europeu de 2024 e sobre a aplicação das disposições dos Tratados relativas aos parlamentos

nacionais.

Apontou para os principais pontos do programa da reunião e defendeu o papel decisivo dos parlamentos

nacionais na preparação das eleições de 2024. Recordou o recente evento da Comissão Europeia dedicado às

eleições e assinalou que o principal objetivo era o de ajudar os cidadãos a participar naquele ato eleitoral de

forma consciente e transparente e a interrogar-se sobre o reforço e resistência dos sistemas eleitorais da UE.

Página 3

22 DE DEZEMBRO DE 2023

3

Apresentações (15h25 – 15h50)

Sven Simon e Domènec Ruiz Devesa, Deputados ao Parlamento Europeu (Comissão AFCO), correlatores

do relatório «Eleições europeias 2024».

A primeira intervenção coube a Sven Simon, na qualidade de correlator do relatório «Eleições europeias

2024», para dar nota de alguns dos principais pontos do relatório sobre as eleições europeias de 2024: a

necessidade de reforço da adesão às urnas e de maior clareza quanto à forma como as suas escolhas afetam

a UE; a defesa de uma estrutura clara para o processo subsequente às eleições para a escolha dos candidatos

à liderança, cumprindo iniciar já um acordo para esse efeito e uma maioria no Parlamento e um acordo legislativo

para o mandato 2024-2029.

Em seguida, Domènec Ruiz Devesa interveio, na qualidade de correlator do relatório «Eleições europeias

2024», recordando que a Comissão AFCO acabara de aprovar vários excelentes relatórios e congratulou-se

com a presença dos Deputados dos parlamentos nacionais. Assinalou ser um dia muito especial para a

Comissão AFCO, não só pela aprovação do relatório sobre a reforma dos Tratados, que esperava fosse levado

a Conselho antes do fim da presidência espanhola, mas também do relatório sobre as eleições para 2024, que

tinha como objetivo apresentar um modelo e ideias para que as eleições europeias fossem mais europeias e

menos dominadas por lógicas nacionais, padrões de voto muito condicionados pela realidade política dos

Estados-Membros. Para a superação deste paradigma, apontou várias ferramentas, como a criação de um

círculo eleitoral pan-europeu, já não incluída como proposta no relatório, não podendo estar em vigor nas

próximas eleições por não ter sido aberta a negociação no Conselho. Declarou que não se resignava e, por isso,

propôs novas ferramentas, como instar os partidos políticos europeus a estabelecer acordos, durante e após o

processo eleitoral, para garantir o cumprimento eficaz, por parte dos grupos políticos, dos requisitos a candidatos

à presidência da Comissão, devendo um de entre aqueles ser depois o Presidente, ao contrário do que ocorrera

em 2019 – o que defendeu poder ser regulado pelos partidos através de um acordo ou pacto, considerando

também ser desejável um acordo entre o Parlamento Europeu e o Conselho para esse fim. Propôs que os

partidos políticos nacionais, que apresentam as listas, incluam no sistema de listas o número e logótipo do

partido político europeu de referência a que pertencem, para que o eleitor possa identificar a família europeia

daquele partido e dos seus candidatos também à Comissão Europeia.

Defendeu que, no processo posterior às eleições, o Parlamento Europeu deve tentar uma candidatura

comum, através da apresentação pelos Partidos políticos europeus de um candidato comum para que o

Conselho tenha uma proposta do Parlamento e não possa ele próprio propor um candidato aleatório que não se

apresentou às eleições e não liderou família política europeia, proposta que deve ser transmitida ao Conselho

pelo Presidente do Parlamento Europeu. Lembrou que os prazos para a organização deste processo eram

fundamentais, elegendo-se em julho, na primeira sessão, o Presidente do Parlamento Europeu e, em setembro,

o Presidente da Comissão.

A intervenção subsequente coube a Patrick Molinoz, Presidente da Comissão para a Cidadania,

Governação, Assuntos Institucionais e Externos (CIVEX), do Comité Europeu das Regiões, que agradeceu a

possibilidade de participar e assinalou que a CIVEX detinha competências muito semelhantes às da AFCO, com

a qual mantinha um acordo de cooperação desde há 10 anos, que previa esta aproximação no âmbito das

eleições, particularmente importantes no continente europeu, no atual contexto geopolítico.

Assinalou que a confiança nas comunidades locais e regionais vinha aumentando e defendeu a importância

de se aproveitar essa dinâmica para o bom funcionamento da democracia europeia.

