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Quinta-feira, 2 de Abril de 2009 II Série-E — Número 21

X LEGISLATURA 4.ª SESSÃO LEGISLATIVA (2008-2009)

SUMÁRIO Segurança interna: Relatório anual em matéria de segurança interna de 2008.

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2 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

Índice 
1 ‐ O  Sistema de Segurança Interna  
2 ‐ Opções  estratégicas e actividade legislativa   
Opções Estratégicas em 2008 ­  Balanço   
Reforço do Efectivo Policial 
Programa de Formação e Treino das Forças de segurança   
Plano de Intervenção em Zonas Problemáticas  Desenvolvimento do Programa Nacional de Videovigilância  
Desenvolvimento de Programas de Geo‐referenciação  
Reforma da Segurança Interna 
Reforma da Segurança Privada Reforma das Policias Municipais  
Realização de um Inquérito ao Sentimento de Segurança e à Vitimação 
Criação de um Observatório de Delinquência Juvenil
Execução da Lei de Programação de Infra‐Estruturas  e Equipamentos Celebração de Contratos Locais de Segurança Criação de Novos Postos Mistos de Fronteira Criação dos Conselhos Coordenadores de Segurança Rodoviária   
Criação da 2.ª Companhia de “Canarinhos” e de Equipas de Intervenção Permanente Legislação Opções estratégicas  
Reforma do Sistema de Segurança Interna  
Reforma da segurança privada   
Prevenção, segurança e ordem pública   
Investigação criminal  
Fronteiras e imigração  
Protecção civil e socorro   
3 ‐ Cooperação  internacional   
A cooperação da União Europeia no Espaço de Liberdade, Segurança e 
Justiça  
Relatório Anual de Segurança Interna Ano 2008

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3 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

Grupo do Futuro Terrorismo  
Cooperação Policial  
Arquitectura de segurança interna e princípio da convergência  
EUROPOL (Decisão do Conselho que  cria o Serviço Europeu de Polícia)   
Acordo de Prüm   
PNR europeu  
Troca de informações  
Rede Europeia dos Serviços Tecnológicos de Polícia   
Rede Atlas   
Rede de Pontos de Contacto Anti‐corrupção  
Armas e munições  
Schengen   
SIS II (Sistema de Informação S chengen de segunda geração)  
Protecção Civil   
Imigração  
Pacto Europeu sobre a Imigração e o Asilo  
Migração Ilegal   
Fronteiras Externas  
Gestão integrada das fronteiras externas dos Estados‐membros da  União 
Europeia  
FRONTEX (Agência Europeia de Gest ão da Cooperação Operacional nas 
Fronteiras Externas dos Estados‐membros da União Europeia)   
Rede de Patrulhas Europeias (European Patrol Network)   
4 ‐  Avaliação global dos resultados   
Introdução  
O sentido das transformações sociais em curso e que relevam para a 
segurança das populações  
Avaliação dos processos de mudança social em Portugal  
Desmistificar o sentimento de insegurança  
Mudanças sociais estruturais   

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4 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

A alteração do ambiente externo  
Preocupações generalizadas   
Segurança privada: um sector em crescimento  
Um sector com crescente relevo  
2008: um ano marcado pela dinâmica de reformas  
Actividade operacional desenvolvida e resultados obtidos   
Mobilização dos recursos disponíveis   
Reforço das modalidades operacionais existentes e criação de novas respostas   
Actividade operacional orientada para problemas de criminalidade específica   
Actividade operacional orientada para o reforço da segurança nas fronteiras, o 
controlo dos fluxos migratórios na origem e o controlo da permanência de 
estrangeiros em território nacional  
A disponibilização de novos recursos   
Formação de recursos humanos   
Infra‐ estruturas e equipamentos técnico‐ policiais   
Cooperação internacional  
Quadro europeu  
Cooperação técnico‐ policial   
Resultados operacionais  
Volume da actividade operacional e indicadores de desempenho  
5 ‐  Descrição e análise das participações registadas   
Introdução  
Total de participações registadas  
Criminalidade participada por grande categoria criminal  
Crimes contra as pessoas  
Crimes contra o património   
Crimes contra a vida em sociedade  
Crimes contra o Estado   
Crimes previstos em legislação penal avulsa   
Criminalidade violenta e grave  
Análise mais pormenorizada de alguns tipos de crimes que integram esta categoria.  
Análise da criminalidade participada por Distrito  

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5 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

Tráfico de estupefacientes   
Drogas Apreendidas e Fluxos   
Análise de alguns tipos específicos de programas e iniciativas de combate à criminalidade   
Queixa electrónica  
Farmácia segura   
Escola segura  
Roubos a ourivesarias   
Postos de abastecimento de combustível  
Transporte de tabaco   
Projecto “Polícia Automático”   
Roubo de viaturas   
Violência doméstica   
Tráfico de seres humanos  
6 ‐  Caracterização da actividade operacional das Forças, Serviços 
e outras entidades  
Guarda Nacional Republicana  
Introdução   
Síntese  
Actividades desenvolvidas no âmbito das competências operacionais  
Programas específicos de policiamento ou de prevenção ou de acção especiais   
Acções/Operações externas  
Exercícios realizados tendo em vista a preparação para situações operacionais  
Acções conjuntas com outras entidades nacionais ou estrangeiras  
Participação em Grupos de Trabalho  
Resultados e consequências decorrentes da actividade operacional  
Militares com ferimentos ligeiros, graves, mortos e feridos sem necessidade de 
tratamento hospitalar  
Civis e/ou terceiros com ferimentos ligeiros, graves, mortos e feridos sem necessidade 
de tratamento hospitalar provocados por intervenções policiais  
Relatórios de acções operacionais e de informações policiais   
Análise quantitativa e qualitativa de dados relevantes no âmbito da Segurança Interna

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6 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

Relatórios de acções policiais de especial relevância no combate à criminalidade   
Missões Internacionais  
Número de militares integrados em missões internacionais  
Formação  
Número de militares que concluíram acções de formação internas e externas   
Número de militares que concluíram cursos de formação base para ingresso na Guarda  
Discriminação por áreas técnico‐ policiais e outras  
Investimentos   
Aquisições e abates de equipamento técnico‐ policial   
Aquisições e abates de equipamento auto   
Aquisições e abates de material informático  
Projectos existentes ou previstos para o desenvolvimento do funcionamento das 
condições operacionais e materiais existentes  
Recursos Humanos   
Entrada de militares e civis para os quadros  
Saída de militares e civis da Instituição  
Políticas e projectos existentes ou desenvolvidos na área de Recursos Humanos   
Conclusões   
Polícia de Segurança Pública   
Balanço da execução das medidas da estratégia de segurança 2008   
Actividades desenvolvidas no âmbito das competências operacionais  
Programas específicos de policiamento, de prevenção ou de acção especiais 
(objectivos, efectivo empenhado, custos envolvidos, resultados atingidos)  
Acções policiais de especial relevância no combate à criminalidade   
Acções/operações externas que pela sua dimensão, relevância ou resultados atingidos 
justifiquem o destaque no RASI  
Exercícios realizados tendo em vista a preparação para situações operacionais  
Acções conjuntas com outras entidades nacionais ou estrangeiras  
Participação em grupos de trabalho específicos e consequentes acções 
desenvolvidas/resultados atingidos  
Resultados e consequências decorrentes da actividade operacional  
Detenções, apreensões e outros  
Elementos policiais mortos ou com ferimentos  

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7 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

Consequências das intervenções policiais em civis e/ou terceiros  
Quantificação dos danos materiais provocados (incluindo custos)  
Relatórios de acções operacionais e de informações policiais   
Relatórios de acções policiais de especial relevância no combate à criminalidade   
Missões Internacionais  
Número de elementos integrados em missões internacionais (funções desempenhadas 
e postos assegurados – quando relevantes)  
Formação   
Número de elementos policiais que concluíram acções de formação internas e 
externas  
Número de elementos policiais que concluíram os cursos de formação de base para 
ingresso na carreira policial   
Descriminação por áreas técnico‐ policiais e outras  
Investimentos  
Aquisições (descrição e custos) e abatimentos de equipamento técnico policial  
Aquisições (descrição e custos) e abatimentos de equipamento Auto   
Aquisições (descrição e custos) e abatimentos de material informático  
Outros investimentos de especial relevância.  
Projectos existentes ou previstos para o desenvolvimento do funcionamento das 
condições operacionais e materiais existentes   
Recursos Humanos   
Entradas de elementos policiais e não policiais para os quadros (ou outros regimes)  
Saídas de elementos policiais e não policiais da instituição (descriminado por causas)  
Políticas e projectos existentes ou desenvolvidos nesta área   
Polícia Judiciária  
Introdução  
Flexibilização das estruturas organizativas e dos procedimentos de actuação comuns e 
de reacção especial aos fenómenos criminosos   
Reforço da cooperação e intervenção inter‐ institucional  
Reforço da interacção com as comunidades envolventes   
Descrição de alguns modos de intervenção e investigações mais relevantes  
Outros modos de intervenção específicos   
Criminalidade participada  

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8 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

Criminalidade investigada   
Resultados e consequências decorrentes da actividade operacional   
Detenções/prisão preventiva   
Detenções – Crime violento  
Detenções – Crimes sexuais  
Detenções – Criminalidade económico‐ financeira  
Detenções incêndios 
Detenções Trafico de estupefacientes  
Apreensões  
A Informação Criminal  
Recursos Humanos   
Análise de alguns tipos de crimes em especial  
O homicídio   
Os crimes de abuso sexual de crianças, menores dependentes, pessoa internada e 
outros   
O roubo de veículos automóveis – “carjacking”   
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras  
Enquadramento  
Controlo de Fronteiras  
Fronteiras aéreas  
Fronteiras marítimas   
Recusas de entrada em Portugal e seus fundamentos   
Medidas Cautelares detectadas  
Vistos concedidos nos Postos de Fronteira   
Actuação em Território Nacional  
Fiscalização   
Investigação criminal  
Fraude Documental  
Afastamentos   
Processos de contra‐ ordenação  
Regresso voluntário (OIM)   
Sistema de Informação Schengen (SIS)  
Aquisição de Nacionalidade  

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Asilo  
Actuação Internacional  
União Europeia   
FRONTEX  
Cooperação internacional   
Oficiais de ligação   
Formação   
Investimentos   
Recursos Humanos  
Conclusões  
Serviço de Informações Estratégicas de Defesa   
Introdução  
Difusão do Islão radical  
Terrorismo de matriz islamista  
Crime Organizado  
Contra-proliferação   
Serviço de Informações de Segurança  
Introdução   
Contra-Criminalidade Organizada  
Extremismos Políticos   
Contraterrorismo   
Contra-espionagem e contraproliferação  
Autoridade Marítima Nacional   
Balanço da execução das medidas da estratégia de segurança 2008  
Distribuição racional de efectivos   
Formação do pessoal  
Policiamento de proximidade   
Patrulhamento  
Actividades desenvolvidas no âmbito das competências operacionais  
Programas Específicos de Policiamento  
Acções policiais de relevo no combate à criminalidade  

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10 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

Operações Externas   
Exercícios de preparação para situações operacionais  
Acções policiais conjuntas no combate à criminalidade  
Participação em grupos de trabalho específicos  
Resultados e consequências decorrentes da actividade operacional  
Detenções e Apreensões   
Ferimentos de elementos policiais durante a actividade operacional   
Ferimentos de civis ou terceiros durante a actividade operacional   
Relatórios de acções operacionais e de informações policiais  
Análise quantitativa e quantitativa de dados âmbito Segurança Interna  
Relatórios de acções policiais de especial relevância   
Delinquência Juvenil e Grupal  
Formação  
Elementos policiais que concluíram acções de formação internas e externas  
Cursos de formação base para ingresso na carreira policial  
Discriminação por áreas técníco‐ policiais   
Investimentos   
Aquisições e Abatimento de Equipamento Técnico‐ Policial   
Aquisições e Abatimento de Equipamento Auto  
Aquisições e Abatimento de Material Informático   
Outros Investimentos  
Valor Total dos Investimentos  
Recursos Humanos   
Entradas/Saídas de elementos Civis  
Entradas/Saídas de elementos da Polícia Marítima  
Projectos na área dos Recursos Humanos   
Estratégias de Segurança para 2009   
Instituto Nacional de Aviação Civil  
Regulamentação   
Valores de tráfego controlado nos aeroportos nacionais   
Auditorias/inspecções/testes em território nacional  
Incidentes reportados   

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Certificações / recertificações de pessoal de segurança da aviação civil   
Formação   
Outras actividades  
Serviços Prisionais   
Introdução  
Enquadramento  
Parque Prisional  
Recursos Humanos   
População prisional  
Medidas de flexibilização   
Evasões  
Outras  
Actividade operacional   
Apreensões  
Remoções   
Formação   
Cooperação Externa   
Investimentos  
Nota Final   
Autoridade Nacional de Protecção Civil   
Enquadramento  
Síntese das actividades - 2008  
Recursos de Protecção Civil:  
Planeamento de emergência:   Sensibilização, informação e formação:   
Bombeiros:  
Operações de Protecção e Socorro:   
Passos futuros  
Direcção­ Geral de Infra­Estruturas  e Equipamento  
Lei de Programação de Instalações e Equipamentos das Forças de segurança  

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12 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

Investimentos em instalações  
Obras de raiz concluídas  
Obras de remodelação concluídas  
Obras de raiz em curso   
Obras de remodelação em curso   
Equipamentos das Forças de segurança  
Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária   
Medidas adoptadas em 2008   
Legislação  
Acções de sensibilização pública  
Gerais  
Sinistralidade registada em 2008   
7 ‐ Orientações  Estratégicas para o ano 2009   
Orientações Políticas   
Orientações   
Medidas  
Reforço do Efectivo Policial   
Valorização dos Recursos Humanos  
Investimento em Infra‐estruturas  de Segurança e Protecção Civil   
Modernização de Equipamentos de Segurança e Protecção Civil   
Recurso às Novas Tecnologias  
Desenvolvimento do Policiamento de Proximidade  
Estabelecimento de Parcerias com as Autarquias  
Consolidação da Reforma da Segurança Interna  
Constituição de Equipas Conjuntas de Combate ao Crime  
Criação da Rede Nacional de Prevenção da Criminalidade   
Reforço do Controlo Fronteiriço   
Combate à Imigração Ilegal e ao Tráfico de Pessoas   
Aprovação da Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária  
Aprovação da Directiva Operacional Permanente Multi‐riscos  
Expansão das Bases de Meios Aéreos do MAI   

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13 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

Medidas e Actividades do Gabinete do Secretário­ Geral do Sistema de 
Segurança Interna para 2009  
No âmbito das competências de direcção:  
No âmbito das competências de coordenação:  
No âmbito das competências de controlo e comando operacional:  
 

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14 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

1 - O Sistema de Segurança Interna No Relatório Anual de Segurança Interna relativo ao ano de 2008 não poderia deixar de 
fazer‐ se  referência  à  importante  alteração  na  arquitectura  do  Sistema  de  Segurança 
Interna, introduzida pela Lei nº 53/2008, de 29 de Agosto. 
O reconhecimento de que a estrutura de coordenação criada pela Lei nº 20/87, de 12 de 
Junho,  era  fruto  de  uma  conjuntura  internacional  e  interna  ultrapassada,  levou  o 
Conselho de Ministros, através da Resolução nº 45/2007, a promover a aprovação de 
uma nova lei de segurança interna assente num conceito alargado de segurança que 
corresponda ao quadro das novas ameaças e riscos. 
É neste contexto que foi aprovada a actual Lei de Segurança Interna. Nela se parte de 
um  conceito  mais  amplo  de  segurança,  entendido  como  direito  fundamental  dos 
cidadãos, pressuposto da própria liberdade e responsabilidade essencial do Estado. 
A definição de segurança interna constante da anterior lei mantém‐ se. Contudo, o novo 
diploma  alarga  as  finalidades  das  medidas  nele  previstas,  acrescentando  às  que 
tradicionalmente visam a vertente da segurança, outras que se destinam à prevenção e 
reacção a acidentes graves ou catástrofes, à defesa do ambiente e à preservação da 
saúde pública. 
No domínio, especialmente relevante, da prevenção e investigação criminal, a nova lei 
reforça os mecanismos de coordenação, visando uma melhoria da cooperação entre os 
diversos órgãos de polícia criminal e, procura garantir, através da interoperabilidade de 
sistemas, uma eficaz troca de informações subordinada a princípios de disponibilidade, 
competência e necessidade, num quadro em que se destaca a preocupação de efectiva 
optimização de recursos. 
O Sistema de Segurança Interna (SSI) continua a ter como órgão principal o Conselho 
Superior  de  Segurança  Interna,  cuja  composição  foi  alterada.  Este  órgão  passa  a 
englobar  dois  deputados  designados  pela  Assembleia  da  Republica,  dele  passando, 
também,  a  fazer  parte  o  Secretário‐ Geral  do  Sistema  de  Informações  da  República 
Portuguesa, o Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, o Responsável pelo 
Sistema Integrado de Operações de Protecção e Socorro e o Director‐ Geral dos Serviços 
Prisionais. 
São,  igualmente,  órgãos  do  Sistema  de  Segurança  Interna,  o  Secretário‐ Geral  do  SSI, 
cujo processo de nomeação, estatuto e competências foram profundamente alterados e 
o  Gabinete  Coordenador  de  Segurança,  cuja  composição  e  competências  foram, 
também,  objecto  de  significativas  alterações.  O  Gabinete  Nacional  Sirene,  estrutura 

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operativa  ligada  ao  Sistema  de  Informações  Schengen,  relevante  para  a  cooperação 
policial, é integrado no Gabinete Coordenador de Segurança. 
Relativamente  às  competências  do  Secretário‐ Geral  do  SSI,  estas  alargam‐ se  a  novas 
áreas de coordenação das Forças e Serviços de segurança (FSS), de direcção e gestão de 
certos  recursos  comuns,  de  controlo  de  eventos  de  elevado  risco  ou  de  incidentes 
táctico‐ policiais  graves  e,  ainda,  de  comando  operacional,  competência  que  apenas 
ocorre  em  situações  de  gravidade  absolutamente  excepcional  e  está  condicionada  a 
uma  decisão  fundamentada  do  Primeiro‐ Ministro,  previamente  comunicada  ao 
Presidente da República. Salienta‐ se, no desenho de toda a arquitectura do sistema, a 
preocupação  de  impedir  que  o  exercício  dos  poderes  do  Secretário‐ Geral  possa 
contender  com  a  organização  hierárquica  das  Forças  e  Serviços  de  segurança  que  o 
integram. 
O  SSI,  através  dos  seus  três  Órgãos,  passou  a  estar  dotado  de  mecanismos  e 
competências  para  uma  melhor  interacção  com  os  outros  sistemas  ou  subsistemas 
nacionais,  nomeadamente:  o  sistema  de  informações,  a  segurança  aeronáutica  e 
marítima, a segurança rodoviária e transportes, a segurança alimentar e económica e a 
segurança ambiental, o sistema criminal e a defesa nacional.  
Ainda  no  que  respeita  à  arquitectura  do  sistema  e  ao  nível  da  coordenação  local, 
mantiveram‐ se os gabinetes coordenadores de segurança distritais, acrescentando‐ se a 
criação de gabinetes coordenadores nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.  
Por último, a nova lei de segurança interna, visando uma mais eficaz actuação policial, 
acrescentou ao quadro antes existente um conjunto de medidas de polícia e medidas 
especiais  de  polícia  que,  no  respeito  integral  pelos  direitos,  liberdades  e  garantias, 
possibilitam uma melhor segurança e protecção de pessoas e bens. 
As alterações introduzidas, no ano de 2008, no Sistema de Segurança Interna não se 
reduzem, no entanto, ao novo quadro resultante da Lei nº 53/2008. Na verdade, foi, 
também, aprovada pela Assembleia da Republica a Lei nº 49/2008, de 27 de Agosto, que 
regula a Organização da Investigação Criminal. Este diploma, visando igualmente uma 
melhor coordenação e cooperação entre os diversos actores da investigação criminal, 
consagra o papel do Secretário‐ Geral do SSI como o garante do sistema de coordenação 
entre os órgãos de polícia criminal, atribuindo‐ lhe, inclusive, competências ao nível da 
preparação e condução das reuniões do Conselho Coordenador dos Órgãos de Polícia 
Criminal. 
Durante o ano 2008, o Gabinete do Secretário–Geral do SSI, com o envolvimento do 
Secretariado  Permanente  do  Gabinete  Coordenador  de  Segurança,  interveio  num 
conjunto extremamente diversificado de áreas da segurança interna.   

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No quadro das competências de direcção, controlo e coordenação do Secretário‐ Geral, 
o  Gabinete  exerceu  um  conjunto  vasto  de  atribuições,  tanto  a  nível  nacional  como 
internacional,  envolvendo,  designadamente,  a  elaboração  de  projectos,  estudos  e 
pareceres;  a  articulação  com  outros  organismos  públicos  e  entidades  privadas;  a 
coordenação das fases de planeamento transversal e de pré‐ execução de dispositivos de 
segurança  que  implicaram  a  actuação  concertada  de  mais  do  que  uma  FSS;  e  a 
participação em seminários, comissões, estruturas colegiais e grupos de trabalho. 
No âmbito das competências ao nível de coordenação, destaca‐ se a organização do I 
Curso Nacional Multidisciplinar em matéria de fraude e “roubo” de identidade, logística 
do crime organizado, que teve lugar de 24 a 28 de Novembro de 2008. 
 
 
 
 
 
 

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2 - Opções estratégicas e actividade legislativa Nas sociedades contemporâneas, a segurança – direito fundamental dos cidadãos e, em 
simultâneo, obrigação essencial do Estado – é um parâmetro obrigatório de avaliação da 
qualidade de vida democrática. A modernização, o desenvolvimento social e económico, 
os direitos, liberdades e garantias e o exercício da cidadania plena só são possíveis com 
segurança para todos.  
A  sociedade  democrática,  aberta  e  global  em  que  vivemos  é,  por  natureza,  uma 
sociedade de risco. As situações de perigo adquirem hoje novas dimensões. Um quadro 
de  ameaças  emergentes  impõe  uma  estratégia  de  resposta  igualmente  inovadora. 
Também na área da Administração Interna, o Governo está a respeitar o compromisso 
que assumiu perante os portugueses.  
A  segurança  interna,  a  paz  pública  e  a  prevenção  da  criminalidade  são  missões 
absolutamente  prioritárias.  Eliminar  os  factores  de  insegurança,  prevenir  o  crime  e 
perseguir os seus autores são tarefas impostergáveis – tarefas da comunidade e para a 
comunidade,  que  a  todos  dizem  respeito,  a  todos  beneficiam  e  requerem  uma 
perspectiva integrada.  
No Relatório Anual de Segurança Interna de 2007 foi apresentada, pela primeira vez, 
uma  estratégia  de  segurança  que  assentou  na  ideia  de  segurança  comunitária, 
apostando no policiamento de proximidade, em programas especiais de protecção de 
jovens, idosos e outras pessoas particularmente vulneráveis, em acções sistemáticas de 
controlo das fontes de perigo, bem como no aproveitamento das novas tecnologias.  
Neste  contexto,  este  capítulo  apresenta,  de  forma  muito  breve,  o  balanço  dessa 
Estratégia. Cumpre‐ se, desta forma, um dever essencial em democracia: dar conta do 
trabalho  desenvolvido  e  dos  respectivos  resultados,  o  que  constitui  um  pressuposto 
obrigatório de uma programação rigorosa do trabalho futuro.  
 
Opções Estratégicas em 2008 - Balanço Reforço do Efectivo Policial  
Actualmente, as Forças de segurança dispõem de um efectivo global superior a 46.000 elementos, tendo beneficiado, no ano de 2008, da incorporação de cerca de 2.000 novos elementos na Guarda Nacional Republicana e na Polícia de Segurança Pública.

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Os  concursos  de  selecção  dos  referidos  2.000  candidatos  encontram‐ se  concluídos, 
iniciando‐ se a fase de formação no dia 5 de Janeiro de 2009, na PSP, e no dia 14 de Abril 
de 2009, na GNR.  
Prevê‐ se que a formação se conclua durante o próximo mês de Outubro.  Programa de Formação e Treino das Forças de segurança 
No âmbito da formação inicial e contínua das Forças de segurança, foi dado particular 
relevo  à  renovação  em  curso  de  armas  e  equipamentos.  Assim,  foram  criados 
programas especiais de formação e treino na utilização de armas de fogo e na resolução 
de  incidentes  táctico‐ policiais.  Neste  sentido,  foram  construídas,  no  ano  de  2008,  7 
novas carreira de tiro nos seguintes municípios: Águeda, Castelo Branco, Évora, Guarda, 
Macedo de Cavaleiros, Ponte de Lima e Portalegre. 
Em  simultâneo,  foi  iniciado  um  programa  de  formação  dos  membros  das  Forças  de 
segurança em matéria de legislação e boas práticas policiais. No dia 24 de Novembro de 
2008  realizou‐ se,  na  Faculdade  de  Direito  de  Lisboa,  o  Seminário  “Acção  Policial  e 
Reforma  Penal”,  que  contou  com  a  presença  de  200  elementos  da  Guarda  Nacional 
Republicana, da Polícia de Segurança Pública e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, 
ligados às áreas de investigação criminal destas instituições. 
De igual modo, o Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna realizou, 
em  2008,  um  ciclo  de  conferências  dedicado  ao  tema  “Reforma  Penal  e  Processual 
Penal”. As conferências realizaram‐ se em Faro, Leiria, Viseu e Lisboa. 
 
Plano de Intervenção em Zonas Problemáticas 
Uma  vez  que  a  criminalidade  não  tem  uma  distribuição  geográfica  uniforme, 
apresentando  uma  maior  incidência  em  certas  zonas,  que  carecem  de  medidas 
especiais,  o  ano  de  2008  assistiu  ao  intensificar  do  patrulhamento  em  zonas 
problemáticas, através dos contingentes de reserva da Guarda Nacional Republicana e 
da Polícia de Segurança Pública. As forças de segurança estão, também, a efectuar, com 
regularidade, operações especiais de prevenção no âmbito da Lei das Armas. 

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Desenvolvimento do Programa Nacional de Videovigilância 
Durante  o  ano  de  2008  foi  aprovada  a  utilização  de  sistemas  de  videovigilância  nos 
seguintes locais: Zona Histórica do Porto – o projecto encontra‐ se em fase de instalação 
e  desenvolvimento;  Praia  da  Rocha  –  a  Comissão  Nacional  de  Protecção  de  Dados 
(CNPD) apenas autorizou a parte do projecto relativa aos parques de estacionamento; 
Centro Histórico de Coimbra – o projecto foi autorizado no dia 19 de Dezembro; e o 
Santuário de Fátima. 
Os municípios de Bragança (projecto para a Zona Industrial das Cantarias), Amadora e 
Estarreja já formalizaram os respectivos pedidos, que estão a ser apreciados pela CNPD. 
Os processos relativos à Freguesia de São Nicolau (Baixa de Lisboa) e ao Bairro Alto 
encontram‐ se em fase de instrução. 
Os concelhos de Faro, Loulé, Albufeira, Almeirim, Viseu, Meda, Loures e Odivelas, e a 
Área  Metropolitana  de  Leiria  solicitaram  esclarecimentos  com  vista  à  formulação  de 
pedidos.  Desenvolvimento de Programas de Geo­ referenciação  
Actualmente,  o  Projecto  “Táxi  Seguro”  funciona  em  24  Concelhos  das  Áreas 
Metropolitanas de Lisboa e do Porto. Já existem cerca de 1.600 táxis equipados com 
este sistema e foi dada formação a 1.800 profissionais do sector.  
O  Programa  “Abastecimento  Seguro”  funciona  em  168  postos  de  abastecimento  de 
combustível. Foi celebrado um protocolo com as empresas de segurança privada, com o 
objectivo  de  ligar  as  centrais  de  alarme  privadas,  que  tenham  associados  postos  de 
combustíveis, à central das forças de segurança.   
No âmbito do combate ao carjacking, está a ser desenvolvido um Projecto‐ piloto de 
leitura automática de matrículas nas zonas de Lisboa e do Porto. Ainda neste domínio, 
em 17 de Julho de 2008 e em 23 de Janeiro de 2009 foram celebrados dois protocolos 
de  cooperação  com  a  Associação  Portuguesa  de  Seguradores  e,  também  em  23  de 
Janeiro último (na decorrência de trabalho efectuado ainda em 2008), foram celebrados 
protocolos com diferentes empresas seguradoras com vista à doação de equipamentos 
para o Projecto‐ piloto. 

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Reforma da Segurança Interna 
Com o propósito de criar um sistema que responda aos riscos típicos do actual ciclo 
histórico  –  criminalidade  de  massa,  criminalidade  grave  e  violenta,  criminalidade 
organizada e transnacional (incluindo os vários tráficos – de pessoas, drogas e armas), 
terrorismo e, também, catástrofes naturais e grandes desastres – foram publicadas, em 
Agosto de 2008, a Lei de Organização da Investigação Criminal (Lei n.º 49/2008, de 27 de 
Agosto) e a Lei de Segurança Interna (Lei n.º 53/2008, de 29 de Agosto). 
Na  sequência  da  entrada  em  vigor  dos  supracitados  diplomas  legais,  tomou  posse  o 
novo Secretário‐ Geral do Sistema de Segurança Interna.  Reforma da Segurança Privada 
No domínio da segurança privada, foi publicada a Lei n.º 38/2008, de 8 de Agosto, que 
altera o regime jurídico do exercício daquela actividade. 
A  existência  de  pórtico  para  fiscalização  de  armas  passou  a  ser  exigida  nos 
estabelecimentos  com  lotação  para  mais  de  100  pessoas  por  via  da  publicação  do 
Decreto‐ Lei  n.º  101/2008,  de  16  de  Junho,  que  estabelece  o  regime  jurídico  dos 
sistemas de segurança privada dos estabelecimentos de restauração ou de bebidas e 
revoga o Decreto‐ Lei n.º 263/2001, de 28 de Setembro. 
As condições aplicáveis ao transporte, guarda, tratamento e distribuição de valores, por 
parte  de  entidades  de  segurança  privada,  foram  reguladas  através  da  Portaria  n.º 
247/2008, de 27 de Março.  
 
Reforma das Policias Municipais 
Para  reforçar  a capacidade  de  intervenção  das  polícias municipais e  aumentar  o  seu 
papel complementar quanto às forças de segurança, foram aprovadas regras para tornar 
mais fácil a sua criação com a publicação do Decreto‐ Lei n.º 197/2008, de 7 de Outubro, 
que regulamenta a Lei n.º 19/2004, de 20 de Maio, estabelecendo as regras a observar 
na deliberação da assembleia municipal que crie, para o respectivo município, a polícia 
municipal, e regulando, nesse âmbito, as relações entre a administração central e os 
municípios. 
No  âmbito  da  identificação  de  suspeitos  e  da  detenção  em  flagrante  delito  foi 
homologado  o  Parecer  emitido  pelo  Conselho  Consultivo  da  Procuradoria‐ Geral  da 
República sobre as competências das Polícias Municipais. 

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Realização de um Inquérito ao Sentimento de Segurança e à Vitimação 
Está em curso um inquérito que permitirá conhecer, de forma sistemática e científica, as 
principais questões que preocupam os nossos cidadãos em matéria de segurança, nos 
termos do protocolo assinado com Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, do 
Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (CIES/ISCTE). O resultado deste 
inquérito  permitirá  identificar  problemas  e  delinear  políticas  de  segurança  que 
respondam às preocupações da comunidade. Para além disso, é previsível que permita 
melhorar a eficiência e a eficácia da acção policial.   
 
Criação de um Observatório de Delinquência Juvenil  
Foi  criado  um  Observatório  de  Delinquência  Juvenil  com  o  objectivo  de  obter  uma 
imagem tão aproximada da realidade quanto possível dos comportamentos criminosos 
de  adolescentes.  Pretende‐ se,  desta  forma,  caracterizar  a  dimensão,  a  estrutura,  a 
distribuição espacial e a evolução da delinquência juvenil. Até ao final do 1.º Semestre 
de 2009 será apresentado o primeiro relatório preliminar do trabalho desenvolvido. 
 
Execução da Lei de Programação de Infra­ Estruturas e Equipamentos 
A  Lei  de  Programação  de  Infra‐ Estruturas  e  Equipamentos  das  Forças  de  segurança 
(LPIEFS)  surge  neste  relatório  no  cumprimento  do  disposto  no  artigo  7.º  da  Lei  n.º 
61/2007, de 10 de Setembro, e inclui‐ se, pela primeira vez, no RASI para que se possam 
avaliar a execução e a evolução do investimento em infra‐ estruturas e equipamentos 
das Forças de segurança. 
A  execução  da  LPIEFS  é  da  responsabilidade  da  Direcção  Geral  de  Infra‐ Estruturas  e 
Equipamentos, pelo que foi tratada, de forma autónoma, no capítulo da DGIE.  Celebração de Contratos Locais de Segurança 
O policiamento de proximidade exige a responsabilização solidária de várias entidades: 
públicas e privadas; centrais, regionais e locais. Neste contexto, foi celebrado, com a 
Associação  Nacional  dos  Municípios  Portugueses,  um  protocolo  enquadrador  dos 
contratos locais de segurança. 

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Reforçando a aposta no policiamento de proximidade e a presença e visibilidade das 
Forças de segurança, foram celebrados contratos locais de segurança com os municípios 
do Porto, com incidência no Bairro do Cerco, e de Loures. 
Os  Governos  Civis  continuam  a  negociar  com  diversos  municípios,  com  vista  à 
celebração  de  contratos  locais  de  segurança.  Prevê‐ se  que,  até  final  do  primeiro 
semestre de 2009, sejam celebrados contratos locais de segurança com um município 
de cada um dos seguintes distritos: Aveiro, Beja, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, 
Leiria, Santarém e Viseu. 
 
Criação de Novos Postos Mistos de Fronteira 
Tendo em vista o reforço da cooperação transfronteiriça entre Portugal e Espanha, os 
quatro  postos  mistos  de  fronteira  existentes  em  território  nacional  e  em  território 
espanhol foram transformados em centros de cooperação policial e aduaneira (Tuy e 
Caia, Vilar Formoso e Castro Marim), alargando‐ se, assim, a presença de entidades com 
competências directas no controlo de fronteiras terrestres.  
Quanto aos novos centros de cooperação policial e aduaneira, o de Quintanilha e o da 
zona  de  Cáceres,  serão  inaugurados  no  decurso  do  primeiro  semestre  de  2009, 
prevendo‐ se que entrem em funcionamento no mais curto espaço de tempo possível.  
 
Criação dos Conselhos Coordenadores de Segurança Rodoviária 
A sinistralidade rodoviária, apesar dos progressos verificados nos últimos anos, é um 
problema nacional. Este problema tem de ser enfrentado por todos. Cabe, assim, aos 
Governos Civis um importante papel neste combate, contribuindo para a sua eficácia ao 
nível  distrital.  Neste  sentido,  foram  criados  e  estão  a  funcionar  Conselhos  de 
Coordenação de Segurança Rodoviária em todos os Distritos, com a finalidade de dar 
respostas  locais  ao  fenómeno  da  sinistralidade  e  garantir  a  cooperação  de  todos  os 
organismos responsáveis.  Criação da 2.ª Companhia de “Canarinhos” e de Equipas de Intervenção Permanente  
No âmbito da Protecção Civil e, em especial, do combate a incêndios florestais, foi 
criada, no decurso do presente ano, a 2.ª Companhia da Força Especial de Bombeiros – 
“Canarinhos”. Actualmente, esta Força é servida por um total de 215 elementos, com a 
seguinte distribuição por Distrito: Beja (26 elementos), Castelo Branco (40), Évora (23), 
Guarda (30), Portalegre (30), Santarém (38) e Setúbal (24). Os restantes 4 elementos 

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estão afectos ao comando que funciona na sede da Autoridade Nacional de Protecção 
Civil (ANPC). 
Na sequência do protocolo celebrado entre a Autoridade Nacional de Protecção Civil, a 
Associação Nacional de Municípios Portugueses e a Liga de Bombeiros Portugueses já se 
encontram  em  funcionamento  27  Equipas  de  Intervenção  Permanentes  e  já  foram 
celebrados protocolos com os municípios com vista à criação de mais 49 EIP. As 27 EIP 
actualmente em funcionamento estão distribuídas pelo território nacional da seguinte 
forma: Braga (4), Coimbra (9), Guarda (3) e Viseu (11). As EIP a constituir funcionarão 
nos distritos de Braga (12), Coimbra (13), Évora (6), Guarda (4), Viana do Castelo (1), 
Viseu (11) e Vila Real (2). 
Foi, também, criada a 2.ª Companhia do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro 
da  GNR.  Actualmente,  o  GIPS  é  composto  por  626  militares  que  se  encontram 
distribuídos  por  11  distritos  (Aveiro,  Braga,  Bragança,  Coimbra,  Faro,  Leiria,  Lisboa, 
Porto, Viana do Castelo, Viseu e Vila Real). 

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Legislação Ao longo de 2008 entraram em vigor diversos diplomas legais de importância decisiva 
para  a  modernização  do  Sistema  de  Segurança  Interna  e  melhoria  da  qualidade  dos 
serviços de segurança e protecção prestados aos cidadãos. 
Neste  capítulo,  ordenam‐ se  estas  inovações  legislativas  em  sete  grandes  áreas 
temáticas, a saber: i) opções estratégicas; ii) reforma do Sistema de Segurança Interna; 
iii)  reforma  da  segurança  privada;  iv)  prevenção,  segurança  e  ordem  pública;  v) 
investigação criminal; vi) fronteiras e imigração; e vii) protecção civil e socorro.  Opções estratégicas A Lei n.º 31/2008, de 10 de Agosto, aprova as Grandes Opções do Plano para 2008. 
No  âmbito  da  sua  4.ª  Opção ‐  Elevar  a  qualidade  da  democracia,  modernizando  o 
sistema político e colocando a justiça e a segurança ao serviço de uma plena cidadania ‐ , 
fixa‐ se, entre outras, a seguinte linha de actuação política: melhor segurança interna, 
mais segurança rodoviária e melhor protecção civil. 
Estas  orientações  gerais  foram  concretizadas,  no  plano  legislativo,  na  Estratégia  de 
Segurança  para  2008  (Portugal  Seguro),  apresentada  em  Março  de  2008, 
designadamente nas matérias da reforma da segurança interna e da segurança privada. 
Além disso, de forma a responder de modo adequado e proporcional à criminalidade 
violenta e grave, foi apresentada à Assembleia da República uma proposta de lei de 
alteração à Lei das Armas (Lei n.º 5 /2006, de 23 de Fevereiro), que passa a reprimir 
especialmente a detenção de armas ilegais ou a utilização de armas na comissão de 
crimes. 
Esta proposta prevê o agravamento das penas do crime de detenção de arma proibida e 
dos  crimes  cometidos  com  recurso  a  arma.  Todos  os  crimes  praticados  com  armas 
passam a ser objecto de uma agravação especial de um terço, nos seus limites mínimo e 
máximo.  
Prevê  ainda  a  detenção,  em  ou  fora  de  flagrante  delito,  dos  agentes  de  crimes  de 
detenção de arma proibida ou de crimes cometidos com recurso a arma, bem como a 
aplicabilidade da prisão preventiva em todos os casos de crimes de detenção de arma 
proibida e de crimes cometidos com recurso a arma. As autoridades de polícia criminal 
podem também ordenar a detenção fora de flagrante delito, por iniciativa própria, nos 
casos previstos na lei, e devem fazê‐ lo se houver perigo de continuação da actividade 
criminosa. 

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Por outro lado, esta proposta reforça o controlo do Estado no licenciamento, comércio e 
utilização  de  armas  e  munições  e  os  mecanismos  de  dissuasão  e  repressão  de 
infracções.   Reforma do Sistema de Segurança Interna No domínio da reforma da segurança interna, entrou em vigor a nova Lei de Segurança 
Interna (Lei n.º 53/2008, de 29 de Agosto) que cria um sistema de resposta aos riscos 
típicos do actual ciclo histórico: criminalidade de massa, criminalidade grave e violenta, 
criminalidade  organizada  e  transnacional  (incluindo  os  vários  tráficos  –  de  pessoas, 
drogas e armas), terrorismo e também catástrofes naturais e grandes desastres.  
Para responder eficazmente e de modo integrado e global às novas ameaças, passa a 
existir um Secretário‐ Geral com competências diferenciadas de coordenação, direcção, 
controlo  e  comando  operacional.  Esta  solução  permite,  a  título  excepcional,  uma 
direcção  unificada  dos  diversos  serviços  e  forças  de  segurança  perante  incidentes 
táctico‐ policiais graves, ataques terroristas ou catástrofes naturais.  
São  ainda  consagradas  novas  medidas  de  polícia,  como  a  interdição  temporária  de 
acesso e circulação, a evacuação ou o abandono temporários de locais ou de meios de 
transporte,  a  busca  e  a  revista  cautelares,  a  realização  de  acções  de  fiscalização  em 
estabelecimentos e em locais públicos ou abertos ao público, a realização de acções de 
vistoria ou instalação de equipamentos de segurança, a inibição da difusão a partir de 
sistemas de radiocomunicações e o isolamento electromagnético ou o barramento do 
serviço telefónico. Para garantir o respeito pelos direitos fundamentais, estas medidas 
são sempre autorizadas ou validadas por juiz. 
Em 2008, deu‐ se continuidade ao processo de reestruturação orgânica das forças de 
segurança, com a preparação e publicação dos diplomas necessários à regulamentação 
das novas leis orgânicas e à concretização dos fins que haviam sido delineados.   
Assente em objectivos ditados, essencialmente, pela necessidade de racionalização do 
seu modelo de organização e da utilização dos respectivos recursos, com vista à redução 
do peso da área administrativa ao longo da cadeia hierárquica, à adequação das suas 
unidades  superiores  de  comando  e  direcção  à  reforma  orgânica  do  Ministério  da 
Administração  Interna  e  à  reorganização  do  respectivo  dispositivo  territorial  para 
reforço e obtenção de ganhos de eficiência na actividade operacional, foram aprovados 
e publicados os seguintes diplomas:  

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‐  Portaria n.º 383/2008, de 29 de Maio, que estabelece a estrutura nuclear da Direcção 
Nacional da Polícia de Segurança Pública e as competências das respectivas unidades 
orgânicas; 
‐  Portaria  n.º  416/2008,  de  11  de  Junho,  que  fixa  o  número  máximo  de  unidades 
orgânicas flexíveis da Direcção Nacional da Polícia de Segurança Pública; 
‐  Portaria  n.º  434/2008,  de  28  de  Junho,  que  define  a  estrutura  dos  comandos 
territoriais de polícia e aprova as respectivas subunidades (alterada pela Portaria n.º 
2/2009,  de  2  de  Janeiro,  que  aprova  o  dispositivo  territorial  dos  comandos 
metropolitanos de Lisboa e Porto); 
‐  Portaria n.º 1284/2008, de 10 de Novembro, que estabelece a forma de designação e 
eleição  dos  membros  do  Conselho  de  Deontologia  e  Disciplina  da  PSP  e  aprova  o 
respectivo regulamento de funcionamento; 
‐  Portaria n.º 1285/2008, de 10 de Novembro, que estabelece a forma de designação e 
eleição  dos  membros  do  Conselho  Superior  de  Polícia  da  PSP  e  aprova  o  respectivo 
regulamento de funcionamento; 
‐  Decreto  Regulamentar  n.º  19/2008,  de  27  de  Novembro,  que  define  o  número,  as 
competências, a estrutura interna e o posto correspondente à chefia dos serviços de 
apoio  directamente  dependentes  do  comandante‐ geral  e  dos  serviços  dos  órgãos 
superiores de comando e direcção da Guarda Nacional Republicana; 
‐  Portaria n.º 1449/2008, de 16 de Dezembro, que aprova as normas a que obedece a 
eleição dos representantes das categorias profissionais de oficiais, sargentos e guardas 
para o Conselho Superior da Guarda e para o Conselho de Ética, Deontologia e Disciplina 
da Guarda Nacional Republicana; e 
‐  Portaria n.º 1450/2008, de 16 de Dezembro, que estabelece a organização interna das 
unidades  territoriais, especializadas,  de representação e  de  intervenção  e  reserva  da 
Guarda Nacional Republicana e define as respectivas subunidades, bem como os termos 
em que se processa o apoio administrativo pelos serviços do Comando da Administração 
dos Recursos Internos e da Secretaria‐ Geral da Guarda às unidades especializadas, de 
representação e de intervenção e reserva.   Reforma da segurança privada A entrada em vigor da Lei n.º 38/2008, de 8 de Agosto, veio alterar o regime jurídico da 
actividade de segurança privada, criminalizando o exercício ilícito desta actividade, que 
põe em causa bens como a vida, a integridade física e a liberdade e causa grande alarme 

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social.  Por  se  tratar  de  um  comportamento  equiparável  ao  crime  de  usurpação  de 
funções, é‐ lhe aplicável pena de prisão até 2 anos. Prevê‐ se ainda a responsabilidade 
penal das pessoas colectivas. 
Tendo em conta que a actividade (lícita) da segurança privada merece ser protegida, por 
ser complementar da acção das Forças de segurança, passa a ser permitido o recurso a 
meios  de  defesa  não  letais  que  abrangem  aerossóis,  armas  eléctricas  e  coletes  de 
protecção balística. 
O  Decreto‐ Lei  n.º  101/2008,  de  16  de  Junho,  aprovou  o  novo  regime  jurídico  dos 
sistemas de segurança dos estabelecimentos de restauração e de bebidas. A existência 
de  pórtico  para  fiscalização  de  armas  passa  a  ser  exigida  nos  estabelecimentos  com 
lotação para mais de 100 pessoas.  
As  coimas  previstas  para  o  incumprimento  das  regras  de  segurança  privada  são 
agravadas em 20%. No caso das infracções mais graves, os Governadores Civis passam a 
poder determinar o encerramento provisório do estabelecimento, fixando o prazo de 
regularização  da  situação,  com  a  advertência  de  que  o  incumprimento  implica  o 
encerramento definitivo. 
A Portaria n.º 247/2008, de 27 de Março, aprova o novo regime jurídico do transporte 
de valores, que define um conjunto integrado de medidas de segurança que, de forma 
adequada e proporcionada, previnam a ocorrência de crimes e protejam quem exerce a 
profissão. 
Finalmente, o Despacho do Ministro da Administração Interna, de 3 de Março de 2008, 
autoriza a PSP e a GNR a prestarem colaboração remunerada aos estabelecimentos de 
restauração ou de bebidas que a solicitarem, para garantir a segurança de pessoas e 
bens nas imediações desses estabelecimentos.  Prevenção, segurança e ordem pública No âmbito da política interna de prevenção, segurança e ordem pública, implementou‐
se o recurso às novas formas de combate aos fenómenos criminais, incrementando o 
uso de sistemas como a videovigilância ou o tracking através de sinais de GPS. Assim, o 
Despacho  n.º  100/2008,  de  3  de  Janeiro,  autoriza  o  funcionamento  do  sistema  de 
videovigilância na zona histórica do Porto, e a Portaria n.º 247/2008, de 27 de Março, 
que regula as condições aplicáveis ao transporte, guarda, tratamento e distribuição de 
valores, por parte das entidades de segurança privada habilitadas, determina que tais 
veículos  deverão  dispor  de  sistemas  de  segurança  ligados  a  centros  de  controlo  de 
operações de transporte de valores, guarda, tratamento e distribuição de valores, que 

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permitam através de sinais de GPS o registo e acompanhamento de itinerários das rotas, 
identificação  imediata  da  localização  da  viatura,  bloqueio  automático  em  caso  de 
paragem forçada, ou outra situação de emergência, entre outras funcionalidades. 
Foi  também  objecto  de  reforma  o  regime  aplicável  às  Polícias  Municipais,  quer  pela 
clarificação das regras a observar na deliberação da assembleia municipal que crie a 
polícia municipal, e regulando, nesse âmbito, as relações entra a administração central e 
os municípios, pela publicação do Decreto‐ Lei n.º 197/2008, de 7 de Outubro; quer pelo 
recurso a novos meios tecnológicos ao seu dispor, nomeadamente o uso de terminais 
electrónicos de pagamento, associados a sistemas de informação, para a cobrança de 
coimas  resultantes  da  respectiva  actividade  autuante  e  de  fiscalização  do  Código  da 
Estrada e legislação complementar, bem como dos regulamentos e posturas municipais 
de trânsito. 
Em matéria de estatuto das polícias municipais, foi solicitado e homologado o Parecer 
n.º 28/2008, do Conselho Consultivo da Procuradoria‐ Geral da República, publicado na 
2.ª  Série  do  DR,  n.º  155,  de  12  de  Agosto  de  2008,  sobre  os  poderes  legalmente 
atribuídos às polícias municipais, designadamente os poderes de identificação, detenção 
e apreensão, dada a relevância das questões suscitadas na articulação entre as polícias 
municipais e as forças de segurança e no relacionamento com os cidadãos. 
Foi  ainda  homologado,  a  23  de  Julho  de  2008,  o  Parecer  n.º  83/2005,  do  Conselho 
Consultivo da Procuradoria‐ Geral da República, publicado na 2.ª Série do DR, n.º 155, de 
12  de  Agosto  de  2008,  sobre  as  competências  dos  Governadores  Civis  e  demais 
entidades administrativas em matéria de direito de reunião e de manifestação. 
No âmbito da política preventiva e de proximidade aos cidadãos, foi alterado o Decreto‐
Lei n.º 310/2002, de 18 de Dezembro, através do Decreto‐ Lei n.º 114/2008, de 1 de 
Julho,  aprovando‐ se  medidas  de  protecção  e  reforço  das  condições  de  exercício  da 
actividade de guarda‐ nocturno e criando o registo nacional de guardas‐ nocturnos.   Investigação criminal No  domínio  da  investigação  criminal,  entrou  em  vigor  a  nova  Lei  de Organização  da 
Investigação  Criminal  (Lei  n.º  49/2008,  de  27  de  Agosto),  que  reformula  o  Conselho 
Coordenador, reforçando a coordenação e a cooperação de todos os órgãos de polícia 
criminal,  designadamente  no  âmbito  da  EUROPOL  e  INTERPOL,  e  a  partilha  de 
informações entre eles segundo princípios de necessidade e competência. 
O novo regime introduz normas de resolução de conflitos de competência, acolhendo os 
princípios da especialização e da racionalização na afectação dos recursos disponíveis. 

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Além disso, mantém e alarga a possibilidade de deferimento a outros órgãos de polícia 
criminal, por iniciativa do Procurador‐ Geral da República, da investigação de crimes da 
competência reservada da Polícia Judiciária, mas uma parte nuclear desta reserva de 
competência é insusceptível de deferimento. 
O  Procurador‐ Geral  da  República  passa  também  a  ter  competência  para  fiscalizar 
superiormente  a  actividade  processual  dos  órgãos  de  polícia  criminal  no  decurso  do 
inquérito, através de inspecções, inquéritos e sindicâncias. 
A Lei n.º 5/2008, de 12 de Fevereiro, veio aprovar a criação de uma base de dados de 
perfis de ADN para fins de identificação civil e criminal. 
A Lei n.º 19/2008, de 21 de Abril, aprova novas medidas de combate à corrupção. 
A  Lei  n.º  20/2008,  de  21  de  Abril,  veio  criar  o  novo  regime  penal  de  corrupção  no 
comércio internacional e no sector privado, dando cumprimento à Decisão Quadro n.º 
2003/568/JAI, do Conselho, de 22 de Julho. 
A  Lei  n.º  25/2008,  de  5  de  Junho,  estabelece  medidas  de  natureza  preventiva  e 
repressiva  de  combate  ao  branqueamento  de  vantagens  de  proveniência  ilícita  e  ao 
financiamento do terrorismo, transpondo para a ordem jurídica interna as Directivas nºs 
2005/60/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de Outubro, e 2006/70/CE, 
da Comissão, de 1 de Agosto, relativas à prevenção da utilização do sistema financeiro e 
das actividades e profissões especialmente designadas para efeitos de branqueamento 
de capitais e de financiamento do terrorismo. 
A Lei n.º 29/2008, de 4 de Julho, veio alterar a Lei n.º 93/99, de 14 de Julho, que regula a 
aplicação de medidas para protecção de testemunhas em processo penal. 
A Lei n.º 37/2008, de 6 de Agosto, aprovou a orgânica da Polícia Judiciária. 
Finalmente, no âmbito da mediação penal, a Portaria n.º 68‐ A/2008, de 22 de Janeiro, 
aprova o modelo de notificação de envio do processo para mediação penal, a Portaria 
n.º 68‐ B/2008, de 22 de Janeiro, aprovou o Regulamento do Procedimento de Selecção 
dos Mediadores Penais, e a Portaria n.º 68‐ C/2008, de 22 de Janeiro, veio aprovar o 
Regulamento do Sistema de Mediação Penal. 
Foram ainda apresentadas ao Parlamento as Propostas de Lei n.ºs 237/X e 246/X. A 
primeira visa transpor para a ordem jurídica interna a Decisão‐ Quadro n.º 2003/577/JAI, 
do Conselho da União Europeia, de 22 de Julho, estabelecendo o regime jurídico do 
reconhecimento mútuo de decisões de apreensão de bens para efeitos de recolha de 
elementos de prova ou de subsequente perda de bens no âmbito de um processo penal, 
e a segunda destina‐ se a estabelecer o regime jurídico aplicável ao tratamento de dados 
referentes ao sistema judicial.  

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Fronteiras e imigração No  decorrer  do  ano  de  2008,  foram  operadas  diversas  modificações  legislativas  no 
campo das fronteiras e imigração. 
Na sequência da publicação da Lei n.º 23/2007, de 4 de Julho, e do novo regime que 
implementou, foi necessário proceder à sua regulamentação. Foram assim definidos e 
aprovados o modelo de declaração de entrada de estrangeiros, o modelo de título de 
viagem para os cidadãos estrangeiros residentes no País na qualidade de refugiados, o 
modelo do documento de viagem a emitir para cidadão nacional de Estado terceiro que 
seja objecto de medida de expulsão e não disponha de documento de viagem, o modelo 
de salvo‐ conduto, dos boletins de alojamento e regras de comunicação electrónica em 
condições de segurança, e o modelo uniforme de título de residência para os nacionais 
de países terceiros. 
Foi publicada a portaria respeitante à criação do novo cartão de cidadão estrangeiro – o 
título de residência electrónico, com dispositivos de maior segurança documental. 
Merece  proeminência  nesta  matéria  a  criação  do  Observatório  do  Tráfico  de  Seres 
Humanos, pelo Decreto‐ Lei n.º 229/2008, de 27 de Novembro, incumbido da missão de 
recolha,  tratamento  e  difusão  de  informação  e  de  conhecimento  respeitante  ao 
fenómeno do tráfico de pessoas e outras formas de violência de género. O Observatório 
procederá à produção e recolha de informação respeitante ao fenómeno do tráfico de 
pessoas e outras formas de violência e de género, à promoção e ao desenvolvimento de 
aplicações informáticas que sirvam de suporte da recolha e tratamento da informação, 
de forma a dar apoio a decisões políticas nas matérias da sua intervenção. 
Foram  ainda  aprovadas  as  portarias  necessárias  à  correcta  execução  dos  Fundos:  a 
Portaria n.º 78/2008, de 25 de Janeiro, que aprova o regulamento do financiamento 
pelo Fundo Europeu para os Refugiados; a Portaria n.º 79/2008, de 25 de Janeiro, que 
aprova o regulamento do Financiamento pelo Fundo para as Fronteiras Externas; e a 
Portaria n.º 98/2008, de 31 de Janeiro, que aprova o Regulamento do Financiamento 
pelo Fundo Europeu de Regresso. 

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Protecção civil e socorro No âmbito do sistema de protecção civil e socorro, tem vindo a ser construído todo um 
quadro legislativo ao longo dos últimos três anos. Assim, em 2008, deu‐ se sequência ao 
processo  de  regulamentação  do  sector  dos  bombeiros  e  à  operacionalização  de 
procedimentos no sector da protecção civil.   
Entre os três programas de apoio financeiro e logístico, definidos no regime jurídico das 
associações humanitárias de bombeiros, a Portaria n.º 104/2008, de 5 de Fevereiro, veio 
definir  o  Programa  Permanente  de  Cooperação,  que  se  destina  a  apoiar,  de  modo 
regular  e  permanente,  o  desenvolvimento  das  missões  dos  corpos  de  bombeiros 
situadas no universo do Ministério da Administração Interna. 
Como marco importante na superintendência da actividade dos bombeiros, o Decreto‐
Lei  n.º  49/2008,  de  14  de  Março,  veio  regular  a  criação  e  a  manutenção  do 
Recenseamento  Nacional  dos  Bombeiros  Portugueses  que  incorpora  a  informação 
relevante que respeita ao registo de bombeiros pertencentes aos quadros de comando, 
activo, reserva e honra. Criou‐ se, deste modo, um suporte aplicacional e uma base de 
dados  central  que  permite  integrar  os  elementos  de  informação  relativos  aos 
bombeiros, necessários para a gestão dos efectivos dos quadros de comando, activo, de 
reserva e de honra, gestão da actividade operacional e formativa dos bombeiros, entre 
outras funções. 
Em seguida, o Decreto‐ Lei n.º 56/2008, de 26 de Março, veio definir que as regras e 
normas para o funcionamento da Comissão Nacional da Protecção Civil, enquanto órgão 
de coordenação em matéria de protecção civil, são definidas por portaria do membro do 
Governo  responsável  pela  área  da  protecção  civil.  A  respectiva  regulamentação  é 
definida na Portaria n.º 302/2008, de 18 de Abril.  
No  que  diz  respeito  aos  meios  aéreos,  a  Resolução  de  Conselho  de  Ministros  n.º 
107/2008, de 19 de Junho, veio autorizar a realização de despesa com a aquisição de 
serviços à EMA — Empresa de Meios Aéreos, S. A., no montante global de € 19 milhões. 
Assim, assegura‐ se a disponibilidade permanente de meios aéreos próprios destinados à 
prossecução  de  missões  de  elevado  interesse  público  atribuídas  ao  Ministério  da 
Administração Interna, designadamente a prevenção e o combate a incêndios florestais, 
a vigilância de fronteiras, a recuperação de sinistrados, a segurança rodoviária e o apoio 
às Forças e Serviços de segurança, de protecção e socorro. 
Com a publicação do Decreto‐ Lei n.º 112/2008, de 1 de Julho, aprovou‐ se a criação de 
um  regime  que  permite  adoptar  medidas  de  assistência  a  pessoas  atingidas  por 
catástrofes ou calamidades. Através deste diploma é autorizada a abertura, no Instituto 

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de  Gestão  da  Tesouraria  e  do  Crédito  Público,  I.  P.,  de  uma  conta  de  emergência, 
titulada pela Autoridade Nacional de Protecção Civil, que só pode ser accionada, para 
fazer  frente  a  situações  de  catástrofe  ou  calamidade,  por  despacho  conjunto  dos 
membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da administração interna. 
Por fim, o Decreto‐ Lei n.º 220/2008, de 12 de Novembro, veio definir o regime jurídico 
de segurança contra incêndios em edifícios. Com este diploma procurou‐ se adequar a 
legislação e regulamentação existente ao estádio actual de desenvolvimento nesta área 
e foi possível reunir num único documento toda a legislação que se encontrava dispersa 
por um número excessivo de diplomas avulsos.  
Ainda em 2008 foi publicada a Portaria n.º 1532/2008, de 29 de Dezembro, que veio 
aprovar o Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndio em Edifícios (SCIE).   
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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3 - Cooperação internacional A cooperação da União Europeia no Espaço de Liberdade, Segurança e Justiça A  prevenção  e  a  luta  contra  o  terrorismo  mantiveram‐ se  como  uma  das  grandes 
prioridades do trabalho da União Europeia no âmbito da cooperação em matéria de 
Justiça  e  Assuntos  Internos  (JAI),  com  particular  ênfase  nas  áreas  da  segurança  de 
explosivos,  precursores  e  detonadores,  bem  como  nas  questões  relacionadas  com  o 
financiamento do terrorismo e a luta contra a radicalização e o recrutamento. Foram 
concluídas  as  negociações  para  rever  a  Decisão‐ Quadro  relativa  à  luta  contra  o 
terrorismo  que  agora  contempla  também  fenómenos  como  o  incitamento,  o 
recrutamento e o treino para o terrorismo.  
De  salientar  igualmente  em  matéria  de  cooperação  policial  os  trabalhos  relativos  á 
definição da arquitectura de segurança interna, em que se reconhece a necessidade de 
se  aprovarem  medidas  tendo  em  vista  melhorar  a  coordenação  horizontal  e 
operacional, começando pela criminalidade organizada, e visando criar um quadro de 
referência  para  a  segurança  interna  da  União  Europeia  baseado  em  quatro  etapas: 
avaliação global da ameaça, definição de prioridades estratégicas de segurança interna, 
aplicação das prioridades e avaliação de todo o processo.  
Também o desenvolvimento do princípio da convergência, que visa a aproximação dos 
serviços  operacionais  dos  Estados‐ membros,  com  base  nos  princípios  do 
reconhecimento mútuo e da disponibilidade de informação, foi um elemento essencial 
no  quadro  da  cooperação  policial  e  deverá  ser  integrado  nos  trabalhos  do  futuro 
Programa Plurianual em matéria de Cooperação Justiça e Assuntos Internos. 
Igualmente em discussão esteve a troca de informações e a adopção de uma estratégia 
integrada  de  troca  de  informações  no  quadro  da  União  Europeia,  que  conjugue  as 
necessidades  concretas  das  forças  policiais  com  as  possibilidades  que  as  novas 
tecnologias de informação e de comunicação oferecem, permitindo às forças policiais 
melhorar a sua eficiência e optimizar os seus recursos humanos. 
A necessidade de criação de um sistema integrado de gestão de fronteiras na União 
Europeia,  enquanto  instrumento  essencial  para  o  reforço  da  segurança  interna  e 
também  de  facilitação  da  passagem  nas  fronteiras  para  os  cidadãos  que  pretendam 
entrar no território da União por motivos legítimos, levou à adopção de conclusões pelo 
Conselho que visam o reforço da Frontex, a avaliação de viabilidade de criação de um 
sistema de registo automático de entradas e saídas, um sistema de passageiro registado 

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e um sistema electrónico de autorização de viagem e o desenvolvimento do Sistema 
Europeu de Vigilância das Fronteiras (EUROSUR). 
A cooperação Schengen registou  em 2008 mais um alargamento, com a entrada em 
vigor, em 1 de Março, do acordo de 2004 de associação da Suíça à execução e aplicação 
do acervo de Schengen e a posterior decisão de suprimir os controlos nas fronteiras 
internas terrestres a partir de 12 de Dezembro e nas fronteiras aéreas a partir de 29 de 
Março de 2009. Ainda em 2008 registou‐ se a assinatura dos Protocolos de adesão do 
Liechtenstein ao espaço Schengen. 
No  domínio  da  imigração  e  asilo,  o  ano  de  2008  foi  marcado  pela  negociação  e 
conclusão, em Outubro, do “Pacto Europeu sobre a Imigração e o Asilo”. Esta iniciativa 
emblemática da Presidência francesa foi apresentada logo no início do ano e foi objecto 
de  demoradas  negociações  que  se  encetaram  ainda  sob  Presidência  eslovena.  O 
compromisso político final veio definir orientações comuns para a política migratória, 
que enquadrarão o futuro da agenda europeia. Ainda no capítulo das migrações, de 
registar os avanços na negociação das propostas legislativas da Comissão na área da 
migração legal (directivas “altamente qualificados” e “autorização única de residência e 
trabalho e quadro comum de direitos”), apresentadas ainda sob Presidência portuguesa, 
e a aprovação da directiva sobre procedimentos de “retorno”, instrumento essencial 
para uma política europeia eficaz de luta contra a imigração ilegal.   Grupo do Futuro Foi dada continuidade aos trabalhos iniciados em 2007 pelo Grupo de Alto Nível sobre o 
futuro da política europeia em matéria de assuntos internos, um espaço informal de 
reflexão, de nível ministerial, sobre as prioridades de trabalho da União Europeia para 
os anos 2009‐ 2014. 
A  criação  deste  grupo  de  nível  ministerial  teve  como  base  uma  proposta  da  então 
Presidência  Alemã,  que  considerou  que  a  adopção  de  programas  plurianuais,  com 
definição de prioridades políticas, é um instrumento útil de definição de objectivos e 
propôs a criação de um grupo de trabalho de nível Ministerial, para reflexão sobre o 
futuro da política europeia em matéria de assuntos internos a partir de 2010. O Grupo 
do Futuro foi presidido pelo Vice‐ Presidente da Comissão Europeia e pelo Ministro do 
Interior da Presidência em exercício. Reuniu, a título pessoal, os Ministros do Interior 
dos dois actuais trios de presidências (Alemanha, Portugal e Eslovénia; França, República 
Checa  e  Suécia)  e  um  representante  do  futuro  trio  de  presidências,  isto  é,  Espanha, 
Bélgica e Hungria. Participaram, ainda, um observador de direito consuetudinário (Reino 

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Unido), o Presidente da Comissão LIBE do Parlamento Europeu e um representante do 
Secretariado‐ Geral do Conselho.  
Os trabalhos deste grupo, que se reuniu em 2007 e 2008, deram origem ao relatório 
“Liberdade, Segurança e Justiça: os assuntos internos europeus num mundo aberto”, 
que  reúne  as  ideias  essenciais  e  as  reflexões  a  que  se  procedeu,  versando  sobre 
matérias  diversas  como  a  segurança  interna  e  a  estabilidade  externa,  gestão  das 
migrações,  asilo  e  fronteiras  externas,  utilização  das  novas  tecnologias  e  redes  de 
informação,  desenvolvimento  da  protecção  civil,  e  dimensão  externa  da  política  de 
assuntos  internos.  Este  relatório  foi  apresentado  aos  Estados‐ membros  em  Julho  de 
2008,  ao  Parlamento  Europeu  e  à  Comissão  Europeia,  com  o  propósito  de  lançar  o 
debate  sobre  o  futuro  dos  assuntos  internos,  e  de  servir  como  contributo  para  os 
trabalhos  que  deverão  levar  à  adopção  do  futuro  programa  plurianual  de  trabalho 
relativo ao espaço de liberdade, segurança e justiça, o futuro Programa de Estocolmo.  Terrorismo No ano de 2008, a União Europeia deu continuidade aos trabalhos relativos à luta contra 
o  terrorismo.  Foram  apresentados  os  relatórios  semestrais  sobre  os  progressos 
alcançados no domínio da implementação da Estratégia e do Plano de Acção de luta 
contra o terrorismo, fazendo‐ se um ponto de situação sobre a ratificação dos principais 
instrumentos legislativos ligados ao contra terrorismo. Dos progressos registados cabe 
destacar os trabalhos em matéria de radicalização e recrutamento, o financiamento do 
terrorismo,  a  transformação  da  EUROPOL  numa  agência  da  União  Europeia,  a 
importância do reforço da capacidade de resposta da União Europeia às catástrofes e os 
avanços  em  termos  de  prevenção  e  resposta  aos  riscos  nucleares,  biológicos, 
radiológicos  e  químicos  (NBRQ),  o  projecto  check  the  Web,  a  alteração  da  Decisão‐
Quadro  relativa  à  luta  contra  o  terrorismo,  o  Plano  da  União  Europeia  relativo  à 
melhoria da segurança dos explosivos, o acordo relativo à Directiva sobre a identificação 
de infra‐ estruturas críticas, assim como os trabalhos em matéria de relações externas. 
O  Coordenador  Contra  o  Terrorismo  (CCA),  Gilles  de  Kerchove,  nomeado  em  2007, 
apresentou, ainda, um documento de reflexão sobre as prioridades da Estratégia Anti‐
Terrorista  da  União  Europeia,  no  qual  é  destacada  a  necessidade  de  se  avançar  no 
domínio da luta contra o recrutamento e a radicalização e de atribuir maior atenção à 
Estratégia para os Media. No quadro da cooperação com países terceiros e assistência 
técnica, foi sublinhada a prioridade a atribuir à região do Norte de África/Sahel e ao 
Paquistão. São igualmente abordadas a organização dos trabalhos no seio do Conselho; 
a necessidade de transposição e ratificação dos instrumentos jurídicos comunitários ou 

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internacionais pertinentes e a necessidade de reforçar a luta contra o financiamento do 
terrorismo.  
No seu relatório, o Coordenador mencionou, ainda, os seguintes pontos: a importância 
dos  desenvolvimentos  ao  nível  da  gestão  de  fronteiras  e  da  protecção  das  infra‐
estruturas críticas; a transformação da EUROPOL numa agência da União Europeia; os 
avanços referentes ao Plano de Acção para a melhoria da segurança de explosivos; a 
importância do reforço da capacidade de resposta da União Europeia às catástrofes e os 
avanços  em  termos  de  prevenção  e  resposta  aos  riscos  nucleares,  biológicos, 
radiológicos e químicos (NBRQ).  
Na  sequência  dos  debates  foram  aprovadas  Conclusões  do  Conselho  sobre  a 
prossecução dos trabalhos em matéria de luta antiterrorismo, convidando os Estados‐
membros, a Comissão Europeia e a Europol a desenvolver ou aprofundar uma série de 
acções em curso no domínio da luta contra o terrorismo, nomeadamente, a aplicação do 
Plano de Acção da UE de luta contra a radicalização e o recrutamento para o terrorismo; 
a luta contra a utilização da Internet para fins terroristas; a necessidade de detecção 
precoce de indivíduos suspeitos de terrorismo desde o processo de pedido de visto; a 
implementação  do  Plano  Europeu  de  melhoria  da  segurança  dos  explosivos;  a 
necessidade  de  acelerar  os  procedimentos  nacionais  de  ratificação  e  de  aplicação 
nacional de instrumentos em matéria de luta contra o terrorismo e a necessidade de 
alimentar a EUROPOL e o EUROJUST com informações relativas a inquéritos em matéria 
de terrorismo, em cumprimento da Decisão 2005/671/JAI.  
Quanto a instrumentos adoptados, cabe sublinhar:  - no plano do direito penal substantivo, a adopção da Decisão-Quadro 2008/919/JAI do Conselho, proposta apresentada pela Comissão Europeia em 2007, no âmbito do pacote terrorismo, que visa a alteração do direito penal dos Estados-membros, de modo a criminalizar fenómenos como o incitamento, o recrutamento e o treino para o terrorismo; - a adopção do Plano de Acção da União Europeia para a melhoria da segurança de explosivos; - a revisão da Estratégia de combate ao financiamento do terrorismo, tendo sido seguidas as recomendações do Coordenador Contra o Terrorismo, que tomam em consideração o trabalho da ”Financial Action Task Force” (FATF/GAFI); - a revisão da Estratégia da União Europeia de luta contra a radicalização e o recrutamento e do respectivo Plano de Acção;

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- a adopção de conclusões sobre a criação de uma base de dados de incidentes NBRQ e de Conclusões sobre um mecanismo de detecção precoce da ameaça ligada ao terrorismo e à criminalidade organizada.
Cooperação Policial Arquitectura de segurança interna e princípio da convergência No ano de 2008, foram adoptadas pelo Conselho as conclusões sobre o princípio da 
convergência
1
 e a arquitectura da segurança interna, que deverão constituir a base do 
trabalho  do  Programa  pós‐ Haia  e  visam  promover  a  aproximação  operacional  dos 
serviços  de  aplicação  da  lei  dos  Estados‐ membros,  baseada  no  princípio  do 
reconhecimento mútuo e da disponibilidade de informação. 
Com  base  nestas  conclusões  os  Estados‐ membros  comprometeram‐ se  a  facilitar  a 
cooperação operacional entre serviços de polícia através, nomeadamente: 
‐  da aproximação de serviços por via, por exemplo, da Academia Europeia de Polícia, da 
criação  de  intercâmbios  temporários  de  agentes,  do  desenvolvimento  de  redes  de 
responsáveis  dos  serviços  de  aplicação  da  lei  (ex:  criação  da  rede  dos  serviços 
tecnológicos de polícia) e da aprendizagem de línguas;  
‐  da  harmonização  de  regras  e  práticas  que  passam  pela  promoção  do  reforço  da 
interoperabilidade  de  sistemas  e  equipamentos,  assim  como  a  mutualização  dos 
equipamentos existentes criando manuais e guias de boas práticas;  
‐  da aproximação através do desenvolvimento de acções comuns, como a preparação de 
exercícios conjuntos ou a organização de operações conjuntas, de que é bom exemplo a 
operação TRANSPOL EXPRESS, que teve lugar durante o ano de 2008 e que consistiu na 
realização  de  operações  policiais  de  controlo  simultâneas  que  não  implicaram,  no 
entanto,  a  passagem  de  fronteiras,  nas  principais  linhas  ferroviárias  nacionais  e 
internacionais.  Os  principais  objectivos  desta  operação  foram  a  promoção  da 
cooperação  policial  entre  Estados‐ membros  em  matéria  de  segurança  ferroviária,  o 
estímulo para a aquisição de uma visão global dos fluxos migratórios que passam pela 
rede ferroviária, o combate ao crime nas estações de caminhos‐ de‐ ferro e nos comboios 
e a procura de uma visão da actividade criminosa neste cenário dos caminhos‐ de‐ ferro. 
‐  da  aproximação  das  legislações,  através  da  adopção  de  instrumentos  legislativos 
quando haja uma mais‐ valia para os cidadãos ou a simplificação dos procedimentos de 
                                                            
1 O princípio da convergência tem como base a aproximação dos serviços operacionais dos Estadosmembros, baseada nos princípios do reconhecimento mútuo e da disponibilidade de informação.

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intercâmbio e de cooperação no quadro de investigações de carácter transfronteiriço 
(equipas conjuntas de investigação). 
Os  Estados‐ membros  concordaram,  ainda,  sobre  a  necessidade  de  reforçar  os 
dispositivos existentes, nomeadamente através da definição de objectivos estratégicos e 
operacionais, que permitam avaliar a ameaça que impende sobre os cidadãos, definir as 
prioridades  da  União  Europeia,  definir  o  método  para  realizar  essas  prioridades  e 
avaliar,  regularmente,  as  medidas  tomadas.  Neste  sentido  deverá  ser  melhorado  o 
actual mecanismo de avaliação da ameaça, nele integrando o contributo dos serviços 
judiciários  e  das  agências,  definidos  mais  claramente  os  objectivos  estratégicos  e 
operacionais, desenvolvendo uma lógica de projecto para a realização desses objectivos 
e aceitando que estes possam vir a ser desenvolvidos a nível regional pelos Estados mais 
afectados. 
Reconhecendo  a  necessidade  de  uma  maior  cooperação  entre  os  responsáveis  pelos 
aspectos  internos  e  externos  da  segurança  interna,  o  Conselho  adoptou  ainda 
conclusões  sobre  eventuais  mecanismos  de  Cooperação  entre  as  missões  civis  da 
Politica  Europeia  de  Segurança  e  Defesa  (PESD)  e  a  Europol,  no  que  respeita  ao 
intercâmbio  recíproco  de  informações.  Dando  execução  a  estas  Conclusões  foi 
celebrado um acordo estratégico relativo à troca de informações não pessoais entre o 
Secretariado‐ Geral do Conselho e a Europol sobre trocas de informações no contexto 
das missões civis.  
Em conclusões posteriores, e no que se refere à troca de dados pessoais, o Conselho 
conclui que esta terá que ser feita através das Unidades Nacionais Europol, convidando 
os Estados‐ membros a aplicarem rapidamente este mecanismo, em estreita cooperação 
com a Europol e o Secretariado Geral do Conselho, no que se refere à missão EULEX 
KOSOVO. Este mecanismo de troca de informações deverá ser avaliado em Junho de 
2009, para depois se decidir se deverá ser estendido a outras missões. 
 
EUROPOL (Decisão do Conselho que cria o 
Serviço Europeu de Polícia) 
Em 2008, foi adoptada a Decisão que cria o Serviço Europeu de Polícia, que irá substituir 
a Convenção Europol, a partir de 1 de Janeiro de 2010, e que introduz alterações no 
mandato  e  nas  funções  da  Europol,  incorporando  as  alterações  introduzidas  à 
Convenção  pelos  três  Protocolos,  designadamente,  o  alargamento  do  mandato  e  da 
missão da Europol para cobrir o branqueamento de capitais, a assistência no domínio da 
prevenção da criminalidade, os métodos e técnicas de polícia científica, a possibilidade 

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de participar em equipas de investigação conjuntas ou de solicitar aos Estados‐ membros 
que  efectuem  ou  coordenem  investigações  e  uma  maior  informação  ao  Parlamento 
Europeu.  
Por outro lado, a Decisão prevê o financiamento da Europol a partir do orçamento das 
Comunidades Europeias e a aplicação do Estatuto dos Funcionários da União Europeia, o 
que  reforçará  o  envolvimento  do  Parlamento  Europeu  na  gestão  da  Organização  e 
simplificará os procedimentos de gestão do orçamento e do pessoal da Europol. 
 
Acordo de Prüm  
No  ano  de  2008  foram  aprovadas  e  publicadas  as  Decisões  do  Conselho  (Decisão 
2008/615/JAI do Conselho, de 23 de Junho de 2008, relativa ao aprofundamento da 
cooperação transfronteiras, em particular no domínio da luta contra o terrorismo e a 
criminalidade transfronteiras e Decisão 2008/616/JAI do Conselho, de 23 de Junho de 
2008, referente à execução da Decisão 2008/615/JAI) que integram, no ordenamento 
jurídico da União Europeia, várias disposições do Tratado de Prüm, celebrado em 27 de 
Maio de 2005, com o objectivo de aprofundar a cooperação transfronteiras, sobretudo, 
através da troca de informações, abrangendo domínios como a luta contra o terrorismo 
e a criminalidade transfronteiras.  
A Decisão 2008/615/JAI contém disposições relativas às condições e ao procedimento 
para  a  transferência  automatizada  de  perfis  de  ADN,  de  dados  dactiloscópicos  e  de 
certos  dados  nacionais  do  registo  de  matrícula  de  veículos,  bem  como  disposições 
relativas às condições de transmissão de dados relacionados com eventos importantes 
de  alcance  transfronteiriço,  disposições  relativas  às  condições  de  transmissão  de 
informações  para  a  prevenção  de  atentados  terroristas  e  disposições  relativas  às 
condições  e  ao  procedimento  para  o  aprofundamento  da  cooperação  policial 
transfronteiras.  Por  seu  lado,  a  Decisão  2008/616/JAI  tem  em  vista  a  execução  da 
anterior decisão, estabelecendo as disposições administrativas e técnicas necessárias à 
execução  da  Decisão  2008/615/JAI,  especialmente  no  que  respeita  ao  intercâmbio 
automatizado de dados de ADN, dados dactiloscópicos e dados relativos ao registo de 
veículos. 
A nível interno, foi instruído o processo de ratificação por Portugal do Tratado de Prüm, 
relevante nas matérias que não foram integradas no âmbito da União Europeia, pelas 
decisões antes referidas, ou seja, em matéria de cooperação policial (intervenção de 
agentes  armados  a  bordo  de  aeronaves;  ao  porte  de  armas  de  serviço,  munições  e 

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equipamento daqueles agentes; medidas em caso de perigo iminente e prestação de 
assistência a pedido) e de combate à imigração ilegal.  PNR europeu 
No capítulo referente à proposta de Decisão‐ Quadro relativa à utilização dos dados dos 
Registos de Identificação dos Passageiros (Passenger Name Record – PNR) para efeitos 
de aplicação da lei, as negociações que decorreram no Conselho durante o ano de 2008 
permitiram enunciar os elementos estruturais que poderão caracterizar o futuro sistema 
PNR  europeu.  Os  Governos  dos  Estados‐ membros  reiteraram  o  reconhecimento  da 
importância de um sistema como o proposto, e reconheceram a vantagem da criação de 
um tal sistema ao nível europeu.  
 
Troca de informações 
Reconhecendo  a  importância  crescente  da  troca  de  informações  entre  Estados‐
membros,  em  Maio  de  2008  foi  renovado  o  mandato  do  grupo  ad  hoc  troca 
informações, criado em 2006 mas cujos trabalhos se encontravam suspensos. O actual 
mandato  relativo  à  troca  de  informações  no  III  pilar  consiste  em  acompanhar  a 
implementação  e  a  aplicação  dos  aspectos  técnicos  e  práticos  da  Decisão‐ Quadro 
2006/960/JAI  do  Conselho  relativa  à  simplificação  do  intercâmbio  de  dados  e 
informações entre as autoridades de aplicação da lei dos Estados‐ membros da União, 
assim  como  a  implementação  técnica  das  Decisões  Prüm  (Decisão  2008/615/JAI  e 
Decisão 2008/616/JAI). Em concreto, durante o ano de 2008, o grupo ad hoc debruçou‐
se  sobre,  entre  outros  aspectos,  a  elaboração  de  um  manual  de  implementação  da 
Decisão‐ Quadro  2006/960/JAI;  procedeu  à  análise  de  dois  road  test  referentes  à 
aplicação do mesmo instrumento; prosseguiu as discussões relativas à construção de 
um protótipo baseado no formato universal de mensagens (UMF) e, debateu as formas 
de transmissão técnica de formulários.  
Foi  realçada  a  necessidade  de  a  União  Europeia  se  dotar  de  uma  estratégia  de 
informação no âmbito do Espaço de Liberdade, Segurança e Justiça, a qual tenha em 
conta  as  reais  necessidades  em  matéria  de  tecnologias  de  informação  das  forças 
policiais e de segurança, devendo esse trabalho ser desenvolvido de forma planificada, 
com objectivos concretos e com um calendário realista. 

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Rede Europeia dos Serviços Tecnológicos de 
Polícia 
Em  2008,  foi  constituída  a  Rede  Europeia  dos  Serviços  Tecnológicos  de  Polícia,  cujo 
objectivo é o de promover uma melhor divulgação e troca de experiências entre serviços 
competentes  dos  Estados‐ membros  encarregues  da  investigação  e  da  promoção  de 
novas tecnologias em matéria de segurança quando estas possam servir à protecção de 
pessoas  e  de  bens  e  serem  adaptadas  às  necessidades  operacionais.  A  rede  poderá 
igualmente servir para os Estados‐ membros tentarem encontrar uma definição comum 
das  necessidades  funcionais  no  domínio  das  tecnologias,  necessidades  essas,  muitas 
vezes idênticas entre os Estados‐ membros, que possam servir de base para os trabalhos 
a ser desenvolvidos no futuro, quer pelo sector privado, quer por fora, como o ESRIF. 
 
Rede Atlas 
Em 2008, foi formalmente adoptada a Decisão 2008/617/JAI, de 23 de Junho, relativa à 
melhoria da cooperação entre unidades especiais de intervenção dos Estados‐ membros 
em  situações  de  crise,  que  veio  institucionalizar  os  trabalhos  da  denominada  Rede 
ATLAS. Esta Decisão entrou em vigor a 23 de Dezembro de 2008. 
 
Rede de Pontos de Contacto Anti­ corrupção 
Foi adoptada em 2008 a Decisão 2008/852/JAI do Conselho relativa à criação de uma 
rede  de  pontos  de  contacto  anti‐ corrupção,  que  visa  melhorar  a  cooperação  entre 
autoridades e serviços responsáveis pela prevenção e combate à corrupção na Europa. A 
rede  é  composta  pelas  autoridades  e  serviços  dos  Estados‐ membros  encarregues  da 
prevenção  e  do  combate  à  corrupção  e  será  uma  instância  para  o  intercâmbio  de 
informação em toda a União Europeia sobre as medidas efectivas e a experiência obtida 
na prevenção e no combate à corrupção, visando facilitar a criação e a manutenção 
activa de contactos entre os seus membros. 
Armas e munições 
No  ano  de  2008  foi  aprovada  e  publicada  a  Directiva  2008/51/CE  do  Parlamento 
Europeu  e  do  Conselho,  que  altera  a  Directiva  91/477/CEE  do  Conselho  relativa  ao 
controlo  da  aquisição  e  da  detenção  de  armas.  Esta  Directiva  precisa  as  noções  de 
fabrico e de tráfico ilícitos de armas de fogo, das suas partes e de munições, bem como 

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a noção de localização e estabelece uma obrigação de marcação das armas aquando do 
seu fabrico e da transferência dos depósitos do Estado com vista a uma utilização civil 
permanente. 
 
Schengen SIS II (Sistema de Informação Schengen de 
segunda geração) 
A  realização  do  SIS  II  (Sistema  de  Informação  Schengen  de  segunda  geração)  visa 
corresponder às necessidades de actualização tecnológica, de integração de um maior 
número de países aderentes, e de permitir a utilização de novas funcionalidades.  
Inicialmente previsto para 2007, e depois para Setembro de 2008, a sua complexidade 
técnica  tem  vindo  a  ditar  atrasos  aos  calendários  previstos.  Assim,  em  2008,  foi 
adoptado um novo calendário que prevê que o sistema possa estar em funcionamento 
em  Setembro  de  2009.  Não  obstante,  também  o  cumprimento  deste  mais  recente 
calendário  poderá  estar  comprometido,  dados  os  problemas  de  ordem  técnica 
entretanto ocorridos.  
 
Protecção Civil No domínio da protecção civil, 2008 testemunhou uma aposta no reforço das estruturas 
de  cooperação  civil  europeias,  enquanto  expressão  prática  da  solidariedade  entre 
Estados‐ membros.  Foi,  igualmente,  adoptado  um  relatório  sobre  o  reforço  da 
capacidade da União Europeia de prevenção e de resposta em situações de crise, que 
inclui  um  Roadmap  anexo  com  o  roteiro  dos  trabalhos  futuros  a  desenvolver  nesta 
matéria. 
Dos progressos alcançados cumpre referir, igualmente, a adopção da Directiva relativa à 
protecção  das  infra‐ estruturas  críticas  europeias  e  à  avaliação  da  necessidade  de 
melhorar a sua protecção. A danificação ou perda de uma infra‐ estrutura crítica
2
 num 
Estado‐ membro  pode  ter  consequências  negativas  em  vários  outros.  Devido  a  essa 
dimensão  transfronteiriça,  tornou‐ se  necessária  uma  abordagem  integrada  a  nível 
europeu que completasse e reforçasse os programas nacionais de protecção das infra‐
                                                            
2 Definidas como elementos, sistemas ou parte de elementos ou sistemas localizados no território dos Estados-membros da União Europeia que constituem funções vitais para a sociedade, a saúde, a segurança e o bem-estar económico ou social da população e cuja perturbação ou destruição teria um impacto significativo em pelo menos dois Estados-membros da União Europeia.

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estruturas críticas já existentes nos Estados‐ membros. A directiva vem dar resposta a 
esta necessidade e concentra‐ se nos sectores da energia e dos transportes. 
No que respeita à assistência mútua europeia, o Conselho JAI adoptou conclusões sobre 
“O  reforço  das  capacidades  de  protecção  civil  graças  a  um  sistema  europeu  de 
assistência mútua baseado na abordagem modular da protecção civil” que visam:  
‐  A execução dos módulos de protecção civil, através da identificação, por parte dos 
Estados‐ membros,  dos  módulos  e  outras  capacidades  disponíveis,  numa  base 
voluntária, e de acordo com o princípio da subsidiariedade;  
‐  O  desenvolvimento,  por  parte  da  Comissão  Europeia,  de  acções  que  promovam  o 
treino, a troca de boas práticas e a interoperabilidade de equipamentos e de sistemas 
de  comunicações,  com  vista  à  optimização  do  tempo  de  prontidão  dos  módulos 
comunitários; 
‐  O reforço do MIC (Centro de Informação e Vigilância do Mecanismo Comunitário de 
Protecção Civil) com vista a promover um mais adequado apoio técnico aos Estados‐
membros  na  identificação  e  registo  dos  módulos  de  protecção  civil  e  em  acções  de 
formação  específicas,  assim  como  na  identificação  geo‐ referenciada  dos  módulos 
nacionais disponíveis e no estudo de cenários de risco que possibilitem o levantamento 
de necessidades na área da prevenção, preparação e resposta. 
 
Imigração Pacto Europeu sobre a Imigração e o Asilo 
O ano de 2008 foi dominado pela negociação e conclusão do “Pacto Europeu sobre a 
Imigração  e  o  Asilo”,  documento  de  natureza  política  que  contém  um  conjunto  de 
orientações para as políticas migratórias dos Estados‐ membros e da União e traduz a 
vontade dos Chefes de Estado e de Governo prosseguirem uma política comum, que 
transcende  as  clivagens  e  está  imbuída  de  um  espírito  de  solidariedade  entre  os 
Estados‐ membros e de cooperação com os países terceiros.  
De acordo com o Pacto, doravante a União Europeia irá encarar a migração à luz de 
cinco pilares fundamentais:  
i) Organizar a imigração legal, tendo em consideração as necessidades e capacidades de 
acolhimento de cada Estados‐ membros e favorecer a integração;  
ii) Lutar contra a imigração ilegal, em especial assegurando um retorno efectivo dos 
imigrantes em situação ilegal;  

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iii) Melhorar a eficácia do controlo de fronteiras;  
iv) Construir uma Europa do Asilo; e  
v)  Construir  uma  parceria  com  países  de  origem  e  de  trânsito  ao  serviço  do  seu 
desenvolvimento.   Migração Ilegal 
Em  paralelo  com  medidas  operacionais  de  controlo  fronteiriço,  prosseguiram  os 
esforços com vista à adopção de legislação de combate à imigração ilegal, sendo de 
salientar a aprovação da “Directiva sobre normas e procedimentos comuns nos Estados‐
membros para o regresso de nacionais de países terceiros em situação irregular”, que 
institui regras comuns para a política de retorno, com mecanismos de garantia e de 
protecção de direitos. 
Registaram‐ se,  igualmente,  progressos  nas  negociações  da  Directiva  que  sanciona  os 
empregadores de imigrantes em situação ilegal, cuja finalidade é reduzir os factores de 
atracção  da  mão‐ de‐ obra  ilegal  para  o  espaço  europeu.  As  sanções  actualmente  em 
discussão são amplas, incluindo a criminalização dos comportamentos mais gravosos.  Fronteiras Externas Gestão integrada das fronteiras externas dos 
Estados­ membros da União Europeia  
A criação de um sistema integrado de gestão de fronteiras na União Europeia, 
enquanto instrumento essencial para reforço da segurança interna e também de 
facilitação da passagem nas fronteiras para os cidadãos que pretendam entrar no 
território da União por motivos legítimos do espaço europeu, teve um impulso 
importante em 2008.  
Assim, com base na apresentação pela Comissão Europeia de um pacote de três 
Comunicações  sobre  esta  matéria  –  o  “Relatório  sobre  a  avaliação  e  o 
desenvolvimento futuro da Agência Frontex”, a “Análise da criação de um Sistema 
Europeu de Vigilância das Fronteiras (Eurosur)” e “Preparar as próximas etapas da 
Gestão  das  Fronteiras  na  União  Europeia”  foram  adoptadas  conclusões  pelo 
Conselho que visam o reforço da Frontex, a avaliação de viabilidade de criação de 
um sistema de registo automático de entradas e saídas, um sistema de passageiro 

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registado  e  um  sistema  electrónico  de  autorização  de  viagem  e  o 
desenvolvimento do Sistema Europeu de Vigilância das Fronteiras (EUROSUR). 
No que respeita ao futuro da Agência Frontex, o Conselho recomenda:  
• A curto prazo – a aquisição de equipamento técnico próprio ou a locação 
financeira  de  equipamento  pela  Frontex;  a  optimização  do  uso  do 
equipamento  disponibilizado  pelos  Estados‐ membros  ao  abrigo  do 
inventário  CRATE;  a  elaboração  de  análises  de  risco  e  de  estudos  de 
viabilidade, e o reforço da cooperação da Frontex com outras organizações 
(vg  Europol);  a  possibilidade  de  criar  ramos  especializados  no  seio  da 
Agência  (para  uma  melhor  coordenação  operacional  das  operações 
conjuntas); a promoção da cooperação operacional (e de outras formas de 
cooperação)  com  países  terceiros  na  gestão  das  fronteiras;  e  a  análise 
sobre cursos de formação especializada para os Estados‐ membros e países 
terceiros  em  matéria  de  normas  sobre  asilo,  direito  do  mar  e  direitos 
fundamentais; 
• No  longo  prazo  –  pretende‐ se  um  reforço  generalizado  da  capacidade 
operacional  da  Agência  (incluindo  a  cooperação  operacional  e  outras 
formas de cooperação com país terceiros), e solicita‐ se à Comissão que, 
para o efeito, explore as possibilidades de alargamento do mandato da 
Frontex.  
Quanto ao desafio da gestão das fronteiras externas da União Europeia, e atentas 
as propostas da Comissão atinentes à criação de três novos sistemas ‐  um sistema 
de registo automático de entradas e saídas, um sistema de passageiro registado, e 
um  sistema  electrónico  de  autorização  de  viagem ‐,  o  texto  de  conclusões  do 
Conselho: 
• Reconhece  a  necessidade  de  fortalecer  a  capacidade  de  resposta  dos 
Estados‐ membros face às ameaças, presentes e futuras, fazendo uso das 
tecnologias disponíveis e das relações existentes com os países terceiros 
vizinhos;  
• Convida  a  Comissão  a  desenvolver  projectos‐ piloto  para  avaliar  a 
viabilidade  e  a  interoperabilidade  dos  sistemas  apresentados  na  sua 
Comunicação;  
• Solicita  à  Comissão,  se  considerada  relevante,  a  apresentação  de 
propostas, em 2010, para a criação dos sistemas de registo de entradas e 
saídas e de passageiro registado, bem como, uma avaliação de impacto 

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destes  sistemas,  sem  prejuízo  das  necessárias  sinergias  e  da 
interoperabilidade a garantir com os sistemas europeus já existentes (vg 
SIS II, VIS);  
• Convida  a  Comissão  a  apresentar  os  resultados  do  seu  estudo  sobre  a 
viabilidade  e  o  valor  acrescentado  de  um  sistema  electrónico  de 
autorização de viagem no primeiro semestre de 2009. 
Relativamente ao futuro Sistema Europeu de Vigilância das Fronteiras (EUROSUR), 
o projecto de conclusões: 
• Sublinha  o  início  dos  trabalhos  da  Comissão  para  a  elaboração  de 
directrizes  sobre  as  tarefas  e  a  cooperação  entre  os  centros  de 
coordenação nacionais responsáveis pelo controlo das fronteiras externas 
e a Frontex; 
• Encoraja  a  Comissão  a  lançar,  o  mais  rapidamente  possível,  um  estudo 
sobre  as  componentes‐ chave  deste  sistema,  a  proceder  a  uma  análise 
sobre a aplicação comum dos instrumentos de vigilância e a uma avaliação 
sobre  as  infra‐ estruturas  de  vigilância  existentes  em  países  terceiros 
relevantes. 
 
