O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Página 1

Quarta-feira, 10 de abril de 2024 II Série-D — Número 2

XVI LEGISLATURA 1.ª SESSÃO LEGISLATIVA (2024-2025)

S U M Á R I O

Delegação da Assembleia da República: Relatório da participação da Delegação Portuguesa na visita conjunta da Subcomissão para as Tendências Tecnológicas e a Segurança (STCTTS) da Comissão de Ciência e Tecnologia, e da Subcomissão para as Relações Económicas Transatlânticas (ESCTER) da Comissão de Economia e Segurança (ESC), da Assembleia Parlamentar da NATO, a Washington, DC, e a Baltimore, MA, nos Estados Unidos da América, que decorreu de 5 a 9 de junho de 2023.

Página 2

II SÉRIE-D — NÚMERO 2

2

DELEGAÇÃO DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

RELATÓRIO DA PARTICIPAÇÃO DA DELEGAÇÃO PORTUGUESA NA VISITA CONJUNTA DA

SUBCOMISSÃO PARA AS TENDÊNCIAS TECNOLÓGICAS E A SEGURANÇA (STCTTS) DA COMISSÃO

DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA, E DA SUBCOMISSÃO PARA AS RELAÇÕES ECONÓMICAS

TRANSATLÂNTICAS (ESCTER) DA COMISSÃO DE ECONOMIA E SEGURANÇA (ESC), DA ASSEMBLEIA

PARLAMENTAR DA NATO, A WASHINGTON, DC, E A BALTIMORE, MA, NOS ESTADOS UNIDOS DA

AMÉRICA, QUE DECORREU DE 5 A 9 DE JUNHO DE 2023

Deputados da Delegação:

Dora Brandão (Grupo Parlamentar do Partido Socialista);

Olga Silvestre (Grupo Parlamentar do Partido Socialista Democrata).

A Delegação portuguesa representativa das Comissões e Subcomissões, supra referidas, em visita conjunta,

apresentam o seu relatório:

Tópicos discutidos:

– A robótica e os sistemas autónomos;

– Os desafios postos às relações transatlânticas;

– Os aliados na economia transatlântica num contexto de ordem internacional;

– Inovação e segurança;

– A segurança energética, a resiliência económica e a guerra feita pela Rússia;

– A guerra contra a Ucrânia e a necessidade de reconstrução do país.

Todos estes desafios foram amplamente estudados e discutidos em profundidade pela Delegação de 31

Parlamentares dos 15 Estados-Membros da NATO presentes entre os dias 5 a 9 de junho de 2023 com a

Delegação do Congresso dos Estados Unidos para a AP da OTAN, altos funcionários da administração,

diplomatas, especialistas e cientistas.

A liderança da Delegação foi assumida por John Spellar (Reino Unido), Presidente da Subcomissão das

Relações Económicas Transatlânticas da AP da NATO e Kevan Jones (Reino Unido), Presidente da

Subcomissão de Tecnologia e Segurança.

A Delegação discutiu e tomou conhecimento das preocupações em que uma nova era estratégica em que os

concorrentes comungam dos valores democráticos num respeito pelo Estado de direito. Torna-se cada vez mais

necessário reforçar a Aliança face a uma Rússia revanchista que iniciou uma guerra ilegal contra a Ucrânia,

identificando-o e respondendo a desafios comerciais e tecnológicos partilhados com implicações

geoestratégicas, particularmente os que emanam da China, a resolução de litígios comerciais transatlânticos

pendentes, o reforço da postura dissuasiva e da defesa da NATO e a salvaguarda da Ordem Internacional

baseada em regras.

Um dos pontos abordados foi o de como melhor enfrentar um crescente desafio tecnológico e de segurança

e o bem-estar económico da comunidade de países democráticos.

Através da reunião com o Grupo de Iniciativas Industriais de Defesa e o seu Programa de Tecnologia

Estratégicos no Centro de Estudo e Estratégia Internacionais (ESIS), a Delegação tomou conhecimento da

Página 3

10 DE ABRIL DE 2024

3

importância da mudança de paradigma do desenvolvimento tecnológico com muita inovação vinda do setor

comercial.

O Vice-Presidente e Diretor do Programa de Tecnologias Estratégicas discutiu os desafios no ecossistema

de inovação nos EUA, nomeadamente a duração de ciclos de aquisição que normalmente são de três anos ou

mais em contraposição com muitas start-ups que precisam de decisões de funcionamento muito mais rápidas

para evitar as falências.

A Diretora do CSIS Defense – Industrial Iniciatives Group, Cynthia Cook referiu que um país pode ter sistemas

de armas superiores e ainda perder batalhas críticas. A chave é a tecnologia e a estratégia certa, algo que a

Rússia, por exemplo, até agora claramente não conseguiu fazer contra a Ucrânia, destacou, ainda, a crescente

importância da inteligência artificial na gestão do campo de batalha a alertou que é pouco provável que os rivais

estratégicos e concorrentes se vinculam a restrições éticas sobre o uso da inteligência artificial no setor militar.