Recordou que a Mesa do Comité das Regiões adotara um roteiro para as eleições de 2024, com dois

objetivos: mobilizar as coletividades regionais e locais para a participação dos cidadãos nas eleições; e contribuir

para o debate político e institucional, evidenciando a dimensão territorial das políticas da UE, explicando que o

voto é pela Europa e não apenas em função do que acontece a nível nacional, o que considerou particularmente

importante para os jovens, para a educação para a cidadania europeia, tal como revelado pela conferência sobre

o futuro da UE.

Lembrou que representavam 1,2 milhões de eleitos locais no Comité das Regiões, dos quais 160 jovens, a

quem importava explicar a mais-valia da UE no terreno, bem como os riscos que pesam sobre as eleições: o

impacto das redes sociais e o risco de desinformação, temas relativamente aos quais o Comité das Regiões

aprovara recomendações políticas contra a desinformação e um manual de boas práticas. Salientou, por fim, a

Página 4

II SÉRIE-D — NÚMERO 9

4

importância dos parlamentos regionais com competência legislativa e o empenho do Comité das Regiões e sua

ligação com o Parlamento Europeu.

Paulo Rangel, Membro da Comissão AFCO, foi o último orador do painel de intervenções iniciais, na

qualidade de relator do Relatório sobre a aplicação das disposições dos Tratados relativas aos parlamentos

nacionais.

Assinalou a importância do papel dos parlamentos nacionais ao nível europeu, em primeiro lugar porque os

Chefes de Estado e do Governo no Conselho só representam os Governos em si e não a diversidade política

em casa Estado-Membro, nos quais há maiorias e oposições. Sendo tão importante o papel dos parlamentos

nacionais, considerou fundamental que a representação seja diversa e que nos documentos e relatórios ou

documentos alternativos apresentados por estes possa estar refletida a opinião discordante das minorias e que

a votação permita deixar consignada uma fundamentação da sua discordância.

Defendeu, em segundo lugar, que o principal papel europeu dos Parlamentos nacionais reside na capacidade

de escrutinar o Conselho, sendo aliás a única instituição com capacidade para escrutinar os membros do

Conselho, uma vez que é perante os parlamentos nacionais que os Governos respondem. Assinalou que

importaria tornar públicas e transparentes as decisões do Conselho (tomando conhecimento do sentido de voto

dos Ministros), para assim melhorar essa capacidade de escrutínio dos parlamentos nacionais no seu papel

europeu, proposta já defendida no âmbito da reforma das instituições.

Outras questões que considerou por resolver: a necessidade de aumentar as oito semanas para os cartões

amarelo e laranja, para permitir aos vários parlamentos estarem em comunicação; a possibilidade de

apresentação de propostas através do cartão verde, a qual, não sendo uma iniciativa legislativa, configuraria o

direito a uma espécie de «petição de início de legislação», pelo menos um grupo de parlamentos nacionais, não

só para iniciar uma nova legislação ou alterar legislação, pedindo ao Parlamento Europeu ou à Comissão para

iniciarem processos de elaboração da legislação.

Observou que no relatório defendia uma iniciativa não jurídica, não relacionada com o quadro constitucional,

que melhoraria muito a relação entre os parlamentos nacionais e o Parlamento Europeu: na mesma semana,

em concomitância, os 27 Estados-Membros promoverem um debate sobre as questões essenciais para a UE,

com a presença de Deputados ao Parlamento Europeu e com comissários europeus.

15h45 – 17h00

Apresentações por membros de parlamentos nacionais (dos Estados que asseguram atualmente e

assegurarão no próximo semestre a presidência do Conselho da UE)

Javier Izquierdo, membro do Senado Espanhol, começou por recordar as prioridades da presidência

espanhola do Conselho, baseadas numa ligação muito forte com a UE e refletindo um vínculo muito especial da

sociedade espanhola com a Europa: o aprofundamento dos debates abertos na sociedade europeia, tendo em

vista a transformação necessária para melhorar a vida dos cidadãos e procurando uma Europa mais eficaz;

colocar os cidadãos no centro da política europeia – a agenda até agora desenvolvida – e preparar a Europa do

futuro para que possa responder em termos mais estratégicos e competitivos aos tempos mais complexos que

se perfilam.