FRONTEX (Agência Europeia de Gestão da 
Cooperação Operacional nas Fronteiras 
Externas dos Estados­ membros da União 
Europeia) 
Sob a coordenação da Agência Frontex (que tem por missão coordenar a cooperação 
operacional entre os Estados‐ membros no domínio da gestão das fronteiras externas), 
no decurso de 2008, Portugal participou activamente em diversas operações conjuntas, 
(aéreas, marítimas e terrestres), num total de 18 operações, envolvendo a colaboração 
do  Serviço  de  Estrangeiros  e  Fronteiras  (SEF/MAI),  da  Guarda  Nacional  Republicana 
(GNR/MAI) e da Marinha/MDN.  
No âmbito do reforço do controlo da fronteira marítima: 
‐  Operação  HERA  –  O  principal  objectivo  da  operação  foi  o  de  coordenar  a 
cooperação operacional no domínio da gestão das fronteiras externas da União 
Europeia,  através  da  organização  do  patrulhamento  e  da  vigilância  da  costa 
africana  nas  águas  territoriais  da  Mauritânia,  Senegal  e  Cabo  Verde,  para  a 
prevenção e dissuasão de fluxos de imigração ilegal provenientes do Norte de 

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África com destino a Espanha, mais concretamente às Ilhas Canárias. Portugal 
participou com vinte e dois peritos do SEF/MAI. A operação HERA decorreu de 5 
de Fevereiro a 15 de Dezembro de 2008 e foi, ainda, prolongada de 6 de Janeiro 
a 15 de Março 2009.  
‐  Operação  MINERVA  –  Esta  operação  teve  por  objectivo  geral  o  reforço  do 
controlo  dos  postos  de  fronteira  marítima  do  Sul  de  Espanha  com  ligações 
regulares  aos  portos  marroquinos.  Especificamente,  visou  a  detecção  de 
documentos falsos e falsificados, assim como a detecção de imigrantes ilegais no 
interior  de  veículos  e  contentores,  provenientes  de  Marrocos.  Portugal 
participou com dois elementos do SEF e com equipas cinotécnicas da GNR. A 
operação decorreu de 11 de Agosto a 12 de Setembro de 2008.   
‐  Operação NAUTILUS ‐  Visou a prevenção e a detecção dos fluxos de imigração 
ilegal  com  destino  a  Malta  e  a  Itália  (Lampedusa),  através  do  reforço  de 
patrulhamento e vigilância da costa africana entre a Líbia e aquelas duas ilhas. 
Portugal  esteve  envolvido  nesta  operação  com  um  total  de  12  elementos  do 
SEF/MAI. Decorreram em quatro fases: a 1.ª de 20 de Maio a 6 de Junho; a 2.ª de 
5 a 30 de Junho; a 3.ª de 1 a 20 de Setembro; e a 4.ª 19 de Setembro a 15 de 
Outubro. 
‐  Operação  POSEIDON  –  Incidiu  na  região  do  Mediterrâneo  Oriental,  em 
particular,  nas  fronteiras  marítimas  e  terrestres  entre  a  Grécia,  a  Bulgária,  a 
Turquia e a Albânia. Portugal enviou peritos do MAI (SEF e GNR). A operação 
decorreu em três fases, a 1.ª de 5 a 30 de Maio; a 2.ª de 23 de Junho a 23 de 
Julho; e a 3.ª de 23 de Agosto a 21 de Setembro de 2008.  
‐  Operação EUXINE – Operação conjunta realizada na região do Mar Negro, no 
âmbito da European Patrol Network (EPN), com o objectivo de apoiar a Roménia, 
enquanto  novo  Estado‐ membro  da  União  Europeia.  Portugal  esteve  envolvido 
com  um  total  de  2  elementos  do  SEF/MAI.  A  operação  decorreu  de  30  de 
Setembro a 1 de Novembro de 2008. 
‐  Operação INDALO – Visou reforçar o controlo das fronteiras marítimas do sul da 
Europa,  na  área  do  Mediterrâneo  Central,  referenciando  a  imigração  ilegal 
oriunda  por  via  marítima  do  norte  de  África  com  destino  ao  sul  de  Espanha. 
Portugal  participou  com  um  helicóptero  de  vigilância  marítima  do  SEF/MAI  e 
duas embarcações da GNR/MAI. Esta operação decorreu de 24 de Outubro a 14 
de Novembro de 2008. 
 

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No âmbito do reforço do controlo da fronteira terrestre: 
‐  Operação DRIVE IN II – A operação teve por objectivo reforçar o controlo ao 
longo da fronteira terrestre e dos postos de passagem autorizada, ao longo da 
fronteira entre a Eslovénia e a Croácia. Portugal participou com dois elementos 
do SEF/MAI. A fase operacional decorreu de 25 de Agosto a 5 de Setembro de 
2008.   
‐  Operação HERAKLES II – A operação teve início em Abril de 2008 nas fronteiras 
terrestres entre a Sérvia e a Hungria e visou a detecção e a prevenção de fluxos 
de imigração ilegal com destino à União Europeia, através da utilização desta 
rota. Esta operação envolveu dois elementos do SEF/MAI e decorreu em duas 
fases: a 1.ª de 14 a 30 de Abril e a 2.ª de 15 de Setembro a 1 de Outubro de 
2008.   
‐  Operação GORDIUS II – A operação teve por objectivo a prevenção dos fluxos 
de imigração ilegal com origem na Moldávia e na Ucrânia, mediante o reforço do 
controlo  ao  longo  da  fronteira  terrestre  e  ao  longo  dos  postos  de  passagem 
autorizada. Portugal participou com dois peritos do MAI (SEF e GNR). A operação 
decorreu em duas fases: a primeira de 15 a 28 de Abril e a segunda de 26 de 
Agosto a 8 de Setembro de 2008.  
‐  Operação ARIADNE – Realizada devido à forte pressão migratória nas fronteiras 
terrestres  entre  a  Polónia  e  a  Ucrânia.  Portugal  destacou  um  elemento  do 
SEF/MAI para acompanhar a fase operacional, que teve lugar de 5 a 16 de Maio 
de 2008.  
‐  Operação  LYNX  –  Visou  a  prevenção  dos  fluxos  de  migração  com  destino  à 
União  Europeia  com  origem  ou  trânsito  na  Ucrânia,  através  do  reforço  do 
controlo ao longo da fronteira terrestre e dos postos de passagem autorizada. 
Portugal  participou  com  o  envio  de  dois  peritos  do  SEF/MAI.  Esta  operação 
decorreu de 1 a 28 de Maio.  
‐  Operação ATLAS III – Inserida no projecto‐ piloto Five Borders 2008, a operação 
teve  por  objectivo  a  manutenção  e  o  reforço  da  cooperação  operacional  na 
fronteira externa da União Europeia com a Ucrânia. Portugal esteve envolvido 
com dois elementos do SEF/MAI. A operação teve lugar de 6 a 25 de Outubro de 
2008. 
‐  Operação  EUROCUP  2008  –  Desenvolvida  no  quadro  da  preparação  do 
Campeonato  Europeu  de  Futebol  (Suíça  e  Áustria,  Junho  de  2008),  teve  por 
objectivo o reforço do controlo de fronteira, com vista a prevenir os fluxos de 

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imigração ilegal. A operação contou com a participação de dois peritos do SEF e 
de um perito da GNR. Decorreu de 1 a 30 de Junho de 2008 (de 26 a 31 de Maio 
teve lugar o período de formação). 
No âmbito do reforço do controlo da fronteira aérea: 
‐  Operação ZORBA – Incidiu sobre a imigração ilegal proveniente da região Oeste 
dos Balcãs e dos países vizinhos da rota aérea do Leste (Ucrânia, Bielorrússia, 
Rússia,  Geórgia,  Turquia,  Azerbaijão  e  Arménia).  Portugal  participou  com  3 
elementos do SEF/MAI. Esta operação decorreu de 7 a 27 de Maio de 2008.  
‐  Operação  ZARATHUSTRA  –  Desenvolvida  no  quadro  da  imigração  ilegal 
proveniente  do  Médio  Oriente,  teve  por  objectivo  prevenir  os  fluxos  de 
imigração  ilegal  através  das  fronteiras  aéreas  dos  Estados‐ membros,  em 
particular para a utilização de documentos fraudulentos de nacionais oriundos 
do  Afeganistão  e  do  Iraque.  A  operação  envolveu  2  elementos  do  SEF/MAI  e 
decorreu de 26 de Março a 15 de Abril de 2008.  
‐  Operação LONG STOP II – Esta operação abrangeu a região específica da Ásia do 
Sul e teve por objectivo primordial detectar situações de fraude documental e 
fluxos de imigração ilegal, provenientes do sub‐ continente Indiano. A operação 
envolveu 3 peritos do SEF/MAI e decorreu de 3 a 17 de Março de 2008. 
‐  Operação  SILENCE  –  A  operação  teve  por  alvo  os  fluxos  de  imigração  ilegal 
provenientes da zona do Corno de África (Somália, Etiópia, Eritreia e Quénia). 
Portugal esteve representado por dois peritos do SEF/MAI. A operação decorreu 
de 12 a 26 de Junho de 2008.   
‐  Operação  HAMMER  –  Iniciada  em  Setembro  de  2008,  com  o  objectivo  de 
introduzir  um  novo  modelo  de  operações  conjuntas  nos  postos  de  fronteira 
aéreos. Portugal participou na 1ª e na 2.ª fase operacional (24 de Setembro a 7 
de Outubro e 22 de Outubro a 4 de Novembro) com o envolvimento de quatro 
peritos do SEF/MAI; e na 3.ª fase (19 de Novembro a 2 de Dezembro de 2008) 
com o envio de cinco peritos do SEF/MAI.   
 
Rede de Patrulhas Europeias (European Patrol 
Network) 
A Rede de Patrulhas Europeias é um projecto da Frontex que visa melhorar o controlo e 
a vigilância das fronteiras marítimas, através de uma optimização da gestão dos recursos 

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(meios  aéreos,  marítimos,  radares,  entre  outros)  dos  vários  Estados‐ membros 
envolvidos.  
A primeira fase de aplicação do projecto decorreu no ano de 2008, com a participação 
de oito Estados‐ membros (Portugal, Espanha, França, Itália, Eslovénia, Grécia, Chipre e 
Malta),  estando  prevista  a  sua  posterior  ligação  a  todos  os  países  europeus  com 
fronteiras marítimas.    

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CONFIDENCIAL  4 - Avaliação global dos resultados Introdução O  objectivo  deste  Capítulo  consiste  numa  apreciação  fundamentada  dos  resultados 
obtidos  com  a  actividade  que  mais  directamente  releva  para  garantir  o  direito 
constitucional  à  liberdade  e  à  segurança,  desenvolvida  pelas  Forças  e  Serviços  de 
segurança  e  pelos  demais  órgãos  que,  integradamente,  compõem  o  Sistema  de 
Segurança Interna (SSI). Não pareceu justificar‐ se, nesta sede, uma apreciação de outros 
elementos respeitantes ao trabalho desenvolvido por essas instituições, decerto úteis 
para uma melhor compreensão integral do seu exercício, mas que merecem análise em 
lugar próprio
3

Em  termos  metodológicos,  procedeu‐ se  a  uma  sistematização  dos  elementos 
disponibilizados  por  essas  entidades,  de  acordo  com  uma  grelha  concebida  pelo 
Gabinete Coordenador de Segurança e distribuída, atempadamente, a cada uma delas. 
Tanto  quanto  é  possível  afirmar‐ se,  com  o  acervo  disponível,  este  procedimento  foi 
inteiramente  novo  e  deverá  ser  melhorado  e  seguido  para  a  edição  dos  próximos 
Relatórios Anuais de Segurança Interna. 
Dessa grelha constavam os seguintes questionamentos: 
A. Actividades desenvolvidas no âmbito das competências operacionais; 
B. Resultados e consequências decorrentes da actividade operacional; 
C. Relatórios de acções operacionais e de informações Policiais; 
D. Missões Internacionais; 
E. Actividade de formação; 
F. Investimentos; 
G. Recursos Humanos; 
Esta nova metodologia permite pôr em evidência o empenhamento orientado para a 
mobilização  dos  recursos  disponíveis,  quer  humanos,  quer  materiais,  incluindo  os 
recursos  financeiros.  Permite,  também,  perceber  o  significado  e  alcance  desse 
empenhamento,  pelos  resultados  salientados  pelos  Serviços.  Ou  seja,  para  cada  um 
destes, capta‐ se o investimento conceptual e estratégico realizado, o empoderamento 
                                                            
3 Referimo‐ nos,  em  concreto,  ao  sistema  de  gestão  e  avaliação  do  desempenho na Administração 
Pública (SIADAP), o qual concretiza uma concepção integrada dos sistemas de gestão e avaliação, e 
que  pode  ser  traduzida  como  um  ciclo  de  gestão  no  qual,  após  serem  fixados  os  objectivos  de 
desempenho dos programas e actividades, o desempenho efectivo é medido e é objecto de reporte. 
No Ministério da Administração Interna, o SIADAP é gerido pela Direcção‐ Geral de Administração 
Interna, e no Ministério da Justiça pela Direcção‐ Geral de Política da Justiça.

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CONFIDENCIAL  sinalizado, ficando‐ se com um conhecimento acrescido e menos fragmentado do valor 
que  o  conjunto  do  Sistema  de  Segurança  Interna  assume  para  a  prevenção  da 
criminalidade e para a garantia dos direitos dos cidadãos.  
Há que clarificar que uma das mais‐ valias do novo Sistema de Segurança Interna é o de 
permitir,  gradualmente,  transformar  o  paradigma  da  justaposição  de  recursos  num 
paradigma  suportado  pelo  valor  acrescentado  da  sua  matriz  de  sistema  integrado, 
geradora  de  sinergias  necessárias  e  particularmente  oportunas  no  contexto  de  uma 
renovação  procedimental  que  na  Administração  Pública  Portuguesa  a  todos  implica. 
Como  já  foi  referido,  a  natureza  integrada  do  SSI  decorre  de  um  imperativo,  que 
consiste em contrariar o risco de dissociação entre as necessidades e aspirações dos 
cidadãos e a capacidade colectiva de as satisfazer, garantindo os direitos consagrados na 
lei. 
De  resto,  nas  Grandes  Opções  do  Plano  para  a  presente  Legislatura  (2005‐ 2009), 
aprovadas  no  Conselho  de  Ministros  de  14  de  Julho  de  2005,  e  já  posteriormente 
reiteradas  pela  Lei  nº  52/2006,  de  1  de  Setembro,  o  Governo  deixou  claro  esta 
orientação política:  
(...) 
‐  “desenvolver  e  implementar  um  Sistema  Integrado  de  Segurança  Interna  (SISI)  que 
optimize e projecte as capacidades operacionais existentes, de forma planeada, que crie 
uma  coesão  nacional,  em  torno  do  princípio  de  que  a  liberdade  é  indissociável  da 
segurança dos cidadãos; 
‐  reformular o sistema de Forças e Serviços de segurança e os serviços de protecção civil, 
articulando‐ os,  melhorando  a  coordenação  e  a  utilização  de  meios  partilhados  e 
fomentando a participação das autarquias e da sociedade civil; 
‐  projectar  em  Portugal,  de  forma  coordenada  com  os  nossos  parceiros  europeus,  as 
políticas  comuns,  sem  prejuízo  das  nossas  relações  privilegiadas  com  a  Comunidade  de 
Países de Língua Portuguesa”; 
(...) 
O  cumprimento  destes  objectivos  requer  uma  acção,  que  embora  consistente,  se  reparte  por 
vários vectores de intervenção, dos quais se elegem os seguintes: 
‐  “incremento da capacidade coordenadora integrada no âmbito do sistema de segurança e 
realização de projectos de segurança com natureza transversal 
‐  reorganização do dispositivo territorial das forças de segurança e revisão de instrumentos 
orgânicos estruturantes; 
‐  política de renovação dos meios e condições operacionais ao dispor das Forças e Serviços 
de segurança, adequando‐ o às actuais formas de criminalidade e às inovações decorrentes 
da evolução tecnológica”. 
 

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CONFIDENCIAL  Reforçou‐ a, posteriormente, através das opções estratégicas que foi assumindo desde 
2005.  A  esta  filosofia  teria  que  corresponder  uma  metodologia  de  avaliação  global 
diferente das que anteriormente vinham sendo adoptadas. 
Assim,  e  sem  prejuízo  de  um  processo  mais  descritivo  que  se  deve  salvaguardar, 
permitindo que cada força e serviço de segurança, bem como os órgãos que exercem 
funções de segurança, explanem, autonomamente, a sua actividade operacional e os 
seus resultados – cfr. Capítulo 6 do Presente Relatório – cabe identificar os grandes 
eixos  de  apreciação  que  foram  escolhidos  (com  base  nos  sete  grandes  grupos  de 
questionamentos  atrás  mencionados).  Trata‐ se  de  uma  decisão  de  natureza  técnica‐
metodológica do SGSI no âmbito das suas competências de direcção (cfr. Artº 17º da lei 
nº  53/2008,  de  29  de  Agosto),  e  mais  especificamente  decorrente  da  competência 
mencionada  na  alínea  b)  do  Ponto  2  do  Artº  22º  do  mencionado  diploma  e  que  é 
atribuída  ao  Gabinete  Coordenador  de  Segurança.  Os  eixos  identificados  e  as 
respectivas dimensões de análise desta avaliação global constam da Tabela. 
Eixos Dimensões de análise 1 Mobilização dos recursos disponíveis 1.1. Reforço das modalidades operacionais existentes e criação de novas respostas 1.2. Actividade operacional orientada para problemas de criminalidade específicos 1.3. Controlo de segurança nas fronteiras 2 Novos recursos 2.1. Formação 2.2. Instalações 2.3. Equipamentos 3 Cooperação internacional 3.1. Quadro europeu 3.2. Cooperação técnico-policial 4 Resultados Operacionais 4.1. Volume da actividade operacional e indicadores de desempenho  
Em coerência com o que vimos defendendo, sobretudo para efeitos da justificação das 
dimensões  de  análise  seleccionadas,  esta  avaliação  é  precedida  de  uma 
contextualização, necessariamente sucinta, do quadro social de referência para o qual a 
política de segurança interna se dirige e pretende produzir resultados. 

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CONFIDENCIAL   
O sentido das transformações sociais em curso e que relevam para a segurança das populações Na avaliação sobre a segurança interna em Portugal são recorrentes três tipos de erros. 
O primeiro diz respeito em resumir esse exercício de avaliação à análise da variação 
anual do número de ocorrências criminais, fazendo tábua rasa das mudanças sociais, 
endógenas ou induzidas pelo exterior, que podem contribuir para explicar, pelo menos 
parcialmente, essa variação observada. Isto é, dissocia‐ se a criminalidade da realidade 
social  em  que  se  manifesta,  como  se  o  fenómeno  social  da  ilicitude  e,  mais 
genericamente  dos  comportamentos  anti‐ sociais,  relevasse  de  uma  outra  esfera  de 
actuação e de condicionamento que não o da sociedade. 
Um segundo erro, muito associado ao primeiro, prende‐ se com o facto de muitas dessas 
variações  não  serem  enquadradas  no  ciclo  temporalmente  mais  dilatado  em  que  se 
inscrevem, por vezes até em contra‐ ciclo, gerando um clima ansiogénico que alimenta 
medos e receios generalizados, ou pelo contrário levando a tomar por adquirido, mas 
enganadoramente, a resolução de determinados problemas.  
Um  terceiro  erro  consiste  em  não  distinguir,  dentro  da  criminalidade  participada,  as 
ocorrências  que  devem  ser  tomadas  como  indicadores de  eficiência  do  desempenho 
policial, daquelas que são, inequivocamente, indicadores de situações menos positivas, 
ou mesmo  preocupantes, devendo ser estas a merecer a prioridade nas medidas de 
política e nas estratégias do trabalho policial preventivo ou restitutivo da legalidade. 
Estes  três  erros,  oriundos  de  um  mesmo  problema  de  fundo  –  a  ausência  de  um 
conhecimento sustentado sobre a realidade sócio‐ criminal – têm uma só consequência: 
o impedimento da criação de condições para uma reflexão serena, estudada, estratégica 
e,  por  conseguinte,  eficaz  quanto  aos  resultados  obtidos.  Qualquer  variação  anual, 
independentemente da sua intensidade (forte ou fraca) e sentido (positivo ou negativo), 
deve  ser  interpretada  com  a  mesma  atenção  e  merecer  uma  reflexão  de 
enquadramento,  avaliando‐ se,  com  recurso  a  modelos  estatísticos,  e  com  recurso  às 
novas tecnologias, o seu significado. 

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CONFIDENCIAL  Avaliação dos processos de mudança social em Portugal  
Desmistificar o sentimento de insegurança 
Nos  últimos  anos,  porventura  de  modo  mais  evidente  nas  duas  últimas  décadas, 
assistiu‐ se a um aumento crescente das preocupações com a segurança que não pode 
ser escamoteado. 
Estas  preocupações  são  legítimas  porque  são  livremente  expressas  pelos  cidadãos, 
embora  se  possa  considerar  nem  sempre  justificadas  pelas  estatísticas  criminais,  ou 
mesmo pelos acontecimentos (incluindo já, neste grupo, os não reportados às forças de 
segurança  e  aqueles  que  se  incluem  no  grande  grupo  das  incivilidades).  São,  por 
conseguinte, preocupações que alimentam e se alimentam do discurso do medo. Como 
refere  Machado  (2004),  a  “conceptualização  do  medo  do  crime  [é]  um  processo 
interpretativo,  construído  e  sustentado  através  da  adopção  de  um  discurso  que 
magnifica o risco criminal e a vulnerabilidade face a ele”.  
Habitualmente, este argumento tende a ser utilizado para desvalorizar as preocupações 
dos  cidadãos.  Pelo  contrário,  pensamos  que  o  discurso  do  medo  deve  ser  muito 
valorizado,  porque  se  tal  não  ocorrer  fica  prejudicada  a  confiança  que  os  cidadãos 
depositam nas instituições formais de controlo social, maxime, no Sistema de Segurança 
Interna.  
É  exactamente  por  este  motivo  que  em  2008  se  promoveram  estudos  de  âmbito 
nacional  e  à  escala  concelhia  (solicitados  ao  ISCTE,  em  fase  de  conclusão)  com  o 
objectivo  de  avaliar  o  sentimento  de  insegurança  das  populações,  e  se  conheceram 
resultados de outros (OSCOT, 2008) sobre esta mesma questão. Também neste ano de 
2008 foi iniciada uma parceria estratégica entre o Ministério da Administração Interna, 
através da Direcção‐ Geral de Administração Interna, o Ministério da Justiça, através da 
Direcção‐ Geral de Política de Justiça, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), 
e o Instituto Nacional de Estatística (INE), no sentido da tradução, aferição e validação 
para Portugal do primeiro inquérito de vitimação do Eurostat, ao abrigo do Plano de 
Acção 2006‐ 2010 da União Europeia para o desenvolvimento de uma estratégia para a 
medição do crime e da justiça criminal. Esta parceria, liderada em Portugal pelo INE, 
conta com um apoio financeiro do Eurostat num montante superior a 135 mil euros. 
Ainda  neste  âmbito,  o  MAI  tem  acompanhado  e  discutido  com  entidades  públicas  e 
privadas resultados de estudos mais circunscritos mas que incidem sobre esta mesma 
problemática, como o recente estudo realizado pela PremiValor para a ADT. 

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CONFIDENCIAL  Cabe, por conseguinte, sinalizar uma das mais importantes mudanças verificadas em 
Portugal, em clara sintonia com o que se passa em muitos outros países, europeus e não 
europeus, e que consiste na centralidade da insegurança no quotidiano das populações: 
“All the 7.000 plus people who took part in the survey across Europe were asked about their 
perception of anti social behaviour in each of the six countries. When asked about the severity 
of  the  problem  in  each  country,  the  percentage  of  respondents  classifying  it  as  a  big  or 
moderate problem was as follows:”   
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: (ADT, 2008), Anti‐ social Behaviour across Europe. 
Porém, e de acordo com os dados do estudo realizado pela OSCOT (2008)
4
, a percepção 
do  grau  de  segurança  dos  Portugueses  é  maioritariamente  positiva,  sem  prejuízo  de 
existir  uma  percentagem  não  despicienda  de  respondentes  com  uma  opinião  menos 
favorável.  Outras  sondagens  (PremiValor  2008),  realizadas  igualmente  em  2008, 
revelam  valores  idênticos,  até  ligeiramente  mais  favoráveis  (embora  não  totalmente 
comparáveis). 
 
                                                            
4 OSCOT (2008), Relatório Anual de Segurança, Outubro de 2008, Lisboa. O Observatório procedeu a 
dois estudos de opinião, um em Março – mais abrangente – e um segundo em Setembro, incidindo 
sobre as questões relacionadas com as tipologias de crimes já focadas na primeira sondagem.

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CONFIDENCIAL   
– Grau de percepção da segurança no País, em Março e Setembro de 2008 
 
 
 
 
 
 
Fonte: OSCOT, 2008 
Do cruzamento das diferentes fontes e da literatura disponível sobre o sentimento de 
insegurança,  retira‐ se  a  conclusão  de  que  é  importante  manter  uma  monitorização 
desse sentimento, aprofundando o seu conhecimento, e concedendo‐ lhe a importância 
que ele deve ter numa sociedade justa e livre, na qual o medo não pode fazer parte do 
quotidiano dos cidadãos. 
Há, ainda, uma outra ilação muito importante que cabe retirar e se projecta no exercício 
de planeamento estratégico do SSI. Tal consiste em o desenvolver para responder com 
sustentabilidade a uma maior procura de segurança proporcionada pelas entidades que 
o  compõem.  De  resto,  há  uma  promoção  das  instituições  policiais  e  das  suas 
capacidades  de  resposta  que  importa  fazer,  em  abono  da  realidade  e  em 
correspondência com a própria evolução que se tem registado. 
Esta evolução é outra das mudanças que cabe sinalizar e que tem sido muito pouco 
valorizada. Com efeito, vários indicadores disponíveis convergem no sentido de que a 
representação  social  das  forças  de  segurança  se  vem  transformando  positivamente, 
alicerçada  em  índices  de  satisfação  com  o  trabalho  realizado  (ver  Gráfico  na  página 
seguinte).  A  questão  que  permanece  desfavorável  refere‐ se  ao  sentimento  de 
insegurança no uso do espaço público no período nocturno, porventura associada ao 
medo de que algo negativo possa ocorrer mas também às próprias características do 
nosso espaço urbano e da forma como o vivenciamos. 
Muito Seguro 13%
Razoavelmente Seguro 45%
Pouco Seguro 39% NS/NR 3% 1ª sondagem Muito seguro 11% NS/NR
3%
Pouco seguro 43%
Razoavelmente seguro
43% 2ª sondagem

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CONFIDENCIAL  Indicadores de risco e medo do crime e de avaliação do desempenho policial – Portugal: 
evolução de 2000 a 2005  Fonte:   Gráfico apresentado no estudo Metrópoles Seguras (LNEC, 2007), a partir de dados disponíveis 
em EU ICS Report, The  Burden  of  Crime  in  the  EU,  A  Comparative  Analysis  of  the  European 
Survey of Crime and Safety (EU ICS 2005). 
Legenda: 
(1)  Percentagem de pessoas que se sentem inseguras ou muito inseguras nas ruas 
do seu local de residência depois de escurecer; 
(2)   Percentagem de pessoas que consideram ser provável ou muito provável virem 
a ser assaltadas no próximo ano; 
(3)  Percentagem  de  pessoas  que  declararam  terem  sido  vítimas,  uma  ou  mais 
vezes, de um crime no último ano (furto de viatura, furto em viatura, furto de 
motociclo,  furto  de  bicicleta,  assalto  a  residência,  tentativa  de  assalto  a 
residência, roubo, furto de bem pessoal, incidente sexual, tentativa de roubo); 
(4)  Percentagem de pessoas que declararam terem participado à polícia um assalto 
à sua residência; 
(5)   Percentagem  de  pessoas  que  declararam  terem  ficado  satisfeitas  ou  muito 
satisfeitas com a forma como a queixa foi recebida pela polícia; 
(6)   Percentagem  de  pessoas  que  declararam  estarem  satisfeitas  com  o 
policiamento da sua zona de residência; 
Como se pode ler no referido estudo (LNEC, 2007), interpretando o gráfico precedente: 
“Desde  logo,  há  que  sublinhar  uma  primeira  dinâmica  positiva,  que  corresponde  ao  facto  da 
percentagem  das  pessoas  que  consideram  ser  provável  ou  muito  provável  virem  a  ser 
assaltadas no próximo ano (indicador e confiança no sistema) ter deixado de ser maioritária 
(58%  em  2000)  para  passar  a  ser  pouco  superior a 
1
/
3
  (35%),  ligeiramente  acima  da  média 
europeia. Trata‐ se de um recuo de 23% em 5 anos. Depois, observam‐ se duas transformações 
0
20
40
60
80
Sentimento de insegurança
(1)
Risco de ocorrência criminal
(2)
Prevalência da vitimação (3)
Taxa de participação (4)
Satisfação com o trabalho
policial - recepção da queixa
(5)
Satisfação com o trabalho
policial - patrulhamento (6)
2000
2005
Portugal

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CONFIDENCIAL  muito intensas em termos da satisfação manifestada com o trabalho policial, quer em termos 
do recepcionamento das queixas (digamos, do trabalho em secretaria), quer igualmente em 
termos da satisfação com o policiamento na zona de residência. Em ambos os indicadores a 
satisfação passou a ser uma condição maioritária, em linha com os valores dos outros países 
considerados e também com a média europeia. 
Os poliedros de 2000 e 2005 apenas se mantêm semelhantes em relação à taxa de participação 
– tendo esta recuado ligeiramente – e no que respeita ao sentimento de insegurança (que até 
se agravou em 7 pontos percentuais). Portugal permanece, assim, como uma das sociedades 
europeias mais seguras, que regista uma dinâmica de transformação nestes parâmetros sociais 
muito  forte,  e  simultaneamente  uma  das  sociedades  mais  idiossincráticas  no  que  à  relação 
entre crime e sentimento de insegurança respeita. 
Mantendo‐ se  válida  a  linha  argumentativa  que  havíamos  gizado  para  os  dados 
disponibilizados por Kesteren et al. (2000) – sublinhando que os medos e ansiedades em torno 
do crime são em grande medida independentes dos reais riscos de vitimação, significando um 
desfasamento  entre  o  risco  real  de  crime  e  sua  percepção  –  não  é  menos  verdade  que  a 
dinâmica de mudança social em Portugal nos últimos anos, pela sua intensidade e extensão, 
exige que se invista na compreensão de como tem vindo a mudar a relação entre os cidadãos 
portugueses e o crime, e o medo que dele sentem e exprimem”. 
 
 Mudanças sociais estruturais 
As mudanças ocorridas na sociedade portuguesa não se situam apenas no domínio da 
percepção  social  da  insegurança.  Os  desafios  da  mudança  demográfica  e  social,  da 
diversificada ocupação do território e da sua transformação fazem igualmente parte do 
exercício  de  planeamento  estratégico  do  SSI,  também  da  DGAI,  porque  ajudam  a 
compreender que tipos de resposta devem ser prioritários.  
De acordo com Carrilho (2008)
5
, “a dinâmica do crescimento da população residente em 
Portugal, nos primeiros anos do século XXI, caracteriza‐ se pela redução do saldo natural, 
que  se  torna  negativo  em  2007,  provocada,  sobretudo,  pela  queda  dos  nascimentos 
com  vida,  por  saldos  migratórios  positivos  mas  com  tendência  para  baixar  e  pelo 
agravamento  progressivo  do  envelhecimento  demográfico  isto  é,  pelo  aumento  da 
proporção  da  população  idosa  (65  ou  mais  anos)  no  total  da  população.  Em  31  de 
Dezembro  de  2007,  a  população  residente  em  Portugal  foi  estimada  em  10617,6 
milhares  de  indivíduos,  dos  quais  5138,8  homens  e  5478,8  mulheres. 
                                                            
5
   Carrilho, Mª José (2008), A Situação Demográfica Recente em Portugal, Revista de Estudos Demográficos, nº 44, Lisboa, INE: 35-80.
 

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CONFIDENCIAL   
Comparativamente ao ano anterior, a população residente aumentou 18,5 milhares de 
indivíduos, ou seja 0,17%, confirmando‐ se a desaceleração do ritmo iniciada em 2003”. 
Os dados de estrutura social, como este, não podem deixar de ser equacionados nas 
orientações estratégicas no domínio da salvaguarda dos direitos, liberdades e garantias 
dos cidadãos, e essas orientações não devem ignorar que: 
⇒ O  País  está  progressivamente  mais  envelhecido  em  termos  populacionais,  existindo  um 
número crescente de idosos vivendo sós, cada vez mais velhos, e comunidades rurais em 
que,  de  há  muito  tempo,  a  proporção  de  pessoas  idosas  é  fortemente  maioritária, 
requerendo  cuidados  especiais  de  prevenção  para  certas  práticas  criminais,  redobrado 
controlo  policial  do  território  envolvente  e  respostas  orientadas  para  solicitações  em 
número crescente. O reforço dos programas de policiamento de proximidade orientados 
para a população mais idosa e para as suas comunidades parece ser uma resposta ajustada a 
estas  necessidades,  complementado  com  a  própria  reorganização  do  dispositivo  –  já 
empreendida ‐ , exigindo uma articulação crescente com outros serviços e recursos, públicos 
e privados, também de proximidade. 
⇒ O  País  mantém,  ainda  que  com  significativo  abrandamento,  um  saldo  migratório  anual 
positivo, o que significa que se continuam a registar fluxos imigratórios não despiciendos (os 
fluxos de entrada como os de saída são estimados com uma tendência em alta), resultando 
num crescimento do total de população estrangeira com permanência regular em Portugal 
(estimada em cerca de 436 mil indivíduos em 2007). As matérias complexas relacionadas 
com a observância do cumprimento da legislação em matéria de estrangeiros, controlo de 
fronteiras, asilo, trabalho, salvaguarda do estatuto de igualdade, e a sempre desafiadora 
multiculturalidade  numa  sociedade  progressivamente  diversificada,  exigem  esforços 
acrescidos  nos  domínios  da  formação  de  base  e  contínua  dos  profissionais  das  Forças  e 
Serviços  de  segurança,  e  estratégias  orientadas  para  a  promoção  da  qualidade  da  acção 
policial, ao serviço de uma sociedade mais inclusiva, nomeadamente em zonas urbanas e 
peri‐ urbanas  onde  as  comunidades  de  cidadãos  originários  de  outros  países  têm  uma 
expressão demográfica bastante acentuada. 
⇒ O  País  tem  registado  um  crescimento  relevante  da  população  residente  em  cidades 
(aglomerados com mais de 10.000 habitantes), e uma acentuada diminuição da população 
residente em pequenas vilas e aldeias. A maior densificação populacional e a desertificação 
colocam problemas diferentes mas igualmente exigentes ao Sistema de Segurança Interna e 
ao trabalho policial, exigindo‐ se estratégias ajustadas ao aumento da mobilidade pendular 
diária  e  semanal  nocturna,  associada  aos  movimentos  casa‐ trabalho  e  casa‐ lazer,  com 
melhor identificação das zonas de maior concentração populacional, a par de estratégias 
que  garantam  o  exercício  da  segurança  pública  em  territórios  demograficamente 
deprimidos. Será importante monitorizar a resposta policial em meio urbano e a adequação 
dos  dispositivos  territoriais,  quer  da  GNR,  quer  da  PSP,  nesses  contextos  cada  vez  mais 
complexos. 

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CONFIDENCIAL  ⇒ O  País  tem  conhecido  nos  últimos  15  anos  (de  acordo  com  os  resultados  do  Estudo 
Retrospectivo  sobre  a  Criminalidade  em  Portugal,  realizado  pela  Direcção‐ Geral  de 
Administração Interna em 2008) um crescimento das ocorrências criminais que chegam ao 
conhecimento das autoridades policiais e judiciais, com ciclos de duração e variação, quer 
positiva, quer negativa, irregulares.  
Evolução do stock total de ocorrências reportadas no período de 1993 a 2007   
Fonte:   Dados recolhidos junto da DGPJ, Estatísticas da Criminalidade. 
⇒ Todavia,  esta  tendência  não  pode  ser  generalizada  por  igual  a  todo  o  País,  existindo 
municípios  nos  quais  o  aumento  da  criminalidade  foi  mais  acentuado,  e  outros  onde  se 
verificou uma estagnação ou mesmo uma diminuição relevante e continuada. Importa, pois, 
conhecer  a  diversidade  sócio‐ criminal  portuguesa,  recorrendo  à  escala  municipal, 
metropolitana e regional para uma melhor apreensão das continuidades e descontinuidades 
de que se reveste a criminalidade. É esse diagnóstico estruturo‐ funcional da insegurança e 
da  criminalidade,  acompanhado  de  uma  leitura  prospectiva,  de  que  o  País  precisa  e  o 
Governo iniciou (cfr. adiante).  
⇒ Em  consequência  da  frágil  dinâmica  de  crescimento  populacional,  e  do  crescimento  do 
número  de  ocorrências  participadas  –  disponibilizadas  nomeadamente  através  dos 
Relatórios  Anuais  de  Segurança  Interna ‐,  as  taxas  de  incidência  criminal  (expressas  em 
permilagem) registaram uma alteração pouco acentuada, passando de 30,8‰ em 1993 para 
39,5‰ em 2008. Há que afirmar, com clareza, que Portugal não conheceu nos últimos 15 
anos  uma  situação  de  mudança  crítica  na  estrutura  da  criminalidade,  e  que  o  aumento 
gradual que se constata neste intervalo temporal de longa duração está, inclusivamente, 
abaixo dos valores verificados em muitos outros países. Basta conhecer a obra de Philippe 
R
2 = 0,8853
300000
310000
320000
330000
340000
350000
360000
370000
380000
390000
400000
410000
420000
1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

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CONFIDENCIAL  Robert,  O  Cidadão,  o  Crime  e  o  Estado  (1999),  para  se  perceber  como  em  França  essa 
evolução tem sido bastante mais impressiva. O mesmo se diria sobre a vizinha Espanha. 
⇒ Todavia, o melhor indicador para se apreciarem essas diferenças parece ser o da taxa de 
criminalidade comparada (infracções por mil habitantes). 
Taxa  de  criminalidade  comparada  nalguns  países  europeus  (infracções  por  1.000 
habitantes)  Fonte:   Ministerio del Interior de Espanha. Retirado de Evolución de la Criminalidad en 2008 ‐  Ámbito de 
actuación del Cuerpo Nacional de Policía y Guardia Civil 
⇒  O que cabe destacar é que esta incidência tem variações importantes, quando observada à 
escala  municipal,  e  associa‐ se  a  outras  transformações  sociais  que  devem  ser  tidas  em 
consideração. 
⇒ Os 10 crimes que mais contribuem para o stock anual de participações têm sofrido poucas 
alterações,  associadas  a  mudanças  sociais  que  marcaram  a  sociedade  portuguesa  nos 
últimos  15  anos,  sobretudo  na  decorrência  de  um  processo  de  crescimento  da  riqueza 
disponível  e  do  aumento  do  bem‐ estar,  com  reflexos  nos  designados  crimes  contra  o 
património e, dentro destes, dos crimes contra a propriedade. Mantém‐ se como crime mais 
participado o furto no interior de veículo motorizado, e aumentam os crimes que podem ser 
reunidos  numa  categoria  designada  por  criminalidade  de  rua.  Uma  vez  mais,  os  dados 
analisados  pelo  mencionado  estudo  põem  em  evidência  diferenças  importantes  a  nível 
regional e local, as quais suscitam uma avaliação sobre que tipo de estratégias preventivas, 

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CONFIDENCIAL  situacionais ou outras, podem ser desenvolvidas, e em que termos, de modo a que o espaço 
público urbano se torne ainda mais seguro. 
⇒ O caso particular do aumento da criminalidade violenta ou grave nas Áreas Metropolitanas 
de  Lisboa  e  do  Porto,  que  foi  igualmente  objecto  de  uma  atenção  muito  particular  nas 
análises  efectuadas  ao  longo  de  2008  –  e  que  prosseguiram  esforços  que  já  estavam 
registados  no  Estudo  “Metrópoles  Seguras”  –,  tendo‐ se  identificado  um  padrão  de 
distribuição  territorial  que  deve  e  pode  ser  contrariado,  em  função  de  um  planeamento 
estratégico especificamente orientado para o efeito, e orientado para as zonas com maior 
índice  de  criminalidade  violenta  reportada.  De  resto,  como  ocorreu  já  em  2008,  com 
resultados globalmente muito positivos, de acordo com dados que se disponibilizam neste 
mesmo Capítulo e no Capítulo 6. 
Desta apreciação retira‐ se uma orientação importante, e que consiste em aumentar a 
capacidade  de  resposta  do  Sistema  de  Segurança  Interna  à  criminalidade  incidente 
sobre grupos sociais específicos, através do reforço do conhecimento dos fenómenos 
criminais  e  do  desenvolvimento  de  acções  de  cooperação,  intervenção  e  formação 
ajustada  às  necessidades.  A  estratégia  de  reforço  do  policiamento  de  proximidade e 
comunitário orientado para esses grupos deve ser estimulada. Isso mesmo foi referido 
no Capitulo 2, a propósito dos objectivos, prioridades e orientações de política criminal 
para o biénio de 2007‐ 2009 (cfr, Lei nº 51/2007, de 31 de Agosto, em cumprimento da 
Lei n.º 17/2006, de 23 de Maio, que aprovou a Lei‐ quadro da Política Criminal).  A alteração do ambiente externo  Preocupações generalizadas 
Nos  capítulos  antecedentes  foram  elencadas  as  principais  transformações  de  que  o 
Sistema de Segurança Interna (SSI) português beneficiou no ano de 2008, em termos 
estruturais (Capítulo 1), de orientação estratégica (Capítulo 2), bem como da sua mais 
directa interacção com o exterior (Capítulo 3), quer no quadro da cooperação europeia, 
quer na cooperação bilateral com países terceiros. 
Para além das mudanças internas, que devem ser entendidas num horizonte temporal 
que  extravasa  o  ano  de  2008,  aqui  em  análise,  e  que  visaram  uma  racionalização 
estratégica e de largo espectro das capacidades estatais no sentido de garantir o direito 
constitucional  à  liberdade  e  à  segurança,  devem  também  enunciar‐ se  as  mudanças 
externas. 
Nos  últimos  anos,  porventura  de  modo  mais  evidente  nas  duas  últimas  décadas, 
assistiu‐ se a um aumento crescente com as preocupações da segurança um pouco por 

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CONFIDENCIAL  todo  o  Mundo.  Não  seria  razoável  admitir‐ se  que  Portugal,  inserido  num  contexto 
geográfico  e  político  europeu  de  grande  vitalidade  e  protagonismo,  constituindo‐ se 
numa  sociedade  progressivamente  aberta,  sofrendo  influências  tão  diversificadas, 
escapasse incólume a esse sentimento transversal de algum receio (num certo sentido 
globalizado e fortemente mediatizado). 
No contexto das múltiplas e relevantes mudanças que se vêm verificando no âmbito 
externo, há que destacar: 
a) o surgimento de novas ameaças, parte delas de origem difusa;  
b) a relevância da criminalidade organizada transnacional, que procura não deixar países 
incólumes à sua influência. Aliás, citando Shelley (1997)
6
 poderá dizer‐ se que “o crime 
organizado será uma questão determinante do século XXI para os políticos, do mesmo 
modo que a Guerra Fria o foi no século XX e o colonialismo no século XIX”. 
c) o  aperfeiçoamento  tecnológico  e  os  modi  operandi  de  certas  modalidades  criminais, 
nomeadamente informáticas, económico‐ financeira, de tráfico de seres humanos para 
diferentes fins, tráfico de droga e terrorismo. 
No mesmo sentido, já anteriormente se lera no Estudo para a Reforma do Modelo de 
Organização  do  Sistema  de  Segurança  Interna  (IPRI,  2006),  que  “a  instabilidade, 
imprevisibilidade e incerteza do mundo actual colocam a problemática da segurança no 
centro  do  debate  das  sociedades  modernas.  A  sua  centralidade  é  indissociável  da 
sensação de vulnerabilidade da sociedade a um conjunto de novas ameaças e riscos que 
agudizam  o  sentimento  de  insegurança  dos  cidadãos.  A  globalização,  fenómeno 
multifacetado de natureza política, económica, cultural e social de alcance civilizacional, 
tem  repercussões  directas  e  indirectas  no  campo  da  segurança.  A  globalização  não 
aumentou  apenas  a  intensidade  das  trocas  e  transacções  societais  transfronteiriças 
positivas  (comunicações,  cultura,  pessoas,  serviços,  bens),  mas  também  permite  a 
transacção  de  riscos  e  ameaças.  Cada  vez  mais,  certos  eventos  que  ocorrem  num 
qualquer ponto do planeta têm uma elevada probabilidade de serem influenciados por 
forças  que  são  geradas  a  uma  distância  indeterminada  desse  local,  pelo  que  os 
resultados  materializados  localmente  não  são  necessariamente  consequência  de 
processos ou mudanças actuando numa direcção uniforme, mas resultado de tendências 
que se opõem mutuamente, onde frequentemente se cruza o local e o global, o público e 
o privado”.  
A informação gerada em 2008 pelo Sistema de Informações da República Portuguesa 
converge, no essencial, com este diagnóstico, pelo que o SIS dedicou especial atenção à 
                                                            
6 Shelley, L.I. 1997. Eradication crime groups. Foreign Service Journal, September: 18-22.

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CONFIDENCIAL  prevenção, combate ao branqueamento de capitais de proveniência ilícita, narcotráfico 
e imigração ilegal.  
O  acompanhamento  do  evoluir  do  terrorismo  islamista  e  das  suas  manifestações 
internacionais, assim como das actividades da ETA, deve ser aqui sublinhado, no quadro 
das interacções que esses fenómenos são capazes de gerar a uma escala transnacional
7

Neste  campo  também  existiu  um  esforço  na  cooperação  nacional  e  internacional.  A 
integração  plena  do  País  nas  instituições  internacionais,  o  papel  que  desempenha, 
enquanto Estado‐ membro da União Europeia, exigem, e tal aconteceu ao longo de 2008, 
a  identificação  e  monitorização  de  estruturas,  actores  e  acções  de  Serviços  de 
Informações  estrangeiros,  em  território  nacional,  susceptíveis  de  constituirem  uma 
ameaça interna. 
No âmbito da contra‐ criminalidade organizada, muito devido à sua posição geográfica e 
às relações privilegiadas que mantém com alguns países da América Latina e de África, 
Portugal  enquadra‐ se  nas  estratégias  internacionais  de  algumas  estruturas  do  crime 
organizado, podendo ser utilizado como território de trânsito para diversos tráficos e 
operações de branqueamento de capitais, ainda que o ilícito tenha ocorrido noutro país. 
Assim, foi mantido o acompanhamento sistemático de estruturas do crime organizado 
transnacional com interesses e influência em Portugal, de maneira a identificar modus 
operandi e caracterização dos elementos, assim como das ligações internas e externas 
existentes.  O  tipo  de  criminalidade  mais  identificada  está  ligado  ao  tráfico  de 
estupefacientes,  auxílio  à  imigração  ilegal,  tráfico  de  armas  e  falsificação  de 
documentos. Foram identificadas actividades criminosas, em território nacional, ligadas 
ao branqueamento de capitais, efectuadas por organizações criminosas transnacionais. 
No que respeita ao extremismo político interno, mais precisamente no que respeita à 
denominada  extrema‐ direita,  saliente‐ se  o  julgamento  dos  trinta  e  seis  arguidos 
skinhead neonazi e ultranacionalistas, tendo este desfecho originado um sentimento de 
perseguição no seu seio, motivando uma intensificação no esforço de propaganda e de 
recrutamento de novos membros. 
Há, por conseguinte, que manter um elevado nível de conhecimento e de informação 
sobre a envolvente externa, num contexto progressivamente complexo. O SSI está a 
dotar‐ se de uma dinâmica ajustada às respostas que cabe ao Estado de direito garantir, 
através  da  mobilização  dos  melhores  recursos  disponíveis,  dos  mais  evoluídos 
                                                            
7 Há que deixar claro que não foi detectada qualquer actividade da ETA, nem qualquer estrutura 
permanente de apoio logístico, em território nacional. Também não foi detectada a formação de 
células nem o recrutamento para organizações terroristas, em território nacional. Também nunca foi 
feita qualquer menção a Portugal nos comunicados das organizações terroristas.

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CONFIDENCIAL  tecnologicamente e devidamente orientados para responder aos problemas que se vêm 
colocando. 
Os  dados  disponibilizados  pelos  organismos  que  integram  o  SSI,  referentes  à  sua 
actuação confinada ao escrupuloso cumprimento das respectivas missões e atribuições, 
e à capacidade desenvolvida por força do valor sinérgico do novo SSI, permitem concluir 
que o ano de 2008 registou progressos significativos, suportando uma apreciação dos 
resultados globalmente positiva.  
Segurança privada: um sector em crescimento  Um sector com crescente relevo 
O  sector  da  Segurança  Privada  em  Portugal  constitui  um  sector  importante,  sendo 
objectivo  do  Governo,  expresso  também  nas  Grandes  Opções  do  Plano,  assegurar  a 
efectiva regulação e coordenação do sector.  
Assumindo um papel complementar e subsidiário das Forças e Serviços de segurança do 
Estado  no  quadro  da  política  de  segurança  interna,  o  sector  assume  crescente 
importância,  em  resultado  das  necessidades  e  solicitações  dos  cidadãos  em  geral, 
visando aumentar a sua segurança e qualidade de vida.   
O  sector  de  segurança  privada  envolveu,  durante  o  ano  de  2008,  160  entidades 
autorizadas, das quais 105 são entidades prestadoras de serviços de segurança privada. 
Em  termos de  vigilantes  existem  38.928  activos,  ou  seja,  vinculados  por  contrato  de 
trabalho a entidades que exercem actividades de segurança privada.  
O volume global de negócios das actividades de segurança privada, legal e regulada pelo 
regime jurídico da segurança privada, ascende a cerca de 650 milhões de euros.  
O sector da segurança privada, numa dimensão global, é um sector em evolução e em 
crescimento,  assumindo  no  caso  de  Portugal  uma  dimensão  importante,  quer  pelos 
meios humanos envolvidos, quer pelo crescimento sustentado que se tem verificado 
nos últimos anos.  
Regista‐ se  também  o  importante  esforço  desenvolvido  por  muitas  das  empresas  de 
segurança  quanto  à  qualidade  dos  serviços  prestados,  por  via  da  certificação  de 
processos  de  acordo  com  as  normas  de  qualidade  e  pela  adopção  de  valores 
corporativos e de códigos de conduta profissional.   
Dos vários factores de evolução, destacam‐ se:  
•  Um aumento do volume de negócios e de solicitações, tendência que se verifica 
desde 2001;   

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CONFIDENCIAL  •   Um  incremento  da  diversificação  de  produtos  e  serviços,  em  resposta  às 
necessidades de segurança do mercado;   
•   Uma utilização crescente de produtos e tecnologias avançadas, em especial no que 
respeita  a  sistema  de  alarme  e  detecção,  vigilância  electrónica  e  controlo  de 
acessos, sendo previsível que a área da segurança electrónica seja a que mais se 
desenvolva.  
Da análise dos vários factores de risco detectados, importa referir:  
•   A  existência  de  prestação  de  serviços  de  segurança  fora  das  condições  de 
regulação, o que constitui exercício ilegal de segurança privada;  
•   A  emergência  de  prestação  de  serviços  de  segurança  por  pressão  do  respectivo 
mercado, em áreas ainda não reguladas, importando criar as condições legais para 
o efectivo controlo e regulação;  
•   A emergência de situações de formação profissional fora das condições legais que 
têm sido detectadas em acções de fiscalização, o que constitui importante factor de 
risco,  quer  para  os  respectivos  profissionais  do  sector,  quer  para  os  clientes  de 
serviços de segurança privada;  
•   O  aumento  de  situações  de  violência  física  denunciadas,  em  que  o  suspeito  é 
identificado ou descrito como presumível “segurança”;  
•   A “concorrência desleal” efectuada por empresas de segurança em incumprimento 
das  respectivas  obrigações  fiscais,  relativas  à  segurança  social  ou  aos  direitos 
laborais.  
Foram  planeadas  e  encontram‐ se  em  aplicação  medidas  tendentes  a  contrariar  as 
tendências negativas detectadas.  
 
2008: um ano marcado pela dinâmica de reformas 
O ano de 2008 foi marcado pela consolidação do modelo organizacional resultante da 
transferência  de  competências,  para  a  Polícia  de  Segurança  Pública,  em  matéria  de 
segurança  privada,  cessando  a  vigência  do  anterior  modelo  de  licenciamento  e 
fiscalização assente na intervenção da Secretaria‐ Geral do MAI.  
A reestruturação da PSP veio definir, atempadamente, o quadro organizacional relativo 
ao sector, tendo sido criado, em 30 de Maio de 2008, o Departamento de Segurança 
Privada na estrutura orgânica da Direcção Nacional da PSP.  
Foi,  assim,  dado  novo  impulso  e  mais  eficaz  enquadramento  às  actividades  de 
licenciamento  e  de  fiscalização,  em  consenso  com  os  protagonistas  do  sector,  bem 

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CONFIDENCIAL  expresso  nas  reuniões  do  Conselho  de  Segurança  Privada,  no  exercício  das 
competências previstas no artigo 21.º do Decreto‐ Lei n.º 35/2004, de 21 de Fevereiro. 
No  ano  de  2008,  foram  preparadas  pelo  MAI  e  aprovadas  importantes  medidas  de 
reforma legislativa, com destaque para a criminalização do exercício ilícito da actividade 
de segurança privada, destacando‐ se: 
•   A  Lei  n.º  38/2008,  de  8  de  Agosto,  que  tipificou  o  crime  de  exercício  ilícito  da 
actividade de segurança privada e introduziu importantes alterações ao Decreto‐ Lei 
n.º 35/2004, de 21 de Fevereiro;  
•  O Decreto‐ Lei n.º 101/2008, de 16 de Junho, que estabeleceu a obrigatoriedade de 
adopção de sistemas de segurança privada em estabelecimentos de restauração e 
bebidas com espaços de dança, revogando o Decreto‐ Lei n.º 263/2001, de 28 de 
Setembro;  
•  A Portaria n.º 247/2008, de 27 de Março, que veio regular em termos inovadores as 
condições aplicáveis ao transporte, guarda, tratamento e distribuição de valores, 
por parte de entidades de segurança privada detentoras de alvará ou licença.  
No  ano  de  2008,  foram,  também,  encetadas  iniciativas  tendentes  ao  reforço  da 
articulação entre as empresas de segurança privada e as forças de segurança. 
Por um lado, foram clarificados, mediante parecer, os contornos do quadro legal que 
rege  a  cooperação,  com  melhor  definição  das  competências  reservadas  às  forças  de 
segurança.  
Por  outro  lado,  no  âmbito  do  projecto  “Abastecimento  Seguro”,  e reforçando  o  que 
anteriormente  se  mencionou,  foram  testados  e  criados  mecanismos  de  cooperação 
reforçada tendentes à conjugação de esforços entre as forças tuteladas pelo Ministério 
da  Administração  Interna  e  empresas  responsáveis  pela  vigilância  de  cerca  de  1000 
postos de abastecimento de combustível, através da partilha de informação e da ligação 
das suas centrais de alarme à central pública de alarmes (cfr. adiante). 
A  informação  pormenorizada  sobre  os  indicadores  de  actividade  e  projectos  em 
execução  consta  do  Relatório  Anual  de  Segurança  Privada  (2008),  aprovado  pelo 
Conselho  de  Segurança  Privada,  no  dia  13  de  Março  de  2009,  acessível  através  da 
Internet  em  http://segurancaprivada.mai‐ gov.info/wp‐ content/uploads/relatorio‐ anual‐ de‐ seguranca‐
privada_2008_v4.pdf  Actividade operacional desenvolvida e resultados obtidos Diante das tendências referidas anteriormente, de entre um conjunto por certo mais 
alargado, e no entendimento de que os fenómenos que lhes estão associados foram 

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CONFIDENCIAL  compreendidos no que respeita à sua génese, significado e alcance, seria irresponsável 
escrever‐ se que no decurso de 2008 os factores de risco e de ameaça à tranquilidade 
das  populações  foram  todos  erradicados.  É,  porém,  imperativo  e  responsável 
reconhecer que  Portugal  se  afirma,  quer  internamente,  quer  no  contexto  europeu  e 
mundial a que pertence, como um país seguro, no qual os Portugueses e os estrangeiros 
residentes  têm  os  seus  direitos  garantidos,  nomeadamente  o  direito  à  liberdade  e 
segurança.  
Sendo  sempre  indesejável,  e  exigindo  uma  resposta  proporcionada  e  frontal,  a 
criminalidade registada, pelo seu volume e gravidade, não deve suscitar alarmismo nem 
conformismo. Existe uma política de segurança interna assumida num quadro de normal 
funcionamento das instituições democráticas, uma co‐ responsabilização dos órgãos de 
soberania quanto às prioridades que devem ser atendidas no combate ao crime, um 
fortíssimo investimento na sua prevenção, Forças e Serviços de segurança habilitados 
para o desempenho das suas missões, e um Sistema de Segurança Interna estruturado e 
preparado para coordenar os esforços que cabe continuar a desenvolver. 
Fundamentalmente, e como consequência da profunda reforma gestionária de que o 
País beneficiou na presente Legislatura, que tornou imperativa a divulgação pública dos 
objectivos estratégicos e operacionais de todos os organismos da Administração Pública, 
incluindo por conseguinte também os das Forças e Serviços de segurança, há que avaliar 
os resultados desta actividade à luz desses mesmos objectivos. 
Torna‐ se necessário atender ao facto de que o Relatório Anual de Segurança Interna de 
2008 se refere a um segmento temporal enquadrado no biénio de 2007 a 2009, num 
período compreendido entre 1 de Setembro de 2007 e 1 de Setembro de 2009, para o 
qual se definiram objectivos, prioridades e orientações de política criminal que deverão 
ser objecto de uma apreciação posterior, desaconselhando‐ se o seu julgamento técnico 
antes do respectivo termo.  
Importa,  igualmente,  ter  presente  que  as  mudanças  determinadas  pela  reforma 
estrutural  do  Sistema  de  Segurança  Interna  (cfr.  Capítulo  1  neste  Relatório)  e  a 
concretização das orientações estratégicas anuais mais relevantes para a promoção da 
segurança dos cidadãos (cfr. Capítulo 2), implicam efeitos de ajustamento que não são 
despiciendos, e que cabe monitorizar para mitigar as suas consequências. Estranho seria 
que reformas profundas implementadas em 2007 e 2008, sejam as que se referem à 
redefinição das áreas de responsabilidade entre a GNR e a PSP, sejam as que implicaram 
a  revisão  dos  próprios  dispositivos,  não  produzissem  alguns  efeitos  de  ajustamento, 
nalguns casos indesejáveis mas por certo transitórios. De outro modo, como explicar 

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CONFIDENCIAL  que a análise mensal do volume de ocorrências tenha diminuído no último trimestre de 
2008? 
Sem  hesitações,  e  conscientes  de  uma  conjuntura  favorável  ao  sentimento  de 
insegurança, deve reafirmar‐ se que o Sistema de Segurança Interna revelou, em 2008, 
um  progresso  significativo  na  sua  capacidade  de  desempenho,  quer  em  termos 
operacionais  preventivos  da  criminalidade,  quer  em  termos  reactivos  em  face  das 
situações  adversas  ocorridas.  Esta  apreciação,  apoiada  nos  dados  plasmados  no 
presente  Relatório  Anual  de  Segurança  Interna,  socorre‐ se,  ainda,  do  sentido  de 
responsabilidade que estas matérias exigem ao Serviço ao qual incumbe a elaboração 
do presente documento. 
Para clarificar e suportar empiricamente a apreciação global dos resultados, entende‐ se 
necessário identificar 4 eixos de análise (já anteriormente plasmados neste Capítulo). 
 
Mobilização dos recursos disponíveis Reforço das modalidades operacionais existentes e criação de novas respostas 
No ano de 2008, registou‐ se uma mobilização acrescida dos recursos disponíveis nas 
Forças e Serviços de segurança, através do reforço das modalidades operacionais que 
vêm obtendo bons resultados policiais e ampla aceitação pública. Ou seja, houve um 
claro reforço da mobilização dos meios disponíveis, como se constata pelos resultados 
operacionais  alcançados,  e  também  uma  diversificação  das  soluções  adoptadas, 
nomeadamente do ponto de vista preventivo. 
Destaca‐ se,  em  particular,  a  actividade  desenvolvida  no  âmbito  do  policiamento  de 
proximidade, essencial mas não exclusivamente da responsabilidade da GNR e da PSP. 
Na  PSP  registou‐ se  um  aumento  significativo  do  número  de  subunidades  que 
implementaram  o  Plano  Integrado  de  Policiamento  de  Proximidade  (PIPP).  Às  22 
subunidades  afectas  inicialmente  ao  PIPP,  juntaram‐ se,  ao  longo  de  2008,  mais  68 
subunidades, observando a orientação estratégica referente ao alargamento do Plano. 
Há que ter bem presente que este alargamento pressupõe uma formação intensiva e 
direccionada  para  todo  o  dispositivo  envolvido,  a  reorganização  das  equipas  e  a 
renovação  dos  métodos  de  trabalho.  Sobretudo,  não  pode  deixar  de  ser  levada  em 
conta a enorme exigência que recai sobre as forças de segurança na promoção das suas 
estratégias  de  policiamento  de  proximidade,  havendo  que  estabelecer  múltiplos  e 
diversificados  protocolos  e  parcerias  com  instituições  públicas  e  com  outras  que 
dimanam  da  sociedade  civil,  com  vista  a  melhorar  o  conhecimento  das  realidades 
sociais, actualizando as modalidades de cooperação já existentes, e adoptando novas 

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CONFIDENCIAL  A partir dos dados disponibilizados pelas forças de segurança (ver Capítulo 6), é possível 
concluir por uma avaliação positiva no que respeita à mobilização dos recursos humanos 
e materiais disponibilizados para desenvolver os programas existentes. 
O programa “Escola Segura”, cujo desenvolvimento decorre de uma estreita parceria 
com o Ministério da Educação, mobilizou um total superior a 500 efectivos dedicados 
exclusivamente a este programa, mais de 360 viaturas e cerca de 100 motociclos. Para 
além  destes  recursos,  estiveram  em  acção  outros  meios  complementares, 
nomeadamente  brigadas  de  intervenção  rápida,  brigadas  de  investigação  criminal  e 
brigadas de trânsito. A acção destes elementos focou‐ se essencialmente na vigilância e 
visibilidade das áreas escolares, no desenvolvimento de acções de sensibilização e de 
formação, nas áreas da prevenção criminal, toxicodependência e alcoolismo, segurança 
rodoviária  e  auto‐ protecção,  prevenção  de  riscos  e  segurança  das  comunidades 
escolares.  A  componente  da  interacção  entre  a  população  escolar  e  as  forças  de 
segurança foi igualmente bastante valorizada, tendo sido promovidas cerca de 11300 
acções de sensibilização, formação e demonstração. Toda a população escolar nacional, 
nomeadamente dos 1º, 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico, mas também do Secundário, é 
tendencialmente abrangida por estas acções. 
A  avaliação  externa  efectuada  em  2008  pela  Universidade  Nova  de  Lisboa  sobre  o 
programa integrado de policiamento de proximidade, no qual se inclui a Escola Segura 
(na área de responsabilidade da PSP) foi globalmente positiva, havendo que trabalhar e 
superar alguns dos problemas identificados. 
O programa “Idosos em Segurança” continuou a merecer ao longo do ano de 2008 um 
reforço,  nomeadamente  nas  áreas  residenciais  urbanas  com  maior  índice  de  idosos, 
traduzido por um patrulhamento orientado para as áreas mais frequentadas por estes 
cidadãos, para visitas domiciliárias e numa vigilância mais apertada junto de instituições 
bancárias  e  estações  dos  Correios.  As  acções  de  sensibilização  orientadas  para  a 
divulgação de medidas preventivas de auto‐ protecção foram mantidas.  
Nas  zonas  não  urbanas,  que  integram  por  excelência  a  área  territorial  de 
responsabilidade  da  GNR,  o  programa  Idosos  em  Segurança  tem  igualmente  uma 
particular acuidade em face dos níveis de envelhecimento demográfico que nelas se 
verificam. Mantendo um esforço continuado em termos operacionais com o objectivo 
do reforço do patrulhamento dessas zonas mais envelhecidas, e dentro destas, as mais 
isoladas, a orientação para a prevenção recai sobre a burla, o furto e mesmo o roubo. 
Em  conformidade,  foram  desenvolvidas  diversas  acções  de  sensibilização  junto  dos 
idosos, identificados os casos problemáticos, e distribuídos cerca de 200.000 folhetos 
explicativos de quais as medidas de segurança a adoptar. 

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CONFIDENCIAL  O  programa  “Comércio  Seguro”,  dedicado  em  especial  aos  comerciantes  que  têm  a 
porta aberta ao público, procura criar condições efectivas de segurança e de protecção e 
ao mesmo tempo um sistema de comunicação e gestão de informação que viabilize uma 
rápida intervenção das forças de segurança. 
No  caso  da  GNR,  e  no  âmbito  deste  programa,  foram  criados  mecanismos  de 
coordenação e protocolos de procedimentos entre policiamento de proximidade, ordem 
pública e investigação criminal. Foi intensificado o patrulhamento e vigilância nas áreas 
comerciais,  tentando  assim  diminuir  os  índices  de  criminalidade  e  ao  mesmo  tempo 
promover  o  contacto  com  os  comerciantes,  de  maneira  a  permitir  a  troca  de 
informações sempre importante para ambos. 
As  profundas  alterações  que  se  vêm  verificando  na  estrutura  produtiva  da  venda  a 
retalho,  com  concentrações  extraordinárias  do  pequeno  comércio  em  superfícies 
comerciais  polivalentes,  implicando  alterações  muito  substanciais  nos  processos  de 
distribuição entre o sector grossista e o sector retalhista, aconselha a uma revisão e 
readaptação  dos  objectivos  estratégicos  que  estiveram  na  origem  deste  programa, 
ainda em 1998. 
O  programa  “Verão  Seguro”,  para  além  de  ter  mantido  em  2008  a  mobilização 
significativa de um efectivo humano e de meios das duas forças de segurança
8
 e da 
Autoridade Marítima, concentrando‐ o nas zonas do País com maior frequência turística, 
deve  ser  entendido  numa  perspectiva  pluri‐ estratégica,  técnico‐ policial  e  de  socorro, 
onde relevam e se devem incluir as acções de vigilância especial a residências – com 
destaque para a iniciativa “Férias 2008 – Chave Directa”, com cerca de 7.500 inscrições, 
das quais apenas 3 residências foram assaltadas, o que representa uma taxa de sucesso 
extraordinária.  
No que respeita ao socorro a náufragos, em 2008 realizaram‐ se 1.131 acções, tendo sido 
efectuados 428 salvamentos, havendo a lamentar 16 mortes. 
Foram ainda efectuadas 133 campanhas e acções de sensibilização junto de escolas e 
praias vigiadas de jurisdição marítima. 
O  crescente  aumento  da  mobilidade  sazonal  associada  ao  período  de  férias,  com  a 
deslocalização temporária de centenas de milhar de turistas nacionais, a que acrescem 
muitas  outras  centenas  de  milhar  de  estrangeiros,  fazendo  de  Portugal  um  dos 
principais  países  de  destino  turístico,  sugere  a  adopção  de  uma  estratégia  mais 
integrada dos recursos agora mobilizados, atento o facto, já demonstrado em estudos 
                                                            
8 Este dispositivo assegura as acções de patrulhamento e vigilância, com especial incidência nas zonas 
balneares, tendo também tido a preocupação na vertente do trânsito. Este reforço conta, para além 
do dispositivo territorial, com o apoio de unidades especiais de ambas as forças.

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CONFIDENCIAL  anteriores  (Machado,  2007),  que  não  apenas  o  Litoral,  mas  também  o  Interior,  são 
zonas  que  registam  índices  de  variação  populacional  muito  significativos.  Nesta 
estratégia  integra‐ se,  muito  oportunamente,  o  reforço  da  vigilância  e  controlo  das 
fronteiras nacionais, principalmente aero‐ portuárias e marítimas, como vem ocorrendo 
(cfr. Capítulo 6).  
No contexto da avaliação global que se pretende efectuar neste Capítulo, escrutinando 
aspectos  da  actividade  policial  em  2008,  e  mais  especificamente  da  referência  à 
necessidade de reforço da segurança das residências no período estival, cabe clarificar 
algo sobre o roubo e furto a residências. Ficou a ideia, propalada durante os últimos 
meses, de que terá existido uma vaga de assaltos a residências. Contudo, é necessário 
diferenciar  o  que  foram  roubos  com  arma  a  residências  e  o  que  foram  furtos  a 
residências. No que concerne aos roubos com armas a residências, as duas forças de 
segurança  registaram  um  total  de  158  ocorrências,  o  que  é  um  valor  que  deve  ser 
ponderado  com  o  número  de  alojamentos  existentes  em  Portugal  (superior  a  5,59 
milhões).  Se  se  considerar  que  no ano  transacto  ocorreram  139  casos,  havendo  que 
lamentar  as  situações  ocorridas,  ninguém  estará  autorizado,  num  quadro  de  rigor 
interpretativo, a afirmar que se registou uma vaga de roubos a residências.  
Situação criminal e substantivamente distinta é a dos furtos a residências. Neste caso, 
de  2007  para  2008  houve  um  acréscimo  na  casa  dos  32%,  com  especial  expressão 
numérica  nos  Distritos  de  Lisboa  (25%);  Porto  (16%);  Faro  (15%)  e  Setúbal  (10%), 
representando  estes  aproximadamente 
2
/
3
  do  total  de  registos.  Porém,  e  mais 
importante do que a distinção, não apenas formal, entre estes tipos de crime, o que 
releva é o trabalho efectuado, com o qual se conseguiu identificar e em alguns casos 
deter um grande número de indivíduos, conseguindo também identificar o respectivo 
modus operandi. 
O Sistema de Queixa Electrónica (SQE), que não constitui em si mesmo um programa, 
veio  trazer  uma  inegável  mais‐ valia  no  processo  de  relacionamento  entre  o  cidadão 
lesado  e  as  autoridades  policiais.  A  sua  inclusão  nesta  avaliação  justifica‐ se  pela 
relevância  e  alcance  de  uma  nova  resposta  ao  cidadão,  que  se  articula  com  outras 
medidas que configuraram o SIMPLEX do MAI em 2008. 
Este  processo  de  participação  electrónica  começou,  já  no  seu  primeiro  ano  de 
funcionamento,  a  produzir  resultados,  aumentando  os  meios  de  comunicação  (ver 
Capítulo 5). É expectável que o número de queixas participadas através do SQE venha a 
aumentar nos próximos anos, contribuindo para uma maior evidenciação da realidade 
criminal e, por conseguinte, para a diminuição das cifras negras da ilicitude em Portugal. 

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CONFIDENCIAL  O  ano  de  2008  conheceu,  ainda,  a  formalização  de  uma  nova  geração  de  parcerias, 
conhecidas por Contratos Locais de Segurança. Para o efeito, foi formalizado um acordo 
com a Associação Nacional de Municípios a 13 de Agosto, e assinados com os municípios 
de Loures e Porto os primeiros contratos. 
Cabe perceber que esta nova forma de contratualização visa uma cooperação concreta 
que envolve as forças de segurança a vários níveis, seja como actores privilegiados da 
acção formal preventiva, seja como beneficiários por via da sua condição de membros 
efectivos  dos  Conselhos  Municipais  de  Segurança.  Há  que  lembrar  que  os  Contratos 
Locais  de  Segurança  são  instrumentos  privilegiados  para  colocar  em  prática  a 
cooperação institucional à escala territorial a que respeitam, e reflectem a necessidade 
de descentralização das respostas e competências em termos de segurança, combate à 
criminalidade e comportamentos anti‐ sociais. 
Com o objectivo de apoiar as autarquias e os técnicos que colaboram na elaboração de 
diagnósticos locais de segurança, instrumento essencial de suporte à contratualização, e 
de  grande  mais‐ valia  para  os  Conselhos  Municipais  de  Segurança,  o  MAI,  através  da 
Direcção‐ Geral de Administração Interna iniciou, ainda em 2008, e em colaboração com 
a Rede Europeia de Prevenção da Criminalidade, a tradução técnica para a edição em 
português de uma publicação sobre esses mesmos diagnósticos. 
 
 Actividade operacional orientada para problemas de criminalidade específica 
Algumas iniciativas de gestão e organização interna das Forças e Serviços de segurança 
foram tomadas em 2008 e serão decisivas, já neste ano, como nos subsequentes, para 
ganhos  de  eficácia  no  combate  à  criminalidade.  Destacam‐ se  aqui  quatro  dessas 
medidas:  
• A criação do Departamento de Investigação Criminal na Polícia de Segurança Pública 
veio permitir uniformização de procedimentos, troca de informações, desenvolvimento 
de modelos de actuação, melhorando o desempenho no combate à criminalidade; 
• A flexibilização na Polícia Judiciária das estruturas organizativas e dos procedimentos de 
actuação comuns e de reacção especial aos fenómenos criminosos. A intervenção da PJ 
realizou‐ se de maneira diferente, sempre tendo em atenção as especificidades das áreas 
onde se insere e tipos de criminalidade diferentes, obrigando a centrar a sua actuação 
em  função  das  realidades  com  que  se  foi  deparando,  obrigando  a  um  esforço  de 
adaptação contínuo; 
• A criação da Unidade Especial de Polícia (também na PSP), a qual concentra as valências 
da  intervenção,  segurança  pessoal,  operações  especiais,  engenhos  explosivos  e 

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CONFIDENCIAL  segurança  em  subsolo  e  cinotécnica,  permitindo  uma  melhor  operacionalização  dos 
meios para além de uma partilha de experiências entre os diversos elementos; 
• A utilização de novas tecnologias, na área da fiscalização rodoviária, nomeadamente o 
Sistema  de  Contra‐ ordenações  de  Trânsito  (SCOT),  que  veio  reforçar  o  combate  à 
criminalidade rodoviária, com reflexos na redução da sinistralidade em 2008. 
Por outro lado, um conjunto importante de programas policiais, muito orientados para 
responder a problemas de criminalidade específica, quer numa óptica preventiva, quer 
reactiva, foram reforçados ou iniciaram mesmo a sua actividade em 2008. 
É  o  caso  de  uma  nova  resposta  de  proximidade,  designada  por  Igreja  Segura. 
Beneficiando do protocolo estabelecido com o Instituto Superior de Polícia Judiciária e 
Ciências Criminais, foram realizadas acções no domínio da protecção do património das 
igrejas,  através  do  esclarecimento  dos  párocos  e  demais  entidades  relativamente  a 
medidas  de  auto‐ protecção,  para evitar  quer a  delapidação  do  património  existente, 
quer o vandalismo exercido sobre esse mesmo património. 
O programa “Táxi Seguro” conheceu em 2008 um impulso relevante, traduzido pelo 
processo de renovação dos acordos de adesão do piloto do Sistema Táxi Seguro. Tal 
processo  levou  a  que  tivesse  existido  um  trabalho  acrescido  para  os  parceiros  do 
projecto, uma vez que tiveram que se efectuar testes técnicos e também a verificação 
da operacionalidade dos mesmos.  
Foram efectuadas acções formativas a 126 novos aderentes (taxistas) ao sistema Táxi 
Seguro.  Este  programa  está  em  curso  nos  Distritos  de  Lisboa,  Setúbal  e  na  Área 
Metropolitana do Porto, tendo aderido um total de 1.309 táxis, num universo de 5.855 
táxis  registados,  o  que  representa  uma  taxa  de  adesão  de  22%.  Foram  analisados  e 
comparados o número de alarmes reais em relação ao ano anterior, constando‐ se que 
existiu um aumento de 15%, tendo de passado de 87 casos para 100 casos no presente 
ano. Em contrapartida, o número de alarmes falsos passou de 4.459 para 1.187 (‐ 74%) o 
que é um excelente indicador. Foram ainda efectuadas diversas acções de formação. 
O programa Abastecimento Seguro mereceu igualmente um investimento em termos 
de acções dirigidas ao efectivo policial e também ao público, incluindo a realização de 
um  DVD  sobre  boas  práticas  de  segurança,  tudo  isto  relativo  aos  postos  de 
abastecimento de combustível. Desenvolveram‐ se acções conjuntas com a Vodafone, 
tendo sido formados 88 elementos, e integraram‐ se mais postos de abastecimento de 
combustível na Central de Alarmes.  
Em 2008 registou‐ se a adesão a este projecto de mais 168 postos, mais 27 do que no 
ano anterior, o que traduz uma maior adesão dos principais destinatários ao programa.  

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CONFIDENCIAL  Os resultados obtidos põem em evidência o elevado número de alarmes falsos (207), 
devidos, em ¾ dos casos, a distúrbios nos postos de abastecimento ou por suspeita de 
ocorrência de crime, tendo sido desencadeada uma resposta policial na grande maioria 
desses casos. Observaram‐ se, porém, 37 alarmes reais. 
Pelas  características  particularmente  violentas  de  que  se  reveste  a  criminalidade 
praticada  nos  postos  de  abastecimento  de  combustível,  a  aposta  na  formação  em 
termos das boas práticas de segurança é fundamental, mas deverá associar‐ se a um 
investimento  apoiado  na  análise  geo‐ espacial  aprofundada  destas  ocorrências  como 
suporte ao desenvolvimento de estratégias técnico‐ policiais reactivas que reprimam e 
anulem o efeito nefasto desta criminalidade grave, e evitem o crescimento verificado no 
corrente ano (ver Capítulo 5). 
O programa “Farmácia Segura” beneficiou em 2008 da ligação das farmácias à Central 
de  Alarmes,  como  resultado  prático  de  um  protocolo  entre  o  MAI  e  a  Associação 
Nacional de Farmácias. 
A espacialização deste tipo de criminalidade tem ocorrido maioritariamente nas áreas 
metropolitanas  e  sempre  no  Litoral.  O  número  de  ocorrências  no  presente  ano  foi 
inferior às duas centenas, contudo superior ao verificado no ano anterior. Este tipo de 
criminalidade é perpetrado, na maioria das vezes, perto da hora de fecho da farmácia, 
por um ou dois indivíduos e não se pré‐ figura organizada. 
O combate à violência doméstica, integrado e articulado com as demais medidas que 
constam do III Plano Nacional de Combate à Violência Doméstica, mereceu em 2008 um 
incremento muito significativo. 
Em termos do registo de autos de notícia por alegado crime de violência doméstica, a 
Base  de  Dados  de  Violência  Doméstica  (BDVD),  cujo  desenvolvimento  e  manutenção 
operacional cabe à Direcção‐ Geral de Administração Interna, conheceu melhoramentos 
fundamentais  para  garantir  a  qualidade  dos  dados  que  hoje  Portugal  possui  sobre  o 
fenómeno da violência doméstica, e que não se restringem já à dimensão quantitativa 
das ocorrências participadas. Aliás, note‐ se que da notação disponibilizada pela DGPJ, 
dado  que  os  processos  de  apuramento  não  são  totalmente  coincidentes, 
nomeadamente  tratando‐ se  do  primeiro  ano  em  que  a  violência  doméstica  aparece 
tipificada autonomamente, o quociente de divergência entre os dados fornecidos pela 
DGPJ e as forças de segurança diminuiu, entre 2007 e 2008, de 0,15 para 0,09, o que 
significa uma aproximação muito significativa entre os valores, traduzindo um enorme 
ganho de qualidade. O perfil da vítima, do agressor, do denunciante, das testemunhas, 
apresentado  no  Capítulo  6,  atesta  o  potencial  da  BDVD  e  a  sua  mais‐ valia  para  a 
implementação da nova Estratégia Nacional contra a Violência Doméstica.  

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CONFIDENCIAL  No  que  respeita  ao  tráfico  de  seres  humanos,  o  ano  de  2008  ficou  positivamente 
marcado pela entrada em funcionamento pleno do Sistema de Monitorização, criado 
pelo  Ministério  da  Administração  Interna  no  âmbito  do  projecto‐ piloto  CAIM 
(Cooperação‐ Acção‐ Investigação‐ Mundivisão), e também pela criação do Observatório 
do  Tráfico  de  Seres  Humanos  (Decreto‐ Lei  n.º  229/2008,  de  27  de  Novembro).  Mas 
associou‐ se,  também,  a  2008  a  produção  e  disponibilização  de  informação  sobre 
potenciais  vítimas  deste  tipo  de  crime,  sinalizadas  com  utilização  do  Guia  Único  de 
Registo, que faz parte do Sistema de Monitorização.  
No plano da cooperação técnica internacional, haverá que ter em linha de conta que em 
2008 se iniciou um projecto internacional, co‐ financiado pelo programa Prevention of 
and  Fight  Against  Crime  da  Comissão  Europeia,  coordenado  pela  Direcção‐ Geral  de 
Administração Interna em cooperação com o International Centre for Migration Policy 
Development (ICMPD), que se intitula Tráfico de Seres Humanos: Sistema de Recolha de 
Dados  e  Gestão  de  Informações  Harmonizadas.  Participam  ainda  os  Ministérios  da 
Administração  Interna  da  República  da  Eslováquia,  da  República  Checa  e  da  Polónia 
(países  parceiros),  o  Redactor  Holandês  sobre  o  Tráfico  de  Seres  Humanos,  a 
Associazione On the Road e o NEXUS Institute (peritos), e o Ministério da Administração 
Interna austríaco, a Comissão Europeia, a EUROPOL, a OIT, a OIM Geneva, a OSCE, o 
Gabinete da ONU contra as Drogas e Crime, e a Terre des hommes – Hungria – (grupo de 
acompanhamento). Este projecto visa capacitar os países participantes com um sistema 
inovador  e  partilhado  de  recolha  e  tratamento  de  dados  relevantes  sobre  vítimas  e 
traficantes/justiça criminal. Esta capacitação depende do envolvimento dos stakeholders 
relevantes desde o início do processo, de forma a garantir que as suas necessidades e 
preocupações específicas sejam previstas e pensadas, de modo e em tempo úteis. 
Há, por conseguinte, que reforçar o propósito das actividades que estão inscritas neste 
Projecto, a saber, o de melhorar técnica e procedimentalmente o processo de recolha 
de dados, reforçando as organizações participantes e os países que representam para 
enfrentar  o  crime  do  tráfico  de  seres  humanos  (TSH),  quer  na  vertente  da  sua 
prevenção, quer na vertente da sua repressão, quer ainda na vertente do apoio às suas 
vítimas. 
No  âmbito  da  criminalidade  económica  e  financeira,  cujo  combate  cabe, 
essencialmente, à Polícia Judiciária, o progressivo emprego de mais e melhores meios 
tecnológicos permitiu levar a bom termo um conjunto de investigações de relevo. Há 
que sublinhar os resultados obtidos no domínio da fraude tributária, fiscal e aduaneira, 
tendo sido constituídos 206 arguidos e tendo sido efectuadas 9 detenções. 

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CONFIDENCIAL  Foram realizadas operações vocacionadas para o crime de contrafacção de cartões de 
crédito. Numa das operações foi possível deter três indivíduos que se dedicavam a esta 
prática desde 2007, montando painéis frontais, falsos, nas ATM’s para assim obterem os 
dados  dos  cartões  bancários  dos  clientes,  e  posteriormente  falsificarem  cartões  e 
poderem  efectuar  levantamentos  nas  ATM’S.  Outra  operação  permitiu,  também,  a 
detenção de três indivíduos que se dedicavam a levantamentos em ATM’s com cartões 
falsos,  em  que  apenas  num  dia  efectuaram  253  levantamentos,  tendo  este  grupo 
movimentado em dois fins‐ de‐ semana um total de 68.500€. 
No  combate  ao  branqueamento  de  capitais  e  na  detecção  de  financiamento  ao 
terrorismo,  a  Unidade  de  Informação  Financeira  (UIF)  participou  numa  operação 
internacional para a detecção e controlo dos movimentos físicos de dinheiro de e para 
determinados  destinos  previamente  seleccionados.  Para  este  combate  tem  sido 
essencial a articulação com o Banco de Portugal, a Comissão de Mercado de Valores 
Mobiliários,  o  Instituto  de  Seguros  de  Portugal  e  o  Ministério  da  Justiça.  Em  termos 
operacionais  a  UIF  recebeu  870  comunicações  de  situações  suspeitas  por  parte  de 
entidades financeiras, obrigadas nos termos da lei, tendo sido abertas 557 investigações 
que resultaram na confirmação de 300 comunicações. 
Também os resultados obtidos no combate à criminalidade relacionada com obras de 
arte  foram  muito  positivos,  tanto  pelo  número  de  detenções  como  pelo  número  e 
qualidade das peças recuperadas. 
As zonas urbanas mais problemáticas foram objecto de uma atenção excepcional em 
2008, traduzida por centenas de operações, em cooperação com as autoridades judiciais 
– e com uma sensibilidade acrescida para a detecção de focos de acção violenta contra a 
autoridade do Estado. Houve também um acompanhamento de grupos organizados, e 
especialmente  violentos,  nas  áreas  de  Lisboa  a  Porto  os  quais  contribuem  para  um 
sentimento de insegurança acrescido.  
As  operações  especiais  de  prevenção  criminal,  em  zonas  identificadas  como  mais 
problemáticas, com especial incidência nos distritos de Lisboa, Porto, Setúbal, Coimbra e 
Viseu,  tiveram  como  objectivos  principais  detectar  indivíduos  que  pratiquem  ilícitos 
criminais  e  contra‐ ordenacionais  nessas  zonas,  assim  como  promover  buscas  para 
detecção  de  armas,  fiscalizar  em  matéria  de  trânsito  com  o  fim  de  identificação  de 
condução sob o efeito de álcool, condução sem habilitação legal e detecção de viaturas 
furtadas. Por fim identificar e deter os autores de tráfico de droga, furtos e outros tipos 
de crimes. 
Em  termos  operacionais  destacam‐ se  os  meses  de  Agosto,  Setembro  e  Outubro  nos 
quais foi empenhado um elevado número de efectivos e de material. Dos resultados 

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CONFIDENCIAL  neste  período  destacam‐ se  a  detenção  de  mais  de  300  indivíduos,  a  fiscalização  de 
aproximadamente 20 mil veículos e a apreensão de uma centena de armas ilegais. 
Os acontecimentos que tiveram lugar nos chamados bairros problemáticos, e a resposta 
policial  proporcionalmente  ajustada  para  repor  o  sentimento  de  segurança  dos 
residentes  e  das  populações  em  redor,  bem  como  para  reafirmar  a  autoridade  do 
Estado em todo o território, sugerem nesta avaliação global alguns comentários. 
Desde  logo,  a  constatação  de  que,  malgrado  a  gravidade  de  que  se  revestiram  os 
acontecimentos, principalmente em Loures, fenómenos aparentemente próximos têm 
tido lugar em muitos outros países, nomeadamente europeus. Tal comparação é aqui 
aludida  unicamente  para  realçar  o  carácter  transnacional  dos  problemas  que  muitas 
sociedades contemporâneas, e não exclusivamente Ocidentais, enfrentam. 
A segunda constatação refere‐ se ao quadro de grande precariedade social e deficit de 
cidadania que alguns grupos sociais evidenciam, sugerindo que a ausência de uma forte 
coesão social e territorial não é apenas uma questão que respeite ao desenvolvimento 
económico  e  social  de  um  país,  mas  pelo  contrário  interfere  na  esfera  dos  direitos, 
liberdades e garantias. Porém, um problema social não pode amnistiar uma conduta 
criminal nem impedir que as forças de segurança cumpram a sua missão, preventiva, 
investigatória e de reposição, quando necessário, da ordem pública. 
A terceira e última constatação conduz‐ nos ao carácter imperativo de um conhecimento 
multidisciplinar dos territórios do comportamento anti‐ social. Esta identificação pode 
ser feita a partir da relação entre espaço, sociedade e tempo, complementada com o 
conhecimento  das  relações  entre  uso  e  apropriação  do  espaço  e  as  representações 
sócio‐ espaciais  que  sobre  ele  prevalecem,  e  também  com  o  reconhecimento  das 
dinâmicas  de  criticidade  (vandalismo,  roubo,  insegurança,  segregação,  exclusão)  nele 
existentes. 
É indispensável que os destinatários deste Relatório saibam que já hoje as forças de 
segurança  dispõem  de  operatórias  que  visam  essa  mesma  identificação,  as  quais  se 
encontram acolhidas nos modelos de prevenção e intervenção
9
. O que parece, todavia, 
justificar‐ se é o desenvolvimento de uma base comum de saberes, sendo importante 
perceber‐ se como é, actualmente, lido esse território pelas diferentes Forças e Serviços 
de segurança. Esta constatação confere importância ao aprofundar do conhecimento 
sobre tais leituras e percepções da criticidade sócio‐ espacial já que permite assinalar 
linhas  orientadoras  de  classificação  e  tratamento  da  problemática  em  questão,  para 
                                                            
9 É o caso do Modelo Integrado de Prevenção e Intervenção Policial em Bairros Problemáticos e em 
Locais de Maior Incidência Criminal ou de Hostilidade para com as forças de segurança, desenvolvido 
pela PSP em 2005.

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CONFIDENCIAL  além  de  salientar  algumas  das  dimensões  que  contribuem  para  a  construção  de 
determinadas representações sócio‐ espaciais.  
 
 Actividade operacional orientada para o reforço da segurança nas fronteiras, o 
controlo dos fluxos migratórios na origem e o controlo da permanência de 
estrangeiros em território nacional 
Trata‐ se de um conjunto de actividades que, embora enquadráveis na rubrica anterior, 
uma  vez  que  são  específicas  as  questões  que  se  colocam  neste  domínio,  pela  sua 
especificidade sugere uma apreciação autónoma.  
Em matéria de imigração e fronteiras, e do ponto de vista legislativo, o ano em análise 
ficou marcado pela entrada em vigor do novo regime jurídico de asilo, aprovado pela Lei 
n.º  27/2008,  de  30  de  Junho  e  pela  publicação  de  um  acervo  de  portarias 
concretizadoras dos regimes legais consagrados pela Lei de Estrangeiros, publicada em 
2007. 
Refira‐ se,  ainda,  no  âmbito  da  cooperação  mais  alargada  de  que  o  SEF  é  parte,  a 
publicação da Portaria n.º 1354/2008, de 27 de Novembro, que aprovou o regulamento 
que define os procedimentos organizacionais, funcionais, técnicos e de articulação entre 
as entidades envolvidas na organização e no funcionamento dos Centros de Cooperação 
Policial e Aduaneira (CCPA). 
Na  vertente  do  controlo  dos  fluxos  migratórios  na  origem,  o  SEF  reforçou  a  sua 
intervenção, em matéria de imigração ilegal, através da nomeação de novos oficiais de 
ligação de imigração em Moscovo e em Luanda e da aprovação, pela Comissão Europeia, 
de  um  projecto  para  o  financiamento  da  colocação  de  oficiais  de  ligação  em 
Moçambique e em São Tomé e Príncipe. Ainda nesta vertente, refira‐ se, no quadro do 
desenvolvimento  do  Sistema  de  Informação  de  Vistos  (VIS),  o  Sistema  de  Emissão 
Electrónica de Parecer Prévio, criado pelo SEF no âmbito do processo de concessão de 
vistos consulares
10
, já disponível a partir de qualquer Posto Consular e o Sistema de 
Recolha de Dados Biométricos. 
Ao nível do controlo e segurança nas fronteiras externas, o Sistema RAPID foi alargado 
a  todos  os  postos  de  fronteira  aérea  e  foi  introduzida,  no  Sistema  de  Controlo  de 
Fronteiras, a consulta automática à base de dados da Interpol.  
                                                            
10 No caso de vistos de residência e estada temporária e por razões de interesse nacional, segurança 
interna ou prevenção da imigração ilegal e criminalidade conexa (art.º 53.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de 
Julho).