A China faz avanços importantes na computação quântica e mísseis hipersónicos tornando-se um concorrente

próximo nesses setores.

Os Estados Unidos da América e os seus aliados e parceiros precisarão de renovar os seus sistemas

industriais e de aquisição de defesa para que não dependam de «base Industrial de defesa de ontem» sugeriu

a Diretora Cyntia Cook. Os aliados devem coordenar melhor a política industrial de defesa.

A segurança energética também fazia parte da agenda da visita. A Guerra da Rússia contra a Ucrânia expôs

o perigo de dependência excessiva de concorrentes estratégicos para a energia.

O CEO da Securing Americans Fature Energy (SAFE), Robie Diamond disse que à Delegação que aquele

argumento ajuda a defender a transição energética nos Estados Unidos.

No que concerne aos desafios para os parceiros transatlânticos na cadeia de abastecimento e acesso a

materiais críticos, ficou demonstrado a necessidade de um esforço transatlântico para diversificar o fornecimento

para desenvolver instalações de mineração e processamento em países mais confiáveis.

O Governo dos Estados Unidos com os seus aliados europeus está a trabalhar o processo de acelerar a

transição energética.

Abordou-se com os negociadores de comércio dos EUA os esforços para reduzir os riscos de segurança na

ordem comercial global, promover uma cooperação transatlântica mais profunda no comércio de minerais e

tecnologia através do Conselho Tecnológico da UE e Acordo Sobre Minerais Críticos, bem como resolver as

diferenças comerciais transatlânticas pendentes sobre os subsídios dos EUA para o setor da energia

sustentável. Estes temas foram discutidos na Fundação de Tecnologia de Informação e Inovação (IIFF) e na

SAFE.

No que diz respeito ao tema da guerra da Rússia contra a Ucrânia foi reconhecido o papel da Europa para

apoiar a Ucrânia, o esforço que faria a diferença significativa no campo de batalha.

Foi discutida a situação dos militares russos e das sanções sobre eles. O exército russo enfrenta problemas

de pessoal, equipamento e moral. As sanções Internacionais têm impacto disse, James Lewis, do CSIS. a Rússia

foi obrigada a recrutar pessoas mais velhas e criminosos para preencher as fileiras e equipamentos antigos no

campo de batalha.

A reconstrução da Ucrânia faria sentido que os Estados Unidos assumissem a liderança na assistência à

segurança e a Europa na assistência económica.

Foi, também, discutida a posição da China. Na Fundação de Tecnologia de Informação e Inovação (ITIF)

discutiram-se os desafios tecnológicos que os aliados enfrentam na China. Esta fez progressos consideráveis

em várias tecnologias, referiu Rob Atkinsons Presidente do ITIF. Estes avanços devem-se a transferência de

tecnologia Ocidental, investimentos financeiros maciços e «roubo» de tecnologia, referiu aquele responsável. A

China quer dominar as principais áreas de tecnologia e mercados comerciais ao contrário dos Estados Unidos

que querem obter uma quota de mercado. A estratégia da China está em utilizar dados em todo o lado.

Há a necessidade dos Estados Unidos, Japão e Europa acordarem para este desafio. Uma hipótese é

harmonizar os controles de exportação.

A Delegação também visitou vários centros de pesquisa tecnológica do EUA. Laboratório de Pesquisa do

Exército dos Estados Unidos, Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins e o Centro Espacial Goddard da

NASA. Estas visitas tiveram como objetivo saber como os Estados Unidos operacionalizavam a ciência de ponta

para enfrentar os desafios estratégicos, económicos, climáticos e sociais futuros. Tomou-se conhecimento como

o EUA atua como catalisador para os avanços científicos, financiando esforços de pesquisa e engenharia para

Página 4

II SÉRIE-D — NÚMERO 2

4

inovar soluções em tecnologias de mísseis, operações cibernéticas, novos materiais, energia robótica, radar,

sensores, biotecnologia e outros campos. A Delegação também discutiu futuras missões espaciais e esforços

de observação da Terra na NASA Goddard.

Visitou-se, ainda, a BAE Systems US onde se constatou a atividade da empresa na gama de atividades

avançadas de eletrónica, segurança e tecnologia de informação.

Um dos temas-chave da visita foi a necessidade de cooperação transatlântica estreita. Nas reuniões no

German Marshal Found dos Estados Unidos (GMF), O bolsista Bruce Stocks observou que os desafios

colocados pela Rússia, China nas mudanças cibernéticas e climáticas são demasiado grandes para os países

enfrentarem sozinhos.

Concluiu-se realçando o trabalho em conjunto da Delegação portuguesa, falando a uma única voz em nome

de Portugal, efetuado pelas, ora signatárias, do presente relatório.

Assembleia da República, 12 de junho de 2023.

As Deputadas: Dora Brandão (PS) — Olga Silvestre (PSD).

A DIVISÃO DE REDAÇÃO.

Descarregar páginas

Página Inicial Inválida
Página Final Inválida

×