Assinalou que a presidência espanhola apoiava os debates de preparação para o alargamento e a agenda

estratégica da UE e refletia sobre as mudanças necessárias dos Tratados e as reformas necessárias –

considerando que a configuração da Comissão e do Parlamento são fundamentais para o bom funcionamento

de uma UE alargada. Defendeu ser necessário aprofundar a integração, como reclamado na Conferência sobre

o futuro da Europa: alterar o processo de codecisão, evitando que a necessidade de unanimidade bloqueie as

decisões; e a revisão dos processos de decisão, nomeadamente com o alargamento da maioria qualificada nas

áreas da política externa e da fiscalidade; analisar os mecanismos de maioria qualificada, usando os

mecanismos de proteção dos interesses nacionais dos Estados.

Anunciou a atenção dada pela Espanha às propostas sobre a lei eleitoral europeia e o aumento das

prerrogativas do direito de inquérito do Parlamento Europeu e o compromisso pelo reforço do diálogo

institucional.

Quanto à ação legislativa, destacou o plano de ação para a democracia europeia, pela necessidade de

Página 5

22 DE DEZEMBRO DE 2023

5

garantir que todos os cidadãos da UE possam exercer o seu direito de voto combater a ingerência estrangeira

e a desinformação. Explicou que a Presidência estava a impulsionar vários projetos, como o regulamento sobre

os partidos políticos e fundações europeias e duas diretivas – uma sobre o voto útil e direito de sufrágio ativo e

passivo para as eleições europeias e outra equivalente para as eleições municipais.

Debate sobre as listas transnacionais e os spitzenkandidaten (ou candidato líder ou principal) e acabar com

a desigualdade de género, uma vez que alguns Estados ainda não têm mulheres Deputadas. Lembrou que a

falta de regulamentação europeia não impede os Estados-Membros a terem leis de paridade, como a espanhola,

o que deve também ser um compromisso dos partidos políticos.

No mesmo painel, interveio Mathieu Biet, Deputado da Câmara dos Deputados belga, na qualidade de

representante da Bélgica, que vai assumir a presidência rotativa (a qual coincidirá com o fim da legislatura), que

agradeceu o convite e apresentou a posição da Câmara dos Deputados belga sobre as eleições de junho de

2024, consideradas muito importantes por três razões: a situação geopolítica, em particular abalada pelo conflito

Rússia-Ucrânia, tendo a Câmara aprovado apoio militar à Ucrânia, e a posição sobre Israel e a Palestina; as

alterações climáticas; e a segurança face ao aumento da criminalidade nacional e transfronteiriça e da violência

terrorista.

Recordou o relatório da AFCO sobre as propostas para alteração da lei eleitoral europeia, com propostas

relevantes como a diminuição da idade mínima para votar para os 16 anos, já adotada na Bélgica. Lembrou a

conferência sobre o futuro da Europa e a forma como os jovens podem fazer ouvir a sua voz nas próximas

eleições europeias, havendo uma sondagem que indica uma participação de 88 % nas próximas eleições (sendo

que é obrigatório votar).

Debate com os membros dos Parlamentos nacionais e do Parlamento Europeu (16h00 – 17h15)

O debate contou com a intervenção intercalada de Deputados nacionais e de Deputados ao Parlamento

Europeu, com a seguinte ordenação: Jean-François Rapin, Senado (França); Erik Ottoson, Riksdagen (Suécia),

Vasile Dincü, Senado (Roménia), Cyrus Engerer (PE) em nome do S-D; Aristos Damianou, Câmara dos

Representantes (Chipre); Judit Varga (Assembleia Nacional (Hungria), Sandro Gozi (PE), em nome do Renew;

Christian Buchmann, Bundesrat (Áustria); Axel Schäfer, Bundestag (Alemanha), Niklas Nienass (PE), em nome

do VERTS/ALE; Pedro Delgado Alves (Assembleia da República); Javier Lacallle, Senado (Espanha); Gabriela

Morawska-Stanecka, Senado (Polónia); Helmut Scholz (PE), em nome de The Left; Alessandro Giglio Vigna,

Câmara dos Deputados (Itália); Constance Le Grip, Assembleia Nacional (França); Kinga Gál, não inscrita (PE);

Hugo Carneiro (Assembleia da República); Max Orville (PE), em nome do Renew; Didier Marie, Senado (França);

Rosário Gambôa, Assembleia da República; Carmela Auriemma, Câmara dos Deputados (Itália); Mercedes

Bresso (PE), em nome de S§D; Catarina Rocha Ferreira, Assembleia da República; Marco Lombardo, Senado

(Itália); Jörg Nürnberger, Bundestag (Alemanha) e Ana Collado Jiménez (PE), em nome do PPE.