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CONFIDENCIAL  O SEF controlou um total de 12 039 272 pessoas, das quais 10 599 570 nas fronteiras 
aéreas e 1 439 702 nas fronteiras marítimas. Em confronto com 2007, constata‐ se a 
subida  do  número  de  voos  e  de  embarcações  controladas  (+10%  e  +11,9% 
respectivamente).  
Quanto  às  recusas  de  entrada,  assinala‐ se  um  decréscimo  de  9,2%  (3  598  em  2008 
contra 3963 em 2007) que retoma os valores de 2006. Quanto aos fundamentos da não 
admissão, salienta‐ se o aumento em 43,7% da ausência de motivos que justifiquem a 
entrada e a ausência de visto ou visto caducado. 
Em termos de detecção  de  documentos fraudulentos,  denota‐ se uma diminuição de 
54%.  Este  decréscimo  acentuado  deverá  atender  à  redução  abissal  da  detecção  de 
documentos  venezuelanos  (42  documentos  em  2008  contra  464  em  2007),  reflexo 
directo  das  medidas  de  controlo  a  montante  e  dos  esforços  envidados  por  Portugal 
junto  das  autoridades  venezuelanas.  Em  simultâneo,  o  reforço  da  segurança 
documental e a introdução de dados biométricos em documentos de viagem europeus 
vêm concorrendo para a redução da falsificação deste tipo de documentos. Também o 
alargamento da União e da sua fronteira externa constituiu um factor de deslocação da 
utilização  de  documentos  fraudulentos,  tendência  já  assinalada  noutros  Estados‐
membros.  
No  que  reporta  ao  controlo  da  permanência,  e  em  matéria  de  documentação  de 
estrangeiros,  sublinha‐ se  o  arranque  da  emissão  do  novo  título  de  residência 
electrónico  (eTR),  projecto  de  importância  estratégica  para  o  País  e  com  efeitos 
significativos  em  termos  da  segurança  documental.  São  também  de  referir,  por  um 
lado, iniciativas tecnológicas, como a criação do PORTAL SIBA (Sistema de Informação 
de  Boletins  de  Alojamento),  que  agiliza  o  cumprimento  das  obrigações  legais  de 
comunicação de alojamento de estrangeiros e o Sistema de Informação Inteligente ao 
Cidadão, nova ferramenta de apoio ao cidadão, e, por outro, o reforço da actividade 
operacional.  
As acções de fiscalização registaram o substancial aumento de 44,7% (de 6 727 em 
2007 para 9 734 em 2008), dando‐ se assim continuidade à estratégia de combate ao 
emprego clandestino, à imigração ilegal e ao tráfico de seres humanos, particularmente 
intensificada em 2008. Este aumento reflectiu‐ se de forma positiva no elevado número 
de  processos  de  contra‐ ordenação  instaurados  (+  67,9%)  e  de  medidas  cautelares 
detectadas (+12,4 %), bem como no aumento de 10,9% dos afastamentos de território 
nacional.   
Concretamente na área da investigação criminal, assinala‐ se o aumento de 6,6%, dos 
processos distribuídos ao SEF para investigação e o predomínio dos crimes de auxílio à 

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CONFIDENCIAL  imigração  ilegal,  falsificação  de  documentos  e  lenocínio.  Os  casamentos  por 
conveniência, conduta recentemente criminalizada pela Lei de Estrangeiros, estiveram 
na origem de 18 inquéritos como crime predominante. Destaca‐ se ainda, ao nível dos 
resultados, a execução de 142 detenções, 27 prisões (24 preventivas e 3 domiciliárias) e 
a apreensão de 19 viaturas, 473 documentos e 16 armas. 
No domínio da cooperação policial transfronteiriça, o SEF deu um contributo decisivo 
na vertente prática do processo de criação e operacionalização dos CCPA. No final de 
2008 encontravam‐ se em funcionamento os CCPA de Vilar Formoso e de Vila Real de 
Santo António, decorrendo obras de adaptação nos CCPA de Quintanilha, Tui e Caia, 
nestes dois casos da responsabilidade de Espanha. 
Ao nível da actuação internacional, foi dada particular atenção ao acompanhamento da 
política  europeia  comum  de  imigração,  através  da  participação  em  288  reuniões  no 
âmbito  da  União  Europeia  e  em  149  iniciativas  internacionais  extra  União.  O  SEF 
garantiu a presença em missões internacionais na Moldávia, na Ucrânia e em Timor‐
Leste e na Agência Europeia Frontex, em Varsóvia. Destaque para a participação do SEF 
nas  operações  e  actividades  desta  Agência,  inseridas  no  contexto  da  partilha  de 
responsabilidades no controlo das fronteiras externas da União Europeia.  
No  âmbito  da  cooperação  internacional,  uma  nota  para  o  2.º  Curso  de  Formação 
Pedagógica Inicial de Formadores e de áreas técnicas para os Serviços congéneres dos 
PALOP  e  a  promoção  de  18  acções  de  formação  em  Cabo‐ Verde,  Guiné‐ Bissau, 
Moçambique e Angola. 
Quanto ao investimento financeiro é de assinalar a melhoria das infra‐ estruturas, no 
valor  de  €  91.644,80;  a  aquisição  de  equipamento  informático  e  de  serviços  de 
desenvolvimento aplicacional no montante de € 2.244.740,00. Neste âmbito, destaca‐
se  a  renovação  da  Parte  Nacional  do  Sistema  de  Informação  Schengen  (NSIS)  e 
renovação do Sistema Integrado de Informação do SEF, no valor de € 870.579,00, e o 
projecto de Segurança Digital no Controlo de Fronteiras, no valor de € 1.046.791,00. Na 
área  da  valorização  de  recursos  humanos  foram  despendidas  as  quantias  de 
€103.783,00 em formação e € 273 100,00 na organização de diversos seminários.  
 
A disponibilização de novos recursos Formação de recursos humanos 
No que respeita aos recursos humanos, em 2008 registou‐ se um reforço dos diferentes 
organismos, ditado pelo esforço de formação contínua dos seus quadros de pessoal, 

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CONFIDENCIAL  traduzido  em  muitas  e  diversificadas  acções  de  formação  (técnico‐ policial,  gestão, 
informática, jurídica, comportamental e pedagógica). 
O início da formação de novos elementos na GNR e na PSP, nos termos da Estratégia de 
Segurança 2008, a formação superior de mais Oficiais de ambas as forças de segurança, 
a  entrada  para  os  quadros  da  Polícia  Judiciária  de  quase  150  novos  elementos,  a 
formação  de  mais  elementos  da  Polícia  Marítima,  foram  decisões  oportunas  que 
conduziram  a  acções  necessárias  para  garantir  o  indispensável  rejuvenescimento  do 
corpo profissional que garanta a segurança dos cidadãos. 
Todavia, e não menos relevante, foi o esforço de qualificação dos recursos humanos que 
já  se  encontram  no  activo,  tendo  sido  ministrados  em  2008  centenas  de  cursos,  no 
conjunto  das  Forças  e  Serviços  de  segurança,  a  que  corresponde  um  volume  de 
formação de várias dezenas de milhar de horas, envolvendo milhares de profissionais, 
entre formandos e formadores. 
Pela importância de que se revestiu, e pelo facto de ter resultado das competências ao 
nível  de  coordenação  do  SGSI,  destaca‐ se  a  organização  do  I  Curso  Nacional 
Multidisciplinar  em  matéria  de  fraude  e  “roubo”  de  identidade,  logística  do  crime 
organizado, que teve lugar de 24 a 28 de Novembro de 2008, e surge na sequência da 
conferência internacional subordinada ao mesmo tema, realizada em Tomar, no âmbito 
da  Presidência  Portuguesa  do  Conselho  da  União  Europeia,  em  Novembro  de  2007, 
sendo uma das actividades de follow‐ up apontadas nas suas conclusões. 
Aplicando  o  conceito  de  cadeia  de  identidade,  esta  acção  de  natureza  informativa  e 
formativa,  abordou,  entre  outros  aspectos,  as  fases  desta  cadeia  e  respectivas 
interdependências  (registo  de  identidade,  produção/emissão  de  documentos  que  a 
atestam,  controlo/identificação),  tecnologias  disponíveis,  nomeadamente  em  matéria 
de documentação de segurança e de identidade digital e desafios que se colocam, por 
via da sua evolução, à actividade policial e de investigação criminal. 
Promovido em parceria com a Polícia Judiciária e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, 
contou ainda com a colaboração de entidades diversas
11
, com participantes das FSS que 
compõem  o  Sistema  de  Segurança  Interna
12
  e  outros  interessados  no  sistema  de 
identidade, num total de 35 pessoas. 
Apesar do âmbito nacional do curso, este incluiu oradores de França, Estados Unidos da 
América, Holanda e Suíça, chamados a partilhar conhecimentos e experiências. 
                                                            
11 Academia Militar, Centro de Estudos Judiciários, Departamento de Investigação e Acção Penal, Direcção‐ Geral da 
Administração da Justiça, Direcção‐ Geral de Contribuição e Impostos, Forças de segurança, Imprensa Nacional‐ Casa 
da  Moeda,  Instituto  de  Registos  e  Notariado,  Instituto  Nacional  de  Engenharia  Tecnologia  e  Inovação,  Microsoft, 
MULTICERT – Serviços de Certificação Electrónica, Prosegur e Sociedade Interbancária de Serviços, SIBS 
12
 Para além das referidas em 1, estiveram presentes elementos da PSP, GNR, DGSP, SIS, SIED e INAC, 

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CONFIDENCIAL   
Este curso pretendeu abrir um espaço para a partilha e disseminação de conhecimento 
e informação sobre fraude e “roubo” de identidade. Este tipo de fenómenos revela‐ se, 
cada vez mais, como global e instrumental à prática de outros ilícitos criminais, que só 
podem  ser  prevenidos  e  combatidos  com  uma  abordagem  multidisciplinar  e  multi‐
institucional, num contexto de identidade segura. 
Dos resultados desta iniciativa, sublinham‐ se o consenso em torno da necessidade e 
importância de, no quadro do Sistema de Segurança Interna, dar continuidade a acções 
deste género e a edificação conceptual de um plano nacional para a prevenção e luta 
contra a fraude de identidade, cuja elaboração e discussão se previu para o primeiro 
semestre  de  2009.  Este  plano  será  arquitectado  com  as  recomendações  das  várias 
partes interessadas, públicas e privadas, que contribuíram para o Curso, nas matérias da 
sua esfera de competências e terá como áreas estratégicas de intervenção as fases da 
cadeia de identidade, com especial enfoque nas do registo e controlo. Nele, a segurança 
da identidade será assumida como centralidade. Sem uma identidade segura, não existe 
prevenção  e  luta  eficazes  contra  os  fenómenos  da  fraude  e  roubo  de  identidade  e 
contra a criminalidade que lhe está associada. 
Com efeito, a discussão sobre os recursos humanos do Sistema de Segurança Interna 
tem‐ se centrado, de há muito, na redutora contabilidade das entradas e saídas de novos 
elementos, mas os dados disponibilizados neste Relatório dão conta na aposta que vem 
sendo feita na actualização de conhecimentos, não estritamente técnicos, beneficiando, 
em ultima ratio, o cidadão, pelo acréscimo de qualidade do serviço policial prestado. 
Entende‐ se, para além desta formação “em sala”, que as acções de cooperação intra‐  e 
internacional,  a  realização  conjunta  de  exercícios,  a  constituição  de  equipas  mistas 
focadas em temas e iniciativas específicas, são modalidades de trabalho técnico‐ policial 
com elevado valor acrescentado para a qualificação dos profissionais e para a melhoria 
da qualidade da acção policial. Devem, por conseguinte, ser reconhecidos estes esforços 
e incentivada a sua continuidade. 
Aos  meios  já  existentes,  juntaram‐ se  em  2008  novos  meios  para  prosseguir  esse 
objectivo  da  qualificação,  de  entre  os  quais  se  destacam  a  construção  das  novas 
carreiras de tiro e o alargamento dos conteúdos disponibilizados nas plataformas de e‐
learning. 
 
Infra­ estruturas e equipamentos técnico­ policiais 
No  ano  de  2008,  no  que  respeita  à  Lei  de  Programação  de  Infra‐ Estruturas  e 
Equipamentos, o parque de instalações das Forças e Serviços de segurança beneficiou 
da conclusão de 25 obras, das quais 17 foram efectuadas de raiz e 8 corresponderam a 

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CONFIDENCIAL   
remodelações, maioritariamente destinadas à GNR. Estão também em curso 11 outras 
obras, das quais 6 são de raiz e 5 de remodelação. 
Há  que  ter  presente  o  facto  das  novas  instalações  para  as  Forças  e  Serviços  de 
segurança,  nomeadamente  Esquadras  da  PSP  e  Postos  Territoriais  da  GNR, 
beneficiarem, desde 2007, mas com uma expressão material concretizada, pela primeira 
vez, em 2008, das Recomendações Técnicas elaboradas pelo Laboratório Nacional de 
Engenharia Civil (LNEC), numa cooperação técnica estreita com a DGIE, a GNR e a PSP. 
Estas Recomendações Técnicas abrangem a totalidade dos domínios relacionados com a 
concepção,  programação,  planeamento,  execução  e  controlo  da  qualidade  das 
instalações construídas. 
As aquisições em equipamento técnico‐ policial mobilizaram um investimento financeiro 
muito relevante, que se traduz em domínios diversificados, de viaturas a equipamento 
electrónico, de computação, de comunicações, e software. 
 
Cooperação internacional Quadro europeu 
Do  extraordinário  volume  de  actividade  desenvolvida  em  2008  no  quadro  da 
cooperação da União Europeia no Espaço de Liberdade, Segurança e Justiça, a adopção 
pelo  Conselho  das  conclusões  sobre  o  princípio  da  convergência e  a  arquitectura  da 
segurança interna, que deverão constituir a base do trabalho do Programa pós‐ Haia e 
visam promover a aproximação operacional dos serviços de aplicação da lei dos Estados‐
membros,  baseada  no  princípio  do  reconhecimento  mútuo  e  da  disponibilidade  de 
informação, é algo que não pode deixar de ser relevado nesta avaliação global. 
Os  programas  de  intercâmbio  temporário  de  agentes,  a  harmonização  de  regras  e 
práticas  que  passam  pela  promoção  do  reforço  da  interoperabilidade  de  sistemas  e 
equipamentos,  a  preparação  de  exercícios  conjuntos  ou  a  organização  de  operações 
conjuntas, simplificação dos procedimentos de intercâmbio e cooperação no quadro de 
investigações  de  carácter  transfronteiriço  (equipas  conjuntas  de  investigação),  são 
alguns dos ganhos que se podem esperar com esta maior convergência europeia em 
matéria  de  assuntos  internos.  O  ano  de  2008  revelou  a  importância  de  os  Estados‐
membros  concordarem  na  necessidade  de  reforçar  os  dispositivos  existentes, 
nomeadamente  através  da  definição  de  objectivos  estratégicos  e  operacionais,  que 
permitam avaliar a ameaça que impende sobre os cidadãos, definir as prioridades da 
União Europeia, definir o método para realizar essas prioridades e avaliar regularmente 
as medidas tomadas. Simbolicamente, pode dizer‐ se que adopção da Decisão que cria o 

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CONFIDENCIAL   
Serviço  Europeu  de  Polícia,  que  irá  substituir  a  Convenção  Europol  a  partir  de  1  de 
Janeiro  de  2010,  sinaliza  uma  mudança  no  paradigma  da  cooperação  europeia  nas 
matérias  que  respeitam  aos  assuntos  internos.  Essa  mudança  poderia,  ainda,  ser 
sinalizada pelo impulso que a criação de um sistema integrado de gestão de fronteiras 
na União Europeia beneficiou em 2008, enquanto instrumento essencial para reforço da 
segurança interna e também de facilitação da passagem nas fronteiras para os cidadãos 
que pretendam entrar no território da União por motivos legítimos do espaço europeu. 
O Sistema de Segurança Interna Português tem pela frente o desafio de uma crescente 
integração  europeia,  configurada  por  uma  nova  arquitectura  conceptual,  e 
materializada através de acções gradualmente mais participadas, com partilha cada vez 
mais  frequente  de  informação,  uso  de  instrumentos  interoperáveis,  para  reagir  a 
ameaças comuns e proteger, integradamente, uma comunidade de aproximadamente 
500 milhões de habitantes. Esta visão faz‐ nos perceber a dimensão do projecto europeu 
e a responsabilidade de cada organismo de polícia nacional na sua prossecução. 
 
 Cooperação técnico­ policial 
O capital de prestígio internacional de que desfrutam, a elevada exigência da agenda da 
cooperação internacional no mundo contemporâneo, e a grande aceitação junto dos 
seus  pares  e  das  populações  em  geral,  levam  as  Forças  e  Serviços  de  segurança 
portugueses a desenvolver uma intensa actividade de cooperação internacional, grande 
parte dela de âmbito técnico‐ policial, à qual deve ser dada a relevância proporcional. 
Esta capacidade é extensiva a outros operadores de segurança, como é o caso da ANPC. 
O  entrosamento  operacional  é  um  requisito  indispensável  de  qualquer  sistema 
integrado,  e  nesse  sentido  a  cooperação  técnico‐ policial  revela‐ se  útil  para  o  seu 
desenvolvimento. 
Em  2008,  exercícios  e  missões  policiais  como  as  que  se  destacam  seguidamente, 
cumpriram plenamente esse objectivo estratégico: 
‐  EU Crisis Management Exercise 2008, cujo principal objectivo era efectuar uma missão 
de manutenção de paz (de cariz civil) para uma missão de imposição de paz (de cariz 
militar) num determinado local; 
‐  O exercício de Força de Polícia da União Europeia através de Forças constituídas ao 
nível  de  pelotão,  que  decorreu  no  Centre  National  d’Entrainement  des  Forces  de 
Gendarmerie, em St. Astier, França. Esta participação foi composta por 1 pelotão do CI, 
constituído por 20 elementos; 

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88 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  ‐  A  operação  Transpol  Express,  operação  desenvolvida  com  base  na  criminalidade 
praticada nos transportes ferroviários e que envolveu todos os Estados‐ membros. Esta 
operação  consistiu  numa  acção  de  combate  à  criminalidade  geral  no  espaço  União 
Europeia com principal incidência na luta contra a imigração ilegal por via ferroviária e 
criminalidade transfronteiriça, incluindo tráfico/posse de droga e tráfico/posse de armas 
e  explosivos.  Estas  acções  tiveram  lugar  dentro  dos  comboios  internacionais  e  nas 
estações ferroviárias localizadas nas zonas fronteiriças. A nível nacional esta operação 
foi coordenada e planeada pelo Gabinete Coordenador de Segurança em conjunto com 
as forças e serviços; 
‐  A Operação High Impact Operation Diligence, no âmbito da Presidência Francesa da 
União  Europeia,  a  Direcção  Central  da  Polícia  Judiciária  Francesas  e  a  Europol 
organizaram  uma  operação  conjunta  europeia  de  alto  impacto  dirigida  ao  tráfico  de 
armas através das fronteiras externas da União Europeia. e os seus movimentos ilegais 
dentro da União visando melhorar o intercâmbio de informações e a cooperação entre 
as  Forças  e  Serviços  de  segurança  portugueses,  e  também  aperfeiçoar  a  análise  da 
ameaça que a circulação de armas de fogo constitui na União Europeia; 
‐  A Missão European Union Police Mission in Bosnia – Herzegovina, EUPM BiH; 
• SARDINIA, no âmbito da protecção civil, incêndios florestais; 
• UNIFIED BLADE, no âmbito da segurança militar; 
• UUSIMAA,  realizado  na  Finlândia,  no  âmbito  da  protecção  civil,  gestão  de 
consequências; 
• PROCIV IV, no âmbito da protecção civil, testar meios em caso de sismo. 
‐  EGEX 2008, no âmbito da Gendarmerie Europeia (EUROGENDFOR) a GNR organizou um 
exercício  multinacional  envolvendo  9  países,  no  qual  foi  simulada  a  participação  da 
EUROGENDFOR numa missão militar da União Europeia em cenário de crise, em África, 
assegurando a sua componente policial. 
‐  A EUFOR ALTHEA – Bósnia –Herzegovina (EUROGENDFOR); 
‐  A European Union Rule of Law Mission in Kosovo – EULEX Kosovo; 
‐  A  European  Union  Mission  in  support  of  security  sector  reform  in  the  republic  of 
Guinea‐ Bissau – EU SSR Guinea Bissau; 
‐  A European Union Police Mission in the Democratic Republic of Congo – EUPOL Congo; 
‐  A United Nations Integrated Mission in Timor‐ Leste – UNMIT; 
‐  A European Union Police Mission for the Palestian Territories – EUPOL COPPS; 
‐  A European Union Monitoring Mission in Geórgia – EUMM GEÓRGIA. 

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CONFIDENCIAL  Nota: Esta listagem tem um valor meramente ilustrativo e não dispensa a análise detalhada de todas as 
iniciativas em que as Forças e Serviços de segurança portuguesas participaram (ver Capítulo 6, 
para cada um dos organismos). 
Os Centros de Cooperação Policial e Aduaneira são uma iniciativa que cabe destacar, por 
duas ordens de motivos. Por um lado, exercitam uma cooperação bilateral alargada a 
vários organismos (do lado português, SEF, PSP, GNR, PJ e DGAIEC; do lado espanhol, o 
Cuerpo Nacional de Policia, Guardia Civil e Aduana). Por outro lado, porque promovem o 
intercâmbio de informações policiais e apoio em operações policiais conjuntas junto às 
fronteiras, cuja importância para a segurança nacional deve ser sublinhada. 
O  esforço  de  cooperação  internacional,  parte  do  qual  poderia  ser  entendido  como 
actividade de assistência ao desenvolvimento, envolve sempre um volume considerável 
de recursos humanos. Sem prejuízo de uma informação mais detalhada, disponibilizada 
no  Capítulo  6,  entre  elementos  empenhados  em  missões  de  manutenção  de  paz, 
formadores, oficiais de ligação, especialistas, estima‐ se que a cooperação internacional 
tenha envolvido em 2008 aproximadamente 900 pessoas.   

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CONFIDENCIAL   
Resultados operacionais Volume da actividade operacional e indicadores de desempenho 
A  actividade  operacional  das  Forças  e  Serviços  de  segurança  aumentou 
significativamente  em  2008:  na  PSP,  por  exemplo,  teve  um  aumento  de  7% 
(correspondendo a um total de 18.603 operações, de entre estas acções destacam‐ se 
as rusgas, com 1.607 operações o que corresponde a um aumento de 8%); na GNR foi 
ligeiramente menor. O SEF realizou 9.734 acções de fiscalização, o que representa um 
aumento de 44,7% face ao ano anterior. 
Por  domínios  de  intervenção,  é  também  possível  reconhecer  essa  expansão  do 
Sistema,  à  qual  não  serão  alheios  os  ganhos  de  produtividade  que  decorrem  dos 
investimentos  que  vêm  sendo  feitos,  nomeadamente  em  termos  de  formação, 
recursos materiais, novas tecnologias, e mais genericamente em desburocratização. 
Assim: 
9 A  actividade  processual  da  PSP  teve  um  acréscimo  de  11%,  em  face  dos 
resultados  bastante  animadores  que  resultaram  da  (nova)  estrutura  de 
investigação criminal; 
9 Cerca de 3.000 acções conjuntas realizadas (envolvendo meios de várias Forças 
e Serviços de segurança); 
9 O número de detenções efectuadas pela GNR e PSP ultrapassou, em 2008, as 
62 mil; 
9 Na actividade relativa ao controlo de armas e explosivos foram desenvolvidos 
esforços bem sucedidos no sentido de intensificar a fiscalização, comprovados 
pelos resultados obtidos: quase 4.600 armas apreendidas, das quais mais de 
2.500  armas  de  fogo,  e  ainda  mais  de  2.300  armas  de  fogo 
entregues/recuperadas. Quase 310 mil munições apreendidas e cerca de 5,5 kg 
de explosivos apreendidos/entregues; 
9 O Centro de Inactivação de Explosivos e Segurança em Subsolo (CIEXSS) da PSP 
efectuou  1.296  buscas,  24  buscas  em  subsolo,  detectando  5  engenhos 
explosivos reais e 77 engenhos falsos. Também as equipas de inactivação de 
engenhos explosivos (EIEE) da GNR efectuaram um total de 715 missões; 
9 O volume de solicitações às forças de segurança diminuiu consideravelmente 
(menos 11,4% na GNR e menos 13% na PSP); 
9 No campo da segurança a acontecimentos desportivos, registaram‐ se 20.055 
acções  de  policiamento,  nas  quais  estiveram  envolvidos  mais  de  85.000 

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CONFIDENCIAL   
efectivos. Registaram‐ se 266 incidentes o que corresponde a um aumento de 
30%; 
9 Em  termos  de  segurança  rodoviária,  foram  registados  41.061  crimes,  o  que 
traduz  uma  diminuição  de  4,4%  relativamente  a  2007  e  se  inscreve  numa 
tendência  positiva  registada  nos  últimos  anos.  Neste  domínio,  realce para  o 
único aumento registado, o da condução com taxa de alcoolemia superior a 
1,2g/l, que registou um aumento de 3,7% como resultado, também, de uma 
mais apertada fiscalização. 
9 Convergência da evolução da criminalidade rodoviária com a da sinistralidade, 
permitindo  inferir  que  2008  se  revelou  um  ano  de  maior  acalmia  neste 
domínio. 
 
Vítimas em Portugal continental, entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro (2006‐ 2008) 
 
2006  2007  2008 
Variação 2007‐ 2008 
N  % 
Mortos  850  854  776  ‐ 78  ‐ 9.1 
Feridos Graves  3.483  3.116  2.606  ‐ 510  ‐ 16.4 
Feridos Leves  43.654 43.202 41.327 ‐ 1.875  ‐ 4.3 
Total de Vítimas  47.987 47.172 44.709 ‐ 2.463  ‐ 5.2 
 
9 Durante 2008, e no exercício da sua missão, há a lamentar um conjunto de 
situações  nas  quais  os  agentes  de  autoridade  foram  vítimas,  havendo  a 
lamentar  uma  morte  e  cinco  feridos  graves.  Qualquer  ocorrência  desta 
natureza  deve  merecer  o  mais  vivo  repúdio  colectivo,  e  a  prevenção  destes 
riscos tem que merecer máxima prioridade na gestão táctico‐ policial. 
 
 
 
 
 
 
Ocorrências
Mortos
Feridos 
Graves
Feridos 
ligeiros
Feridos sem 
necessidade de 
tratamento médico
PSP 0 4 186 309
GNR 1 1 153 129
Total 1 5 339 438

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CONFIDENCIAL  5 - Descrição e análise das participações registadas Introdução Antes  de  se  proceder  à  análise  dos  dados  estatísticos  relativos  à  criminalidade 
participada à Guarda Nacional Republicana, à Polícia de Segurança Pública e à Polícia 
Judiciária  em  2008,  importa  retomar  a  referência  feita  no  Capítulo  anterior  a  um 
conjunto de factores que terão tido influência no acréscimo do número de ocorrências 
registadas,  sobretudo  no  que  diz  respeito  à  área  de  competência  da  Polícia  de 
Segurança Pública. 
Na verdade, importa ter presente o impacto resultante da alteração introduzida ao 
dispositivo  territorial  das  Forças  de  segurança  que,  não  obstante  ser  uma  reforma 
essencial de há muito reclamada, e talvez mesmo por ter sido adiada por demasiado 
tempo, dela resultam efeitos de ajustamento temporalmente muito circunscritos, mas 
inevitáveis.  A  adaptação  a  novos  contextos  espaciais  e  sociais  não  poderia  ser 
efectuada  num  muito  curto  período,  não  sendo  difícil  admitir  que,  pelo  menos 
parcialmente,  tenha  contribuído  para  o  aumento  das  ocorrências  registadas  no 
segundo e terceiro trimestres do ano de 2008.  
Importa  sublinhar,  com  o  mesmo  rigor  da  afirmação  precedente,  que  no  último 
trimestre  do  ano  se  observou  já  uma  evolução  positiva  nos  dados  estatísticos  dos 
crimes participados, confirmando a ideia de uma rápida e progressiva adequação às 
novas realidades. Assim, e apurando estatisticamente esse efeito de ajustamento, no 
primeiro  trimestre  assistiu‐ se  a  um  aumento  de  aproximadamente  de  4,1%,  no 
segundo e terceiro trimestre as variações rondaram os 10%, baixando para 4,9% no 
último trimestre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por  outro  lado,  importa  ter  presente  o  peso  relativo  de  alguns  tipos  de  crime  no 
conjunto da criminalidade participada, nomeadamente o crime de violência doméstica, 

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CONFIDENCIAL  o crime de condução perigosa de veículo rodoviário (designadamente sob influência de 
álcool) e o crime por condução sem habilitação legal. 
A  violência  doméstica  é  responsável  por,  aproximadamente,  22%  do  aumento  do 
número total de participações criminais, a que não será alheia a alteração legislativa 
ocorrida  em  2007  e  o  esforço  desenvolvido  pelas  Forças  de  segurança, 
designadamente  através  das  equipas  especializadas  criadas  para  a  prevenção  deste 
crime. 
 
Total de participações registadas Os  dados  analisados  neste  capítulo  têm  por  fonte  a  Direcção‐ Geral  de  Política  de 
Justiça  do  Ministério  da  Justiça,  e  apenas  no  que  diz  respeito  à  criminalidade 
participada aos órgãos de polícia criminal de competência genérica (Guarda Nacional 
Republicana,  Polícia  de  Segurança  Pública  e  Polícia  Judiciária),  nos  termos 
metodológicos  que  são  usados  há  mais  de  uma  década  no  que  à  elaboração  dos 
Relatórios Anuais de Segurança Interna respeita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Guarda Nacional Republicana, tal como no ano anterior, apresenta um decréscimo 
no número de ocorrências registadas.  
Como se pode constar pelo gráfico supra, pese embora a Polícia de Segurança Pública 
também  apresente  uma  subida,  o  maior  acréscimo  percentual  pertence  à  Polícia 
Judiciária, em grande parte devido a quatro tipos de crime, a saber: “contrafacção ou 
falsificação  e  passagem  de  moeda  falsa”,  “burla  informática  e  nas  comunicações”, 
“lenocínio”e  “incêndio/fogo  posto  em  edifício,  construção  ou  meio  de  transporte”. 
Estes crimes, que representam 70% do acréscimo, resultam de uma maior actividade 
Total de 
421.037 
participações 
Acréscimo de 
7,5%
GNR  190.074 
casos  
Decréscimo 
de ‐ 1%
PSP 215.204 
casos 
Acréscimo de 
15,2%
PJ 15.759 
casos 
Acréscimo de 
22,7%

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94 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

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 maior 
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ples (32.672 )
ia doméstica 
 cônjuge ou 
os (20.392 )
a e coacção 
7.816 )
ão, calúnia e 
ia (7.484 )
s crimes de 
ia doméstica 
 crime de 
 necessária
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de  parte, 
acompanh
a monitor
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as 
soas  são  a
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ões regista
como  refe
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s se devem
crimes  rela
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e concluirá
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desta 
ncias 
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orças 

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95 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  Crimes com maior 
frequência
Furto em veículo 
motorizado             
(46.385 )
Outros Furtos           
(37.232 )
Furto em residência 
(29.654 )
Furto de veículo 
motorizado             
(25.255 )
Furto em edifício 
comercial                 
(16.494 )
Furto por carteirísta 
(14.931 )
de  segurança,  designadamente  na  diminuição  de  cifras  negras,  aproximando  a 
realidade criminal à realidade participada. 
De entre as descidas, destacam‐ se pela diferença percentual face ao período anterior, 
os  crimes  de  ofensa  à  integridade  física  voluntária  simples  (‐ 10,9%),  ofensa  à 
integridade  física  por  negligência  em  acidentes  de  viação  (‐ 23%),  homicídio  por 
negligência  em  acidente  de  viação  (‐ 22%),  ameaça  e  coacção  (‐ 9,5%)  e  difamação, 
calúnia e injúria (‐ 11%). 
Crimes contra o património 
Na  linha  do  que  se  tem  vindo  a 
verificar  em  anos  anteriores,  os 
crimes  contra  o  património 
continuam a representar a maior fatia 
da  criminalidade  participada, 
representando  aproximadamente 
57% do total. A variação apresentada 
reflecte  um  aumento  de  29.214 
participações, sobretudo, em 74% dos 
casos,  pelas  subidas  observadas  nos 
crimes  de  furto  em  residência  com 
arrombamento,  escalamento  ou 
chaves falsas (+7.330 casos), furto em veículo motorizado (+6.734 casos), outros furtos 
(+4.681 casos), outros crimes contra a propriedade (+1.540 casos) e furto de veículo 
motorizado (+1.303 casos).  
Verificam‐ se,  contudo  diversas  tendências  contrárias,  entre  as  quais  se  destaca  o 
furto/roubo  por  esticão  (‐ 1,2%),  furto  em  estabelecimento  de  ensino  (‐ 8,8%),  burla 
para obtenção de alimentos, bebidas ou serviços (‐ 23%) e extorsão (‐ 10%). 
 
Crimes contra a vida em sociedade 
A terceira categoria a apresentar uma subida é a respeitante aos crimes contra a vida 
em sociedade, igualmente a terceira em termos de peso relativo, representando 11,2% 
do total. Esta categoria regista mais 2.845 casos participados, principalmente devidos, 
em  95%  dos  casos,  aos  acréscimos  registados  nos  crimes  de  contrafacção  ou 
falsificação e passagem de moeda falsa (+1.467 casos), condução de veículo com taxa 
de álcool igual ou superior a 1,2 g/l (+762 casos) e a detenção ou tráfico de armas 
proibidas  (+548  casos).  A  subida  observada  nesta  categoria  deve‐ se,  em  grande 

Página 96

96 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

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97 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

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98 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  Evolução do peso relativo da criminalidade violenta e grave em relação ao total da 
criminalidade participada, entre 1998‐ 2008 
 
 
 
 
 
 
 
Evolução da criminalidade violenta e grave entre 1998‐ 2008 
 
 
 
 
 
 
 
Importa ainda realçar que o aumento de 5,8% verificado no quarto trimestre de 2008 
representa  uma  forte  desaceleração  deste  tipo  de  criminalidade  em  relação  ao 
terceiro  trimestre,  onde  se  registou  um  aumento  de  16,8%.  Todo  o  esforço 
desenvolvido por parte das Forças e Serviços, muito do qual já referido no capítulo 
anterior, foi determinante para os resultados obtidos neste último trimestre. 
 
 
 
 
 
 
 

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99 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL   
Os crimes de roubo na via pública, o furto/roubo por esticão e a resistência e coacção 
sobre funcionário continuam a ser os mais representativos, sendo que globalmente 
têm um peso relativo de 70%. 
Este acréscimo resulta, sobretudo, dos aumentos observados nos crimes de roubo na 
via pública (excepto esticão) com mais 511 participações e na categoria outros roubos 
com  mais  1.484  ocorrências.  Assim,  pode‐ se  constatar  que,  dos  2.379  casos, 
aproximadamente  2.000,  se  devem  a  estes  dois  tipos  de  crimes.  De  entre  os 
acréscimos existem alguns que merecem particular destaque pelo aumento registado 
este ano. São eles o roubo a banco ou outro estabelecimento de crédito, com uma 
variação  de  +113%,  o  roubo  a  posto  de  abastecimento  de  combustível,  com  uma 
variação de +95% e o roubo a tesouraria ou estação dos CTT, com uma variação de 
+287,5%. 
Vários  factores  terão  contribuído  para  o  acréscimo  anormal  registado  nestas  três 
tipologias criminais. A título exemplificativo, refiram‐ se os seguintes: 
As  medidas  de  prevenção  situacional  que  vêm  sendo  adoptadas  pelos  diversos 
actores da segurança, originam que, em muitas situações, os proventos de cada 
crime sejam particularmente reduzidos; 
O facto de um mesmo grupo, no mesmo período temporal e em áreas específicas, 
ser responsável por um elevado número de registos criminais; 
A opção, por parte dos autores deste tipo de crimes, por “alvos” que possibilitem o 
acesso a “dinheiro vivo”, reduzindo assim os riscos e dificuldades com processos 
subsequentes ao nível da receptação; 
Acresce  ainda  referir  que  os  sucessos  obtidos  ao  nível  da  investigação  criminal, 
permitindo  esclarecer  muitas  vezes  algumas  dezenas  de  crimes  praticados  por  um 
único grupo ou suspeito, não são objecto do mesmo tratamento e impacto estatístico. 
 
Análise mais pormenorizada de alguns tipos de crimes que integram esta 
categoria 
Homicídios  
No  nosso  país,  muitos  dos  casos  de  homicídio  resultam,  essencialmente,  da 
degradação,  levada  às  máximas  consequências,  das  relações  interpessoais, 
sejam familiares – o que constitui a maioria dos casos – sejam de vizinhança – 
ainda que motivado por litígios que se podem classificar como desprezíveis em 
face da desproporção das suas consequências. 

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100 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  Em  Portugal,  o  homicídio  doloso,  assente  em  desígnios  criminosos  mais 
profundos e radicais, dos quais resulta um acentuado e genérico desprezo da 
vida humana, continua a ser meramente residual. 
Em  2008  verificou‐ se  uma  variação  de  9%  que,  em  termos  absolutos, 
corresponde a um acréscimo de 12 casos no conjunto do ano. 
Estando  aqui  em  causa  a  criminalidade  participada  e  não  a  criminalidade 
investigada,  importa  ter  em  devida  conta,  e  uma  vez  mais,  que  uma  vez 
investigadas as causas da morte, nem sempre se concluirá pela existência de 
crime doloso. 
Nos  casos  em  que  efectivamente  se  está  perante  um  crime  de  homicídio 
doloso,  a  taxa  de  resolução  apresentada  pela  Polícia  Judiciária  mantém  os 
elevadíssimos  padrões  de  qualidade  a  que  estamos  habituados  –  sobretudo 
quando  comparados  internacionalmente  –  sempre  superior  a  60%.  E  esta 
conclusão não resulta sequer beliscada pelo facto de os valores apresentados a 
31 de Dezembro poderem ser lidos diferentemente já que, tendo cerca de um 
terço  dos  crimes  sido  executados  na  parte  final  do  ano  em  apreço, 
naturalmente ainda não estão concluídas as investigações e só aparentemente 
produzem uma variação. 
 
Rapto, sequestro e tomada de reféns: 
Nesta categoria incluem‐ se três tipos de crimes juridicamente próximos mas 
que apresentam algumas particularidades que importa explicitar, em particular 
no caso de sequestro. O número de registos do crime de sequestro está longe 
de corresponder ao número de ilícitos efectivamente ocorridos. Em muitos dos 
casos, são denunciados crimes de sequestro como tentativa de justificação de 
ausências não fundamentadas, sobretudo de jovens adolescentes e cônjuges, 
quando a realidade dos factos, investigada, se vem a verificar ser bem diversa. 
O  número  de  factos  que  efectivamente  integram  o  crime  de  sequestro  não 
corresponde, nem de perto, nem de longe, àquele que resulta das estatísticas, 
sobretudo  assentes  nas  participações  iniciais.  De  facto,  desde  a  entrada  em 
vigor da Lei de Organização Criminal de 2000, nas situações em que ocorrem 
limitações à liberdade de acção da vítima durante a execução de crimes contra 
a propriedade (e.g. no caso dos roubos), o crime é para ser classificado como 
sequestro e roubo, dado que, desse facto, resulta a atribuição da competência 
investigatória  a  diferentes  OPC’s.  Porém,  do  ponto  de  vista  jurídico,  na 
esmagadora maioria das situações existe um concurso meramente aparente e 
não real de crimes. Resulta assim inflacionado o número de sequestros face 

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CONFIDENCIAL  àquilo  que  resulta  em  sede  de  investigação  e,  sobretudo,  já  nas  fases  de 
acusação e julgamento. 
A variação ocorrida em 2008 é, assim, decorrente do aumento do número de 
roubos  em  que  a  vítima  se  encontra  limitada  na  sua  liberdade  de  acção  na 
execução  deste  crime,  mais  do  que  por  força  de  um  aumento  efectivo  do 
número de sequestros propriamente ditos. 
 
Violação 
O crime de violação, na linha de outros tipos de crime que afectam a esfera 
jurídica mais íntima dos cidadãos e que assume consequências estigmatizantes 
profundas,  é  daqueles  que,  tipicamente,  apresentarão  maiores  cifras  negras 
(isto é, não são participados). Porém, uma progressiva consciencialização dos 
direitos que assistem às vítimas, sustenta a hipótese de uma maior propensão à 
sua participação, com uma consequente maior confiança nos mecanismos de 
aplicação  da  Justiça,  uma  melhor  preparação  dos  operadores  e  um 
generalizado  sentimento  social  de  apoio  à  vítima  em  lugar  do,  outrora, 
sentimento estigmatizante. Nestes termos, não será de excluir, e pelo contrário 
defender, que a variação detectada se traduza, afinal, na aproximação entre a 
criminalidade  real  e  a  criminalidade  participada  e  não  um  real  aumento  da 
primeira.  
 
Furto/roubo por esticão: 
O número de furtos/roubos por esticão, em 2008, mantém‐ se relativamente 
estável face ao período anterior (menos 67 casos, correspondentes a menos 
1,2%) o que merecerá estudo mais aprofundado na medida em que, sendo um 
tipo  de  crime  violento  por  natureza,  não  acompanhou  a  tendência  geral  da 
criminalidade  ou,  tão  pouco,  a  criminalidade  mais  violenta  e  grave.  O 
decréscimo neste tipo de crime poderá estar associado tanto ao facto de as 
pessoas  não  transportarem  habitualmente  muito  “dinheiro  vivo”  nas  bolsas 
(optando pelo “dinheiro de plástico”), como à actuação efectiva das Forças de 
segurança, ao terem conseguido deter alguns dos indivíduos que se dedicavam 
a esta prática e, como se sabe, tal se repercute nos casos ocorridos pela alta 
relevância da reincidência que este crime encerra. 
 
Roubo a banco e instituições de crédito: 
O  roubo  a  bancos  e  outras  entidades  financeiras  obedece  ainda  à  ideia 
enraizada  de  que  é  nestes  locais  que  se  poderá  obter,  por  meios  violentos, 
dinheiro fácil, o que, como se sabe, está longe de corresponder à verdade, pelo 

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102 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  menos nos termos que, em Portugal, este tipo de crimes são mais comuns (o 
do mero roubo das quantias disponíveis em caixa aos balcões). Mais cientes 
desse  facto,  os  criminosos  experientes  não  executam  roubos  a  bancos  ou, 
fazendo‐ o, não se limitam ao dinheiro que se encontra mais disponível. Resulta 
da  análise  dos  factos  investigados  que  a  esmagadora  maioria  dos  roubos  a 
bancos  se  situa  no  primeiro  caso,  normalmente  realizados  por  indivíduos 
solitários, pouco preparados e não poucas vezes, sem antecedentes policiais. 
Nestas  circunstâncias,  o  roubo  a  bancos,  aparece‐ nos  como  um  crime  de 
repetição,  sendo  normal  que  a  recolha  do  conjunto  de  indícios  bastantes  e 
suficientes  para  identificar  de  forma  segura  os  agentes  dos  crimes  só  seja 
possível após a colheita de elementos dispersos que foram sendo deixados no 
cenário dos crimes anteriores perpetrados pelo(s) mesmo(s) autor(es). 
Registou‐ se,  em  2008,  uma  variação  de  mais  122  casos,  e  tendo  em 
consideração o baixo número absoluto antecedente, tal variação corresponde a 
um aumento de 113%. Sintomático é o facto de, não obstante o exponencial 
aumento do número de registos, o volume dos montantes roubados em 2008 
ser inferior ao de 2007.  
Aliás,  pese  embora  não  estejam  desagregados  na  tabela  oficial  de  notação 
estatística,  é  importante  referir  que  os  roubos  a  veículos  de  transporte  de 
valores, que exigem elevados padrões de preparação e execução, sofreram um 
decréscimo de 29,1%. 
 
Roubo a tesourarias da Fazenda Pública e estações dos correios: 
Vale para os roubos a tesourarias da Fazenda Pública e a estações dos correios 
o que se referiu relativamente aos roubos a bancos, sendo que nesta categoria 
são praticamente inexistentes os roubos por grupos mais organizados. 
Pelas mesmas causas, anteriormente apontadas, verifica‐ se um aumento (92 
casos) correspondente a um aumento percentual de 287,5%, dado que a base 
inicial era, ainda, substancialmente menor. 
O aumento do número de roubos a estações dos correios poderá resultar ainda 
de um processo de transferência de alvos. As medidas de protecção dos bancos 
e o aumento das actividades financeiras, sobretudo em “dinheiro vivo”, tornam 
estes alvos particularmente apetecíveis e sem dificuldades e riscos de execução 
acrescidos. 
O volume dos montantes roubados, tendo subido, não acompanhou em igual 
valor  percentual  o  número  de  ocorrências,  donde  resultou  um  significativo 
decréscimo do valor médio por roubo. 

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103 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  De acordo com os dados disponibilizados pela Polícia Judiciária, relativamente 
aos roubos a bancos e outras instituições financeiras, repartições da Fazenda 
Pública,  postos  dos  correios  e  veículos  da  Fazenda  Pública,  o  número  de 
detenções efectuadas em 2008 aumentou 32,5% relativamente a 2007 e a taxa 
de resolução aumentou cerca de 35%, em igual período. 
A  taxa  de  resolução  dos  roubos  a  dependências  bancárias,  estações  dos 
correios  e  empresas  de  transporte  de  valores  subiu  para  50%,  valor 
extremamente apreciável até em termos internacionais. 
 
Roubo a motorista de transportes público 
Este é um tipo de crime de difícil prevenção que em muitas das vezes, ocorre 
por  uma  conjugação  de  factores  ocasionais  que  leva  à  prática  do  crime. 
Contudo, é necessário ter em conta os milhares de transportes públicos que 
todos os dias circulam em território nacional, constatando‐ se que em relação 
ao universo o número de crime é bastante residual. Importa destacar que os 
anos 1998, 1999 e 2000 registaram valores mais elevados. 
 
Outros roubos 
Esta categoria residual de roubos é a que, do ponto de vista absoluto (mais 
1.484  casos)  e  relativo  (54%),  apresenta  variação  positiva  mais  significativa. 
Nesta categoria inserem‐ se crimes como o roubo a farmácia, a ourivesaria, de 
viaturas,  entre  outros,  que  merecem  neste  Relatório  uma  análise  mais 
discriminada como se poderá observar mais adiante, neste capítulo. 
 
Extorsão 
A extorsão apresenta uma variação negativa de 21 casos que, tal como nos 
anteriores,  representa  uma  variação  percentual  significativa  (‐ 10%)  face  à 
reduzida dimensão da base de partida.  
A  extorsão,  em  termos  gerais,  surge  habitualmente  associada  a  um  conflito 
prévio,  seja  cível,  como  um  incumprimento  contratual,  seja  criminal,  como 
todos aqueles associados aos tráficos de natureza diversa. Quando concorre 
com outras situações em que a vítima se encontre em situação de particular 
fragilidade – por exemplo, quando a vítima seja, ela própria, agente de outros 
tipos de crime – este tipo de crime não é normalmente participado. 
 
Associações criminosas: 
Importa explicitar que a previsão do crime de associação criminosa obedece ao 
preenchimento de um conjunto de requisitos muito exigentes, sendo que, do 
ponto de vista da classificação policial da criminalidade participada, os critérios 

Página 104

104 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  geralmente  utilizados  não  são  tão  exigentes.  Donde,  sob  esta  categoria 
poderão  ter  sido  classificadas  verdadeiras  associações  criminais,  como  tal 
consideradas do ponto de vista jurídico‐ penal e, bem assim, participações por 
factos  que,  nesse  momento,  se  revelem  sob  formas  de  criminalidade, 
complexa,  organizada  ou,  até,  transnacional,  mas  que  nem  sempre,  no 
contexto  do  inquérito  judicial,  se  concluirá  serem,  efectivamente,  como  tal 
consideradas. 
 
Resistência e coacção sobre funcionário: 
O número de participações recebidas pelas Forças de segurança desceu 170 
casos,  correspondente  a  menos  9,8%.  O  reforço  da  autoridade  do  Estado 
através de uma postura mais assertiva dos profissionais das Forças e Serviços 
de  segurança,  e  do  próprio  desenvolvimento  de  estratégias  que  se  revelam 
eficazes na prevenção dos conflitos, poderão ter contribuído para a melhoria 
deste importante indicador.  

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105 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

Nota
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Aveiro 26.087
Coimbra 14.540
Lisboa 110.211
C. Branco 5.67
Porto 64.575
Guarda 3.953
Faro 28.278 
V Castelo 7
Viseu 8.763 
Bragança 4.38
V Real 6.147 
Setúbal 38
 A Açores 10.9
Braga 25.173
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casos (+5,6%)
8 casos (+5,4%
casos (+3,8%)
.532 (+3,2%)
76 casos (+1,5%
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Página 106

106 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

diminuição do número de o
Decrés
corrências
cimos

•Beja 3.689 
•R. A. Made
•Portalegre 
•Évora 4.69
•Santarém 1
casos (‐ 7%)
ira 7.514 cas
3.157 casos 
1 casos (‐ 3,7
4.719 casos
os (‐ 3,8%)
(‐ 3,7)
%)
 (‐ 0,04%)  

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107 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  Tráfico de estupefacientes (DADOS FORNECIDOS PELA POLÍCIA JUDICIÁRIA) 
Drogas Apreendidas e Fluxos 
Quantidades de drogas apreendidas 
Em 2008 continuou a registar‐ se uma significativa capacidade de apreensão de drogas 
ilícitas por parte das Forças e Serviços de segurança. As tabelas seguintes apresentam os 
principais  tipos  de  drogas  ilícitas  apreendidas  durante  o  ano  de  2008  em  todo  o 
território nacional, permitindo uma comparação directa com o ano anterior. 
As unidades de medida utilizadas para a sua contabilização são o grama e a unidade, 
consoante a natureza e a apresentação da substância. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em termos globais, no que concerne às quantidades de estupefacientes apreendidos e 
em  comparação  com  o  ano  de  2007,  constata‐ se  um  aumento  significativo  das 
quantidades  de  heroína  (+9,70%),  haxixe  (+37,23%),  e  uma  redução  de  cocaína  (‐
33,76%) e ecstasy (‐ 0,16%) apreendidas. 
 
 
 
 
 
DROGA APREENDIDA (GRAMAS / UNIDADES) / ORGANISMOS - 2007/2008
ORGANISMOS HEROÍNA/07 HEROÍNA/08 COCAÍNA/07 COCAÍNA/08 HAXIXE/07 HAXIXE/08 ECSTASY/07 ECSTASY/08
P.J. 30.898,341 11.420,140 6.761.383,259 3.609.081,610 32.283.023,154 44.410.305,153 54.640 61.114
G.N.R. 9.751,824 22.161,033 28.711,712 15.496,849 11.048.199,884 13.613.167,917 15.026 2.528
P.S.P 19.727,310 33.701,250 19.852,312 71.410,628 200.334,375 305.536,085 898 6.590
D.G.A.I.E.C. 889,000 514.285,520 1.052.042,228 300,300
D.G.S.P. 454,057 424,569 1.185,220 351,396 4.197,928 4.648,339 27 244
P.M. 37.000,000 126.621,000 1.087.551,361 2.903.140,000
S.E.F. 569,600 2.406,900 374,060
TOTAL 61.720,532 67.706,992 7.362.987,623 4.877.410,611 44.623.680,762 61.237.097,794 70.591 70.476
VARIAÇÃO % 9,70 -33,76 37,23 -0,16
* As apreensões de ecstasy nas quais o estupefaciente apresentava a forma de moído ou em pó, foram convertidas em unidades, conforme Portaria 94/96 de 26 de Março.
NÚMERO DE APREENSÕES / DROGA / ORGANISMOS - 2007/2008
ORGANISMOS HEROÍNA/07 HEROÍNA/08 COCAÍNA/07 COCAÍNA/08 HAXIXE/07 HAXIXE/08 ECSTASY/07 ECSTASY/08
P.J. 68 50 162 118 134 95 8 6
G.N.R. 332 351 273 315 712 780 68 45
P.S.P. 816 797 772 830 1.089 1.242 38 39
D.G.A.I.E.C. 117103 2
D.G.S.P. 94 123 22 35 326 441 3 7
P.M. 1 5 7 13
S.E.F. 2 4 2
TOTAL 1.311 1.321 1.369 1.410 2.270 2.573 117 97
VARIAÇÃO % 0,76 2,99 13,35 -17,09

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108 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  No que respeita ao número de apreensões, em termos globais e comparativamente a 
2007,  registou‐ se  uma tendência  crescente  generalizada, com  a excepção  do  ecstasy      
(‐ 17,09%), para a heroína (+0,76%), cocaína (+2,99%), e haxixe (+13,35%).  
 
Proveniência e destino da droga apreendida 
As próximas tabelas mostram a proveniência e o destino das drogas apreendidas no 
âmbito do tráfico internacional, permitindo identificar algumas das rotas mais utilizadas 
no  ano  de  2008  para  a  introdução  de  diversos  produtos  estupefacientes,  quer  em 
território nacional, quer no espaço europeu. 
No  tocante  à  heroína,  as  principais  proveniências  identificadas  são  a  Espanha  e  a 
Holanda.  A  Holanda  é  ainda  o  principal  país  de  origem  identificado  para  o  ecstasy. 
Quanto  à  cocaína,  as  maiores  apreensões  referenciam  a  Venezuela,  a  Argentina,  a 
Gâmbia, o Brasil, o Panamá e Cabo Verde como sendo os países que merecem maior 
destaque.  Relativamente  ao  haxixe,  a  proveniência  mais  referenciada  continua  a  ser 
Marrocos e Espanha. 
Os dados disponíveis permitem concluir que em 2008 foram referenciadas um total de 
55 rotas de tráfico internacional, sendo que em 24 desses fluxos a droga apreendida 
tinha  como  destino  final  o  nosso  país,  o  que  significa  que  em  matéria  de  tráfico 
internacional o território nacional é maioritariamente utilizado como ponto de trânsito 
para outros destinos: Espanha (12), Holanda (4), Reino Unido (4) Itália (2), França (2), 
Senegal (1), Guiné‐ Bissau (1), África do Sul (1), Áustria (1), Alemanha (1), Bélgica (1), e 
Hungria (1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE : GRAMA
TIPO DROGA PROVENIÊNCIA DESTINO QUANTIDADE
ESPANHA PORTUGAL 1.487,540
HOLANDA PORTUGAL 526,000
ALEMANHA PORTUGAL 33,100
FRANÇA PORTUGAL 9,800
MARROCOS PORTUGAL 7,500
DESCONHECIDO 65.643,052
67.706,992
PROVENIÊNCIA / DESTINO DA DROGA / 2008
HEROÍNA

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109 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL   
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Transportes 
No  que  concerne  aos meios  utilizados  no  transporte  de importantes  quantidades  de 
estupefaciente, verifica‐ se que: 
PROVENIÊNCIA / DESTINO DA DROGA / 2008
UNIDADE : GRAMA
TIPO DROGA PROVENIÊNCIA DESTINO QUANTIDADE
VENEZUELA PORTUGAL 1.473.334,600
ARGENTINA PORTUGAL 626.622,800
GÂMBIA PORTUGAL 514.400,000
BRASIL ESPANHA 201.331,260
BRASIL PORTUGAL 158.774,000
PANAMÁ ESPANHA 129.445,000
CABO VERDE ESPANHA 102.000,000
BRASIL SENEGAL 45.665,000
BRASIL GUINÉ BISSAU 45.170,000
REPÚBLICA DOMINICANA PORTUGAL 43.335,000
VENEZUELA ESPANHA 30.483,714
GUINÉ BISSAU PORTUGAL 19.206,684
BRASIL ÁFRICA DO SUL 15.290,000
SENEGAL PORTUGAL 13.774,110
BRASIL HOLANDA 13.455,000
PERU ESPANHA 11.595,000
BRASIL ITÁLIA 10.453,560
BOLÍVIA ESPANHA 7.775,000
MALI ESPANHA 7.730,000
BRASIL REINO UNIDO 7.560,000
VENEZUELA HOLANDA 7.420,000
SENEGAL ESPANHA 5.727,650
BRASIL FRANÇA 5.130,000
VENEZUELA ITÁLIA 4.694,500
ARGENTINA HOLANDA 4.650,000
ANGOLA PORTUGAL 4.175,000
GUINÉ BISSAU ESPANHA 3.454,550
SENEGAL REINO UNIDO 3.400,000
BRASIL ÁUSTRIA 3.285,000
ARGENTINA ESPANHA 3.224,000
VENEZUELA ALEMANHA 3.084,140
CABO VERDE PORTUGAL 2.980,000
BRASIL BÉLGICA 2.905,000
SENEGAL HOLANDA 2.795,000
GUINÉ CONACRI PORTUGAL 1.862,860
GUINÉ BISSAU FRANÇA 1.470,960
COSTA RICA PORTUGAL 1.080,000
SENEGAL HUNGRIA 1.070,000
ESPANHA PORTUGAL 436,740
TRINDADE E TOBAGO REINO UNIDO 400,000
JAMAICA REINO UNIDO 132,000
FRANÇA PORTUGAL 0,400
DESCONHECIDO 1.336.632,083
4.877.410,611
COCAÍNA

Página 110

110 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  ¾ Na  heroína,  os  principais  meios  de  transporte  utilizados  foram  o  terrestre 
(automóvel ligeiro) e o transporte aéreo (avião). 
¾ Relativamente à cocaína, o transporte marítimo foi o mais evidente, seguido dos 
terrestres (automóvel ligeiro) e o transporte aéreo (avião). 
¾ No  que  concerne  ao  haxixe,  o  transporte  terrestre  e  o  marítimo  são  os  mais 
representativos. 
¾ No  ecstasy,  o  meio  de  transporte  mais  relevante  é  o  terrestre  (automóvel 
ligeiro). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bens e valores apreendidos 
No  âmbito  do  esforço  de  repressão  do  tráfico  de  estupefacientes,  as  autoridades 
nacionais lograram a apreensão dos seguintes bens: 
¾ 642 Viaturas, das quais 573 ligeiros, 4 pesados, 5 mistos, e 60 motos; 
¾ 16 Embarcações; 
¾ 222 Armas; 
¾ 3 116 Telemóveis; 
¾ 1 Imóvel e; 
TRANSPORTES / TIPO DROGA / 2008
GRAMA UNIDADE
HEROÍNA COCAÍNA HAXIXE ECSTASY
AÉREO AERONAVE 5.188,160 723.348,634 6.057,570
OUTROS 1.512,700 392,100 7.374,770
TRANSPORTE EMBARCAÇÃO 7,500 2.315.773,000 21.023.665,800
MISTO 2.035.003,591
OUTROS 684.396,000 18.257.494,780
PESADO PASSAGEIROS 566,500 5.549,500 3.493,480
COMBOIO 2.283,960 389,230 1.218,600
LIGEIRO 33.295,457 1.091.005,992 2.137.423,944 66.893
LIGEIRO DE MERCADORIAS 71,760 429,990 170.684,371 263
MISTO 4,860 5.339.357,714
PESADO 500,700 6.900.350,000
MOTOCICLO 77,526 75,877 1.827,579
OUTROS 23.400,271 18.158,733 99.174,180 1.896
2,850 3.185,954 4.715,918 6
TRANSPORTE DESCONHECIDO 1.295,448 34.204,901 5.249.255,497 1.418
TOTAL GERAL 67.706,992 4.877.410,611 61.237.097,794 70.476
TRANSPORTE TERRESTRE
POSTAL

Página 111

111 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  ¾ 1.798.229 €, e o equivalente a 23.761 € noutras divisas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Intervenientes e detidos 
Como se pode constatar, registou‐ se um decréscimo, ainda que pouco significativo, 
apenas no número de indivíduos detidos de nacionalidade estrangeira. 
 
 
 
 
 
 
 
No quadro que se segue, podemos observar os dados relativos aos intervenientes 
detidos e não detidos, por tipo de droga em 2008.  
 
 
 
 
 
 
LIG. PES. MIST. MOT. MOEDA (€) MOEDA ESTRANGEIRA
P.J. 107 4 3 3 9 43 720 1 € 441.801 € 8.564
G.N.R. 259 1 32 6 68 1.030 € 386.835 € 646
P.S.P. 207 1 25 111 1.295 € 925.441 € 3.365
D.G.A.I.E.C. 60 € 19.597 € 10.687
D.G.S.P. 5 € 254
P.M. 1
S.E.F. 6 € 24.300 € 498
TOTAL 573 4 5 60 16 222 3.116 1 € 1.798.229 € 23.761
BENS E VALORES APREENDIDOS / ORGANISMOS / 2008
ORGANISMOS
VIATURAS
BARCOS ARMAS TELEM. IMÓVEIS
DINHEIRO
As divisas estrangeiras apreendidas no ano de 2008 foram convertidas para euros no dia 29 de Janeiro de 2008, tendo por base o site www.dhl.pt
Portugueses 2007 2008 Variação 07/08
DETIDOS 3.140 3.152 0,38%
NÃO DETIDOS 1.091 1.152 5,30%
TOTAL 4.231 4.304 1,70%
Estrangeiros 2007 2008 Variação 07/08
DETIDOS 821 778 -5,53%
NÃO DETIDOS 151 195 22,56%
TOTAL 972 973 0,10%
DETIDO 1.376 1.605 2.222 131
NÃO DETIDO 375 280 713 27
TOTAL 1.751 1.885 2.935 158
Nota:
Importa referir que o total de intervenientes (detidos e não detidos) apresentados no quadro supra difere do número real de
individuos constituídos arguidos pois apenas se encontram distribuidos por associação aos quatro principais tipos de drogas,
sendo que alguns individuos se encontram associados em simultâneo a mais que um tipo de droga.
SITUAÇÃO DO INTERVENIENTE
HEROÍNA COCAÍNA HAXIXE ECSTASY

Página 112

112 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  Relativamente às nacionalidades, continua a verificar‐ se uma predominância clara dos 
cidadãos nacionais. Quanto aos cidadãos estrangeiros, destacam‐ se os pertencentes aos 
seguintes países: Cabo Verde, Guiné‐ Bissau, Brasil, Espanha, Angola, Ucrânia, Marrocos, 
Alemanha, Venezuela, França, Reino Unido, Roménia, São Tomé e Príncipe, e Colômbia.  
O território português situa‐ se no ponto mais ocidental da União Europeia, tendo uma 
extensa fronteira marítima externa (Schengen) a sul e a oeste com o atlântico (última 
fronteira para os continentes da América e de África), e uma extensa fronteira terrestre 
interna (Schengen) a norte e leste com Espanha. 
Em Portugal, a lógica do tráfico de estupefacientes desenvolve‐ se em duas vertentes 
que de forma teórica se podem representar:  
¾ De  âmbito  nacional,  na  qual  decorrem  as  lógicas  negociais  que  visam  o 
abastecimento dos mercados a retalho com vista a satisfação dos mercados de 
consumo; 
¾ De âmbito transnacional, na qual decorrem lógicas negociais internacionais que 
visam  a  introdução  de  estupefaciente  fundamentalmente  para  a  Europa, 
constituindo  o  território  nacional  um  ponto  de  entrada  e  trânsito  de 
estupefaciente para outros países. 
Todavia,  as  lógicas  negociais,  e  as  rotas  enunciadas,  assim  como  as  quantidades 
traficadas  e  apreendidas  no  nosso  país  variam  em  função  do  posicionamento 
geoestratégico  de  cada  tipo  de  estupefaciente,  quer  no  que  respeita  à  sua  origem 
geográfica  ao  nível  da  produção  e  dos  processos  de  transformação,  quer  no  que 
concerne aos potenciais espaços onde se poderá proceder ao escoamento da produção, 
e obter as maiores margens de lucro. 
Desse  modo,  se  consultarmos  os  últimos  Relatórios  de  Situação,  Monografias 
Especializadas,  e  de  Estatística,  elaborados  pelos  serviços  da  Polícia  Judiciária, 
verificamos  que  no  que  respeita  à  heroína  e  ao  ecstasy  as  lógicas  negociais  que 
decorrem em território nacional correspondem essencialmente à dinamização negocial 
de  grupos  diferenciados  em  função  do  nível  em  que  se  encontram  na  espiral  de 
abastecimento do mercado de consumo, existindo uma dinâmica intensa com Espanha e 
com a Holanda, quer com recurso à via terrestre, quer à via aérea. 
No que concerne à dinâmica encetada tendo como centro o tráfico de cocaína e de 
haxixe, existem lógicas internas similares às referidas nos casos do tráfico de heroína e 
de ecstasy. Todavia, atendendo à localização geográfica dos locais onde se processam a 
produção  e  transformação  do  haxixe  e  da  cocaína,  respectivamente  no  continente 
africano, e no continente sul‐ americano, o território nacional continental constitui‐ se 

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CONFIDENCIAL  um  apetecível  ponto  de  entrada  e  essencialmente  de  trânsito  de  estupefaciente 
particularmente para a Europa. 
O haxixe é essencialmente transportado por via marítima e introduzido em território 
continental  com  recurso  a  desembarques  efectuados  na  costa,  de  onde  a  droga  é 
transportada  para  “sítio  seguro”  a  aguardar  seguimento  essencialmente  por  via 
terrestre. De forma menos recorrente a via aérea não comercial poderá ser utilizada não 
só para proceder à introdução de haxixe em território nacional, como para efectuar o 
trânsito  para  outros  países.  Existem  cada  vez  mais  situações  de  grupos  de  médio 
espectro que recorrem a correios de droga para, por via terrestre através de Espanha, 
alcançarem Marrocos e aí procederem ao transporte (muitas das vezes transportadas no 
interior  do  organismo)  de  quantidades  significativas  de  haxixe  que  visam  o 
abastecimento local. 
A cocaína é transportada em quantidades bastante importantes por via marítima, ora 
recorrendo a desembarques, ora a contentores, nos quais a droga é transportada em 
conjunto  com  mercadorias  legítimas,  utilizando  para  o  efeito  empresas  legítimas  de 
importação e exportação, ou constituindo propositadamente empresas para o efeito. 
Por outro lado, a via aérea tem sido bastante utilizada para introdução de quantidades 
significativas de cocaína nos diversos mercados europeus, constituindo os aeroportos 
nacionais  pontos  de  trânsito  e  redireccionamento.  Esta  forma  de  transporte  tem 
constituído  um  meio  rápido,  directo  e  imediato  de  abastecimento  dos  mercados.  A 
aviação  não  comercial  tem  também  sido  utilizada  para  proceder  ao  transporte  de 
quantidades substanciais de cocaína, da América Latina para a Europa, com escala em 
vários países do continente Africano. 
Os  dados  foram  trabalhados  na  vertente  puramente  quantitativa  e  mostram 
sucintamente,  entre  outros  indicadores,  os  resultados  relativos  às  quantidades  de 
estupefacientes  apreendidas,  ao  número  de  apreensões,  às  apreensões  de  bens  e 
valores, e às detenções. 
Os resultados estatísticos apresentados têm como fonte os Formulários TCD [Tráfico e 
Consumo  de  Droga],  Modelo  A,  relativo  a  substâncias,  e  Modelo  B,  respeitante  a 
intervenientes, recebidos e tratados na Secção Central de Informação Criminal da DCITE 
(Polícia Judiciária), até ao dia 9 de Janeiro de 2009. 
As iniciativas orientadas para a resolução de criminalidade específica 
Em 2008 houve consideráveis ganhos no desenvolvimento de programas especiais de 
policiamento,  nomeadamente  comunitário,  mas  igualmente  na  gestão  técnico‐
operacional de determinada criminalidade. 

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CONFIDENCIAL   
 
Análise de alguns tipos específicos de programas e iniciativas de combate à criminalidade Neste capítulo decidiu‐ se analisar alguns programas e iniciativas que congregam esforços das 
entidades  oficiais  (Forças  e  Serviços  de  segurança;  Ministérios;  Câmaras  Municipais,  entre 
outros) e entidades particulares (associações, comerciantes, escolas, entre outros) e que tiveram 
especial relevo no ano em análise 
 
Queixa electrónica 
Este Sistema entrou em funcionamento no dia 31 de Janeiro de 2008, visando facilitar a 
apresentação de queixas relativas a um conjunto de dezoito crimes, num suporte que 
garanta  uma  maior  proximidade  da  Administração  Pública  ao  cidadão  (Portaria  n.º 
1593/2007, de 17 de Dezembro).  
Através  deste  sistema,  integrado  no  Programa  Simplex  do  MAI,  é  possível  a 
apresentação de queixas relativas a um conjunto de dezoito crimes, de entre os quais o 
a  violência  doméstica  e  o  tráfico  de  seres  humanos.  Este  sistema  destina‐ se  a  ser 
utilizado por pessoas singulares, devidamente identificadas, nacionais ou estrangeiras, 
residentes  em  Portugal  ou  presentes  em  território  nacional  que  pretendam  reportar 
situações que não constituam uma emergência ou que não requeiram uma resposta 
imediata das Forças ou Serviços de Segurança (casos em que utentes devem utilizar os 
meios habituais). 
No âmbito do III Plano Nacional contra a Violência Doméstica (III PNCVD) (RCM 83/2007 
de 22 de Junho), uma das medidas previstas (área 2, medida 5) refere‐ se à possibilidade 
de  serem  apresentadas  queixas  de  violência  doméstica  à  GNR  ou  à  PSP  de  forma 
electrónica.  A  DGAI,  enquanto  serviço  coordenador  do  grupo  intra‐ ministerial  para  a 
implementação  deste  Plano  e  entidade  com  responsabilidades  ao  nível  da 
monitorização  e  gestão  da  Base  de  Dados  de  Violência  Doméstica  (BDVD),  tem 
acompanhado e fornecido contributos para o projecto SQE desde Agosto de 2007. 
No passado mês de Julho de 2008, foi estabelecido um protocolo com a Ordem dos 
Advogados,  de  modo  a  que  estes,  enquanto  representantes  legais  dos  seus  clientes 
possam também utilizar este Sistema. 
O processo de apresentação de queixa, implica a identificação da pessoa que utiliza o 
sistema, e o encaminhamento para a entidade competente só tem lugar após validação 

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CONFIDENCIAL  e  confirmação  da  identidade  da  mesma.  Esta  identificação  pode  ocorrer  de  uma  de 
quatro formas: através de assinatura digital com recurso ao cartão do cidadão; através 
da  confirmação  a  partir  de  uma  conta  VIACTT;  mediante  a  assinatura  digital  de 
advogado  credenciado  pela  Ordem  ou  através  da  confirmação  presencial  junto  de 
qualquer posto da GNR, esquadra da PSP, balcões do SEF em loja do cidadão, bem como 
nas estações dos CTT.  
Entre 31 de Janeiro de 2008 a 31 de Janeiro de 2009 foram recepcionadas, via SQE, 
1.249 queixas, correspondendo a uma média mensal de 104 queixas.  
O crime mais reportado foi o furto, seguindo‐ se a burla, o dano, a ofensa à integridade 
física simples, e o roubo. 
Os meses em que se registaram mais queixas foram Junho e Outubro, em relação aos 
dias da semana, a 2ª feira e a 6ª feira foram aqueles em que se registaram mais queixas 
e o período do dia preferencial para a sua apresentação foi o diurno (tarde e manhã). 
Cerca de 80% dos/as denunciantes são do sexo masculino. 
A forma de identificação mais utilizada foi a presencial (71,5%) e nos restantes casos 
recorreu‐ se à VIACTT.  
 
Farmácia segura 
Com  a  assinatura,  em  Maio  de  2006,  de  um  protocolo  entre  o  Ministério  da 
Administração  Interna  e  a  Associação  Nacional  de  Farmácias  nasceu  o  Projecto 
“Farmácia Segura”. A necessidade de reforçar os mecanismos de segurança que visem 
prevenir  e  combater  a  criminalidades  nas  farmácias,  através  de  uma  mais  eficaz 
articulação com as forças de segurança, levou à planificação e à realização de projectos 
relacionados  com  o  estudo,  promoção  e  incremento  de  medidas  de  segurança  no 
âmbito das farmácias, associadas na ANF. 
No ano de 2008 procurou reforçar‐ se a articulação entre as Forças de segurança e as 
Farmácias,  promovendo  localmente  reuniões  de  trabalho  entre  os  diversos 
responsáveis. 
Deu‐ se  continuidade  à  realização  de  acções  de  formação  sobre  “Boas  Práticas  de 
Segurança em Farmácias”, através da realização de 4 sessões nos distritos de Lisboa, 
Évora,  Guarda  e  Porto,  que  contaram  com  a  presença  de  cerca  de  uma  centena  de 
responsáveis das farmácias. A simulação de um roubo em farmácia permitiu aprofundar 
os  aspectos  relacionados  com  as  medidas  comportamentais  a  ter  em  consideração 
nestas circunstâncias. 

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CONFIDENCIAL  No âmbito da segurança passiva das instalações, deu‐ se início ao processo de ligação 
das farmácias às forças de segurança, o que permitirá que durante ou após a ocorrência 
de um roubo possa ser emitido um sinal para uma central de alarmes das forças de 
segurança. Durante o presente ano prevê‐ se que este sistema entre efectivamente em 
funcionamento. 
Para melhor compreensão do fenómeno criminal associado a esta actividade, procedeu‐
se  à  georeferenciação  de  todas  as  farmácias,  bem  como  à  introdução  dos  dados 
criminais existentes, correlacionando‐ os com a farmácia respectiva. 
No ano 2008 registaram‐ se 159 casos de roubos a farmácias, mais 100 casos que no ano 
anterior. 
 
Escola segura 
O Programa do Governo elegeu como opções estratégicas fundamentais no domínio da 
segurança dos cidadãos e da humanização da escola, o desenvolvimento de mecanismos 
de  coordenação  intersectorial,  a  articulação  eficaz  dos  recursos  existentes  e  a 
disponibilização dos meios indispensáveis para garantir a tranquilidade e a segurança da 
comunidade escolar. 
O Programa Escola Segura, enquanto iniciativa conjunta do Ministério da Administração 
Interna e do Ministério da Educação, tem como finalidade prioritária assegurar amplas 
condições  de  segurança  a  toda  a  comunidade  escolar,  seja  através  da  melhoria  da 
eficácia dos meios humanos e materiais existentes para esse fim, seja, também, pela 
adopção de metodologias de prevenção primária e secundária das situações de risco 
presentes no quotidiano de todos os que integram essa comunidade escolar. 
Por ser uma iniciativa conjunta do Ministério da Administração Interna e do Ministério 
da Educação, a análise dos dados referentes à segurança escolar exige uma visão global 
do  fenómeno,  compreendendo  o  interior  e  as  imediações  dos  estabelecimentos  de 
ensino. Essa exigência foi imposta pelo Despacho Conjunto nº 25 650/2006, de 19 de 
Dezembro (DR II Série nº 242), do Ministério da Administração Interna e do Ministério 
da Educação, que determina a elaboração de um plano único de actividades e de um 
relatório comum, de que cabe, a ambos, dar público conhecimento. 
Nesse sentido, estabeleceu‐ se a harmonização dos critérios na recolha de dados por 
parte  das  várias  entidades  com  responsabilidade  nesta  matéria  (PSP,  GNR  e 
Observatório da Segurança nas Escolas, do Ministério da Educação). Por outro lado, para 
evitar a duplicação do registo de ocorrências, no ano lectivo de 2007/2008 as forças de 
segurança  contabilizaram  exclusivamente  os  casos  registados  no  exterior  dos 

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CONFIDENCIAL   
estabelecimentos de ensino, enquanto o Observatório de Segurança Escolar recolheu os 
casos registados no interior das escolas.  
Cumpre, ainda, salientar que a informação reportada neste capítulo é referente ao ano 
lectivo  e  não  ao  ano  civil  uma  vez  que  este  Programa  se  encontra  estruturado  em 
função do calendário escolar. 
O Programa Escola Segura é garantido por agentes policiais devidamente treinados e 
preparados para este tipo de acção, apoiados por viaturas exclusivamente dedicadas à 
vigilância  e  à  protecção  da  população  escolar.  As  escolas  abrangidas  pelo  Programa 
Escola Segura beneficiam, assim, de uma vigilância reforçada e de uma relação directa 
com  os  agentes  policiais  responsáveis  pelo  seu  policiamento.  Esta  vigilância  é 
assegurada através do patrulhamento em horários e percursos definidos, de acordo com 
as necessidades específicas de cada Escola. 
Este Programa é diariamente assegurado por 539 elementos das Forças de segurança 
(211  militares  da  GNR  e  328  agentes  da  PSP),  que  têm,  ao  seu  dispor,  361  viaturas 
ligeiras (202 na GNR e 159 na PSP) e 104 motociclos (36 na GNR e 68 na PSP).  
 
Escolas e Alunos Abrangidos e Meios Envolvidos no Programa Escola Segura (07/08) 
 
PSP   GNR   TOTAL  
Número de Escolas abrangidas  3.023  9.209  12.232 
Alunos abrangidos pelo Programa  1.079.568  811.640  1.893.262 
Elementos Policiais afectos ao Programa  328  211  539 
Viaturas Ligeiras afectas ao Programa  159  202  361 
Motociclos/scooters  68  36  104 
     Fonte: PSP e GNR 
Numa  componente  essencialmente  pedagógica  e  de  contacto  com  as  comunidades 
educativas, as forças de segurança desenvolvem regularmente acções de sensibilização 
e de formação nas escolas. Nesse âmbito, a PSP promoveu um total de 3.061 acções de 
sensibilização, de formação e demonstrações nas escolas. Estas acções envolveram um 
total de 334.247 alunos, 136.428 pais/encarregados de educação, 16.043 professores e 
5.754 elementos policiais.  
Acções de sensibilização/formação/demonstrações/exercícios de prevenção desenvolvidas pela PSP, em colaboração com as escolas e as autarquias

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CONFIDENCIAL   
  N.º de Alunos
N.º de 
Professores 
N.º de 
Pais 
Polícias 
Envolvidos 
Total 
Visitas 
AVEIRO  16.115  1.105  1.040  666  300 
BEJA  2.160  118  85  67  59 
BRAGA  2.431  240  67  68  2 
BRAGANÇA  4.367  420  0  85  33 
CASTELO BRANCO  2.240  206  30  71  30 
COIMBRA  4.468  321  152  97  70 
ÉVORA  12.996  658  120  6  1 
FARO  12.670  613  119  332  133 
GUARDA   1.937  124  0  41  11 
LEIRIA  5.086  363  309  260  83 
LISBOA   30.345  1.224  730  610  520 
PORTALEGRE  4.649  445  624  129  23 
PORTO  144.577  3.587  127.114 1.157  825 
SANTARÉM  6.174  1.843  1238  113  100 
SETÚBAL  21.362  1.133  192  580  266 
VIANA DO CASTELO  1.994  23  40  15 
VILA REAL  4.600  220  423  10  112 
VISEU  3.630  238  46  78  48 
MADEIRA  37.859  1.999  3.610  1.161  77 
AÇORES  14.587  1.163  529  183  353 
TOTAL  334.247  16.043  136.428  5.754  3.061 
Por  seu  turno,  a  GNR  desenvolveu  6.630  acções  de  sensibilização  e  de  informação, 
realizou 473 demonstrações e efectuou 1.136 visitas às subunidades.  
Acções de sensibilização, formação, demonstrações e visitas às subunidades promovidas pela GNR no ano lectivo 2007/2008 Acções de Sensibilização e 
Informação 
Demonstrações 
Visitas às 
Subunidades 
Total 
Básicas 
2º / 3º 
ciclo 
Sec  Básicas 
2º / 3º 
ciclo 
Sec 
4.401  1.641  588  261  137  75  1.136  8.239 
 
Considerando  que  as  ocorrências  participadas  no  interior  dos  estabelecimentos  de 
ensino  são  registadas  pelo  Observatório  de  Segurança  Escolar  do  Ministério  da 
Educação,  as  análises  seguintes  reportam‐ se,  apenas,  às  participações  referentes  às 
áreas envolventes das escolas.  

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CONFIDENCIAL   
No ano lectivo de 2007/2008, as forças de segurança registaram 1.457 participações, no 
âmbito do Programa Escola Segura. Destas participações, 248 (17%) foram reportadas à 
GNR e 1.209 (83%) à PSP. 
 
Ocorrências participadas às Forças de segurança no ano lectivo 2007/2008 
 
GNR  PSP  TOTAL 
Total de ocorrências  248  1.209  1.457 
Fonte: PSP e GNR 
 
Ocorrências participadas às Forças de segurança no ano lectivo 2007/2008 
 
 
Em  relação  ao  tipo  de  ocorrências  registadas,  verifica‐ se  que  os  “roubos”  (22.6%  do 
total) e as “ofensas à integridade física” (33.2%) são os mais frequentes. Paralelamente, 
observa‐ se que as situações mais graves possuem, isoladamente ou em conjunto, uma 
percentagem muito baixa de ocorrências.  
 
 
 
 
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
GNR PSP TOTAL
GNR
PSP
TOTAL

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CONFIDENCIAL   
Ocorrências participadas às Forças de segurança, por tipo de crime (07/08) 
Tipo de Ocorrência 
Participações 

Relativamente 
ao total 
PSP  GNR  Total 
Ameaça de Bomba  2  0  2  0.1 
Furto  118  31  149  10.2 
Roubo  296  32  328  22.6 
Posse/uso de arma  18  5  23  1.6 
Vandalismo/dano  99  16  115  7.9 
Injúrias/ameaças  111  17  128  8.8 
Ofensa à Integridade Física  405  79  484  33.2 
Posse/consumo de estupefacientes  26  9  35  2.4 
Ofensas Sexuais  55  20  75  5.1 
Outros  79  39  118  8.1 
TOTAL  1.209 248  1.457  100 
   Fonte: PSP e GNR 
 
Cumpre salientar, contudo, que as ocorrências registadas pelas forças de segurança não 
abrangem  exclusivamente  membros  da  comunidade  educativa  mas,  todo  e  qualquer 
fenómeno criminal nas imediações da escola.  
Em relação à distribuição geográfica das ocorrências, verifica‐ se que a média nacional de 
ocorrências  por  escola  foi  de  0,11.  Os  distritos  de  Faro,  Lisboa,  Porto  e  Setúbal  e  a 
Região Autónoma da Madeira registaram um número superior à média. 
No  que  concerne  ao  rácio  de  ocorrências  por  10.000  alunos,  verifica‐ se  que  Setúbal 
(13.1), Faro (11.3) e Porto são os distritos que apresentam valores mais elevados. Por 
outro lado, a Região Autónoma dos Açores (0.7), Évora (1.5) e Vila Real (1.6) são aqueles 
com um índice mais baixo de ocorrências por aluno.  
 
 

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CONFIDENCIAL   
Ocorrências participadas às Forças de segurança, por distrito/região (07/08) 
Distrito/Região  GNR  PSP  TOTAL 
N.º de 
Escolas 
N.º de 
Alunos 
Rácio 
ocorrência/
escola 
Rácio 
ocorrência/ 
10.000 alunos
AVEIRO  8  52  60 1.106 134.287 0.05  4.5
BEJA  0  6  6 278 23.304 0.02  2.6
BRAGA  12  39  51 1.082 150.736 0.05  3.4
BRAGANÇA  2  16  18 239 24.396 0.08  7.4
CASTELO BRANCO  13  1  14 333 40.670 0.04  3.4
COIMBRA  7  19  26 606 58.711 0.04  4.4
ÉVORA  1  3  4 255 26.917 0.02  1.5
FARO  12  68  80 361 68.192 0.22  11.7
GUARDA  3  13  16 399 27.792 0.04  5.8
LEIRIA  9  28  37 780 77.553 0.05  5.2
LISBOA  47  466  513 1.471 455.383 0.35  11.3
PORTALEGRE  2  3  5 125 17.549 0.04  2.8
PORTO  19  321  340 1.913 341.391 0.18  10.0
SANTARÉM  9  11  20 742 75.885 0.03  2.6
SETÚBAL  68  100  168 527 127.820 0.32  13.1
VIANA CASTELO  9  17  26 313 38.789 0.08  6.7
VILA REAL  6  0  6 399 36.934 0.02  1.6
VISEU  21  3  24 890 67.095 0.03  3.6
MADEIRA  ‐‐  39  39 160 44.232 0.24  8.8
AÇORES  ‐‐  4  4 253 53.572 0.02  0.7
TOTAL  248  1.209  1.457 12.232 1.891.208 0.11  7.7
Fonte: PSP e GNR  
 
 

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CONFIDENCIAL  Roubos a ourivesarias 
A  actividade  criminosa  associada  ao  sector  das  ourivesarias,  com  destaque  para  os 
roubos, é uma realidade para a qual o Ministério da Administração Interna, através do 
Sistema de Segurança Interna e das forças de segurança continua a acompanhar. Em 
2008  foram  elaborados  um  conjunto  de  procedimentos  de  segurança  preventiva  a 
adoptar pelos ourives ambulantes. Além disso iniciou‐ se o processo de georeferenciação 
de todas as ourivesarias em paralelo com uma base de dados dedicada a este tipo de 
criminalidade. 
No que respeita à análise propriamente dita da criminalidade, verifica‐ se que no ano em 
análise se observou um decréscimo de 4,6%, tendo‐ se registado um total de 103 casos. 
Este crime é praticado, na sua grande maioria, por grupos de indivíduos e com recurso a 
armas de fogo. 
 
Postos de abastecimento de combustível 
Desde há alguns anos que o MAI tem vindo a desenvolver um programa integrado e 
permanente  no  âmbito  dos  postos  de  abastecimento  de  combustíveis,  visando  a 
melhoria das condições objectivas de segurança contra acções criminosas através de um 
conjunto de acções constantes. Assim, com o objectivo de delinear e aprovar medidas 
de prevenção nesta área e, bem assim, efectuar o seu permanente acompanhamento 
foi  criada  em  2002  a  Comissão  de  Segurança  nos  Postos  de  Abastecimento  de 
Combustíveis. 
Em 2008 o Programa Abastecimento Seguro integrou 168 postos de abastecimento de 
combustíveis,  envolvendo  o  MAI  a  Associação  Nacional  de  Revendedores  de 
Combustíveis (ANAREC), a Associação das Empresas Petrolíferas (APETRO) e a Fundação 
Vodafone Portugal. Com o protocolo firmado entre o MAI, 9 empresas de segurança 
privada e 2 associações deste sector os cerca de 1000 postos de abastecimento a que 
estas  empresas  prestam  serviços  de  segurança  passaram  a  integrar  o  Programa 
Abastecimento Seguro. No entanto as formas e o grau de integração destes postos de 
abastecimento é, por enquanto, diferenciado.  
Foi  efectuado  um  conjunto  significativo  de  sessões  formativas,  num  total  de  19, 
distribuídas  por  todo  o  território  continental,  onde  foram  abordados  aspectos  de 
segurança  passiva  e  medidas  comportamentais  a  ter  em  atenção  por  parte  dos 
funcionários dos postos de abastecimento de combustíveis. 

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CONFIDENCIAL  Os  dados  registados  indicam  um  acréscimo  acentuado  deste  tipo  de  criminalidade, 
observando‐ se um total de 471 casos, o que representa mais 230 casos que no ano 
anterior. 
 
Transporte de tabaco 
O projecto “Transporte Seguro de Tabaco” teve início no ano de 2008. A criminalidade 
associada a este sector levou à elaboração de um folheto informativo, num trabalho 
conjunto entre o Sistema de Segurança Interna, a GNR, a PSP e a Associação Nacional de 
Grossistas  de  Tabaco.  Este  folheto  contém  um  conjunto  de  conselhos  ao  nível  das 
medidas de segurança passivas e comportamentais que deve ser tido em consideração 
pelos agentes desta área de actividade. 
Como complemento, foram efectuadas 4 sessões de esclarecimento, nos distritos  de 
Lisboa,  Porto,  Setúbal  e  Braga,  com  a  participação  da  GNR  e  da  PSP,  que  foram 
unanimemente reconhecidas como muito úteis e importantes para a criação de uma 
melhor ligação e articulação entre o sector e as forças de segurança, além de os alertar 
para algumas medidas que podem colocar em prática com o objectivo de prevenir este 
tipo de ilícitos. 
No ano de 2008 registaram‐ se 47 casos, mais 7 que no ano anterior. É um crime que é 
praticado na maioria dos casos por grupos de indivíduos e com recurso à arma de fogo 
(dados GNR e PSP). 
 
Projecto “Polícia Automático” 
No  âmbito  das  políticas  contra  a  criminalidade  violenta  e  grave,  especificamente  o 
fenómeno  do  carjacking,  destacam‐ se  os  protocolos  entre  o  Ministério  da 
Administração  Interna,  a  Associação  Portuguesa  de  Seguradores  e  as  empresas 
seguradoras, como uma das formas de promover a prevenção e o combate a este tipo 
de crime. Essencial para o Projecto foi a disponibilidade das empresas seguradoras em 
colaborar,  reforçar  meios  das  forças  de  segurança,  através  da  cedência  de 
equipamentos  de  reconhecimento  automático  de  matrículas  para  a  execução  do 
projecto‐ piloto “Polícia Automático”. Este projecto prevê a instalação de equipamentos 
em viaturas da GNR e da PSP, possibilitando um aumento de eficácia operacional na 
prevenção da criminalidade associada ao furto e roubo de veículos, particularmente o 
praticado com recurso à violência, mas também na verificação e combate às situações 
de ilegalidade na circulação rodoviária. 
 

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CONFIDENCIAL  Roubo de viaturas 
O roubo de veículos com recurso a violência, na presença do condutor, cuja designação 
importada  –  carjacking  –  rapidamente  entrou  no  léxico  da  segurança  em  Portugal, 
continuou, em 2008, a registar um aumento no número de ocorrências, mantendo uma 
tendência iniciada em 2007, a qual despertou então uma especial atenção das Forças de 
segurança para o fenómeno. 
Sob esta tendência e não obstante as medidas identificadas e propostas por um Grupo 
de  Trabalho  específico  criado  sob  a  tutela  do  MAI,  e  as  adoptadas  pelas  Forças  de 
segurança, foram participados em 2008, à GNR e PSP, 597 crimes, traduzindo assim um 
aumento de cerca de 22,59% face aos 487 casos participados em 2007.  
Lisboa, com 231 incidentes, Porto com 151 e Setúbal com 131 continuaram, em 2008, a 
ser os distritos com um maior número de ocorrências, representando cerca de 86% do 
total de casos participados à GNR e PSP, utilizados nesta análise. 
Neste  ilícito  criminal  maioritariamente  praticado  no  período  compreendido  entre  as 
19H00 e a 01H00 (cerca de 40% dos casos) e por grupos de 2 a 4 indivíduos (em cerca de 
70%  dos  casos),  a  utilização  de  arma  continua  a  constituir  elemento  característico, 
tendo sido referida a sua utilização em cerca de 67% dos incidentes participados. 
 
Violência doméstica 
O  crime  de  violência  doméstica  foi  objecto  de  uma  tipificação  muito  recente  –  nos 
termos da última revisão do Código Penal (artº. 152º), cuja entrada em vigor ocorreu em 
2007 (Lei n.º 59/2007, de 4 de Setembro). Esta nova tipificação incorporou um conceito 
de violência doméstica diferente, pela sua maior abrangência, do até então utilizado 
pelas  Forças  de  segurança,  e  cujo  registo  se  operacionalizava  através  do  mapa  de 
notação  estatística  (Despacho  16/98,  de  9  de  Março  do  Ministro  da  Administração 
Interna). Ficou, agora, consagrada uma descontinuidade com a série estatística anterior, 
permitindo uma  captação  mais  fina  e  substantivamente mais  eficaz para  conhecer  o 
fenómeno da violência doméstica. 
O  III  Plano  Nacional  contra  a  Violência  Doméstica  (PNCVD),  aprovado  através  da 
Resolução do Conselho de Ministros nº 83/2007, de 22 de Junho, consagrou na Área 
Estratégica de Intervenção 2 — Proteger as Vítimas e Prevenir a Revitimação – a Medida 
5.2 — Implementação da base de dados de violência doméstica para recolha e análise 
estatística das denúncias e ocorrências reportadas às forças de segurança. 