Nas intervenções, foram partilhados comentários e expressas posições – por vezes em sentidos opostos –

sobre os desafios para as eleições de 2024, a proposta de reforma eleitoral para o Parlamento Europeu não

aprovada, e o papel dos parlamentos nacionais:

– o papel muito importante dos parlamentos nacionais está muito limitado, quer no diálogo institucional, quer

por estar circunscrito à apreciação dos princípios da subsidiariedade e proporcionalidade, havendo que reforçar

esse papel, mesmo sem a alteração dos Tratados, e não esperando que as eleições sejam o único momento

para os cidadãos fazerem ouvir a sua voz;

– a figura dos spitzenkandidaten é importante, mas, no final, quem decide é o Conselho; nos boletins de voto,

importará indicar a família europeia a que pertence aquele partido;

– importa enfrentar o défice democrático na UE, que fomenta o discurso dos partidos eurocéticos, sendo

necessário destacar o que aproxima os Estados-Membros, para reforçar a coesão e unidade na UE, e falar em

questões concretas, que a todos interessem; algumas propostas da reforma são muito válidas, como a redução

da capacidade eleitoral passiva, uma proposta concreta e importante, mas que será difícil de estabelecer em

todos os Estados;

– a maior parte da legislação que importa aos cidadãos é decidida a nível europeu, mas os cidadãos estão

Página 6

II SÉRIE-D — NÚMERO 9

6

desiludidos com todos os processos, designadamente porque, em 2019, em que se registou um aumento da

afluência às urnas, os cidadãos acreditavam que podiam decidir a direção que a Comissão iria tomar nesse

cinco anos, mas depois perceberam que, nos bastidores, o Conselho decidira nomear alguém que não

conheciam; sentiram que o seu voto era apenas uma formalidade, o que prejudicou a credibilidade do projeto

europeu, tão importante para este continente; os Deputados ao PE e os Deputados nacionais têm de fazer com

que os votos dos cidadãos sejam decisivos;

– as eleições deverão decorrer sem polarização, populismos ou manipulação da opinião pública, permitindo

que os cidadãos possam votar em soluções com impacto no seu quotidiano; os relatórios da AFCO aponta para

instrumentos importantes no reforço do processo democrático – a votação em mobilidade e para pessoas com

deficiência, por exemplo. O papel dos parlamentos nacionais é fundamental porque estão mais próximos dos

cidadãos: deverão por isso ter um maior papel legislativo na UE e no debate político, apoiando princípios como

o primado do Estado de direito e a prestação de contas;

– a reforma eleitoral de 2018 não entrou em vigor mas já se está a discutir uma nova: a UE não é um Estado

federal, as propostas para os spitzenkandidaten e para o círculo transacional afetariam os Estados de menor

dimensão; a questão principal é aproximar os cidadãos da UE, aumentando o papel dos parlamentos nacionais

– com um verdadeiro escrutínio e não apenas a verificação do princípio da subsidiariedade – e não reforçando

o do Parlamento Europeu, que pode ser refém de ideologias que não refletem a opinião dos europeus;

– Importa saber que UE e os cidadãos querem ter e que o que hoje baseia as relações entre o Parlamento

Europeu e os parlamentos nacionais – os princípios da subsidiariedade e da proporcionalidade – possa ser

reforçado com a possibilidade de apresentação do cartão verde, de acordo com a proposta hoje adotada na

Comissão AFCO para alteração dos Tratados;

– as coletividades regionais e locais estão mais próximas dos cidadãos e por isso merecem reconhecimento

e valorização, com papel essencial, designadamente no cartão verde, laranja ou amarelo; as eleições europeias

devem corresponder às conclusões da Conferência sobre o futuro da Europa, aproximando mais os jovens e as

ONG, transmitindo a ideia de união na diversidade;

– o apoio do PE aos parlamentos nacionais no âmbito das eleições é muito importante; a importância da

diminuição da idade para a legitimidade eleitoral passiva não limita a soberania nacional;

– é necessário combater os populismos que ganham terreno nos Estados-Membros, lutando pelo primado

do Estado de direito;

– é importante harmonizar a legislação eleitoral europeia e a reforçar a democracia na Europa, para fazer

face aos desafios das alterações climáticas e o alargamento, sendo necessário trabalhar em conjunto, para

defender os interesse da UE, exortando os parlamentos nacionais a usar a filiação dos partidos de forma mais

criativa para um novo ímpeto na legitimidade europeia nas eleições do próximo ano;

– as listas transnacionais e os spitzenkandidaten não vão resolver os problema de défice democrático da UE;