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CONFIDENCIAL  A  Lei  n.º  51/2007,  de  31  de  Agosto,  que  veio  definir  os  objectivos,  prioridades  e 
orientações de política criminal para o biénio de 2007‐ 2009, em cumprimento da Lei n.º 
17/2006, de 23 de Maio, que aprovou a Lei‐ quadro da Política Criminal, faz alusão aos 
programas  específicos  de  prevenção  de  certas  formas  de  criminalidade,  invocando  a 
violência doméstica e as modalidades da sua prevenção. 
Em  cumprimento  destas  orientações,  as  forças  de  segurança,  que  há  cerca  de  uma 
década haviam inscrito a prevenção da violência doméstica e o apoio às vítimas no seu 
planeamento  operacional,  através  de  programas  concretos,  como  foi  o  caso  do 
Programa  INOVAR,  criaram  equipas  exclusivamente  dedicadas  à  prevenção  e 
investigação criminal deste ilícito. Na PSP, as EPAV ‐  Equipas de Proximidade e de Apoio 
à Vítima ‐  foram constituídas na decorrência do Programa Integrado de Policiamento de 
Proximidade  (Directiva  Estratégia  n.º  10/2006  de  15  de  Maio).  Na  GNR,  os  Núcleos 
Mulher e Menor (NMUME) – assumiram‐ se como uma valência especialmente dedicada 
à prevenção, acompanhamento e investigação das situações de violência exercida sobre 
as mulheres, sobre as crianças e sobre outros grupos específicos de vítimas. 
Existem, presentemente, no dispositivo da PSP 142 Salas de Atendimento e Apoio às 
vítimas de crime. Em 2008 as EPAV totalizaram, a nível nacional, um efectivo médio de 
cerca  de  240  Agentes,  desenvolvendo  actividade  de  âmbito  preventivo,  processual  e 
investigatório, e de apoio às vítimas. 
Na  GNR,  que  dispõe  actualmente  de  249  salas  de  apoio  à  vítima  nos  seus  Postos 
Territoriais,  esse  efectivo  médio  terá  sido  em  2008  de  aproximadamente  de  220 
militares, integrando NMUME e Equipas de Investigação e Inquérito (EII). 
Em  termos  metodológicos,  opta‐ se  primeiro  pela  apresentação  dos  dados  globais 
fornecidos pelas Forças de segurança, em termos do total de queixas recepcionadas, e 
em seguida é feita uma análise mais detalhada, recorrendo para tal aos registos por 
estas inseridos na Base de Dados de Violência Doméstica (BDVD). 
 
Registo das participações 
Em 2008 foram recepcionadas pela PSP 63,6% das ocorrências e as restantes (36,4%) 
pela GNR. 
Registou‐ se um aumento significativo do número de ocorrências participadas às forças 
de segurança entre 2007 e 2008, especialmente no caso da PSP (+35,2%).  
Dois a três, em cada mil habitantes de Portugal, apresentaram em 2008 uma queixa de 
violência doméstica às forças de segurança. Os Açores e a Madeira apresentam taxas de 
incidência superiores (5,2 e 3,8, respectivamente). 

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CONFIDENCIAL  Em termos de taxas de incidência por comarca, destacam‐ se a nível nacional: Ribeira 
Grande, São João da Madeira, Nordeste, Ponta Delgada, Povoação, Porto, Sintra e Horta 
(todas com taxas de incidência acima de 5 casos por mil habitantes).  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em 2008, foram recebidas pelas forças de segurança, em média, 2312 queixas por mês e 
76 queixas por dia. Na PSP, uma média mensal de 1471 e diária de 48 e na GNR de 841 e 
28 respectivamente. 
Em 2008, os meses de Verão foram aqueles em que mais queixas foram recepcionadas, 
especialmente o Agosto (93 queixas diárias). No caso da GNR, os meses de Agosto e 
Setembro de 2008 tiveram um maior “peso” do que o verificado em 2007. Na PSP a 
distribuição das queixas ao longo dos meses, nomeadamente os de maior “peso”, entre 
Junho e Setembro, foi mais regular. 
Principais dias de registo das queixas: 2ª Feira e Domingo, estando o primeiro dia mais 
associado à GNR e o segundo à PSP. 
Hora  de  recepção  das  participações  –  principalmente  à  noite  e  à  tarde.  Queixas 
efectuadas de manhã e à tarde associadas à GNR e as realizadas à noite e de madrugada 
associadas à PSP. 
Em 2008 aumento especialmente significativo do número de queixas relativamente a 
2007, em algumas das comarcas de São Miguel e diminuição em algumas comarcas de 

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CONFIDENCIAL  ilhas  pertencentes  ao  grupo  central  e  à  Ilha  de  Santa  Maria.  No  caso  da  Madeira  a 
distribuição das queixas pelas cinco comarcas foi homogénea entre 2007 e 2008. 
 
Denunciantes 
Geralmente, são a própria vítima, do sexo feminino, casados/as e com idade média de 
40 anos. Em 2008 a proporção de casos em que o/a denunciante é testemunha, e é do 
sexo masculino foi mais elevada do que o verificado em 2007.   
 
Vítimas 
Geralmente, são do sexo feminino (85%), casadas, idade média de 39 anos, possuem 
uma relação conjugal com o/a denunciado/a e não dependem economicamente do/a 
denunciado/a. 
Em 2008, a proporção de vítimas do sexo masculino e de vítimas que não dependem 
do/a denunciado/a foi mais elevada do que o verificado em 2007. 
 
Denunciados/as 
Geralmente, são do sexo masculino, casados, idade média 40 anos e não dependem 
economicamente da vítima. 
Em  2008,  a  proporção  de  denunciados/as  do  sexo  feminino,  em  união  de  facto, 
divorciados  ou  viúvos/as,  e  que  não  dependem  economicamente  da  vítima,  foi  mais 
elevada do que o verificado em 2007. 
Em 16,5 % dos casos foi registada uma situação de posse ou utilização de arma (dados 
GNR). 
O consumo habitual de álcool foi registado em 47,5% dos casos e de estupefacientes em 
11,6%.  Em  2008,  a  proporção  de  denunciados/as  que  consome  álcool  diminui  em 
relação a 2007. 
 
Ocorrência 
Em  2008,  registou‐ se  uma  tendência  crescente  nos  números  entre  Janeiro  e  Agosto, 
sendo este o mês em que foram participadas mais ocorrências. Novembro foi registado 
como o mês de menos ocorrências. Em 2008, a proporção de ocorrências nos meses de 
Fevereiro, Maio, Junho e Agosto foi superior ao verificado em 2007. 

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CONFIDENCIAL  As  ocorrências  tendem  a  verificar‐ se  ao  fim‐ de‐ semana,  sendo  o  Domingo  dia  mais 
crítico e a Quinta‐ feira o de menor criticidade. 
Mais de metade das ocorrências passaram‐ se à noite ou de madrugada. Em 2008, a 
proporção de ocorrências de manhã e de tarde foi superior à verificada em 2007. 
Cerca de 56% das queixas referem‐ se a ocorrências passadas no próprio dia da queixa; 
cerca  de  25%  referem‐ se  a  ocorrências  verificadas  no  dia  anterior,  12%  a  situações 
ocorridas entre os 2 a 5 dias anteriores e apenas 8% foram reportadas após mais de 
cinco dias. Em 2008, a proporção de casos em que as queixas foram apresentadas no 
próprio  dia  foi  menor  que  o  verificado  em  2007,  sendo  a  proporção  de  queixas 
reportadas após o próprio dia da ocorrência mais elevada do que em 2007. 
A intervenção policial ocorre geralmente motivada por pedido da vítima. Em 2008, a 
proporção de casos em que a denúncia foi anónima foi superior ao verificado em 2007. 
Em 47% dos casos tratou‐ se de uma reincidência (dados GNR) e 46% das ocorrências 
foram  presenciadas  por  menores.  Em  2008,  a  proporção  de  casos  em  que  existiram 
ocorrências  anteriores  ou  que  a  ocorrência  foi  presenciada  por  menores  foi  menos 
elevada do que em 2007. 
Geralmente  as  situações  têm  como  consequências  para  a  vítima  ferimentos  ligeiros, 
sendo  no  entanto  de  salientar  a  existência  de  diversos  casos  em  que  os  ferimentos 
foram graves, tendo sido registada a morte de 10 vítimas. 
Geralmente as vítimas não são internadas no hospital nem têm baixa médica. Em 2008, 
a proporção de casos em que as vítimas não foram internadas no hospital ou que não 
tiveram baixa foi menor do que a verificada em 2007.  
Em  cerca  de  28%  dos  casos  as  forças  de  segurança  entraram  no  domicílio  do/a 
denunciado/a e da vítima. 
 
Tráfico de seres humanos 
Portugal  evidenciava,  desde  há  vários  anos,  uma  dificuldade  em  disponibilizar  dados 
estatísticos sobre tráfico de seres humanos. A alteração ao Código Penal, efectuada em 
2007 (Lei n.º 59/2007, de 4 de Setembro)
13
, foi antecipada, em termos metodológicos, 
pela criação de um sistema de monitorização, criado pelo Ministério da Administração 
                                                            
13 Esta revisão veio precisar o conceito de tráfico, distinguindo bem actividades de exploração sexual e do trabalho, introduziu-se pela primeira vez a punição do cliente, e operando a criminalização da retenção, ocultação e dano de documentos de identificação e outros, ficou consagrada também aqui a responsabilização penal das pessoas colectivas.

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CONFIDENCIAL  Interna  no  âmbito  do  projecto‐ piloto  CAIM  (Cooperação‐ Acção‐ Investigação‐
Mundivisão) e cujos objectivos são: 
1) A recolha de dados quantitativos e qualitativos provindos de variadas entidades com 
actividade relacionada com o tráfico de seres humanos; 
2) O tratamento e a análise objectiva desses dados; 
3) A produção de conhecimento sobre o fenómeno  
Este sistema de monitorização estava previsto no I Plano Nacional contra o Tráfico de 
Seres Humanos (2007‐ 2010) ‐  ver Resolução do Conselho de Ministros n.º 81/2007 – e 
veio  suprir  parcialmente  a  dificuldade  de  conhecimento  objectivo  sobre  este 
fenómeno
14

Esta dificuldade não é apenas nacional, mas identificada em vários países europeus e 
não europeus. Para tentar ultrapassar este obstáculo, foram criados dois instrumentos 
(Guia Único de Registo – para os órgãos de polícia criminal ‐  e Guião de Sinalização – 
para organizações não governamentais e outras entidades público‐ privadas) que visam 
suprir a falta de harmonização, não só de indicadores entre instituições que trabalham 
directamente  ou  indirectamente  com  o  tráfico  de  seres  humanos,  mas  também  de 
sistemas fragmentados de recolha e tratamento que levam à duplicação de casos e a 
dados  contraditórios.  Esta  última  situação  mantém  o  desconhecimento  sobre  este 
fenómeno e alimenta também a opacidade que o caracteriza.  
Atendendo  aos  seus  objectivos,  este  sistema  de  monitorização,  enquanto  base  de 
dados, não substitui nem incorpora as informações que cada Órgão de Polícia Criminal 
possa ter nas respectivas bases de dados que apoiam a sua actividade, nomeadamente 
investigatória. O conceito subjacente é o de complementaridade entre as vertentes da 
acção (investigação) e sistematização (estatística).  
consequentemente e recordando a razão para a qual foi criado, pretende‐ se com este 
sistema a produção de informação estatística sistematizada, partilhada e seriada sobre a 
criminalidade  respeitante  ao  tráfico  que  ocorre  num  dado  território,  sendo 
‘TERRITÓRIO’  o  conceito  operativo.  O  sistema  de  monitorização  do  tráfico  de  seres 
humanos é composto por quatro módulos de recolha e disseminação de informação; um 
deles – de facto, o módulo central – é o do Guia Único de Registo (fluxo “sinalização de 
vítimas”). Convém esclarecer que é a SINALIZAÇÃO de potenciais vítimas de tráfico o 
                                                            
14 Importa ter presente que a Lei n.º 51/2007, de 31 de Agosto, que definiu os objectivos, prioridades e orientações de política criminal para o biénio de 2007-2009, consagrou entre os objectivos específicos da política criminal prevenir, reprimir e reduzir a criminalidade violenta, grave ou organizada (incluindo a associação criminosa dedicada ao tráfico de pessoas), bem como promover a protecção de vítimas especialmente indefesas, incluindo crianças e adolescentes, mulheres grávidas e pessoas idosas.

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CONFIDENCIAL  que  se  pretende,  em  primeira  mão,  captar,  e  que  esta  sinalização  depende, 
essencialmente, da capacidade de reconhecer que uma situação individual, em grande 
parte dos casos experienciada por alguém que não pertence à comunidade, porventura 
estrangeira, numa condição de forte desfavorecimento quanto aos seus direitos civis e 
sociais, configura um possível caso de tráfico.  
Mas,  se  por  um  lado,  a  sinalização/identificação  do  caso  de  tráfico  decorre  da  sua 
visibilidade e reconhecimento, por outro, esta condição é frequentemente o principal 
problema, dado que a opacidade social, o encobrimento e os processos de estereotipia 
social impedem essa mesma identificação.  
 
Análise Global  
Os  dados  analisados,  e  neste  Relatório  apresentados,  foram  extraídos  no  dia  11  de 
Fevereiro de 2009, reportando‐ se ao período entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 
2008,  correspondendo  ao  universo  de  casos  de  vítimas  sinalizadas,  mas  não 
confirmadas, no GUR para esse ano. Assim, poderá ocorrer a possibilidade de novos e 
antigos casos serem editados, nomeadamente, através do processo de triagem ainda 
em curso.  
O  número  total  de  vítimas  sinalizadas  durante  2008  foi  138,  correspondendo  a  123 
vítimas  sinalizadas  em  Portugal  continental,  e  15  vítimas  sinalizadas  na  Região 
Autónoma da Madeira. 
Sinalizações registadas, segundo a origem da informação 
 
 
 
 
 
 
Nota:   A origem da informação corresponde à identificação de quem procede 
à denúncia e ao organismo que regista.  
Do  apuramento  realizado  observa‐ se  que  a  fonte  dos  dados  recolhidos  foi 
predominantemente a alegada vítima (n=98).  
 
 

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CONFIDENCIAL  Características das vítimas sinalizadas 
A média de idades das alegadas vítimas sinalizadas durante 2008 foi de 30 anos (desvio 
padrão = 8 anos), tendo as vítimas femininas a idade média de 28,8 anos (desvio padrão 
= 7,4), e as masculinas de 35,4 anos (desvio padrão = 9,1). 
Maioritariamente, as vítimas sinalizadas são mulheres (88% dos casos), solteiras (82%) e 
estrangeiras (93,5%). 
Em  termos  da  distribuição  por  nacionalidades  e  por  situação  em  território  nacional, 
observa‐ se um predomínio de mulheres sul‐ americanas. 
Sinalizações registadas, segundo nacionalidade e sexo das alegadas vítimas 
Nacionalidade  Feminino  Masculino  Total 
Brasileira  102  0   102  
Moçambicana   6   11   17  
Portuguesa   5   4   9  
Croata   5   0   5  
Colombiana   1   0   1  
Ucraniana   0   1   1  
Romena   2   0   2  
Relativamente ao modo de viagem – chegada a Portugal ‐, a maioria das sinalizações 
registadas indicam que as alegadas vítimas vieram sozinhas (n=77).  
 

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CONFIDENCIAL  6 - Caracterização da actividade operacional das Forças, Serviços e outras entidades  
Guarda Nacional Republicana Introdução O presente relatório pretende fazer uma análise global do estado da Segurança na área 
de  responsabilidade  da  Guarda  Nacional  Republicana  (GNR),  bem  como  abordar  um 
conjunto  de  actividades  que  lhe  são  inerentes,  paralelas  ou  concorrentes,  e  que 
retratam a diversidade e complexidade das diferentes missões que lhe estão atribuídas. 
A  acção  da  Guarda  foi  pautada  pelo  estrito  cumprimento  das  directivas  da  Tutela, 
tomando  como  referência  as  orientações  constantes  do  Programa  do  XVII  Governo 
Constitucional e das Grandes Opções do Plano para 2008, tendo por objectivo último 
proporcionar  a  todos  os  cidadãos  uma  segurança  efectiva  e,  complementarmente, 
reforçar os sentimentos de segurança, liberdade e protecção. 
 
Síntese A  GNR,  durante  o  ano  de  2008,  continuou  a  cumprir  a  sua  missão,  norteada  pela 
prossecução dos propósitos e metas delineadas pelo Governo, pela consolidação das 
novas valências, designadamente o Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente 
(SEPNA), o Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS), os Núcleos Mulher e 
Menor (NMUME) e os Núcleos de Investigação Criminal (NIC), e pela manutenção do 
elevado grau de proficiência no cumprimento das missões atribuídas. 
A manutenção do contingente da GNR no território de Timor‐ Leste e o empenhamento 
na Força de Gendarmerie Europeia (EUROGENDFOR) na Bósnia‐ Herzegovina, constitui 
exemplo do esforço responsável da Guarda em procurar cumprir os desígnios nacionais 
em matéria de política externa. 
Durante o ano de 2008 a Guarda empenhou‐ se na concretização da reestruturação do 
seu dispositivo, mercê das alterações introduzidas pela nova orgânica, aprovada pela Lei 
n.º 63/2007, de 6 de Novembro. 
No que concerne aos programas especiais, no âmbito do policiamento comunitário, a 
Guarda  continuou  a  dedicar‐ lhes  uma  atenção  especial,  designadamente:  à  Escola 
Segura,  à  Violência  Doméstica,  aos  Idosos  em  Segurança,  ao  Comércio  Seguro,  à 
Segurança  nos  Postos  de  Abastecimento  de  Combustíveis,  ao  Verão  Seguro  –  Chave 

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CONFIDENCIAL   
Directa, à Igreja Segura, ao SOS −  Azulejo, às Farmácias em Segurança, ao Turismo em 
Segurança, à Polícia em Movimento, ao Transporte Seguro de Tabaco, entre outros. 
A  Guarda  implementou  ainda  uma  plataforma  designada  por  “SMS‐ Segurança”, 
alargando  o  serviço  de  atendimento  na  central  telefónica  do  Comando‐ Geral  aos 
portadores  de  deficiência  auditiva  através  de  interface  para  serviço  “SMS”,  dando 
resposta às situações em que os mesmos solicitam apoio policial. 
Por  outro  lado,  no  que  respeita  à  “Queixa  Electrónica”,  a  Guarda  atribuiu  especial 
importância  a  este  projecto,  tendo  sido  constituída  como  entidade  nacional  gestora 
deste sistema.  
No  que  concerne  a  um  valioso  trabalho  de  apoio  social,  mormente  às  crianças  com 
necessidades  especiais,  a  Guarda,  através  do  seu  dispositivo  a  cavalo,  tem  dado  um 
especial contributo com a Hipoterapia. 
Relativamente  à  cooperação  internacional,  relevante  instrumento  na  luta  contra  a 
actividade criminal e delituosa que não conhece fronteiras, a Guarda procurou melhorar 
e  tornar  mais  operacional  a  rede  de  contactos  entre  todas  as  entidades  nacionais  e 
estrangeiras com interesses próprios nestas matérias, guarnecendo os Postos Mistos de 
Fronteira e participando nas operações de índole internacional, destinadas ao controlo 
de circulação de mercadorias condicionadas ou restritas, e de migrantes. 
A Guarda assegurou o policiamento de todas as competições desportivas realizadas na 
sua área de responsabilidade, nas mais diversas modalidades e escalões, fossem eles do 
calendário nacional ou internacional. A experiência adquirida e o modo particularmente 
empenhado como aborda este tipo de actividade, foram fundamentais para a segurança 
e o êxito do Rali de Portugal e da Volta a Portugal em Bicicleta, entre muitos outros 
eventos. 
As  questões  ligadas  à  sinistralidade  rodoviária  continuaram  a  merecer  a  melhor 
atenção da Guarda, que reforçou os seus meios de vigilância, com especial ênfase nas 
épocas de maior fluxo de trânsito, o que lhe permitiu contribuir para que se mantivesse 
uma acentuada redução na generalidade dos índices utilizados para caracterizar este 
grave flagelo nacional.  
Uma  outra  esfera  de  actuação  da  Guarda,  dentro  dos  seus  objectivos  estratégicos, 
prende‐ se com a consolidação de novas valências e responsabilidades que lhe foram 
cometidas,  designadamente  a  de  Protecção  e  Socorro,  onde  através  do  Grupo  de 
Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS), consolidou a sua actividade nas áreas de 
primeira  intervenção  em  incêndios  florestais  e  na  vigilância  florestal,  iniciando  a 
instrução noutras especialidades que integram este Grupo. 

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CONFIDENCIAL  O combate ao tráfico e consumo de estupefacientes constituiu um objectivo ao qual a 
Guarda tem vindo a conferir especial cuidado, nomeadamente em relação àquele que 
cabe dentro da sua competência legal. 
A  actividade  de  investigação  criminal  foi  dirigida  para  a  prevenção  e  combate  à 
criminalidade,  com  especial  enfoque  nos  crimes  contra  o  património  e  tráfico  de 
estupefacientes. 
No âmbito da informatização, foi dada sequência a vários trabalhos de desenvolvimento 
da  plataforma  de  informatização  integral,  designadamente,  com  a  construção  do 
Sistema Integrado de Informações Operacionais de Polícia (SIIOP), com a colocação em 
pleno funcionamento do Sistema de Queixa Electrónica, dos projectos do Recrutamento 
Electrónico e do Sistema Integrado de Perdidos e Achados. 
No que respeita à intervenção em Zonas Problemáticas, a actuação da Guarda pautou‐
se  por  uma  intervenção  activa,  prestando  toda  a  colaboração  que  lhe  foi  sendo 
solicitada  pelos  organismos  e  organizações  dedicadas  ao apoio  e  acção  social,  tendo 
desencadeado  as  operações  necessárias  ao  controlo  e  manutenção  da  ordem  e 
tranquilidade públicas. 
Quanto  à  actividade  fiscal,  aduaneira  e  económica,  assume  especial  relevância  a 
participação em acções ligadas ao designado processo «Operação Furacão». 
O quadro seguinte reflecte o empenhamento médio diário dos militares da Guarda em 
actividades operacionais de rotina e alguns dos resultados obtidos. 
Actividade Empenhamento diário
  2007  2008
Patrulhas auto  2.256  2.258
Patrulhas apeadas  464  453
Patrulhas a cavalo  55  50
Patrulhas SEPNA  173  194
Patrulhas cinotécnicas  32  27
Patrulhas navais  8  11
Actividades saturantes  1.897  1.675
Eventos desportivos  99  97
Festas e romarias  13  12
Aguardos  187  183
Condutores fiscalizados  5.710  7.146
Contra‐ Ordenações  4.102  3.296
Condutores fiscalizados em excesso de velocidade  436  475
Condutores fiscalizados com excesso de alcoolemia (TAS Condutores fiscalizados com excesso de alcoolemia (TAS ≥  1,20 gr/l) 33  35
Detenções em flagrante delito  77  74
Armas apreendidas  2  2
 
 

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CONFIDENCIAL  Actividades desenvolvidas no âmbito das competências operacionais  
Programas específicos de policiamento ou de prevenção ou de acção especiais 
O policiamento comunitário entendido, no seu sentido mais amplo, como um modelo 
de  policiamento  que  implica  a  aproximação  às  populações  e  o  seu  envolvimento  na 
resolução dos próprios problemas, continuou a ser, à semelhança de anos anteriores, 
uma  das  apostas  estratégicas  da  Guarda  em  matéria  de  prevenção  e  combate  à 
criminalidade.  Assim,  foram  desenvolvidos  diversos  «Programas  Especiais  de 
Policiamento», enquadráveis neste conceito comunitário, tendo a Guarda sido chamada 
a integrar múltiplas parcerias de âmbito local, nomeadamente nas áreas da violência 
doméstica, do apoio a crianças e jovens em risco, do apoio e protecção a idosos e do 
combate à discriminação, à pobreza e à exclusão social. 
De entre os protocolos / parcerias desenvolvidos em 2008 destacam‐ se os seguintes: 
Protocolo para a criação de um Gabinete de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica nos distritos 
de Beja, Évora, Guarda, Aveiro e Bragança; 
Parceria  de  colaboração  entre  o  Instituto  Politécnico  de  Bragança  e  a  Guarda  Nacional 
Republicana, para formação de públicos estratégicos em igualdade de género; 
Acordo de cooperação entre o Departamento de Investigação e Acção Penal de Coimbra (DIAP), a 
Direcção Geral de Reinserção Social (DGRS), o Serviço de Violência Familiar do Hospital Sobral Cid – 
Coimbra e a Brigada Territorial da Guarda Nacional Republicana, em Coimbra, referente a casos de 
violência doméstica/maus‐ tratos; 
Parceria com as EB 2, 3 Soeiro Pereira Gomes em São João dos Montes, EB 2,3 de Vialonga e EB 2, 
3 de Castanheira do Ribatejo, no âmbito do programa de respostas integradas, eixo Concelho Vila 
Franca  de  Xira,  com  a  finalidade  de  proceder  ao  tratamento/reinserção,  redução  de  danos  e 
minimização de riscos nas comunidades escolares; 
Parceria com o Município de Torres Vedras e as Juntas de Freguesia de A‐ dos‐ Cunhados, Freiria, 
Santa  Maria  e  Campelos  referente  ao  projecto  Idosos  Saudáveis  e  Activos  designado  por  «ISA 
Património»,  e  o  Município  de  Torres  Vedras  e  a  Junta  de  Freguesia  de  Turcifal  referente  ao 
projecto Idosos Saudáveis e Activos designado por «ISA Prevenção Rodoviária»; 
Protocolo com o Município de Matosinhos referente à criação de um «Observatório Social»; 
Parceria no âmbito da reinserção social e intervenção tutelar educativa a implementar junto de 
jovens infractores ou enquadrados em projectos de reeducação no concelho de Sintra; 
Protocolo de colaboração com a Caritas Diocesana de Coimbra; 

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CONFIDENCIAL  Protocolo de colaboração «A Escolinha de Prevenção Rodoviária» do Governo Civil de Portalegre; 
Protocolo de cooperação do Fórum Municipal de Cascais contra a violência doméstica; 
Parceria  com  a  Associação  Concelhia  de  Desenvolvimento  Social  «Pelo  Prazer  de  Viver  Saúde 
Cultura e Vida» sita em Moselos ‐  Santa Maria da Feira; 
Protocolo com a Cruz Vermelha Portuguesa – Delegação da Trofa.  Programa Igreja Segura e SOS Azulejo 
Dando  expressão  aos  protocolos  estabelecidos  com  o  Instituto  Superior  de  Polícia 
Judiciária e Ciências Criminais a Guarda realizou, durante o ano de 2008, um conjunto 
de acções relevantes no domínio da protecção do património da igreja, contribuindo 
para o esclarecimento dos párocos e demais entidades, relativamente às medidas de 
segurança, activa e passiva, que devem ser aplicadas para evitar a delapidação dos bens, 
sobretudo por furto, mas também por vandalismo e incúria. 
A Guarda não dispõe de efectivo dedicado a esta função, sendo as acções desenvolvidas 
por todo o seu dispositivo, no âmbito da sua missão de policiamento comunitário. 
 
Programa Polícia em Movimento 
Este programa, cuja execução esteve centrada na Brigada de Trânsito, revelou enormes 
virtualidades no apoio à actividade operacional, constituindo‐ se como um importante 
meio no quadro de renovação de métodos e procedimentos das actividades da Guarda.  
Através deste programa e, nomeadamente, através do Sistema de Contra‐ Ordenações 
de Trânsito (SCOT), foram levantados durante o ano de 2008, cerca de 99.000 autos de 
contra‐ ordenação rodoviária, número que espelha bem a forma como a Guarda tem 
vindo  a  encarar  as  novas  tecnologias  de  informação  e  comunicação  postas  à  sua 
disposição. 
 
Programa Apoio 65 −  Idosos em Segurança 
Atendendo à importância social desta temática e ao progressivo aumento da população 
idosa,  a  Guarda  mantém  activas  as  vertentes  do  Programa  Apoio  65 −  Idosos  em 
Segurança, contribuindo para o reforço da segurança e manutenção do sentimento de 
confiança dos idosos. 
A Guarda não dispõe de efectivo dedicado a esta função, sendo as acções desenvolvidas 
por todo o seu dispositivo no âmbito da sua missão de policiamento comunitário. 

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CONFIDENCIAL  No  decorrer  do  ano  de  2008  foram  realizadas  várias  visitas  a  idosos  que  vivem  em 
situações  de  isolamento  e  foi  prestada  colaboração  em  múltiplas  iniciativas  locais, 
nomeadamente, na sinalização de casos problemáticos e na participação em equipas 
multidisciplinares de intervenção e acompanhamento. A nível nacional foram realizadas 
acções  de  sensibilização  através  de  contactos  pessoais,  palestras  e  distribuição  de 
folhetos, com o objectivo de dar a conhecer os procedimentos de segurança a observar 
em situações de tentativa de burla ou burla consumada. Nesta acção participaram os 
militares  do  dispositivo  territorial, que  distribuíram  200.000  folhetos  explicativos  das 
medidas de segurança a adoptar. 
 
Programa Comércio Seguro 
Este programa especial de policiamento de proximidade teve como principal objectivo a 
criação  de  condições  de  segurança  em  estabelecimentos  que  possuam,  como 
característica dominante, o atendimento ao público e, tendo por base, essencialmente, 
a  criação  de  condições  efectivas  de  segurança  e  protecção  aos  comerciantes  e  o 
desenvolvimento dum sistema de comunicação e gestão de informação que viabilize a 
rápida intervenção e permita o acompanhamento e a prevenção em situações de roubo, 
furto ou ameaça grave. 
Com  esta  finalidade,  foi  exercido  um  enorme  esforço  no  sentido  de  alargar  este 
programa, através do projecto «Sistema Colectivo de Segurança», a mais localidades às 
escolas, combinando‐ o com outros programas específicos de policiamento comunitário, 
nomeadamente com o Programa Escola Segura. 
A Guarda tem encetado esforços para que este exemplo seja seguido noutros locais, 
mormente naqueles onde se têm vindo a estabelecer novas parceiras e/ou protocolos 
de  colaboração,  procurando,  através  de  um  adequado  policiamento  de  proximidade, 
contribuir para uma maior segurança do comércio. 
 
 
Programa Farmácia Segura 
A  Guarda  colaborou  activamente  com  a  Associação  Nacional  de  Farmácias,  tendo 
apoiado a realização de todas as acções de formação que foram ministradas, bem como, 
encetado  contactos  e  prestado  todos  os  esclarecimentos  visando  a  melhoria  das 
condições de segurança neste tipo de actividade. Esta colaboração, coordenada pelo 
Gabinete Coordenador de Segurança, tem tido uma boa adesão por parte do público‐
alvo. 
 

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138 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  Transporte Seguro de Tabaco 
A  Guarda  colaborou  com  a  Associação  Nacional  dos  Grossistas  de  Tabaco,  tendo 
apoiado a realização das quatro acções de formação que foram ministradas em vários 
distritos. 
A Guarda não dispõe de efectivo dedicado a esta função, sendo as acções desenvolvidas 
por todo o seu dispositivo no âmbito da sua missão de policiamento comunitário. 
 
Programa Abastecimento Seguro e Táxi Seguro 
A Guarda colaborou activamente com o MAI na prossecução destes programas. 
Ainda no âmbito do programa Abastecimento Seguro a GNR participou nas acções de 
formação que foram ministradas em vários distritos e colaborou na realização de um 
DVD sobre boas práticas de segurança em postos de abastecimento de combustível. 
A Guarda não dispõe de efectivo dedicado a esta função, sendo as acções desenvolvidas 
por todo o seu dispositivo no âmbito da sua missão de policiamento comunitário. 
 
Verão Seguro – Chave Directa 
Nos 3 meses de Verão, e de acordo com as directrizes emanadas do MAI, a Guarda 
implementou o programa “Verão Seguro – Chave Directa”, destinado a assegurar, de 
forma  direccionada  e  mais  eficaz,  a  segurança  das  residências  dos  cidadãos  que 
aderiram ao programa. 
Neste âmbito, a Guarda assegurou um apoio especial a 935 residências e consolidou 
experiências e procedimentos.   
Acções/Operações externas  
Patrulhamento 
No decorrer do ano de 2008, foram realizadas 1.096.031 patrulhas, o que representa, 
em relação a 2007, um aumento de 5.684 patrulhas (0,5%). 
Este  acréscimo  resultou  da  reformulação  dos  modelos  de  intervenção  e  da 
racionalização das estruturas de apoio administrativo e logístico, alteração que permitiu 
balancear efectivos para o patrulhamento. 
O Quadro seguinte apresenta os dados relativos a 2007 e 2008. 

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CONFIDENCIAL   
Tipo de Patrulhas Realizadas Variação % 2007 2008 Apeadas 169.198 166.061 - 1,9 A cavalo 20.196 18.359 - 3,7 Cinotécnicas 11.528 10.120 - 9,1 Auto/Moto 823.571 826.331 + 0,3 Naval (fluvial ou marítima) 2.773 4.121 + 48,6 SEPNA 63.081 71.039 + 12,6 TOTAL 1.090.347 1.096.031 + 0,5  
Serviços solicitados à GNR 
A tendência de diminuição deste tipo de serviços continuou a verificar‐ se no ano de 
2008.Registou‐ se uma redução de 78.981 pedidos (menos 11,4% do que em 2007). 
Sublinhe‐ se, no entanto, que mesmo assim estas solicitações continuam a ter um peso 
muito significativo na actividade da Guarda, uma vez que se registaram 613.406 pedidos 
de serviços.  Transporte de órgãos 
A Guarda, sobretudo através da Brigada de Trânsito e fruto da sua elevada capacidade 
de mobilidade, tem, ao longo dos anos, prestado apoio ao Sistema Nacional de Saúde, 
nomeadamente  no  apoio  ao  transporte  de  órgãos  humanos  para  a  execução  de 
transplantes. 
Durante o ano de 2008 a Guarda respondeu a 155 solicitações de transporte de órgãos, 
tendo empenhado 310 militares nesta tarefa, o que representou um aumento de 48 
solicitações.  Exercícios realizados tendo em vista a preparação para situações operacionais 
Em  2008,  a  Guarda  participou  em  múltiplos  exercícios,  enquadrados  no  âmbito  da 
formação dos quadros, destacando‐ se os seguintes: 
• SARDINIA, realizado de 16 a 21 de Abril na Sardenha, dentro da temática dos incêndios florestais – protecção civil; • UNIFIED BLADE, que se realizou entre 12 a 16 de Maio no distrito de Beja e se integrou no âmbito da segurança militar; • UUSIMAA, realizado na Finlândia, de 01 a 05 e Junho, na área da gestão de consequências – protecção civil; • PROCIV IV, que teve lugar de 21 a 23 de Novembro na área Metropolitana de Lisboa e que serviu para testar os meios em caso de sismo – protecção civil;

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CONFIDENCIAL  • EUPFT 2008 – European Union Police Forces Training 2008 que decorreu de 09 a 20 de Junho, âmbito da gestão civil de crises, realizado no “Centre National d’Entraînement dês Forces de Gendarmerie”, em St. Astier – França; • EGEX 08, da Força de Gendarmerie Europeia (EUROGENDFOR), organizado
15 pela Guarda Nacional Republicana, no âmbito da Presidência Portuguesa do Comité Interministerial de Alto Nível (CIMIN). Tratou-se de um Exercício multinacional, envolvendo 9 países (Portugal, Espanha, França, Itália, Holanda, Roménia, Polónia, Lituânia e Turquia), no qual se simulou a participação da EUROGENDFOR numa Missão Militar da União Europeia num país em cenário de crise, em África, assegurando a sua componente policial.

Acções conjuntas com outras entidades nacionais ou estrangeiras 
Acções conjuntas com entidades nacionais No quadro seguinte são elencadas as colaborações mais significativas:  Acções conjuntas com entidades estrangeiras Em  2008  as  operações  mais  relevantes,  efectuadas  em  conjunto  com  forças 
estrangeiras, foram as seguintes: 
• Controlos Móveis Foram  realizados  225  Controlos  Móveis,  com  o  empenhamento  de  483  militares,  no 
âmbito da cooperação bilateral entre a Guarda e os Corpos de Segurança de Espanha 
(Guardia Civil e Polícia Nacional). Esta cooperação visou prevenir e reprimir a imigração 
ilegal, a fraude fiscal no transporte de mercadorias em circulação e o tráfico ilícito de 
outros  produtos,  nomeadamente,  contrabando,  estupefacientes  e  substâncias 
psicotrópicas. 
                                                            
15 A organização do Exercício, que envolveu todas as fases, desde a concepção e criação do cenário (fictício) e da situação geral de crise até à simulação da intervenção real, passando pela elaboração do Plano de Operações (OPLAN) e de todos os documentos relevantes, iniciou-se em Abril, em Lagos – Portugal, tendo implicado a realização de Conferências e reuniões em Vicenza – Itália, Apeldoorn – Holanda e Queluz – Portugal. A elaboração do OPLAN esteve a cargo do Quartel-General Permanente da EUROGENDFOR, em Novembro, tendo a Fase de Condução decorrido em Portugal, no Centro de Formação da GNR da Figueira da Foz, entre 8 e 18 de Dezembro de 2008.
Entidade Número
Autoridade de Segurança Alimentar e Económica 47 
Inspecção‐ Geral das Pescas 12 
Direcção‐ Geral das Contribuições e Impostos 320 
Direcção‐ Geral das Alfândegas e Impostos Especiais de Consumo 398 
Inspecção‐ Geral de Jogos 16 
Outras entidades 1421

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CONFIDENCIAL  • Operação HIO Diligence Realizada  em  todo  o  território  nacional  continental,  desde  as  16H00  do  dia  30  de 
Novembro até às 16H00 do dia 1 de Dezembro, a operação foi coordenada pela Europol 
e contou com a participação dos Estados‐ membros da União Europeia, numa operação 
conjunta de alto impacto dirigida ao tráfico de armas através das fronteiras externas e 
aos movimentos ilegais no seu seio. 
• Operação Transpol Express Decorreu  na  semana  de  24  a  29  de  Setembro  e  teve  como  objectivo  o  controlo  de 
passageiros que viajavam através dos caminhos‐ de‐ ferro promovendo‐ se a segurança 
ferroviária e combatendo‐ se o fluxo migratório ilegal. Foram constituídas equipas mistas 
e participaram os países do espaço Schengen. 
• TISPOL - European Traffic Police Network A  TISPOL  é  uma  Organização  de  Polícias  de  Trânsito  Europeias,  que  acolhe  na  sua 
estrutura vinte e cinco (25) países e na qual Portugal está representado pela Guarda 
Nacional Republicana.  
Desta participação destaca‐ se o Projecto LIFE SAVER destinado a reduzir o número de 
vítimas nas estradas da Europa. Este projecto decorrerá num período de três (3) anos, 
compreendido entre Abril de 2008 e Março de 2011. Este projecto integra, para além de 
vários Seminários e outras acções, operações planeadas e coordenadas a nível Europeu, 
num total de 24. 
• Agência Europeia FRONTEX Neste âmbito a GNR participou em quinze (15) operações em vários países, das quais se 
realça  a  Operação  INDALO  2008,  que  decorreu  no  sul  de  Espanha  e  visou 
essencialmente a prevenção e combate à imigração ilegal. 
• Fase Final do EURO 2008 Em virtude da participação da Selecção Nacional de Futebol na fase final do EURO 2008, 
a Guarda integrou uma delegação nacional para colaborar, com as autoridades policiais 
suíças  e  austríacas,  no  acompanhamento  dos  adeptos  portugueses.  Esta  missão 
decorreu de 05 a 21 de Junho de 2008.  Participação em Grupos de Trabalho 
Em 2008, a Guarda participou nos seguintes Grupos de Trabalho. 
Âmbito Internacional 

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CONFIDENCIAL  • Grupo  Iberoamericano  de  Trabalho  de  Balística  Forense  da  Academia  de 
Ciências e Estudos Forenses (AICEF). 
Âmbito da União Europeia 
• Grupo de Cooperação Policial; 
• Grupo de Cooperação Aduaneira; 
• Comité para os Aspectos Civis da Gestão de Crises; 
• Grupo de Fronteiras; 
• Grupo Multidisciplinar da Criminalidade Organizada (CRIMORG); 
• Grupo de Trabalho de Protecção Civil; 
• Colégio Europeu de Polícia (CEPOL); 
• Projecto Global Monitoring and Environment System; 
• European Security and Research and Innovation Forum; 
• Projecto Europa; 
• Projecto Cidades Europeias contra o Terrorismo. 
Âmbito da Força de Gendarmerie Europeia (EUROGENDFOR) 
Âmbito da FIEP 
Âmbito Nacional 
• Justiça  e  Segurança  no  âmbito  do  III  Plano  Nacional  Contra  a  Violência 
Doméstica; 
• Justiça e Segurança no âmbito do I Plano Nacional Contra o Tráfico de Seres 
Humanos; 
• Concepção  e  implementação  do  Guia  Único  de  Registo  (GUR),  inserido  na 
tomada de medidas que visam a luta contra o tráfico de seres humanos; 
• III Plano Nacional para a Igualdade, Cidadania e Género; 
• Protocolo Unidade de Coordenação e Integração Conjunta (UCIC);  
• Subcomissão, Informação, Investigação, Formação e Avaliação do Projecto de 
Luta contra a Droga – Instituto da Droga e da Toxicodependência – Ministério da 
Justiça;    
• Redução da Oferta e da Procura no Projecto de Luta contra a Droga – Instituto 
da Droga e da Toxicodependência – Ministério da Justiça; 
• Grupo Interinstitucional – Definição da Estratégia Nacional de apoio aos Sem‐
Abrigo; 
• Projecto Igreja Segura; 
• Projecto Farmácia Segura; 
• Sistema de Contra‐ Ordenações de Trânsito (SCOT); 
• Rede Nacional de Segurança Interna (RNSI); 
• Sistema Informático Integrado de Apoio às Operações da GNR (SIIOP); 

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CONFIDENCIAL  • Sistema Integrado de Vigilância, Comando e Controlo (SIVICC); 
• Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP); 
• Sistema de Perdidos e Achados; 
• Sistema de Queixa Electrónica 
• Projecto do Recrutamento Electrónico. 
 
Resultados e consequências decorrentes da actividade operacional Militares com ferimentos ligeiros, graves, mortos e feridos sem necessidade de 
tratamento hospitalar 
A violência exercida contra militares da Guarda em actos de serviço continua a ser uma 
matéria preocupante. No quadro seguinte apresentam‐ se os dados relativamente a esta 
situação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Durante  o  ano  em  análise  verificou‐ se  uma  diminuição  do  número  de  militares  que 
sofreram ferimentos ligeiros com tratamento hospitalr (209 em 2007 e 154 em 2008). 
Relativamente  ao  número  de  militares  feridos  sem  necessidade  de  tratamento 
hospitalar, o seu valor passou de 185 para 129. 
Nesta  análise  importa  ter  em  consideração  que  os  dados  apresentados  respeitam 
apenas  a  situações  em  que  as  consequências  se  relacionam  com  a  intervenção  de 
terceiros. 
 
Civis e/ou terceiros com ferimentos ligeiros, graves, mortos e feridos sem 
necessidade de tratamento hospitalar provocados por intervenções policiais 
O quadro seguinte reflecte, por distrito, o número de casos que ocorreram. 
 
Tipo de acção 
Ferimentos ligeiros
Ferime
ntos
 
grave
s
 
Mo
rto
s
 
TOTAL
 
Co
m
 
tra
t
amen
to
 
h
o
sp
italar
 
Sem
 
trata
m
en
to
 
h
o
sp
italar
 
Acção Armada  3 1 ‐ 4 
Agressão  138 ‐ ‐ 138 
Atropelamento/tentativa  13 ‐ 1 14 
Total  154 129 1 1  

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Ocorrências 
Ferimentos ligeiros
Ferime
ntos
 
graves
 
Mo
rto
s
 
TOTAL
 
Co
m
 
tratame
n
to
 
h
o
sp
italar
 
Sem
 
tratame
n
to
 
h
o
sp
italar
 
Distrito 
Aveiro  1 1 
Braga  1 1 2 
Évora  2 2 
Guarda  1 1 
Leiria  1 1 2 
Lisboa  1 5 6 
Porto  2 2 1 1 6 
Santarém  1 1 2 
Setúbal  1 2 3 
Viana do Castelo  1 1 
Total  10 14 1 1 26  Relatórios de acções operacionais e de informações policiais Análise quantitativa e qualitativa de dados relevantes no âmbito da Segurança 
Interna 
Actividades de polícia geral 
Neste domínio merece destaque o aumento do número de autos elaborados no âmbito 
da legislação policial. 
 
 
 
 
 
 
 
Detenções em flagrante delito 
Durante o ano de 2008 a Guarda efectuou 27.156 detenções, menos 900 que em 2007, 
o que se traduziu numa diminuição percentual de 3,2%.  
 
Tipo de acção Realizadas
Variação % 2007 2008 Caçadores fiscalizados 8.911 10.467 + 17,5 Infracções à lei da caça 143 371 + 159,4 Crimes contra a GNR 767 767 0,0 Posse / tráfico de droga 791 826 + 4,4 Fogo posto 27 21 - 22,2 Autos de legislação policial 23.746 24.194 + 1,9 Armas apreendidas / recuperadas 823 925 + 12,4

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CONFIDENCIAL  Fiscalização à taxa de alcoolemia e ao excesso de velocidade 
Foram efectuadas 13.076 detenções por condução com TAS igual ou superior a 1,2 gr/l, 
o  que  corresponde  a  um  aumento  de  8,6%  em  relação  ao  ano  anterior,  e  foram 
detectados 30.129 condutores a conduzir com uma taxa entre 0,5 e 1,2 gr/l, ou seja, 
mais 102,3% em relação a 2007. 
 
Controlo alcoolemia 2007 2008 Variação % TAS ≥ 1,2 12.045 13.076 8,6
0,5 ≤ TAS < 1,2 14.892 30.129 102,3
Total 26.937 43.205 60,4
 
No que concerne à condução em excesso de velocidade verificou‐ se um acréscimo de 
7,4 % relativamente ao ano anterior (de 161.237 para 174.109). 
 
Segurança a eventos desportivos 
Dos cerca de 48.111 eventos desportivos policiados pela Guarda, destacam‐ se 34.263 
jogos  de  futebol  e  9.734  de  Futsal,  sendo  os  restantes  distribuídos  por  outras 
modalidades, como o andebol (1.345), basquetebol (1.234), hóquei em patins (612) e 
outras modalidades (923). 
Assume  especial  significado  a  colaboração  prestada  pela  Guarda  na  segurança  à 
realização de inúmeras provas de estrada, nomeadamente ao Rali de Portugal, à Volta 
ao Algarve em Bicicleta, à Volta a Portugal em Bicicleta, entre muitas outras, para as 
quais foi necessário garantir o controlo de acessos, o policiamento dos itinerários e o 
necessário desembaraçamento de trânsito. 
 
Actuação das Equipas de Inactivação de Engenhos Explosivos (EIEE) 
As EIEE, subdivididas em Equipas de Engenhos Explosivos Convencionais (EEC) e Equipas 
de  Engenhos  Explosivos  Improvisados  (EEI),  efectuaram  715  missões  e  percorreram 
85.895 quilómetros. 
 
As missões realizadas foram efectuadas nas seguintes áreas/locais:  
 
Número  Local ou área de actuação  Número de  Local ou área de actuação 
1  Área Bancária  133  Área Militar e Forças de segurança 
3  Área Comercial  20  Área Religiosa 
1  Área de Combustíveis  13  Área Residencial 
76  Área Desportiva e de Espectáculos  69  Estrada, caminho ou mata 

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CONFIDENCIAL  16  Área do Governo e Autarquias  91  Instrução e Plastrons 
41  Área Escolar, Ensino em Geral  2  Monumentos Nacionais 
43  Área Hoteleira e Restauração  52  Pessoa ou propriedade particular 
1  Área Hospitalar e Farmacêutica  15  Barragem, ponte ou viaduto 
18  Área Industrial  19  Rua /Avenida 
39  Área Justiça / Tribunais  62  Outros 
 
Releva‐ se ainda o facto das EIEE que estão integradas no Subagrupamento Bravo, na 
missão da UNMIT em Timor‐ Leste, terem percorrido 11.544 quilómetros e executado 
100 missões. 
 
Relatórios de acções policiais de especial relevância no combate à criminalidade 
 
Âmbito da Segurança e Ordem Pública 
Concentração e Prevenção de Forças 
Registou‐ se  um  aumento  global  em  quase  todos  os  quantitativos  referentes  a  esta 
matéria.   
Operação Verão Seguro 
Entre  15  de  Junho  e  16  de  Setembro,  a  Guarda  intensificou,  em  todo  o  território 
nacional,  as  acções  de  patrulhamento  e  vigilância  da  orla  marítima,  com  especial 
incidência nas zonas de praias e locais de veraneio mais sensíveis e de maior afluxo 
turístico,  tendo  orientado,  igualmente,  a  fiscalização  e  regulação  do  trânsito  para  os 
principais eixos rodoviários. 
Na área da Brigada Territorial n.º 2, procedeu‐ se a um reforço do efectivo junto à orla 
costeira,  nomeadamente  na  Costa  da  Caparica  e  Praia  das  Maçãs,  com  esquadras  a 
cavalo, e equipas do programa Tourist Support Patrol. 
Na área da Brigada Territorial n.º 3, procedeu‐ se igualmente a um reforço do efectivo, 
principalmente no litoral Algarvio, tendo sido destacado um Pelotão de Ordem Pública 
(a 30 militares cada), binómios cinotécnicos, duas Esquadras a Cavalo (a cinco militares 
cada), equipas do programa Tourist Support Patrol, para além de um pelotão BTT. 
Tipo de acção Realizadas
Variação % 2007 2008 Concentração e prevenção de forças 231 386 + 62,8 Intervenções p/ restabelecimento da ordem pública 7 7 0,0 Escoltas a presos 23 81 + 252,3 Escoltas a fundos 325 333 2,5 Outras escoltas 1.218 1.161 - 4,7

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CONFIDENCIAL  O Regimento de Cavalaria forneceu efectivos e meios, a todas as Brigadas Territoriais, 
no âmbito do programa «Tourist Support Patrol», com o objectivo de proporcionar um 
melhor apoio aos turistas que visitam Portugal, utilizando, para isso, meios auto, bem 
como  patrulhas  BTT,  com  a  particularidade  de  todos  os  militares  que  integram  este 
programa terem formação específica e falarem várias línguas. 
A  Brigada  de  Trânsito  incidiu  o  esforço  de  patrulhamento  e  fiscalização  nos  eixos 
rodoviários em direcção ao Algarve.  Âmbito da Segurança Rodoviária 
No  âmbito  das  acções  de  patrulhamento  e  segurança  rodoviária  desenvolvidas  no 
decurso do ano de 2008, registou‐ se uma diminuição significativa do número global de 
todos os indicadores, com a excepção do quantitativo relativo às operações STOP.  Tipo de escolta Realizadas
Variação % 2007 2008 Desembaraçamentos 502 285 - 43,2 Escoltas de trânsito a Altas Entidades 62 62 0,0 Segurança de Provas Desportivas em Estrada 634 629 - 0,8 Acompanhamentos 4.514 3.385 25 Operações STOP 5.710 6.812 + 19,3

Operações Especiais de Trânsito Foram planeadas e executadas operações de reforço do patrulhamento rodoviário nos 
seguintes períodos: 
⇒ Operação «Carnaval» − 01 a 05 de Fevereiro; ⇒ Operação «Páscoa» − 20 a 23 de Março; ⇒ Operação «Viver» − 15 de Agosto; ⇒ Operação «Estrada Segura» – 15 de Julho a 15 de Setembro; ⇒ Operação «Natal e Ano Novo» – 12 a 28 de Dezembro e 30 de Dezembro a 04 de Janeiro; A Guarda no período compreendido entre 12 a 24 de Dezembro, intensificou a acção de 
patrulhamento junto de zonas e superfícies comerciais, e de 23 a 28 de Dezembro e de 
30 de Dezembro a 04 de Janeiro de 2009 orientou o seu esforço para os principais eixos 
rodoviários, nomeadamente nos pontos mais críticos. Contou com o empenhamento, 
durante  os  12  dias  da  operação,  de  28.293  militares,  tendo  sido  realizadas  13.178 
patrulhas e rondas, divididas da seguinte forma: 
⇒ Período de Natal − empenhados 14.202 militares, realizaram-se 5.133 patrulhas e 1.485 rondas; ⇒ Período de Ano Novo − empenhados 14.091 militares, realizaram-se 5.140 patrulhas e 1.420 rondas.

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Quadro comparativo de sinistralidade

Operação – Ano Novo 2008/2009 Quadro comparativo de sinistralidade Acidentes Mortos Feridos Graves Feridos Leves Dias 2007 2008 Dif 2007 2008 Dif 2007 2008 Dif 2007 2008 Dif 30 190 202 12  1 2 1 4 3 ‐ 1 69 63 ‐  6 
31 227 302 81  4 2 ‐ 2 3 0 ‐ 3 58 82 + 24 
01 166 151 ‐  15  2 0 ‐ 2 4 0 ‐ 4 41 57 + 16 
02 373 250 ‐  123  3 0 ‐ 3 8 2 ‐ 6 91 75 ‐  16 
03 381 234 ‐  147  1 3 2 6 2 ‐ 4 95 79 ‐  16 
04 276 137 ‐  139  3 0 ‐ 3 2 2 0 73 46 ‐  27 
Total 1.613 1.282 - 331 14 7 - 7 27 9 - 18 427 402 - 25

Condutores Fiscalizados Foram fiscalizados 2.615.598 condutores, correspondendo a um aumento de 25,5%, ou 
seja, foram fiscalizados mais 531.597 condutores do que no ano transacto.  Infracções Relativamente às infracções à legislação rodoviária merece especial destaque o número 
de autos levantados, designadamente no tocante aos excessos de álcool, velocidade e 
peso. 
 
 
 
 
 
 
Acidentes Mortos Feridos Graves Feridos Leves Dias 2007 2008 Dif 2007 2008 Dif 2007 2008 Dif 2007 2008 Dif 23 251 319 68  4 0 ‐ 4 12 4 ‐ 8 112 82 ‐  30 
24 274 289 15  2 2 0 4 9 5 74 51 ‐  23 
25 173 156 ‐  17  5 4 ‐ 1 7 10 3 60 62 + 2 
26 232 229 ‐  3  0 1 1 7 15 8 69 56 ‐  13 
27 249 241 ‐  8  0 3 3 1 6 5 70 83 + 13 
28 247 163 ‐  84  2 2 0 1 4 3 47 54 + 7 
Total 1.426 1.397 - 29 13 12 - 1 32 48 16 432 388 - 44 Tipo de Contra-Ordenação Autos
Variação % 2007 2008 Falta de cinto de segurança 47.449 38.456 - 18,95 Excesso de álcool 26.937 30.129 + 11,85 Excesso de velocidade 161.237 174.109 + 0,8 Excesso de peso 2.232 7.479 + 235 Excesso de ruído 75 0 - 100 Falta de seguro 19.789 16.347 - 17,4 Inspecção obrigatória 36.870 28.646 - 22,3 II SÉRIE-E — NÚMERO 21
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CONFIDENCIAL   
Sinistralidade rodoviária Os dados da sinistralidade rodoviária global mostram uma evolução positiva.  
À semelhança de 2007, prosseguiu‐ se com o incremento das acções de fiscalização mais 
focalizadas no cumprimento das normas de trânsito e das condições de circulação dos 
transportes terrestres, visando a melhoria da segurança rodoviária, no seu todo.  Investigação de Acidentes de Viação Neste âmbito, foram realizadas as investigações constantes do quadro seguinte:  Tipo de Crime  2007 2008 Variação % 
Homicídios por Negligência  847 742 ‐ 12,4 
Ofensas Integridade Física por Negligência 195 180 ‐ 7,7 
Omissão de Auxílio  26 16 ‐ 38,5 
Outros contra Pessoas  26 23 ‐ 11,5 
Roubo/Furto  21 14 ‐ 33,3 
Outros contra Património  10 8 ‐ 20,0 
Falsificação de Documentos  39 26 ‐ 33,3 
Falsificação de Notação Técnica  23 29 ‐ 26,1 
Lançamento de Projéctil contra Veículo 20 17 ‐ 15,0 
Condução Perigosa  48 44 ‐ 8,3 
Condução sob Efeito do Álcool  43 29 ‐ 32,5 
Outros contra Vida em Sociedade  7 7 0,0 
Contra Autoridade Pública  26 19 ‐ 27,0 
Outros contra Estado  2 2 0,0 
Habilitação Legal 60 41 ‐ 32,8 
Legislação Avulsa 4 ‐ ‐ 100,0 
Total  1397 1200 ‐  14,0 
 
 
 
 
Âmbito Fiscal, Aduaneiro e Controlo de Fronteiras 
‐  Nesta área foram realizadas as seguintes acções:  ‐  Foram detectados 1.328 crimes e 26.633 contra‐ ordenações. 
‐  O valor das mercadorias apreendidas foi de € 6.489.956. 
Tipo de Operações Acções Variação %
2007 2008 
Aguardos  68.168 67.078 ‐1,6
Intervenção com Equipas Cinotécnicas 7.798 6.685 14,27
Acompanhamento de mercadorias  79.310 61.653 22,3
Acções de Fiscalização  1.858 1.866  + 0,4
Sentinelas  58.583 54.948 ‐6,2
Acções de Vigilância dos PO  42.478 39.928 6

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CONFIDENCIAL  ‐  No que diz respeito a operações de grande envergadura, desencadeadas no âmbito do 
contrabando de tabaco ou tráfico de estupefacientes, destaca‐ se a “Operação Carreta” 
desencadeada  durante  os  meses  de  Junho  e  Julho  e  realizada  ao  longo  da  costa. 
Vigiaram‐ se  os  meios  navais  susceptíveis  de  poderem  ser  utilizados  neste  tipo  de 
actividade  ilícita,  tendo  sido  apreendidas  30  caixas  de  tabaco  e  2.593  kg  de 
estupefacientes;  Âmbito Honorífico 
Serviços Honoríficos 
Foi registada uma diminuição significativa do número de Guardas de Honra, a que não é 
alheio o empenhamento da Guarda nas diferentes cerimónias que caracterizaram o 2.º 
semestre do ano de 2007, com a Presidência Portuguesa da União Europeia. 
 
Tipo de acção Realizadas Variação % 2007 2008 Guardas de honra 207 171 - 17,4 Escoltas e alas de honra 14 15 + 7,1  
Banda Sinfónica 
 
 
 
 
 
 
Charanga a Cavalo 
A  Charanga  a  Cavalo  participou  em  13  cerimónias  do  Render  Solene  da  Guarda  ao 
Palácio Nacional de Belém. 
A  Charanga  participou,  ainda,  em  Festivais  e  Tattoos  militares,  num  total  de  19,  em 
diversos pontos do país. 
 
Âmbito das Acções de Protecção e Socorro 
O Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro tem como missão específica a execução 
de  acções  de  prevenção  e  de  intervenção  de  primeira  linha,  em  todo  o  território 
nacional,  em  situações  de  emergência  de  protecção  e  socorro,  designadamente  nas 
Tipo de serviço  Quantificação do serviço 
2007 2008 
Concertos  24 27 
Festival Internacional  1 0 
Guardas de Honra  54 61 
Render da Guarda em Belém  13 13 
Grupo de Câmara  6 8 
Grupo de Música Ligeira  1 1 
Missas  4 4 
TOTAL  103 114 

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CONFIDENCIAL  ocorrências  de  incêndios  florestais  ou  de  matérias  perigosas,  catástrofes  e  acidentes 
graves. 
 
Intervenções  efectuadas  através  da  utilização  dos  meios  aéreos  – 
helicópteros 
 
 
 
 
 
 
 
Intervenções efectuadas através da utilização de meios auto 
 
 
 
 
 
Âmbito do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente – SEPNA 
Também  a  actividade  do  SEPNA  em  2008  se  intensificou  através  das  patrulhas 
efectuadas (71.039), correspondente a um acréscimo de 12,6%, relativamente ao ano 
anterior.  Foram,  ainda,  realizadas  3.819  operações,  3.127  no  âmbito  da  missão 
específica do SEPNA e 692 dentro da missão geral da Guarda.  
Autos elaborados Protecção da Natureza e do Ambiente 
Relativamente  ao  ano  transacto,  foram  cometidos  menos  177  crimes  e  elaboradas 
menos 119 autos de contra‐ ordenação, distribuídos pelas seguintes áreas: 
 
Áreas de intervenção  Crimes Contra‐ ordenações Total 
Actividades extractivas  1 454 455 
Turismo e desportos 1 512 513 
Flora, reservas, parques e florestas  20 2.329 2.349 
Fauna, caça e pesca 220 2.874 3.094 
CITES  2 61 63 
Incêndios florestais  728 2.707 3.435 
Contaminação atmosférica  1 143 144 
Helicópteros
Tipo de serviço Quantificação do serviço 
2007 2008 
Saídas  2.469 2.962 
Militares empenhados  31.202 33.177 
Horas de voo  1.577 1.526 
Fogos extintos após intervenção 1.340 1.590 
Fogos que permaneceram activos 41 19 
Situações de falso alarme  348 313 
Situações sem necessidade de intervenção 663 1.041 
Viaturas
Tipo de serviço  Quantificação do serviço
2007 2008
Patrulhamentos  6.800 8.726
Quilómetros percorridos  928.499 857.214
Horas de empenhamento  41.215 43.892
Intervenção em incêndios       766 550

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CONFIDENCIAL  Contaminação acústica  2 101 103 
Poluição das águas  13 1.155 1.168 
Litoral  0 413 413 
Leis sanitárias  13 1.848 1.861 
Resíduos  1 3.611 3.612 
Património histórico 0 7 7 
Ordenamento do território  1 1.613 1.614 
Outras intervenções 76 1.503 1.579 
Total  1.079 19.331 20.410 
 
Incêndios Florestais 
Com a entrada em vigor do Decreto‐ Lei n.º 124/2006, de 28 de Junho, verificou‐ se um 
aumento bastante acentuado no número de autos elaborados em relação ao ano de 
2007.  No  entanto,  salienta‐ se  a  continuidade  das  infracções  decorrentes  de  actos 
negligentes, sendo a maioria dos autos elaborados no âmbito da queima de sobrantes, 
em local e época não permitida nos termos da legislação em vigor. 
 
 
 
 
 
Animais apreendidos 
Foram apreendidos e/ou recuperados, em 2008, 1.907 espécimes.  Programa Antídoto −  Estratégia nacional contra o uso de Venenos 
No ano de 2008 foram registadas 49 casos de envenenamento de aves e outros animais. 
 
 
 
Áreas protegidas e Rede Natura 2000 
As equipas do SEPNA que actuam nas áreas protegidas, realizaram um trabalho intenso 
e  direccionado  para  a  protecção  da  fauna  e  da  flora,  em especial  das  espécies  mais 
Ano Contra-ordenações Coimas aplicadas DL 124/2006 DL 124/2006 2007 4.044 € 749.881,00
2008 4.916 € 930.460,00
Ano Aves Outros animais Espécies aquáticas Âmbito CITES 2007 1.977 234 170 235 2008 377 101
1.429 Ano Aves Outros animais Aves selvagens Animais domésticos 2007 20 10 48 64 2008 0 5 3 41

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CONFIDENCIAL  sensíveis, prevenção de incêndios florestais, fiscalização do ordenamento do território e 
controlo da prática de desportos de aventura. 
 
 
 
 
Meio aquático 
O  SEPNA  aumentou  expressivamente  o  seu  trabalho  nesta  área,  fazendo  incidir  a 
fiscalização,  principalmente,  na  utilização  das  albufeiras  e  das  águas  para  consumo 
público, na protecção da fauna e da flora ripícola existente e específica desses locais, e 
na monitorização e controlo da qualidade da água. 
Dos 347 autos elaborados, 15 deram origem a processos‐ crime e os restantes a contra‐
ordenações. 
 
 
 
  Linha SOS Ambiente Nesta linha foram recebidas em 2008, 4609 denúncias telefónicas sobre as seguintes 
áreas: resíduos – 917; protecção de animais – 348; e poluição de aguas – 305.  Âmbito da Investigação Criminal 
Actividade operacional 
No  âmbito  dos  inquéritos  realizados  pelos  órgãos  de  investigação  criminal  operativa 
(NIC −  Núcleos de Investigação Criminal; NICD −  Núcleos de Investigação Criminal/Droga 
e NMUME – Núcleo Mulher e Menor), foram registados os seguintes dados: 
 
Ano  Patrulhas Contra‐ ordenações Crimes Detenções
2007  5.775 4.609 64 16
2008  8.556 1.476 199 23
Ano  Patrulhas Autos Recolha de amostras Apreensões
2007  735  731 182 66
2008  2.546  347 367 386
Inquéritos
Concluídos em 2007  17.278
Pendentes de 2007  5.393
Atribuídos em 2008  17.305

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CONFIDENCIAL   
 
 
 
No  âmbito  das  inspecções  realizadas  pelos  órgãos  da  especialidade  de  Criminalística 
(NAT −  Núcleos de Apoio Técnico), salientam‐ se os seguintes dados: 
 
 
 
 
 
Missões Internacionais No  âmbito  dos  compromissos  assumidos  pelo  Estado  português,  a  Guarda  Nacional 
Republicana participou em missões internacionais, sob a égide das Nações Unidas, da 
União Europeia ou decorrentes de acordos de cooperação com outros Estados. 
Número de militares integrados em missões internacionais 
Em  2008,  a  GNR  empenhou  661  militares  no  cumprimento  das  seguintes  missões 
internacionais:  MISSÃO
NÚMERO DE MILITARES

FUNÇÃO DESEMPENHADA • European Union Police Mission in Bosnia – Herzegovina – 02 • Field Office Team Leader • EUFOR ALTHEA – Bósnia-Herzegovina 70 a) • Comando e composição da Integrated Police Unit • European Union Rule of Law Mission in Kosovo – EULEX 01 • Conselheiro Policial • European Union Mission in support of security sector reform 04 • Deputy Head of Mission • European Union Police Mission in the Democratic Republic 04 • Conselheiro Técnico do Inspector-Geral da Polícia • United Nations Integrated Mission in Timor-Leste - UNMIT 427 b) • Restabelecer a Ordem Pública e Assegurar o • European Union Police Mission for the Palestinian Territories 01 • Field Police Officer • European Union Monitoring Mission in Geórgia – EUMM 01 • Mission Security Officer a) Este efectivo respeita aos 2 contingentes destacados e aos 5 militares colocados no Quartel‐
General da IPU. 
b) Este efectivo respeita aos 3 contingentes destacados. 
Ainda na área internacional, salientam‐ se os seguintes cargos ocupados por militares da 
Guarda durante o ano de 2008: 
• Um Oficial de Ligação do contingente da GNR em Timor-Leste para a Missão UNMIT.
Pendentes de 2008  4.656
Inspecções
Com resultados positivos  6.267
Sem resultados positivos  7.938
Outros  1.437
Total 15.642

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CONFIDENCIAL  • Um Oficial a exercer funções na Support Unit da Task Force Europeia de Chefes de Polícia (EPCTF), em Haia, na sede da EUROPOL.
• Um Oficial, na Organização de Luta Anti-Fraude, em Bruxelas, Bélgica.
• Quatro Oficiais e 1 Sargento no Quartel-General Permanente da Força de Gendarmerie Europeia (EUROGENDFOR), em Vicenza – Itália.
• Um Oficial em Timor-Leste, como assessor do 1º Ministro para os assuntos militares.
• Um Sargento como instrutor na Escola da “Gendarmerie Nationale”, em “Montluçon”, França.
• Um Oficial na Célula Civil-Militar de Gestão de Crises “Watch Keeping Capability Officer” em Bruxelas, Bélgica.
• Um Oficial no Reino de Espanha, um Oficial na República de Moçambique e um Oficial na República Democrática de Timor-Leste, na qualidade de Oficiais de Ligação do MAI.
De  referir  também  o  Projecto  de  Cooperação  Técnico‐ Policial  com  os  PALOP,  que 
empenhou os seguintes militares da Guarda: 
• Na República de Moçambique - 23 formadores.
• Na República de Angola - 24 formadores.
• Na República de Cabo-Verde - 7 formadores.
• Na República Democrática de São Tomé e Príncipe - 2 formadores.
Ao  abrigo  do  Protocolo  de  Cooperação  com  a  República  da  Guiné‐ Bissau,  a  Guarda 
participou  ainda  na  Missão  de  Assistência  Técnica  na  Componente  de  Controlo  e 
Patrulhamento Fronteiriço com 1 Oficial. 
 
Descrição das Missões 
As missões, para as quais os militares da GNR estão superiormente mandatados, têm 
objectivos díspares, que vão desde a Manutenção da Paz, até às funções de observador, 
passando  pela  cooperação  técnico‐ policial  e  pela  ligação  do  MAI  com  algumas 
embaixadas. Algumas missões desenvolvidas, tiveram o seu início em anos anteriores a 
2008 e não apresentam timings para o seu terminus. 
 
 
 
European Union Police Mission in Bosnia – Herzegovina – EUPM BiH Criada pela Acção Comum 2002/210/CFSP, de 17 de Março, a missão tem por objectivo 
auxiliar o processo de reforma da polícia e consolidar a capacidade local e a cooperação 

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CONFIDENCIAL   
regional  na  luta  contra  o  crime  organizado,  tendo  mandato  definido  até  31  de 
Dezembro de 2009. 
EUFOR ALTHEA – Bósnia-Herzegovina (EUROGENDFOR) De acordo com a decisão da NATO de terminar a missão da SFOR na Bósnia‐ Herzegovina 
no fim do ano de 2004 e a adopção da Resolução do Conselho de Segurança das Nações 
Unidas 1551 de 09JUL04, o Conselho da UE adoptou a Acção Conjunta 2004/570/CFSP, 
de 12 de Julho, na qual se encontra definida a operação militar denominada “Operação 
ALTHEA”, a qual foi implementada a partir de 2 de Dezembro de 2004. 
O objectivo operacional desta missão é manter a estabilidade político‐ social na Bósnia‐
Herzegovina, prevenindo a ocorrência de eventuais conflitos nas áreas de maior tensão 
e risco, através de operações não convencionais, utilizando forças flexíveis e de perfil 
militar discreto, orientadas sobretudo para a recolha de informações.  
Na  componente  policial  tem  por  objectivo  manter  a  paz  e  a  ordem  e  coadjuvar  os 
programas  de  assistência  da  UE,  com  vista  ao  desenvolvimento  do  processo  de 
estabilização e integração da Bósnia‐ Herzegovina. Tem ainda como funções contribuir 
para  a  manutenção  da  ordem  pública,  prevenção  de  distúrbios  civis  e  controlo  de 
multidões, no apoio à polícia local. 
Destaca‐ se que esta missão da Guarda se enquadra no âmbito da participação da Força 
de Gendarmerie Europeia (EUROGENDFOR) na Operação ALTHEA. 
European Union Rule of Law Mission in Kosovo – EULEX Kosovo Em  04  de  Fevereiro  de  2008,  o  Conselho  da  UE,  através  da  Acção  Comum 
2008/124/PESC, decidiu lançar a Missão da União Europeia para o Estado de Direito no 
Kosovo,  EULEX  Kosovo,  que  tem  por  objectivo  apoiar  as  instituições,  autoridades 
judiciais  e  os  serviços  de  aplicação  da  lei  do  Kosovo,  nos  seus  progressos  na  via  da 
sustentabilidade  e  da  responsabilização.  Executa  o  seu  mandato,  que  terminará  em 
2010, através de acções de acompanhamento, orientação e aconselhamento, mantendo 
determinadas responsabilidades executivas. 
O  status  da  missão  UNMIK  sofrerá  uma  reavaliação,  passando,  de  forma  faseada, 
algumas das suas responsabilidades para a missão da União Europeia. A missão EULEX, 
na qual Portugal participa, terá um efectivo total de 3.000 pessoas, incluindo polícias, 
juízes, administradores e pessoal local e ainda se encontra em fase de implementação, 
aguardando a transferência do poder executivo em algumas áreas por parte da UNMIK. 

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CONFIDENCIAL  European Union Mission in support of security sector reform in the Republic of Guinea-Bissau – EU SSR Guinea Bissau No Conselho da União Europeia de 12 de Fevereiro de 2008 foi decidido, através da 
Acção  Comum  2008/112/PESC,  estabelecer  uma  missão  da  União  Europeia,  com  a 
duração prevista de 12 meses, com vista a apoiar a Reforma do Sector de Segurança 
(RSS) na República da Guiné‐ Bissau, designada por EU SSR Guinea‐ Bissau.  
Esta missão é planeada, na sua totalidade, pelo Quartel‐ General para as operações de 
gestão civil de crises da UE e enquadra‐ se na “Parceria Estratégica África‐ UE”, que foi 
adoptada na Cimeira UE‐ África, que teve lugar em Lisboa, a 9 de Dezembro de 2007, no 
âmbito da Presidência Portuguesa da União Europeia. 
Os  principais  objectivos  desta  missão  são:  contribuir,  através  do  aconselhamento 
especializado,  para  o  desenvolvimento  de  planos  detalhados  para  a  reconstrução  e 
redimensionamento das Forças Armadas; apoiar o desenvolvimento da reorganização e 
reconstrução dos corpos policiais; assistir as autoridades locais de forma a assegurar 
que a reforma política e o seu planeamento estão de acordo com normas democráticas, 
direitos  humanos,  questões  relacionadas  com  género  e  com  os  princípios  de  boa 
governação e com os princípios do Estado de Direito; assistir e aconselhar na elaboração 
do  plano  de  reestruturação/reafectação  da  Polícia  Judiciária  e  na  criação  da  Guarda 
Nacional. 
A 16 de Junho de 2008 ocorreu o lançamento oficial da Missão PESD na Guiné‐ Bissau.  
European Union Police Mission in the Democratic Republic of Congo – EUPOL Congo Esta missão é sucessora da missão EUPOL – Kinshasa e foi criada em 12 de Junho de 
2007, pela Acção Comum 2007/405/CFSP. Tem mandato até 30 de Junho de 2009 e 
surge da vontade da UE de se associar mais amplamente ao processo de reforma do 
sector da segurança e judicial na RDC. Tem por objectivo apoiar a acção da Comissão de 
Seguimento da Polícia, com apoio à sua presidência e aos seus grupos de trabalho sobre 
a reforma do sector de segurança e judicial do país. 
Esta  missão  é  composta  por  peritos  internacionais,  incluindo  polícias,  peritos  em 
questões de justiça penal e um perito competente nos domínios da reforma do sector 
da segurança.  
United Nations Integrated Mission in Timor-Leste – UNMIT

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CONFIDENCIAL  Devido à crise de Maio de 2006, que levou à destituição do Governo e a uma crise civil, 
foi criada esta missão, através da Resolução do Conselho de Segurança n.º 1704, de 25 
de  Agosto  de  2006,  com  o  objectivo  de  restabelecer  a  ordem  pública  e  assegurar  o 
Estado de Direito em Timor‐ Leste. 
As Nações Unidas têm autoridade executiva e tinham como objectivo principal, além da 
manutenção  da  ordem  pública,  a  condução  e  supervisão  de  eleições  presidenciais  e 
parlamentares. A missão encontra‐ se neste momento numa segunda fase que tem por 
objectivo  reestruturar  a  polícia  local  e  auxiliar  as  instituições  governamentais  e 
instituições judiciais. A missão tem mandato definido até 26 de Fevereiro de 2009. 
A FPU desenvolve um largo espectro de funções policiais, incluindo a manutenção da 
ordem  pública  e  ameaças  à  paz,  segurança  estática  a  edifícios  vulneráveis, 
patrulhamento  em  áreas  de  maior  sensibilidade,  recolha  e  análise  de  informação, 
operações anti‐ insurreição e anti‐ terrorismo, vigilância, operações stop, busca em casas 
e veículos, escolta de altas entidades e formação da polícia local em manutenção da 
ordem pública.     
Em  relação  aos  UNPOL  é  de  salientar  como  área  predominante  de  colocação  a 
investigação criminal e apoio à Procuradoria‐ Geral. Esta predominância deriva não só de 
toda a documentação oficial ser elaborada na língua portuguesa, mas também do facto 
do  Código  Processual  Penal  ser  idêntico  ao  português,  tornando‐ se  os  elementos 
policiais portugueses uma mais‐ valia no apoio ao sistema judicial timorense. 
European Union Police Mission for the Palestinian Territories – EUPOL COPPS Criada  pela  Acção  Comum  2005/797/CFSP,  de  14  de  Novembro,  a  missão  tem  por 
objectivo auxiliar a Autoridade Palestiniana no processo de reorganização e reforma da 
polícia local, através da colocação de assessores junto do Comandante de Polícia e do 
Ministério  do  Interior,  de  forma  a  implementar  o  programa  de  desenvolvimento  da 
Polícia  Civil  Palestiniana.  A  missão  tem  um  mandato  de  3  anos  que  expira  a  31  de 
Dezembro de 2009.  
European Union Monitoring Mission in Georgia – EUMM GEÓRGIA Criada  pela  Acção  Comum  2008/736/PESC,  de  15  de  Setembro,  esta  missão  de 
observação  tem  por  objectivo  a  estabilização  da  situação  e  a  redução  de  riscos  de 
aparecimento  de  novas  hostilidades  na  Geórgia  e  ao  mesmo  tempo  para  nortear  a 
política europeia de apoio a uma solução pacífica e duradoura. A Missão tem a vigência 
de 1 ano.  

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CONFIDENCIAL   
No âmbito internacional, salientam-se ainda os seguintes cargos, ocupados por Oficiais da Guarda (a) Na qualidade de Oficiais de Ligação do MAI: 1  Reino  de  Espanha:  Um  oficial  superior  que  iniciou  funções  em  01FEV07,  junto  da 
embaixada de Portugal, em Madrid, ao qual compete, entre outras funções, assistir os 
serviços do Reino de Espanha, facilitando o intercâmbio de informação de segurança 
interna e servir de elo de ligação entre as Forças e Serviços de segurança portugueses e 
as Forças e Serviços congéneres daquele país; 
2  República  de  Moçambique:  Um  oficial  superior  que  iniciou  funções  em  03OUT06, 
junto da embaixada de Portugal, em Maputo, o qual está encarregue do projecto da 
formação e troca de experiências entre as Forças Policiais, bem como, da assessoria 
técnica na Embaixada de Portugal; 
3 República Democrática de Timor‐ Leste: Um oficial superior que iniciou funções em 
01AGO08,  junto  da  Embaixada  de  Portugal,  em  Díli,  com  funções  de  coordenação  e 
manutenção de ligações com as autoridades locais, assim como de assessoria técnica na 
Embaixada de Portugal. 
(b) Manteve um Oficial de Ligação do contingente da GNR em Timor-Leste para a Missão UNMIT (esta é uma comissão de serviço que efectua a rotação em cada 6 meses); (c) Manteve, ainda, durante todo o ano de 2008, a exercer funções na Support Unit da Task Force Europeia de Chefes de Polícia (EPCTF), em Haia, na sede da EUROPOL, um oficial que iniciou as referidas funções em Janeiro de 2007, no quadro das obrigações decorrentes da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia; (d) De igual modo, manteve um oficial superior em Bruxelas, na OLAF (Organismo Europeu de Luta Anti-Fraude), que iniciou funções em 01FEV05 e terminará em 31JAN09; (e) Quartel-General Permanente da Força de Gendarmerie Europeia (EUROGENDFOR): no quadro dos compromissos assumidos por Portugal, a Guarda manteve, em permanência, durante 2008, 4 Oficiais e 1 Sargento em Vicenza – Itália, a exercer funções no Quartel-General Permanente da referida Força; (f) Manteve em Timor-Leste, um oficial superior, como assessor do 1º Ministro para os assuntos militares; (g) Em França na Escola da “Gendarmerie Nationale” em “Montluçon”, manteve um sargento, ao abrigo de um protocolo de intercâmbio de instrutores;

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CONFIDENCIAL  (h) Ao nível da Academia Europeia de Polícia (CEPOL) participa nas reuniões do Conselho de Administração, assegura actualmente e até 30JUN09, através da Escola da Guarda o Ponto de Contacto Nacional. Está, ainda, representada no Comité Administrativo-Financeiro, até 2010; (i) Desde 16MAI08, um oficial superior ocupa um cargo na Célula Civil-Militar de Gestão de Crises “Watch Keeping Capability Officer” em Bruxelas-Bélgica.

O Programa de Cooperação Técnico-Policial com os PALOP, levado a cabo pelo MAI e MNE/IPAD, teve como destinatários os seguintes Países: (j) República de Moçambique: para a Polícia da República de Moçambique (PRM), foram ministrados 9 Cursos naquele território e 9 Cursos em Portugal. Estas acções empenharam um total de 23 formadores da Guarda e tiveram como alvo, 416 formandos da PRM; (k) República Angola: para a Polícia Nacional de Angola (PNA), foram ministrados 8 Cursos naquele território e 6 Cursos em Portugal. Estas acções empenharam um total de 24 formadores da Guarda e tiveram como alvo, 200 formandos da PNA; (l) República de Cabo-Verde: para a Polícia Nacional de Cabo Verde (PNCV), foram ministrados 3 Cursos naquele território e 2 Cursos em Portugal. Estas acções empenharam um total de 7 formadores da Guarda e tiveram como alvo, 84 formandos da PNCV; (m) República Democrática de São Tomé e Príncipe: para a Polícia Nacional de São Tomé e Príncipe (PNSTP), foram ministradas 2 Reciclagens naquele território.
Estas acções empenharam um total de 2 formadores da Guarda e tiveram como alvo, 33 formandos da PNSTP; (n) República da Guiné-Bissau: ao abrigo do Protocolo de Cooperação com a República da Guiné-Bissau, a Guarda participa na Missão de Assistência Técnica na Componente de Controlo e Patrulhamento Fronteiriço, com um oficial superior.
 
Formação Para o cabal cumprimento das inúmeras e diversificadas missões que estão atribuídas à 
Guarda,  o  Comando  desta  Força  de  Segurança  atribui  primordial  importância  à 
formação moral, cultural, física, militar e técnico‐ profissional dos seus militares, tendo 
como  objectivo  a  aquisição  de  conhecimentos  e  a  promoção  de  uma  cultura  de 
responsabilidade contínua no desenvolvimento das competências individuais de cada 
militar.  
Neste âmbito, os militares da Guarda frequentaram, durante o ano de 2008, diferentes 
cursos  e  acções  de  formação  para  actualização,  especialização,  qualificação  e 
valorização dos seus conhecimentos. 

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CONFIDENCIAL  O processo de formação está estruturado de forma coerente e integrada e articula‐ se 
em  quatro  grandes  sub‐ sistemas  de  formação  interdependentes  e  complementares, 
conforme se discrimina: 
- Formação Inicial; - Formação de Progressão na Carreira; - Cursos de Especialização e Qualificação; - Instrução de Aperfeiçoamento e Actualização.

A  formação  inicial  abrange  os  cursos  de  ingresso  na  GNR  e  destina‐ se  a  habilitar  os 
candidatos aos seus Quadros Permanentes com uma formação inicial de base, no caso 
concreto,  através  do  Curso  de  Formação  para  Oficiais  e  do  Curso  de  Formação  de 
Guardas. 
A  formação  de  progressão  na  carreira  abarca  os  cursos  e  estágios  destinados  à 
progressão na carreira nas diferentes categorias, visando a aquisição de conhecimentos 
e  aptidões  que  habilitem  os  militares  para  o  exercício  de  funções  de  maior 
complexidade e responsabilidade. 
Os cursos de especialização e qualificação incluem os cursos e estágios para o ingresso 
em Quadros ou Especialidades, a fim de adquirir e desenvolver conhecimentos técnicos 
nas respectivas áreas. 
A  instrução  de  aperfeiçoamento  e  actualização  tem  como  objectivo  a  melhoria  e 
aperfeiçoamento  das  capacidades  já  existentes,  tendo  como  exemplo  a  Instrução  de 
Aperfeiçoamento de Quadros e Tropas (IAQT), sendo complementar dos anteriores sub‐
sistemas de formação. 
Em todos os sub‐ sistemas de formação está contemplada a área técnico‐ policial. Esta 
área compreende a aquisição de conhecimentos técnicos em áreas como a Investigação 
Criminal,  Protecção  da  Natureza  e  Ambiente,  a  Manutenção  da  Ordem  Pública, 
Inactivação de Engenhos Explosivos, Trânsito, Fiscal, Tiro, etc. 
Como  se  constata  no  quadro  seguinte,  existem  outros  tipos  de  formação,  mais 
generalista,  como  por  exemplo,  os  cursos  de  informática  e  de  condução  auto  – 
adaptação  –  nas  diversas  categorias,  entre  outros,  à  qual  se  sujeitam  mais  militares 
neste universo de formação.  
 
CURSO FORM. INTERNA FORM. EXTERNA TOTAL

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 ‐‐‐30 ‐‐  1277 
CFG
17
1247 ‐‐‐
Área Técnico‐
Policial 
InvCriminal  1 50 267 2 46 67 
1997 
SEPNA  ‐‐‐‐ 3 52 
CEC
18
15 ‐‐‐‐‐ 
Outros  130 393 643 240 39 49 
Outras Áreas  138 303 2349 121 195 126  3232 
Total Parcial  284 746 4506 393 283 294  6506 
TOTAL 5536 970
 
Número de militares que concluíram acções de formação internas e externas 
Consultando o quadro anterior, salienta‐ se o facto que todas as categorias de militares 
da Guarda – Oficiais, Sargentos e Guardas – foram sujeitas, durante o ano de 2008, a 
acções  de  formação  ministradas  pelos  formadores  da  GNR  e  nas  suas  próprias 
instalações (Formação Interna) e, acções de formação em ambiente externo (Formação 
Externa).  As  acções  de  formação  externa  são  consideradas  fundamentais  para  os 
militares da Guarda e resultam de disposição legal, acordos ou protocolos com as mais 
diversas entidades, nomeadamente com instituições militares, organismos do Estado e 
congéneres. 
Dos  6506  militares  que  concluíram,  com  êxito,  as  acções  de  formação  a  que  foram 
sujeitos,  a  parte  mais  significativa,  5536,  recebeu  formação  interna  e,  apenas,  970 
tiveram que recorrer a formação externa. 
 
Número de militares que concluíram cursos de formação base para ingresso na 
Guarda 
No ano de 2008, os quadros da Guarda foram renovados, com a entrada de 30 oficiais 
que  concluíram  com  aproveitamento  o  Curso  de  Formação  de  Oficiais  na  Academia 
Militar e com 1247 Guardas que obtiveram aproveitamento no Curso de Formação de 
Guardas e assumiram o seu compromisso de honra com a Instituição. 
Discriminação por áreas técnico­ policiais e outras 
Na área técnico‐ policial, dos militares sujeitos a acções de formação e especialização, 
1997 foram considerados aptos a desenvolver a respectiva actividade específica em prol 
da GNR e do país. 
                                                            
16 Curso de Formação de Oficiais 17 Curso de Formação de Guardas 18 Curso Específico de Cavalaria II SÉRIE-E — NÚMERO 21
__________________________________________________________________________________________________________
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Consultar Diário Original

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CONFIDENCIAL  A  Guarda,  decorrente  das  competências  atribuídas  pela  Lei  de  Organização  da 
Investigação  Criminal  (LOIC  –  Lei  n.º  49/2008,  de  27  de  Agosto),  continua  a  formar 
quadros  nesta  área.  O  ano  de  2008  não  foi  excepção  e  concluíram  o  Curso  de 
Investigação Criminal, com aproveitamento, 433 militares. 
Com  o  objectivo  de  potenciar  as  acções  de  fiscalização,  no  âmbito  da  protecção  da 
natureza  e  do  ambiente,  a  GNR  proporcionou  ao  seu  efectivo  formação  nesta  área 
específica, qualificando mais 55 militares, durante o ano de 2008. 
No período a que se reporta o presente documento não foi ministrado nenhum curso de 
Trânsito nem Fiscal. 
 
Investimentos  
Nesta  área,  de  significativa  importância,  o  orçamento  da  Guarda  cifrou‐ se  em  € 
788.612.886,87 conforme se discrimina a seguir: 
 
Designação  Valor total 
Despesas com o pessoal  € 722.854.609,89 
Aquisição de bens e serviços  € 61.292.128,14 
Transferências correntes  € 314.278,28 
Investimentos  € 4.151.870,56 
Total  € 788.612.886,87 
 
Dos  investimentos  realizados  no  ano  de  2008,  salientam‐ se  pela  sua  importância,  as 
áreas referidas seguidamente. 
 
 
 
Aquisições e abates de equipamento técnico­ policial 
Quadro resumo de aquisições 
 
Tipo Valor 
Armamento e sobressalentes  € 204.861,91 
Munições  € 235.659,00 

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Verificações, calibragens e consumíveis de equipamento de fiscalização de trânsito  € 971.532,40 
Aparelhos de pesagem de veículos automóveis  € 136.320,00 
Material para recolha de vestígios de incêndios  € 138.546,15 
Aparelhos quantitativos de medição de álcool no sangue  € 216.921,60 
Consola gestão Snipers  € 150.793,20 
Boquilhas para alcoolímetros  € 42.369,00 
Kit arrombamento  € 39.850,80 
Fire shelter  € 25.704,00 
Correntes de neve  € 3.633,60 
Conversores corrente  € 4.672,80 
Odómetros  € 45.150,00 
Equipamento diverso relativo à actividade operacional em meio aquático  € 44.424,69 
Equipamento de comunicações subaquáticas  € 5.796,00 
Equipamento detector de junções e de segurança electrónica  € 50.100,00 
Bancada Técnica para radiomontador  € 57.316,80 
Mini‐ Link de comunicações  € 14.849,89 
Sistema de conferência  € 65.127,18 
TOTAL  € 2.453.629,02 
 
Quadro resumo de abates 
No ano de 2008, não foram abatidos equipamentos técnico‐ policiais de relevo. 
 
Aquisições e abates de equipamento auto 
 
Quadro Resumo de aquisições 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro resumo de abates 
 
 
 
 
 
 
 
Designação  Quantidade Valor total 
Viaturas  10 € 366.540,94
Material auto  ‐  € 65.239,25 
Meios marítimos  1  € 3.967,07 
Total € 435.747,26
Designação Total
Viaturas  224
Motociclos  26 
Ciclomotores  17 
Meios marítimos  2 
Total  269
 

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CONFIDENCIAL   
Aquisições e abates de material informático 
Quadro resumo de aquisições 
 
 
Quadro resumo de abates 
 
 
 
 
 
 
 
Projectos existentes ou previstos para o desenvolvimento do funcionamento das 
condições operacionais e materiais existentes 
¾ Projecto de videovigilância florestal de âmbito nacional; 
¾ Projecto de videovigilância do Santuário de Fátima; 
¾ Projecto de posto de comando e controlo móvel para o GIPS. 
 
Recursos Humanos Ao  longo  do  ano  de  2008  ingressaram  nos  quadros  ou  passaram  para  o  serviço  da 
Guarda 1.282 militares e 2 civis.  
Foram abatidos aos quadros 870 militares e 26 civis. 
 
Entrada de militares e civis para os quadros 
Militares 
Tipo  Quantidade  Valor 
Impressoras  65  € 26.744,74 
Computadores  536  € 359.693,80 
Servidores  3  € 41.740,94 
Licenciamento e manutenção  ‐  € 422.253,17 
Total  € 850.432,65 
Tipo  Quantidade  Valor 
Impressoras  133  € 79.502,78 
Computadores  81  € 84.059,53 
Diversos  ‐  € 99.362,69 
Total  € 262.925,00 

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CONFIDENCIAL  Entraram para os quadros da Guarda 1.282 militares, sendo 5 oficiais do Exército que 
passaram a desempenhar funções na Guarda em comissão de serviço, 30 oficiais que 
terminaram, na Academia Militar, o Curso de Formação de Oficiais da Guarda, e 1247 
militares que terminaram o Curso de Formação de Guardas. 
Civis 
Passaram a integrar o serviço da Guarda 2 psicólogos. 
 
Saída de militares e civis da Instituição 
Militares 
Foram abatidos 870 militares ao quadro de efectivos no activo da Guarda pelos motivos 
seguintes: 2 por atingirem o limite de idade para passagem à situação de reserva; 802 
por terem 36 anos de serviço e terem requerido a sua passagem à reserva; 1 por decisão 
da Junta Superior de Saúde; 13 por solicitação de dispensa do serviço; 14 por motivos 
disciplinares; 33 por falecimento no activo e 5 militares do Exército por terem terminado 
a sua comissão de serviço na Guarda. 
 