– os cidadãos europeus podem optar por um projeto muito claro, progressista, em conjunto com reformas

institucionais, e garantindo que cada Estado-Membro possa ter o seu peso neste projeto; importa aumentar a

adesão às urnas, através do debate em campanha, levando os assuntos europeus e mostrando com a Europa

protege os interesses dos cidadãos e importa enfrentar o risco de ingerência estrangeira;

– é essencial melhorar as formas de cooperação entre o Parlamento Europeu e os parlamentos nacionais;

as eleições europeias são mais um passo para as profundar, mas a proposta de criação de um cartão verde

para partilha de contributos políticos valiosos, melhorando a transparência do Conselho e maior capacidade de

escrutínio dos parlamentos nacionais, reforçando as prerrogativas parlamentares;

– importa melhorar a participação eleitoral, aumentando a confiança na UE e reforçar o papel do PE, levando

a cabo algumas das propostas do relatório AFCO, por exemplo tornando o processo mais transparente para os

eleitores através da proposta das listas transnacionais, que são uma parte crucial da reforma;

– atenta a fraca participação eleitoral dos últimos anos, alguns Estados-Membros, como a Itália, estão em

fase de aprovação de legislação para a possibilidade de exercício do voto em mobilidade, ainda que não ainda

para 2024; a adesão às urnas depende de novos modelos de participação, incluindo através de tecnologia,

evitando, porém os riscos de utilização abusiva ou manipulação de informação, como através de IA em contexto

eleitoral, tal como vem sendo alertado pela Agência da UE para a Cibersegurança; a alteração dos Tratados

deve ser apreciada no âmbito de uma nova Europa, podendo ser o grande desafio para a próxima Legislatura;

Página 7

22 DE DEZEMBRO DE 2023

7

– Quanto à proposta de alteração do Tratado, que foi trazida à luz pelo exercício sem precedentes da

Conferência sobre o futuro da Europa, e que pode vir a ser enviada pelo Conselho a uma Convenção, poderá

constituir um elemento essencial para a democracia europeia, quer pelo reforço da capacidade de intervenção

dos parlamentos nacionais, através do cartão verde, quer através da semana europeia, para reforço da

consciencialização dos cidadãos pela UE, a promover pelo Conselho, o papel das regiões com poder legislativo;

– a participação eleitoral deve ser consciente e livre da ameaça de ingerência estrangeira, violação grave de

direitos fundamentais e princípios universais sobre os quais se baseia a UE – através de sistemas de

monitorização e transparência das campanhas eleitorais e regulamentação dos lóbis – devendo ser facilitada

pelo uso das novas tecnologias, designadamente através de IA;

– os parlamentos nacionais foram convidados a assumir a responsabilidade no avanço do debate para a

reforma das eleições europeias, a qual poderia servir para aumentar a participação de todos já em 2024, caso

tivesse sido aprovada.

Nas suas intervenções, os Deputados da Delegação da Assembleia da República aludiram à matéria

objeto da reunião nos termos a seguir transcritos:

Deputado Pedro Delgado Alves

«Agradecemos, mais uma vez, em nome da Assembleia da República, a oportunidade de podermos

trocar impressões e de podermos construir, neste plano, a intervenção dos parlamentos nacionais em

coordenação com o Parlamento Europeu, mas a abordagem que temos tido nas tomadas de posição

recente, no fundo, procuram segmentar este debate, isto é, há matérias em relação às quais podemos

aprofundar o grau da democracia europeia com as ferramentas que já temos, até nós, recentemente,

revimos o nosso Regimento e a nossa lei sobre a participação da Assembleia da República nos trabalhos

de construção de legislação europeia, no sentido de aprimorar e aprofundar a capacidade de

intervenção, e uma das matérias foi até precisamente prever expressamente as regras sobre a futura

legislação sobre eleição dos Deputados ao Parlamento Europeu. Mas, para além disso, há que pensar

também o futuro da perspetiva do que ainda é necessário fazer, nomeadamente revendo previamente

os Tratados.