Civis 
Saíram  do  serviço  activo  26  civis,  sendo  13  por  aposentação,  10  por  rescisão  de 
contrato, 1 por passagem à situação de reforma por limite de idade, 1 por cessação de 
funções e 1 falecido no activo.  Políticas e projectos existentes ou desenvolvidos na área de Recursos Humanos 
Políticas de Recursos Humanos prosseguidas e objectivos atingidos Foram desenvolvidas as diligências ordinárias, que se prendem, essencialmente, com 
preocupações de gestão provisional, destacando‐ se as seguintes: 
• Planeamento  de  vagas  para  ingresso  na  Guarda  Nacional  Republicana  (Curso  de 
Formação de Oficiais/Academia Militar ‐  49 vagas); 
• Planeamento de vagas para cursos de formação e de progressão (Curso de Formação de 
Sargentos – 140 vagas e Curso de Promoção a Cabo – 250 vagas); 
• Conclusão do planeamento de vagas relativo ao ano anterior para promoção ao posto 
imediato,  nas  três  categorias  profissionais  que  compõem  a  estrutura  de  recursos 
humanos militares deste Corpo Especial de Tropas (gestão de carreiras); 
• Distribuição de vagas pelas Unidades da Guarda, com vista ao posterior movimento dos 
militares (colocações e transferências); 

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CONFIDENCIAL  • Colaboração na execução do projecto orçamental, na área de pessoal, para o ano de 
2009; 
• Colaboração na elaboração do Plano de Estágios e Cursos para o ano de 2009. 
 
Projectos  para  o  desenvolvimento  das  condições  humanas  e  sociais 
existentes 
• Foram implementadas novas funcionalidades no âmbito do Sistema Integrado de Gestão 
de Pessoal (SIGPES) de modo a permitir a correcta administração de recursos humanos 
da Guarda. Concretamente, foram introduzidas alterações ao módulo de recrutamento 
de  modo  a  integrar  o  recrutamento  electrónico  e  ao  módulo  de  colocações  e 
transferências.  Foi  igualmente  efectuada  intervenção  no  módulo  de  promoções  em 
ordem a melhorar a organização e a qualidade do processo administrativo promocional, 
tornando‐ o mais célere.  
• Foram  ainda  desenvolvidos  automatismos  de  forma  a  enviar  informação  relativa  à 
identificação  dos  militares  da  Guarda,  nomeadamente  a  respeitante  aos  bilhetes  de 
identidade,  para  o  projecto  SIGRE  (Sistema  Integrado  de  Gestão  do  Recenseamento 
Eleitoral);  
• Foi  concebido  e  implementado  o  Portal  Social  da  Guarda  Nacional  Republicana  no 
âmbito  da  Medida  M  132  do  Programa  de  Simplificação  Administrativa  e 
Legislativa/Simplex’08, com o objectivo de assegurar aos militares da Guarda o acesso, 
via Web, a funcionalidades de apoio à auto informação sobre remunerações e outros 
direitos.  Num  futuro  próximo  será  possível  iniciar  um  processo  tendente  ao 
preenchimento  electrónico  de  um  número  crescente  de  formulários,  substituindo 
procedimentos  que  presentemente  consomem  significativos  recursos  humanos 
materiais e financeiros. 
• Foi  elaborado  projecto  de  diploma  visando  a  transformação  da  carreira  florestal  do 
quadro de pessoal civil da GNR em carreira especial no âmbito da reforma dos regimes 
de  vinculação,  de  carreiras  e  remunerações  dos  trabalhadores  que  exercem  funções 
públicas introduzidas pela Lei nº 12‐ A/2008, de 27 de Fevereiro; 
• Foram  elaboradas  e  aprovadas  as  regras  de  colocação  a  aplicar,  transitoriamente, 
durante o período de reestruturação da Guarda, tendo em vista ajustar as existências 
em  pessoal  militar  à  nova  orgânica  da  Guarda.  Os  ajustamentos  aos  novos  quadros 
orgânicos tiveram em conta o interesse do serviço, procurando no entanto minimizar os 
custos pessoais associados a estas movimentações; 
• Foi dado início aos trabalhos conducentes à revisão do Estatuto dos Militares da Guarda 
Nacional  Republicana,  tendo  em  consideração  a  nova  orgânica  da  Guarda  e  a 
necessidade de introdução de preceitos que permitam respostas às realidades actuais; 
• Foi  concluído o  projecto  de  novas  normas  de  colocação  dos  militares  da  Guarda, de 
acordo  com  o  previsto  no  n.º  2  do  artigo  59.º  do  Estatuto  dos  Militares  da  Guarda 
Nacional Republicana. Este projecto teve larga participação das Unidades da Guarda e 
das Associações Profissionais; 

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CONFIDENCIAL  • Foi  concluída  a  1.ª  versão  dos  trabalhos  conducentes  à  revisão  do  Regulamento  de 
Avaliação do Mérito dos Militares da Guarda Nacional Republicana e concepção de um 
sistema que seja aplicável a todas as categorias e se adapte aos princípios e objectivos 
do SIADAP. Estes trabalhos tiveram larga participação das Unidades da Guarda e das 
Associações Profissionais. 
• Foi disponibilizada informação de carácter institucional relativa a recursos humanos para 
o sítio da GNR (Intranet e Internet); 
• Foi  efectuada  proposta  de  alteração  do  regime  transitório  de  passagem  à  reserva  e 
reforma, constante do Decreto‐ Lei n.º 159/2005, de 20 de Setembro, tendo em vista a 
sua equiparação com o regime previsto para os militares das Forças Armadas, constante 
no Decreto‐ Lei n.º 166/2005, de 23 de Setembro; 
• Foi iniciado o projecto de desenvolvimento de um Sistema de Recrutamento Electrónico 
e  Selecção  de  Candidatos,  a  ingressar  nos  quadros  da  Guarda,  recorrendo  às  novas 
tecnologias de informação e de comunicação, nomeadamente a Web, enquanto sistema 
de informação, e a internet, como meio de transmissão. Este projecto é co‐ financiado 
pelo Programa Operacional da Administração Pública. 
 
Conclusões

A Guarda Nacional Republicana, no ano de 2008, continuou a manter uma atitude firme 
e  determinada  no  cumprimento  da  missão  que  lhe  está  cometida, no  respeito  pelas 
directivas  e  orientações  da  Tutela,  em  simultâneo  com  uma  liberdade  de  acção  e 
capacidade de iniciativa de forma a garantir o acompanhamento judicioso e atento da 
evolução da situação social e das novas formas de criminalidade. 
Os objectivos operacionais fixados pelo Comando da Guarda, sobretudo os relacionados 
com  a  criminalidade,  a  sinistralidade  rodoviária  e  a  protecção  e  socorro,  foram 
alcançados, tendo mesmo, em algumas situações, os resultados atingidos superado as 
melhores expectativas. O sucesso obtido teve por base um planeamento adequado e 
ajustado ao ambiente social envolvente e às características locais da delinquência, uma 
execução  eficiente,  rigorosa  e  corajosa  dos  planos  e,  essencialmente,  uma  postura 
empenhada, disponível e de elevado espírito de missão demonstrada pelos militares da 
Guarda. 
Também as valências de Investigação Criminal, de Protecção da Natureza e do Ambiente 
e  de  Protecção  e  Socorro,  enquanto  apostas  estratégicas  da  Guarda,  deram  passos 
decisivos no sentido da afirmação da sua importância para a Instituição e para Portugal, 
e  da  sua  assumpção  como  modelo  e  exemplo  para  organizações  congéneres.  Neste 
particular, convém relevar no âmbito da dependência funcional, que alguns organismos, 

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CONFIDENCIAL  estatais ou privados, têm vindo a demonstrar em relação a estas estruturas da Guarda 
significativo reconhecimento pela excelência do trabalho produzido. 
No que concerne à participação em missões de apoio à paz e de cooperação técnico‐
militar,  outra  vertente  emblemática  da  actividade  da  Guarda  durante  o  ano  em 
apreciação,  os  elogios  vindos  de  diversos  quadrantes,  sobretudo  internacionais,  são 
indicadores da qualidade, do mérito e do papel relevante que as forças e os militares 
destacados, vêm assumindo em prol da estabilidade e do progresso das populações e 
dos países onde exercem as suas funções. 
A Guarda Nacional Republicana terminou o ano de 2008 plenamente consciente de que, 
apesar do profundo processo de reestruturação, que então decorria e das consequentes 
implicações, principalmente, ao nível dos recursos humanos continuou a cumprir com 
brio,  notável  sentido  do  dever  e  vincado  profissionalismo,  as  missões  que  lhe  estão 
cometidas.

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CONFIDENCIAL   
Polícia de Segurança Pública Balanço da execução das medidas da estratégia de segurança 2008

O ano de 2008 ficou marcado pelas profundas alterações que foram produzidas no seio 
da Instituição, designadamente: 
• A reestruturação do dispositivo territorial das forças de segurança; • Mudança da Direcção e de Comandos; • Mudança de Orgânica; • Mudança do Sistema Integrado de Segurança Interna; A criação de uma nova orgânica, uma forte aposta na partilha de informação, com uma 
vertente  fortemente  centralizadora  no  recentemente  nomeado  Secretário  Geral  do 
Sistema de Segurança Interna, o reforço de meios humanos e materiais, a criação de 
novos  Departamentos  que  se  constituem  como  uma  mais  valia,  em  especial  nas 
matérias  de  investigação  criminal,  resultarão,  sem  dúvida,  numa  enorme  “janela  de 
oportunidades” para se concluir pela certeza de uma Instituição mais capaz de enfrentar 
desafios  no  âmbito  da  Segurança  Interna  e  também  no  âmbito  da  projecção  das 
políticas externas através dos contributos em missões internacionais.  
É com este panorama de certeza que se encerra o ano de 2008, com realizações, com 
anseios,  com  motivação,  com  desenvolvimento  de  uma  consolidada  orientação 
estratégica, operacional e táctica que dará razoáveis frutos num futuro próximo. 
Assim, e em súmula, o ano de 2008 constituiu‐ se como um virar de página em que a 
consolidação de objectivos já definidos se foram desenvolvendo graças a uma elevada 
competência  profissional  e  a  um  inexcedível  sentido  de  responsabilidade  dos 
profissionais da Polícia de Segurança Pública. 
Assim e numa lógica actual de polícia integral: 
• Aumentou-se significativamente o número de subunidades que implementaram o Plano Integrado de Policiamento de Proximidade; • Apostou-se fortemente no desenvolvimento sistemático de novas tecnologias, nomeadamente através de programas específicos de policiamento e prevenção – queixa electrónica; chave segura; certidões de acidentes on line - e consolidação das existentes, em especial o SEI, constituindo-se como ferramenta indispensável à produção de informação para tratamento estatístico e análise probabilística de prevenção criminal. Nesta matéria candidatámo-nos a fundos comunitários para associação ao SEI de uma ferramenta de “business inteligence” que permita um melhor aproveitamento operacional e táctico das informações residentes no SEI; • Na área do trânsito estabeleceram-se parcerias, com intervenção governamental, com entidades privadas para agilização dos processos de fiscalização rodoviária, para além do reforço da componente da

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CONFIDENCIAL  fiscalização rodoviária e utilização das novas tecnologias ao serviço desta, nomeadamente o SCOT. Com estas práticas verificou-se mais uma redução significativa da sinistralidade rodoviária no ano de 2008; • A criação do Departamento de Investigação Criminal consolidou uma estrutura nacional de investigação criminal que permite uniformização de procedimentos, troca oportuna e relevante de informações criminais e desenvolvimento de modelos de actuação conjuntos e uniformes em todo a área de responsabilidade territorial da PSP; • A criação do departamento de Segurança Privada consolidou o modelo organizacional resultante da transferência de competências para a PSP em matéria de segurança privada, concretizando assim o objectivo expresso nas Grandes Opções do Plano. Os resultados da actividade deste departamento estão plasmados no Relatório Anual de Segurança Privada.
• A criação da Unidade Especial de Polícia, que passou a concentrar todas as valências de intervenção, segurança pessoal, operações especiais, engenhos explosivos e segurança em subsolo e cinotécnia, tornou possível a partilha de experiências entre as diversas áreas e a constituição de novos modelos de intervenção, como é o caso da constituição das Equipas de Reacção Táctica Encobertas empenhadas, inicialmente, no combate ao “carjacking”, e actualmente no combate às diferentes formas (modus operandi) de criminalidade violenta; • No ano de 2008, a Polícia de Segurança Pública (PSP), fruto da constante análise científica da geografia da criminalidade, levou a cabo diversas Operações Especiais de Prevenção Criminal (OEPC), nos termos da Lei n.º 5/2006, de 23 de Fevereiro, em zonas identificadas pela PSP como problemáticas e em que o sentimento de segurança das populações se revelava mais afectado; • Nesta área foram largamente ultrapassados os objectivos que tinham sido delineados: 40 Operações de âmbito nacional e foram desenvolvidas, em cooperação com as autoridades judiciárias, 290 Operações; e • Também, e numa perspectiva de consolidação da política externa, foram concluídos os processo de selecção para bolsas de voluntários para missões da paz, tendo já sido enviados contingentes para várias missões internacionais, sendo a última de elementos que em Dezembro partiram para o Kosovo integrados na missão da EU – EULEX.

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CONFIDENCIAL  Actividades desenvolvidas no âmbito das competências operacionais

Programas específicos de policiamento, de prevenção ou de acção especiais 
(objectivos, efectivo empenhado, custos envolvidos, resultados atingidos)  SISTEMA “TÁXI SEGURO” E “ABASTECIMENTO SEGURO” Durante o ano de 2008 iniciou‐ se o processo de renovação dos Acordos de Adesão do 
piloto do Sistema Táxi‐ Seguro e que terá continuidade no presente ano. O mesmo tem 
suscitado um trabalho acrescido para os parceiros do projecto, uma vez que se tem de 
efectuar  testes  técnicos  às  novas  instalações  dos  dispositivos,  e,  verificar  a 
operacionalidade  daqueles  que  se  mantém,  estando‐ se  a  proceder  a  um  trabalho 
paralelo de actualização de dados o que torna este processo mais moroso do que seria 
de esperar. 
Procedeu‐ se também durante o ano de 2008, à preparação de mais duas valências para 
a Central de Alarmes (CA):  
• Agregaram-se um rol de Postos de Abastecimento. • Também as Farmácias, em protocolo estabelecido entre a Associação Nacional de Farmácias (ANF) e o Ministério da Administração Interna (MAI), vão estar conectadas com a Central de Alarmes. Esse projecto irá designar-se Farmácia Segura. Efectuaram‐ se várias acções formativas, quer no âmbito do sistema Táxi Seguro, quer 
direccionadas ao sistema Abastecimento Seguro.  
As acções de formação foram dirigidas não só ao efectivo policial, mas também aos 
profissionais das áreas. No contexto da formação externa, as acções estiveram a cargo 
da Fundação Vodafone e da empresa Instrumentação e Sistema de Automação (ISA), 
tendo  sido  destinadas  ao  sistema  Abastecimento  Seguro  e  vocacionadas  para  os 
funcionários  dos  postos  de  abastecimento  de  combustível  aderentes.  A  formação 
interna foi vocacionada aos utilizadores internos do sistema Táxi Seguro, bem como do 
sistema Abastecimento Seguro. 
Em Janeiro de 2008, efectuaram‐ se acções formativas a 100 novos aderentes (taxistas) 
ao sistema Táxi Seguro do Concelho de Lisboa e em Junho de 2008, decorreu uma acção 
de formação, no âmbito do mesmo projecto, na Área Metropolitana do Porto, tendo 
sido formados mais 26 taxistas, perfazendo um total de 456 taxistas desde o início do 
projecto. 
No  que  concerne  à  formação  do  Sistema  Abastecimento  Seguro,  desenvolveram‐ se 
acções conjuntas com a Vodafone Portugal e a Guarda Nacional Republicana, tendo‐ se 
formado  mais  36  elementos  em  Julho  de  2008.  Em  Agosto,  formaram‐ se  mais  50 

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CONFIDENCIAL  elementos, pertencentes  a  Postos  de  Abastecimento  de  Combustíveis  e  2  elementos 
representantes das petrolíferas (Repsol Portuguesa e Galp‐ Sede).   Sistema Táxi Seguro Relativamente  aos  distritos  de  Lisboa  e  Setúbal  e  à  Área  Metropolitana  do  Porto, 
durante o Ano de 2008, salientam‐ se os dados estatísticos constantes do quadro abaixo, 
considerando os aderentes do sistema.   
Quanto ao número de Aderentes registados na base de dados em 31 de Dezembro de 
2008, podemos verificar que nos distritos envolvidos e na Área Metropolitana do Porto, 
constam  1309  aderentes  ao  projecto  e  em  funcionamento  no  sistema,  não  obstante 
estar a decorrer a renovação dos Acordos de Adesão do Projecto‐ Piloto.  (*) Diferença absoluta entre os valores registados em 2008 e 2007.
(**) Diferença percentual em relação ao ano anterior.
Distribuição, por Concelhos
N.º de Táxis licenciados
N.º de Táxis existentes a 31 de Dezembro de 2008 Percentagem de Táxis aderentes
Amadora 122 100 81,97%
Lisboa 3490 200 5,73%
Loures 107 92 85,98%
Odivelas 55 26 47,27%
Oeiras 128 125 97,66%
Sintra 136 54 39,71%
Torres Vedras 47 18 38,30%
Vila Franca de Xira 54 42 77,78%
Total 4139 657 15,87%
Arouca 29 0 0%
Espinho 27 10 37,04%
Gondomar 64 28 43,75%
Maia 70 50 71,43%
Matosinhos 92 65 70,65%
Porto 732 196 26,78%
Póvoa de Varzim 45 25 55,56%
Santa Maria da Feira 66 13 19,70%
Santo Tirso 71 16 22,54%
São João da Madeira 22 0 0%
Trofa 18 3 16,67%
Valongo 40 26 65%
Vila do Conde 55 4 7,27%
Vila Nova de Gaia 125 20 16%
Total 1456 456 31,32%
Almada 93 88 94,62%
Barreiro 38 30 78,95%
Montijo 24 18 75%
Seixal 46 8 17,39%
Setúbal 59 52 88,14%
Total 260 196 75,38%
5855 1309 22,36%Total
Distribuição, por distritos
Distrito de lisboa
Área Metropolitana do Porto
Distrito de Setúbal
Táxi Seguro
2007 2008 VA(*) V%(**)
70 72 2 2,86%
9189100%
8102 25%
87 100 13 14,94%Total
Alarmes reais
CRMA
Lisboa
Setúbal
Porto

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CONFIDENCIAL 

Num estudo analítico sobre os alarmes reais ocorridos em 2008, podemos verificar que 
no distrito de Lisboa, em relação ao período homólogo do ano transacto, houve apenas 
um aumento de 2,86% de alarmes reais. No entanto, no distrito de Setúbal, houve um 
aumento real de 100%, uma vez que em 2007 verificaram‐ se apenas 9 alarmes reais, 
enquanto que em 2008, ocorreram 18 alarmes reais, o que revela uma duplicação de 
alarmes no distrito de Setúbal.  
Em  relação  à  Área  Metropolitana  do  Porto  constatou‐ se  um  aumento  de  25%  dos 
alarmes reais. Assim, podemos concluir que houve uma variação de mais 2 alarmes, face 
ao período homólogo do ano anterior, nos aderentes ao Sistema Táxi‐ Seguro.  (*) Diferença absoluta entre os valores registados em 2008 e 2007. (**) Diferença percentual em relação ao ano anterior.

Salienta‐ se o decréscimo dos alarmes falsos (‐ 3272), o que representa menos 73,38% 
deste  tipo  de  ocorrências.  Este  facto  permite  concluir  pela  existência  de  uma  maior 
consciencialização  dos  taxistas,  a  par  de  uma  utilização  do  alarme  mais  criteriosa, 
havendo mesmo a assinalar, menos alarmes por motivos de negligência.  Abastecimento Seguro Em 2008, registou‐ se uma aderência de 168 postos ao Sistema Abastecimento Seguro, 
correspondendo  a  mais  27  postos  que  no  ano  anterior,  os  quais  estão  distribuídos 
conforme espelhado no quadro abaixo.  2007 2008 VA(*) V%(**)
4459 1187 -3272 -73,38%Alarmes Falsos
Distribuição por Concelhos
N.º de Postos de Abastecimento Albergaria-a-Velha 1
Águeda 1
Aveiro 3
Cadaval 1
Estarreja 2
Ílhavo 1
Oliveira de Azeméis 1
Ovar 1
Santa Maria da Feira 1
Vagos 1
Vale de Cambra 1
TOTAL 14
Braga 3
Cabeceiras de Basto 2
Fafe 1
Guimarães 2
Vieira do Minho 1
Vila Nova de Famalicão 3
Vila Verde 1
TOTAL 13
Cantanhede 2
Coimbra 1
Vila Nova de Poiares 1
TOTAL 4
Évora 1
Mora 1
TOTAL 2
Albufeira 2
Castro Marim 1
Faro 3
Lagos 2
Loulé 1
Olhão da Restauração 1
Vila do Bispo 1
Vila Real de Santo António 1
TOTAL 12
Distrito de Braga
Distrito de Faro
Distrito de Évora
Aderentes Abastecimento Seguro
Distrito de Aveiro
Distrito de Coimbra Distribuição por Distritos

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175 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL 

Em  2008,  nos  postos  pertencentes  ao  Sistema  de  Abastecimento  Seguro  (SAS), 
ocorreram os seguintes alarmes reais: 19 no distrito de Lisboa, 9 no distrito de Setúbal, 
3 no distrito de Faro, 2 no distrito de Santarém, 2 no distrito de Braga, 1 no distrito do 
Porto e 1 no distrito de Aveiro. 
No que concerne aos alarmes falsos, esta tipologia perfez um total de 207 ocorrências, 
tendo‐ se verificado a maior incidência de alarmes falsos no distrito de Lisboa (total de 
71).  
Do  total  de  alarmes  falsos,  em  162  casos,  o  alarme  foi  accionado  por  suspeita  da 
ocorrência  de  crime,  factos  normalmente  associadas  a  distúrbios  no  posto  de 
abastecimento  de  combustível  e  que  deram  origem  a  uma  resposta  policial  em  135 
casos. 
Os  restantes  45  alarmes  falsos  ficaram  a  dever‐ se  ao  accionamento  inadvertido  do 
funcionário  ou  a  avarias  do  dispositivo.  Em  qualquer  dos  casos,  o  contacto  do 
Aguiar da Beira 1
TOTAL 1
Alcobaça 2
Peniche 1
Pombal 2
Porto de Mós 1
TOTAL 6
Amadora 4
Azambuja 2
Cascais 4
Lisboa 11
Loures 7
Odivelas 2
Oeiras 4
Sintra 7
Vila Franca de Xira 2
TOTAL 43
Campo Maior 1
TOTAL 1
Maia 2
Matosinhos 2
Paredes 3
Penafiel 2
Porto 3
Póvoa de Varzim 1
Trofa 1
Valongo 1
Vila do Conde 4
Vila Nova de Gaia 5
TOTAL 24
Benavente 3
Chamusca 1
Salvaterra de Magos 3
Santarém 1
Tomar 3
Torres Novas 1
TOTAL 12
Alcochete 2
Barreiro 2
Grândola 1
Moita 3
Montijo 4
Palmela 4
Santiago do Cacém 3
Seixal 6
Setúbal 2
TOTAL 27
Valença 1
TOTAL 1
Mesão Frio 1
Valpaços 1
Vila Real 1
TOTAL 3
Castro Daire 1
Mangualde 2
Santa Comba Dão 1
São Pedro do Sul 1
TOTAL 5
168TOTAL
Distrito de Lisboa
Distrito do Porto
Distrito de Santarém
Distrito de Setúbal Distrito da Guarda
Distrito de Portalegre
Distrito de Viseu
Distrito de Vila Real
Distrito de Leiria
Distrito de Viana do Castelo

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CONFIDENCIAL  responsável  do  Posto  de  Abastecimento  de  Combustível  com  as  forças  policiais  foi 
suficiente para evitar a deslocação das forças policiais ao local.  Relativamente  aos  testes  ocorridos,  verificaram‐ se  232  alarmes  por  testes,  cuja 
distribuição  está  representada  no  quadro  n.º  6.  Destes,  constata‐ se  uma  maior 
incidência  no  distrito  do  Porto,  com  84  alarmes  por  testes,  sendo  que  destes,  59 
ocorreram por troca de equipamento, devido a avarias no sistema, 10 devido a novas 
instalações, 9 por manutenção e 6 por problemas técnicos.  
A distribuição por distrito dos testes efectuados após a instalação de equipamentos, 
está representada no quadro seguinte. No ano de 2008, foi instalado equipamento em 
103 Postos de Abastecimento de Combustível.  
  Falso alarme com resposta policial
Falso alarme por suspeita
Falso alarme por audição de som ambiente
Falso alarme com contacto do responsável
75 0 11 23 1
5 0 2 0 72
31 1 0 5 0
2 00 2 0
3 0 33
00 0 00
41 005 0
50 6 10 5 71 19
1 00 0 1 0
18 6 1 3 28 1
3 0 5 0 82
37 8 4 1 50 9
2 00 0 2 0
00 0 0
2 0 2 0
135 27 25 20 207 37
Distrito de Leiria
Distrito de Viana do Castelo
Distrito de Vila Real
Distrito de Viseu
Distrito de Lisboa
Distrito de Portalegre
Distrito do Porto
Distrito de Setúbal
Total
Distrito Aveiro
Distrito de Santarém
Distrito Braga
Distrito de Coimbra
Distrito de Évora
Distrito de Faro
Distrito da Guarda
Distritos
Alarmes reais
Total Alarmes Falsos Alarmes Falsos
Manutenção e verificação a pedido
Após terem sido solucionados os problemas técnicos
Testes por troca de equipamento
Teste após instalação de equipamento
15 0 713
00 11 11
0 1 0 56
00 22
1 0 21215
00 0 0 0
11 0 81
11 6 2 16 35
00 0 11
9 6 59 10 84
3 0 249
10 8 1 16 35
00 0 0 0
44
00 0 77
36 27 66 103 232
Distritos Total Testes
Total
Distrito Aveiro
Distrito de Santarém
Distrito Braga
Distrito de Coimbra
Distrito de Évora
Distrito de Faro
Distrito da Guarda
Distrito de Leiria
Distrito de Viana do Castelo
Distrito de Vila Real
Distrito de Viseu
Distrito de Lisboa
Distrito de Portalegre
Distrito do Porto
Distrito de Setúbal

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177 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL   
Sistema Integrado de Informação sobre Perdidos e Achados (SIISPA) No ano de 2008 foram inseridos no Sistema Integrado de Informação sobre Perdidos e 
Achados, vulgo SIISPA, um total de 49.992 achados, sendo que a PSP inseriu no sistema 
um total de 47.816 achados. 
A título exemplificativo, a Secção de Achados dos Olivais, do Comando Metropolitano de 
Lisboa, procedeu ao registo de 26.071 achados e a Secção de Achados do Comando 
Metropolitano do Porto, registou um total de 16.745. Durante o ano de 2008, o portal 
do SIISPA recebeu 195.674 visitantes.  Sistema de Queixa Electrónica (SQE) No  âmbito  da  Parceria  do  Sistema  de  Queixa‐ Electrónica  (SQE),  a  PSP,  procedeu  ao 
tratamento de 203 queixas e à remessa das mesmas ao Ministério Público. Em 2008, o 
portal do SQE teve 52.103 visitas.  POLICIAMENTO DE PROXIMIDADE Durante  o  ano  de  2008,  a  PSP  continuou  a  consolidação  do  Programa  Integrado  de 
Policiamento de Proximidade (PIPP), que tinha sido implementado no ano transacto, a 
nível  nacional,  pela  Directiva  10/2006  de  15MAI.  Das  22  subunidades  inicialmente 
afectas ao programa, a PSP no ano transacto procedeu à implementação do programa 
em mais 68 Subunidades. 
Nos dias 18 e 19 de Março de 2008, foi realizado na Escola Prática de Polícia, em Torres 
Novas, o II Fórum de Policiamento de Proximidade, com os objectivos de dar a conhecer 
e debater algumas ideias e iniciativas que surgiram ao longo de todo o processo de 
implementação do programa e também de apresentar um conjunto de boas práticas 
nesta área. No final, extraíram‐ se as seguintes conclusões: 
• O desenvolvimento e implementação de um Programa Integrado de Policiamento de Proximidade é um caminho estratégico que a PSP deve adoptar, no contexto de Polícia Integral, em especial na vertente de prevenção da criminalidade; • Constitui um desígnio estratégico da PSP o alargamento do Programa Integrado de Policiamento de Proximidade ao nível nacional a outras subunidades; • Deverá efectivar-se o comprometimento de toda a cadeia hierárquica da PSP na implementação e aprofundamento do Programa Integrado de Policiamento de Proximidade • A implementação, monitorização e avaliação do projecto-piloto continuará a ser acompanhada pelo Grupo de Implementação e Avaliação do Programa; • Será apresentada, pelo menos, uma candidatura a fundos do Quadro de Referencia Estratégico Nacional (QREN), de forma a obter fundos para as áreas da formação, avaliação e recursos materiais; • Continuarão a ser apresentadas à Tutela as necessidades materiais para sedimentação do PIPP; • Continuará a ser desenvolvido um processo de formação nos Comandos tendo em conta o alargamento do PIPP a outras Subunidades;

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CONFIDENCIAL  • Serão executados os protocolos de procedimento, articulação e coordenação entre as valências de prevenção/proximidade, ordem pública, investigação criminal e de informações policiais, designadamente através da formação, com o objectivo de continuar a potenciar a eficácia e eficiência da PSP no cumprimento da sua missão; • Criação de um formulário de acompanhamento do PIPP em cada Comando; • Criação de uma plataforma na Intranet do PIPP com o objectivo de compilar informações e documentos, promover iniciativas, bem como com uma ferramenta de debate sobre essa matéria; • Serão agilizados os mecanismos de contacto entre a PSP e o Cidadão, nomeadamente através da criação de endereços electrónicos, ao nível dos Comandos e, eventualmente, ao nível da Direcção Nacional; • Serão celebrados protocolos entre a PSP e entidades públicas e privadas, numa perspectiva de complementaridade e de articulação de esforços ao nível local; • A PSP será um parceiro activo e privilegiado nos contratos locais de segurança que serão celebrados ao nível local (medida já anunciada pela Tutela); • A necessidade da PSP adoptar uma política de comunicação intra-organizacional e externa que confira prioridade a uma mensagem essencialmente preventiva, equilibrando a exposição mediática de resultados operacionais e de operações policiais que visam a captura de criminosos e apreensão de estupefacientes, armas e objectos presumivelmente furtados ou roubados, com a divulgação pública das estratégias de proximidade e de apoio a vítimas de crime adaptadas, de conselhos de prevenção e auto-protecção e de mensagens de cariz essencialmente pedagógicas e formativas; • Deverá ser sistematizada a prática de organização de fóruns sobre áreas/valências da PSP e sobre temáticas específicas da actividade policial, rentabilizando os estabelecimentos de ensino da PSP; Para culminar o processo de avaliação externa ao PIPP, no dia 7 de Outubro de 2008, 
decorreu o Seminário relativo à apresentação dos resultados da avaliação do Programa 
Integrado de Policiamento de Proximidade, no Instituto Superior de Ciências Policiais e 
Segurança Interna (ISCPSI), efectuada pela Universidade Nova de Lisboa (SociNova), sob 
a coordenação do Exmo. Sr. Prof. Dr. Manuel Lisboa, donde se extraíram as seguintes 
conclusões: 
     

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CONFIDENCIAL    PROGRAMA “APOIO 65 – IDOSOS EM SEGURANÇA” O  Programa  “Apoio  65  –  Idosos  em  Segurança”,  é  um  Programa  Especial  de 
Policiamento de Proximidade, baseado fundamentalmente em três grandes linhas: 
• implementação de um modelo de acção policial ajustado às necessidades e características específicas da população idosa; • participação activa das comunidades locais e colaboração directa com as instituições que prestam apoio a esta população; e • divulgação de conselhos de segurança junto da população idosa.
No  decurso  do  ano  2008,  a  Polícia  de  Segurança  Pública  continuou  a  reforçar  o 
policiamento  nas  áreas  maioritariamente  habitadas  e  frequentadas  por  idosos  e  a 

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CONFIDENCIAL  efectuar  visitas  domiciliárias  com  acompanhamento  a  idosos,  durante  as  suas 
deslocações de maior risco, designadamente às instituições bancárias. 
A acção de carácter preventivo junto da população idosa, incidiu também na realização 
de  várias  acções  de  sensibilização,  transmitindo‐ lhes  alguns  conselhos  de  segurança, 
tendo em vista o aumento do sentimento de segurança e a adopção de cuidados de 
auto‐ protecção e medidas preventivas, bem como, estabelecer uma relação de empatia 
e confiança entre a Polícia e os idosos. 
No  desenvolvimento  do  Programa  “Idosos  em  Segurança”,  a  Polícia  de  Segurança 
Pública tem vindo a realizar parcerias formais e informais com autarquias, entidades de 
apoio e regulação social, entidades de saúde e instituições particulares, no sentido de 
prestar o apoio e encaminhamento adequados aos cidadãos idosos 
No  que  se  refere  à  criminalidade  denunciada  (focalizando  essencialmente  os  crimes 
contra as pessoas e crimes contra o património), no ano de 2008, a PSP registou 18273  
vítimas de crime com idade superior a 65 anos, representando, relativamente ao ano 
anterior, uma diminuição de cerca de 21,2%, conforme consta no quadro seguinte:  
 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA Em 2008,  a PSP registou 17.648 ocorrências de violência doméstica, correspondendo a 
um aumento de 4.598 (35,2%) casos face ao ano de 2007. 
Este  aumento  do  número  de  denúncias  e  de  situações  reportadas  pela  PSP  poderá 
resultar, em grande medida, da crescente sensibilização, tanto da opinião pública como 
das  forças  de  segurança  para  a  problemática  da  violência  doméstica,  bem  como  da 
formação entretanto ministrada nos diversos Comandos e subunidades da PSP, que se 
traduziu num acompanhamento mais próximo do fenómeno.  
crimes praticados contra idosos
9199
16795
12700
19075
24879
23135
18273
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

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181 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL 

A nível de importância relativa, regista‐ se o Comando Metropolitano  de Lisboa, com 
6.250 processos, seguido pelo Comando Metropolitano do Porto com 4.203 processos 
de violência doméstica. 
Relativamente ao parentesco entre o autor e vítima da agressão, constata-se que em 57% dos casos, os autores do crime são o cônjuge/companheiro e em cerca de 16% dos casos, a violência doméstica é perpetrada por ex-cônjuge.

Da  análise  das  situações  de  violência  doméstica  denunciada  ou  reportada  pela  PSP, 
constata‐ se,  que  a  maior  prevalência  dos  autores  deste  tipo  de  ilicito,  são  do  sexo 
masculino, num total de 87% dos casos. 
7601
8006
10005
2004
9816
11638
13050
17647
0
5000
10000
15000
20000
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Anos
Ocorrências de Violência Doméstica registadas pela PSP
669
67
552
109 84
460
136
634
59
555
88
195
1036
124
85
142
6250
4203
1258941
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
5500
6000
6500
7000
Registo de Ocorrências de Violência Doméstica por Comando
Vítimas-Grau de parentesco com o agressor 57
%
16%
8%
14%
4% 1%
Conjuge/companheiro Ex-Conjuge Pai,mãe, padastro ou madastra
Filho ou Filha Outro grau de parentesco Sem grau de parentesco

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Duran
situaçõ
outras
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A imp
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183 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  de  problemas  que  possam  interferir  na  situação  de  segurança  dos  cidadãos  e  pela 
detecção de cifras negras.  
Constituem,  assim,  no  que  diz  respeito  à  prevenção  da  problemática  da  violência 
doméstica,  uma  primeira  linha  de  intervenção,  de  protecção  e  segurança,  de 
atendimento,  de  acompanhamento,  de  apoio  e  de  encaminhamento  das  vítimas, 
apreensão de objectos (armas, roupas e outro tipo de objectos). Esta primeira linha de 
intervenção pode revestir um carácter de especial sensibilidade, tendo em consideração 
não  só  a  necessidade  de,  em  flagrante  delito,  saber  gerir  os  conflitos,  mas  também 
executar o conjunto de procedimentos indispensáveis: 
• Isolar as vítimas do agressor, impedindo a consumação ou continuação da agressão; • Prestar, por vezes, primeiros socorros à vítima; • Efectuar a detenção do agressor; • Efectuar revista de segurança ao mesmo, informando-o do enquadramento jurídico criminal da situação e dos seus direitos e deveres processuais.
Simultaneamente,  as  equipas  de  investigação  criminal  da  PSP  ao  nível  nacional 
constituem  uma  segunda  linha  de  intervenção,  responsável  pela  gestão  do  local  do 
crime,  recolha  dos  meios  de  prova,  inquirição  de  testemunhas  (designadamente  um 
inquérito  de  vizinhança  junto  à  residência  do  agressor  e  da  vítima  para  tentarem 
recolher  informações  sobre  os  antecedentes  e  contexto  da  violência),  apreensão  de 
objectos (designadamente armas) entre outras diligências consideradas relevantes no 
âmbito do inquérito.  
O  objectivo  principal  da  intervenção  policial  neste  âmbito  deverá  assim  garantir  a 
segurança, proteger as vítimas e preservar o exercício dos seus direitos, carreando para 
o processo todos os elementos de prova.  
Nas Divisões de Investigação Criminal dos Comandos Metropolitanos da PSP de Lisboa e 
do Porto, para além de locais específicos para a inquirição de vítimas, foram criadas 
equipas  específicas  para  a  investigação  de  criminalidade  especialmente  traumática 
(crimes  de  violência  doméstica,  de  crimes  contra  menores,  crimes  contra  idosos, 
deficientes e outras vítimas mais vulneráveis). 
A  PSP  tem  caminhado  no  sentido  de  dar  uma  resposta  mais  eficaz  e  integrada  na 
prevenção e investigação de crimes de violência doméstica, tendo em consideração que 
a maioria dos crimes de violência doméstica é da sua competência de investigação. 
Salientam‐ se a este nível alguns vectores que consideramos relevantes: 
• Criação das Equipas de Proximidade e de Apoio às Vitimas (EPAV) totalizando na presente data, ao nível nacional, mais de 300 Agentes responsáveis por uma primeira intervenção, atendimento, apoio e encaminhamento de vítimas de crimes de violência doméstica, entre outras funções de proximidade e de prevenção criminal;

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CONFIDENCIAL  • Necessidade de aprofundar a interacção e coordenação das valências de proximidade e de prevenção (EPAV) com a investigação criminal (EIC) ao nível da prevenção da violência doméstica e da prevenção de outros fenómenos criminógenos; • Necessidade de continuar o processo de melhoria dos mecanismos de atendimento e apoio nas Esquadras da PSP ao nível nacional; • Incremento do processo de abertura da Polícia à sociedade, nomeadamente através da celebração de protocolos com diversas entidades públicas, IPSS’s e ONG’s ao nível nacional, no âmbito da prevenção e apoio a vítimas de violência doméstica, entre outras áreas relevantes no âmbito das competências da PSP; • Continuação do processo de formação ao nível nacional das equipas de proximidade, dotando-as de determinadas competências técnicas e conhecimentos específicos que nos parecem prioritários (gestão e mediação de conflitos, técnicas de entrevista, preservação do local do crime e dos meios de prova).
Neste âmbito, a PSP continuará a apostar na prevenção deste fenómeno, bem como no 
atendimento e apoio às vítimas deste tipo de crime, na medida em que: 
• A violência doméstica é um problema transversal, ocorrendo em diferentes contextos, independentemente de factores sociais, económicos, culturais, etários; • Apesar de algumas abordagens académicas chamarem a atenção para o aparente aumento das vítimas de sexo masculino, verifica-se uma prevalência esmagadora de vítimas do sexo feminino, bem como uma crescente exposição estatística de vítimas de escalões etários mais elevados; • O aumento dos números de denúncias-crime expressos nas estatísticas oficiais é fruto de uma maior visibilidade do fenómeno, de campanhas públicas de sensibilização, maior consciencialização das vítimas para os seus direitos e maior exposição mediática; • Há um crescente trabalho em rede ao nível nacional e local, envolvendo diversos actores relevantes – operadores judiciários, autarquias, IPSS’s, ONG’s, etc.; • A formação específica das forças de segurança e a sua maior abertura à sociedade civil, tem sido um factor importante para uma maior sensibilização e preparação dos profissionais de polícia para lidarem com os casos de violência doméstica com que se deparam; • Verifica-se uma necessidade de melhoria de mecanismos de apoio e protecção de vítimas, de reinserção social e tratamento de agressores – apesar das melhorias, continuam a existir lacunas ao nível da protecção e apoio social para as vítimas que abandonam o lar, bem como na resposta imediata de protecção de mulheres e menores aos fins-de-semana e períodos nocturnos; • Considera-se fundamental a facilitação do acesso de mulheres vítimas de violência doméstica a programas de formação profissional ou a outras formas de apoio para inserção no mercado de trabalho. Sem esse acesso, muitas das vítimas acabam por regressar à casa do agressor, na medida em que não possuem meios autónomos de subsistência; • Ampla divulgação da Lei. Os agressores devem saber que são criminosos, e as vítimas devem conhecer os seus direitos; • Salienta-se a necessidade dos diferentes organismos públicos e privados se adaptarem à dinâmica social e encontrarem respostas para as novas realidades: vítimas imigrantes, violência entre namorados, violência no seio de casais homossexuais, entre outros; • Regista-se a necessidade de investimento ou de apoio à investigação científica acerca dos aspectos sociológicos, criminológicos e psicológicos da violência – são ainda escassos em Portugal os estudos científicos e os inquéritos nacionais de vitimação ou de criminalidade auto-revelada; • Verifica-se a necessidade de avaliação rigorosa da eficácia dos programas de intervenção existentes ou a desenvolver, designadamente através do estabelecimento de objectivos estratégicos e operacionais, da definição de metas mensuráveis e de uma calendarização de actividades.

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CONFIDENCIAL  PROGRAMA “COMÉRCIO SEGURO” Em 2008, a PSP intensificou o patrulhamento e a vigilância nas zonas comerciais mais 
sensíveis tendo em vista a redução dos índices de criminalidade e continuou a adoptar 
uma  acção  policial  de  carácter  preventivo,  através  de  um  contacto  mais  próximo  e 
personalizado entre os agentes e os comerciantes, na consciencialização da tomada de 
medidas e procedimentos de segurança. Assim, têm sido desenvolvidos mecanismos de 
coordenação  e  actuação  entre  policiamento  de  proximidade,  ordem  pública  e 
investigação criminal. 
A  actividade  desenvolvida  pelos  elementos  policiais  afectos  ao  Programa  “Comércio 
Seguro” pautou‐ se, uma vez mais, por um bom relacionamento com os comerciantes, o 
que permitiu uma troca de informações relevante para a prevenção da criminalidade 
naquele sector. 
No  que  diz  respeito  à  evolução  da  criminalidade,  no  ano  de  2008,  verificou‐ se  uma 
diminuição no número de furtos em estabelecimentos comerciais (‐ 1175) e um aumento 
no número de furtos em supermercados (+ 658) relativamente ao ano anterior.  PROTOCOLO “FARMÁCIA SEGURA” 
No  âmbito  do  Protocolo  “Farmácia  Segura”  celebrado  a  16  de  Maio  2006,  entre  a 
Associação Nacional de Farmácias (ANF) e o MAI, que visa a planificação e a realização 
de  projectos  relacionados  com  o  estudo,  promoção  e  incremento  de  medidas  de 
segurança no âmbito das farmácias, foram promovidas mais 4 acções de formação sobre 
"Boas práticas de Segurança", em Lisboa, Évora, Guarda, e Porto. 
1562
917 883
772
935
1593
8531
7606
7713
7233
7104
6071
0
2000
4000
6000
8000
10000
Furto em supermercados Furto em estabelecimentos comerciais Furto em supermercados 1562 917 883 772 935 1593
Furt o em est abeleciment os comerciais 8531 7606 7713 7233 7104 6071
2003 2004 2005 2006 2007 2008

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CONFIDENCIAL  Estas acções são leccionadas pela ANF, PSP e GNR, e as sessões são compostas por 3 
momentos  distintos:  A  segurança  e  as  Farmácias;  A  Segurança  Passiva  e  Questões 
Comportamentais; e uma simulação de um roubo numa farmácia.   Acções policiais de especial relevância no combate à criminalidade 
No  ano  de  2008,  a  Polícia  de  Segurança  Pública  (PSP),  fruto  da  constante  análise 
científica  da  geografia  da  criminalidade,  levou  a  cabo  várias  Operações  Especiais  de 
Prevenção Criminal (OEPC), nos termos da Lei n.º 5/2006, de 23 de Fevereiro de 2008, 
em zonas estrategicamente seleccionadas para o efeito. 
Os objectivos fundamentais destas acções foram, genericamente, os seguintes: 
• Detectar e identificar indivíduos que praticavam ilícitos criminais e contra-ordenacionais, aumentando assim o sentimento de segurança e confiança das pessoas.
• Fiscalizar, em matéria de trânsito, os transportes particulares, com especial incidência na condução sob o efeito do álcool, falta de habilitação legal e detecção de viaturas furtadas; • Detectar, identificar e proceder à detenção de autores de acções criminosas de tráfico de droga, roubos, furtos e outros crimes. Neste  sentido,  no  ano  de  2008  a  PSP  levou  a  cabo  304  Operações  Especiais  de 
Prevenção Criminal, com especial incidência nas áreas dos Comandos de Lisboa, Porto, 
Setúbal, Coimbra e Viseu. 
São  de  destacar  os  resultados  obtidos  nas  várias  Operações  Especiais  de  Prevenção 
Criminal levadas a cabo pelos Comandos da PSP supra referidos, nos meses de Agosto, 
Setembro e Outubro em que a PSP empenhou cerca de 6000 elementos policiais e cerca 
de 1500 meios materiais, entre viaturas, equipamentos informáticos e outros. 
Só neste período, a PSP procedeu à detenção de 306 indivíduos, sendo de destacar os 
101 por condução de veículo sem habilitação legal, os 93 por condução de veículo sob 
influência do álcool, os 35 por suspeita de tráfico de substâncias estupefacientes e os 23 
por posse de arma ilegal. 
Foram  fiscalizados  15806  veículos,  sendo  submetidos  ao  teste  de  alcoolemia  2786 
condutores  e  a  PSP  registou  984  infracções  ao  Código  da  Estrada  e  Legislação 
Complementar,  sendo  de  destacar  as  infracções  por  falta  de  inspecção  periódica 
obrigatória (193), por falta de seguro (94) e por não utilização de cinto de segurança 
durante a condução (73). 
No  que  concerne  à  apreensão  de  armas  ilegais,  a  PSP  apreendeu  12  armas  de  fogo 
ilegais, 15 armas brancas e 52 outras armas ilegais.  

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CONFIDENCIAL  Em  resultado  destas  Operações  Especiais  de  Prevenção  Criminal  foram  apreendidos 
produtos estupefacientes denominados Cocaína, Heroína e Haxixe suficientes para cerca 
de 848, 352 e 1961 doses individuais, respectivamente.  Acções/operações externas que pela sua dimensão, relevância ou resultados 
atingidos justifiquem o destaque no RASI  PROTOCOLOS ESTABELECIDOS O estabelecimento de parcerias formais com instituições da Administração Pública e da 
sociedade  civil  permite  promover  e  reforçar  as  relações  da  PSP  com  os  cidadãos  e 
desenvolver mecanismos eficazes numa perspectiva de trabalho em rede com entidades 
externas, tendo em vista a melhoria da qualidade do serviço prestado ao cidadão, sendo 
de destacar os seguintes: 
• Protocolo de colaboração para a criação do Núcleo de Atendimento às vítimas de Violência Doméstica no Distrito de Portalegre; • Protocolo estabelecido entre a PSP, a Procuradoria de República do Círculo Judicial de Ponta Delgada e o Instituto de Acção Social, a Direcção-Geral de Reinserção Social e a Universidade do Minho, sobre a problemática da violência doméstica; • Protocolo de colaboração para o alargamento do núcleo de Atendimento às vítimas de violência doméstica do distrito de Bragança; • Protocolo de colaboração para a criação do núcleo de atendimento às vítimas de violência doméstica; • Protocolo de colaboração para a implementação do Núcleo de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica no distrito de Beja; • Protocolo de cooperação entre a PSP (Comando Regional dos Açores) e o Instituto de Apoio à Criança; e • Protocolo de cooperação entre a PSP (Comando Distrital de Aveiro) e a Cerciespinho.

Exercícios realizados tendo em vista a preparação para situações operacionais  EXERCICIOS COM ENTIDADES NACIONAIS Exercício de Protecção Civil “PROCIV IV - 2008” O Exercício “PROCIV IV – 2008” decorreu entre 21 e 23 de Novembro de 2008 e teve 
como principal finalidade o treino da capacidade de resposta da Autoridade Nacional de 
Protecção Civil (ANPC), dos mecanismos de articulação com os Agentes de Protecção 
Civil (APC) e dos sistemas de apoio à decisão no quadro das intervenções de protecção 
civil  resultantes  da  ocorrência  de  um  sismo.  No  que  à  PSP  diz  respeito,  houve  um 
enquadramento e articulação permanente com a ANPC. 
A  PSP  empenhou  no  Exercício  as  valências  operacionais  dos  Comandos  de  Lisboa, 
Santarém, Setúbal, Leiria, Portalegre e Évora. 

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CONFIDENCIAL  A PSP efectuou o seu planeamento interno com a antecedência julgada conveniente e, 
de forma genérica, os objectivos do exercício foram cumpridos, tendo em consideração 
que a coordenação interna e com os demais  agentes de protecção civil foi boa, e o 
desempenho logístico foi adequado.  EXERCICIOS COM ENTIDADES ESTRANGEIRAS Exercício UE Crisis Management Exercise 2008 Em 2008, a PSP participou no Exercício UE Crisis Management Exercise 2008 (CME 08), 
exercício em formato CPX organizado pela UE. O main objective era efectuar a evolução 
de uma missão de manutenção da paz (cariz civil) para uma missão de imposição da paz 
(cariz militar), em ALICIA (país fictício) – assente essencialmente no reforço de meios 
dos  estados  participantes  em  ALICIA.  O  exercício  foi  todo  efectuado  por  correio 
electrónico  tendo  o  Departamento  de  Operações  da  Direcção  Nacional  da  PSP  dado 
resposta às solicitações efectuadas.  Participação em Exercício Conjunto em Saint Astier, França A PSP participou num Treino/Exercício de Forças de Polícia da União Europeia através de 
“Forças  Constituídas”  ao  nível  de  Pelotão,  que  decorreu  no  “Centre  National 
d´Entraînement  dês  Forces  de  Gendarmerie”,  em  St.  Astier,  França,  de  10  a  21  de 
Novembro de 2008. 
A participação da PSP efectivou‐ se através de 1 pelotão do Corpo de Intervenção da 
Unidade Especial de Polícia, constituído por 20 elementos. Foram afectos ao exercício 
viaturas  de  intervenção  do  Corpo  de  Intervenção  da  UEP,  armamento  individual  dos 
elementos  policiais  envolvidos  e  o  equipamento  de  intervenção  colectivo  necessário 
para os cenários previstos. A PSP integrou o Estado‐ maior do referido exercício com dois 
Oficiais da UEP/CI.  Acções conjuntas com outras entidades nacionais ou estrangeiras  ACÇÕES CONJUNTAS COM ENTIDADES NACIONAIS Em  2008,  a  PSP  realizou  580  operações  conjuntas,  sendo  de  destacar  as  operações 
conjuntas com a Direcção‐ Geral das Alfândegas (131), com o Serviço de Estrangeiros e 
Fronteiras (92), com a Inspecção Geral de Actividades Culturais (70), com a Inspecção 
Tributária (56) e com a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (49). 

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CONFIDENCIAL  Ao nível dos resultados operacionais obtidos, no âmbito das Operações Conjuntas, a PSP 
procedeu à detenção de 137 indivíduos, tendo elaborado 3512 Autos de Notícia. 
Foram apreendidas 115 viaturas, 43.966 DVD’s e 37.892 CD’s contrafeitos. Foram ainda 
apreendidas 19.645 peças de vestuário e acessórios e 26.269 artigos vários. 
OPERAÇÕES CONJUNTAS – ANO DE 2008 INSTITUIÇÃO/ENTIDADE MEIOS MEIOS DETENÇÕES N.º DE Serviços de Estrangeiros e Fronteiras 1212 374 27 92 Instituto de Solidariedade e Segurança Social 82 11 0 11 Autoridade para as Condições do Trabalho 293 70 3 24 Câmaras Municipais 115 18 0 13 Direcção-Geral de Finanças 232 64 2 25 Inspecção Geral de Jogos 10 3 0 1 Guarda Nacional Republicana 224 40 3 15 Autoridade de Segurança Alimentar e Económica 1059 200 46 49 Direcção Geral de Contribuições e Impostos 246 48 3 24 Autoridade da Concorrência 0 0 0 0 Inspecção Tributária 496 99 1 56 Sociedade Portuguesa de Autores 51 3 0 6 Inspecção Geral de Actividades Culturais 1671 296 33 70 Polícia Judiciária 275 16 8 15 Direcção Geral das Alfândegas 665 359 9 131 Outros 211 74 2 48 TOTAL 6842 1675 137 580

ACÇÕES CONJUNTAS COM ENTIDADES ESTRANGEIRAS Operação “Transpol Express” No  âmbito  das  actividades  do  Grupo  de  Cooperação  Policial  da  União  Europeia,  foi 
proposto pela Presidência Francesa que fosse desenvolvida uma operação relacionada 
com a criminalidade praticada nos transportes ferroviários e que envolvesse todos os 
Estados‐ membros (EM). 
Esta operação consistiu numa acção de combate à criminalidade em geral no espaço da 
U.E.,  com  principal  incidência  na  luta  contra  a  imigração  ilegal  por  via  ferroviária  e 
criminalidade transfronteiriça, incluindo tráfico ou posse de droga e tráfico ou posse de 
armas e explosivos. As acções tiveram lugar no interior dos comboios internacionais e 
nas estações ferroviárias que se localizassem nas zonas fronteiriças, podendo, caso os 
EM assim o entendessem, levar a cabo este tipo de acções noutras estações e linhas 
ferroviárias nacionais. 
Ao nível nacional a operação foi planeada e coordenada pelo Gabinete Coordenador de 
Segurança (GCS) em conjugação com as Forças e Serviços de segurança, sendo que a PSP 
participou na mesma, em conjugação com a GNR, PJ e SEF. Foi decidido em Portugal 
alargar esta operação a um conjunto diversificado de itinerários principais e de horários, 
tanto de âmbito internacional, como nacional, regional e suburbano. 

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CONFIDENCIAL  O  GCS  ficou  também  responsável  pela  compilação  diária  dos  dados  respeitantes  à 
actividade  operacional das  Forças e  Serviços de  segurança.  Para  o  efeito,  a  Direcção 
Nacional  remeteu  diariamente  para  o  GCS  informação  dos  resultados  operacionais 
obtidos pela PSP. 
A operação TRANSPOL EXPRESS decorreu entre 24 e 29 de Setembro de 2008 em todo o 
território nacional.  Operação HIO DILIGENCE (High Impact Operation “Diligence”) No  âmbito  da  Presidência  francesa  da  União  Europeia,  a  Direcção  Central  da  Polícia 
Judiciária (DCPJ) francesa e a Europol organizaram uma operação conjunta europeia de 
alto impacto (HIO) dirigida ao tráfico de armas através das fronteiras externas da UE e 
seus  movimentos  ilegais  no  interior  da  UE,  que  visou  melhorar  o  intercâmbio  de 
informações e a cooperação entre as Forças e Serviços de segurança portugueses, bem 
como aperfeiçoar a análise da ameaça que a circulação de armas de fogo constitui na 
UE.  
No  plano  nacional,  a  operação  HIO  Diligence  foi  realizada  em  todo  o  território 
continental e integrou acções conjuntas entre a GNR, PSP, PJ, SEF e DGAIEC, bem como 
acções  autónomas  realizadas  por  estas  entidades  no  quadro  das  suas  competências 
próprias,  de  modo  coordenado  e  integrado,  a  partir  de  um  Centro  de  Coordenação 
Nacional (sediado na Sala de Situação da Direcção Nacional PSP) e de três Centros de 
Coordenação Regionais (sedeados nas Salas de Situação dos Comandos de Lisboa, Porto 
e Faro). 
No decurso desta operação foram realizadas várias operações de prevenção criminal no 
âmbito  da  Lei  n.º  5/2006  –  Regime  jurídico  de  armas  e  suas  munições,  acções  de 
fiscalização rodoviária, de estabelecimentos, de terminais rodoviários e ferroviários e de 
controlo aeroportuários específico, de passageiros e bagagens, tendo estado envolvidos 
1982  efectivos  da  GNR,  PSP,  PJ,  SEF  e  DGAIEC  e  foram  realizadas  105  acções  de 
fiscalização rodoviária e ferroviária, com destaque para as zonas de fronteira terrestre e 
ainda em fronteiras aéreas, de que resultou o controlo e identificação de 9204 pessoas e 
a fiscalização de 9260 veículos. 
Os resultados finais de toda a operação HIO no plano nacional traduziram‐ se em 81 
detenções, sendo 72 por condução sob influência de álcool e falta de habilitação legal, 2 
por  detenção  ilegal  de  arma,  1  por  tráfico  de  estupefacientes,  1  por  falsificação  de 
documentos e 5 detenções de cidadãos estrangeiros para efeitos de readmissão para 
Espanha.  Foram  ainda  notificados  dois  cidadãos  estrangeiros  para  regularização  de 
situação junto do SEF e um para abandono voluntário do Território Nacional. 

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CONFIDENCIAL  No que respeita a apreensões, foram apreendidos 7 veículos, 3 documentos em situação 
irregular,  3  aerossóis  de  gás  pimenta,  5  armas  de  fogo,  sendo  1  pistola  adaptada  a 
calibre  6,35  mm,  3  espingardas  de  calibre  12,  para  a  prática  venatória  e  uma  arma 
veterinária, bem como 1 arma de alarme  Centros de Cooperação Policial e Aduaneira (CCPA) Decorrente  do  Acordo  Luso‐ Espanhol  sobre  Cooperação  Transfronteiriça  em  Matéria 
Policial e Aduaneira, celebrado em Évora a 19 de Novembro de 2005, concretizado em 
legislação  nacional  específica  através  do  Decreto  n.º13/2007,  de  13  de  Julho,  e  da 
Portaria n.º 1354/08, de 27 de Novembro, a PSP passou a ter representatividade em 
mais  um  organismo  –  Centros  de  Cooperação  Policial  e  Aduaneira  –,  reconhecendo 
assim a cabal importância e interesse estratégico na articulação entre as diversas Forças 
e Serviços de segurança na troca e intercâmbio de todo o tipo de informações policiais 
pertinentes  para  o  âmbito  destes  Centros  e  fazendo  valer  as  suas  competências 
específicas nas áreas das Armas e Explosivos, bem como na área da Segurança Privada. 
Estes  Centros,  para  além  da  PSP  e  sob  a  Coordenação  do  SEF,  contam  ainda  com  a 
presença da GNR, Polícia Judiciária e DGAIEC, sendo que do lado Espanhol participam o 
Cuerpo Nacional de Polícia a Guardiã Civil e a Aduane. 
Encontram‐ se  em  funcionamento  desde  29  de  Dezembro  de  2008,  contando  com  a 
presença de 1 elemento da Classe de Chefes, de 2ª a 6ª Feira, horário administrativo, 
com o estatuto de Oficial de Ligação em Vilar Formoso/Fuentes de Onõro (CD Guarda), 
Castro Marim/Ayamonte (CD Faro), Valença do Minho/Tuy (CD Vila Real) e Elvas/Caya 
(CD Portalegre). 
Incumbe  ao  mesmo  promover  o  intercâmbio  de  informações  policiais,  o  apoio  em 
operações  policiais  conjuntas  junto  às  fronteiras,  reportando  em  relatório  as  suas 
actividades ao respectivo Comandante Distrital.  Participação em grupos de trabalho específicos e consequentes acções 
desenvolvidas/resultados atingidos 
• Grupo de Trabalho “Projecto CITIUS” – Visa, através da utilização de sistemas informáticos, ajudar a simplificar os processos 
judiciais, a proporcionar uma melhor gestão e organização do trabalho nos tribunais e a 
criar  condições  para  uma  tramitação  mais  célere.  Procura,  assim,  estreitar  o 
relacionamento  dos  Órgãos  de  Polícia  Criminal  (OPC’s)  e  Magistrados  do  Ministério 
Público. Neste sentido, foi realizada uma análise pormenorizada de todos os modelos 

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CONFIDENCIAL  em uso nos OPC’s constituintes do Grupo de Trabalho – PSP, PJ, GNR e SEF –, tendo 
resultado  a  lista  de  classes  documentais  que  devem  existir  nos  sistemas  e  deverão 
determinar os protocolos de comunicação a desenvolver. 
• Grupo de Trabalho “Transporte Seguro de Tabaco” –  Promovido  pelo  Gabinete  Coordenador  de  Segurança  (GCS),  face  ao  crescente 
aumento de ilícitos criminais associados ao roubo/furto de veículos de transporte de 
tabaco e aos locais de revenda ou armazenamento de tabaco, este Grupo de Trabalho é 
composto por membros da PSP e GNR. Foram realizadas três acções de sensibilização 
(Porto,  Setúbal  e  Braga)  em  parceria  com  a  Associação  Nacional  de  Grossistas  de 
Tabaco, com vista a elucidar os diversos grossistas e armazenistas de tabaco: prevenir a 
prática de roubos/furtos de viaturas de transporte de tabaco e de locais de revenda ou 
armazéns de tabaco; e promover os procedimentos a tomar se forem alvo de roubo ou 
furto de viaturas de transporte de tabaco e de locais de revenda ou armazéns de tabaco  
• Grupo Técnico “Grupo Técnico Anti-Contrafacção” –  Composto  por  representantes  da  Direcção  Geral  das  Alfândegas  e  dos  Impostos 
Especiais  sobre  o  Consumo  (DGAIEC),  GNR,  Autoridade  de  Segurança  Alimentar  e 
Económica (ASAE), Instituto de Propriedade Industrial (INPI) e PSP, procura tratar de 
questões  relacionadas  com  a  contrafacção.  Foram  realizadas  diversas  reuniões  para 
definir e implementar: os conteúdos a disponibilizar pelos diferentes OPC’s no portal do 
“Grupo Anti‐ Contrafacção”; as estatísticas agregadas das entidades sobre fenómenos de 
contrafacção;  o  plano  de  formação  de  representantes  dos  OPC’s;  e  a  campanha  de 
sensibilização sobre a temática da contrafacção. 
• Grupo Técnico “Subgrupo Jurídico Anti-Contrafacção” ‐  Composto  por  representantes  da  Direcção  Geral  das  Alfândegas  e  dos  Impostos 
Especiais  sobre  o  Consumo  (DGAIEC),  GNR,  Autoridade  de  Segurança  Alimentar  e 
Económica (ASAE), Instituto de Propriedade Industrial (INPI) e PSP, tem como objectivo 
a  análise  de  questões  eminentemente  jurídicas  de  interesse  comum,  como  sejam  o 
actual panorama dos processos sumários de contrafacção, nova legislação em matéria 
de contrafacção – por exemplo a respeitante à destruição de material contrafeito –, 
formalização  de  documentos  conjuntos,  ou  a  criação  de  procedimentos  legislativos 
comuns. 
• Grupo de Trabalho de Lofoscopia – No âmbito deste grupo foi desenvolvido o manual de procedimentos AFIS,  no qual 
constam os procedimentos a desenvolver pela Polícia de Segurança Pública (PSP), pela 
Polícia  Judiciária  (PJ)  e  Guarda  Nacional  Republicana  (GNR),  quanto à  organização  e 
ao funcionamento dos sistemas. 

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CONFIDENCIAL  • Unidade de Coordenação e Intervenção Conjunta (UCIC/Nacional) –  Protocolo  que  decorre  do  DL  81/95,  de  22  de  Abril,  relativo  às  competências  de 
investigação criminal do tráfico de estupefacientes.  
• Grupo de Trabalho de Assuntos Jurídicos (GTAJ/SSI) – Criado por despacho de S. Ex.ª o Secretário – Geral do Sistema de Segurança Interna, 
que  visa  abordar  os  aspectos  jurídicos  relacionados  com  a  interoperabilidade  dos 
sistemas de informação das Forças e Serviços de segurança. 
• Grupo de Trabalho "Sistema de Queixa Electrónica" (SQE) 
 – Criado pelo MAI – RNSI, no sentido de preparar e delinear o processo de formação 
SQE, em sistema e‐ learning. Foram desenvolvidos módulos de formação em SQE, nas 
várias vertentes, desde a apresentação de uma queixa online, até à sua introdução no 
circuito judicial, com a atribuição de um processo‐ crime. 
• Grupo de Trabalho para os Assuntos Técnicos – Criado por Despacho S. Exa. o Secretário‐ Geral do Sistema de Segurança Interna, de 
25.11.2008, que visa analisar a interoperabilidade entre os sistemas de informação e 
acesso a esses sistemas. 
• Centro de Instalação do Serviço 112 –  O  Despacho  n.º  28668/2008,  de  29  de  Outubro,  criou  o  Centro  de  Instalação  do 
Serviço 112 – Número Nacional de Emergência (CI‐ 112). A PSP encontra‐ se representada 
no presente grupo por dois Oficiais, sendo que um assume as funções de Coordenador 
do Grupo de Trabalho. 
• Grupo de Trabalho – Segurança nos Tribunais – Este Grupo de Trabalho, que tem desenvolvido as suas actividades sob a coordenação 
do  Conselho  Superior  da  Magistratura,  tem  como  objectivo  a  apresentação  de  uma 
proposta para a definição de um sistema de segurança para os Tribunais, nas vertentes 
relacionadas com as infra‐ estruturas, com o funcionamento e com os operadores. 
• Grupo de Implementação e acompanhamento do Programa Integrado de Policiamento de Proximidade (PIPP) Que  efectua  a  supervisão  técnica  do  PIPP,  é  coordenado  pelo  Departamento  de 
Operações,  e  constituído  por  representantes  do  Departamento  de  Formação, 
Departamento de Informações Policiais, Escola Prática de Polícia, Instituto Superior de 
Ciências Policiais e Segurança Interna e Comandos Metropolitanos, Regionais e Distritais 
da PSP. 
 

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CONFIDENCIAL  • Grupo Interinstitucional para a Definição de Estratégia de Apoio aos Sem-Abrigo – A PSP integra este grupo de trabalho coordenado pelo Instituto da Segurança Social, 
I.P., tendo em vista a definição de medidas de combate ao fenómeno e procedimentos 
de intervenção multisectorial integrada. 
 
Resultados e consequências decorrentes da actividade operacional

Detenções, apreensões e outros 
DETENÇÕES No ano de 2008, a PSP registou, no total, um aumento (670) no número de detenções 
efectuadas  relativamente  ao  ano  anterior,  sendo  de  referenciar  o  aumento  de  796 
detenções  referentes  a  crimes  contra  a  vida  em  sociedade  e  724  nas  detenções  
referentes a crimes contra o património. 
Ano Crimes c/ pessoas Crimes c/ património Crimes c/ Estado Crimes c/ vida em sociedade Crimes previstos Leg.
avulsa Mandados de Detenção Total de detenções 2005 607 3.094 1.870 6.295 8.061 12.776 32.703 2006 648 2.923 1.880 6.951 9.904 12.183 34.489 2007 552 2.623 1.928 8.023 9.545 11.896 34.567 2008 807 3.347 1.692 8.819 9.042 11.530 35.237 Dif.ª 08-07 255 724 -236 796 -503 -366 670

OPERAÇÕES POLICIAIS A  PSP  registou  um  aumento  na  sua  actividade  operacional,  evidente  no  número  de 
operações policiais levadas a cabo, passando de 17.424 em 2007 para 18.603 em 2008. 
Esse aumento reflectiu‐ se nas operações de fiscalização de trânsito, vulgo STOP, com 
mais 1.624 operações e nas operações policiais, vulgo “Rusga”, com mais 117. 
ANO “RUSGAS” FISCALIZAÇÃO STOP TOTAL 2005 1.368 1.763 9.756 12.887 2006 1.463 2.208 9.602 13.273 2007 1.490 2.769 13.165 17.424 2008 1.607 2.207 14.789 18.603 Dif.ª 08-07 117 -562 1.624 1.179
RESULTADOS ALCANÇADOS PELA ESTRUTURA DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL Organização e Desenvolvimento de Inquéritos

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CONFIDENCIAL    VIATURAS FURTADAS E RECUPERADAS Em  2008,  foram  registados  pela  PSP  20  680  furtos  de  viaturas,  o  que  reflecte  um 
aumento significativo em relação a 2007. No entanto há a considerar a assumpção da 
responsabilidade em novas áreas, no âmbito da reestruturação das Forças de segurança 
e, ainda, o facto da recolha destes dados se efectuar no âmbito do SEI, onde constam os 
dados relativos ao furto de velocípedes, ciclomotores e motociclos de cilindrada até 50 
cm3,  que  não  constavam  do  MOVI,  o  qual  apenas  permitia  o  registo  de  veículos 
automóveis. 
Do total de viaturas registadas pela PSP, 15 415 foram recuperadas pela PSP, o que se 
traduz numa taxa de recuperação de cerca de 74,5 %. 
 
 
 
 
  TRÂNSITO E SEGURANÇA RODOVIÁRIA Acidentes Na área de actuação da PSP, não olvidando o alargamento da área de responsabilidade 
decorrente da reestruturação das Forças de segurança, verificou‐ se uma visível redução 
da sinistralidade rodoviária, fruto da actuação proactiva e da vertente de visibilidade e 
prevenção que a PSP tem consignada na sua doutrina. 
VIATURAS  2008  2007  2006  Dif.ª 08‐ 07
FURTADAS  20.68011 48611 2809 194 
RECUPERADAS  15.4158 468  7 935  6 947 
TAXA DE RECUPERAÇÃO74,5% 74 %  70 %  

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CONFIDENCIAL  Assim,  considerando  a  globalidade  da  área  de  responsabilidade  da  PSP  em  31  de 
Dezembro de 2008, o número de acidentes foi reduzido, sendo também de assinalar 
que se verificaram menos vítimas mortais e menos feridos graves. 
Considerando apenas a sinistralidade ocorrida nas áreas de responsabilidade da PSP, 
anteriores à reestruturação das Forças de segurança e consequentemente igual às áreas 
de que dispunha em 2007, registam menos 6.071 acidentes, menos 32 vitimas mortais, 
menos  155  feridos  graves  e  menos  872  feridos  ligeiros,  o  que  é  inequivocamente 
demonstrativo  do  esforço  que  a  PSP  tem  vindo  a  realizar  no  âmbito  da  segurança 
rodoviária e da doutrina adoptada.  Autuações por infracção à legislação rodoviária No âmbito da fiscalização e da promoção da segurança rodoviária, a PSP, no ano de 
2008, privilegiou sobretudo a vertente da prevenção, visibilidade e sensibilização dos 
condutores e demais utentes da via, sem prejuízo do exercício da acção repressiva.  Fiscalização da Taxa de Alcoolemia no Sangue No que se refere à fiscalização da Taxa de Alcoolemia, a PSP registou, na sua área de 
actuação, um aumento do número de condutores encontrados com Taxas de Álcool no 
Sangue (TAS) iguais ou superiores a 0,50 g/l 837 infractores). 
Foram detectados 8067 condutores com uma TAS igual ou superior a 1,20 g/l, sendo 
que destes, 7374 foram detidos. 
Álcool no Sangue 2008 2007 % de Infractores Dif.ª Taxa ≥ 1,20 g/l (Detenções) 7374 7 435 52,42% - 61 Taxa 0,80 g/l a 1,19 g/l 3600 2 773 25,59% 827 Taxa 0,50 g/l a 0,79 g/l 3091 3 081 21,97% 10 Taxa < 0,5 g/l 181 437 137 476 43 961 Total de Infractores 14 065 13 289


Fiscalização da Velocidade No  que  se  refere  à  fiscalização  de  veículos  em  excesso  de  velocidade,  apesar  de  se 
verificar um acréscimo de veículos controlados por radar (+ 233 437) verificou‐ se uma 
diminuição do número de infracções graves e muito graves. 
 
AUTUAÇÕES 2007 2008 Dif.ª Infracções Leves 450 213 396377 - 53836 Infracções Graves 113 444 98876 - 14568 Infracções Muito Graves 28 078 24641 - 3437 TOTAL 591 735 519 894 - 71841

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CONFIDENCIAL  VELOCIDADE 2008 2007 Dif.ª Leves 10 663 10 472 191 Graves 25 008 29 839 - 4831 Muito Graves 5 022 6 445 - 1423 Total Infracções 40 693 46 755 - 6062 Veículos controlados radar 1 737 495 1 504 058 233 437

ARMAS E EXPLOSIVOS Em 2008, no que concerne à fiscalização das actividades directamente relacionadas com 
as armas e os explosivos, a PSP registou os seguintes resultados: 
Armamento 2005 2006 2007 2008 Armas de fogo apreendidas 1.212 1.659 1.542 2.238 Outras Armas de fogo entregues/recuperadas 914 2.928 2.889 2.323 Munições apreendidas/entregues (N.º) 614.895 520.806 605.432 309.708 Explosivos apreendidos/entregues (kg) 71.724,47 3.185,05 9.961,75 5.443,50 Detonadores (n.º) 306.039 4.872 5.721 2.489 Cordão Detonante (m) 30.730,00 16.066,30 3.055,00 9.980,50 Pólvora (kg) 14.837,70 7.766,70 5.282,00 579,60 Rastilho (m) 66.232,50 15.213,10 8.762,00 31.793,00 Artigos Pirotécnicos (n.º) 68.229 130.797 520.255 217.697 Artigos Pirotécnicos (kg) 65.878,00 6.028,00 13.156,00 7.084,00 Matérias Perigosas (kg) 7.725,00 4.449,00 32.422,00 25.461,00

DILIGÊNCIAS E OUTRAS SOLICITAÇÕES Em 2008, a PSP registou um decréscimo de 107.002 no total de diligências e solicitações 
levadas a cabo. 
Diligências e solicitações 2005 2006 2007 2008 Dif.ª 08-07 Diligências judiciais 889.302 897.416 710.538 622.382 -88.156 Solicitações de outras entidades 106.537 99.308 101.540 82.694 -18.846 TOTAL 995.839 996.724 812.078 705.076 -107.002

SEGURANÇA DE ACONTECIMENTOS DESPORTIVOS A  PSP  efectuou  um  total  de  19.841  policiamentos  a  actividades  desportivas  tendo 
empenhado  um  total  de  85.174  elementos  policiais.  Durante  o  ano  de  2008  foram 
levados  a  cabo,  nos  termos  do  Decreto‐ Lei  n.º  238/92  de  29  de  Outubro,  122 
policiamentos a espectáculos desportivos qualificados como sendo de Risco Elevado, ao 
considerarmos aqueles que dizem respeito à Liga Sagres, Taça de Portugal e Taça da 
Liga.  Futebol Outras modalidades TOTAL 2006 Total de Policiamentos 14 401 12 741 27 142 N.º de elementos envolvidos 64 377 37 914 102 291 N.º de incidentes 107 58 165 2007 Total de Policiamentos 14 696 12 206 26 902 N.º de elementos envolvidos 65 924 36 770 102 694 N.º de incidentes 113 91 204 2008 Total de Policiamentos 11.299 8.756 20.055 N.º de elementos envolvidos 56.637 28.537 85.174 N.º de incidentes 181 85 266

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CONFIDENCIAL  ACTIVIDADES DA UNIDADE ESPECIAL DE POLÍCIA (UEP) Corpo de Intervenção O Corpo de Intervenção (CI) realizou 2890 intervenções tendo empenhado um total de  
45110 elementos policiais.  
CORPO DE INTERVENÇÃO Nº de intervenções Nº de Elementos utilizados Manifestações desportivas 60 3282 Alterações de Ordem Pública 78 1365 Segurança a Aeroportos 3 92 Outras actuações 2749 40371 TOTAL 2890 45110
Corpo de Segurança Pessoal Durante o ano de 2008, o Corpo de Segurança Pessoal (CSP) no âmbito da atribuição de 
segurança pessoal prestou segurança a 959 altas entidades, tendo empenhado um total 
de 2928 elementos policiais. 
CORPO DE SEGURANÇA PESSOAL N.º de Altas Entidades Nº de elementos utilizados A. E. com segurança pessoal permanente 529 1633 A. E. com segurança pessoal temporária 430 1295 TOTAL 959 2928

Salienta‐ se o número de elementos do Corpo de Segurança Pessoal afectos em 2008, às 
entidades constantes no quadro abaixo apresentado.  N.º de Entidades N.º de elementos Juízes 11 36 Testemunhas 8 28 Arguidos 1 3

Grupo de Operações Especiais O  Grupo  de  Operações  Especiais  (GOE)  empenhou  um  total  de  12957  elementos 
policiais em missões, alcançando um total de 3224 dias em missão de serviço. 
GRUPO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS N.º de missões Total de dias das N.º Elementos Combate ao Terrorismo 13 17 136 Combate à criminalidade (excepto terrorismo) 87 144 1236 Segurança pessoal a Altas Entidades 9 247 1502 Segurança a instalações (Segurança a Embaixadas ou outras instalações) 38 1083 6013 Acções de auxílio a outras Forças ou Serviços de Segurança 2 3 53 Atiradores especiais 15 77 142 Instrução a outras Forças de segurança ou Serviços de Segurança 27 462 1004 Outras actuações 73 1191 2871 TOTAL 264 3224 12957

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CONFIDENCIAL  Centro de Inactivação de Explosivos e Segurança em Subsolo O Centro de Inactivação de Explosivos e Segurança em Subsolo (CIEXSS), com sede na 
Quinta das Águas Livres ‐  Belas, tem um efectivo total de 89 elementos, distribuído por 
todo o território nacional através de Equipas de Inactivação de Explosivos e Segurança 
em Subsolo (EIEXSS). 
Em 2008, a actividade do CIEXSS obteve os seguintes resultados:  PROTECÇÃO AMBIENTAL A temática da defesa e preservação da natureza e do meio ambiente, bem como da 
conservação  dos  recursos  naturais,  continua  a  merecer  por  parte  dos  cidadãos  e 
obviamente por parte da PSP, uma atenção crescente e proactiva. Os atentados contra 
os bens naturais têm obrigado a que sejam tomadas medidas de prevenção, fiscalização 
e repressão, não só pelas entidades competentes e mais directamente envolvidas nestas 
matérias, mas também pelas entidades que, como as forças de segurança, têm na sua 
missão geral esta tarefa. 
Neste  âmbito,  a  estrutura  de  prevenção  de  ilícitos  ambientais  da  PSP  –  Brigadas  de 
Protecção Ambiental, implementadas em 2006, têm vindo a ser consolidadas a nível 
nacional. 
Neste sentido, em 2008 estavam adstritos às Brigadas de Protecção Ambiental (BriPA) 
dos Comandos da PSP, 383 elementos policiais. Convém ressalvar que, à excepção do 
que  se  passa  no  Comando  Metropolitano  da  PSP  do  Porto,  todos  estes  elementos 
policiais desempenham funções nas BriPA em acumulação com as funções que vinham 
já desempenhando anteriormente. 
ACTIVIDADES 2008 Buscas 1296 Subsolo 24 Engenhos Explosivos Reais 5 Engenhos Explosivos Falsos 77 Transportes TCV Contentor 1 Formação (Horas) 633 EXPLOSIVOS DESTRUÍDOS QUANTIDADES 2008 Mecha Lenta (m) 12 478,7 Cordão Detonante (m) 25 469,0 Explosivo (Kg) 3 943,5 Detonadores (un) 23 058 Pirotecnia (un) 144 357,4 Convencionais (un) 14 779 Very Lights (un) 5 822

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CONFIDENCIAL   
No que concerne à actividade operacional foram levadas a cabo 1245 acções sendo que 
destas, 131 foram solicitadas por entidades externas à PSP. 
Quanto aos resultados operacionais, foram elaborados 471 Autos de Notícia por Contra 
Ordenação e 306 peças de expediente diversas.    Elementos policiais mortos ou com ferimentos 
Consequências Causas - Agressões com Arma de fogo Arma branca Força física Objectos contundentes Spray´s ou similares Atropelamento Animais Outros meios Mortos Feridos graves 2 2 Feridos leves 2 2 151 13 5 2 11 Agressões sem necessidade de tratamento médico 5 277 10 6 11

Consequências das intervenções policiais em civis e/ou terceiros 
Suspeitos Causas - Agressões com: Arma de fogo policial Arma de fogo particular (de agente policial) Arma de fogo particular (não policial) Agressão física Spray´s ou similares Outros meios Mortos 1 Feridos graves 3 2 Feridos leves 11 36 12 4 Civis (indirectamente envolvidos) Causas - Agressões com: Arma de fogo policial Arma de fogo particular (de agente policial) Arma de fogo particular (não Agressão física Spray´s ou similares Outros meios Mortos Feridos graves Feridos leves 2 1 8 2

Quantificação dos danos materiais provocados (incluindo custos) 
Danos em viaturas policiais Carros patrulha Arremesso de objectos Com a ajuda de objectos Força física Outros Destruídos Danificados 2 1 Vidros partidos 7 1 Chapa amolgada 14 5 4 Outros danos 5 1 2 2 Outras viaturas Arremesso de objectos Com a ajuda de objectos Força física Outros Destruídas Danificadas Vidros partidos 3 Chapa amolgada 1 1 Outros danos 1 1

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CONFIDENCIAL  Relatórios de acções operacionais e de informações policiais

Relatórios de acções policiais de especial relevância no combate à criminalidade   POLÍCIA SEMPRE PRESENTE – “CARNAVAL EM SEGURANÇA 2008” Operação Policial que foi levada a cabo no período compreendido entre 31 de Janeiro 
de 2008 a 6 de Fevereiro de 2008, inclusive. Os Comandos da PSP através de ajustado 
emprego dos meios humanos e materiais de que dispõem, adequaram e concentraram a 
sua capacidade operacional, de forma a incrementar o sentimento de segurança dos 
cidadãos nas áreas comerciais, turísticas e sistemas de transporte públicos ou outros 
locais de grande concentração de pessoas, assegurando, nesses espaços, um elevado 
índice de visibilidade policial. 
MEIOS 2008 Meios Humanos Oficiais Chefes Agentes 106 613 4274 Total 4993 Meios Materiais Viaturas Auto 1143 Motociclos 312 Ciclomotores 67 Tablet PC 205 PDA 24 Outros meios 62 Total 1813

Resultados mais significativos Este ano efectuaram‐ se, no total, 568 detenções, sendo de destacar: 161 por condução 
de veículo sob influência do álcool; 73 por condução de veículo sem habilitação legal; 54 
em cumprimento de Mandado de Detenção Judicial; e 17 por suspeita de Tráfico de 
Substâncias Estupefacientes. 
Considerando os objectivos das Directivas Operacionais n.º 02/2008 e 03/2008, a Polícia 
de  Segurança  Pública  levou  a  cabo  1239  operações/acções  policiais.  No  âmbito 
rodoviário, a PSP fiscalizou 20576 viaturas. 
As  infracções  rodoviárias  detectadas  este  ano  contabilizam  um  total  de  4617,  o  que 
representa  um  aumento  de  396  em  relação  a  2007  (4221).  Importa  destacar  –  pelo 
menos pela sua gravidade social – as seguintes: falta de seguro: 84; falta de Inspecção 
Periódica  Obrigatória:  161;  não  utilização  de  cinto  de  segurança:  207;  utilização  de 

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CONFIDENCIAL   
telemóvel  durante  a  condução:  232;  e  não  utilização  de  dispositivo  de  retenção  de 
crianças: 60.  Sinistralidade Rodoviária Verifica‐ se que durante a semana do Carnaval a tendência, em relação ao número de 
acidentes, foi a de aumentar. Assim, durante o período da operação registaram‐ se 1267 
acidentes, conforme se apresenta no quadro seguinte.  “POLÍCIA SEMPRE PRESENTE – PÁSCOA EM SEGURANÇA 2008” Operação Policial levada a cabo por todo o dispositivo da PSP, no período compreendido 
entre 13 e 24 de Março de 2008, inclusive, com as seguintes premissas: 
• Ajustado emprego dos meios humanos e materiais, de forma a incrementar o sentimento de segurança dos cidadãos nas áreas comerciais/turísticas, sistemas de transporte públicos e outros locais de grande concentração de pessoas, assegurando nesses locais, um elevado índice de visibilidade; • Na componente de segurança rodoviária, intensificar as acções de regularização e de fiscalização de trânsito, em especial, nas principais saídas e entradas dos centros urbanos, nos períodos de maior fluxo de trânsito e em zonas de diversão nocturna, com incidência de fiscalização na condução sob o efeito do álcool e com excesso de velocidade; • Na componente da prevenção da vitimação junto dos idosos, durante este período, desenvolver, pelo menos, uma acção de sensibilização de grande impacto ao nível local junto de cidadãos idosos, direccionada para as questões da prevenção da vitimação por parte deste grupo de risco, em parceria com entidades locais (governos civis, autarquias, lares de idosos, associações ou clubes recreativos, etc.).

2008 Meios Humanos Oficiais Chefes Agentes 178 923 7912 Total 9013 Meios Materiais CP's 1985 Motociclos 393 Ciclomotores 135 Tablet PC 250 PDA 45 Outros 221 Total 3029
2007 2008 Variação 2008-2007 Variação Var. Percentual (%) Acidentes 1220 1267 47 3,85% Vitimas Mortais 3 3 0 n/a Total Feridos 264 313 49 18,56% Feridos Ligeiros 249 312 63 25,30% Feridos Graves 15 1 -14 -93,33%

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CONFIDENCIAL  Resultados mais significativos Neste âmbito foram levadas a cabo 1098 acções/operações policiais. Efectuaram‐ se no 
total 568 detenções, sendo de destacar: 266 por condução de veículo sob influência do 
álcool;  101  por  condução  de  veículo  sem  habilitação  legal;  54  em  cumprimento  de 
Mandado de Detenção Judicial; 38 detenções por Furto e 37 por suspeita de Tráfico de 
Substâncias Estupefacientes. 
O Departamento de Armas e Explosivos efectuou as acções de fiscalização definidas na 
sua Ordem de Operações, tendo sido identificadas 5 infracções e apreendido diverso 
material conforme quadro seguinte: 
CONCELHO MATERIAL APREENDIDO Lousada 50 dúzias de foguetes Monção 125 kg de matérias perigosas 6000 canudos de foguete 30 foguetes acabados Santo Tirso 4200 kg de artigos pirotécnicos Santo Tirso 700 kg de artigos pirotécnicos Tondela 103 dúzias de foguetes 12 baterias

Sinistralidade Rodoviária Durante o período da operação registaram‐ se 2057 acidentes, conforme se apresenta 
no quadro seguinte:  2007 2008 Variação 2008-2007 29MAR-09ABR 13MAR-24MAR Variação Var. Percentual (%) Acidentes 2056 2057 1 0,05% Vitimas Mortais 6 6 0 0,00% Total Feridos 502 471 -31 -6,18% Feridos Ligeiros 461 440 -21 -4,56% Feridos Graves 41 31 -10 -24,39%

“POLÍCIA SEMPRE PRESENTE – VERÃO SEGURO 2008” Para alcançar os resultados abaixo apresentados, a PSP empenhou 24869 elementos 
policiais, divididos pelas 3 categorias (Oficiais, Chefes e Agentes). 
Em termos de meios materiais foram empenhadas 7966 viaturas e 766 equipamentos 
informáticos (Tablet PC e PDA’s). 
 

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CONFIDENCIAL  Resultados mais significativos Após  recepção  das  mensagens  enviadas  pelos  Comandos,  foram  as  mesmas 
processadas,  sendo  possível  apresentar  o  quadro  discriminativo  dos  resultados  mais 
expressivos da Operação Verão Seguro 2008, conforme infra se apresenta: 
 
NÚMERO TOTAL DE OPERAÇÕES DE FISCALIZAÇÃO RODOVIÁRIA 2226 TOTAL VIATURAS FISCALIZADAS 144958 VIATURAS FISCALIZADAS EM EXCESSO DE VELOCIDADE 6787 CONDUTORES SUBMETIDOS AO TESTE DO ÁLCOOL 21752 Detectados com valores entre 0,5 e 0,8 g/l 541 Detectados com valores entre 0,8 e 1,2 g/l 673 INFRACÇÕES CÓDIGO DA ESTRADA E LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR 27671 Não utilização de cinto de segurança 1377 Uso de telemóvel durante a condução 1996 Falta de inspecção periódica obrigatória 1262 DETENÇÕES EFECTUADAS (TOTAL) 2521 Condução com excesso de álcool 927 Falta de habilitação legal para conduzir 544 Mandados detenção 406 Furto/Roubo 203 NÚMERO TOTAL DE OPERAÇÕES DE FISCALIZAÇÃO 585 INFRACÇÕES VERIFICADAS NOS ESTABELECIMENTOS (TOTAL) 698 INDIVÍDUOS IDENTIFICADOS 3365 ESTUPEFACIENTES APREENDIDOS (DOSES) 71211

OPERAÇÃO FÉRIAS 2008 – CHAVE DIRECTA Outra das componentes da Operação Verão Seguro 2008, foi a denominada Operação 
Férias,  que  a  PSP  leva  a  cabo  desde  1978  e  que  foi  incluída  na  Operação  global  de 
segurança para a época do Verão. A missão dos Comandos foi a de fazer uma vigilância 
junto das residências temporariamente desabitadas, por motivo de ausência dos seus 
proprietários, devido ao gozo de férias. 
Os Comandos receberam e processaram as informações provenientes das inscrições dos 
cidadãos, este ano nas modalidades tradicional e através de pedido “Chave Directa”, 
passando na data da ausência a executar um policiamento direccionado para a vigilância 
concreta da residência, em horários alternados e de forma discreta. 
OPERAÇÃO FÉRIAS 2008 COMANDO JULHO AGOSTO SETEMBRO VIGIADAS PEDIDO PRESENCIAL VIGIADAS CHAVE DIRECTA ASSALTADAS PEDIDO PRESENCIAL ASSALTADAS CHAVE DIRECTA VIGIADAS PEDIDO PRESENCIAL VIGIADAS CHAVE DIRECTA ASSALTADAS PEDIDO PRESENCIAL ASSALTADAS CHAVE DIRECTA VIGIADAS PEDIDO PRESENCIAL VIGIADAS CHAVE DIRECTA ASSALTADAS PEDIDO PRESENCIAL ASSALTADAS CHAVE DIRECTA AVEIRO 73 3 0 0 120 6 0 0 26 0 0 0 BEJA 16 0 0 0 36 0 0 0 6 0 0 0 BRAGA 70 4 0 0 118 5 0 0 25 0 0 0 BRAGANÇA 10 0 0 0 13 0 0 0 6 0 0 0 C. BRANCO 17 0 0 0 50 0 0 0 9 0 0 0 COIMBRA 163 8 0 0 217 8 0 0 0 0 0 0 ÉVORA 41 3 0 0 30 1 0 0 5 0 0 0 FARO 6 0 0 0 2 0 0 0 2 0 0 0 GUARDA 23 0 0 0 17 0 0 0 5 0 0 0 LEIRIA 59 3 0 0 69 2 0 0 21 0 0 0 LISBOA 510 22 0 0 1337 47 0 0 429 11 0 0 PORTALEGRE 22 0 0 0 51 0 0 0 26 0 0 0

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SANTARÉM 75 1 0 0 159 2 0 0 29 0 0 0 SETÚBAL 77 20 0 0 198 10 1 0 88 1 0 0 V. CASTELO 14 0 0 0 12 0 0 0 5 0 0 0 V. REAL 25 0 0 0 56 1 0 0 16 1 0 0 VISEU 24 1 0 0 57 0 0 0 13 0 0 0 MADEIRA 50 6 0 0 101 4 0 0 49 3 0 0 AÇORES 145 0 0 0 160 1 0 0 151 2 0 0 TOTAL 1710 73 0 0 3577 93 2 0 1084 18 0 0 “POLÍCIA SEMPRE PRESENTE – NATAL EM SEGURANÇA 2008”

Meios Afectos à Operação Meios Humanos Oficiais Chefes Agentes 396 2062 16296 Total 18754 Meios Materiais Viaturas Auto 4096 Motociclos 678 Ciclomotores 181 Tablet PC 788 PDA 206 Outros meios 628 Total 6577

Resultados mais significativos A  PSP  levou  a  cabo  2200  acções  ou  operações  policiais.  Este  ano  efectuaram‐ se,  no 
total, 1073 detenções sendo de destacar: 556 por condução de veículo sob influência do 
álcool;  203  por  condução  de  veículo  sem  habilitação  legal;  97  em  cumprimento  de 
Mandado  de  Detenção  Judicial;  53  por  suspeita  de  Tráfico  de  Substâncias 
Estupefacientes; e 32 detenções por Furto. 
No âmbito rodoviário, a PSP fiscalizou 96290 viaturas, tendo sido detectadas um total de 
12624  infracções.  Importa  destacar  –  pelo  menos  pela  sua  gravidade  social  –  as 
seguintes:  falta  de  Seguro:  229;  falta  de  Inspecção  Periódica  Obrigatória:  656;  não 
utilização de cinto de segurança: 612; utilização de telemóvel durante a condução: 1034; 
e não utilização de dispositivo de retenção de crianças: 111.  Sinistralidade Rodoviária 25NOV2007 a 07JAN2008 01DEZ2008 a 08JAN2009 Acidentes 8199 7181 Vitimas Mortais 14 14 Total Feridos 1918 1640 Feridos Ligeiros 1801 1562 Feridos Graves 117 78

II SÉRIE-E — NÚMERO 21
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CONFIDENCIAL 

Missões Internacionais Número de elementos integrados em missões internacionais (funções 
desempenhadas e postos assegurados – quando relevantes)  ÂMBITO DA ONU Timor-Leste (UNMIT) A  presente  missão  é  estabelecida  pela  Resolução  n.º  1704  de  2006  do  Conselho  de 
Segurança das Nações Unidas e visa assegurar, mediante a presença da Polícia das NU, a 
reestruturação e manutenção da segurança pública de Timor‐ Leste, através de apoio à 
Polícia  Nacional  de  Timor‐ Leste  (PNTL),  incluindo  interinamente,  e  até  a  PNTL  estar 
reconstituída, as funções executivas de segurança pública, e apoiar com mais treino, o 
desenvolvimento e reforço institucional da PNTL, bem como do Ministério do Interior, e 
ainda apoiar no planeamento de todos os preparativos relacionados com a segurança 
eleitoral, de modo a preparar adequadamente a PNTL para que esta possa desempenhar 
as suas funções. 
O efectivo da PSP empenhado durante o ano de 2008 foi de 65 elementos.  Kosovo (UNMIK) Estabelecida  pela  Resolução  n.º  1244  do  CS/ONU  e  visa  5  objectivos  principais:  a 
desmilitarização  do  Kosovo,  regresso  de  refugiados  ao  Kosovo,  a  reconstrução  do 
Kosovo, a construção de uma administração civil, a democratização da sociedade no 
Kosovo. 
Esta  missão  foi  descontinuada  em  Dezembro  de  2008,  altura  em  que  foi  iniciada  a 
missão  de  Gestão  de  Crises  do  Conselho  da  União  Europeia  no  âmbito  da  PESD, 
denominada EULEX‐ Kosovo, conforme ponto 2.2. explicita. 
O efectivo da PSP empenhado durante o ano de 2008 foi de 4 elementos.  Serra Leoa (UNIOSIL) A  Missão  de  Paz  das  Nações  Unidas  na  Serra  Leoa  (UNIOSIL)  foi  estabelecida  pelo 
Conselho de Segurança das Nações Unidas, através da Resolução n.º  S‐ RES‐ 1620 de  31 
de Agosto de 2005,  como uma continuação da Missão das Nações Unidas na Serra Leoa 

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CONFIDENCIAL  (UNAMSIL), a qual havia contribuído para pôr fim à guerra civil neste país. A UNIOSIL foi 
estendida duas vezes pelo Conselho de Segurança da ONU e foi terminada em 30 de 
Setembro de 2008, sendo substituída pela missão denominada UNIPSIL United Nations 
Integrated Peacebuilding Office in Sierra Leone. A UNIOSIL visou no seu mandato assistir 
o Governo do país a proceder à reforma e recuperação das Instituições Estatais e entre 
outras medidas importantes, em desenvolver uma programa de acção nacional sobre 
direitos humanos e a criação de uma comissão supervisora desta matéria. 
A 2 de Agosto de 2008 a presente missão foi descontinuada pelas Nações Unidas. 
Durante o ano de 2008, a PSP afectou 2 elementos policiais na presente missão.  Chade (MINURCAT) Em  25  de  Setembro  de  2007,  o  Conselho  de  Segurança  da  ONU,  pela  Resolução  n.º 
1778,  aprovou  o  estabelecimento  na  República  do  Tchad  e  na  República  Centro 
Africana,  em  colaboração  com  a  União  Europeia,  de  uma  Missão  (MINURCAT)  com 
presença  multidimensional  (nos  dois  países)  para  ajudar  a  criar  as  condições  da 
segurança conducentes a um retorno voluntário, seguro e sustentável dos refugiados e 
dos deslocadas.  
Efectivo da PSP empenhado: 
• 29 elementos da PSP durante o ano de 2008, destes, 24 elementos pertencem à UEP/GOE e constituem a Segurança Pessoal do acima indicado RESG, com presença de 6 meses cada equipa. • Neste momento encontram-se no local apenas 16 elementos (12 na equipa protecção do RESG e 4 elementos em missão).
• Estes quatro elementos desenvolvem funções de: Coordenação central de operações; Gabinete de Boas Práticas e de Coordenação Operacional a nível de Esquadra. ÂMBITO DA UNIÃO EUROPEIA República Democrática do Congo (EUPOL) A missão EUPOL RDCONGO substituiu a missão EUPOL‐ Kinshasa tem como objectivo: 
apoiar e assistir as autoridades congolesas na reforma do sector de segurança (RSS) no 
domínio da polícia e a sua interacção com a justiça. Sendo que, a presente missão não 
tem competência nem vocação de se substituir‐ se à polícia congolesa nas suas missões e 
responsabilidades.  Visa  assegurar  igualmente  uma  presença  permanente  ao  leste  do 
país, de forma a conferir assistência e avaliar o processo de estabilização do Leste do 
país. 
Efectivo da PSP empenhado: 
• Até 25 de Agosto de 2008 a PSP participou com 07 elementos.

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CONFIDENCIAL  • A partir de 3 de Setembro de 2008 (após a rotação) a PSP ficou com 5 elementos, que se mantêm no local, sendo que um deles desempenha as funções de Chefe de Missão e de Conselheiro Especial da União Europeia. Os restantes elementos desenvolvem funções de Conselheiros em matéria de Investigação criminal e de Ordem Pública.

Kosovo (EULEX) A  missão  foi  estabelecida  pela  ACÇÃO  COMUM  do  CONSELHO  EUROPEU  N.º 
2008/124/CFSP  de  04FEV2008,  com  a  denominação ‐  EULEX  KOSOVO  e  substituiu  a 
Missão das Nações Unidas (UNMIK) em 02 de Dezembro de 2008. 
O objectivo é auxiliar as autoridades do Kosovo nas diversas instituições, autoridades 
judiciárias e especificamente na aplicação da Lei no Kosovo, visando desenvolver um 
sistema independente e multiétnico de justiça e de polícia. 
Efectivo da PSP empenhado: 
• 14 elementos da PSP durante o ano de 2008, que se mantêm no local.
• Os elementos desenvolvem funções de Chefe do Projecto para designação Comandante Policia local e os restantes de conselheiros da Polícia local.

OUTRAS COLOCAÇÕES Etiópia – REUE/OUA A presente missão tem como objectivo garantir a representação do Comité de Política e 
Segurança do Conselho da União Europeia junto da Organização da União Africana. 
Durante 2008, foi afecto 1 elemento da PSP à presente missão, que se mantém no local 
com as funções de Chefe de Segurança da Missão.  Watch Peace-Keeping Capability – Bruxelas A  Watch  Peace‐ Keeping  Capability  é  um  órgão  dependente  do  Comité  de  Política  e 
Segurança (COPS) do Conselho Europeu que auxilia na monitorização da gestão de crises 
de acordo com a PESD e PESC. 
Durante o ano de 2008 foram afectos 2 elementos da PSP ao mesmo e prosseguem as 
suas funções durante 2009.  PESSOAL EM SITUAÇÃO DE LICENÇA SEM VENCIMENTO

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CONFIDENCIAL  No ano de 2008 encontravam‐ se nesta situação 12 elementos da PSP, onde se incluem 2 
Subintendentes; 1 Comissário; 1 Subcomissário; 6 Chefes e 2 Agentes. 
Formação Número de elementos policiais que concluíram acções de formação internas e 
externas  
Ao  nível  da  Formação  a  PSP  tem  vindo  a  adaptar‐ se  à  realidade  social  e  criminal, 
investindo no aperfeiçoamento e, em alguns casos, na introdução de mecanismos que 
lhe permitam responder de forma mais eficaz à realidade actual. 
Em termos globais, considerando a formação inicial, especializada e contínua, obtiveram 
formação os seguintes elementos da PSP: 
Resumo 2008 Áreas Oficiais Chefes Agentes Civis TOTAL F. Especialização 32 162 827 31 1052 F Continua (Técnico Policial) 79 268 1755 12 2114 F. Continua (Transversal) 815 2106 9012 39 12652 F. Formadores (várias áreas) 78 66 33 5 182 Plano de Formação de Tiro 18901 Formação Inicial 24 0 0 0 24 Formação Externa* 735 735 Formação Novas Oportunidades 156 * Elementos Externos no âmbito da Formação Técnica e Cívica.

Número de elementos policiais que concluíram os cursos de formação de base para 
ingresso na carreira policial 
Em  2008,  no  Instituto  Superior  de  Ciências  Policiais  e  Segurança  Interna  (ISCPSI), 
terminaram o curso de formação a Oficiais de Policia (Licenciatura em Ciências Policiais) 
24 Aspirantes.  Descriminação por áreas técnico­ policiais e outras 
FORMAÇÃO DE ESPECIALIZAÇÃO CURSOS N.º de Elementos 2007 2008 Curso de Investigação Criminal 177 322 Curso de Investigação de Acidentes de Trânsito 32 47 Curso de Segurança Pessoal 33 0 TOTAL 242 369

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CONFIDENCIAL 

FORMAÇÃO CONTÍNUA TÉCNICO POLICIAL Na Formação Contínua, no caso específico da sua vertente Técnico Policial, assentou 
sobretudo em 3 subáreas prioritárias: 
ƒ Técnicas de Intervenção Policial ƒ Plano Anual de Tiro (PAT) ƒ Gestão de Incidentes Táctico-Policiais
N.º de Elementos 2007 2008 Plano Anual de Tiro 8 808 18901 Técnicas de Intervenção Policial 783 1283 Gestão de Incidentes Táctico Policiais 77 41 Condução Defensiva 458 0 Policiamento de Proximidade 1 254 831 Cursos na Área do Trânsito 326 125 Cursos na Área da Investigação Criminal 232 322 Curso na Área das Tecnologias Policiais (SEI, SCOT, Visio, SINOA, GESDOC, GIVERH 738 4034 Outros 230 8794 TOTAL 12 906 33 521

FORMAÇÃO CONTINUA TRANSVERSAL Neste domínio, foi dada formação a 1051 elementos da PSP. Um número significativo de 
acções  foram  desenvolvidas  ao  abrigo  do  Programa  Operacional  da  Administração 
Pública (POAP), abrangendo áreas como a Cultura Organizacional e Comportamental, 
Jurídica, Gestão e Administração, Informática, Pedagogia, etc.  N.º de Elementos 2007 2008 Gestão 1328 141 Jurídica 1212 258 Informática 234 96 Comportamental 438 455 Pedagógica 91 56 Outras 752 45 TOTAL 4055 1051

FORMAÇÃO DE FORMADORES Em  2008,  o  efectivo  da  PSP  foi  provido  com  novos  formadores,  quer  em  áreas 
específicas de formação, quer na modalidade de formação pedagógica inicial, assim, o 
seguinte quadro resume a actividade formativa neste âmbito. 

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Formação Pedagógica de Formadores 56 56 Curso de Formação de Formadores de Trânsito 22 28 Curso de Formação de Formadores de Técnicas de Intervenção Policial 31 34 Curso de Formação de Formadores de Policiamento de Proximidade 22 22 TOTAL 131 140  OUTROS PROJECTOS Projectos de Criação e Implementação de novos Cursos no Portfólio da PSP Com o aprofundamento da especialização dos elementos da PSP, torna‐ se cada vez mais 
pertinente  acompanhar  esta  evolução  com  formação  adequada  às  funções 
desempenhadas pelo efectivo. Assim, verificou‐ se a necessidade de preparar um curso 
orientado para os elementos que desempenham funções de patrulha (apeada ou auto). 
Após  estudo  das  funções  desempenhadas,  a  PSP  delineou  um  curso  de  Gestão  de 
Ocorrências o qual contemplou as seguintes áreas temáticas: 
• Enquadramento Funcional; • Área Criminal; • Procedimentos Técnicos e Operacionais; e • Fiscalização Policial.
Em  fase  de  planeamento  e  respectiva  execução  já  realizada,  foram ministradas  duas 
acções  de  formação  de  formadores,  sendo  que  posteriormente  o  número  de 
formadores será alargado, bem como se irá iniciar o desdobramento destas acções. 
Também na área da Investigação Criminal se procedeu á reestruturação do Curso de 
Investigação Criminal, reformulando regulamentos e conteúdos pedagógicos, bem como 
incluindo novas temáticas e novos cursos complementares modulares. 
Igualmente  na  área  das  armas  e  explosivos  foram  criados  novos  cursos,  os  quais 
procuraram responder às recentes alterações legislativas e procedimentais efectuadas 
neste ramo 
Seguidamente elencam‐ se os cursos que foram criados ou sofreram reestruturação: 
• Gestão de Ocorrências (novo curso); • Fiscalização Técnica de Armas (novo curso); • Técnica de Peritagem de Armas (novo curso); • Técnica de Peritagem de Explosivos (novo curso); • Licenciamento Administrativo de Armas e Munições (novo curso); • Licenciamento Administrativo de Explosivos (novo curso); II SÉRIE-E — NÚMERO 21
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Consultar Diário Original

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CONFIDENCIAL  • Sistema Integrado de Gestão de Armas e Explosivos (novo curso); • Novo Regime Jurídico da Contratação Pública (novo curso); • Técnicas de Comando e Liderança (novo curso); • Gestão de Eventos (novo curso); • Curso de Investigação Criminal (reestruturação); e • Curso de Formação de Formadores de Técnicas de Intervenção Policial (reestruturação).

Concepção da Estrutura de um Centro de Formação para Missões Internacionais Com a constituição de um Centro de Formação para Missões Internacionais, destinado a 
providenciar a formação específica para o cabal desempenho das funções do efectivo da 
PSP, no âmbito das missões internacionais, foi iniciado um projecto, que pretende obter 
a certificação por parte da ONU, por forma a obter o reconhecimento dos conteúdos 
constantes do processo formativo e da sua qualidade. 
Durante 2008 procedeu‐ se à constituição de um Grupo de Trabalho para a elaboração 
da estrutura do centro, bem como da formação do curso a ser ministrado.  
O projecto continua em desenvolvimento, aguardando‐ se a aprovação das conclusões 
do grupo de trabalho.  Investimentos Aquisições (descrição e custos) e abatimentos de equipamento técnico policial  AQUISIÇÕES Designação Valor Total c/IVA (€) Equipamento Técnico Policial 448.517,30 TOTAL 448.517,30 €

Entidade Externa Designação Valor Total c/IVA DGEI – MAI Técnico Policial 1.778.071,20 € ANSR Material relacionado com Segurança Rodoviária 729.028,08 € TOTAL 2.507.099,28 €

ABATES Designação Valor Total c/IVA (€) Abate de Material de Guerra 544.298,88 Abate de Material de Trânsito 43.405,25 TOTAL 587.704,13 €

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CONFIDENCIAL  Aquisições (descrição e custos) e abatimentos de equipamento Auto  AQUISIÇÕES Entidade Externa Designação Quantidade Valor Total c/IVA DGEI – MAI MEIOS AUTO 220 3.528.118,00 € TOTAL 3.528.118,00 €

ABATES Designação Valor Total c/IVA (€) Abate de Veículos 797.335,59 TOTAL 797.335,59 €

Aquisições (descrição e custos) e abatimentos de material informático 
AQUISIÇÕES Equipamento Quantidade Valor Unitário s/ IVA Valor Total s/ IVA Observações Computador normal com monitor 1900 598,34 € 1.136.846,00 € Processos desenvolvidos em 2007 mas apenas pagos e recepcionados em 2008.
Computador avançado com monitor 50 618,34 € 30.917,00 € Computador portátil 50 873,61 € 43.680,50 € Computador portátil Tablet 38 1.856,94 € 70.563,72 € Impressoras laser monocromáticas 82 611,32 € 50.128,24 € Impressoras laser a cores 17 470,00 € 7.990,00 € Impressoras portáteis 16 252,80 € 4.044,80 € Switchs Cisco catalist 3560 25 3.234,16 € 80.854,00 € Switchs Cisco catalist 3560 3 3.123,77 € 9.371,31 € Processos desenvolvidos e pagos em 2008.
Scanners 74 77,34 € 5.723,16 € Impressoras portáteis 44 234,96 € 10.338,24 € TOTAL 1.450.456,97 € ABATES Equipamento Quantidade Computador 645 Impressoras 205 Monitores 805 TOTAL 1655

Outros investimentos de especial relevância 
EQUIPAMENTO DESIGNAÇÃO Custo c/IVA (€) Aquisição de Equipamentos Administrativos 422.960,51

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CONFIDENCIAL  Aquisição de Fardamento Vário 2.456.096,80 TOTAL 2.879.057,31

OBRAS E INSTALAÇÕES Empreitadas realizadas em 2008 Custo Total (€) 558.628,07

COMUNICAÇÕES Em 2008, entre outras aquisições relacionadas com as Comunicações, salientam‐ se as 
seguintes:  Projectos existentes ou previstos para o desenvolvimento do funcionamento das 
condições operacionais e materiais existentes 
No âmbito dos Sistemas de Informação os projectos existentes ou previstos foram: 
• Reestruturação da Página da Internet da PSP • Desenvolvimento e Implementação do Portal Verão Seguro em colaboração com a RNSI • Desenvolvimento e Implementação do Portal Operacional (Módulo de estatísticas do SEI) • Implementação do Modulo de Qualidade de dados do SEI • Manutenção do SEI • Integração do SEI com o CITIUS • Integração do SEI com a aplicação de violência doméstica do MAI • Integração do Portal de acidentes Rodoviários com o SEI • Migração do MENU para o SEI • Implementação do SIGAE • Migração do MOVI para o SEI DESIGNAÇÃO Custo c/IVA (€) Central telefónica 14.157,00 Aquisição de Baterias para Emissores/Receptores 53.002.20 Unidades de Alimentação 10.048,64 Telefone Satélite 4.311,26 Equipamento GPS 1.948,04 Telefones Analógicos 1.633,50 Equipamento GSM 2.008,60 Baterias para Sites e UPS 3.432,75 Transferência de Sala de Situação 15.361,44 Faxes G3 e G4 17.820,00 Cabo de Alimentação SIRESP 1.044,00

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CONFIDENCIAL  • Implementação do módulo que permite a GNR consultar/actualizar o módulo de viaturas furtadas e a apreender do SEI • Implementação do SIISPA - Sistema Integrados de informações sobre Perdidos e Achados • Implementação do SQE - Sistema de Queixa Electrónica • Participação no desenvolvimento do Sistema de Contra-ordenações de trânsito (SCOT), em colaboração com a RNSI • Criação de uma área de apoio (Helpdesk) de 1.ª linha (24horas x 365 dias).
Recursos Humanos Entradas de elementos policiais e não policiais para os quadros (ou outros regimes)  
 
ELEMENTOS COM FUNÇÕES POLICIAIS • 22 Subcomissários que concluíram o CFOP (cumprimento do contrato administrativo de provimento).
• 19 Cadetes que foram admitidos ao CFOP (celebração do contrato administrativo de provimento).

ELEMENTOS NÃO POLICIAIS • Transferência – 17 elementos que se encontravam na situação de requisitados e, de acordo com as normas da Lei n.º 12-A/2008, passaram então para os quadros da PSP.

Saídas de elementos policiais e não policiais da instituição (descriminado por 
causas) 
ELEMENTOS COM FUNÇÕES POLICIAIS • Falecimento - 21 • Exoneração - 2 • Pré-aposentação - 170 • Junta Superior de Saúde - 25 • Demissão - 2 • Aposentação - 41 • Limite de idade - 2 • Licença sem vencimento de longa duração – 27 • Prestação de serviço noutras entidades - 927

SAÍDAS DE ELEMENTOS NÃO POLICIAIS • Aposentação - 33 • Limite de idade - 2

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CONFIDENCIAL  • Demissão - 1 • Rescisão - 1 • Transferência - 1 • Requisição - 1 • Licença sem vencimento de longa duração - 1

Políticas e projectos existentes ou desenvolvidos nesta área 
O ano transacto pautou‐ se pela parcimónia na disponibilização de elementos policiais 
para  outras  entidades  requisitantes,  devido  à  não  admissão  de  novos  elementos  ao 
Curso de Formação de Agentes. Ainda assim, existem 927 elementos policiais a prestar 
serviço noutras entidades. 
A  reforma  orgânica  da  PSP,  definida  pela  Lei  n.º  53/2007,  de  31  de  Agosto  e  pela 
Portaria n.º 416/2008, de 11 de Junho, trouxe novos pressupostos quanto à definição e 
gestão  das  unidades  orgânicas  flexíveis.  A  reestruturação  do  Departamento  do 
Departamento  de  Recursos  Humanos,  materializou‐ se  em  quatro  divisões,  com  a 
consequente  redefinição  de  competências:  Divisão  de  Gestão  de  Recursos  Humanos, 
Divisão de Avaliação do Desempenho e Gestão de Concursos, Divisão de Vencimentos e 
Abonos e Divisão de Administração e Assessoria de Recursos Humanos. 
Implementação do Sistema Integrado de Avaliação do Desempenho da Administração 
Pública (SIADAP), desiderato objectivado na elaboração de instrumentos de apoio ao 
processo de avaliação, nomeadamente Circulares, Notas Informativas e esclarecimentos 
on‐ line. 
Atribuição de acessos e monitorização de perfis para o sistema de Gestão Integrada de 
Vencimentos  e  Recursos  Humanos  (GIVeRH),  dada  a  incumbência  de  determinados 
elementos  dos  Comandos  na  introdução/alteração  de  dados,  por  um  lado,  e  a 
manutenção  da  confidencialidade  destes,  por  outro,  de  acordo  com  o  princípio  da 
necessidade de saber. 
Transição do pessoal com funções não policiais para as novas modalidades de vínculos, 
carreiras e estruturas remuneratórias, conforme estipulado pelo art.º 109.º da Lei n.º 
12‐ A/2008, de 27 de Fevereiro.   
Criação de um Helpdesk do Departamento, através de contacto telefónico ou por e‐ mail, 
permitindo o esclarecimento directo de questões relativas ao enquadramento legal e 
outros assuntos de Recursos Humanos. O público interno tem ainda a possibilidade de 
saber  o  ponto  de  situação  de  pedidos  ou  reclamações  realizadas,  de  processos 
existentes ou de consultar a situação dos vencimentos. 

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CONFIDENCIAL   
Optimização  do  GIVeRH,  materializada  em  acções  de  formação,  relativas  ao  seu 
funcionamento  (nos  módulos  de  gestão  de  pessoas,  vencimentos,  remunerados  e 
análise  e  exploração  da  informação);  foi  ainda  disponibilizado  apoio  telefónico  aos 
Comandos. 
A Divisão de Avaliação do Desempenho e Gestão de Concursos (DADGC) realizou sete 
acções de formação em diversos Comandos no âmbito do SIADAP, a fim de esclarecer 
dúvidas e uniformizar práticas. 
A Divisão de Administração e Assessoria de Recursos Humanos (DAARH), para além de 
iniciar  a  realização  do  mapa  de  pessoal,  promoveu  cinco  acções  de  formação  em 
diversos pontos do país, de forma a agilizar as supras referidas transições.    
 

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CONFIDENCIAL    Polícia Judiciária Introdução A  Policia  Judiciária  enquanto  órgão  de  polícia  criminal  tem  como  principal  função  o 
combate e a prevenção da criminalidade de maior perigosidade e danosidade sociais, 
bem como a coadjuvação das autoridades judiciárias. 
A  sua  intervenção  ocorre,  nos  termos  da  lei,  essencialmente  na  área  dos  crimes  de 
maior  complexidade,  gravidade,  violência  ou  organização  no  cometimento,  pela 
necessidade  de  elevados  níveis  de  conhecimento  dessa  realidades,  técnicas  de 
investigação  e  conhecimentos  específicos,  saberes  acumulados  pela  experiência  de 
actuação e meios técnico‐ científicos que a Policia Judiciária dispõe. 
As suas atribuições, em sede de prevenção criminal, incluem a detecção e actuação de 
forma dissuasora de práticas criminais ou que facilitem a pratica de crimes, vigilância e 
fiscalização de pessoas, actividades e locais suspeitos de utilização para práticas ilícitas, 
e a realização de acções destinadas à promoção da prevenção em geral com vista a 
reduzir o número de ilícitos e de vítimas desses ilícitos. 
Compete  ainda  à  Policia  Judiciária  assegurar  a  ligação  dos  órgãos  e  autoridades  de 
polícia  criminal  nacionais,  e  outros  serviços  públicos  portugueses,  com  organizações 
internacionais  de  cooperação  de  polícia  criminal,  nomeadamente  Europol  e  Interpol, 
assegurar  a  centralização,  tratamento,  análise  e  difusão  de  informação  relativa  à 
criminalidade  participada  e  conhecida,  bem  como  garantir  os  meios  técnicos  para  a 
realização de perícias técnico‐ cientificas e de formação específica adequada. 
A actividade desenvolvida pela Polícia Judiciária em 2008 caracterizou‐ se, em termos 
gerais, pelas seguintes ideias‐ força:  
 
Flexibilização das estruturas organizativas e dos procedimentos de actuação 
comuns e de reacção especial aos fenómenos criminosos 
A intervenção da Polícia Judiciária não se realizou de forma heterogénea ao longo de 
todo  o  Território  Nacional  tendo,  naturalmente,  tido  em  conta  as  especificidades 
próprias das comunidades locais em que se insere. 
Na  verdade,  tem  sido  nota  dominante  o  esforço  de  adaptação  e  de  resposta  aos 
fenómenos  que,  ocasionalmente  ou  de  forma  mais  organizada  e  sistemática,  vão 
surgindo um pouco por todo o País. 

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CONFIDENCIAL  Nessa medida, como se compreenderá, uma realidade de aproximação à fronteira e de 
interioridade que marcam, por exemplo, o DIC da Guarda, obrigam a centrar a actuação 
específica nos tráficos (de Seres Humanos, de estupefacientes, de armas ou de veículos) 
e  nas  formas  de  criminalidade  que  se  desenvolvem  em  debilidades  estruturais  que 
influenciam  comportamentos,  individuais  e  colectivos,  particularmente  violentos  e 
especialmente  relacionados  com  os  crimes  de homicídios,  abuso  sexual  de  menores, 
violação, incêndios e sequestro realidade que, quanto a este último aspecto e mutatis 
mutandis,  apresenta  algumas  similitudes,  designadamente,  nas  Regiões  Autónomas, 
particularmente dos Açores. 
Fenómenos  e  preocupações  diametralmente  opostas  ocorrem  na  área  de 
responsabilidade  das  Directorias  de  Lisboa  e  Porto  –  e,  também,  nos  distritos  da 
competência  dos  DIC  de  Setúbal  e  Braga  –  sempre  muito  sensíveis  às  oscilações 
acentuadas de bem‐ estar social a que, regra geral, correspondem aumentos sensíveis da 
criminalidade contra a propriedade, em regra violenta e tendencialmente organizada, 
áreas em que se procurou e de certa forma conseguiu conter e desmantelar inúmeros 
grupos dedicados a assaltos à mão armada. 
Reforço da cooperação e intervenção inter­ institucional 
Merece  particular  destaque  a  realização,  em  2008,  de  diversas  acções  policiais,  de 
natureza preventiva e também no decurso de investigações a cargo da Polícia Judiciária 
e que envolveram a articulação de meios humanos e materiais da GNR, PSP, SEF, DGCI, 
DGAIEC e ASAE, em pleno respeito pelas competências orgânicas de cada entidade. 
As  operações  internacionais  TRANSPOL  EXPRESS  –  de  prevenção  da  criminalidade 
associada  ao  transporte  ferroviário  –  INBUS  –  de  prevenção  do  tráfico  de 
estupefacientes  através  de  veículos  pesados  de  passageiros  –  e  de  alto  impacto 
DILIGENCE  –  de  prevenção  do  tráfico  de  armas  e  que,  de  resto,  se  realizou  sob 
condições  atmosféricas  severas  –  constituíram  experiências  e  exemplos  para  futuras 
acções  coordenadas  de  largo  espectro  a  desenvolver  no  âmbito  e  com  propósitos 
exclusivamente nacionais. 
Mas  também  em  sede  de  Inquérito  se  verificaram  inúmeros  exemplos  de  actuações 
conjugadas  com  outras  entidades,  sobretudo  na  investigação  da  criminalidade 
económica organizada e, em particular, com a DGCI no combate à fraude e evasão fiscal, 
com o Conselho Nacional Anti‐ dopagem na luta contra o doping no desporto ou com a 
ASAE no âmbito do regime sancionatório do sector vitivinícola e contrabando de álcool, 
entre muitos outros exemplos. 
Também  no  que  diz  respeito  à  cooperação  internacional,  no  âmbito  de  uma 
investigação em curso sob a coordenação do OLAF e em estreita colaboração com as 

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CONFIDENCIAL  suas  congéneres  europeias,  a  Polícia  Judiciária  contribuiu  decisivamente  para 
desmantelar  uma  rede  organizada,  com  carácter  transnacional,  que  se  dedicava  ao 
contrabando de tabaco. 
De resto, esta iniciativa possibilitou a realização de operações na Alemanha e Bélgica, 
com base em informação também colhida em investigação realizada pela DCICCEF, e em 
que foram apreendidos mais de 120 milhões de cigarros, de diversas marcas, tendo as 
respectivas  autoridades  locais  procedido  à  detenção  de  doze  indivíduos,  de  diversas 
nacionalidades.  O  tabaco  era  proveniente  do  Leste  Europeu  e  destinava‐ se, 
maioritariamente, ao mercado britânico. 
Reforço da interacção com as comunidades envolventes 
A  Polícia  Judiciária  procurou,  no  ano  transacto,  manter  e  reforçar  os  laços  com  as 
comunidades em que se insere participando em inúmeras iniciativas, quer por iniciativa 
própria,  quer  respondendo  a  solicitações  da  sociedade  civil,  sobretudo  junto  da 
população mais jovem. 
A título meramente ilustrativo, refere‐ se a participação da Directoria de Coimbra em 20 
acções junto de escolas e em 8 conferências, acções e outras iniciativas, organizadas por 
Câmaras Municipais, IPSS, instituições ligadas à protecção de crianças e outras, tendo 
como destinatários pais, menores, professores e outros educadores. 
Do mesmo modo, também a colaboração prestada pela Directoria de Faro em cerca de 
30 seminários e acções de sensibilização, em escolas do Algarve e Baixo Alentejo, tendo 
em  vista  uma  melhor  orientação  dos  alunos,  pais  e/ou  encarregados  de  educação, 
quanto ao uso da Internet, face aos riscos inerentes à sua utilização, tem possibilitado 
uma  melhor  prevenção  da  criminalidade  informática,  designadamente  dos  crimes  de 
abuso  sexual  de  menores  perpetrados  através  da  internet.  A  estas  acções  de 
sensibilização terão assistido cerca de 3 000 jovens, pais e encarregados de educação. 
Por  fim,  embora  não  de  forma  exaustiva,  referem‐ se  as  acções  de  informação 
desenvolvidas pelo DIC de Leiria junto de alunos do 12.º ano de escolas do distrito na 
preparação  dos  homens  e  mulheres  –  polícias,  quem  sabe?  –  que  pretendiam 
informação  na  área  da  “Criminalidade/Ciências  Forenses”  e  na  sensibilização  e 
prevenção subordinada às “Drogas – consumos e consequências”. 
Também foi dada especial atenção às acções de prevenção, com especial incidência nas 
festividades  de  Verão  e,  sobretudo,  durante  as  Festas  Religiosas  que  reúnem  maior 
número de peregrinos, como é o caso de Fátima e da Ilha de São Miguel. 

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CONFIDENCIAL  Descrição de alguns modos de intervenção e investigações mais relevantes 
Do ponto de vista estritamente operacional a Polícia Judiciária procurou centrar a sua 
actuação, prevenindo e reprimindo, os comportamentos susceptíveis de afectar os bens 
jurídicos  merecedores  da  mais  elevada  tutela  penal  –  designadamente,  homicídios  e 
tráfico de estupefacientes – e, bem assim, do conjunto de crimes que maior impacto 
produzem  sobre  a  paz  pública  e  causadores  de  justificado  alarme  social  – 
nomeadamente, os roubos sob ameaça de arma de fogo. 
Desde  logo,  através  da  constituição  de  equipas  multidisciplinares  com  a  missão  de 
proceder  à  recolha  da  informação  necessária  à  caracterização  e  localização  dos 
estabelecimentos  de  diversão  nocturna  –  ambientes  habitualmente  associados  à 
criminalidade  violenta  –  que  funcionam  na  região  centro  do  país,  bem  como  à 
identificação dos proprietários, gerentes, seguranças e outros colaboradores que, ainda 
que provisória ou temporariamente, ali exerçam funções no âmbito das quais foram 
realizadas  mais  de  meia  centena de  acções,  com  a  colaboração  do  SEF,  na  área  das 
comarcas de Caldas da Rainha, Rio Maior, Alcobaça e Ourém. 
Com esse objectivo, também as operações desencadeadas em Julho e Novembro em 
estabelecimentos  de  diversão  nocturna  instalados  junto  de  localidades  pouco 
habituadas a este tipo de fenómenos criminosos, permitiu, com a colaboração do SEF e 
da DGAIEC, a detenção de proxenetas e prostitutas em situação de permanência ilegal 
em Portugal, bem como a aplicação aos arguidos de pesadas coimas por angariação de 
mão‐ de‐ obra ilegal.  
Noutra perspectiva, são de sublinhar os quatro homicídios consumados e seis na forma 
tentada ocorridos na Região Autónoma dos Açores, fenómeno invulgar para a realidade 
açoriana e que mereceu uma resposta cabal por parte da Polícia Judiciária na medida 
em que, desse universo de situações, resultou a detenção de dez indivíduos. 
E se 2008 fica marcado pelo acentuado acréscimo da criminalidade participada a nível 
nacional na área do roubo a dependências bancárias, estações dos CTT e empresas de 
transporte de valores (em cerca de 52%), também é verdade que as taxas de resolução 
deste tipo de crimes ascenderam de 37% em 2007 para 50% em 2008 e o número de 
detenções aumentou em 32,5% relativamente ao ano anterior. 
Para tanto, contribuíram, a montante deste fenómeno, o combate à comercialização 
ilegal de armas de fogo, realizada, por exemplo, na zona de Coimbra, em Agosto de 
2008, na sequência de algumas dezenas de disparos efectuados em plena via pública 
num dos Bairros “problemáticos” da cidade de Coimbra, e que permitiu, no espaço de 
duas semanas, apreender dezenas de armas e munições ilegais que estavam na posse 
de vários indivíduos, que acabaram por ser detidos e que estão conotados com o tráfico 

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CONFIDENCIAL   
de estupefacientes ou, na zona de Loures, na sequência de acontecimentos semelhantes 
largamente difundidos através da comunicação social. 
De enorme relevância para o sucesso obtido na investigação dos crimes de associação 
criminosa,  tentativa  de  homicídio,  roubo,  tráfico  de  estupefacientes,  receptação, 
detenção ilegal de armas e outros igualmente violentos e organizados podem aqui citar‐
se, ainda a título exemplificativo, uma operação realizada em Setembro e que culminou 
na mobilização de todos os efectivos da Directoria do Porto para a realização de 40 
buscas domiciliárias de que resultou a detenção de 20 arguidos, 8 dos quais a aguardar 
os ulteriores termos processuais em prisão preventiva, ou os resultados alcançados em 
apenas seis Inquéritos no âmbito dos quais foram esclarecidos cento e oito (108) roubos 
perpetrados  na  zona  do  Porto,  recuperadas  elevadas  quantias  em  dinheiro  e  bens 
roubados  e  reunidos  indícios  probatórios  relativamente  aos  membros  dos  grupos 
organizados que os executaram, muitos deles com violência e frieza de espírito. 
Entre muitos outros exemplos que aqui poderiam ser citados, também merecem registo 
a  operação,  desencadeada  em  Maio  contra  um  grupo  de  mais  de  20  indivíduos  da 
margem sul, responsável pela vaga de centenas de ataques a ATM nas zonas centro e 
sul  do  país  praticados  com  viaturas  de  alta  cilindrada  roubadas  de  véspera  por 
carjacking que envolveu meios das Directorias de Lisboa, Coimbra e Faro e dos DIC de 
Leiria e Setúbal, para além do COE e do CI da GNR, no decurso da qual foram executadas 
mais de 50 buscas domiciliárias e não domiciliárias e que culminou na detenção de 3 
indivíduos e recolha de material probatório que permitiu a indiciação dos arguidos e a 
conclusão de diversos inquéritos com proposta de acusação. 
Também a operação realizada em Junho no Bairro da Torre se revelou importante na 
investigação e controlo da actividade de um grupo de indivíduos que assaltavam com 
frequência carrinhas de distribuição de tabaco na zona centro do país, fazendo uso de 
elevados  padrões  de  execução,  entre  os  quais  se  destacam  complexos  sistemas  de 
vigilância aos armazéns e aos distribuidores, sequestrando os tripulantes e que não se 
coibiam de, quando interceptados pela polícia, disparar sobre as forças de segurança.  
Paradigmático de que, em determinadas circunstâncias, uma intervenção eficaz produz 
efeitos dissuasores é o caso da investigação, no DIC de Portimão, de uma sequência de 
cerca de dez roubos à mão armada efectuados por um indivíduo, sobretudo em postos 
de abastecimento de combustíveis que, após identificado e detido viu ser‐ lhe aplicada a 
medida  de  coacção  de  prisão  preventiva,  não  mais  se  tendo  verificado,  a  partir  daí, 
assaltos à mão armada a postos de abastecimento ou registado, ao contrário do que se 
afigura ser a tendência a nível nacional, um número substancial de roubos cometidos 
com arma de fogo, nem de “carjacking”. 

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CONFIDENCIAL  Finalmente, no âmbito da criminalidade económica e financeira e através do recurso às 
novas tecnologias, nomeadamente internet, foi possível levar a bom termo um conjunto 
de  investigações  de  relevo  não  obstante  se  tratarem  de  investigações  de  elevada 
complexidade e elevado nível de organização.  
Também em áreas habitualmente menos associadas à criminalidade foram objecto de 
atenção  por  parte  da  Polícia  Judiciária,  salientando‐ se,  a  resposta  aos  crescentes 
rumores  de  utilização  de  substâncias  proibidas  no  desporto  de  alta  competição, 
materializada num inquérito que incidiu sobre atletas, direcção desportiva e instalações 
de uma das equipas de ciclismo de alta competição da zona norte do país de resultou a 
apreensão  de  substâncias,  medicamentos,  material  destinado  a  auto‐ transfusões 
sanguíneas e instrumentos de uso clínico. 
Outra área em que a intervenção da Polícia Judiciária se revelou de particular sucesso 
foi a da fraude tributária, quer fiscal, quer aduaneira, no âmbito da qual se encontram 
constituídas  mais  de  duas  dezenas  de  equipas  mistas  e  cujos  resultados  estão 
espelhados, por exemplo, na constituição de 206 arguidos, 9 detenções e na realização 
de 321 buscas e apreensões. 
Esta área, de especial relevo na actual conjuntura, tem manifestos efeitos preventivos 
imediatos  que  se  traduzem  na  redução  da  prática  de  fraude  fiscal,  sobretudo,  em 
sectores mais expostos, como o da construção civil (onde, de resto, já surgem ligações 
de cidadãos e a pessoas colectivas estrangeiras à facturação falsa). 
Também a actividade delituosa de sociedades unipessoais, empresas sem instalações, 
com domicílios fiscais fictícios e portanto dificilmente localizáveis tem sido objecto de 
particular  atenção  e  de  partilha  de  informação  com  os  órgãos  da  administração 
tributária, tendo já sido identificados centenas de adquirentes (de norte a sul do país), 
sociedades comerciais que repercutiam o valor das facturas adquiridas na contabilidade 
das empresas. Numa estimativa aproximada foram alcançados valores de fraude ao IVA 
na ordem dos 11 milhões de euros.  
Outro segmento de criminalidade que tem vindo a assumir crescente importância é o 
das  burlas  com  dimensão  internacional,  regra  geral  suportadas  em  alegados 
investimentos em produtos não financeiros – obras de arte, peças em prata e ouro, 
quadros,  móveis  –  entre  outros  esquemas,  como  os  da  importação  de  mercadorias, 
tendo sempre por lema a máxima: comprar bem e vender melhor. 
No  combate  à criminalidade  informática,  “high  tech  crime”, constatou‐ se  não  só  um 
aumento  das  participações  a  que  corresponde  um  aumento  efectivo  deste  tipo  de 
criminalidade  mas,  também,  uma  progressiva  “especialização”  nestas  práticas 
criminosas 

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CONFIDENCIAL  No início do ano realizou‐ se uma operação, na zona de Lisboa, que levou à detenção de 
três indivíduos que se dedicavam à contrafacção de cartões de crédito e que actuavam, 
de norte a sul do país, desde meados de Dezembro de 2007, fabricando e montando 
painéis  frontais  de  ATM  falsos  para  assim  obterem  ilicitamente  dados  de  cartões 
bancários dos utilizadores do sistema. Seguidamente, procediam à gravação de cartões 
de plástico com bandas magnéticas os quais utilizavam posteriormente para fazerem 
levantamentos em caixas ATM. 
Fenómeno  semelhante  foi  detectado  relativamente  a  cartões  de  crédito.  Noutra 
operação  realizada  pela  DCICCEF,  foram  detidos  três  indivíduos  de  nacionalidade 
estrangeira,  quando  procediam  a  levantamentos  de  dinheiro  numa  máquina  ATM, 
usando para o efeito cartões de crédito totalmente falsificados sendo que, apenas num 
dia,  um  sábado,  efectuaram  253  movimentos,  logrando  levantar  uma  quantia  que 
ascendeu a cerca de € 19.000,00, de um total de € 43.000,00 em tentativas efectuadas. 
A somar à actuação do fim‐ de‐ semana anterior este grupo movimentaram um total de € 
68.500,00. 
De realçar, ainda, os resultados obtidos na criminalidade relacionada com obras de arte, 
quer pelo número de detenções efectuadas quer, sobretudo, pelo número, qualidade e 
valor das peças recuperadas.  
Outros modos de intervenção específicos 
Em  Setembro  a  Polícia  Judiciária  participou,  através  da  Unidade  de  Informação 
Financeira (UIF), numa acção conjunta com a DGAIC, numa operação de âmbito europeu 
denominada “Athena” que teve como objectivo o controlo de movimentos físicos de 
dinheiro,  de  e  para  determinados  destinos  previamente  seleccionados,  tendo  ainda 
participado em dois plenários do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI) e no 
plenário de um grupo regional do tipo GAFI, para a África Ocidental (GIABA).  
Estes plenários do GAFI são, como é sabido, fóruns internacionais onde se definem as 
estratégias  a  seguir  no  combate  ao  branqueamento  de  capitais  e  financiamento  do 
terrorismo, bem como se analisam os relatórios de avaliação realizados aos sistemas de 
prevenção dos vários países.  
Neste âmbito num dos plenários, foi apresentado e discutido o relatório de actualização 
da avaliação de Portugal, ocorrida em 2006.  
Também nesta sede, a actividade desenvolvida pauta‐ se por uma harmoniosa e profícua 
articulação com o Banco de Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, o 
Instituto de Seguros de Portugal e o Ministério de Justiça entidades com as quais têm 
sido desenvolvidos os maiores esforços de aprofundamento das, relações existentes. 

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CONFIDENCIAL  A Polícia Judiciária fez‐ se ainda representar no “outreach working group” no âmbito do 
grupo “Egmont” a que pertence e que tem como objectivo a monitorização da UIF em 
processo  de  adesão  a  este  Grupo,  condição  para  a  troca  de  informação  a  nível 
internacional nestas matérias e integrou o grupo de trabalho para a transposição das 
Directivas  2005/60/CE,  do  Parlamento  Europeu  e  do  Conselho,  de  26  de  Outubro,  e 
2006/70/CE, da Comissão, de 1 de Agosto, relativas à prevenção da utilização do sistema 
financeiro  e  das  actividades  e  profissões  especialmente  designadas  para  efeitos  de 
branqueamento  de  capitais  e  de  financiamento  do  terrorismo,  que  resultou  na  Lei 
25/2008 de 5 de Junho. 
Em  termos  operacionais,  a  UIF  recebeu  870  comunicações  suspeitas  por  parte  das 
entidades  financeiras  obrigadas  nos  termos  da  Lei.  Destas,  foram  abertas  557 
“investigações” que resultaram na confirmação da suspeita em 300 comunicações.  
Os crimes subjacentes aos presumíveis crimes de branqueamento detectados foram: a 
fraude fiscal (cerca de 75%), o tráfico de estupefacientes, burlas e corrupção e peculato. 
Foram ainda recebidos cerca de 22.000 registos de entidades não financeiras obrigadas 
nos termos da Lei.  
Finalmente, e no que diz respeito às diversas formas de criminalidade transnacional, 
designadamente com Espanha e nas suas mais diversas componentes, em particular a 
mais  violenta  e  organizada,  foram  mantidos  e  aprofundados  contactos  bilaterais  de 
acompanhamento de situações de particular relevo para a segurança interna em ambos 
os  lados  da  fronteira,  em  particular  através  da  DCCB,  de  onde  resultou,  a  título  de 
exemplo, a detenção, na Figueira da Foz, de um homicida e assaltante de bancos há 
muito procurado em Espanha e de um grupo que raptou um industrial espanhol em 
Madrid e o manteve em cativeiro durante 15 dias no Algarve. 
No que respeita à actividade operacional da Policia Judiciária durante o ano de 2008, 
apresentam‐ se os seguintes dados: 

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CONFIDENCIAL  Criminalidade participada

 
 
DCITE
 
DCICCEF
 
DCCB
 
Lisboa
 
Por
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Coimbra
 
Faro
 
Aveiro
 
Braga
 
Funchal
 
Guarda
 
Le
iria
 
P.
 
Delgada
 
Por
t
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mão
 
Setúbal
 
Entrados  514  3035  264 1868  3769  1129 789 662 762 625 225  645  187  417 865
Regressados  23  145  13 105  1070  35 20 16 14 13 10  19  11  18 29
Saídos  470  2222  260 1621  4661  946 800 611 690 659 226  561  188  504 659
Pendentes  187  1869  202 676  1447  584 233 224 209 89 127  285  82  239 514
O  desempenho  da  Policia  Judiciária  quando  tem  por  base  a  criminalidade  que  lhe  é 
participada, só pode ser avaliado num contexto de procedimentos administrativos já 
que muitas das notícias de crimes que lhe são participadas são remetidas ao Ministério 
Público sem qualquer acto de investigação, por serem da competência de outros OPCs. 
Ainda assim os dados disponíveis apontam para um maior volume de casos participados 
nos departamentos localizados nos grandes centros urbanos, nomeadamente áreas da 
Grande  Lisboa  e  Grande  Porto.  Quadro  normal,  já  que  são  estas  as  maiores  áreas 
populacionais do país. 
Criminalidade investigada A criminalidade investigada corresponde ao efectivo desempenho da Policia Judiciária, 
pois esta é sua principal função: a investigação criminal. 
Foram investigados pela Policia Judiciária um total de 29.785 crimes. 
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Inquéritos participados à P.J. - 2008 - por Departamento

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228 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL 

 
Verifica‐ se  em  2008,  uma  consolidação  da  redistribuição  do  peso  relativo  das  várias 
tipologias criminais que resulta da evolução dos últimos anos. 
Distribuição da criminalidade investigada pelos tipos de crime - 2008
Contra as Pessoas
17%
Contra Ident/Cult/Integr/Pess
0%
Contra a Vida em Sociedade
52%
Contra o Património
28%
Contra o Estado
3%
Criminalidade investigada 2008 - totais por tipo de crime
CONTRA A VIDA EM SOCIEDADE; 15522 CONTRA O PATRIMÓNIO; 8255
CONTRA O ESTADO; 986 CONTRA AS PESSOAS; 5017
CONTRA A IDENTIDADE CULTURAL E INTEGRIDADE PESSOAL; 5

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229 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL   
Os crimes contra a vida em sociedade e os crimes contra as pessoas decresceram de 
importância, enquanto os crimes contra o património aumentaram a sua quota relativa. 
  2004 2005 2006 2007  2008
Contra as Pessoas  14,6% 15,1% 17,0% 18,0%  16,8%
Contra Ident/Cult/Integr/Pess  0,03% 0,01% 0,01% 0,02%  0,0%
Contra a Vida em Sociedade  65,6% 60,4% 57,4% 55,0%  52,1%
Contra o Património  17,1% 20,6% 21,7% 23,1%  27,7%
Contra o Estado  2,6% 3,9% 3,9% 3,8%  3,3%
 
De acordo com os dados dos últimos cinco anos, e tendo em conta a proporcionalidade 
dos vários tipos de crime, verificamos uma certa estabilização do número de ocorrências 
de crimes contra as pessoas e um aumento do número de crimes contra o património a 
que corresponde uma diminuição do número de crimes contra a vida em sociedade. 
O  número  de  crimes  contra  o  Estado  é  meramente  residual,  tal  como  o  dos  crimes 
contra a identidade cultural e integridade pessoal. 
Evolução comparativa 2004-2008
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
2004 2005 2006 2007 2008
Contra as Pessoas Contra Ident/Cult/Integr/Pess Contra a Vida em Sociedade Contra o Património Contra o Estado

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230 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL   
 
A criminalidade investigada pela Policia Judiciária centra‐ se essencialmente nas grandes 
áreas urbanas, nomeadamente no chamado eixo Porto/Braga (30%) e Lisboa/Setúbal 
(24%) e que, no total, representam mais de metade dos inquéritos investigados. 
No que respeita ao crime económico, os dados apontam para um elevado volume de 
casos,  fruto  de  uma  particularidade,  nomeadamente  os  registos  de  falsificação  de 
moeda, onde é regra a cada nota corresponder um inquérito. Este facto inflaciona o 
número de inquéritos de moeda falsa, pois apenas uma pequena minoria correspondem 
apreensões de notas em maior quantidade.  
Inquéritos investigados 2008
distribuição por Departamento Estupefacientes
2%
Crim. Económico
14%
Crim. V iolento
2%
Lisboa
17%
Por to
24%
Coimbra
8%
Faro
5%
Aveiro
3%
Braga
6%
Funchal
3%
Guarda
2%
Leiria
4%
P.Delgada
1%
Por timão
2%
Setúbal
7%

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231 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL   
 
O crime violento encontra‐ se centrado em cinco Distritos, que correspondem também 
às  áreas  com  maior  densidade  populacional,  Lisboa/Setúbal  a  Sul,  e  Porto/Braga  a 
Norte, tendência que se mantém de 2007 para 2008. 
Este tipo de criminalidade tem sido objecto de particular atenção por parte da Policia 
Judiciária,  não  só  pelo  alarme  e  perturbação  social  que  provoca  mas  também  pelos 
efeitos decorrentes da profunda mediatização do fenómeno. 
Na  realidade,  os  indicadores  disponíveis  neste  momento,  embora  não  consolidados, 
apontam  para  a  existência  de  um  conjunto  limitado  de  grupos  a  actuar  de  forma 
violenta e que são responsáveis por uma parte significativa das ocorrências. 
 
Resultados e consequências decorrentes da actividade operacional Detenções/prisão preventiva 
No que concerne às detenções, foram detidos pela Polícia Judiciária no ano de 2008, 
1677 indivíduos, dos quais 721 ficaram em prisão preventiva, ou seja 43% de todos os 
detidos. 
Crime violento - Distritos com maior número de Inquéritos - 2007/2008
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
2007 2008 2007 2008 2007 2008 2007 2008 2007 2008
Aveiro Braga Lisboa Porto Setúbal
Distrito/A no
N
º de I
nquér
i
t
os
Homicídio com arma branca Homic ídio c om arma de f ogo
Homicídio outros meios Ofensa à integridade física grave com arma branca
Ofensa à integridade física grave com arma de fogo Ofensa à integridade física grave com outros meios
Roubo com arma branca Roubo com arma de fogo
Roubo outros meios

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232 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL   
Numa análise mais pormenorizada, verifica‐ se que o número de detenções em 2008 
apresenta um decréscimo nos meses estivais, revelando o mês de Setembro os valores 
mais altos do ano, no que concerne a este tipo de ocorrências. 
Na  análise  da  evolução  do  número  de  detidos  que  ficaram  em  prisão  preventiva,  a 
tendência geral apresenta um desenvolvimento idêntico ao verificado no número de 
detidos.  
Detenções por género  2008 
Homens  1480 
Mulheres  197 
Total de Detidos  1677 
 
 
Detidos pela Polícia Judiciária
- 2008 103
121
155
140
152
120
90
194
183
164
137
56
51 51
61 60
73
50
41
80
76
83
39
118
0
50
100
150
200
250
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n
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D
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20
08
Meses
N
º de D
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dos
Nº de detidos
Detidos em prisão preventiva
Homens
88%
Mulheres
12%

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233 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  Detenções – Crime violento 
 
  Homens  Mulheres  Total detidos 
2008
 
Homicídios  81  7  88 
Homicídio Tentativa  76  8  84 
Ofensa Integridade Física  12  0  12 
Roubo  335  4  339 
Outros crimes violentos  105  21  126 
 
  609  40  649 
Detenções – Crimes sexuais 
 
  Homens  Mulheres  Total detidos 
2008
 
Abuso sexual de crianças  50  2  52 
Abuso sexual de menores dependentes  3  3 
Abuso sexual de pessoa incapaz de 
resistência 
2  2 
Actos sexuais com adolescentes  0  0  0 
Violação  33  33 
Lenocínio; coacção sexual  5 5 
   93  2  95  Detenções – Criminalidade económico­ financeira 
 
  Homens  Mulheres  Total Detidos 
2008
 
Burlas; Fraude Obtenção de Subsídio  14  4  18 
Burla Informática e Comunicações  12   12 
Corrupção; Peculato e Adm Danosa  7  1  8 
Contrafacção de Moeda e títulos ; passagem 
de moeda falsa  32  7  39 
   65  12  77 
 

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234 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  Detenções incêndios 
  Homens  Mulheres  Total detidos 
2008
 
Incêndios, explosões em edifício const. Meio 
de transporte 
17  3  20 
Incêndios florestal  10  10 
 
Detenções Trafico de estupefacientes 
 
No que respeita às detenções, salienta‐ se ainda o cumprimento de 166 mandados de 
captura, dos quais 8 correspondem a recapturas de evadidos e 53 a capturas no âmbito 
da cooperação internacional. 
Essas detenções foram solicitadas por 13 países: Alemanha, França, Roménia, Espanha, 
Inglaterra  (estes  cinco  em  maior  número),  Estados  Unidos  da  América,  Moldávia, 
Ucrânia,  Bulgária,  Bielorrússia,  Polónia,  Brasil  e  Hungria.  Estando  na  base  das 
solicitações  crimes  de  Homicídio,  Violação,  Violação  de  Menor,  Tráfico  de 
Estupefacientes, Roubo, Assalto á Mão Armada, Associação Criminosa, Abuso Sexual de 
Menores, Burla e Falsificação, Furto, Hooliganismo, Fogo Posto, Evasão Fiscal, Abuso de 
Confiança,  Fraude  Fiscal,  Coacção,  Tráfico  de  Armas,  Uso  de  Documentos  Falsos, 
Ofensas Corporais Graves e Burla Qualificada. 
 
 
 
 
 
Detenções Tráfico de Estupefacientes
396
93
Homens Mulheres

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235 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  Apreensões 
 
 
Na comparação entre 2007 e 2008 verifica‐ se uma diminuição genérica do número de 
veículos apreendidos, com excepção dos barcos, cujas apreensões aumentaram mais de 
100%. 
 
No que concerne ao número de armas apreendidas constata‐ se que o mês de Maio foi 
aquele em que se verificou maior número de apreensões. 
No decorrer do ano de 2008 foram efectuadas outras apreensões de âmbito diverso, 
destacando‐ se a apreensão de 2 500 000 euros, 55 000 dólares americanos e 4 500 
libras esterlinas (valores aproximados). 
Há  ainda  a  realçar  a  apreensão  de  283  objectos  diversos  em  ouro,  bem  como  de  9 
imóveis. 

20 
40 
60 
80 
100 
120 
Jan  Fev Mar  Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov  Dez 
Evolução mensal das armas apreendidas ‐  2008
747 
485
10 9
44
25
39
32
7
15 

100 
200 
300 
400 
500 
600 
700 
800 
Automóveis 
Ligeiros 
Automóveis
Pesados
Automóveis
Mistos
Motociclos Barcos
Total de Veículos Apreendidos
2007 2008

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236 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  Quanto a equipamentos tecnológicos, refira‐ se a apreensão de 1 369 telemóveis, 183 
PC´s de secretária e 103 PC´s portáteis. 
A Informação Criminal 
A  Policia  Judiciária  tem  ao  longo  da  sua  existência  investido  na  área  da  recolha 
tratamento  e  análise  de  informação  criminal  de  forma  sustentada  e  consistente, 
apresentando actualmente níveis qualitativos muito elevados. 
Essa  aposta  decorre  das  disposições  legais,  mas  igualmente  de  uma  necessidade 
operacional e estratégica do funcionamento da própria Policia Judiciária. 
A gestão do SIIC ‐  Sistema Integrado de Informação Criminal, manteve‐ se durante o ano 
de  2008  na  responsabilidade  da  Unidade  Nacional  de  Informação,  integrada  no 
Departamento Central de Informação Criminal e Policia Técnica, que com as alterações à 
lei orgânica da Policia Judiciária passou a designar‐ se UIIC ‐  Unidade de Informação de 
Investigação Criminal. 
Das actividades levadas a efeito, salienta‐ se o desenvolvimento do SIIC, que se encontra 
consolidado,  e  que  sendo  uma  base  de  dados  criminais  por  excelência,  é  um 
instrumento de trabalho cada vez mais importante para a actividade investigatória da 
Policia Judiciária. 
Durante o ano de 2008, a base SIIC, foi alimentada com mais 370.362 novos “objectos”, 
desde armas, documentos, locais, notas bancárias, telefones ou pessoas colectivas. 
Foram criadas 63.814 AI’s, que corresponderam a inquéritos investigados pela Policia 
Judiciária e a expediente diverso relacionado com pedidos de outras entidades policiais 
e judiciárias, nacionais e estrangeiras, bem como outras entidades públicas e mesmo 
privadas. 
 
      
 
Total
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
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237 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL   
Total de AIs Criadas em 2008
 
Mês Total
Janeiro 5256
Fevereiro 4766
Março  4562
Abril  5629
Maio  4755
Junho  4658
Julho  5751
Agosto 4079
Setembro 7109
Outubro 7107
Novembro 5454
Dezembro 4688
Total Geral 63814
 
Recursos Humanos No que concerne aos recursos humanos da Polícia Judiciária, nomeadamente no que à 
investigação  criminal  diz  respeito,  apresentam‐ se  de  seguida  quadros  ilustrativos  da 
formação,  inicial  e  contínua,  ministrada  ao  efectivo  desta  carreira,  e,  também,  a 
evolução estatística do número de funcionários de investigação que passaram à situação 
de aposentação. 
RESUMO DA ACTIVIDADE FORMATIVA - 2008 Tipo de Formação Horas Lti
Número Aõ/C
Número Ptii t
Formação Inicial 450 1 144 Formação de Promoção 450 1 5 Formação de Formadores 105 1 12 Formação Contínua Especializada 2663 66 849 Formação Contínua de Aperfeiçoamento 307 21 397 Formação de Cooperação Nacional 2213 84 1340 Formação de Cooperação com PALOP's 850 9 147 Formação de Cooperação Internacional - CEPOL 88 4 94 Totais 7126 187 2988 Nota: Dados do Relatório Actividades anual do ISPJCC 2008  
A  actividade  formativa  ministrada  pela  Polícia  Judiciária,  através  da  Escola  da  Polícia 
Judiciária, durante o ano de 2008, consubstanciou‐ se em 7.126horas lectivas, referentes 
a 187 acções de formação, com 2988 participantes. 
 

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238 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

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239 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL 
Variação da Criminalidade Investigada pela PJ
-20
-10
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10
20
30
40
50
60
70
2004 2005 2006 2007 2008
Homicídios Roubos c/Armas Fogo Roubos Total Total de Crimes
O homicídio 
Nesta síntese é avaliada a variação registada no âmbito do crime de homicídio. Para este 
efeito foi efectuada a análise comparativa dos dados estatísticos oficiais relativamente 
aos inquéritos investigados pela Polícia Judiciária, com infracção principal de homicídio, 
durante o período cronológico de 2003 a 2008. 
Considerando‐ se  necessário  proceder  à  caracterização  dos  intervenientes, 
nomeadamente em matéria de Autores (arguidos e suspeitos) e de Vítimas, efectuou‐ se 
uma pesquisa tendo como fonte o SIIC – Sistema Integrado de Investigação Criminal. 
O crime de Homicídio face à criminalidade investigada pela Polícia Judiciária de 2003 a 2008. 
Criminalidade investigada pela Polícia Judiciária de 2003 a 2008 
Crimes  2003 2004 2005 2006 2007  2008 
Homicídios   577 510 465 483 465  494 
Roubos c/Armas Fogo  1411 1957 2025 2244 1980  3172 
Roubos Total  1853 2340 2327 2523 2290  3541 
Total de Crimes  22541 25614 22563 22315 25721  29785 
 
Taxa de variação anual da Criminalidade investigada pela Polícia Judiciária de 2003 a 2008 
Crimes  2003 2004 2005 2006 2007  2008 
Homicídios      ‐ 11,61 ‐ 8,82 3,87 ‐ 3,73  6,24 
Roubos c/Armas Fogo  38,70 3,47 10,81 ‐ 11,76  60,20 
Roubos Total  26,28 ‐ 0,56 8,42 ‐ 9,24  54,63 
Total de Crimes  13,63 ‐ 11,91 ‐ 1,10 15,26  15,80 
 
 
 
 
 
 

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CONFIDENCIAL  Evidencia‐ se o aumento da criminalidade investigada pela PJ, registado em 2008, e de 
modo mais acentuado o crime de roubo com um incremento dos valores relativamente 
a 2007, sendo indicador do grau de violência o crescimento do roubo com uso de arma 
de fogo. 
 
Caracterização da Tipologia de Autores e de Vítimas segundo o tipo de Homicídio e a 
Arma utilizada 2007 e 2008 
Ano  Tipo de arma Intervenientes Total 
Autores Vítima
20
07
 
S/Refª  195 158 353 
Arma de fogo  310 216 526 
Arma branca  155 103 258 
Força física  9 6 15 
Instrumento de trabalho 2 2 4 
Outros instrumentos  12 9 21 
Veneno ou outro produto químico 9 7 16 
Acidente de viação  0 1 1 
Total  692 502 1194 
20
08
 
S/Refª  219 148 367 
Arma de fogo  294 252 546 
Arma branca  108 103 211 
Força física  12 8 20 
Instrumento de trabalho 4 4 8 
Outros instrumentos  8 6 14 
Veneno ou outro produto químico 4 5 9 
Total  649 526 1175 
 
Caracterização da Tipologia de Autores e de Vítimas segundo o tipo de Homicídio e a Arma 
utilizada, por tipo de crime, ano 2008 
Ano  Crime  Tipo de Arma  Arguido  Suspeito  Vítima  Total 
2008 
Homicídio 
S/Refª  62 8  76  146
Arma de fogo  49 32  67  148
Arma branca  32 5  37  74
Força física  8 1  6  15
Instrumento de trabalho  1 0  1  2
Outros instrumentos  6 0  5  11
Veneno ou outro produto químico  0 0  1  1
Total  158 46  193  397
Homicídio qualificado 
S/Refª  5 1  9  15
Arma de fogo  2 2  7  11
Arma branca  2 0  2  4
Instrumento de trabalho  1 0  1  2
Total  10 3  19  32
Tentativa de homicídio 
S/Refª  84 59  62  205
Arma de fogo  127 80  177  384
Arma branca  58 11  64  133
Força física  3 0  2  5
Instrumento de trabalho  2 0  2  4
Outros instrumentos  1 1  1  3
Veneno ou outro produto químico  2 2  4  8
Total  277 153  312  742
Homicídio por 
negligência 
S/Refª  0    1  1
Arma de fogo  2    1  3
Total  2    2  4
 

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241 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL 
Distribuição por tipo de Arma utilizada de Autores de crime de Homicídio de 2003 a 2008 
Tipo de arma 
Autores 
2003  2004  2005  2006  2007  2008 
S/Refª  355 278 213 270  195  219 
Arma de fogo  234 304 273 286  310  294 
Arma branca  48 103 72 107  155  108 
Força física  12 4 5 11  9  12 
Instrumento de trabalho  0 6 3 3  2  4 
Outros instrumentos  3 3 15 9  12  8 
Veneno ou outro produto químico  2 14 2 8  9  4 
Com ameaça /coacção psicológica  0 4 0 0  0  0 
Acidente de viação  3 4 3 1  0  0 
Total  657 720 586 695  692  649 
 
Distribuição por tipo de Arma utilizada de Vítimas de crime de Homicídio de 2003 a 2008 
Tipo de arma 
Vítimas 
2003  2004  2005  2006  2007  2008 
S/Refª  370 219 154 226  158  148
Arma de fogo  203 232 226 177  216  252
Arma branca  38 91 73 78  103  103
Força física  5 4 7 9  6  8
Instrumento de trabalho  0 4 3 6  2  4
Outros instrumentos  3 4 14 11  9  6
Veneno ou outro produto químico  2 8 3 2  7  5
Com ameaça /coacção psicológica  0 1 0 0  0  0
Acidente de viação  3 3 3 1  1  0
Total  624 566 483 510  502  526
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O incremento registado no número de crimes com uso de arma de fogo também está 
evidenciado no aumento de vítimas de homicídio com arma de fogo em 2008 (17%).  
Distribuição de Intervenientes por tipo de Arma segundo o Género, de 2003 a 2008  
Distribuição de Nº vítimas segundo o Tipo de Arma, de 2003 a 2008
0
100
200
300
400
500
600
700
2003 2004 2005 2006 2007 2008
S/Refª Arma de fogo Arma branca Total

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242 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL 
Distribuição de Intervenientes de Homicídio segundo o Género por Tipo de Arma, de 2003 a 2008 
T. 
Interveniente 
Tipo de Arma 
Género
Total 
Relação de 
masculinidade F/M 
Desc. Feminino Masculino s/Refª
Arguido
 
S/Refª  119 1043 1 1163 0,114 
Arma de fogo 64 1260 0 1324 0,051 
Arma branca 39 458 0 497 0,085 
Força física  2 35 0 37 0,057 
Instrumento de trabalho  1 13 0 14 0,077 
Outros instrumentos  4 42 0 46 0,095 
Veneno ou outro produto químico 17 7 0 24 2,429 
Com ameaça /coacção psicológica 1 3 0 4 0,333 
Acidente de viação  1 5 0 6 0,200 
 
Total  248 2866 1 3115 0,087 
Suspeito
 
S/Refª  1 43 323 0 367 0,133 
Arma de fogo 1 9 364 3 377 0,025 
Arma branca 0 11 85 0 96 0,129 
Força física  0 3 13 0 16 0,231 
Instrumento de trabalho  0 0 4 0 4 0,000 
Outros instrumentos  0 0 4 0 4 0,000 
Veneno ou outro produto químico 0 13 2 0 15 6,500 
Acidente de viação  0 0 5 0 5 0,000 
 
Total  2 79 800 3 884 0,099 
Vítima
 
S/Refª  379 893 3 1275 0,424 
Arma de fogo 285 1020 1 1306 0,279 
Arma branca 112 374 0 486 0,299 
Força física  13 26 0 39 0,500 
Instrumento de trabalho  10 9 0 19 1,111 
Outros instrumentos  16 31 0 47 0,516 
Veneno ou outro produto químico 6 21 0 27 0,286 
Com ameaça /coacção psicológica 0 1 0 1 0,000 
Acidente de viação  2 9 0 11 0,222 
  
Total  823 2384 4 3211 0,345 
 
Avaliação final ‐  Homicídio 
Em média, nos últimos seis anos, são investigados pela Polícia Judiciária 500 crimes de 
Homicídio e Tentativa de Homicídio. 
 
Homicídio 
Ano  Nº  Média Mensal  Nº médio de Participações por dia 
2003  577  48  1,60 
2004  510  43  1,43 
2005  465  39  1,30 
2006  483  40  1,33 
2007  465  39  1,30 
2008  494  41  1,37 

Página 243

243 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

Homicídios consumados e tentatdos, com recurso a Arma de fogo 0
50
100
150
200
250
2004 2005 2006 2007 2008
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
2003 2004 2005 2006 2007 2008
Homicídios Roubos c/Armas Fogo Roubos Total
Estado de resolução de Inquéritos por Homicídio
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
2004 2005 2006 2007 2008
%
Activa Aguarda despacho Averbada
Env iada Finalizada Finalizada inconclusiva
Remetida
Comparando com outra criminalidade violenta pode considerar‐ se estabilizado o crime 
de homicídio.  
 
 
 
 
 
A  taxa  de  homicídios,  em  2008,  regista  um  valor  de  4,6519  por  100.000  hab., 
considerando uma população residente de 10.617.575 habitantes, sendo em termos de 
referências internacionais um valor baixo.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
                                                            
19
  A  taxa  de  homicídio  foi  calculada  com  base  no  número  de  homicídios  investigados  pela  Polícia 
Judiciária, incluindo homicídios e tentativas de homicídio. 

Página 244

244 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL 
O  Estado  de  resolução  “Finalizada”  indica  que  o  processo  de  inquérito  deu  lugar  a 
acusação por crime de homicídio. Observando a variação registada destaca‐ se o facto de 
neste tipo de crime a taxa de resolução se situar nos 60%. A excepção encontrada em 
2008 justifica‐ se pela proximidade da pesquisa de dados face à data de investigação dos 
mesmos. As participações de crime de homicídio ocorrido em 2008 ainda se encontram 
em processo de investigação criminal estando em situação de “Activos” perto de 33% 
dos Inquéritos. 
 
Os crimes de abuso sexual de crianças, menores dependentes, pessoa internada e 
outros20 
Desde 2001 é efectuada a monitorização dos crimes sexuais contra menores tendo sido 
produzidos relatórios com regularidade anual referentes à variação registada neste tipo 
de  criminalidade  e  caracterização  dos  intervenientes  e  dos  relacionamentos  e 
motivações  associadas,  assim  como  da  tipologia  de  locais  de  maior  incidência  deste 
fenómeno.  
Foram destacados os aspectos relevantes que caracterizam este tipo de criminalidade e 
as principais tendências de evolução verificadas até 2008. 
 
Número de inquéritos por crimes sexuais contra menores, investigados pela polícia judiciária, 
por anos (2000 a 2008) 
Inquéritos de crimes investigados pela P.J. 
Crimes Sexuais contra Menores   2000  2001  2002  2003  2004  2005  2006  2007  2008 
Abuso sexual de Crianças  98  264  474  1102  1075  909  1007  1083  995 
Abuso sexual menor/dependente  27  45  81  96  34  30  57  49  43 
Abuso sexual de pessoa incapaz de resistência  9  5  19  59  68  71  71  78  51 
Abuso sexual de pessoa internada  1  2  ‐  3  3  1  3  1  2 
Actos sexuais com adolescentes  4  4  25  53  76  72  95  88  132 
Violação de Menores  ‐  ‐  ‐  ‐  ‐  72  105  86  131 
Coacção sexual de menores  ‐  ‐  ‐  ‐  ‐  34  26  41  28 
TOTAL  139  320  599  1313  1256  1189  1364  1426  1382 
                                                            
20
 Os dados apresentados resultam do estudo da Criminalidade Sexual contra Crianças e Jovens que é 
anualmente monitorizado pela UNI ‐  Unidade Nacional de Informação da polícia Judiciária, desde 2002.  

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245 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL 
 
Comparação  por  tipo  de  crime,  do  n.º  total  de  infracções  registadas  com  os  casos  contra 
menores 
 
Comparação por Tipo de crime, do Nº total de Infracções registadas com os casos contra Menores  
ANO  2007  2008 
Tipo de crime  Total 
Crime contra 
Menores/Total % 
Total 
Crime contra 
Menores/Total % 
Coacção sexual de menores  41  45,56  28  56,00 
Coacção sexual (Total)  90   50  
Violação de menores  86  37,39  131  41,99 
Violação (Total)  230   312  
 
Detenções por crimes sexuais contra menores de 2000 a 2008 
Detidos resultantes de crimes investigados pela P.J.
TOTAL NACIONAL  2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006  2007  2008
Abuso Sexual de Crianças ‐‐95 107 121 114  97  52
Abuso sexual menor/dependente ‐‐9 4 4 3  2  3
Abuso sexual de pessoa incapaz de resistência ‐ ‐ ‐ 5 11 4 11  7  2
Abuso sexual de pessoa internada  ‐‐‐‐‐‐‐ ‐ ‐
Actos sexuais com adolescentes ‐‐‐ 1 4 1 ‐  5 ‐
Violação ‐25 41 51 49  30  33
Coacção sexual 4 1 ‐  5  1
 
 
Inquéritos de crimes sexuais contra menores investigados pela P.J.
de 2000 a 2008 (dados provisórios)
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

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246 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

200
400
600
800
1000
1200
2005 2006 2007 2008
Mas c ulino
Feminino
Distribuição do tipo de intervenientes, por crime de “abuso sexual de crianças”, de 2005 a 
2008. 
Abuso sexual de crianças 2005 a 2008 
Tipo de Interveniente   2005  2006  2007  2008 
Arguido  439  275  357  268 
Suspeito  484  565  673  723 
Vítima  1022  958  1056  1111 
Total  1945  1798  2086  2102 
 
Distribuição, em inquéritos de “abuso sexual de crianças”, do tipo de intervenientes (arguido, 
suspeito e vítima), segundo o género, de 2005 a 2008. 
Abuso sexual de crianças 2005 a 2008 
 
Género 
Arguido  Suspeito Vítima 
2005 2006  2007  2008 2005 2006 2007 2008 2005 2006  2007  2008
Desconhecido      4 13 1 1    
Feminino  34 11  12  5 33 23 43 43 794 723  837  867
Masculino  405 264  345  263 443 539 615 677 226 235  219  242
S/Refª  4 3 2 2 1     2
Total  439 275  357  268 484 565 673 723 1022 958  1056  1111
 
 
 
 
 
 
 
 
II SÉRIE-E — NÚMERO 21
__________________________________________________________________________________________________________
246


Consultar Diário Original

Página 247

247 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL 
Autores de Abuso Sexual de Crianças de 2005 a 2008
0
200
400
600
800
1000
1200
2005 2006 2007 2008
Masculino
Feminino
 
 
 
 
 
 
 
Avaliação final – Crimes sexuais contra crianças e jovens 
Desde 2003 a acção articulada de vários factores, com relevo para a intervenção da 
comunicação  social,  e  consequente  maior  visibilidade  que  este  fenómeno  passou  a 
adquirir,  efeito  manifestado  na  intensificação  registada  por  parte  da  sociedade  civil 
enquanto  denunciante  activa  deste  delito,  deu  lugar  a  um  aumento  acentuado  na 
participação e consequente investigação de inquéritos por crime de abuso sexual de 
crianças.  
Nos últimos seis anos registam‐ se em média por ano 1028 crimes por Abuso sexual de 
crianças  e  associando  aos  outros  crimes  sexuais  contra  menores  e  dependentes  em 
média por ano temos 1322 inquéritos.  
Podendo  considerar‐ se  estabilizado  este  fenómeno  criminal,  registando‐ se  maior 
incidência  nas  áreas  metropolitanas  de  Lisboa  e  do  Porto  tendência  inevitavelmente 
associada à densidade demográfica aí registada. 
Para estimar a evolução registada  no número  de inquéritos investigados pela Polícia 
Judiciária  neste  tipo  de  infracções  é  utilizado  o  número  médio  mensal  de  inquéritos 
participados  por  ano.  Na  tabela  que  se  segue  podem  ser  consultados  os  valores 
absolutos e o número médio de inquéritos participados por mês por ano, de 2004 a 
2008. 

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248 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL 
 
Ano 
Abuso sexual de 
crianças 
Abuso sexual de 
menores 
dependentes 
Abuso sexual de 
pessoa incapaz de 
resistência 
Abuso sexual de 
pessoa internada 
Actos sexuais com 
adolescentes  Violação de 
menores 
Nº 
Média 
mensal  Nº 
Média 
mensal  Nº 
Média 
mensal  Nº 
Média 
mensal  Nº 
Média 
mensal  Nº 
Média 
mensal 
2004  1062  89  34  3  71 6 3 0,25 78 7  28  2
2005  904  75  30  3  73 6 1 0,08 71 6  77  6
2006  996  83  57  5  71 6 3 0,25 100 8  105  9
2007  1086  91  49  4  78 7 1 0,08 88 7  86  7
 
2008  995  83  43  4  51  4  2  0,17  132  11  131  11 
 
Abuso sexual de crianças 
Ano  Nº  Média Mensal 
Nº médio de 
Participações por dia 
2004  1062  89  2,75 
2005  904  75  2,5 
2006  996  83  2,76 
2007  1086  91  3,03 
2008 995  83  2,76 

Página 249

249 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL 
Relativamente  aos  intervenientes  não  surgem  alterações  sobre  as  características 
demográficas nomeadamente ao nível do género e do escalão etário dos autores e das 
vítimas. 
Verificou‐ se no ano de 2008 uma diminuição no número de arguidos face ao número de 
suspeitos, à semelhança da diminuição registada igualmente no número de detidos por 
este tipo de infracção. 
 
O roubo de veículos automóveis – “carjacking” 
Os  estudos  disponíveis  permitem  respostas  sólidas  sobre  a  manifestação  do  Modus 
Operandi deste fenómeno criminal em Portugal: a sustentação da tese segundo a qual a 
tomada de posse violenta da viatura é baseada principalmente na utilização da mesma 
para o cometimento de outros crimes; o roubo de marcas/modelos regidos por critérios 
de oportunidade de cometimento do crime (apenas em 2007/2008 se verificou alguma 
tendência  para  marcas/modelos  de  alta  cilindrada),  a  ocorrência  do  crime  em  meio 
urbano  (sobretudo  nas  áreas  de  Lisboa  e  Porto),  a  qualquer  hora  (com  alguma 
predominância  no  período  nocturno),  qualquer  dia  da  semana  ou  mês  do  ano,  a 
utilização  significativa  de  armas  e  sobretudo  de  armas  de  fogo  com  supremacia 
numerária  por  parte  dos  autores  e  ainda  as  circunstâncias  da  abordagem  violenta  à 
vítima: tipo de local (via pública, garagem, parque de estacionamento, local ermo, Posto 
de Abastecimento de Combustível etc.) e modo como é exercido a violência (roubos 
com deslocação a ATMs; bloqueamento de via; semáforos e trânsito; no decorrer de 
assaltos; abalroamento ou simulação de acidente; namorados; táxis; tentativas). 
Para  além  da  publicação  dos  estudos  mencionados  em  sede  Intranet,  cumprindo  o 
último  ciclo  da  Análise  de  Informação,  procedendo  à  divulgação  da  mesma,  a  P.J 
preocupou‐ se ainda em elaborar “alertas”, visíveis no site público da P.J e, destinados ao 
público em geral. 
Porque o fenómeno mereceu a atenção e preocupação desta P.J, desde 2003, os cinco 
anos de análise permitem apresentar os seguintes dados: 
Assim, os valores totais do ano 2008 estimam‐ se da seguinte forma: 

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250 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL 
 
Os  seguintes  gráficos  demonstram  a  evolução  dos  Roubos  com  modus  operandi 
carjacking bem como a evolução comparativa do crime de Roubo e do modus operandi 
carjacking e de 2003 a 2008: 
 
 
Relativamente  ao  tipo  de  veículo  roubado,  não  foi  possível  até  2007  estabelecer 
qualquer  nexo  de  causalidade  entre  as  marcas/modelos  das  viaturas  roubadas  e  o 
carjacking, a ocasião determinando na maioria dos casos o seu roubo. Já a partir de 
2007  as  marcas  Audi,  BMW  e  Mercedes  são  as  que  registam  maior  incremento 
relativamente aos anos anteriores a preponderância do roubo das marcas mencionadas 
leva a colocar a hipótese de existir uma intenção por parte do agente, talvez associada 
ao tamanho da bagageira e eventualmente conectado com o furto de caixas ATM, as 
quais exigem do veículo uma capacidade de carga elevada.  
 
2003 1853 103 5,56
2004 2340 178 7,61
2005 2327 330 14,18
2006 2523 330 13.08
2007 2290 361 15,76
2008 3541 464 13,10
%
* [ Roubo a Bancos, Roubo a Estações de Correios, Roubo a Repartições Finanças e Tesourarias, Furto/Roubo por esticão, Roubo na via pública, Roubo a Postos de Abastecimento de Combustível, Roubo a Motorista de Transportes Públicos, Outros Roubos ]
ANO
Crimes de "Roubo" Investigados pela Polícia Judiciária *
Roubos c/ Modus Operandi Comparação da Evolução do Roubo e do MO Carjacking, investigados pela PJ, de 2003 a 2008
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
2003 2004 2005 2006 2007 2008
Crimes de "Roubo"
Investigados pela Polícia
Judiciária *
Roubos c/ Modus
Operandi "Carjacking"

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251 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  Serviço de Estrangeiros e Fronteiras Enquadramento Nos termos das Grandes Opções do Plano para 2008 (Lei n.º 31/2007, de 10 de Agosto), 
um dos objectivos para a política de Segurança Interna (opção 4ª) era “dar corpo a uma 
política comum de imigração, que responda às nossas relações especiais com os países 
da comunidade de povos de língua portuguesa, modernizando os serviços e a eficácia 
operacional  do  Serviço  de  Estrangeiros  e  Fronteiras,  assegurando‐ se  a  celeridade  do 
tratamento administrativo de processos e a melhoria da capacidade de intervenção do 
SEF na gestão mais eficaz dos fluxos migratórios em todas as suas fases”. 
Neste alinhamento, no decurso do ano de 2008, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras 
(SEF) prosseguiu uma estratégia cujos principiais vectores foram, para os efeitos que ora 
relevam, a expansão da vertente operacional, a renovação tecnológica, o reforço das 
relações  internacionais,  a  desburocratização  e  a  qualificação  dos  recursos  humanos. 
Neste sentido, e com recurso a um modelo de gestão por objectivos, designadamente 
através  do  Sistema  de  Avaliação  da  Administração  Pública,  em  especial  o  SIADAP  1 
(QUAR)  e  SIADAP  2,  esta  estratégia  teve  ainda  como  pressuposto  os  objectivos 
operacionais vertidos nas Grandes Opções do Plano para 2008.   
Do ponto de vista legislativo, o ano em análise ficou marcado pela entrada em vigor do 
novo regime jurídico de asilo, aprovado pela Lei n.º 27/2008, de 30 de Junho, bem como 
por um acervo de portarias concretizadoras dos regimes legais consagrados pela nova 
Lei de Estrangeiros (Lei n.º 23/2007, de 4 de Julho). 
Por outro lado, numa vertente operacional, deve destacar‐ se o arranque do processo de 
criação  dos  Centros  de  Cooperação  Policial  e  Aduaneira  (CCPA)  e,  em  termos  de 
renovação  tecnológica,  releva  o  arranque  da  emissão  dos  títulos  de  residência 
electrónicos  (eTR)  e  a  consolidação  do  RAPID  (Reconhecimento  Automático  de 
Passageiros Identificados Automaticamente).  Controlo de Fronteiras Fronteiras aéreas  Voos controlados Durante o ano de 2008, procedeu‐ se ao controlo de 82 865 voos, representando um 
aumento  de  cerca  de  10%  relativamente  a  2007  (75  274).  Tanto  os  dados  sobre 

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252 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL 
movimentos de partidas como de chegadas apresentam cifras muito aproximadas, pese 
embora uma ligeira preponderância nos movimentos de chegadas, tal como já sucedia 
em 2007. 
Em número de voos controlados por posto de fronteira, destacam‐ se o aeroporto de 
Lisboa,  com  36  328  voos,  e  o  aeroporto  de  Faro,  com  27  750  voos.  Seguem‐ se  os 
aeroportos do Porto, com 10 142, e Funchal, com 4 809 voos controlados. Não obstante 
a proximidade dos valores registados nos dois primeiros aeroportos, as realidades são 
diversas. Em Lisboa o controlo distribui‐ se, de forma equilibrada, entre grandes áreas de 
proveniência  e  de  destino,  nomeadamente  União  Europeia  extra  Schengen  (10  363), 
outros destinos europeus (8 763), África (6 983), América do Sul (6 975) e América do 
Norte (2 984). Já em Faro, cerca de 98,5% dos controlos se reportam a voos de e para a 
Europa não Schengen (27 325).  
O aeroporto de Lisboa caracteriza‐ se ainda por concentrar 31,8% dos voos Europeus não 
Schengen, 94% dos voos africanos, 80,7% dos voos da América do Sul e Central e 57,8% 
voos  da  América  do  Norte  do  total  de  voos  internacionais  que  partem,  chegam  ou 
transitam pelo território português. 
 Ilustração 121 
 
 
 
 
 
 
 
  Passageiros controlados Durante  o  ano  de  2008,  o  SEF  controlou  um  total  de  10  599  570  passageiros  na 
passagem das fronteiras aéreas externas, o que representa uma diminuição de 4,66% 
                                                            
21 PF 001 – Aeroporto de Lisboa; PF 002 – Aeroporto de Faro; PF 003 – Aeroporto do Porto; PF 004 – Aeroporto do Funchal; PF005 – Aeroporto das Lajes; PF 006 – Aeroporto de Santa Maria; PF 007 – Aeroporto de Ponta Delgada; PF 008 – Aeroporto de P. Santo.
43
48
518
531
1094
1096
249
257
2407
2402
5109
5033
13393
14357
18103
18225
Chegadas
Partidas
Chegadas
Partidas
Chegadas
Partidas
Chegadas
Partidas
Chegadas
Partidas
Chegadas
Partidas
Chegadas
Partidas
Chegadas
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0
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PF
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0
8
Movimento de Voos nos Aeroportos Internacionais

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253 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  face ao ano de 2007 (11 117 362), facto que decorre, essencialmente, de circunstâncias 
exógenas ao Serviço. 
Por posto de fronteira, sobressai o aeroporto de Lisboa, com 4 891 860 passageiros, 
seguido pelo aeroporto de Faro, com 3 730 768. Mais distanciados, surgem o aeroporto 
do Porto com 1 129 396 passageiros e o da Madeira com 685 361. 
Em termos de fluxos de passageiros nos aeroportos de Lisboa e de Faro, regista‐ se uma 
composição mais diversificada no primeiro caso, em razão das origens e destinos dos 
voos  controlados  em  ambos  os  postos  de  fronteira,  valendo  aqui  as  considerações 
formuladas a este propósito no ponto anterior.  
 
Ilustração 2 
PASSAGEIROS CONTROLADOS
22
 
TOTAL 
AEROPORTOS 
Lisboa  Faro  Porto  Madeira
23
  Lajes  P. Delgada 
10 599 570 
PF001  PF002  PF003  PF004  PF005  PF007 
4 891 860  3 730 768  1 129 396  685 361  28 580  133 605  Fronteiras marítimas  Embarcações/navios controlados Em 2008, foram controladas 33 290 embarcações nas fronteiras marítimas nacionais, o 
que representa um aumento de 11,9% relativamente ao ano de 2007 (29 750).  
Por posto de fronteira, sobressai a Marina de Vilamoura (3 830), seguida pelo Porto de 
Leixões (3 365), a Marina de Lagos (3 192), o Porto de Lisboa (3 182) e a Marina de 
Portimão (3 173). Ligeiramente afastados surgem os Portos de Cascais (2 271) e de Sines 
(2 269). 
 