Acho que muitas vezes confundimos os dois debates e fazemo-los simultaneamente e isso prejudica

a qualidade e aquilo em que nos podemos centrar em cada momento. Seguramente, com a perspetiva

de alargamentos e com a perspetiva de mudança de funcionamento das instituições, haverá que revisitar

alguns destes temas, mas estamos muitas vezes a antecipá-los e a colocá-los já em cima da mesa

quando ainda é prematuro: a matéria dos spitzenkandidaten, as listas transnacionais, muitas delas ainda

não estão amadurecidas o suficiente para fazer parte do debate de como melhorar no imediato e para o

próximo ato eleitoral a participação na construção europeia. Parece-nos ser especialmente de realçar

aquelas outras, pragmáticas e de primeira linha e que podem contribuir já para essa melhoria. Todo o

trabalho que o Parlamento Europeu e os parlamentos nacionais têm feito, promovendo e reforçando a

igualdade de género na constituição das listas, tentando garantir a acessibilidade de todos os cidadãos

aos locais de voto, garantindo a mobilidade e a flexibilidade na forma como se vota, essas estão ao

nosso alcance no imediato e são muito mais importantes até no plano prático do que a eventual grande

modificação dos Tratados ou das estruturas da democracia europeia.

Pensamos que é nestas que nos devemos concentrar e penso também que os meus colegas

reforçarão esta ideia nas intervenções que se seguem e agradecemos uma vez mais a oportunidade de

participar e, obviamente, contribuiremos como até agora: criticamente, mas sempre construtivamente no

reforço da qualidade da democracia europeia.»

Deputado Hugo Carneiro

«Obrigado pelo convite para participar nesta reunião que é tão importante e que nos deve unir naquilo

que são as questões essenciais da participação dos eleitores nas eleições europeias. O meu colega

Pedro Delgado Alves já se referiu a alguns dos temas relevantes, nomeadamente sobre a revisão dos

Página 8

II SÉRIE-D — NÚMERO 9

8

Tratados ou alguns temas que são mais polémicos e que não têm merecido da parte de Portugal o

assentimento, desde logo por respeito ao princípio da subsidiariedade, mas eu, para além disso, gostaria

de acrescentar outros pontos, que têm a ver de facto com tópicos já abordados, relacionados com a

abstenção ou a participação dos eleitores.

Eu registo, por exemplo, que na Bélgica, no Luxemburgo e em Malta, nas últimas eleições europeias,

os níveis de participação foram elevadíssimos, estamos a falar de 88 %, 84 % e 72 %. Em Portugal, o

nível de participação dos eleitores foi de 30 %, e, destes 30 %, apenas treze mil dos eleitores residentes

no estrangeiro votaram nestas eleições, que tinham um universo eleitoral global de dez milhões de

eleitores em Portugal. E, portanto, eu acho que isto deve merecer uma reflexão de todos, para a

possibilidade de cada um dos Estados-Membros poder considerar, como alternativa viável, um aspeto

que é, aliás, referido no relatório que foi apreciado há pouco, do voto por correspondência, mas também

equacionar votações com recurso à tecnologia, como seja o voto eletrónico, sem prejuízo de termos que

necessariamente assegurar a fiabilidade dos sistemas e que não existe ingerência de Estados externos

nas eleições europeias. E, portanto, o apelo que faço é que, em cada país, possamos fazer esta reflexão

e percebermos as boas experiências ao nível da participação, como por exemplo dos três países que

ainda há pouco referi, ou seja, o que é que leva os eleitores nestes países a votarem tanto e noutros,

como por exemplo no caso de Portugal, não existe um interesse tão próximo dos portugueses, neste

caso, das eleições europeias.

Certamente que isto não é um problema exclusivo de Portugal, acontecerá noutros se olharmos para

os níveis de participação, mas deve merecer uma reflexão de todos. E, portanto, era este o contributo

que gostava de deixar e agradecer.»

Deputada Rosário Gamboa

«Entendemos que as motivações que estão na base do relatório da AFCO sobre as eleições de 2024

merecem o nosso apreço, porque tentam aumentar a participação e reforçar a dimensão europeia. O

Parlamento português já teve a oportunidade de se pronunciar sobre a reforma eleitoral que está

pendente.

Eu hoje gostaria de uma forma muito pragmática, e aproveitando o tempo que tenho, comentar a

nossa perceção acerca de algumas das medidas propostas e que são suscetíveis de serem já aplicadas.

Assim, relativamente ao voto antecipado ou ao voto por correspondência, consideramos que são

instrumentos importantes para aumentar a participação dos eleitores, em particular os casos que se

encontrem fora do seu local de trabalho ou residam fora do País. Também tudo o que diz respeito à

acessibilidade são instrumentos importantes, principalmente pelo recurso do voto eletrónico, mas

presencial, ultrapassando desta forma, através dos meios tecnológicos, alguns obstáculos. Mas temos

sérias dúvidas acerca do voto eletrónico não presencial por duas ordens de razões. Primeiro a votação

eletrónica feita a partir de um telemóvel, do computador, de casa, sem a confirmação em papel, é pouco

fiável e abre riscos como a perda de confidencialidade do voto e mesmo alguma coação que possa ser

exercida por um elemento externo. Pode estar em causa a veracidade do voto – sou eu que voto e não

outro por mim –, bem como o secretismo do voto – o voto só é livre se for secreto – e este não é só um

direito mas um princípio que tem de ser assegurado. Outra das questões que nos levanta alguma

perplexidade é sobre o risco de segurança por falta de fiabilidade interna do sistema eletrónico e também,

que traz em consequência, do risco da intromissão externa.

Consideramos por isso muito mais importante reforçarmos algumas ferramentas de apoio à

participação, ferramentas estas como a modernização do sistema eleitoral, a desmaterialização dos

cadernos eleitorais ou ainda o alargamento do voto através dos locais de voto e dos períodos de votação.

Gostava de fazer ainda uma pequena chamada de atenção para o ataque à integridade do processo

eleitoral e à democracia europeia: reconhecemos os esforços que têm sido feitos ao nível da União

Europeia, mas também evidenciamos a necessidade de salvaguardar medidas mais robustas contra a

desinformação e a ingerência interna e externa no processo eleitoral.»

Página 9

22 DE DEZEMBRO DE 2023

9

Deputada Catarina Rocha Ferreira

«Já ouvimos várias intervenções e o facto de ser uma das últimas pessoas a ter a palavra permite

confirmar a importância desta reunião, para prepararmos as próximas eleições europeias. Permitam-me

começar por relembrar que, para Portugal, a data das eleições representa um desafio acrescido, por ser

seguida de feriados portugueses, o que tendencialmente poderá originar uma maior taxa de abstenção.

Devido a este facto, têm uma importância acrescida as diversas iniciativas que deram entrada no

Parlamento Europeu, no sentido de se permitirem modalidades de voto mais favoráveis aos eleitores,

para que se possa conseguir uma maior participação eleitoral. E estas iniciativas têm importância quer

para estas eleições em concreto quer para o futuro, até porque, no contexto de guerra que se vive

atualmente na Europa, torna-se impreterível a participação cívica.

De resto, as propostas adotadas na Conferência para o Futuro da Europa, no sentido de se aumentar

a participação dos cidadãos, em particular dos jovens e de se reforçar a democracia europeia, vão

precisamente ao encontro deste propósito, e, neste sentido, queria ainda sublinhar a importância do

relatório relativo à aplicação das disposições dos Tratados relativas aos parlamentos nacionais e saudar

o seu relator, Paulo Rangel, que aqui nos transmitiu alterações importantes aos atuais mecanismos de

participação dos parlamentos nacionais no processo político europeu e propostas muito concretas de

melhorias desses mecanismos, a fim de aproximar os parlamentos nacionais no processo geral de

integração.

Por fim, um último assunto que cumpre abordar é o risco efetivo da desinformação e da ingerência

estrangeira, que tem como objetivo desacreditar a informação, minar a confiança no sistema eleitoral e

consequentemente, no próprio processo democrático. São ataques muito graves à integridade do

processo eleitoral e à democracia europeia, portanto, e apesar dos esforços desenvolvidos pelas

instituições europeias, como são exemplos o Código de Conduta sobre Desinformação ou o sistema de

alerta rápido, devemos continuar a intentar esforços para que sejam implementadas medidas que

assegurem um processo eleitoral democrático e transparente.»

Campanha informativa do Parlamento Europeu sobre as eleições europeias de 2024 (17h15 –17h30)

Jaume Duch Guillot, Diretor-Geral de Comunicação do Parlamento Europeu, fez uma breve apresentação

da campanha de informação institucional para as eleições europeias, sem equivalente a nível nacional: é único

na UE e cabe ao Parlamento Europeu, mas, sendo necessário para preparar a campanha a nível nacional,

considerou que os cidadãos não estavam familiarizados com o que se decidia a nível europeu. Assinalou a

importância do exercício do direito de voto: como se vota; os prazos eleitorais e lembrou o contexto diferente do

das últimas eleições, resultante do Brexit e também da pandemia, guerra na Ucrânia, conflitos e migrações, que

tornava também a UE muito mais visível, cumprindo informar os cidadãos sobre o papel da EU. Em 2015 houve

um aumento importante da participação eleitoral – mais de 20 % em relação ao ato anterior –, havendo a

expectativa de subida nas próximas eleições, correspondendo ao aumento do número dos cidadãos que sabe

o impacto que a UE tem na sua vida e que, em consequência, tem vontade de participar no ato eleitoral.