 
 
 
                                                            
22 Fonte ANA e ANAM – Dados estimados.
23 Inclui 105 passageiros controlados em Porto Santo.

Página 254

254 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  Ilustração 324 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quanto  ao  tipo  de  embarcações  controladas,  as  Marinas  de  Vilamoura,  Lagos  e 
Portimão  controlam  essencialmente  as  de  recreio  (3830,  3192  e  3103, 
respectivamente),  na  sua  maioria  de  e  para  a  União  Europeia,  incluindo  o  Espaço 
Schengen25.  Já  o  controlo  exercido  no  Porto  de  Lisboa  incide  essencialmente  sobre 
navios  comerciais  (2888),  maioritariamente  da  e  para  a  União  Europeia  e  Américas. 
Quanto a navios de cruzeiro, o seu maior número é controlado também em Lisboa e no 
Funchal (293 e 262 respectivamente). 
Ilustração 4 
 
 
 
 
 
                                                            
24 PF 201 - Porto de Lisboa; PF 202 - Porto de Leixões; PF 203 - Porto de Setúbal; PF 204 - Porto de Viana do Castelo; PF 205 – Porto de Sines; PF 206 - Porto da Figueira da Foz; PF 207 – Porto de Aveiro; PF 208 - Porto do Funchal; PF 209 - Porto de Ponta Delgada; PF 211 - Porto da Horta; PF 214 - Marina de Vilamoura; PF 215 – Marina de Portimão; PF 216 - Marina de Lagos; PF 218 – Porto de Peniche; PF 220 - Porto da Nazaré; PF 222 – Porto de Póvoa do Varzim; PF 223 - Porto de Porto Santo; PF 224 - Porto de Angra do Heroísmo; PF 227 – Marina de Cascais; PF 228 – Porto de Sesimbra; 25 Nos termos do Código de Fronteiras Schengen, o controlo de embarcações de recreio é realizado de forma sistemática e presencial.
3182
3365
1603
775
2269
1102
1058
1305
1220
1473
3830
3173
3192
22
363
493
419
1276
773
2271
126
PF201
PF202
PF203
PF204
PF205
PF206
PF207
PF208
PF209
PF211
PF214
PF215
PF216
PF217
PF218
PF220
PF222
PF223
PF224
PF227
PF228
Embarcações / Navios Controlados
Tipos de Embarcações/Navios Controlados
20447
67
162
979
11635
Comerciais
Cruzeiro
Recreio
Pesca
Outros

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255 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

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256 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL   
 Recusas de entrada em Portugal e seus fundamentos 
Em 2008, foram efectuadas 3 598 recusas de entrada em Portugal, valor que traduz um 
decréscimo  de  9,2%  face  a  2007  (3  963),  coincidindo,  praticamente,  com  os  valores 
registados  em  2006.  Este  decréscimo  poderá,  de  alguma  forma,  estar  associado  ao 
decréscimo  de  4,66%  de  passageiros  controlados  nos  aeroportos  nacionais.  A 
predominância do aeroporto de Lisboa em termos de movimento de passageiros nas 
fronteiras aéreas justifica que 94,2% das situações de não admissão no país se reporte a 
este posto de fronteira. 
Ilustração 8 
 
Por  nacionalidade,  o 
Brasil  ocupa  o  primeiro 
lugar  (2  333  recusas), 
seguido do Senegal (431), 
Venezuela  (157),  Angola 
(103) e Guiné‐ Bissau (87). 
De destacar que houve 85 
casos  de  recusa  de 
entrada  em  que  não  foi 
possível  confirmar  a 
nacionalidade  dos  respectivos  indivíduos,  o  que  representa  o  sexto  maior  grupo  de 
pessoas não admitidas em Portugal. Face a 2007, assinala‐ se o aumento das recusas de 
entradas de nacionais do Brasil (12,8%) e Senegal (5,9%). Por outro lado, decresceram as 
recusas de nacionais da Venezuela (74,8%); Angola (8,8%) e Guiné‐ Bissau (10,3%). 
Em termos absolutos, 2008 mantém a preponderância, registada nos últimos anos, dos 
fluxos imigratórios latino‐ americanos, em detrimento dos africanos. Concretizando, o 
Brasil continua a destacar‐ se das demais nacionalidades no que se refere a situações de 
não admissão. Alterando a tendência de subida registada desde 2004, a Venezuela passa 
a ocupar o terceiro lugar, por troca com o Senegal. Relativamente à Bolívia, em 2008 
esta  nacionalidade  deixou  de  ter  expressividade  em  matéria  de  recusa  de  entrada, 
confirmando  a  tendência  assinalada  em  2007,  em  resultado  da  reintroduzição  da 
obrigatoriedade de visto para a entrada na União Europeia de cidadãos bolivianos26. 
                                                            
26 Regulamento (CEE) n.º 1932/2006, que altera o regulamento (CEE) 539/2001, transferindo a Bolívia para o Anexo I com a consequente introdução da obrigação de visto para os seus nacionais a partir de Abril de 2007.
Recusas de Entrada
9
25
2
160
14
3.388
PF 001
PF 002
PF 003 Outros PF's Aéreos
PF 201
Outros PF's Marítimos

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257 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  No continente africano, destaque para o aumento de recusas a cidadãos do Senegal e o 
decréscimo relativamente à Guiné‐ Bissau e a Angola. 
Ilustração 9 
 
Em termos dos principais motivos de recusa de entrada em Portugal, assinala‐ se a o 
aumento da ausência de motivos que justifiquem a entrada (1 431, representando um 
aumento  de  43,7%  face  a  2007)  e  de  ausência  de  visto/visto  caducado  (954  casos, 
traduzindo um aumento de 0,2%) e a diminuição da ausência de meios de subsistência 
(496 casos, ‐ 28,7% face a 2007) e do uso de documento falso/falsificado (283 casos, ‐
66,5%). 
O principal aspecto a reter quanto aos fundamentos de não admissão face a 2007 é o 
aumento expressivo da ausência de motivos que justificam a entrada e a redução do uso 
de  documento  falso/falsificado  (este  aspecto  será  abordado  no  capítulo  da  fraude 
documental, cf. 3.3). 
Ilustração 1027 
 
 
 
 
 
 
                                                            
27 Código (03) – Ausência de Documento de Viagem ou Documento Caducado Código (04) – Documento falso ou falsificado; Código (05) – Utilização de documento Alheio; Código (06) – Ausência visto ou visto caducado; Código (07) – Visto falso ou falsificado; Código (08) – Ausência motivos que justifiquem entrada; Código (09) – Ausência de meios de subsistência; Código (10) – Indicações para efeitos de Não-Admissão no espaço Schengen; Código (11) – Estrangeiros menores desacompanhados; Código (15) – Cumprimento de Medida Cautelar; Código (16) – Outros.
3598
2333
431
157
103 87
TOTAL Brasil Senegal Venezuela Angola Guiné Bissau
Recusas de Entrada
Fundamentos das Recusas de Entrada 2006-2008
24
70
38
207
4
888
555
19 2
40
13
6
2
3
1
64
18 8
496
14 3 1
954
12 9
283
47
952
696
996
10
16 6
17 0
11
844
24
670
977
Código (03)
Código (04)
Código (05)
Código (06)
Código (07)
Código (08)
Código (09)
Código (10)
Código (11)
Código (15)
Código (16)
2008
2007
2006

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258 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  Cruzando as nacionalidades com os fundamentos da recusa de entrada, verifica‐ se que 
nos casos do Brasil, Senegal, Venezuela e Angola a ausência de motivos que justifiquem 
a entrada foi o motivo largamente predominante.  
Ilustração 1128  Medidas Cautelares detectadas 
Em 2008, foram detectadas 1 565 medidas cautelares, representando um aumento de 
12,4% relativamente ao ano de 2007 (1 392).  
Por  tipo  de  medida,  sobressai  o  mandado  de  captura  (396  detecções;  +4,8%  face  a 
2007), pedido de paradeiro no âmbito de processo administrativo de expulsão29 (329; ‐
15,2%  face  a  2007)  e  pedido  de  paradeiro  de  autoridade  policial  (298;  +9,6%  face  a 
2007). 
Ilustração 1230 
 
                                                            
28 Código (04) – Documento falso ou falsificado; Código (05) – Utilização de documento Alheio; Código (06) – Ausência visto ou visto caducado; Código (08) – Ausência motivos que justifiquem entrada; Código (09) – Ausência de meios de subsistência.
29 Paradeiro para Efeito de Expulsão – Art. 141.º n.º 1, 148 e 161 da Lei n.º 23/2007, de 4 de Julho; 30 Legenda: MC – Mandado de Captura; PP – Paradeiro Autoridade Policial; PJ – Paradeiro Autoridade Judicial; PA – Paradeiro p/ Asilo; PE – Paradeiro para Efeito de Expulsão – Art. 141.º n.º 1, 148.º e 161.º da Lei n.º 23/2007; PN – Paradeiro p/ Notificação – Art. 85.º, n.º 5 e 149.º da Lei n.º 23/2007; DC – Declaração de Contumácia; DS - Detecção Simples; IE – Interdição de Entrada; IS – Interdição de Saída; CP – Cumprimento de Pena; VD – Vigilância Discreta; AD – Adulto Desaparecido; MD – Menor Desaparecido; OP – Oposição ao Progenitor; EE – Encargos ao Estado.
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
Brasil Senegal Venezuela Angola Guiné Bissau Outros
Código (04)
Código (05)
Código (06)
Código (08)
Código (09)
396
298
70
329
209
0
0
0
98
92
13
30
11
2
2
0
15
MC PP PJ PE PN PA DC DS IE IS CP V D A D A S EE OP MD
Medidas Cautelares Detectadas

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259 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  Por local de detecção, à semelhança dos anos anteriores, destaca‐ se o Aeroporto de 
Lisboa  (443),  Direcção  Regional  de  Lisboa,  Vale  do  Tejo  e  Alentejo  (370),  Direcção 
Regional do Algarve (202) e a Direcção Regional do Norte (107). 
Ilustração 13 
 
Vistos concedidos nos Postos de Fronteira 
Em  2008,  foi  concedido  um  total  de  8  187  vistos  na  fronteira,  expressando  um 
acréscimo  de  53%  relativamente  a  2007  (5  350).  Por  tipologia,  surge,  de  forma 
destacada, o visto de trânsito (6 824), seguido do visto de curta duração (1 189) e do 
visto especial31 (104). 
Por local de emissão, destaca‐ se o aeroporto de Lisboa (2 205) e o porto de Lisboa (1 
979).  
Deve  assinalar‐ se,  ainda,  que  boa  parte  dos  vistos  concedidos  nas  fronteiras  têm  os 
Marítimos por destinatários, sendo emitidos ao abrigo das facilidades consagradas pelos 
instrumentos internacionais aplicáveis a estes profissionais. 
Ilustração 14 
 
                                                            
31 Emitido nos termos do art. 68.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de Julho.
Medidas Cautelares Detectadas
346
97
107
443
370
202
PF 001
DRLVTA
DRA
PF 003
DRN
Outros
112
208
104
3421
4692
6894
479
450
1189
VCD - Vistos de
Curta Duração
VT - Vistos de
Trânsito
VE - Vistos
Especiais (Artº 49º)
Vistos Concedidos em PF's
2006 2007 2008

Página 260

260 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  Actuação em Território Nacional

Fiscalização 
Em  2008,  no  âmbito  da  actividade  de  fiscalização  desenvolvida  pelas  Direcções 
Regionais, foram realizadas 9 734 acções, das quais 5 670 foram empreendidas pelo SEF 
de  forma  autónoma  e  4  064  em  actuação  conjunta  com  outras  entidades, 
nomeadamente GNR, PSP, PJ, ACT, Segurança Social e Cuerpo Nacional de Policia de 
Espanha, esta no âmbito da cooperação luso espanhola. 
Em confronto com os dados de 2007 (6 727), constata‐ se um substancial aumento de 
44,7%, dando‐ se assim continuidade à estratégia de combate ao emprego clandestino, à 
imigração ilegal e ao tráfico de seres humanos, uma das prioridades do SEF nos anos 
mais recentes, particularmente intensificada no decurso do ano em análise. 
A Direcção Regional do Centro foi a unidade orgânica que maior número de acções de 
fiscalização empreendeu, com um total de 3 006 operações, explicado em parte pelo 
Posto Misto de Vilar Formoso ser o principal ponto de entrada terrestre no país. 
 
Ilustração 15 
ACÇÕES DE FISCALIZAÇÃO DR. Norte DR. Centro DRLVTA DR.
Algarve DR.
Madeira DR.
Açores TOTAL TOTAL GERAL 2.525 3.006 1.959 1.521 434 289 9.734 AUTÓNOMAS 2.137 981 1.078 777 433 264 5.670 CONJUNTAS 388 2.025 881 744 1 25 4.064 Do  total  das  acções,  destacam‐ se  os  controlos  móveis  (2  995),  a  fiscalização  a 
estabelecimentos de restauração (1 105) e a terminais de transportes (1 064). 
No âmbito das acções de fiscalização executadas, foram identificados 271 087 cidadãos, 
dos quais 122 149 eram portugueses e 96 568 eram nacionais de outros países da União 
Europeia. Daquele universo, 52 370 eram nacionais de países terceiros, dos quais 3 736 
se  encontravam  em  situação  ilegal.  Face  aos  valores  de  2007,  o  número  total  de 
cidadãos  identificados  registou  um  aumento  de  12,8%  em  2008.  De  igual  forma,  o 
número de nacionais de países terceiros identificados registou um aumento face a 2007, 
pese  embora  uma  ligeira  diminuição  do  número  daqueles  que  permaneciam  em 
situação ilegal (9,59% em 2007 face a 7,13% em 2008). 

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261 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

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AI

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262 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  Regista‐ se,  igualmente,  um  aumento  na  ordem  dos  6,6%,  dos  processos  distribuídos 
para investigação, com 369 processos, valor superior ao quantitativo registado em 2007 
(346), com clara predominância de Lisboa32.  
Por  tipo  de  crime  predominante,  evidenciam‐ se  os  inquéritos  relativos  ao  crime  de 
auxílio  à  imigração  ilegal,  com  232  inquéritos  (+19,6%  face  a  2007),  falsificação  de 
documentos,  com  160  inquéritos  (‐ 8%),  e  lenocínio,  com  33  inquéritos  (‐ 26%), 
casamento de conveniência e angariação de mão‐ de‐ obra ilegal, que registaram 18 e 17 
casos, respectivamente. 
Ilustração 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Relativamente à nacionalidade dos arguidos, continuam a destacar‐ se a portuguesa e a 
brasileira, com 143 indivíduos. Seguem‐ se a nigeriana (27), guineense (Bissau) (18) e a 
senegalesa (17). 
Ilustração 20 
 
 
 
 
 
 
 
                                                            
32 DCIPAI – Direcção Central de Investigação, Pesquisa e Análise da Informação 17
1
3
232
2
18
11
1
1 1
22
1
160
33
21
11 14
10
10
10
INQUÉRITOS POR TIPO DE CRIME PREDOMINANTE
Angariação de Mão de Obra Ilegal
Associação ao Auxílio à Imigração Ilegal
Associação Criminosa
Auxílio à Imigração Ilegal
Carimbo Falso
Casamento de conveniência
Contrafacção de documentos
Desconhecidos
Desobediência
Documento furtado
Extradição
Falsidade de depoimento
Falsificação de Documentos
Lenocínio
Outro
Tráfico de Pessoas
Uso de Documento Alheio
Uso de Passaporte Alheio
Uso de Passaporte Falso
Violação da Interdição de Entrada
16
143
13
10
30
7
18
5 4
10
11
27
7
13
143
15
17
7
NACIONALIDADE DOS ARGUIDOS
Angola
Brasil
Cabo V erde
China
Desconhecida
Egipto
Guiné Bissau
Ìndia
Itália
Marrocos
Moldáv ia
Nigéria
Outros
Paquistão
Portugal
Roménia
Senegal
Ucrânia

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263 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

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Nepal   
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007

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264 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  Em  síntese,  assinala‐ se  o  predomínio  da  criminalidade  relacionada  com  o  auxílio  à 
imigração  ilegal,  falsificação  de  documentos,  lenocínio  e  os  casamentos  por 
conveniência.  O  crime  de  auxílio  à  imigração  ilegal  merece  particular  atenção  por  a 
eleestarem acessoriamente ligados fenómenos criminais de maior complexidade, como 
é o caso do tráfico de pessoas. A este propósito e a título de exemplo, sublinham‐ se as 
condenações  de  que  foi  alvo  uma  rede  composta  por  cidadãos  do  leste  e  também 
nacionais, no Algarve. Uma nota, ainda, para o casamento de conveniência, conduta 
recentemente criminalizada por via do art. 186.º da Lei n.º 23/2007 de 4 de Julho, que 
esteve na origem de 18 inquéritos, como crime predominante.  
No  ano  de  2008  foi  ainda  concedido  um  total  de  26  autorizações  de  residência  a 
cidadãos estrangeiros vítimas de infracções penais ligadas ao tráfico de pessoas ou ao 
auxílio  à  imigração  ilegal,  das  quais  11  foram  emitidas  a  vítimas  do  tráfico  de  seres 
humanos, nos termos do art. 109.º da Lei n.º 23/2007 de 4 de Julho.  Fraude Documental 
Durante  o  ano  de  2008  foram  registadas  733  detecções  de  fraude  documental 
(documentos  de  viagem,  identidade  e  de  residência),  o  que  corresponde  a  um 
decréscimo de 54% relativamente ao ano anterior (1597 detecções). 
Por tipo de fraude, destacam‐ se os documentos alheios (227), contrafeitos (158), com 
fotografia  substituída  (85),  com  páginas  substituídas  (67),  com  carimbos  falsos  ou 
falsificados (52), com vistos falsos ou falsificados (48), emitidos indevidamente (41) e 
com alteração de dados (25). 
O  decréscimo  acentuado  da  detecção  de  fraude  documental,  em  2008,  encontra‐ se 
maioritariamente  ligado  à  redução  notável  da  fraude  relacionada  com  documentos 
venezuelanos, a qual, de um total de 464 documentos, em 2007, passou a 42 detecções 
em 2008. Estes valores reflectem as medidas de controlo a montante, designadamente, 
junto das transportadoras e os esforços envidados por Portugal junto das autoridades 
venezuelanas. Em simultâneo, o reforço da segurança documental e a introdução de 
dados  biométricos  em  documentos  de  viagem  europeus  vêm  concorrendo 
decisivamente para a redução da falsificação deste tipo de documentos. Por outro lado, 
o alargamento da União e da sua fronteira externa, constituiu um factor de deslocação 
da  utilização  de  documentos  fraudulentos,  tendência  já  assinalada  noutros  Estados 
Membros.  

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265 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  Locais de detecção 
Quanto aos locais de detecção, durante o ano de 2008 registaram‐ se 636 intercepções 
no Aeroporto de Lisboa (PF001), cerca de 87% do total (por oposição a 82% em 2007), 
37 no Posto Misto de Vilar Formoso, 31 no Aeroporto do Porto (PF003), 5 no Aeroporto 
de Faro (PF002). Regista‐ se, ainda, a detecção de 18 documentos fraudulentos pelas 
Direcções e Delegações Regionais do SEF e 4 no Posto Misto do Caia. 
De assinalar ainda o facto de a Guarda Nacional Republicana e o Cartório Notarial de 
Sacavém  terem  reportado  ao  SEF  documentos  fraudulentos  (1  documento  cada 
entidade).  Nacionalidade dos documentos 
De um universo de 332 documentos da União Europeia interceptados destacam‐ se 157 
autorizações de residência34 (48 das quais portuguesas), 84 passaportes (15 dos quais 
portugueses) e 51 bilhetes de identidade (21 dos quais também portugueses). 
Os  documentos  europeus  mais  utilizados  foram  os  portugueses  (89);  franceses  (81); 
italianos (62); espanhóis (44) e documentos e belgas (21), nacionalidades que, em 2007, 
também detiveram maior expressividade. 
Relativamente ao continente africano, destacam‐ se os documentos do Senegal com 111 
documentos (106 passaportes e 5 bilhetes de identidade), colocando esta nacionalidade 
no topo das detecções efectuadas no decurso do ano de 2008.  
No  que  respeita  aos  Países  Africanos  de  Língua  Portuguesa,  foram  detectados  90 
documentos objecto de fraude (85 dos quais eram passaportes), repartidos da seguinte 
forma: 60 da Guiné‐ Bissau, 15 de Angola, 8 de Cabo‐ Verde e 2 de Moçambique.  
Relativamente  aos  países  da  América  Latina,  foram  detectados  94  documentos 
fraudulentos, dos quais 42 venezuelanos (31 passaportes, 10 bilhetes de identidade e 1 
certidão de nascimento). Contrariando um fenómeno assinalado ao longo dos últimos 
quatro anos, a incidência da fraude documental envolvendo documentos venezuelanos 
manifestou um decréscimo de 91% face a 2007. 
Relativamente aos 39 documentos asiáticos detectados, verifica‐ se que a nacionalidade 
mais  representativa  é  a  República  da  Coreia,  com  16  documentos,  entre  os  quais  9 
passaportes, 6 bilhetes de identidade e 1 carta de condução.  
Foram  ainda  detectados:  4  passaportes  da  Malásia;  3  passaportes  do  Brunei;  2 
documentos  de  Hong‐ Kong;  2  passaportes  de  Israel;  2  passaportes  do  Paquistão;  2 
                                                            
34 Esmagadoramente de modelos antigos, desprovidos de dados biométricos.

Página 266

266 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

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267 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

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268 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

Brasil Cabo Verde Ucrânia Angola Guiné Bissau
Processos de Expulsão Administrativa Instaurados
Dos  destinos  com  maior  número  de  documentos  interceptados  à  saída  de  território 
nacional, de um total de 57 ocorrências, evidenciam‐ se o Canadá (9), o Brasil (8) e o 
Reino  Unido  (7).  O  posto  de  fronteira  do  Aeroporto  de  Lisboa  é  o  local  com  maior 
número de detecções de documentos à saída de território nacional, num total de 50, ou 
seja, 88% do total. 
Afastamentos  Expulsões Ilustração 26 
Durante  o  ano  de  2008  foram 
instaurados  1  965  processos 
administrativos de expulsão, o que 
representa  uma  diminuição 
relativamente  ao  ano  anterior  (2 
536  casos).  Por  nacionalidades, 
destacam‐ se  o  Brasil  (966),  Cabo‐
Verde (228), Ucrânia (113), Angola 
(112)  e  Guiné‐ Bissau  (86), 
mantendo inalteráveis as principais 
nacionalidades  assinaladas  no  ano 
anterior. 
Durante 2008 foram afastados 785 estrangeiros, representado um aumento de 10,9% 
face  ao  ano  de  2007  (715).  Deste  valor,  213  afastamentos  ocorreram  no  âmbito  do 
processo de expulsão judicial (221 em 2007).  
No âmbito de processo de expulsão administrativa, foram afastados 452 estrangeiros 
(327 em 2007) e foram conduzidos à fronteira35 120 pessoas (167 em 2007).  
Uma  vez  que  as  formas  de  afastamento  expulsão  judicial  e  condução  à  fronteira 
pressupõem uma decisão judicial, cabendo ao SEF somente a sua execução, o respectivo 
volume não depende da actuação do serviço. 
As nacionalidades mais representativas, no âmbito do afastamento foram as do Brasil 
(336), Ucrânia (81), Marrocos (56), Cabo‐ Verde (50) e Venezuela (46). Também no caso 
dos  afastamentos  executados  se  mantêm  as  nacionalidades  mais  representativas 
                                                            
35 Art.º 147.º da Lei n.º 23/2007, 4 de Julho.

II SÉRIE-E — NÚMERO 21
__________________________________________________________________________________________________________
268


Consultar Diário Original

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269 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL   
identificadas  em  2007,  mas  regista‐ se  um  aumento  muito  significativo  no  caso  dos 
cidadãos de Marrocos.   
Ilustração 27 
 
Pese  embora  a  redução  do  número  de  processos  de  expulsão  administrativos 
instaurados, regista‐ se um aumento dos valores relativos à respectiva execução, o que 
traduz  o  esforço  empreendido  em  termos  de  instrução  processual  e  execução  das 
expulsões  de  cidadãos  que  não  tinham  condições  para  beneficiar  de  eventual 
regularização. Por outro lado, a redução dos processos instaurados poderá reflectir quer 
o acesso de cidadãos estrangeiros ao regime excepcional de residência dos art.os 88.º, 
n.º 2, e 89.º n.º 2, da Lei de Estrangeiros, uma vez reunidos os respectivos requisitos 
legais, quer o aumento das notificações para abandono voluntário. 
 
Notificações para abandono voluntário 
Em  2008  registaram‐ se  6  816  notificações  para  abandono  voluntário  de  território 
nacional, o que representa um aumento de 10,7% relativamente ao ano anterior (6 155 
notificações).  
Ilustração 28 
 
Afastamentos Executados
452
120
213
Condução à Fronteira Judiciais Administrativas
4240
366
325
295
267
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Brasil Guiné
Bissau
Índia Cabo
Verde
Ucrânia Outros
Notificações para Abandono Voluntário

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270 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  Por  nacionalidades,  surge  destacado  o  Brasil  (4  240),  seguido  da  Guiné‐ Bissau  (366), 
Índia  (325),  Cabo‐ Verde  (295)  e  Ucrânia  (267).  Face  ao  ano  de  2007,  regista‐ se  o 
aumento dos cidadãos da Guiné‐ Bissau (158) e da Índia (135), e a exclusão de Angola 
das nacionalidades mais representativas. Ainda quanto à Índia, pela primeira vez, esta 
surge  como  a  segunda  nacionalidade  mais  representativa  em  termos  de  ilegais 
detectados, logo ao seguir ao Brasil (Cf. 3.1). Acresce, ainda, que tanto a Índia como a 
Guiné‐ Bissau surgem pela primeira vez como nacionalidades representativas no âmbito 
do processo de readmissão activa (Cf. 3.4.3).  Readmissões 
No  decurso  de  2008  ocorreram  599  readmissões  passivas,  das  quais  377  foram 
solicitadas por Espanha e 224 por França. As readmissões activas totalizaram 427, das 
quais  425  foram  solicitadas  a  Espanha  e  2 a  França.  Relativamente  ao  ano  de  2007, 
denota‐ se um aumento de 7% nas readmissões passivas (560) e um decréscimo de 5,5% 
no caso das readmissões activas (452). 
Relativamente  às  nacionalidades,  na  readmissão  passiva,  destaca‐ se  o  Brasil  (224), 
seguido de Cabo‐ Verde (89), Guiné‐ Bissau (42), Angola (32) e Paquistão (27), sem que 
tais nacionalidades representem alterações face a 2007. 
Ilustração 29 
 
No caso das readmissões activas, para além de o Brasil continuar a constituir a principal 
nacionalidade  (159),  surgiram  em  2008  países  sem  representatividade  nos  anos 
anteriores, designadamente a Índia (36), Guiné‐ Bissau (30), Cabo‐ Verde (21) e Marrocos 
224
89
42
32 27
185
Brasil Cabo Verde Guiné Bissau Angola Paquistão Outros
Readmissões Passivas

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271 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL   
e  Nigéria  (16  em  ambos  os  casos),  ocupando  os  lugares  anteriormente  detidos  pelo 
Paquistão e Egipto. 
Ilustração 30 
 
 
Em  síntese,  os  dados  relativos  às  readmissões  constituirão  um  indicador  sobre  a 
composição dos fluxos migratórios irregulares com origem ou trânsito em Portugal (no 
caso  das  activas)  e  com  origem  noutros  Estados  da  UE,  designadamente  Espanha  e 
França (no caso das readmissões passivas).   Processos de contra­ ordenação 
Em 2008 foram instaurados 33 353 processos de contra‐ ordenação no âmbito do regime 
legal de estrangeiros36, expressando um acentuado aumento de 67,9% face aos valores 
de  2007  (19  859  processos  instaurados).  Este  aumento  traduz  o  efectivo  esforço  do 
Serviço no domínio da fiscalização dos estrangeiros em território nacional e representa 
o crescimento mais acentuado dos últimos anos.  
Em termos de excesso de permanência37, de um total de 17 091 processos instaurados, 
sobressaem os nacionais do Brasil (12 612), Ucrânia (886), Cabo‐ Verde (710), Angola 
(470) e República Moldava (317). 
Relativamente à falta de declaração da entrada por fronteira não sujeita a controlo38, 
de um total de 4 295 processos instaurados, realçam‐ se os nacionais do Brasil (3 158), 
Ucrânia (240), China (214), República Moldava (98) e Uzbequistão (58). 
                                                            
36 Art.ºs 192.º a 203.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de Julho.
37 Art.º 192.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de Julho.
38 Art.º 197.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de Julho.
159
36
30
21
16
165
Brasil Índia Guiné-Bissau Cabo Verde Marrocos Outros
Readmissões Activas

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CONFIDENCIAL  O total de processos de contra‐ ordenação instaurados por emprego de estrangeiros não 
habilitados para o efeito39, ascendeu a 1 113 processos. Saliente‐ se que a esmagadora 
maioria das entidades patronais eram de nacionalidade portuguesa (848), seguindo‐ se 
as entidades de nacionalidade brasileira (124), chinesa (32) e romena (26). 
Ilustração 31 
 
 
 
 
 
 
Regresso voluntário (OIM) Beneficiaram do programa de apoio ao regresso voluntário40, concretizado no âmbito 
do protocolo entre o Estado Português e a Organização Internacional para as Migrações 
(OIM),  um  total  de  347  estrangeiros41,  destacando‐ se  os  nacionais  do  Brasil  (279), 
Angola (25), Ucrânia (12), Cabo‐ Verde (9) e Federação Russa (9). 
Verifica‐ se,  pois,  um  significativo  aumento  de  24,8%  face  a  2007  (278  regressos 
voluntários), sem que este acréscimo tenha gerado variações dignas de nota ao nível das 
nacionalidades. Este incremento estará associado à promoção do programa de regresso 
voluntário, no âmbito do projecto SEF/OIM (Projecto Surria) que incluiu a criação de 
uma rede descentralizada de apoio aos candidatos ao retorno. 
Ilustração 32 
 
 
 
 
 
 
 
                                                            
39 Art.º 198.º, n.º2, da Lei de Estrangeiros.
40 Art.º 139 da Lei n.º 23/2007.
41 Fonte: OIM – Organização Internacional das Migrações Contra Ordenações
10625
1342
4295
17091
Permanência Ilegal Falta Decl. Entrada Trabalho Ilegal Outros
279
25
12 9 9
13
Brasil Angola Ucrânia Cabo
Verde
Federação
Russa
Outros
Regresso Voluntário

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273 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL   
Sistema de Informação Schengen (SIS) Em  2008,  no  quadro  das  actividades  desenvolvidas  pelo  grupo  operativo  do  SEF 
presente no Gabinete Nacional SIRENE42, destacam‐ se os seguintes resultados:  
• Descobertas de indicações (hits) em Portugal ‐  597 contra 524 em 2007. 
• Indicações portuguesas descobertas noutros EM ‐  59 contra 81 em 2007. 
• Validação de indicações do art. 96.º
43
 ‐  596 contra 828 em 2007. 
• Eliminação de indicações do art. 96.º ‐  46 contra 53 em 2007. 
• Revalidação de indicações do art. 96.º ‐  971 contra 695 em 2007. 
• Consultas solicitadas referentes a cartas de condução – 3898 contra 3845 em 2007. 
• Pedidos nacionais de cooperação policial 
44
 ‐  89 contra 84 em 2007. 
• Pedidos externos de cooperação policial
45
 ‐  194 contra 213 em 2007. 
Aquisição de Nacionalidade No  âmbito  das  competências  conferidas  ao  SEF  pela  quarta  alteração  à  Lei  da 
Nacionalidade, durante o ano de 2008, o Serviço pronunciou‐ se em 45 466 processos de 
aquisição  de  nacionalidade.  Destes,  6  317  reportavam‐ se  à  atribuição  originária  da 
nacionalidade  a  filhos  de  estrangeiros  nascidos  em  Portugal;  4  823  de  aquisição  da 
nacionalidade por efeito da vontade ou por adopção e 34 326 por naturalização, dos 
quais 2 485 são referentes a menores nascidos em Portugal. De referir, ainda, que dos 
39 736 pareceres emitidos46, 84 desaconselhavam a aquisição da nacionalidade, em 
virtude da existência de antecedentes de Medidas Cautelares, Indicações no Sistema de 
Informação Schengen ou por razões de segurança do Estado.  
Como nacionalidades mais representativas destacam‐ se Cabo‐ Verde (9 926), Brasil (8 
391),  Guiné‐ Bissau  (4  589),  Angola  (4  463),  República  Moldava  (4  449),  São  Tomé  e 
Príncipe (2 193), Ucrânia (1 567), Guiné Conacri (838), Índia (1 412), Federação Russa 
(836),  Bangladesh  (562),  Moçambique  (483),  Roménia  (480),  Marrocos  (374),  China 
(351), Paquistão (288) e Senegal (180). 
 
                                                            
42 Responsável pelo tratamento das indicações inseridas no SIS nos termos dos art.s 96.º e 100.º (documentos) da Convenção de Aplicação do Acordo de Schengen e pela cooperação policial, nos termos do art. 39.º da CAAS, no que se refere a pessoas (identidade) e documentos.
43
Inseridas pelo Departamento de Identificação, Registo e Difusão (DIRD).
44 Pessoas e documentos – art. 39.º CAAS.
45 Idem.
46 No caso de indivíduos nascidos em território nacional apenas é emitida certidão sobre o tempo de residência no país, não havendo emissão de parecer.

Página 274

274 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL   
Asilo Em 2008, registaram‐ se 161 pedidos de asilo, 78 formulados em território nacional e 83 
no posto de fronteira do aeroporto de Lisboa. Este valor traduz uma diminuição de cerca 
de 71% face a 2007 (224). Por origem, os requerentes de asilo eram provenientes de 
África (71 pedidos), nomeadamente, República Democrática do Congo, Guiné‐ Conacri e 
Nigéria. Segue‐ se a Ásia (44 pedidos), sobressaindo o Sri Lanka, a América (30 pedidos), 
designadamente a Colômbia e a Europa Central e de Leste (16 pedidos), nomeadamente 
a  Bósnia‐ Herzegovina.  Em  2007,  a  Colômbia,  Bósnia  Herzegovina,  Guiné‐ Conacri  e 
República Democrática do Congo tinham sido, por esta ordem, as nacionalidades mais 
representativas.  
No  ano  em  apreço,  foram  concedidos  12  estatutos  de  refugiado  (1  em  2007), 
maioritariamente a nacionais de países africanos e 70 autorizações de residência por 
razões  humanitárias  (28  em  2007),  maioritariamente  a  cidadãos  de  países  africanos, 
mas, também, sul‐ americanos e asiáticos e residualmente do leste europeu.  
Em  termos  da  reinstalação,  ao  abrigo  da  Resolução  do  Conselho  de  Ministros  n.º 
110/2007, de 12 de Julho47, Portugal acolheu um total de 23 cidadãos; 6 nacionais da 
Eritreia, que se encontravam em Angola e, 5 nacionais do Iraque, que se encontravam 
na  Síria,  tendo  a  todos  também  reconhecido  o  estatuto  de  refugiado.  Integrado  na 
quota nacional de reinstalação incluem‐ se, ainda, 12 cidadãos da República Democrática 
do Congo. 
No âmbito da aplicação do Regulamento de Dublin48, Portugal realizou 32 pedidos a 
outros Estados Membros, efectivou 24 transferências e recebeu 65 pedidos de outros 
Estados Membros. 
Actuação Internacional

União Europeia 
No  âmbito  da  União  Europeia,  o  SEF  participou  num  total  de  288  reuniões,  valor 
sensivelmente  idêntico  ao  do  ano  anterior.  Daquele  número  de  reuniões,  123 
realizaram‐ se no âmbito dos Grupos de Trabalho do Conselho da União Europeia e 80 no 
âmbito  da  Comissão  Europeia.  Há  ainda  a  aditar  a  participação  em  85  reuniões  na 
vertente  informática  das  matérias  da  área  Justiça  e  Assuntos  Internos  do  Conselho, 
incluindo os Comités SIS II, Grupo Task Force, National Project Managers (NPM), Change 
                                                            
47 Que fixa o objectivo de promover a criação de condições para conceder anualmente, no mínimo, asilo a 30 pessoas, designadamente para fazer face aos pedidos de reinstalação de refugiados, previstos no artigo 27.º da Lei n.º 15/98, de 26 de Março.
48 Regulamento 343/2003, de 18 de Fevereiro.

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CONFIDENCIAL   
Management Board (CMB), Project Management Board (PMB), Friends of SIS II (FoSIS II) 
e Grupo de Estocolmo. 
No âmbito de diversas iniciativas internacionais, na vertente extra União Europeia o SEF 
participou  em  vários  seminários,  conferências,  cursos  de  formação,  perfazendo  149 
participações,  o  que  traduz  um  acréscimo  de  40  %  face  ao  ano  de  2007  (96 
participações), relativos às temáticas de Asilo, Fronteiras, Migrações, Documentação de 
Segurança, Tráfico de Seres Humanos e Cooperação Policial.  
Na  vertente  internacional  da  actuação  do  Serviço  em  2008  é,  ainda,  de  destacar  a 
intervenção  no  quadro  do  Processo  de  Cooperação  do  Mediterrâneo  Ocidental ‐ 
(Diálogo  5  +  5  Migrações),  do  qual  Portugal  deteve  a  presidência  em  2008;  a 
participação na VII Conferência Anual ASEM (Diálogo Ásia – Europa) de Directores Gerais 
de  Imigração  e  Gestão  dos  Fluxos  Migratórios,  em  Paris;  a  participação  na  2ª 
Conferencia Ministerial Euro – Africana sobre Migrações e Desenvolvimento, em Paris; e 
o  envolvimento  do  Serviço  nos  encontros  relacionados  com  o  Projecto  Regional 
Euromed II. 
Ao nível da presença em organismos e missões internacionais, durante o ano de 2008, o 
SEF  continuou  a  integrar  missões  de  paz  e  assistência  na  Europa  e  na  Ásia, 
designadamente a participação na Missão Europeia na fronteira entre a Moldávia e a 
Ucrânia  (2  elementos),  na  missão  de  Paz  das  Nações  Unidas  em  Timor‐ Leste  (2 
elementos no respectivo Departamento de Migração) e na Agência Europeia Frontex (5 
funcionários destacados). 
No âmbito do Conselho da Europa, destaque para a participação do SEF nas reuniões do 
Comité Director para as Migrações e do Comité Europeu para as Questões Jurídicas, 
bem como a realização, em Lisboa, de uma reunião restrita entre peritos de 5 países do 
CDMG (Portugal, Polónia, Espanha, França e Reino Unido) no âmbito dos trabalhos da 
segunda  série  de  relatórios  de  avaliação  sobre  as  políticas  nacionais  relativas  aos 
imigrantes em situação irregular. 
 
FRONTEX 
No decurso de 2008, no âmbito da partilha de responsabilidades relativas ao controlo 
das fronteiras externas, o SEF destacou‐ se pelo elevado nível de participação em todas 
as  actividades  desenvolvidas  pela  Agência  Europeia  de  Fronteiras  (Frontex),  não 
devendo esquecer‐ se a actuação no quadro do seu Conselho de Administração, do qual 
o Director Nacional do SEF é Vice‐ Presidente.  

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CONFIDENCIAL  Em termos operacionais, a participação na Frontex foi intensa, através da intervenção 
de 78 elementos, integrados em 18 operações (contra 13 operações no ano anterior) 
para participação em diversas acções e actividades, sendo de realçar, para além de um 
exercício RABIT, a colaboração nas seguintes operações conjuntas: 
 ‐  No domínio das fronteiras aéreas, operações ZORBA, ZARATHUSTRA, EUROCUP 2008, 
LONG  STOP  II,  SILENCE,  HAMMER,  visando  o  fortalecimento  das  fronteiras  da  UE, 
sobretudo  a  nível  dos  aeroportos  dos  Estados  Membros  e  dos  Estados  Schengen 
Associados; 
 ‐  No domínio das fronteiras terrestres, as operações GORDIUS II, LYNX, ARIADNE, DRIVE 
IN, ATLAS III e HERACLES; 
 ‐  No domínio das fronteiras marítimas, as operações NAUTILUS 2008, EUXINE, HERA 
2008,  HERMES,  POSEIDON  2008,  MINERVA,  cujo  enfoque  foi  o  controlo  dos  fluxos 
provenientes de Marrocos com destino à UE, utilizando as fronteiras marítimas do Sul 
de  Espanha  (com  1  perito  português  em  funções  de  coordenação  na  área  dos 
documentos  fraudulentos)  e,  EPN  –  INDALO  2008,  igualmente  no  Sul  de  Espanha, 
incidindo  na  vigilância  marítima,  na  qual  Portugal  participou  com  meios  aéreos  (um 
helicóptero  Kamov  ao  serviço  do  SEF),  meios  marítimos  (lanchas  da  GNR)  e  meios 
humanos (peritos do SEF). 
Destaque,  ainda,  para  a  participação  no  projecto  FISO  (Frontex  Intelligence  Support 
Officer), o qual contou com um perito do SEF acompanhando as operações conjuntas 
realizadas em Espanha, por um período de seis meses. 
Ao nível da formação da Frontex, o SEF participou nos cursos de formação RABIT (19 
elementos do Serviço e 8 da GNR, para constituição da equipa nacional) e 1 formador. 
Neste momento o SEF dispõe de 30 peritos no âmbito dos RABIT. Participou, ainda, em 4 
seminários RABIT (4 elementos). Destaque, também, para os “Mid Level Courses”, (2 
elementos) e a formação sobre voos de Retorno (1 elemento).   
 
Cooperação internacional 
Cooperação com a CPLP 
No quadro multilateral CPLP, sobressai a activa participação do SEF na VII reunião de 
Directores dos Serviços de Migração e Fronteira da CPLP.  
No âmbito dos programas técnico‐ policiais do MAI, com o apoio financeiro do IPAD, foi 
prosseguida a estratégia de reforço da capacitação institucional na área da gestão das 
migrações e controlo das fronteiras dos PALOP, designadamente através da formação 
(Cf. n.º 9) e de missões de assessoria técnica aos Serviços congéneres da Guiné‐ Bissau e 

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CONFIDENCIAL  de São Tomé e Príncipe. Estas assessorias assentam no levantamento de necessidades e 
no efectivo conhecimento da realidade, visando a elaboração de propostas concretas de 
melhoria. 
No  domínio  das  novas  tecnologias  associadas  à  documentação  de  segurança  e  ao 
controlo  de  fronteira,  a  cooperação  incidiu  sobre  a  implementação  de  sistemas  de 
registo  e  tratamento  integrado  de  informações.  Neste  âmbito,  para  além  do 
financiamento comunitário para desenvolver o passaporte electrónico em Cabo‐ Verde, 
foi iniciada a emissão do novo passaporte são‐ tomense, de acordo com as novas regras 
ICAO, na sequência da implementação de um sistema de emissão de passaporte em São 
Tomé e Príncipe. 
Em estreita coordenação com autoridades responsáveis nos PALOP, o SEF deu formação 
e  forneceu  material  no  âmbito  da  campanha  do  Conselho  da  Europa  “Não  estás  à 
venda”, sobre tráfico de seres humanos. 
A  cooperação  com  o  Brasil  foi  enquadrada  pela  deslocação  do  Director  Nacional  e 
outros  dirigentes,  reforçando  o  diálogo  com  as  autoridades  brasileiras  ao  nível  do 
controlo das fronteiras, do intercâmbio de informações e da investigação criminal. O SEF 
participou, ainda, no “V Encontro Internacional sobre os Direitos Humanos, Segurança 
Pública e Tráfico de Seres Humanos: Assistência Integral às vítimas”, em São Salvador. 
Relativamente  ao  Brasil  há,  ainda,  a  destacar  a  parceria  do  SEF  com  o  ICMPD  num 
projecto,  aprovado  ao  abrigo  do  Programa  Temático  de Cooperação  com  os  Estados 
Terceiros, para a prevenção e resposta ao tráfico de seres humanos do Brasil para a 
Europa.  
Em articulação com a ICAO, o SEF está, também, a desenvolver no Brasil uma acção de 
cooperação em matéria de fraude documental.   
Outras actividades no âmbito da Cooperação Internacional No  quadro  do  Programa  Temático de  Cooperação  com  países  terceiros  nas  áreas  da 
Imigração e Asilo, o SEF desenvolveu, um Projecto‐ piloto de migração circular com a 
Ucrânia, em parceria com a OIM e o Banco Mundial. 
Em  estreita  coordenação  com  o  MNE,  o  SEF  preparou  e  acompanhou  a  visita  dos 
elementos  do  DHS  norte‐ americano  para  a  revisão  da  manutenção  de  Portugal  no 
programa Visa Waver, decorrida de 3 a 7 de Novembro. 
Nota,  ainda,  para  a  participação  na  Conferência  Anual  sobre  Fraude  e  Imigração, 
plataforma  de  diálogo  transatlântico  em  matéria  de  fraude  associada  à  imigração  e 
controlo de fronteiras e de documentos de viagem, que decorreu em Washington, em 
Setembro. 

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CONFIDENCIAL  Oficiais de ligação 
Em  2008  o  SEF  manteve  oficiais  de  ligação  no  Brasil,  Cabo‐ Verde  e  Senegal/Guiné‐
Bissau, tendo ainda sido nomeados oficiais de ligação de imigração na Federação Russa 
(Moscovo),  Ucrânia  (Kiev)  e  Angola  (Luanda).  Em  2008,  foi  ainda  aprovado,  pela 
Comissão Europeia, o projecto do SEF para financiamento comunitário da colocação de 
oficiais de ligação em Moçambique e S. Tomé e Príncipe.  
 
Formação Na área da formação interna, no decurso de 2008, foi ministrado um total de 64 Cursos, 
correspondentes a 347 acções de formação, beneficiando 2 828 formandos o que, para 
um universo de funcionários do SEF, resulta num rácio de 1,92 acções por funcionário.  
Em  termos  de  conteúdos,  destacam‐ se  as  acções  ministradas  nas  áreas 
Técnica/Operacional (6 cursos e 260 acções) e Ciências Jurídicas (6 cursos e 13 acções). 
Parte  significativa  destas  acções  foi  promovida  no  contexto  da  entrada  em  vigor  de 
novos instrumentos legais, nomeadamente, o Código das Fronteiras Schengen, Código 
Penal e Código Processo Penal, Direito Disciplinar; Lei de Organização de Investigação 
Criminal, Lei de Segurança Interna, Código de Contratação Pública e Regime de Vínculos, 
Carreiras e Remunerações. 
Na área da formação deve, também, realçar‐ se a implementação de um programa para 
a prática de educação física e o arranque da 1ª fase do mesmo a nível nacional e, na 
vertente do Armamento e Tiro, a promoção de acções de formação direccionadas ao 
grupo  de  formadores  de  tiro,  nomeadamente,  técnicas  de  intervenção  em  espaços 
confinados, módulo tiro do curso de intervenção policial (PSP) e socorrismo táctico. 
Em termos de formação externa, foi ministrada, no decurso de 2008, formação a um 
conjunto  alargado  de  entidades,  salientando‐ se  a  Formação  PEP,  visando  os 
funcionários dos Governos Civis e da Região Autónoma dos Açores. 
A  nível  internacional,  no  âmbito  do  Projecto  de  Cooperação  Técnico‐ Policial  do 
MAI/IPAD,  o  SEF  promoveu  a  realização  de  18  acções  de  formação  no  estrangeiro, 
repartidas por Cabo‐ Verde (4), Guiné‐ Bissau (2), Moçambique (4), Angola (8), e, ainda, a 
primeira fase do 2.º Curso de Formação Pedagógica Inicial de Formadores e de áreas 
técnicas, componente essencial do novo modelo de cooperação adoptado pelo SEF para 
os  PALOP.  Este  curso  foi  realizado  em  Lisboa  e  frequentado  por  11  formandos  dos 
Serviços congéneres de Angola, Cabo‐ Verde e Moçambique. Destaque, também, para a 
acção  de  formação  sobre  Polímeros  realizada  em  Lisboa,  sob  patrocínio  da  Frontex, 
dirigida a Especialistas dos Estados‐ membros da União Europeia. 

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CONFIDENCIAL  Em  estreita  coordenação  com  autoridades  responsáveis  nos  PALOP,  o  SEF  forneceu 
material e deu formação no âmbito da campanha do Conselho da Europa “Não estás à 
venda”, sobre tráfico de seres humanos. 
 
Investimentos No decorrer do ano de 2008 foram lançados 28 procedimentos de empreitada, tendo 
em  vista  a  execução  de  obras  de  conservação/beneficiação  nos  serviços 
descentralizados no valor total de € 91.644,80. 
Na  execução  de  projectos,  destacam‐ se  os  investimentos  para  aquisição  de 
equipamento  informático  (hardware  e  software)  e  de  serviços  de  desenvolvimento 
aplicacional  no  valor  de  €  2.244.740,00.  Deste  montante,  €  327.400,00  foram 
dispendidos  na  reformulação  do  storage  e  SAN  do  ambiente  computacional  do 
Passaporte Electrónico Português; € 870.579,00 para pagamento de parte do contrato 
da renovação da Parte Nacional do Sistema de Informação Schengen (NSIS) e renovação 
do  Sistema  Integrado  de  Informação  do  SEF,  sendo  o  restante,  no  valor  de  € 
1.046.791,00,  dispendido  com  o  projecto  de  Segurança  Digital  no  Controlo  de 
Fronteiras. 
Na área da valorização de recursos humanos foi dispendida a quantia de 103 783,00€ 
em formação e 273 100,00€ na organização de diversos seminários. 
Na  área  financeira  deve  assinalar‐ se  o  facto  de  as  receitas  próprias  do  SEF  terem 
ultrapassado os 56 milhões de euros, destacando‐ se o aumento das receitas cobradas 
pelos serviços prestados pelas Direcções Regionais, que atingiram o montante de 26 
milhões de euros, contra 17 milhões em 2007. Estas receitas cobriram a totalidade da 
despesa  de  funcionamento  do  Serviço  e  asseguraram  o  pagamento  das  despesas  de 
pessoal não cobertas pelo Orçamento de Estado.      
 
Recursos Humanos No ano de 2008 entraram para os quadros do SEF 152 funcionários, com o ingresso de 
52 funcionários para a Carreira de Apoio à Investigação e Fiscalização, 16 ao abrigo do 
regime  geral,  8  para  a  Carreira  de  Investigação  e  Fiscalização  e  74  elementos  para 
diversas categorias ao abrigo do regime de requisição. Em paralelo, assinala‐ se a saída 
de  54  funcionários,  12  dos  quais  por  aposentação  e  34  por  cessação  da  respectiva 
requisição. 
 

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CONFIDENCIAL   
Conclusões 1. Dando continuidade à execução da estratégia definida, no decurso do ano de 2008, o 
SEF  empreendeu  um  significativo  esforço,  designadamente  nos  domínios  da 
modernização estrutural e da produtividade, norteado por uma gestão por objectivos e 
aposta nas novas tecnologias, na simplificação de procedimentos, na desburocratização 
e na racionalização de meios e recursos. Em síntese, foi prosseguido um projecto de 
modernização do Serviço, orientado pelos valores da aproximação aos cidadãos e da 
tutela dos seus direitos, numa abordagem global e integrada da realidade imigratória, 
com salvaguarda dos interesses subjacentes à segurança. 
2. De harmonia com a 4ª opção das Grandes Opções do Plano para 200849, o objectivo 
estratégico da política de Segurança Interna para a área da imigração e asilo era “dar 
corpo a uma política comum de imigração, que responda às nossas relações especiais 
com os países da comunidade de povos de língua portuguesa, modernizando os serviços 
e  a  eficácia  operacional  do  Serviço  de  Estrangeiros  e  Fronteiras,  assegurando‐ se  a 
celeridade do tratamento administrativo de processos e a melhoria da capacidade de 
intervenção do SEF na gestão mais eficaz dos fluxos migratórios em todas as suas fases”. 
Afigura‐ se que os resultados atingidos pelo SEF em 2008 concretizam plenamente este 
propósito estratégico da política de Segurança Interna nacional. 
Na concretização dos ambiciosos objectivos operacionais vertidos nas Grandes Opções 
do  Plano  para  2008,  o  SEF  reforçou  o  controlo  dos  fluxos  migratórios  irregulares  na 
origem, através da nomeação de novos oficias de ligação de imigração em Moscovo e 
Luanda. Para além disso, o SEF viu aprovado, pela Comissão Europeia, o projecto para 
financiamento  comunitário  da  colocação  de  oficiais  de  ligação  em  Moçambique  e  S. 
Tomé e Príncipe.  
Quanto ao desenvolvimento do novo Sistema de Informação de Vistos (VIS), foi criado o 
Sistema de Emissão Electrónica de Parecer Prévio pelo SEF, no âmbito do processo de 
concessão de vistos consulares50, já disponível a partir de qualquer Posto Consular e, o 
Sistema de Recolha de Dados Biométricos, do qual foi desenvolvida a componente de 
software que permitirá ao MNE proceder à recolha de dados biométricos. 
Ao nível do controlo e segurança nas fronteiras externas, foi alargado a todos os postos 
de  fronteira  aérea  o  Sistema  RAPID  (Reconhecimento  Automático  de  Passageiros 
Identificados Automaticamente) e foi introduzido no Sistema de Controlo de Fronteiras 
                                                            
49 Lei n.º 31/2007, de 10 de Agosto.
50 No caso de vistos de residência e estada temporária e por razões de interesse nacional, segurança interna ou prevenção da imigração ilegal e criminalidade conexa (art.º 53.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de Julho).

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CONFIDENCIAL   
(SCF) a consulta automática à base de dados da Interpol. Por outro lado, ficou concluída 
a concepção da vertente estatística do SCF. 
No  domínio  da  cooperação  transfronteiriça,  o  SEF  deu  um  contributo  decisivo  na 
vertente prática do processo de criação dos Centros de Cooperação Policial e Aduaneira 
(CCPA) de Castro Marim, Elvas/Caia, Vilar Formoso, Quintanilha e Valença/Tui. No final 
de 2008, encontravam‐ se em funcionamento os CCPA de Vilar Formoso e de Vila Real de 
Santo  António,  decorrendo  obras  de  adaptação  os  CCPA  de  Quintanilha,  Tui  e  Caia, 
nestes dois casos da responsabilidade de Espanha. 
Na  vertente  do  combate  à  imigração  ilegal  e  tráfico  de  seres  humanos,  em  2008  o 
número de inquéritos iniciados com base na informação do Serviço aumentou cerca de 
50% e as acções de fiscalização subiram 44,7%, face aos valores de 2007. 
Finalmente, ao nível da melhoria das competências do pessoal da CIF, foi implementado 
um  programa  nacional  para  a  prática  de  educação  física  e  promovida  formação 
direccionada ao grupo de formadores de tiro. 
3. Em 2008, foi dada continuidade a um conjunto de projectos estruturantes, tendentes 
à renovação tecnológica e ao reforço da qualidade dos serviços, destacando‐ se, para 
além dos projectos referidos no quadro das Grandes Opções do Plano, o projecto de 
concepção, desenvolvimento e produção do novo título de residência electrónico (eTR), 
projecto de importância estratégica para o SEF e com efeitos significativos em termos da 
segurança documental. 
Deve, ainda, sublinhar‐ se a criação do PORTAL SIBA (Sistema de Informação de Boletins 
de Alojamento), que agiliza o cumprimento das obrigações legais de comunicação de 
alojamento  de  estrangeiros  pelos  estabelecimentos  hoteleiros  e  similares,  iniciativa, 
também,  inserida  no  SIMPLEX  do  MAI,  e  o  Sistema  de  Informação  Inteligente  ao 
Cidadão,  nova  ferramenta  de  apoio  ao  cidadão,  integrada  na  SEF  TV  que  facilita  a 
compreensão  sobre  questões  referentes  à  entrada  e  permanência  em  Portugal.  Este 
projecto foi exibido na Mostra Portugal Tecnológico 2008, inserido no espaço Liberdade 
e Segurança do MAI. 
4.  No  que  concerne  à  actividade  de  investigação  e  fiscalização,  deve  destacar‐ se  o 
substancial aumento de 44,7% do número de acções de fiscalização, que subiram de 6 
727 em 2007 para 9 734 em 2008, dando‐ se assim continuidade à estratégia de combate 
ao  emprego  clandestino,  à  imigração  ilegal  e  ao  tráfico  de  seres  humanos,  uma  das 
prioridades  do  SEF  nos  anos  mais  recentes,  particularmente  intensificada  no  ano  de 
2008. Estes resultados reflectiram‐ se de forma igualmente positiva no elevado número 
de  processos  de  contra‐ ordenação  instaurados  (+67,9%)  e  de  medidas  cautelares 
detectadas  (+12,4  %).  Nesta  conformidade,  também  os  afastamentos  de  território 

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CONFIDENCIAL  nacional registaram um aumento de 10,9% e as notificações para abandono voluntário 
subiram  10,7%,  face  ao  ano  de  2007.  Por  outro  lado,  também  o  retorno  voluntário 
registou um aumento de 24,8% face ao ano anterior. 
Concretamente  na  área  da  investigação  criminal,  assinala‐ se  o  predomínio  da 
criminalidade relacionada com o auxílio à imigração ilegal, falsificação de documentos e 
lenocínio. O crime de auxílio à imigração ilegal merece particular atenção, considerando 
a ligação acessória com fenómenos criminais de maior complexidade, tal como o tráfico 
de pessoas (ou mesmo o terrorismo). A propósito desta relevância, a título de exemplo, 
sublinham‐ se as condenações de que foi alvo uma rede composta por cidadãos do leste 
da Europa e, também, nacionais, no Algarve. 
Ao nível do número de registos no SEF sob NUIPC, regista‐ se um assinalável aumento de 
91%  (1015  em  2008  face  a  531  em  2007).  Também  os  processos  distribuídos  para 
investigação tiveram um aumento de 6% (369 processos em 2008, face a 346 em 2007). 
Quanto à nacionalidade dos arguidos, embora prevaleçam as nacionalidades portuguesa 
e  brasileira,  regista‐ se  o  acréscimo  da  nacionalidade  nigeriana  (em  detrimento  da 
angolana,  em  destaque  em  2007),  seguindo  a  tendência  verificada  no  ano  de  2007. 
Deve, ainda, referir‐ se os nacionais da Guiné‐ Bissau, Senegal, Angola e Roménia, por 
estarem na origem de problemas ao nível da criminalidade relacionada com a imigração 
ilegal, o tráfico de pessoas, a falsificação de documentos e outra criminalidade conexa. 
Porém,  no  ano  em  análise  verificou‐ se  uma  diversificação  das  nacionalidades  dos 
arguidos. 
A  América  do  Sul,  África  e  o  leste  da  Europa  mantêm‐ se  como  as  principais  áreas 
geográficas  de  origem  de  fluxos  migratórios  ilegais  identificadas  nos  processos 
distribuídos para investigação. 
5.  Em  matéria  de  controlo  das  fronteiras,  o  SEF  controlou  um  total  de  12  039  272 
pessoas,  das  quais  10  599  570  nas  fronteiras  aéreas  e  1  439  702  nas  fronteiras 
marítimas.  Em  confronto  com  2007,  constata‐ se  a  subida  do  número  de  voos  e  de 
embarcações controladas (+10% e +11,9%, respectivamente).  
Quanto às recusas de entrada em Portugal, assinala‐ se um decréscimo de 9,2% (3 598 
em  2008,  contra  3963  em  2007),  retomando  os  valores  registados  no  ano  de  2006. 
Quanto  aos  fundamentos  da  não  admissão  em  Portugal,  salienta‐ se  o  aumento  em 
43,7% da ausência de motivos que justifiquem a entrada e a ausência de visto ou visto 
caducado. 
Em  termos  de  detecção  de  documentos  fraudulentos,  denota‐ se  uma  diminuição  de 
54%.  Este  decréscimo  acentuado  deverá  atender  à  redução  abissal  da  detecção  de 

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CONFIDENCIAL  documentos  venezuelanos  (42  documentos  detectados  em  2008  contra  de  464 
documentos  em  2007),  reflexo  directo  das  medidas  de  controlo  a  montante  e  dos 
esforços envidados por Portugal junto das autoridades venezuelanas neste domínio. Em 
simultâneo, o reforço da segurança documental e a introdução de dados biométricos 
em documentos de viagem europeus vêm concorrendo decisivamente para a redução 
da falsificação deste tipo de documentos. Também o alargamento da União e da sua 
fronteira  externa,  constituiu  um  factor  de  deslocação  da  utilização  de  documentos 
fraudulentos, tendência já assinalada noutros Estados Membros.  
6.  Em  2008,  a  pressão  migratória  irregular  da  América  Latina  deteve  predominância 
sobre  a  dos  demais  continentes,  dando  continuidade  a  um  fluxo  consistente  já 
assinalado  em  anos  precedentes.  Deste  modo,  o  Brasil  constituiu  a  origem  de  um 
expressivo fluxo migratório para Portugal, como resulta dos dados relativos às recusas 
de  entrada,  afastamentos  (nas  suas  diversas  formas),  regresso  voluntário,  contra‐
ordenações e readmissões. De igual forma, os cidadãos brasileiros ocupam o primeiro 
lugar,  a  par  com  os  portugueses,  em  termos  de  nacionalidade  de  arguidos  em 
processos‐ crime sob investigação.  
Contrariando a tendência registada desde 2004, a Venezuela caiu 74% em termos de 
recusas de entrada em Portugal, fenómeno verificado no ano anterior relativamente à 
Bolívia.  De  notar  que  o  fundamento  da  não  admissão  em  Portugal  de  titulares  de 
documentos venezuelanos era, por regra, a falsificação de documentos.  
Por outro lado, à excepção do Brasil, os países da América Latina não detêm expressão 
em termos de processos de expulsão administrativa instaurados. Atento este quadro, 
constata‐ se uma redução da pressão migratória irregular da América latina hispânica 
através de Portugal. 
Por áreas geográficas, o continente africano constitui o segundo continente em termos 
de proveniência de fluxos irregulares. Saliente‐ se o aumento de recusas a cidadãos do 
Senegal  (já  assinalado  em  2007)  e  o  decréscimo  relativamente  a  Angola  e  à  Guiné‐
Bissau. 
7. Em matéria de asilo, em 2008 registaram‐ se 161 pedidos de asilo, 78 formulados em 
território nacional e 83 no posto de fronteira do aeroporto de Lisboa, destacando‐ se os 
nacionais  da  República  Democrática  do  Congo,  Guiné‐ Conacri,  Nigéria,  Sri  Lanka, 
Colômbia  e  Bósnia‐ Herzegovina.  Foram  concedidos  12  estatutos  de  refugiado  e  70 
autorizações  de  residência  por  razões  humanitárias,  maioritariamente  a  cidadãos  de 
países africanos, mas, também, sul‐ americanos e asiáticos e, residualmente, do leste 
europeu. 

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CONFIDENCIAL  8.  Considerando  as  competências  do  SEF  em  matéria  de  emissão  de  parecer  sobre 
pedidos de aquisição da nacionalidade portuguesa, destacam‐ se os nacionais dos países 
de língua oficial portuguesa, com destaque para Cabo‐ Verde e Brasil, surgindo, porém, a 
República Moldava com valores próximos da Guiné‐ Bissau e de Angola. 
9.  No  domínio  internacional,  foi  dada  particular  atenção  ao  acompanhamento  da 
política comum de imigração, através da participação em 288 reuniões no âmbito da 
União Europeia e de 149 participações no âmbito de diversas iniciativas internacionais 
extra  União  Europeia,  relativas  às  temáticas  de  Asilo,  Fronteiras,  Migrações, 
Documentação de Segurança, Tráfico de Seres Humanos e Cooperação Policial, neste 
caso expressando um acréscimo de 40 % face ao ano de 2007.  
A presença em organismos e missões internacionais, durante o ano de 2008 teve como 
principais destaques missões na Moldávia e na Ucrânia, em Timor‐ Leste e na Agência 
Europeia Frontex, em Varsóvia. 
Destaque para a intensa participação do SEF no âmbito da partilha de responsabilidades 
relativas  ao  controlo  das  fronteiras  externas  da  União  Europeia,  designadamente 
integrando  as  operações  e  participando  nas  demais  actividades  da  Agência  Europeia 
Frontex, da qual o Director Nacional é Vice‐ Presidente do Conselho Executivo.  
A cooperação internacional teve particular incidência com os PALOP, Brasil, países da 
União  Europeia  (em  particular,  Espanha),  Ucrânia  e  Estados  Unidos,  para  além  de 
variadíssimas visitas e contactos com entidades e serviços congéneres de um conjunto 
alargado de países. 
10. A qualificação dos recursos humanos constituiu uma prioridade no ano em análise, 
tendo  sido  ministrado  um  total  de  64  cursos,  correspondentes  a  347  acções  de 
formação. Realce para a formação promovida no contexto de novos instrumentos legais 
relevantes, nomeadamente o Código das Fronteiras Schengen, Código Penal e Código 
Processo Penal, Direito Disciplinar; Lei de Organização de Investigação Criminal, Lei de 
Segurança  Interna,  Código  de  Contratação  Pública  e  Regime  de  Vínculos,  Carreiras  e 
Remunerações. 
No domínio da formação, saliente‐ se ainda a implementação de um programa nacional 
para a prática de educação física e a promoção de acções de formação direccionadas ao 
grupo de formadores de tiro, como já referido, no quadro dos objectivos operacionais 
das grandes Opçõesdo Plano. 
A  nível  internacional,  uma  nota  para  o  2.º  Curso  de  Formação  Pedagógica  Inicial  de 
Formadores e de áreas técnicas para os Serviços congéneres dos PALOP e a promoção 
de 18 acções de formação em Cabo‐ Verde, Guiné‐ Bissau, Moçambique e Angola. 

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CONFIDENCIAL  11. Quanto ao investimento financeiro, em 2008 é de assinalar a melhoria das infra‐
estruturas,  no  valor  de  €  91.644,80;  a  aquisição  de  equipamento  informático  e  de 
serviços de desenvolvimento aplicacional no montante de € 2.244.740,00. Neste âmbito 
destaca‐ se a renovação da Parte Nacional do Sistema de Informação Schengen (NSIS) e a 
renovação do Sistema Integrado de Informação do SEF, no valor de € 870.579,00, e o 
projecto de Segurança Digital no Controlo de Fronteiras, no valor de € 1.046.791,00. Na 
área da valorização de recursos humanos foi dispendida a quantia de 103 783,00€ em 
formação  e  273  100,00€  na  organização  de  diversos  seminários.  Por  outro  lado,  as 
receitas  próprias  do  SEF  ultrapassaram  os  56  milhões  de  euros,  permitindo  cobrir  a 
totalidade  da  despesa  de  funcionamento  do  Serviço  e  assegurar  o  pagamento  das 
despesas de pessoal não cobertas pelo Orçamento de Estado.      
12. Na vertente da melhoria das condições de atendimento ao público, foi inaugurado o 
Posto  Desconcentrado  de  Atendimento  do  SEF  na  Reboleira,  integrando  o  Programa 
SIMPLEX  do  MAI,  e  de  novas  instalações  para  as  Delegações  Regionais  de  Castelo 
Branco,  Guarda,  Viseu  e  Portimão.  Deu‐ se  início  à  instalação  do  Sistema  workflow, 
nomeadamente,  nos  Postos  da  Reboleira  e  de  Portimão,  bem  como  na  Direcção 
Regional  de  Lisboa,  Vale  do  Tejo  e  Alentejo.  Iniciou‐ se,  assim,  a  informatização  que 
conduziu à eliminação dos processos em papel. Foi, ainda, promovido um estudo de 
desempenho e de avaliação da satisfação do cliente em 31 postos de atendimento do 
SEF, bem como, no seu Centro de Contacto. A validação dos resultados deste estudo, de 
acordo  com  a  metodologia  EPSI  (European  Performance  Satisfaction  Index),  deverá 
ocorrer no decurso de 2009. A criação do Sistema de Informação e Gestão Automatizada 
de Processos do SEF (SIGAP‐ SEF) constituiu outra iniciativa relevante integrada no plano 
de melhoria das condições de atendimento ao público, conforme ao Programa SIMPLEX 
do MAI. Neste âmbito, não poderá deixar de ser realçada a importância do sistema de 
agendamento  on‐ line,  através  do  Portal  do  SEF,  bem  como  o  papel  do  Centro  de 
Contacto  do  SEF,  multicanal  e  multilingue,  que  deu  resposta  a  mais  de  380.000 
chamadas telefónicas em 2008. 
 

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CONFIDENCIAL   
Serviço de Informações Estratégicas de Defesa Introdução Num  mundo  cada  vez  mais  globalizado  e  interligado,  caracterizado  pela  incerteza, 
imprevisibilidade, complexidade e volatilidade, assiste‐ se à reconfiguração das ameaças 
transnacionais tradicionais que, fruto de um processo de mutação/reforço, se tornam 
cada  vez  mais  letais,  difusas  e  assimétricas.  A  emergência  de  novos  actores  e  a 
consolidação  de  estruturas  em  rede  que  se  caracterizam  por  um  elevado  grau  de 
organização,  mobilidade  e  flexibilidade  que  lhes  permite  adaptarem‐ se 
permanentemente,  e  com  motivações  de  expansão  crescente  das  suas  actividades  a 
novos  espaços  transnacionais,  configuram  um  desafio  permanente  à  Segurança 
Nacional. Entre estas ameaças serão de destacar as consubstanciadas pelas actividades 
das  redes  terroristas,  especialmente  de  matriz  islamista,  do  crime  organizado, 
mormente  o  narcotráfico  ou  o  auxílio  à  imigração  ilegal/tráfico  de  pessoas,  e  a 
proliferação. 
Neste quadro, cumpre recordar que o SIED é o único organismo incumbido da produção 
de  informações  que  contribuam  para  a  salvaguarda  da  independência  nacional,  dos 
interesses nacionais e da segurança externa do Estado.  
Através de uma estratégia de detecção e alerta precoce de ameaças e riscos, o SIED 
procede à caracterização destes fenómenos e à identificação das principais linhas de 
tendência, visando a criação de mecanismos de informações que possibilitem auxiliar o 
decisor político no processo de tomada de decisão, inclusivamente no que concerne à 
adopção de políticas de segurança interna.  
Neste contexto, e no âmbito estrito das suas competências, fenómenos como a difusão 
do Islão radical, o terrorismo de matriz islamista conotado com a Al Qaeda, o tráfico 
internacional de estupefacientes, o fenómeno das migrações ilegais, e a proliferação 
constituem‐ se  como  temas  estruturantes  que  são  objecto  de  monitorização 
permanente.  
Difusão do Islão radical O tema das organizações proselitistas/radicais foi abordado, essencialmente, ao nível 
das  suas  principais  linhas  ideológicas,  designadamente,  a  existência  de  possíveis 
divergências que possam criar linhas de fractura no seio das organizações, traduzindo‐ se 
na prossecução de diferentes estratégias de expansão da sua ideologia/radicalização das 
comunidades  Muçulmanas,  especialmente  na  Europa,  América  Latina  e  África  Sub‐
Sahariana. Foi privilegiada a abordagem a países com estreitas ligações a Portugal. 

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CONFIDENCIAL   
Terrorismo de matriz islamista No  que  concerne  ao  terrorismo  de  matriz  islamista,  foi  feita  a  monitorização 
permanente da ameaça terrorista conotada com a Al Qaeda, principalmente na Europa 
e no Norte de África, incluindo a caracterização da ameaça terrorista corporizada pela 
Jihad Global, designadamente, ao nível do substrato ideológico e da identificação das 
alterações de modus operandi. Neste contexto, foram produzidas  avaliações de ameaça 
sectoriais,  designadamente  da  Europa,  do  Magrebe,  e  do  sul  da  Ásia,  que  visaram 
estabelecer  uma  visão/enquadramento  geral  do  fenómeno  terrorista,  potenciar  a 
defesa  dos  interesses  portugueses  no  exterior,  bem  como  contribuir  para  prevenir 
eventuais ameaças externas à segurança do Estado.  
Crime Organizado No  âmbito  do  Crime  Organizado,  a  actuação  do  SIED  centrou‐ se  nas  actividades  das 
redes ligadas ao tráfico de estupefacientes e de apoio à imigração ilegal. 
Narcotráfico 
O narcotráfico constitui, na medida em que Portugal se prefigura como uma das portas 
de entrada de estupefacientes para a Europa, essencialmente com origem na América 
Latina  e  entreposto  na  África  Ocidental,  um  subtema  prioritário  no  âmbito  da 
criminalidade organizada.  
De facto, a África Ocidental constitui, no presente, um importante entreposto para o 
tráfico  de  estupefacientes  entre  a  América  Latina  e  a  Europa,  sendo  de  realçar  a 
presença na região, de grupos de indivíduos provenientes da Europa, do Médio Oriente, 
da  América  Latina  e,  de  outros  países  da  região,  com  ligação  ao  narcotráfico.  Esta 
presença  de  elementos  estrangeiros  com  ligação  aos  cartéis  de  narcotráfico  latino‐
americanos contribui para a consolidação, na região, de infra‐ estruturas de apoio ao 
tráfico em grande escala. 
Igualmente  preocupante  afigura‐ se  a  tendência  para  a  emergência  da  África  Austral, 
como  plataforma  alternativa  de  tráfico  de  cocaína  sul‐ americana,  quer  para  o 
continente africano, quer para a Europa.  
No âmbito do narcotráfico será de referir que o SIED produziu e difundiu informações 
que permitiram conhecer dados relevantes relativos a redes de tráfico e que auxiliaram 
as  entidades  nacionais  com  competência  nestas  matérias  na  definição  das  linhas  de 
tendência  deste  fenómeno  e  permitiram  a  definição  de  políticas  pró‐ activas  de 
prevenção e resposta. 
 

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CONFIDENCIAL  Imigração Ilegal 
O fenómeno da imigração ilegal, na medida em que afecta de forma significativa vários 
países  da  União  Europeia  e  do  espaço  lusófono,  foi  objecto  de  uma  monitorização 
constante em 2008. 
Ao nível da imigração ilegal, será de referir a crescente utilização da África Subsahariana, 
Ocidental e Austral, como plataforma de trânsito para imigrantes irregulares, oriundos 
quer  de  países  africanos,  quer  asiáticos.  Ao  nível  das  ameaças  transversais,  os 
fenómenos  migratórios  e,  em  especial,  os  de  génese  ilegal,  assumem,  também, 
particular  relevância  em  virtude  das  potenciais  ligações  à  circulação  de  radicais 
islâmicos.  Também  pela  ligação  a  fenómenos  criminosos  que  encerram  se  afigurou 
pertinente a monitorização dos fenómenos migratórios, na medida em que afectam a 
implementação  das  políticas  europeias  e  que  permitem  a  expansão  de  fenómenos 
sociológicos negativos, como o xenofobismo e o racismo. 
Tráfico de Armas 
A monitorização do tráfico de armas tem igualmente constituído uma preocupação do 
SIED,  particularmente,  na  medida  em  que  afecta  de  forma  substancial  regiões  com 
fortes  ligações  histórico‐ culturais  a  Portugal,  como  será  África;  onde  residem 
importantes  comunidades  nacionais;  e  países  próximos  onde  existem  importantes 
interesses nacionais.  
Contra-proliferação No  âmbito  da  proliferação  de  armas  de  destruição  em  massa  (ADM)  e  respectivos 
vectores de lançamento, o SIED manteve o acompanhamento das actividades passíveis 
de  contribuírem  para  o  desenvolvimento  deste  tipo  de  armamento,  por  parte  de 
Estados que se configuram como potenciais ameaças para o Território Nacional, para a 
União Europeia ou para os membros da OTAN. Paralelamente, e tendo em atenção a 
conjuntura internacional actual, procurou‐ se acompanhar a evolução das capacidades 
dos Estados que, não obstante não se constituírem como um risco directo para Portugal 
ou  para  os  seus  Aliados,  poderão  vir  a  constituir  uma  séria  ameaça  para  a  paz  e 
segurança internacionais.  
Neste  contexto,  mereceu,  ainda,  especial  enfoque  a  evolução  das  estratégias  de 
aquisição  encoberta  de  materiais,  equipamentos  e  tecnologia  com  aplicação  no 
desenvolvimento de ADM e dos seus respectivos vectores de lançamento.  
 

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289 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL   
Serviço de Informações de Segurança Introdução Em matéria de Contra‐ Criminalidade Organizada e Contra‐ Subversão continuaram a ser 
desenvolvidas as linhas de trabalho dedicadas à prevenção e ao combate ao crime de 
branqueamento de capitais de proveniência ilícita, ao narcotráfico e à imigração ilegal, 
tendo‐ se  ampliando  o  número  de  projectos  a  desenvolver  e  mantendo‐ se  em 
exploração programas de acompanhamento permanente das actividades relacionadas 
com a monitorização das zonas urbanas sensíveis, em termos de detecção de focos de 
acção  violenta  contra  a  autoridade  do  Estado.  Foram,  igualmente,  objecto  de 
acompanhamento as actividades relacionadas com grupos violentos e organizados que 
se têm destacado no Porto e em Lisboa, pela violência utilizada na gestão de territórios 
de crime com grave impacto na segurança das populações. Ainda no mesmo quadro 
detecção  de  ameaças  à  Segurança  Interna,  procedeu‐ se  à  análise  dos  fenómenos 
surgidos  em  alguns  sectores  que,  pelas  suas  características,  pudessem  provocar 
perturbações violentas na harmonia e coesão sociais. 
No ano de 2008 o terrorismo islamista e as suas manifestações na cena internacional, a 
par  das  actividades  da  ETA,  continuaram  a  justificar  o  investimento  do  SIS  no  seu 
acompanhamento  privilegiado,  com  esforço  acrescido  na  cooperação  nacional  e 
internacional para a prevenção destas ameaças.  
No  decorrer  de  2008,  o  SIS  reforçou  as  actividades  tendentes  à  identificação, 
caracterização  e  monitorização  de  estruturas,  actores  e  acções  de  Serviços  de 
Informações  estrangeiros,  no  território  nacional,  susceptíveis  de  constituir  ameaça  à 
segurança interna.   Contra-Criminalidade Organizada Portugal, devido à sua posição geográfica e às relações privilegiadas que mantém com 
alguns países da América Latina e de África, enquadra‐ se nas estratégias internacionais 
de algumas estruturas do crime organizado, apresentando‐ se como um nicho potencial 
de mercado para a prática directa de actividades ilícitas, como território de trânsito para 
diversos tráficos, e, igualmente, para operações de branqueamento de capitais, mesmo 
que o ilícito de origem tenha sido praticado noutros países.  
Assim,  durante  o  ano  de  2008,  manteve‐ se  o  acompanhamento  sistemático  de 
estruturas do crime organizado transnacional com potenciais interesses e influência no 
nosso  país,  procedendo‐ se,  consequentemente,  à  sua  caracterização,  avaliação  de 

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CONFIDENCIAL  modus operandi utilizados, potencial criminógeno, bem como às suas conexões externas 
e,  especialmente,  internas.  Deu‐ se,  também,  continuidade  à  avaliação  das 
vulnerabilidades do país face à criminalidade organizada. 
Como  tipologias  criminógenas  detectadas  no  nosso  país,  evidenciam‐ se  o  tráfico  de 
estupefacientes,  o  auxílio  à  imigração  ilegal,  o  tráfico  de  armas  e  a  falsificação  de 
documentos, denotando‐ se, ainda, uma mudança de paradigma da violência urbana e 
suburbana. 
Do ponto de vista da criminalidade económica e financeira, há indícios, em território 
nacional,  de  actividades  de  branqueamento  de  capitais  por  conta  de  organizações 
criminosas transnacionais, quer na fase de circulação – com recurso ao outsourcing a 
estruturas  de  reduzida  dimensão  e  elevado  grau  de  especialização  ou,  em  situações 
pontuais,  a  grupos  que  indiciam  fazer  parte  da  própria  estrutura  criminosa,  não  só 
recorrendo ao sistema financeiro como promovendo o transporte físico de numerário –, 
quer,  ainda,  na  fase  de  integração,  onde  foram  detectadas  actividades  comerciais 
aparentemente  legítimas  por  parte  de  indivíduos  associados  àquelas  estruturas 
criminais.  Extremismos Políticos No que diz respeito aos movimentos ideológicos radicais, violentos ou antidemocráticos, 
embora  estes  núcleos  intervencionistas  não  configurem,  em  Portugal,  uma  ameaça 
global contra o Estado de Direito Democrático, as posições ideológicas e os meios de 
intervenção  associados  constituem,  ainda  que  de  forma  limitada,  riscos  para  a 
segurança interna, na medida em que promovem uma abordagem sociopolítica baseada 
em pressupostos de índole racista e xenófoba, no caso da extrema‐ direita, bem como 
advogam  práticas  de  violência  política  sobre  o  sistema,  traço  comum  a  franjas  da 
extrema‐ direita e da extrema‐ esquerda. 
No âmbito da extrema‐ direita, 2008 ficou marcado pelo julgamento dos trinta e seis 
arguidos skinhead neonazi e ultranacionalistas – alguns dos quais figuras destacadas da 
organização  skinhead  neonazi  Portugal  Hammerskins  (PHS)  –,  surpreendidos  com  a 
sentença condenatória proferida pelo tribunal. Este desfecho judicial do processo veio 
consolidar e propiciar, no meio, a ideia de “perseguição política” aos nacionalistas, o 
que motivou os seus militantes a capitalizar este sentimento, intensificando o esforço de 
propaganda e de recrutamento de novos membros. Neste contexto, assistiu‐ se à criação 
de vários Supporter Chapters (SC), ou seja, capítulos de apoiantes PHS.  

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CONFIDENCIAL  Há, ainda, a assinalar o reforço da relação da PHS com a face institucional da extrema‐
direita – o PNR – numa tentativa de instrumentalização da opinião pública a favor de 
ideais ultranacionalistas. 
No que se refere à extrema‐ esquerda, nomeadamente aos sectores conotados com os 
meios  anarco‐ libertários  e  ecologistas  radicais  e,  por  outro  lado,  com  o  movimento 
Alterglobalização,  registou‐ se  um  maior  dinamismo  comparativamente  a  anos 
anteriores, em termos de indícios de radicalização de alguns núcleos activistas.  
A  crise  financeira  internacional  veio  centrar  e  reforçar,  junto  dos  núcleos 
alterglobalização, a luta contra o modelo capitalista‐ liberal, debatendo a necessidade de 
novos esforços de mobilização e de intervenção global junto das sociedades. Assim, nos 
fóruns e mediacenters alternativos, na Internet, intensificou‐ se a crítica aos EUA, sob a 
acusação de manipulação económica dos mercados mundiais, aproveitando os discursos 
antiglobalização para a descredibilização do referido modelo, com vista ao alargamento 
de sua base social de apoio.  Contraterrorismo O grau de ameaça terrorista islamista em Portugal manteve‐ se moderado, não tendo 
sido detectados casos de formação de células terroristas locais, nem de radicalização 
violenta  ou  de  recrutamento  para  organizações  terroristas  no  seio  das  nossas 
comunidades. Acresce que o nosso país não se configurou como alvo das ameaças da Al 
Qaida  e  grupos  associados,  não  tendo  sido  feita  qualquer  menção  a  Portugal  nos 
comunicados destas organizações. 
O SIS esteve especialmente envolvido na detecção de eventuais ligações a Portugal das 
várias células terroristas desmanteladas na Europa, em especial em Espanha, Bélgica e 
Itália, não se tendo detectado indícios consistentes de conexões em território nacional.  
Ao  nível  dos  grupos  terroristas  de  matriz  revolucionária,  designadamente  no  que 
concerne  à  ETA  (Euskadi  Ta  Askatasuna),  também  não  foi  detectada  a  existência  de 
qualquer estrutura permanente de apoio logístico em Portugal.   

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CONFIDENCIAL  Contra-espionagem e contraproliferação O incremento das actividades de contra‐ espionagem justifica‐ se por Portugal continuar 
a ser, nas mais diversas áreas (política, económica e tecnológica), alvo da recolha de 
informações, por parte de diversos Serviços de Informações estrangeiros. 
A necessidade de protecção dos interesses económicos levou ao desenvolvimento de 
acções que visaram a salvaguarda dos sectores estratégicos e do esforço de inovação 
realizado  ao  nível  doméstico  face  às  ameaças  que  sobre  eles  impendem, 
nomeadamente a espionagem económica e industrial, fusões e aquisições hostis para o 
interesse nacional. O agravamento da crise financeira internacional e a sua propagação 
sobre  a  economia  real  motivaram  um  incremento  das  actividades  do  Serviço,  neste 
quadro. 
No actual contexto geopolítico mundial, em que a questão da proliferação de armas de 
destruição maciça (ADM) tem permanecido no centro da atenção política dos países 
ocidentais,  o  Serviço  continuou  a  privilegiar  a  detecção,  em  território  nacional,  de 
possíveis actividades de procurement, por parte de redes de aquisição clandestina, com 
o objectivo de impedir a transferência de bens e tecnologia tangível e intangível para 
programas ADM.  
Assim,  a  actividade  realizada,  neste  âmbito,  centrou‐ se  no  apoio  ao  controlo  de 
exportações  e,  principalmente,  na  sensibilização  das  empresas  portuguesas  para  a 
questão  da  proliferação,  tendo  em  vista  evitar  o  envolvimento  das  mesmas  em 
situações que possam danificar a sua imagem e credibilidade sem pôr em causa a sua 
capacidade comercial e de exportação. 
 

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CONFIDENCIAL  Autoridade Marítima Nacional Balanço da execução das medidas da estratégia de segurança 2008 No âmbito da sua missão, os objectivos da Autoridade Marítima Nacional ‐  Polícia Marítima – 
em  2008,  derivaram  de  uma  estratégia  assente  em  quatro  grandes  linhas  de  acção,  que 
tiveram como intenção principal o desenvolvimento, o aperfeiçoamento e a consolidação de 
medidas de modo a possibilitar uma optimização na formação dos recursos humanos, assim 
como dos meios atribuídos na fiscalização e policiamento do espaço de jurisdição. 
As linhas de acção da Polícia Marítima em 2008 foram: 
- Distribuição racional de efectivos; - Repressão da actividade ilícita; - Formação do pessoal; - Policiamento de proximidade; - Patrulhamento.
Distribuição racional de efectivos 
A distribuição de efectivos no ano de 2008 decorreu em consonância com o Regulamento de 
colocações  e  movimentos  do  pessoal  da  Polícia  Marítima,  aprovado  por  Despacho  n.º 
2/2006, de 07 de Agosto, que define que os movimentos de pessoal são determinados em 
função das lotações e das necessidades dos Comandos. 
Tendo‐ se apurado a maior tendência para a prática de ilícitos criminais, em alguns Comandos 
Locais  da  Polícia  Marítima,  procurou‐ se,  em  2008,  cobrir  essas  necessidades  com  o 
movimento de elementos para esses Comandos. Para esse efeito, contribuiu a conclusão dos 
cursos de formação de agentes da Polícia Marítima onde foram formados 68 e do curso de 
subchefes, que terminou com 20 novos elementos dessa categoria. 
Igualmente prosseguiu a política de movimentos em diligência, de forma a garantir o reforço 
operacional dos Comandos Locais, nos períodos de maior exigência, tendo como objectivo 
garantir a segurança das pessoas e bens e exercer a autoridade do estado nos espaços de 
jurisdição. 
Formação do pessoal 
No  âmbito  da  formação  do  pessoal,  no  ano  de  2008,  verificou‐ se  um  aumento  e  uma 
melhoria nesta vertente, tendo sido ministradas um total de 4584 horas, aos elementos da 
Polícia  Marítima,  sobre  as  mais  diversas  matérias.  A  formação  prestada  aos  agentes  da 
Polícia Marítima teve como objectivo a atribuição de valências, que possibilitem um combate 

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CONFIDENCIAL  mais eficaz aos vários tipos de criminalidade com que se deparam diariamente os elementos 
desta força. 
Assim, foram prosseguidas as acções nas áreas da investigação judiciária, tendo sido alargada 
esta formação aos demais agentes que prestam serviço nos Comandos Regionais da Polícia 
Marítima, incluindo as Regiões Autónomas, num total de 6 formações ministradas em 2008. 
Realizaram‐ se várias acções de formação "Swat", num total de 12 por todo o país, havendo 
novos elementos da Polícia Marítima dotados com esta qualificação. Procurou‐ se no decurso 
do  ano  passado  diversificar  essa  formação,  com  a  criação  de  equipas  especializadas  em 
abordagens a embarcações hostis e protecção de portos no âmbito do código ISPS, acções de 
formação de “fast rope” ‐  descida de corda rápida, tiro rápido, tiro  “shot gun”  e escudo 
táctico balístico. 
Realizou‐ se  ainda  um  curso  de  formação  em  Mergulho  Forense,  que  veio  possibilitar  o 
incremento de agentes com esta valência nos Comandos Regionais do Centro e da Madeira, 
existindo actualmente 18 agentes da Polícia Marítima com essa formação. 
Do intercâmbio com a “US Coast Guard“ decorreram cursos no âmbito do Código ISPS e 
técnicas de abordagem a embarcações. 
Iniciada a formação da arma eléctrica imobilizante ou atordoante “Taser”, sendo dada esta 
formação a vários elementos da Polícia Marítima, salientando‐ se a formação que decorreu 
em Barcelona para seis elementos em “Master Instructor Taser”, que possibilitará a estes 
elementos formar instrutores da arma em causa.   
Para  além  das  formações  referidas,  foram  também  ministrados  outros  cursos  como: 
condução defensiva, navegação, ordem pública e armamento anti‐ motim, aperfeiçoamento 
em condução de viaturas todo‐ o‐ terreno, aperfeiçoamento em tácticas policiais e instrução 
de tiro. 
Policiamento de proximidade 
A Autoridade Marítima Nacional ‐  Polícia Marítima, de acordo com o seu espaço de actuação, 
sempre desenvolveu uma grande interacção com as comunidades piscatórias, portuária e da 
náutica de recreio. No ano de 2008 verificou‐ se um aumento do número de fiscalizações na 
área  portuária,  factor  que  contribuiu  para  um  combate  mais  eficaz  da  pequena 
criminalidade, sendo possível evitar situações de furtos de motores, embarcações, detecção 
de  elementos  na  prática  de  ilícitos  de  pesca  ilegal  e  situações  de  poluição  nos  espaços 
marítimos,  factores  que  potenciaram  um  acréscimo  do  número  de  contra‐ ordenações 
aplicadas. 
Salienta‐ se a cooperação com as outras entidades de polícia, que possibilitam a obtenção de 
resultados bastante satisfatórios no combate a vários tipos de ilícitos, permitindo ainda a 

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CONFIDENCIAL  troca de experiências e valências entre forças, registando‐ se no final de 2008 um total de 118 
operações conjuntas. 
Através  do  incremento  das  acções  de  policiamento  e  fiscalização,  quer  no  mar  quer  no 
domínio público marítimo, foi possível garantir a regularidade das actividades marítimas, da 
segurança e dos direitos dos cidadãos. 
Patrulhamento 
Relativamente  ao  patrulhamento  realizado  pelos  elementos  da  Autoridade  Marítima 
Nacional ‐  Polícia  Marítima,  este  baseou‐ se  essencialmente  em  acções  de  fiscalização  e 
vigilância enquadrados no seu âmbito e espaço de jurisdição, nos termos da lei. No ano de 
2008 obtiveram‐ se resultados positivos, relevando‐ se o combate ao tráfico de droga onde se 
registou um aumento do produto apreendido face ao ano anterior, na imigração clandestina 
em virtude de inúmeras situações ocorridas em navios de comércio e na criminalidade em 
geral. 
Igualmente na sinistralidade marítima e na salvaguarda da vida humana no mar, o papel do 
patrulhamento dos elementos da Polícia Marítima foi meritório, registando‐ se um elevado 
número de acções a solicitações desse âmbito no ano de 2008. Durante a época balnear 
releva‐ se o trabalho efectuado através do projecto Seamaster em articulação com o ISN que 
atingiu na plenitude os objectivos propostos, ou seja, garantir a segurança dos banhistas e a 
promoção de acções de prevenção. 
 

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CONFIDENCIAL  Actividades desenvolvidas no âmbito das competências operacionais  Programas Específicos de Policiamento 
No  âmbito  da  prevenção,  verifica‐ se  que  as  diferentes  Forças  e  Serviços  de  segurança 
possuem  actualmente  diversos  programas  específicos  de  policiamento,  que  tem  como 
objectivo a prevenção da criminalidade, no entanto a dimensão do dispositivo da Polícia 
Marítima  distribuído  por  5  Comandos  Regionais  e  28  Comandos  Locais,  não  permite 
actualmente  a  existência  de  programas  desta  natureza.  Todavia,  durante  2008  foram 
desenvolvidas acções específicas junto das comunidades com quem a Polícia Marítima mais 
interage (piscatória, portuária e da náutica de recreio), tendo esse tipo de interacção o 
objectivo de diminuir a criminalidade, defender os bens jurídicos e proteger as potenciais 
vítimas. 
 
Pretendeu‐ se  dessa  forma  projectar  junto  do  público  uma  imagem  de  uma  força  com 
valências muito próprias e um carácter de polícia de especialidade, que actua com grande 
profissionalismo  a  que  terá  que  corresponder  uma  equilibrada  postura  de  iniciativa  e 
proactividade. 
 
Essa  postura  permitiu,  no  decurso  do  ano  de  2008,  o  incremento  do  número  de 
fiscalizações  na  área  portuária,  permitindo  um  combate mais  profícuo  da  criminalidade, 
nomeadamente  na  recuperação  de  motores  e  embarcações  furtados  e  na  detecção  de 
elementos na prática de ilícitos contra‐ ordenacionaís. Através do aumento das acções de 
policiamento e fiscalização foi ainda possível garantir o cumprimento da lei nos espaços da 
jurisdição marítima e assegurar os direitos dos cidadãos. 
 
No  âmbito  das  competências  operacionais  da  Polícia  Marítima  importa  referir  os  dados 
referentes  à  sinistralidade  marítima  no  espaço  de  intervenção  da  Autoridade  Marítima 
Nacional,  onde  foram  apurados  144  acidentes  marítimos  com  embarcações,  tendo 
resultado  três  mortes.  Apuraram‐ se  ainda  626  acidentes  pessoais  na  orla  costeira,  que 
levaram  a  838  acções  de  socorro,  que  resultaram  em  803  pessoas  salvas,  11  pessoas 
desaparecidas e 114 mortes. 

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298 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL   
‐  No  espaço  de  jurisdição  do  Comando  Local  da  Polícia  Marítima  de  Sines  foram 
detectados no mar e apreendidos 64 fardos de produto estupefaciente (haxixe), com 
peso de 2.112 kg, numa acção que contou com a colaboração o empenhamento dos 
Comandos Regionais da Polícia Marítima do Centro e Sul. 
No espaço de jurisdição do Comando Local da Polícia Marítima de Sines, e no âmbito 
de  uma  operação  desenvolvida  pela  PJ,  em  que  a  colaboração  da  Autoridade 
Marítima foi fulcral para os resultados atingidos, culminou com a detenção de quatro 
indivíduos  e  à  apreensão  de  6447  kg  de  haxixe  encontrados  a  bordo  de  uma 
embarcação de pesca.  Operações Externas 
Neste âmbito verificou‐ se a presença de elementos da Autoridade Marítima Nacional 
em  exercícios  internacionais,  como  o  exercício  de  combate  à  poluição  do  mar, 
denominado  "Simulex"  e  realizado  em  Marrocos,  que  foi  acompanhado  por  um 
oficial superior no posto de Comando. 
Verificou‐ se  ainda  a  presença  de  elementos  da  Autoridade  Marítima  Nacional  no 
âmbito da "Iniciativa 5+5” Defesa, em diversos fora internacionais, nomeadamente a 
presença  de  um  oficial  superior  no  seminário  sobre  a  problemática  da  imigração 
ilegal e as actividades conexas, que decorreram em Marrocos – Agadir, em 6 e 7 de 
Outubro.  Exercícios de preparação para situações operacionais  
Decorreram  durante  o  ano  alguns  exercícios  que  tiveram  como  objectivo  a 
preparação para situações operacionais, como o exercício “Unified Blade 2008”, que 
contou com a presença de elementos da Polícia Marítima, e teve como objectivo 
colocar  os  participantes  perante  cenários  reais  em  que  tem  a  oportunidade  de 
desenvolver  conhecimentos  de  contra‐ informação,  desenvolver  padrões  de 
procedimento e eliminar problemas e faltas de capacidade de contra‐ informação. 
No âmbito da imigração ilegal teve lugar o exercício INTEGREX, que contou com a 
presença  de  elementos  da  Polícia  Marítima,  e  que  teve  como  finalidade  impor  a 
autoridade do estado perante uma situação de fluxo de imigração ilegal e tráfico de 
seres humanos por grupos organizados. 

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CONFIDENCIAL   
Realizaram‐ se exercícios no âmbito do código ISPS, que incidiram em simulações de 
ataque  a  instalações  portuárias  com  explosivos,  em  que  também  participaram 
autoridades  portuárias  responsáveis  pela  segurança  e  funcionários  dos  terminais, 
sendo  que  esses  exercícios  visaram  agilizar  os  procedimentos  dos  diferentes 
intervenientes perante situações de perigo imediato. 
No  âmbito  do  combate  à  poluição  por  hidrocarbonetos  no  mar  destaca‐ se  o 
exercício  "Austral  2008”,  da  responsabilidade  da  Direcção‐ Geral  da  Autoridade 
Marítima,  que  decorreu  na  Costa  Vicentina  tendo  por  base  a  simulação  de  um 
derrame de combustível de um navio‐ tanque a 15 milhas da costa na sequência de 
uma  explosão  a  bordo.  Neste  exercício  foram  realizadas  acções  de  prevenção  e 
combate à maré negra, sendo activado o 2°grau de prontidão do Plano Mar Limpo. 
A  Autoridade  Marítima  Nacional,  como  Agente  de  Protecção  Civil,  participou 
activamente  no  exercício  “PROCIV  IV  2008"  da  responsabilidade  da  Autoridade 
Nacional  de  Protecção  Civil,  cuja  finalidade  visou  treinar  os  mecanismos  de 
articulação  entre  os  diversos  Agentes  de  Protecção  Civil,  assim  como,  treinar  a 
utilização dos sistemas de apoio à decisão.  Acções policiais conjuntas no combate à criminalidade  
No  decurso  do  ano  de  2008  foram  desenvolvidas  117  actividades  operacionais 
conjuntas entre a Polícia Marítima e demais entidades (SEF, PJ, GNR, Guardia Civil, 
PSP, Tribunais, SPA, ASAE, DGPA, Secretaria Regional do Ambiente e do Mar), essas 
acções  ocorreram  nos  espaços  de  jurisdição  dos  Comandos  Locais  da  Polícia 
Marítima, tendo incidido sobre diferentes actividades como: a fiscalização da pesca, 
a luta contra a imigração ilegal, a manutenção da ordem pública, o combate à droga, 
o  apoio  à  desocupação  de  edifícios,  a  detenção  de  indivíduos,  a  segurança  de 
individualidades,  a  fiscalização  documental  de  estabelecimentos  de  restauração  e 
bebidas,  e  o  combate  a  outras  actividades  ilegais.  Este  empenhamento  visa 
prosseguir o definido na Lei de Segurança Interna. 
 