Explicitou os dois pilares estratégicos da campanha: atribuir muito mais recursos na informação aos cidadãos

sobre as decisões do Parlamento Europeu e o impacto nas suas vidas; salvaguardar e fortalecer a democracia

e legitimando as instituições europeias. Apontou os dois objetivos da estratégia: informar os cidadãos sobre o

resultado do trabalho das instituições e tentar atrair os cidadãos para o ato eleitoral, com a ajuda das outras

instituições, nomeadamente a Comissão, a nível nacional, local e regional e a sociedade civil, as empresas e as

ONG que querem partilhar a campanha neste esforço cívico.

Assinalou que, sendo a comunicação um instrumento muito poderoso e determinante em processos

eleitorais, os cidadãos reclamam mais instrumentos na luta contra a desinformação, repto a que o Parlamento

Europeu respondera. Acrescentou que os parlamentos nacionais podem desempenhar um papel importante

junto da comunicação social e das redes sociais e lembrou a recomendação da Comissão Especial sobre a

Ingerência Estrangeira em Todos os Processos Democráticos na União Europeia, incluindo a desinformação no

sentido de os Estados-Membros se dotarem de organismos parlamentares para a proteção da democracia,

contra a interferência estrangeira e a manipulação da informação e para estabelecer comunicação regular entre

Página 10

II SÉRIE-D — NÚMERO 9

10

os Estados e cooperação.

Sessão de encerramento e notas finais (17h05)

Othmar Karas, primeiro Vice-Presidente do Parlamento Europeu, responsável pelas relações com o

parlamentarismo moderno e os parlamentos nacionais, encerrou a reunião, dando as boas-vindas ao Parlamento

Europeu, que une os cidadãos de todos os Estados-Membros, a câmara de todos os cidadãos da UE, único

Parlamento multinacional do mundo com Deputados diretamente eleitos e com funções legislativas, numa

democracia única, representando os níveis local, regional, nacional e europeu, constituindo a reunião uma

oportunidade para não tomar a democracia liberal por garantida, que não é das instituições mas, sim, dos

cidadãos.

Considerou que as eleições de 2024 deveriam a todos mobilizar, num momento decisivo para os eleitores da

UE – 450 milhões de cidadãos –, em maior número do que os dos Estados Unidos da América. Perante este

dado, de grande representatividade, deve ser avaliada a força e a responsabilidade do Parlamento Europeu num

contexto geopolítico, económico e social em que o projeto comum deve unir, não deixando dominar-se por

nacionalismos e populismos.

Sublinhou ser necessário:

1) Um entendimento comum sobre o que se entende por democracia parlamentar liberal e o papel que se

quer para o Parlamento – definidos a partir de dentro e não de fora, por extremismos e pressão externa, num

contexto de crises múltiplas, sem paralelo desde 1945, caracterizado por guerras, conflitos, crises energética e

climática, inflação, aumento de preços, migrações, digitalização, inteligência artificial, desinformação, ingerência

estrangeira, para além dos problemas internos de polarização política, populismos e nacionalismos, contra a

paz e a democracia, que não são garantidas;

2) Que os cidadãos saibam o que foi feito sobre as conclusões da Conferência do futuro da Europa, algo

que lhes é devido, com fundamentação das decisões ou falta delas. Congratulou-se por AFCO ter conseguido

vasta maioria a favor das alterações do Tratado, ao encontro dos anseios dos cidadãos, designadamente que

parlamentos possam codecidir, ao contrário da unanimidade, um elemento do fundamentalismo e que

enfraquece os parlamentos e fortalece os Executivos;

3) Comunicação institucional, não apenas enquanto instrumento de informação, mas também contra a

informação falsa e a ingerência externa, as quais devem ser comunicadas centralmente, intensificando os

esforços na luta contra estes flagelos, para que as eleições não possam ser influenciadas. O debate político

deve ser de conteúdo, programático e ideológico, não devendo ser instrumentalizado até por desinformação

interna ou estratégia política.

Salvatore de Meo, Presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais do Parlamento Europeu, agradeceu

a todos a presença e sublinhou a importância da reunião, um passo em frente no reforço da relação entre o

Parlamento Europeu e os parlamentos nacionais, apesar da diversidade de posições expressas.

A reunião foi gravada em vídeo e transmitida em streaming.

Assembleia da República, 25 de outubro de 2023.

O Chefe da Delegação da Assembleia da República,

(Pedro Delgado Alves)

A DIVISÃO DE REDAÇÃO.

Descarregar páginas

Página Inicial Inválida
Página Final Inválida

×