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CONFIDENCIAL   
Participação em grupos de trabalho específicos 
A Autoridade Marítima Nacional tem um oficial de ligação no Gabinete Coordenador 
de Segurança e nas instalações do Comando Naval conta com um agrupamento de 
seis homens no Comando Operacional da Marinha (COMAR), em serviço permanente, 
onde  desenvolvem  acções  de  controlo,  rastreio  e  movimento  de  embarcações  no 
espaço marítimo sob jurisdição nacional. 
 
Resultados e consequências decorrentes da actividade operacional Detenções e Apreensões 
No decurso do ano de 2008 registaram‐ se 25 detenções de pessoas singulares, sendo 
que grande parte dessas detenções ocorreram durante o serviço de fiscalização, em 
virtude de situações de desobediência, posse de estupefacientes e furtos. 
No  âmbito  da  actividade  operacional  foram  realizadas  146  operações  policiais 
marítimas,  que  resultaram  na  apreensão  de  3029,6  Kg  de  estupefacientes,  de  3 
embarcações de alta velocidade utilizadas no narcotráfico, de várias embarcações de 
pesca e recreio no âmbito de ilícitos contra‐ ordenacionais, de artes de pesca, pescado, 
utensílios de pesca, e equipamento de mergulho. 
Em  operações  com  outras  entidades  verificou‐ se  ainda  a  apreensão  de  material 
contrafeito, produtos alimentares fora de prazo e combustíveis não licenciados.  
Realça‐ se  as  acções  levadas  a  cabo  pelo  grupo  de  mergulho  forense  da  Polícia 
Marítima,  que  durante  o  ano  desenvolveu  30  missões  de  âmbito  operacional  de 
mergulho,  tendo  colaborado  com  diversos  organismos  na  realização  de  missões 
atribuídas  a  essas  entidades:  Polícia  Judiciária,  Bombeiros  Voluntários,  Polícia  de 
Segurança Pública e Autoridade Nacional de Protecção Civil. Foram realizadas buscas e 
recolhas  de  material  furtado,  destacando‐ se:  armamento,  caixas  automáticas  de 
tabaco, caixas registadoras e caixas ATM. Refira‐ se ainda a realização de acções de 
recolha de produtos estupefacientes, busca e recuperação de cadáveres e combate à 
pesca ilegal. 

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CONFIDENCIAL   
Ferimentos de elementos policiais durante a actividade operacional  
Da actividade dos agentes da Polícia Marítima, foram apurados durante o ano anterior 25 
acidentes em serviço, havendo em alguns casos a necessidade de assistência hospitalar. 
Não havendo ocorrências mortais a registar. 
 
Ferimentos de civis ou terceiros durante a actividade operacional  
Durante  a  actividade  operacional  dos  agentes  da  Polícia  Marítima  não  se  registaram 
quaisquer  casos  de  civis  ou  terceiros  que  tenham  sofrido  ferimentos  provocados  por 
intervenções policiais. 
 
Relatórios de acções operacionais e de informações policiais Análise quantitativa e quantitativa de dados âmbito Segurança Interna  
Da  análise  feita  aos  dados  reportados  pelos  Comandos  Regionais  e  Locais  da  Polícia 
Marítima  referentes  a  2008  e  mencionados  nos  gráficos  seguintes,  verifica‐ se  uma 
diminuição do número de crimes praticados nos espaços de jurisdição, face aos três anos 
anteriores. 
Actividades de Segurança Interna de 2006/2007/2008   Variação 2006 2007 2008 2007/06 2008/07 C. Pessoas 246 263 191 6,9% -27,4% C. Património 679 710 697 4,6% -1,8% C. Paz e Humanidade 0 1 2 100% 100% C. Sociedade 38 39 32 2,6% -17,9% C. Estado 23 23 13 0% -43,5% C. P. Legislação Especial 89 63 98 -29,2% 55,5% TOTAIS 1075 1099 1033 +2,2% -6%

Totais Crimes - 2006/2007/2008 

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CONFIDENCIAL  Actividades de Segurança Interna de 1
o e 2
o Semestres de 2008    1° Semestre 2
o Semestre  Variação 
C. Pessoas 97 94 -3,1% 
C. Património  283 414 46,2% 
C. Paz e Humanidade 0 1 100% 
C. Sociedade  13 19 46,2% 
C. Estado  6 7 16,6% 
C. P. Legislação 45 53 17,7% 
TOTAIS 444 588 +32,4% 
Variação Semestral Criminal

 
Na  análise  dos  dois  semestres  de  2008,  constata‐ se  que  existe  uma  maior 
preponderância para a prática de ilícitos criminais durante o segundo semestre do 
ano. Essa situação prende‐ se essencialmente com a sazonalidade, ou seja, durante o 
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
Contra as Pessoas Contra o Património
Contra a Paz e a Humanidade
Contra a Sociedade
Contra o Estado Previsto Legislação Especial
1º Semestre
1075
1099
1033
1000
1020
1040
1060
1080
1100
1120
2006 2007 2008

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CONFIDENCIAL   
período  da  época  balnear,  compreendido  entre  os  meses  de  Junho  e  Setembro, 
verifica‐ se  uma  maior  actividade  criminal  nos  espaços  de  actuação  da  estrutura 
operacional da Autoridade Marítima Nacional ‐  Comandos Locais da Polícia Marítima. 
Relativamente à tipologia de crimes registados observa‐ se que são os crimes contra 
as pessoas e contra o património os mais praticados, sendo de realçar os crimes de 
furto em embarcações e outros furtos, como os actos muito frequentes.  Variação Mensal Criminal 2008  
Analisando  os  valores  dos  crimes  de  furtos  e  roubos  verifica‐ se  que  este  tipo  de 
crimes apresenta uma tendência de crescimento, tal como já havia sucedido no ano 
anterior. 
No que respeita aos crimes com recurso a actos violentos, no ano de 2008, verificou‐
se um ligeiro aumento dos crimes com recurso a armas, sendo de realçar todavia os 
furtos e roubos por esticão ocorridos durante a época balnear, em zonas balneares. 
Nos gráficos seguintes pode‐ se verificar a distribuição dos crimes.   
0
20
40
60
80
100
120
140
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Contra as pessoas Contra a vida em sociedade Contra o património
Contra o estado Contra a paz e a humanidade Legislação avulsa

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m Armas 
Furtos Variação 2006 587
oubos co
ariação A
2
2006 2007
  2006 6
C
e Roubos – Anual

200
611
m Arma
nual R
6
2008 2007 2
611
623
2006 200
ONFIDENCIA 2006/200
Furtos e 7 20 62
s - 2006/
oubos co 2008 4
587
7 2008
L
7/2008 Roubos
Vari
08 2007
3 4,10
2007/20
 
m Arma
Variação 2007/06  -66,6% 
  ação /06 2008/0
% 1,96%
08 s  
2008/07  100% 
7  
 
 
II SÉRIE-E — NÚMERO 21
__________________________________________________________________________________________________________
304


Consultar Diário Original

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CONFIDENCIAL  Relativamente aos valores referentes às contra‐ ordenações apuradas durante o ano 
de  2008  verificou‐ se  um  total  de  8084  autuações  relativas  a  ilícitos  contra‐
ordenacionais cometidos nos espaços de jurisdição dos Comandos Locais da Polícia 
Marítima,  o  que  representa  um  aumento  do  número  de  indivíduos  autuados  em 
comparação com os anos anteriores, facto este associado, como atrás já foi referido, 
ao  aumento  da  população  nestas  áreas.  Foi  nas  actividades  no  domínio  público 
marítimo que se registou um maior aumento face ano anterior, havendo mais 863 
autuações, por outro lado assistiu‐ se a um ligeiro decréscimo das coimas aplicadas às 
actividades da pesca. 
Contra-Ordenações - 2007/2008    Pescas Navegação DPM Outras 
2007  2910 492 1310 2421 
2008  2767 590 2173 2554 
Dif. (2007/2008) (-143) (98) (863) (133) 
Totais Contra-Ordenações - 2006/2007/2008

Variação Anual Contra-Ordenações      Variação 
  2006 2007 2008 2007/06  2008/07
Contra-Ordenações  6884 7133 8084 +3,6% + 13,3% 6000
7000
8000
9000
2006 2007 2008

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CONFIDENCIAL  Relativamente  a  ocorrências  de  poluição  por  hidrocarbonetos  e  seus  derivados  no 
espaço  de  jurisdição  da  Autoridade  Marítima  verificou‐ se  um  número  superior  de 
acidentes detectados face ao ano anterior, assinalando‐ se 38 que originaram 34 acções 
conjuntas de combate à poluição, através dos órgãos locais da Autoridade Marítima com 
o reforço do Serviço de Combate à Poluição no Mar por Hidrocarbonetos, ambos sobre 
a  tutela  da  Direcção‐ Geral  da  Autoridade  Marítima  e,  ainda,  nalguns  portos,  em 
coordenação com as respectivas Administrações Portuárias. 
Em todas as situações, o dispositivo da Autoridade Marítima Nacional, em conformidade 
com o Plano Mar Limpo, manteve a prontidão adequada, envolvendo a participação de 
elementos das estruturas regionais e locais da Direcção‐ Geral da Autoridade Marítima, 
reforçada pelo pessoal do Serviço de Combate à Poluição no Mar por Hidrocarbonetos, 
podendo em determinadas situações haver a necessidade do envolvimento de outros 
meios  da  Marinha  e  da  Força  Aérea,  bem  como  diversos  departamentos  do  Estado, 
nomeadamente o Ambiente, Protecção Civil, Autarquias e Administrações Portuárias. 
Efectivamente, a poluição marítima constituindo uma agressão de âmbito económico 
que  afecta  particularmente  o  meio  marinho  e  os  seus  ecossistemas,  tem  de  ser 
assumida  como  uma  das  ameaças  mais  prementes  para  a  segurança  dos  Estados 
costeiros e ribeirinhos. 
Relativamente  aos  crimes  contra  a  autoridade,  verificou‐ se  no  ano  de  2008  um 
decréscimo do número de situações de desobediência e resistência à autoridade, tendo‐
se  registado  8  ocorrências.  Este  facto,  se  comparado  com  o  ano  anterior  onde  se 
verificam 17 ocorrências, traduz um menor número desse tipo de incidentes, que na 
maior parte das vezes sucedem durante acções de fiscalização no âmbito da pesca, dos 
transportes fluviais e nas praias durante a época balnear. 
 
Relatórios de acções policiais de especial relevância 
Pesca Ilegal Saliente‐ se  ainda,  que  no  âmbito  do  combate  à  pesca  ilegal  do  meixão,  a  acção  de 
fiscalização  da  Polícia  Marítima  decorreu  por  todo  o  país,  sendo  que  nos  meses  de 
Novembro  e  Dezembro,  período  de  maior  concentração  desta  espécie  em  águas 
estuarinas,  foram  apreendidas  inúmeras  redes  e  muitos  quilogramas  da  referida 
espécie, entretanto devolvida ao habitat natural, e pela elaboração dos competentes 
autos de notícia. 
Refira‐ se que a prática dessa actividade ilegal, bastante lucrativa para os infractores, é 
tipificada  e  sancionada  em  termos  contra‐ ordenacionais  quando  desenvolvida  nos 

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CONFIDENCIAL   
espaços  sob  jurisdição  da  Autoridade  Marítima,  e  punida  criminalmente  quando 
desenvolvida em águas interiores sob jurisdição do Ministério do Ambiente. 
Tráfico de Droga No decurso do ano de 2008 verificou‐ se um aumento da quantidade total de produto 
estupefaciente apreendido face ao ano passado, registando‐ se as seguintes apreensões 
por parte da Polícia Marítima: 2903 kg de Haxixe e 126,6 kg de Cocaína. 
Quanto  à  localização  do  produto  estupefaciente  apreendido,  verifica‐ se  que  o  maior 
número de apreensões ocorreram no sul do país, no entanto a maior apreensão teve 
lugar  em  Sines,  numa  operação  com  o  apoio  dos  mergulhadores  da  armada,  foram 
detectados e apreendidos 2112 Kg de Haxixe. 
Foram igualmente realizadas operações conjuntas com as demais Forças e Serviços de 
segurança, que culminaram com a detecção de grandes quantidades de estupefacientes. 
Prestada colaboração ao Comando Naval, nomeadamente no apoio prestado aos navios 
que  vigiam  a  costa  portuguesa,  e  que  efectuaram  no  decurso  do  ano  algumas 
apreensões  de  estupefacientes  significativas,  sendo  que  nestes  casos  os  Comandos 
Locais da Polícia Marítima disponibilizam os seus meios e recursos para as diligências 
necessárias. 
Imigração Ilegal 
Neste âmbito, no decurso do ano de 2008, verificaram‐ se 15 situações com imigrantes 
ilegais a bordo de navios de comércio que praticaram portos nacionais, tendo em conta 
que, na maior parte desses casos, foram mantidos a bordo durante a estadia dos navios 
nos portos, sobre a responsabilidade do capitão do navio. Apesar das medidas referidas, 
verificaram‐ se tentativas de fuga, pelo que foi solicitada à Polícia Marítima vigilância 
específica para alguns dos visados, nomeadamente quando da sua permanência a bordo 
de navios em trânsito em portos nacionais. 
Relativamente  às  nacionalidades  dos  indivíduos  detectados,  são  os  de  nacionalidade 
marroquina os mais recorrentes, sendo os portos nacionais de Lisboa, Setúbal e Leixões 
os que verificaram maior número de ocorrências deste tipo. Registe‐ se, ainda, que em 
algumas  acções  de  fiscalização  da  pesca,  foi  detectada  a  presença  a  bordo  das 
embarcações de indivíduos estrangeiros, em situação ilegal no país, na maior dos casos 
de nacionalidade brasileira. 
Igualmente, durante a época balnear, verificaram‐ se ocorrências com indivíduos ilegais, 
que se dedicavam à venda ambulante e a outras actividades e que, por se encontrarem 
indocumentados, foram presentes às autoridades competentes. 

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CONFIDENCIAL   
Terrorismo 
Relativamente ao terrorismo, nas missões e intervenções da Polícia Marítima no seu 
espaço de actuação não foram verificadas situações que possam ser identificados como 
actos terroristas. Todavia, apesar de se considerar ser de baixa probabilidade, Portugal 
não  está  imune  a  acções  terroristas  por  via  marítima,  o  que  exige  uma  prevenção 
permanente e vigilância adequada dos espaços marítimos. 
Na verdade, o mar sempre foi e continuará a ser um grande espaço de circulação de 
pessoas e bens, com interesses e actividades diversificadas, incluindo práticas delituosas 
de vária ordem, o que pode constituir um cenário propício a atentados à economia e à 
segurança que importa acautelar. 
A  posição  geográfica  de  Portugal,  no  que  se  refere  à  sua  fronteira  marítima,  e  em 
especial às 200 milhas da sua Zona Económica Exclusiva, tem de ser entendida como 
extremamente  importante  para  a  segurança  nacional,  pelo  que  se  garantiu  a 
interligação tutelar, funcional e operacional entre o emprego da vertente naval, através 
das  unidades  do  Comando  Naval  e  o  dispositivo  dos  órgãos  locais  da  Autoridade 
Marítima, assumido pelos Departamentos Marítimos, Capitanias, Comandos Regionais e 
Locais da Polícia Marítima, através do conceito de Marinha de duplo uso. 
Refira‐ se que no ano de 2008 realizaram‐ se exercícios de ameaça de bomba em espaços 
portuários no âmbito do código ISPS, que tiveram a finalidade de agilizar pormenores de 
actuação  entre  os  diferentes  intervenientes  em  casos  desta  natureza,  participando 
elementos da Autoridade Marítima, Administrações Portuárias, Bombeiros e Terminais 
Portuários. 
 
Delinquência Juvenil e Grupal 
Neste  âmbito,  apuraram‐ se  somente  6  casos,  sendo  que  a  maior  parte  ocorreu  em 
transportes colectivos fluviais e zonas balneares, aparentemente sem grande expressão. 
 
 
 

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CONFIDENCIAL  Formação  
Elementos policiais que concluíram acções de formação internas e externas 
Durante o ano de 2008 foram ministradas um total de 4584 horas de formação, quer 
internas quer externas, prestadas dum modo geral a todo o efectivo de elementos da 
Polícia Marítima. 
 
Cursos de formação base para ingresso na carreira policial 
Realizaram‐ se dois cursos de formação, um iniciado em 2007, o 31° curso de formação 
de agentes da Polícia Marítima, que 68 agentes estagiários concluíram com êxito. E o 
curso de subchefes da Polícia Marítima, frequentado por 20 agentes, que ascenderam a 
essa mesma categoria. 
 
Discriminação por áreas técníco­ policiais 
As  áreas  em  que  essas  formações  incidiram  foram  bastante  diversificadas,  incluindo 
formações mais especializadas como o “Swat”, o “Boarding”, a “Taser”, o “Fast Rope”, o 
escudo táctico balístico, mergulhador forense, o tiro rápido e a “Shot Gun”, até áreas 
mais  específicas  da  Polícia  Marítima  tais  como;  aperfeiçoamento  em  fiscalização 
marítima,  curso  nadador‐ salvador,  de  viaturas  articuladas,  condução  de  botes  e 
motores,  liderança,  recolha  e  identificação  de  explosivos,  marinharia  e  navegação, 
tecnologias  de  informação,  patrão  de  semi‐ rígida,  análise  de  trabalho,  desenho  de 
cursos, técnicas de formação, atendimento ao público, limitação de avarias, higiene e 
segurança, socorrismo, tiro com pistola e tácticas policiais. 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Total € 355 134, 39  
Quadro resumo de abates Designação Quantidade Equipamento técnico-policial 35 Total 35  
Aquisições e Abatimento de Equipamento Auto 
Quadro resumo de aquisições Designação Valor Tratocarros 111.189,20 €
Total 111.189,20 € Quadro resumo de abates Designação Quantidade Viaturas 1 Moto 4 1 Total 2

II SÉRIE-E — NÚMERO 21
__________________________________________________________________________________________________________
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Consultar Diário Original

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CONFIDENCIAL 

Aquisições e Abatimento de Material Informático 
Quadro resumo de aquisições Designação Valor Material informático 88.561,20 €
Total 88.561,20 € Quadro resumo de abates No ano de 2008 não foi abatido material informático em virtude deste material ter sido substituído recentemente.
Outros Investimentos 
Quadro resumo de aquisições Designação Valor Manutenção de Embarcações 450.243,04 € Total 450.243,04 € Quadro resumo de abates Designação Quantidade Armas 75 Motores fora de borda 2 Material de armamento e 320 pequeno equipamento Material diverso 4 Total 401

Valor Total dos Investimentos 
O investimento realizado no ano de 2008 foi de 1.005.127,63 €.

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CONFIDENCIAL   
 
Recursos Humanos Entradas/Saídas de elementos Civis 
Relativamente ao pessoal civil, durante o ano de 2008, registou‐ se a passagem de um 
elemento à situação de aposentação, tendo‐ se registado, por outro lado, o ingresso um 
elemento civil na Autoridade Marítima. 
Entradas/Saídas de elementos da Polícia Marítima  
Em  18  de  Julho  de  2008  ingressaram  no  quadro  de  pessoal  da  Polícia  Marítima,  68 
agentes  de  3a  Classe,  e  regressou  um  agente  de  1ª  Classe  que  se  encontrava  em 
situação de licença sem vencimento de longa duração.  
Durante o ano de 2008 registaram‐ se as seguintes mudanças de situação do pessoal na 
Polícia  Marítima:  passaram  à  aposentação  8  elementos,  à  pré‐ aposentação  fora  da 
efectividade do serviço 12 elementos, à pré‐ aposentação na efectividade de serviço 10 
elementos e à situação de licença sem vencimento de longa duração 2 elementos.  
Projectos na área dos Recursos Humanos 
Nesta área fundamental para a Polícia Marítima o alargamento do Quadro de Pessoal da 
Polícia Marítima, o novo regime de carreiras, e o novo regime remuneratório são os 
projectos mais sensíveis que urge resolver.   Estratégias de Segurança para 2009 No âmbito da sua missão compete à Polícia Marítima garantir e fiscalizar o cumprimento 
da lei nos espaços marítimos definidos como área de jurisdição das Capitanias, com vista 
a  preservar  e  assegurar  a  regularidade  das  actividades  marítimas,  a  segurança  e  os 
direitos  dos  cidadãos,  exercendo  as  competências  definidas  no  quadro  legislativo 
aplicável. 
A estratégia para cumprir esta missão assenta em quatro objectivos  que a seguir se 
identificam:  Objectivo 1 - Modernizar e qualificar os serviços prestados e os procedimentos adoptados, bem como reforçar a cooperação com outras entidades públicas e privadas,

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CONFIDENCIAL  visando a elevação dos níveis de desempenho, a satisfação dos utentes e a melhoria da imagem institucional da Polícia Marítima, Autoridade Marítima Nacional e da Marinha.
Objectivo 2 - Ministrar acções de formação diversificada, aos agentes da Polícia Marítima, nomeadamente, em áreas operacionais como a abordagem e buscas em embarcações (“VBSS”), "SWAT", ”TASER", navegação, e técnicas policiais, e também ministrar formação na área administrativa como o atendimento ao público.
Objectivo 3 - Aumentar a eficácia e a eficiência no âmbito da fiscalização, prevenção e repressão de ilícitos, e na segurança das embarcações e tripulações no mar, nos espaços de jurisdição marítima.
Objectivo 4 - Gestão da informação através da recolha, tratamento e difusão de informações de carácter operacional, em cooperação com outras forças policiais e organismos do Estado.
No âmbito da Lei n.° 51/2007, de 31 de Agosto, que define os objectivos, prioridades e 
orientações de política criminal para o biénio de 2007‐ 2009, e em articulação com os 
objectivos que caracterizam a missão da Polícia Marítima, foram definidas cinco linhas 
de acção:  
a) Investir na formação do pessoal; 
b) Aumentar a eficácia no combate às actividades ilícitas; 
c) Incrementar o treino e a avaliação;  
d) Desenvolver a cooperação e a articulação com as outras Forças e Serviços de segurança; e 
e) Integrar novas tecnologias de informação. 
No  âmbito  do  interesse  público  projecta‐ se  ainda  para  este  ano  a  adopção  de 
procedimentos que visam tornar mais célere a tramitação processual, com a introdução 
do  pagamento  por  ATM  das  coimas  oriundas  dos  processos  de  contra‐ ordenação 
marítima. 
Com estas linhas de acção pretende‐ se que os agentes da Polícia Marítima adquiram 
novos  conhecimentos  e  valências  de  modo  a  melhorar  a  qualidade  dos  serviços 
prestados,  transmitam  uma  imagem  de  profissionalismo  e  operacionalidade  para  a 
opinião pública, e melhorem a interacção com as demais Forças e Serviço de Segurança, 
através de acções cooperativas.  

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CONFIDENCIAL  LINHAS DE ACÇÃO PARA 2009 
Investir na formação do pessoal 
No que concerne à formação do pessoal prevê‐ se para o ano de 2009 um incremento 
nesta  vertente,  com  vista  ao  desenvolvimento  de  novas  capacidades  no  âmbito 
operacional da Polícia Marítima. 
Metas de desempenho chave 
• Ministrar acções de formação multidisciplinar aos agentes; • Desenvolver grupos de mergulho forense e "Swat”; • Investir na formação e treino específico das equipas de abordagem; • Incrementar a formação "Taser”; • Incrementar as técnicas de abordagem e buscas em embarcações (“VBSS”).

Aumentar a eficácia no combate às actividades ilícitas Neste âmbito pretende‐ se, em 2009, reforçar a centralização da informação através da 
inserção no Sistema Integrado de Informação Criminal de toda a informação disponível 
e relevante relacionada com a produção e tráfico de droga e precursores. Prevê‐ se, de 
igual  modo,  o  desenvolvimento  de  projectos  multidisciplinares,  de  actuação 
complementar,  coordenada  e  de  partilha  de  informação  na  fiscalização  e  na 
investigação criminal ilícita por via marítima. 
Metas de desempenho chave 
• Aumentar o número de acções de vigilância, controlo e fiscalização no mar e zonas ribeirinhas; • Reforçar a participação nas operações regulares, que têm sido realizadas na Costa Algarvia, na Costa Vicentina e Açores; • Aumentar os índices de cooperação e articulação entre as diversas entidades com competências ao nível da fiscalização, vigilância, controlo e investigação criminal.
Incrementar o treino e a avaliação

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CONFIDENCIAL  Prevê‐ se para o ano de 2009 um incremento das acções de treino e avaliação nas áreas 
específicas da Polícia Marítima, incluindo a realização de exercícios de “Humint”, com o 
objectivo  de  treinar  as  competências  técnicas  de  investigação,  nomeadamente  nos 
actos de investigação criminal e no apoio à obtenção de material de prova, com impacto 
na melhoria da capacidade de controlo do crime e da violência. 
Metas de desempenho chave 
• Habilitar os agentes da polícia com conhecimentos de inspecção judiciária; • Melhorar o desempenho policial com a utilização das técnicas de investigação.
Desenvolver a cooperação e a articulação com outras Forças e Serviços de segurança Durante  2009,  a  Polícia  Marítima irá  continuar  a  desenvolver  acções de  cooperação, 
assim  como  os  mecanismos  de  articulação  com  as  restantes  Forças  e  Serviços  de 
segurança, de modo a que o combate às actividades ilícitas se torne mais eficiente e 
eficaz. 
Metas de desempenho chave 
• Participação nos Grupos de Trabalho que têm por objectivo a criação de um sistema que permita a interoperabilidade entre os diversos sistemas, com vista à partilha de dados e informações operacionais entre as diversas Forças e Sistemas de Segurança; • Continuação da participação de oficial de ligação no Gabinete Coordenador de Segurança; • Disponibilização de informação actualizada relativa às ocorrências relevantes que se registaram no espaço de jurisdição.
Integrar novas tecnologias de informação 
No decurso do ano de 2009 está prevista a utilização de uma nova plataforma baseada 
num dispositivo único centralizado e alargado a todo o dispositivo, que irá permitir à 
Polícia Marítima possuir uma ferramenta de suporte à tomada de decisão baseada na 
informação alargada e em tempo real. Esta capacidade, quando edificada, irá permitir a 
partilha de informação e dados entre as diversas Forças e Serviços de segurança.  
Metas de desempenho chave 
• Desenvolver um sistema informático que permita organizar e manter actualizada a informação necessária ao exercício das missões da Polícia Marítima; • Ministrar formação aos agentes para operarem este sistema;

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CONFIDENCIAL  • Inspeccionar e avaliar a implementação deste sistema.

Síntese Conclusiva 
No âmbito da missão específica da Polícia Marítima, e resultante da estratégia definida 
para 2009, foram estabelecidos quatro objectivos, assentes em cinco linhas de acção. 
Estas  linhas  de  acções  visam  o  crescimento,  desenvolvimento  e  solidificação  dos 
conhecimentos  adquiridos,  de  modo  a  servir  o  interesse  público  no  rigoroso 
cumprimento da legislação em vigor no seu espaço de jurisdição. 
As linhas de acção da Polícia Marítima estabelecidas para 2009 foram: 
a) Investir na formação do pessoal; 
b) Aumentar a eficácia no combate às actividades ilícitas; 
c) Incrementar o treino e a avaliação;  
d) Desenvolver a cooperação e a articulação com as outras Forças e Serviços de segurança; e 
e) Integrar novas tecnologias de informação. 

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CONFIDENCIAL  Instituto Nacional de Aviação Civil

Compete ao Presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Aviação 
Civil (INAC), enquanto Autoridade Nacional de Segurança da Aviação Civil (ANSAC), a 
coordenação e supervisão do sistema nacional de segurança da aviação civil, bem como 
a regulação, certificação e auditoria dos agentes, operadores, equipamentos e sistemas 
afectos à segurança da aviação civil. 
De acordo com o solicitado, discrimina‐ se infra a informação relativa às actividades de 
segurança (mais relevantes) da aviação civil em Portugal durante o ano de 2008.  Regulamentação Em Dezembro de 2002, na sequência dos acontecimentos ocorridos nos Estados Unidos 
em  11  de  Setembro  de  2001,  o  Parlamento  Europeu  e  o  Conselho  aprovaram  o 
Regulamento (CE) n.º 2320/2002, que veio estabelecer regras comuns no domínio da 
segurança da aviação na União Europeia.  
Por  força  do  disposto  no  n.º2  do  artigo  4º  do  Regulamento  (CE)  n.º  2320/2002,  a 
Comissão viria a adoptar medidas de aplicação das normas de base comuns sobre a 
segurança da aviação em toda a Comunidade. Nesse sentido o Regulamento (CE) nº 
622/2003 da Comissão, de 4 de Abril de 2003, relativo ao estabelecimento de medidas 
de aplicação das normas de base comuns sobre a segurança da aviação foi o primeiro 
acto a estabelecer tais medidas, tendo sido alterado 14 vezes desde a sua adopção.  
Decorridos  seis  anos  após  a  sua  implementação  e  considerando  a  experiência, 
entretanto, adquirida e as sucessivas alterações atrás referidas, a Comissão Europeia, 
por  razões  de  clareza  e  racionalidade  considerou  conveniente  consolidar  todas  as 
alterações  num  novo  regulamento  e  apresentou  uma  proposta  para  revogação  e 
substituição dos referidos Regulamentos, tendo em vista a simplificação, harmonização 
e clarificação das regras existentes e o aumento dos níveis de segurança. 
A Comissão, atendendo a que era necessária maior flexibilidade na adopção de medidas 
e procedimentos de segurança para dar resposta à evolução das avaliações de risco e 
permitir a introdução de novas tecnologias, considerou que o novo regulamento deveria 
estabelecer os princípios de base das medidas a adoptar para proteger a aviação civil 
contra  actos  de  interferência  ilícita.  Alguns  destes  princípios  que  se  encontravam 
descritos  em  regulamentação  classificada,  passaram  agora  a  ser  do  domínio  público, 
tendo sido omitidos, apenas, os pormenores técnicos e processuais de aplicação desses 

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CONFIDENCIAL  princípios, que viriam a ser publicados sob a forma de Decisão, competindo aos Estados 
Membros a sua divulgação às partes interessadas com base no principio da necessidade 
de conhecer. 
Assim, durante o ano de 2008 foram adoptados os seguintes documentos: 
9 Regulamento (CE) nº 300/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho de 11 de Março de 2008, relativo ao estabelecimento de regras comuns no domínio da segurança da aviação civil e que revoga, o Regulamento (CE) nº 2320/2002; 9 Regulamento (CE) nº 820/2008 da Comissão de 8 de Agosto de 2008, que estabelece medidas para a aplicação das normas de base comuns sobre a segurança da aviação e que revoga o Regulamento (CE) nº 622/2003; e 9 Decisão (CE) n.º 8/2008 da Comissão de 8 de Agosto de 2008 que estabelece medidas adicionais para a aplicação das normas de base comuns sobre a segurança da aviação.
Tendo por base a supracitada regulamentação, os procedimentos nacionais que dizem 
respeito à segurança da aviação civil estão a ser adoptados e compatibilizados com a 
regulamentação nacional relevante.  Valores de tráfego controlado nos aeroportos nacionais

TRÁFEGO COMERCIAL Var
2007 2008 2008/2007
Total aterragens 145974 150805 3,3%
Total descolagens 145759 150636 3,3%
Total passageiros desembarcados 13408545 13820496 3,1%
Total passageiros embarcados 13507204 13926973 3,1%
Total passageiros em transito 499928 302341 -39,5%
Total carga desembarcada 61426030 64647540 5,2%
Total carga embarcada 72270615 73737439 2,0%
Total correio desembaracado 8145702 9716337 19,3%
Total correio embarcada 10091578 10016917 -0,7%
Total Comercial

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CONFIDENCIAL  TRÁFEGO NÃO COMERCIAL Var
2007 2008 2008/2007
Total aterragens 31515 32462 3,0%
Total descolagens 31698 32696 3,1%
Total passageiros desembarcados 20797 18406 -11,5%
Total passageiros embarcados 19836 17958 -9,5%
Total passageiros em transito 7312 4269 -41,6%
Total carga desembarcada 95587 154515 61,6%
Total carga embarcada 76194 168985 121,8%
Total correio desembaracado 19291 2537 -86,8%
Total correio embarcada 603 113 -81,3%
não comercial TOTAL TRÁFEGO COMERCIAL E NÃO COMERCIAL Var
2007 2008 2008/2007
Total aterragens 179614 184368 2,6%
Total descolagens 179581 184403 2,7%
Total passageiros desembarcados 13431097 13840294 3,0%
Total passageiros embarcados 13529328 13946541 3,1%
Total passageiros em transito 509044 310521 -39,0%
Total carga desembarcada 61522090 64823556 5,4%
Total carga embarcada 72347579 73908753 2,2%
Total correio desembarcado 8165413 9748032 19,4%
Total correio embarcada 10092200 10018492 -0,7%
Total TRÁFEGO UNIÃO EUROPEIA NÃO SHENGEN Var
2007 2008 2008/2007
Total aterragens 22795 23558 3,3%
Total descolagens 22964 23321 1,6%
Total passageiros desembarcados 2953529 3057223 3,5%
Total passageiros embarcados 2994071 3089586 3,2%
Total passageiros em transito 20477 6818 -66,7%
Total carga desembarcada 3098873 3012400 -2,8%
Total carga embarcada 5350611 4309916 -19,5%
Total correio desembarcado 425367 529783 24,5%
Total correio embarcado 453689 393870 -13,2%
EU N Schengen

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CONFIDENCIAL  TRÁFEGO PAÍSES TERCEIROS Var
2007 2008 2008/2007
Total aterragens 16089 16994 5,6%
Total descolagens 16474 16911 2,7%
Total passageiros desembarcados 1942006 2095232 7,9%
Total passageiros embarcados 1898732 2068597 8,9%
Total passageiros em transito 79645 42915 -46,1%
Total carga desembarcada 15112217 17734314 17,4%
Total carga embarcada 28073354 32570220 16,0%
Total correio desembarcado 727755 704806 -3,2%
Total correio embarcado 2515601 1979767 -21,3%
Paises terceiros TRÁFEGO PAÍSES SCHENGEN Var
2007 2008 2008/2007
Total aterragens 140710 143851 2,2%
Total descolagens 140129 144136 2,9%
Total passageiros desembarcados 8535517 8687839 1,8%
Total passageiros embarcados 8636493 8788358 1,8%
Total passageiros em transito 408922 260788 -36,2%
Total carga desembarcada 43311000 44076842 1,8%
Total carga embarcada 38923614 37028617 -4,9%
Total correio desembarcado 7012291 8513443 21,4%
Total correio embarcado 7122910 7644855 7,3%
Schengen TOTAL TRÁFEGO UNIÃO EUROPEIA NÃO SHENGEN, PAÍSES TERCEIROS E PAÍSES SCHENGEN Var
2007 2008 2008/2007
Total aterragens 179614 184403 2,7%
Total descolagens 179581 184368 2,7%
Total passageiros desembarcados 13431097 13840294 3,0%
Total passageiros embarcados 13529328 13946541 3,1%
Total passageiros em transito 509044 310521 -39,0%
Total carga desembarcada 61522090 64823556 5,4%
Total carga embarcada 72347579 73908753 2,2%
Total correio desembarcado 8165413 9748032 19,4%
Total correio embarcado 10092200 10018492 -0,7%
Total

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CONFIDENCIAL  Auditorias/inspecções/testes em território nacional Durante o ano de 2008 Portugal foi alvo de duas inspecções no âmbito do programa de 
inspecções da  Comissão  Europeia.  Tal  programa  visou  aferir  o  grau  de  cumprimento 
com as disposições constantes na regulamentação europeia que estabelece as regras e 
medidas de aplicação das normas de base comuns sobre segurança da aviação, uma ao 
Aeroporto Francisco Sá Carneiro no Porto, e outra ao Aeroporto da Portela em Lisboa. 
Ainda no âmbito internacional Portugal foi objecto de uma auditoria de seguimento, 
que decorreu entre os dias 18 e 21 de Outubro de 2008, e que se inseriu no plano de 
acompanhamento  da  auditoria  efectuada  pela  Organização  da  Aviação  Civil 
Internacional,  em  Julho  e  Agosto  de  2006,  e  cuja  finalidade  foi  confirmar  o  nível  de 
implementação  do  plano  de  acções  correctivas  apresentado  por  Portugal,  tendo 
culminado  no  encerramento  do  processo,  uma  vez  que  estavam  cumpridas  e 
implementadas as acções correctivas propostas.  
No  plano  nacional  aumentou  significativamente  o  número  de  actividades  de 
monitorização  das  medidas  de  segurança  aos  aeroportos,  transportadoras  aéreas  e 
outras entidades às quais se aplica o Programa Nacional de Segurança da Aviação Civil, 
vulgo PNSAC. 
No  total  foram  efectuadas  23  auditorias  no  âmbito  do  processo  de  certificação  de 
agentes reconhecidos, 1 auditoria ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, e 8 
inspecções a outros aeroportos, transportadoras aéreas e outras entidades.  Incidentes reportados  
Ameaça de Bomba Validada Não houve registos em 2007 e 2008.  Ameaça de Bomba Não Validada (acumulado)

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0
0,5
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Total Aeroportos
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II SÉRIE-E — NÚMERO 21
__________________________________________________________________________________________________________
322


Consultar Diário Original

Página 323

323 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  Furtos Zona Crítica de Segurança (acumulado)

Violação de Bagagem na Zona Restrita de Segurança (acumulado)

Bagagem de Porão – nível 4 (acumulado)

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20
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Total Aeroportos
2007
2008

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Total Aeroportos
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324 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL   
Bagagem de Porão – nível 5 (acumulado)

Bagagem Abandonada (acumulado)

Ocorrências junto aos pontos de rastreio (acumulado)

10 4
88
80
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Total Aeroportos
2007
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325 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

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Procedimento irregular de segurança (acumulado)

Quantidade de líquidos confiscados na origem, em litros (acumulado)

Quantidade de líquidos confiscados em transferência, em litros (acumulado)

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326 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL   
Outros Incidentes (acumulado)

Deportados 2007 2008 Cidadãos Nacionais deportados pelos E.U.A., por via aérea 132 171

Certificações / recertificações de pessoal de segurança da aviação civil
2007 2008 Elementos de Segurança 830 697 Supervisores de Segurança 230 91 TOTAL 1060 788

Formação Durante o ano transacto, o Gabinete de Facilitação e Segurança ministrou 2 cursos de 
Formação  de  Formadores  em  Segurança  da  Aviação  Civil  e  2  cursos  de  Auditor  em 
Segurança da Aviação Civil, tendo sido qualificados 23 formadores e 22 auditores. 
 
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327 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL 

Outras actividades Em de Setembro de 2008 foi assinado um Protocolo de Cooperação entre o Instituto 
Nacional  de  Aviação  Civil,  I.P.  e  a  Polícia  de  Segurança  Pública  (PSP)  no  âmbito  da 
Segurança da Aviação Civil (Security), com o objectivo de solidificar a cooperação entre 
estas duas Instituições, no sentido de dar maior eficiência ao funcionamento do Sistema 
da  Autoridade  Aeronáutica  Nacional,  através  da  criação  de  equipas  compostas  por 
elementos  de  ambas  as  entidades,  quer  na  frequência  de  acções  de  formação 
organizadas  pelas  duas  instituições,  quer  quando  à  realização  de  actividades 
operacionais de fiscalização, inspecção, auditorias e teste no âmbito da segurança da 
aviação civil. 
 

Página 328

328 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  Serviços Prisionais Introdução Nos  termos  do  disposto  no  artigo  12º,  n.º2,  al.  m),  da  Lei  n.º  53/2008,  de  4  de 
Setembro, o Director‐ Geral dos Serviços Prisionais passou a integrar o Conselho Superior 
da  Segurança  Interna,  o  que  justifica  a  inclusão  no  presente  Relatório  de  dados 
respeitantes à actividade da Direcção‐ Geral dos Serviços Prisionais. 
 
Enquadramento 
O Decreto‐ Lei n.º 125/2007, de 27 de Abril, aprovou a lei orgânica da DGSP, definindo a 
missão, atribuições e tipo de organização interna. 
A Direcção‐ Geral dos Serviços Prisionais tem por missão assegurar a gestão do sistema 
prisional, nomeadamente da segurança e da execução das penas e medidas privativas 
da liberdade, assegurando condições de vida compatíveis com a dignidade humana e 
contribuindo  para  a  defesa  da  ordem  e  da  paz  social,  através  da  manutenção  da 
segurança da comunidade e da criação de condições de reinserção social dos reclusos, 
permitindo‐ lhes conduzir a sua vida de forma socialmente responsável. 
No ano de 2008, a DGSP deu prossecução aos seguintes objectivos estratégicos: 
1. Reforma do Parque Penitenciário – traduzido, nomeadamente, nos contributos para a 
definição do modelo do EP‐ Tipo, e em obras de requalificação (EP Paços de Ferreira, EP 
Linhó, EP Alcoentre e EP Évora); 
2. Garantir  e  Melhorar  a  Segurança  do  Sistema  Prisional  –  nomeadamente,  através  de 
investimentos em infra‐ estruturas e equipamentos, do incremento de revistas e buscas, 
da realização de concurso para admissão de 300 novos guardas prisionais, da admissão 
de 78 novos guardas prisionais do sexo feminino; 
3. Racionalizar  o  Funcionamento  Administrativo  e  Financeiro  do  Sistema  Prisional ‐ 
nomeadamente através da simplificação de circuitos, modelos e procedimentos; 
4. Aumentar  as  Oportunidades  de  Reinserção  Social  e  a  Qualidade  da  Prestação  de 
Cuidados de Saúde dos Cidadãos em Cumprimento de Medidas Privativas de Liberdade 
–  nomeadamente  através  do  reforço  das  medidas  de  empregabilidade,  do 
desenvolvimento  de  programas  de  intervenção  específicos,  do  incremento  da 
elaboração de Planos Individuais de Readaptação a reclusos condenados e da realização 
de  concurso  público  internacional  destinado  a  melhorar  a  prestação  de  cuidados  de 
saúde à população prisional; 

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329 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  5. Melhorar  a  Qualificação  dos  Recursos  Humanos  –  nomeadamente  através  do 
desenvolvimento de um amplo plano de formação interna. 
  Parque Prisional No ano de 2008,  o parque prisional era composto por 50 Estabelecimentos Prisionais – 
17 Centrais, 4 Especiais, 28 Regionais e 1 Cadeia de Apoio – distribuídos de Norte a Sul 
do  país,  bem  como  pelas  Regiões  Autónomas  da  Madeira  e  dos  Açores,  com  uma 
capacidade total de 12 149 lugares. 
Os estabelecimentos especiais são assim designados em função da população para que 
estão vocacionados – 2 para mulheres, 1 para jovens adultos e 1 hospital prisional.  
Nos  estabelecimentos  prisionais  centrais  está  incluído  o  EP  Évora,  vocacionado 
exclusivamente para alojar reclusos que, por força das funções anteriormente exercidas, 
carecem  de  especial  protecção,  nomeadamente,  indivíduos  pertencentes  a  forças  de 
segurança. 
Os  estabelecimentos  prisionais  estão  classificados,  em  função  da  segurança,  como 
fechados, mistos e de segurança máxima.  
De segurança máxima existe o  EP Monsanto, o qual entrou em funcionamento em Maio 
de 2007, e se destina a  reclusos relacionados com crimes violentos, nomeadamente, 
ligados a redes de tráfico de estupefacientes e à criminalidade transnacional organizada, 
bem como a reclusos com alterações significativas de comportamento, susceptíveis de 
criar  situações  graves  para  a  segurança  do  próprio,  do  sistema  prisional  e  da 
comunidade. 
Existem ainda em funcionamento duas secções de segurança, instaladas junto de dois 
estabelecimentos  prisionais  centrais  (EP  Paços  de  Ferreira  e  EP  Linhó),  vocacionadas 
para alojamento temporário de reclusos em regime de segurança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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330 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL   
Recursos Humanos  
Efectivos em exercício de funções em 31.12.2008  Grupo / Carreira  Número 
Dirigentes  22 
Directores de Estabelecimento Prisional  46 
Inspectores Coordenadores  3 
Técnico Superior  Técnico Superior  165 
Técnico superior de Reeducação  182 
Administrador Prisional  21 
Informática  Especialista de Informática  10 
Técnico de Informática  8 
Pessoal Médico  37 
Pessoal de Enfermagem  88 
Técnica  34 
Técnico‐ profissional  25 
Chefes de Secção  43 
Assistente Administrativo  503 
Pessoal Operário  78 
Pessoal Auxiliar  196 
Guarda prisional  4340 
Total 
5801   
 

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331 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

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332 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

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333 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

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26 0
8
07
25
63
23
57 1
7
18
16
30
17
23
18
26
89
12
65
36 1
26
alão etário, p
20,3
em 2007 e 2008
9 a 24 25 a 39
53 310
29 204
24 106
444
14
232
3
11
2
2
12 30
1
617
3
36
33
829
2
12
8
5
1
1
56
2
22
3
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Idad por nacionali
40 a 59 60 e +
266 17
203 15
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2
20
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2
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2
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1
2
4
1
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5
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2
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Total
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2
2
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4
54
1
28
5
13
7
61
3
3
14
6
2
5
1
3
16
0
2
6
5

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334 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

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%  de  2007
2008

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CONFIDENCIAL   
Evasões No que respeita a evasões, registou‐ se uma significativa diminuição de 2007 para 2008, 
quer do número de ocorrências de evasão quer de reclusos evadidos.   Saliente‐ se  que  esta  tendência  tem  vindo  a  verificar‐ se  ao  longo  dos  últimos  anos, 
sendo que o valor de 2008 foi o mais baixo dos últimos 10 anos. 
No ano de 2008, em resultado da acção do corpo da guarda prisional, frustaram‐ se 14 
tentativas de evasão.   Outras No período em análise não se registou nenhum homicídio, motim ou alteração grave da 
ordem no interior do sistema prisional.  Actividade operacional Apreensões 
Na  sequência  da  actividade  de  revistas  e  buscas  levada  a  cabo  pelos  elementos  do 
Corpo  da  Guarda  Prisional  (CGP),  registaram‐ se  640  ocorrências  de  apreensão  de 
estupefacientes, contra 603 em 2007, cuja distribuição por tipo de produto e por peso 
em gramas, se apresenta no quadro a seguir: 
 
 
 
 
28
46
18 18
0
10
20
30
40
50
2007 2008
N. de evasões
N. de evadidos
4915
5046
428
515
1176
316
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
Haxixe Heroína Cocaína
2007
2008

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CONFIDENCIAL  No âmbito da mesma actividade de revistas e buscas foram ainda apreendidos 1092 
telemóveis,  conforme  quadro  seguinte  e  que  ilustra  o  aumento  significativo  de 
apreensões relativamente ao ano de 2007:   
 
 
 
 
 
 
 
 
Ainda  em  resultado  das  revistas  e  buscas  foram  apreendidas  77  armas  brancas  de 
fabrico artesanal (vulgo “chinos”). 
 
Remoções 
Os elementos do GGP são também responsáveis por movimentar os reclusos entre os EP 
pelos mais diversos motivos, seja por motivos de segurança, seja por necessidade de 
reafectação.  
Assim,  no  ano  de  2008,  efectuaram‐ se  3  549  remoções,  sendo  466  efectuadas  pelo 
Grupo de Intervenção e Segurança Prisional (GISP), envolvendo no total, cerca de 4 831 
reclusos. 
O GISP, efectuou ainda 498 serviços de escolta a reclusos perigosos. 
No âmbito da Cooperação Judiciária Internacional em Matéria Penal, nomeadamente da 
Convenção  Relativa  à  Transferência  de  Pessoas  Condenadas,  foram  efectuadas  72 
transferências pelo GISP. 
 
Formação No  sentido  de  dotar  o  Corpo  da  Guarda  Prisional  de  novas  competências  e 
aperfeiçoando outras, de modo a responderem de forma mais eficaz à realidade actual, 
foram ministrados diversas acções de formação, nomeadamente, nas áreas de Gestão 
de  Informação  de  Segurança,  Buscas,  Revistas,  Técnicas  de  Algemagem,  Informática, 
Coaching e Liderança.  
946
1092
850
900
950
1000
1050
1100
Apreensão de telemóveis
2007
2008

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CONFIDENCIAL   
O quadro seguinte ilustra o volume de formação ministrada aos guardas prisionais, quer 
no que respeita à formação inicial das 78 guardas femininas admitidas em 2008 e de um 
outro curso de admissão ao Grupo de Intervenção dos Serviços Prisionais, bem como de 
outras  actividades  formativas  desenvolvidas  no  âmbito  da  candidatura  ao  Programa 
Operacional Potencial Humano e do Projecto Gerir para Inovar nos Serviços Prisionais. 
Cooperação Externa No  âmbito  da  cooperação  no  domínio  da  Justiça  e  ao  abrigo  do  Memorando  de 
Entendimento celebrado entre Portugal e o PNUD estiveram destacados em Timor 3 
Subchefes  do  Corpo  da  Guarda  Prisional,  com  o  objectivo  de  ministrar  formação  a 
guardas prisionais timorenses. 
 
Investimentos A  avaliação  das  vulnerabilidades  de  alguns  estabelecimentos  prisionais  conduziu  ao 
reforço da segurança estrutural e tecnológica, nomeadamente nas seguintes áreas: 
• Sistemas CCTV (nos EP Castelo Branco, Sintra e Faro) • Melhorias nas estruturas físicas (nos EP Castelo Branco, Porto, Tires, Izeda, Linhó e Évora) • Outros equipamentos (pórticos, rádios portáteis, pistolas, coletes anti-bala, viaturas celulares) A Direcção‐ Geral dos Serviços Prisionais efectuou investimentos na área da segurança 
em diversas vertentes, num total de 1 066 222 €. 
 
Designação do Curso 
Número 
de Horas 
Número de Formados  Volume de 
Formação 
(horas) 
Masculino  Feminino 
POPH/2008 ‐ 142  5  2712 
Curso Formação Inicial de 
Guardas Prisionais 
Femininas 
557  0  78  43446 
8º Curso do GISP  282  32  3  10716 
PGISP ‐95  24  1998 
TOTAL  ‐  269  110  58872 

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CONFIDENCIAL  Nota Final A DGSP tem por missão garantir a execução das penas e medidas privativas de liberdade 
de  modo  a  contribuir  para  a  defesa  da  ordem  e  paz  social  através  da  segurança  da 
comunidade e da criação de condições de reinserção social dos reclusos.  
Os dados constantes do presente relatório representam apenas uma parte da actividade 
desenvolvida  pela  DGSP  no  ano  de  2008,  a  que  se  relaciona  directamente  com  a 
vertente de segurança, não obstante as outras áreas de intervenção, designadamente a 
do tratamento penitenciário, terem uma importância crucial para a segurança interna e 
para a prevenção da repetição de comportamentos criminais. 
Na definição dos objectivos estratégicos para o ano de 2008 teve‐ se particularmente em 
conta  a  necessidade  de  uma  resposta  mais  eficaz  aos  novos  desafios  colocados  por 
diferentes e novos tipos de criminalidade.  
Neste quadro, apostou‐ se no reforço das condições de segurança dos estabelecimentos 
prisionais, na requalificação de alguns espaços, na formação dos recursos humanos e no 
aumento de oportunidades de reinserção social para os reclusos, assim prevenindo a 
sua reincidência. 
Introduziram‐ se  ainda  medidas  de  racionalização  de  meios  e  recursos  e  de  novas 
tecnologias,  nomeadamente,  a  da  colocação  de  equipamentos  que  permitem  a 
videoconferência  entre  estabelecimentos  prisionais  e  tribunais,  assim  se  evitando 
também muitas das deslocações dos reclusos ao exterior. 
Os resultados operacionais traduziram‐ se em sinais positivos no âmbito da segurança 
prisional e também da própria comunidade, pela significativa diminuição do número de 
evasões, pela ausência de motins ou de outras alterações graves no âmbito da ordem e 
disciplina no sistema prisional, pelo aumento da actividade de detecção e apreensão de 
estupefacientes  e  outros  bens  ilícitos  em  meio  prisional  e  pelo  grau  de  sucesso  nos 
regressos de licenças de saída e de regimes abertos no exterior. 
Todavia, os sinais de aumento da gravidade de alguns comportamentos criminais levam 
a  que  o  sistema  prisional  adopte  medidas  cada  vez  mais  eficazes  para  responder  à 
problemática da violência, tanto na vertente da segurança quanto na do tratamento 
penitenciário,  nomeadamente  através  da  adopção  de  estratégias  e  de  programas 
especificamente orientados para este tipo de comportamentos, o que está em curso e 
será incrementado em 2009. 
 
 

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339 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  Autoridade Nacional de Protecção Civil Enquadramento No  âmbito  da  estratégia  de  segurança  de  2008,  a  Protecção  Civil  desenvolveu  e 
executou  um  conjunto  de  programas  e  projectos  com  vista  à  concretização  dos 
objectivos estratégicos da Autoridade Nacional de Protecção Civil, fixados por Despacho 
do Ministro da Administração Interna para o triénio 2008‐ 2010, designadamente: 
A  melhoria  da  capacidade  do  dispositivo  de  protecção  civil,  valorizando  a 
formação dos recursos humanos e reforçando os meios operacionais 
A  elaboração  ou  actualização  de  planos  de  emergência  para  prevenção  e 
minimização de consequências de catástrofes; 
O  reforço  da  prevenção  de  incêndios  florestais  e  dos  meios  operacionais  de 
combate  Síntese das actividades - 2008

Os programas e projectos desenvolvidos e executados durante o ano de 2008, incidiram 
nas seguintes áreas:   Recursos de Protecção Civil: 
Na área dos recursos de Protecção Civil, a ANPC promoveu a requalificação das infra‐
estruturas  operacionais  e  dos  sistemas  de  comunicações.  Ao  nível  dos  veículos  de 
Comando  e  Comunicações,  em  2008  foram  adquiridos  10  Veículos  de  Comando  de 
Operações  e  Comunicações  (VCOC’s),  reacondicionados  2  VCOC’s  e  adquirido  1  dos 
veículos que integra o CETAC – o Veículo de Comando, Controlo e Comunicações (VC3). 
Paralelamente, foi feita uma aposta clara ao nível dos equipamentos, aumentando a 
fiabilidade e a redundância dos sistemas de informação e de comunicações da ANPC, 
através da aquisição de: 
• 44 Telefones satélite (dos quais 25 portáteis); 
• 20 Rádios HF (para CDOS e Veículos de Comando e Comunicações); 
• 19 Repetidores de Campanha, com mastro e gerador; 
• Aquisição de equipamentos rádio para jipes da estrutura de comando dos CDOS e FEB; 

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340 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL   
• Substituição e renovação das centrais telefónicas dos CDOS; 
• Aquisição e instalação de 5 sistemas de energia redundantes (geradores) e quadros de 
energia  assistida  por  UPS,  que  garantam  a  alimentação  ininterrupta  de  energia  dos 
sistemas essenciais nos CDOS; 
• Aquisição de sistema de geo‐ referenciação de meios operacionais (110 veículos) para o 
distrito da Guarda (co‐ financiado / INTERREG); 
• Aquisição  de  sistema  centralizado  de  armazenamento  e  cópia,  para  salvaguarda  dos 
dados dos sistemas de informação da ANPC; 
• Aquisição de um sistema nacional de videoconferência.  No âmbito do reforço da mobilidade e capacidade de intervenção operacional, foram adquiridos 28 veículos para a estrutura de comando, 1 veículo para o Núcleo de 
Telecomunicações da Direcção Nacional de Recursos de Protecção Civil e 1 veículo para 
Mortuária. Destaca‐ se a aquisição de veículos pesados com vista à criação do Centro 
Táctico de Comando – CETAC, nomeadamente, o Veículo de Apoio Logístico e o Veículo 
de  Comando,  Controlo  e  Comunicações.  Na  FEB,  o  aumento  da  capacidade  de 
mobilidade atingiu os 260%, tendo sido ainda adquiridos, na sequência da criação da 2ª 
Companhia, equipamentos de protecção e socorro. 
Ao  nível  dos  equipamentos  para  bases  operacionais,  destaca‐ se  a  aquisição  de 
equipamentos para (i) os Centros de Meios Aéreos; (ii) as Bases de Apoio Logísticas; (iii) 
as Bases Permanentes de Helicópteros; (iv) e a Instalação de 7 Bases permanentes da 
FEB. Na área das instalações salienta‐ se também a inauguração do Comando Distrital de 
Operações de Socorro de Portalegre. 
No que se refere à aquisição de equipamentos operacionais para apoio aos postos 
de comandos móveis e FEB, a ANPC procedeu à aquisição de 17 Tendas insufláveis;   24 
Balões de iluminação; 60 Contentores para transporte de equipamentos operacionais e  
Grupos  geradores.  Foi  iniciada  a  constituição  de  uma  reserva  de  emergência  que 
permitirá constituir um campo de desalojados para 1.500 pessoas. 
O reforço da capacidade de mobilidade e capacidade de intervenção operacional para 
operações de protecção civil contribuiu assim para o cumprimento da missão da ANPC, 
nomeadamente: 
•  Contribuiu para a melhoria do sistema nacional de protecção civil, aumentando a sua 
resiliência,  designadamente  através  do  reforço  dos  equipamentos,  meios  e  instrumentos 
necessários à actividade de protecção civil; 
•  Reforçou  o  acompanhamento  sistemático  das  acções  de  prevenção,  protecção  e 
socorro, designadamente perante situações eminentes ou evidentes de emergência, e  

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CONFIDENCIAL  •  Contribuiu para a modernização dos equipamentos e eficácia da resposta dos agentes 
de protecção civil;  Planeamento de emergência: Na  área  do  Planeamento  de  Emergência,  e  correspondendo  o  ano  de  2008  à 
implementação  a  nível  municipal  da  Directiva  que  estabelece  os  critérios  e  normas 
técnicas  para  a  elaboração  e  operacionalização  de  Planos  de  Emergência  (Resolução 
25/2008  de  18  de  Julho,  da  CNPC),  foi  publicado  um  manual  de  apoio  e  realizadas 
diversas sessões técnicas de divulgação da Directiva, dirigidas a responsáveis técnicos e 
políticos  dos  Serviços  Municipais  de  Protecção  Civil,  visando  o  esclarecimento  de 
dúvidas relacionadas com os processos de elaboração, aprovação e operacionalização 
dos planos de emergência. 
 Destaca‐ se  igualmente  a  consolidação  do  Plano  Especial  de  Emergência  de  Risco 
Sísmico para a Área Metropolitana de Lisboa e Concelhos Limítrofes, com a respectiva 
adaptação  à  estrutura  e  conteúdos  prevista  na  nova  Directiva  de  Planeamento  de 
Emergência.  Neste  âmbito,  foram  realizados  dois  exercícios,  um  deles  em  Maio 
(exercício de posto de comando) e o outro em Novembro (exercício Livex, com forças no 
terreno).  
Na  área  da  segurança  contra  incêndios,  e  decorrente  do  programa  SIMPLEX,  foi 
consagrado o Regime Jurídico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios, aprovado pelo 
Decreto‐ Lei n.º 220/2008, de 12 de Novembro. 
Salienta‐ se ainda o lançamento de cadernos técnicos com o objectivo de sistematizar e 
divulgar conteúdos de referência nas diversas áreas do Planeamento de Emergência de 
Protecção  Civil,  designadamente  (i)  Manual  de  Avaliação  de  Impacte  Ambiental  na 
vertente  de  Protecção  Civil;  (ii)  Guia  de  Informação  para  a  elaboração  do  Plano  de 
Emergência  Externo  (Directiva  Seveso  II);  (iii)  Manual  de  Apoio  à  elaboração  e 
operacionalização de Planos de Emergência de Protecção Civil e (iv) Estabelecimentos 
de Apoio Social a Pessoas Idosas – manual para a elaboração de Planos de Segurança.  Sensibilização, informação e formação: O  ano  de  2008  evidenciou‐ se  pela  realização  de  campanhas  nacionais,  nas  áreas  da 
informação  e  sensibilização  pública,  nomeadamente  na  vertente  da  prevenção  dos 
incêndios florestais e do incentivo ao voluntariado dos bombeiros. Ainda neste domínio 
privilegiou‐ se  a  actualização  da  colecção  de  folhetos  temáticos,  composta  por  21 

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342 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  folhetos temáticos, dos quais sete são destinados à comunidade escolar e a edição de 
duas Compilações Legislativas na área da Protecção Civil e Bombeiros. 
Outra iniciativa relevante em termos de sensibilização pública, foi o “Clube de Protecção 
Civil”, com a existência de 302 Clubes de PC em escolas do 2.º, 3.º ciclo e Secundárias e 
161  Clubes  de  PC  em  escolas  do  1.º  ciclo.  Assumindo  que  cada  um  destes  Clubes 
produziu no mínimo uma actividade com os alunos, revela‐ se um total de cerca de 500 
actividades por ano lectivo. 
Na  área  da  formação,  destaca‐ se  pelo  formato  inovador,  a  realização  do  curso 
monográfico “Regime Jurídico dos  Bombeiros Portugueses”, através de 11 acções de 
formação realizadas de norte a sul do país, destinadas a elementos dos órgãos directivos 
das Associações Humanitárias de Bombeiros, da estrutura de comando dos Corpos de 
Bombeiros e elementos da ANPC, com o objectivo de promover a discussão técnica no 
domínio do regime jurídico dos bombeiros portugueses.  
Foram  organizados  ainda,  durante  o  ano  de  2008,  2  Workshops  “Os  Municípios  e  a 
Protecção Civil”, nos meses de Junho e Julho, em parceria com a Escola Nacional de 
Bombeiros,  destinados  aos  Serviços  Municipais  de  Protecção  Civil,  bem  como  o 
Seminário “A Segurança aérea no combate aos incêndios florestais”, em Outubro.  
Destaca‐ se também a participação no “Portugal Tecnológico – Mostra de Tecnologias”, 
juntamente com a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, a Empresa de Meios 
Aéreos, a Polícia de Segurança Pública, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e a Guarda 
Nacional Republicana. 
É de realçar, igualmente, a formação de Quadros no contexto da Comunidade dos Países 
de Língua Portuguesa – CPLP, tendo sido realizadas, em Portugal, 6 acções de formação 
para Quadros de Angola e 2 acções para Quadros de Moçambique. A nível internacional, 
destacam‐ se 6 acções de formação em Angola, 2 missões de assistência técnica em Cabo 
Verde, 1 acção de formação em Moçambique e 1 acção de formação em S. Tomé. 
Finalizando as actividades nestas áreas, o ano de 2008 marcou o início da requalificação 
da Escola Nacional de Bombeiros, através do estudo de um novo modelo organizacional, 
com vista à criação do Centro de Recursos de Protecção e Socorro.  Bombeiros: Na  área  dos  bombeiros,  no  ano  de  2008  operou‐ se  a  regulamentação  da  reforma 
legislativa  dos  regimes  jurídicos  dos  bombeiros,  dos  corpos  de  bombeiros  e  das 
Associações  Humanitárias  de  Bombeiros,  com  o  objectivo  de  dotar  este  sector  dos 

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CONFIDENCIAL  instrumentos  que  permitam  satisfazer  uma  maior  dignificação  dos  bombeiros,  uma 
melhor operacionalidade dos Corpos de Bombeiros e, simultaneamente, proporcionar 
mais sustentabilidade financeira às Associações Humanitárias de Bombeiros. 
 
Dentro deste objectivo, destacam‐ se: 
• A  implementação  do  Programa  de  Apoio  Infra‐ estrutural  –  PAI  com  vista  ao 
estabelecimento  e  requalificação  da  rede  de  infra‐ estruturas  operacionais 
adequada ao cumprimento das missões de socorro da responsabilidade dos Corpos 
de Bombeiros. A ANPC, apreciou cerca de 53 projectos num valor estimado de  27 
milhões de euros. 
• A nova metodologia de apoio ao funcionamento das Associações Humanitárias de 
Bombeiros,  com  a  entrada  em  funcionamento  do  Programa  Permanente  de 
Cooperação  –  PPC,  veio  alterar  o  paradigma  seguido  em  anos  transactos.  O 
pagamento em tranches mensais, passou a permitir uma mais equilibrada gestão 
eliminando  em  definitivo  o  antigo  e  recorrente  atraso  dos  pagamentos  àquelas 
organizações. 
• O  Programa  de  equipes  de  Intervenção  Permanente  nos  Corpos  de  Bombeiros, 
iniciativa  partilhada  entre  a  ANPC,  Municípios  e  Associações  Humanitárias  de 
Bombeiros,  permitiu  a  celebração  de  44  protocolos  em  2008  e  a  adesão  destas 
entidades para o lançamento de mais 86 EIP em 2009. 
• A Força Especial de Bombeiros ‐  FEB, foi reforçada durante o ano de 2008, com a 
constituição de mais uma Companhia para operação nos distritos de Évora, Beja e 
Setúbal. Desta forma a FEB passou a ter um total de 215 elementos instalados em 7 
Distritos. (Guarda, Castelo Branco, Santarém, Évora, Beja, Setúbal e Portalegre). 
• O Recenseamento Nacional dos Bombeiros Portugueses foi disponibilizado a todos 
os  Corpos  de  Bombeiros  para  formação  e  teste,  iniciando‐ se  dessa  forma,  pela 
primeira  vez,  um  processo  que  visa  identificar  e  quantificar  o  universo  dos 
bombeiros no Continente. 

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CONFIDENCIAL  Operações de Protecção e Socorro: No  quadro  do  dispositivo  de  combate  a  incêndios  florestais,  pelo  segundo  ano 
consecutivo, Portugal registou uma redução da área ardida, a qual atingiu, em 2008, 
apenas cerca de 17 mil hectares. 
 
ANOS OCORRÊNCIAS (nº) ÁREA ARDIDA (ha) INCÊNDIOS FLORESTAIS FOGACHOS (Área < 1 ha) TOTAL POVOAMENTOS MATOS TOTAL 1998 8.834 25.842 34.676 57.393 100.975 158.368 1999 5.782 19.695 25.477 31.052 39.561 70.613 2000 8.802 25.307 34.109 68.646 90.958 159.604 2001 6.869 20.073 26.942 45.609 66.557 112.166 2002 6.492 20.000 26.492 65.164 59.245 124.409 2003 5.309 20.886 26.195 286.055 139.671 425.726 2004 5.020 16.950 21.970 56.109 73.430 129.539 2005 8.179 27.519 35.698 213.517 124.745 338.262 2006 3.455 16.466 19.921 36.320 39.189 75.509 2007 3.566 15.166 18.732 9.638 21.812 31.450 2008 2.555 11.275 13.830 5.457 11.780 17.237 MÉDIA 10 ANOS 6.231 20.790 27.021 86.950 75.614 162.564 FONTE: AFN – Relatório Áreas Ardidas e Ocorrências 2008 - 01 Janeiro a 31 Dezembro O  dispositivo  operacional  integrou,  durante  a  fase  mais  crítica  de  2008,  4.949 
bombeiros,  apoiados  por  1.195  veículos.  Ao  esforço  dos  bombeiros  juntou‐ se  a 
determinação  do  Grupo  de  Intervenção  de  Protecção  e  Socorro  (GIPS)  da  GNR,  que 
interveio em 11 distritos, com um total de 560 elementos, apoiados por 92 veículos, e 
pela  Força  Especial  de  Bombeiros,  no  combate  helitransportado  de  primeira 
intervenção, que integrou um efectivo de 215 elementos distribuídos por sete distritos 
considerados de elevado risco. 

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CONFIDENCIAL   
158.368
70.613
159.604
112.166
124.409
425.726
129.539
338.262
75.509
31.450
17.237
162.565
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
350.000
400.000
450.000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 MÉDIA 
TOTAL ÁREA ARDIDA
Do  dispositivo  de  combate  aos  incêndios  fizeram  parte  ainda  1.315  elementos  da 
Autoridade  Florestal  Nacional,  266  do  Instituto  de  Conservação  da  Natureza  e  da 
Biodiversidade e 248 da Afocelca. 
Ao  nível  do  combate  aéreo,  2008  contou  com  um  elevado  número  de  meios:  56 
aeronaves.  Os  helicópteros  bombardeiros  registaram  4.717  missões  de  combate  a 
incêndios, com uma eficácia de 66 por cento. Os aviões intervieram em 1.132 missões 
com 91 por cento de eficácia. Os helicópteros “Kamov” fizeram 178 missões e tiveram 
uma  eficácia  de  87  por  cento,  enquanto  os  Canadair  participaram  em  51  missões  e 
conseguiram uma eficácia de 80 por cento. 
A comparação entre os últimos 10 anos demonstra que o investimento ao longo dos 
últimos anos na área da Protecção e Socorro levou a resultados bastante positivos.  34.676
25.477
34.109
26.942
26.492
26.195
21.970
35.698
19.921
18.732
13.830
27.021
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
40.000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 MÉDIA 
TOTAL OCORRÊNCIAS

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CONFIDENCIAL 

Ao  nível  das  ocorrências  de  Protecção  e  Socorro,  revela‐ se  pelo  elevado  número,  as 
ocorrências  de  âmbito  pré‐ hospitalar,  que  incluem  situações  que  vão  desde  a 
intoxicação ao atropelamento; bem como as ocorrências típicas de protecção e socorro, 
que representam cerca de 10% do total de ocorrências registadas.  Ocorrências 2006 2007 2008 Grupo I Protecção e Socorro Incêndios 46.238 47.502 41.624 Infra-estruturas e vias de comunicação 23.266 10.737 14.057 Conflitos legais 20.845 20.429 20.991 Tecnológicos e Industriais 1.424 1.626 1.567 Acidentes 37.108 40.509 36.875 Eventos Protecção Civil 0 4 9 Total parcial Grupo I 128.881 120.807 115.123 Grupo II Pré-hospitalar Pré-hospitalar 762.393 729.102 742.970 Total parcial Grupo II 762.393 729.102 742.970 Grupo III Serviços e outras Actividades Serviços prestados 123.309 163.478 180.565 Outras Actividades 44.743 53.583 58.580 Total parcial Grupo III 168.052 217.061 239.145 Total Global 1.059.326 1.066.970 1.097.238 Fonte: CNOS

De destacar igualmente a evolução nos últimos 3 anos, que aponta para a diminuição do 
nº de ocorrências de protecção e socorro, e o aumento do nº de ocorrências do pré‐
hospitalar e da prestação de serviços e outras actividades. 
A nível internacional, 2008 destacou‐ se pela assistência à China, através do envio de 
bens de ajuda humanitária, e, complementarmente, na participação em dois exercícios 
de  carácter  internacional,  designadamente  “Sardinia  08”  (Itália,  Abril,  cenário  de 
incêndios  florestais)  e  “EU  Terror  Attack”  (França,  Novembro,  cenário  de  ataques 
NRBQ). 

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CONFIDENCIAL   
Passos futuros As actividades desenvolvidas em 2008 levaram ao estabelecimento das prioridades a 
desenvolver em 2009, destacando‐ se a (i) consolidação do recenseamento dos Corpos 
de  Bombeiros  e  a  requalificação  dos  meios  operacionais;  a  (ii)  implementação  dos 
Serviços  Municipais  de  Protecção  Civil  em  todos  os  municípios,  bem  como  do 
Comandante  Operacional  Municipal;  (iii)  a  reformulação  dos  planos  de  emergência 
municipais e especiais; (iv) a conclusão da requalificação da rede de comunicações de 
protecção  e  socorro  e  dos  meios  operacionais  de  intervenção  operacional  (v)  o 
incremento da interoperabilidade das forças e sistemas de protecção civil da UE e (iv) a 
criação do Centro de Recursos de Protecção e Socorro.  

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CONFIDENCIAL  Direcção-Geral de Infra-Estruturas e Equipamento Lei de Programação de Instalações e Equipamentos das Forças de segurança Lei 61/2007, de 10 de Setembro  
 
Em cumprimentos do disposto no artigo 7.º da Lei n.º 61/2007, de 10 de Setembro, 
inclui‐ se,  pela  primeira  vez,  no  RASI  2008  um  relatório  contendo  a  informação 
necessária  ao  controlo  da  execução  da  Lei  de  Programação  de  Instalações  e 
Equipamentos das Forças de segurança (LPIEFS). 
 
No ano de 2008, e no âmbito da Lei de Programação de Infra‐ Estruturas e Equipamentos 
das Forças de segurança, foram investidos 37.939.940 €. 
 
Este  investimento  foi  18%  superior  ao  investimento  médio  dos  últimos  9  anos  (o 
investimento médio em equipamentos e infra‐ estruturas para as Forças de segurança de 
2000 a 2008 foi de 31.196.771 €) e foi 19% superior ao investimento médio da anterior 
legislatura,  tal  como  o  investimento  médio  desta  legislatura  (33.443.157  €  para  o 
período compreendido de 2005 a 2008) foi também 8% superior quando comparado 
com  o  mesmo  investimento  da  anterior  legislatura  (o  investimento  médio  em 
equipamentos e infra‐ estruturas para as Forças de segurança de 2002 a 2004 foi de 
30.751.171 €). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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CONFIDENCIAL   
Principais investimentos a destacar: 
Investimentos em instalações Obras de raiz concluídas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Concluíram‐ se 17 obras de raiz as quais tiveram um custo global de 8.540.881 €. Destas 
10 foram destinadas à GNR e tiveram um custo de 6.281.067 €. 
Obras de remodelação concluídas 
 
 
 
 
 
 
 
DISTRITO CONCELHO LOCALIDADE ENTIDADE BENEFICIÁRIA TIPO DE INTERVENÇÃO DATA DE ENTREGA
CUSTO DO 
INVESTIMENTO
Porto Penafiel Termas S.Vicente GNR Obra de raiz Janeiro de 2008 € 695.840
Braga Terras de Bouro Gerez GNR Obra de raiz Julho de 2008 € 1.044.700
Braga Vila Verde Vila do Prado GNR Obra de raiz Setembro de 2008 € 896.920
Braga V. N. Famalicão Joane GNR Obra de raiz Outubro de 2008 € 902.980
Faro Tavira Tavira GNR Obra de raiz Dezembro de 2008 € 1.868.290
Bragança Macedo de Cav. Macedo Cavaleiros GNR Carreira de Tiro Dezembro de 2008 € 179.863
Coimbra Águeda Águeda GNR Carreira de Tiro Dezembro de 2008 € 167.566
Évora Évora Évora GNR Carreira de Tiro Dezembro de 2008 € 175.958
Guarda Guarda Guarda GNR Carreira de Tiro Dezembro de 2008 € 179.600
Porto Maia Castelo da Maia GNR
Obra de raiz construída pela C.
M.
s,d. € 169.350
Leiria Leiria Marrazes PSP Obra de raiz Junho de 2008 € 355.280
Faro Faro Faro/Aeroporto PSP Obra de raiz Julho de 2008 € 919.100
Lisboa Amadora Alfragide PSP Obra de raiz Novembro de 2008 € 388.850
Viana do C. Ponte de Lima Ponte de Lima PSP Carreira de Tiro Dezembro de 2008 € 177.000
Setúbal Barreiro Barreiro (Quimip.) PSP
Obra de raiz efectuada pela Quimiparque
Dezembro de 2008 € 88.140
Castelo Br. Castelo Branco Castelo Branco PSP Carreira de Tiro Dezembro de 2008 € 154.479
Portalegre Portalegre Portalegre PSP Carreira de Tiro Dezembro de 2008 € 176.965
Obras de Raiz concluídas
DISTRITO CONCELHO LOCALIDADE ENTIDADE BENEFICIÁRIA TIPO DE INTERVENÇÃO DATA DE ENTREGA
CUSTO DO 
INVESTIMENTO
Coimbra Pampilhosa da S. Pampilhosa Serra GNR Obras de Remodelação Janeiro de 2008 € 63.623
Guarda Guarda Guarda GNR Obras de Remodelação Abril de 2008 € 68.791
Évora Arraiolos Arraiolos (1ª F.) GNR
Adaptação de um ex- quartel dos Bombeiros
Maio de 2008 € 249.580
Beja Aljustrel Aljustrel GNR Obras de Remodelação Novembro de 2008 € 69.132
Aveiro Anadia Sangalhos GNR Obras de Remodelação Dezembro de 2008 € 30.473
Faro Silves Silves GNR Adaptação de loja Dezembro de 2008 € 70.340
Lisboa Lisboa
Comando Geral PSP (Penha de França)
PSP Obras de Remodelação Novembro de 2008 € 151.116
Santarém Tomar Tomar PSP
Adaptação de um ex-Centro de Saúde
Dezembro de 2008 € 1.142.460
Obras de Remodelação concluídas

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350 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  Realizaram‐ se 8 obra de remodelação, 6 na GNR e 2 na PSP, com um custo global de 
1.845.515 €. 
 
Obras de raiz em curso 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estão em execução, tendo transitado para o próximo ano, 6 obras de raiz, 4 destinadas à 
GNR e 2 à PSP. O custo estimado para estas obras é de 9.620.000 €. 
 
Obras de remodelação em curso 
 
 
 
 
 
 
 
 
Transitaram para o próximo ano, 6 obras de remodelação, todas relativas a instalações 
da GNR. O custo estimado é de 1.931.200 €. 
 
 
DISTRITO CONCELHO LOCALIDADE ENTIDADE BENEFICIÁRIA TIPO DE INTERVENÇÃO
CUSTO DO 
INVESTIMENTO 
ESTIMADO
Castelo Branco Alcains Alcains GNR
Obra de raiz -executada pela CM
€ 1.725.000
Guarda Celorico da Beira Celorico da Beira GNR Obra de raiz € 635.000
Lisboa Arruda dos Vinhos Arruda dos Vinhos GNR
Obra de raiz -executada pela CM
€ 460.000
Viana Castelo Ponte da Barca Ponte da Barca GNR Obra de raiz € 1.950.000
Lisboa Loures Camarate PSP Obra de raiz € 410.000
Lisboa Cascais Cascais PSP Obra de raiz € 4.440.000
Obras de raíz em execução
DISTRITO CONCELHO LOCALIDADE ENTIDADE BENEFICIÁRIA TIPO DE INTERVENÇÃO
CUSTO DO 
INVESTIMENTO 
ESTIMADO
Angra Heroismo Praia da Vitória Praia da Vitória GNR Obra de adaptação € 1.064.000
Coimbra Miranda Corvo Miranda do Corvo GNR Obra de remodelação € 116.100
Faro Silves Armação de Pera GNR Obra de remodelação € 24.000
Horta Stª Cruz das Flores Santa Cruz das Flores GNR Obra de adaptação € 613.500
Setúbal Santiago Cacém Santiago do Cacém GNR Obra de remodelação € 113.600
Obras de remodelação em execução

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CONFIDENCIAL  Equipamentos das Forças de segurança  
Em Viaturas e Motociclos, foram investidos 8.184.119 €, o que permitiu a entrega, no 
ano de 2008, de764 viaturas novas às Forças e Serviços de segurança. 
Em  Armamento  e  Equipamento  Individual  destacam‐ se  as  seguintes  aquisições: 
2.800.000 € em 10.000 pistolas de 9 mm novas e 1.100.000 € em 1.000 coletes balísticos 
novos.  
Em Sistemas de Tecnologias de Informação e Comunicação destacam‐ se as seguintes 
aquisições:  970.000  €  em  terminais  TETRA,  50.000  €  no  Serviço  de  Emergência  112, 
2.600.000  €  em  equipamento  informático  e  de  comunicação  para  as  Forças  de 
segurança, 9.100.000 na Rede Nacional de Segurança Interna, 80.000 € no programa 
Táxi Seguro e 100.000 € no programa Queixa Electrónica. 

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Desde a sua criação que a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, com grande 
esforço e empenhamento, tem vindo a trabalhar no sentido de dotar Portugal de um 
serviço público que, em aplicação do novo modelo institucional, constante do Decreto‐
Lei  n.º  77/2007,  de  29  de  Março  e  legislação  complementar,  efectivamente  sirva  os 
cidadãos e o país, todos e cada um, nas matérias de prevenção e segurança rodoviária. 
Ao mesmo tempo, os esforços desenvolvidos têm visado consciencializar a população 
portuguesa para a importância das matérias de prevenção e segurança rodoviária, bem 
como  para  a  o  conhecimento  e  a  divulgação  da  missão,  das  atribuições  e  da  acção 
empreendida pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.  
Não pode deixar de ser salientado no ano de 2008, o desenvolvimento pela ANSR da 
Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária – ENSR, 2008‐ 2015, documento basilar na 
consolidação,  no  desenvolvimento  e  na  implementação  das  políticas  de  segurança 
rodoviária até 2015. 
Com  efeito,  a  Estratégia  Nacional  de  Segurança  Rodoviária,  na  fase  inicial  de 
diagnóstico, foi elaborada com base na análise dos dados de sinistralidade verificados, 
em Portugal e noutros países de referência, nos últimos anos. 
Os  grupos  de  risco  identificados  nesta  primeira  fase  do  trabalho  determinaram  que 
fossem  estabelecidos  dez  objectivos  estratégicos,  que  se  concretizarão  através  dos 
trinta objectivos operacionais e das noventa e uma acções chave, todos devidamente 
alinhados, nos termos consensualizados por todas as entidades participantes. 
Acresce que, pela primeira vez, devido à metodologia seguida e à cuidadosa preparação 
do  trabalho,  foi  possível  através  das  reuniões  levadas  a  cabo  por  técnicos,  em 
representação de mais de trinta organizações e por representantes de doze Ministérios, 
estabelecer a entidade responsável pela execução de cada uma das acções‐ chave, assim 
como determinar o prazo de execução e indicar o financiamento necessário a cada uma 
delas. 
Nesse âmbito em cooperação com os Governos Civis, a ANSR promoveu a realização de 
dezoito Fóruns de Segurança Rodoviária, um em cada distrito do continente, destinados 
a apresentar e a discutir a ENSR, assim como a recolher contributos. 
Em simultâneo, procedeu‐ se à centralização do processamento das contra‐ ordenações, 
o que implicou a extinção dos arquivos distritais da Direcção Geral de Viação e a sua 
integração num arquivo único. 
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CONFIDENCIAL   
Também  foram  introduzidos  diversos  upgrades  no  sistema  informático  de  gestão  de 
autos, de modo a ter em conta a nova realidade da Autoridade Nacional de Segurança 
Rodoviária e a tornar o sistema mais eficiente. 
 
Legislação

Contra-Ordenações - Despacho nº102/2008 de 3 de Janeiro Taxas a aplicar aos serviços prestados pela ANSR; - Despacho nº2602/2008 de 31 de Janeiro Alteração aos Modelos de Autos aprovados pelos Despachos nºs 6837/2005;25803/2005 e 19642/2007; - Decreto-Lei nº113/2008 de 1 de Julho Alterações ao Código da Estrada; - Despacho nº22479/2008 de 1 de Setembro Aprovação do Modelo de Guia de substituição dos documentos apreendidos.

Prevenção e Segurança Rodoviária - Despacho nº102/2008 de 3 de Janeiro Taxas a aplicar aos serviços prestados pela ANSR;

Acções de sensibilização pública

Gerais 
Entre as actividades desenvolvidas durante o ano, referem‐ se:  
A resposta a solicitações de acções de informação/sensibilização na área da segurança e 
educação rodoviárias.  
A realização de campanhas de sensibilização: 
• “Mortes na Estrada – Vamos Travar este Drama” – Páscoa 08 e Verão 08 • “Mortes na Estrada – Estamos a Travar este Drama” – Natal e Fim do Ano 08  O acompanhamento do Concurso de Prevenção e Segurança Rodoviária, lançado pelo 
MAI em 2007 e subordinado ao tema “Reduzir a Velocidade nas Estradas Portuguesas”. 

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CONFIDENCIAL  A  participação,  na  maioria  dos  casos  com  a  realização  de  apresentações,  em  vários 
congressos,  seminários  e  encontros,  designadamente  “Primero  Congreso  Ibero‐
Americano  de  Seguridad  Vial”,  organizado  pela  Universidade  da  Costa  Rica;19ª 
Convenção Anual da ANECRA; X Jornadas da ANTRAM – Transporte em Segurança; II 
Congresso  Nacional  de  Educação para  a  Saúde;  IV  Ciclo  de  Seminários  de  Segurança 
Rodoviária;  XXVII  Congresso  Nacional  de  Ortopedia  e  Traumatologia;  Formação  de 
Polícias da CPLP no Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna. 
Apresentação  do  Relatório  Anual  de  Sinistralidade  de  2007  e  das  Campanhas  de 
Segurança Rodoviária. 
Organização e participação na cerimónia de adesão de cerca de cinquenta entidades 
portuguesas à Carta Europeia de Segurança Rodoviária 
Participação na Cerimónia de atribuição a Portugal do Prémio de Segurança Rodoviária 
da European Transport Safety Council, com apresentação de uma comunicação relativa 
à situação em Portugal; 
Dinamização do site página internet da ANSR. 
O  desenvolvimento  da  Estratégia  Nacional  de  Segurança  Rodoviária  (ENSR),  para  o 
período 2008‐ 2015.  
Neste sentido, procedeu‐ se à constituição de 14 (catorze) grupos de trabalho que, com 
base  nos  documentos  preparados  para  a  ANSR,  estabeleceram  os  objectivos 
operacionais e as acções‐ chave que vieram a ser colocadas em discussão pública em 
2009. 
Foi  constituída  uma  estrutura  técnica,  que  tinha  por  missão  analisar  os  objectivos 
operacionais e estabelecer e calendarizar as acções chaves, a serem desenvolvidas por 
entidades  expressamente  identificadas,  com  encargos  financeiros  determinados  e 
prazos de implementação previstos, de forma a se atingirem os objectivos estratégicos 
delineados.  
Foram,  ainda,  constituídas  uma  estrutura  inter‐ ministerial,  de  carácter  político,  em 
representação dos doze Ministérios envolvidos, cuja função se reconduzia à validação 
das decisões dos grupos de trabalho que integravam a estrutura técnica assim como à 
superação das dificuldades que surgissem no desenvolvimento dos trabalhos. 
A ENSR incluiu, ainda, uma estrutura consultiva, que tinha como objectivo recolher a 
experiência, o conhecimento e a colaboração da sociedade civil, num exemplar exercício 
de cidadania. 

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CONFIDENCIAL  Durante o período em que os grupos de trabalho desenvolveram a sua actividade, a 
ANSR,  em  cooperação  com  os  Governos  Civis,  promoveu  a  realização  de  Fóruns  de 
Segurança Rodoviária em todos os distritos, destinados a apresentar a ENSR e a recolher 
o contributo das diversas entidades que, a nível local, assumem um papel fundamental 
para o seu sucesso. 
 A  elaboração  de  relatórios  distritais  e  do  relatório  anual  de  sinistralidade  rodoviária 
relativo ao ano de 2007, bem como o envio electrónico dos valores registados em todos os concelhos do país. Sinistralidade registada em 2008 Elaboração  de  relatórios  distritais,  bem  como  relatórios  anuais  caracterizando, 
separadamente, a sinistralidade registada na área de responsabilidade de cada uma das 
Entidades Fiscalizadoras ‐  GNR e PSP.  
Relativamente  à  sinistralidade  rodoviária  de  2008,  no  quadro  infra  apresenta‐ se  o 
número de acidentes (com e sem vítimas) e vítimas registado durante o ano:   Continente (1) Regiões Autónomas (2) Total Total de acidentes (com vítimas) 33.613 852 34.465 Vítimas mortais 776 23 799
Feridos graves 2.606 117 2.723 Feridos ligeiros 41.327 1.004 42.331
(1) Fonte: BEAV's (2) Fonte: ANTENAS da PSP  
Comparando  com  o  ano  anterior,  assistiu‐ se  a  uma  redução  no  número  de  vítimas 
registado  no  Continente  de ‐9,1%  vítimas  mortais, ‐16,4,0%  feridos  graves  e ‐4,3% 
feridos ligeiros. 
Nas  Regiões  Autónomas,  registaram‐ se  menos  12  vítimas  mortais  e ‐54,8%  feridos 
graves  do  que  em  2007.  Contrariamente  à  tendência  geral  observada  nos  outros 
indicadores, os feridos ligeiros aumentaram 46,8%.  

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Orientações Políticas No ano de 2008, o Relatório Anual de Segurança Interna incluiu, pela primeira vez, uma 
estratégia  anual  consubstanciada  num  conjunto  de  medidas  destinadas  a  reforçar  o 
sentimento de segurança, garantir a paz pública e prevenir e reprimir a criminalidade. A 
mera descrição ou análise da realidade não é, pois, suficiente para garantir a segurança 
dos  cidadãos.  Para  tal,  é  necessário  definir  e  executar  as  políticas  que  melhor 
contribuam para tornar Portugal um país mais seguro e, consequentemente, mais livre. 
As medidas tomadas estão a produzir resultados que se projectam a curto, a médio e a 
longo  prazo.  Todavia,  pode  dizer‐ se,  desde  logo,  que  foram  respeitados  os 
compromissos anteriormente assumidos e que as referidas medidas se estão a revelar 
acertadas. No ano passado, registou‐ se um notável incremento da actividade policial, 
que  se  manifestou  no  aumento  das  acções  preventivas  e  repressivas,  dos  efectivos 
utilizados e do grau de eficácia atingido. 
Foi, igualmente, anunciado que se passaria a apresentar, anualmente, uma estratégia 
actualizada,  que  compreenda  novas  medidas.  Tal  não  significa  que  se  revogue  a 
estratégia anterior mas, simplesmente, que esta é objecto de balanço e de actualização 
para  enfrentar  os  fenómenos  da  criminalidade  e,  em  geral,  quaisquer  ameaças  à 
segurança, incluindo os riscos múltiplos no âmbito da protecção civil. 
O diagnóstico actual é congruente com o que foi apresentado em 2008. Tal como então 
foi referido, as sociedades modernas, democráticas, abertas e globalizadas – como a 
portuguesa  –  enfrentam  uma  criminalidade  violenta  e  grave.  Combatê‐ la  constitui  a 
primeira  prioridade  estratégica  de  segurança.  Os  crimes  cometidos  com  violência, 
sobretudo  com  recurso  a  armas,  são  os  mais  lesivos  para  os  cidadãos  e  para  a 
comunidade no seu todo. 
Para  responder  a  estas  ameaças  e  para  reforçar  a  segurança,  foram  identificadas  as 
seguintes orientações fundamentais:  
 
Orientações O reforço do dispositivo em meios humanos e materiais constitui a primeira orientação 
estratégica de segurança. Em nome dessa orientação, proceder‐ se‐ á ao recrutamento 
de agentes e militares pelas Forças de segurança, à construção e à requalificação de 
instalações, à aquisição de armas e de equipamentos informáticos e à modernização das 
redes de informações e de comunicações. 
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CONFIDENCIAL  O  aprofundamento  do  policiamento  de  proximidade,  orientado  para  a  protecção  de 
vítimas especialmente indefesas – como as crianças, as pessoas idosas e as vítimas de 
maus‐ tratos e de violência doméstica – constitui, igualmente, uma orientação essencial 
da  estratégia  de  segurança.  No  desenvolvimento  de  programas  especiais  de 
policiamento, como sejam o “Programa Escola Segura” e o “Idosos em Segurança”, é, 
também, necessário ter em conta as principais fontes de perigo. Neste particular, as 
armas  de  fogo  ocupam  um  lugar  de  relevo  –  merecendo  acções  de  polícia  com  um 
alcance preventivo e que tirem pleno partido da nova Lei das Armas –, em conjunto com 
a  intensificação  do  patrulhamento  policial  e  do  lançamento  de  programas  contra  a 
delinquência  juvenil.  O  valor  da  segurança  individual  e  comunitária  será,  ainda, 
reforçado através do lançamento do Projecto “Cidadão Responsável”. 
Orientação  estratégica  é,  de  igual  modo,  a  intensificação  da  segurança  comunitária, 
através  da  celebração  de  novos  contratos  locais  de  segurança  com  os  municípios, 
favorecendo a criação de polícias municipais e estabelecendo parcerias com associações 
e empresas dedicadas, em especial, à segurança e à inovação tecnológica. 
A reforma da segurança interna é outro elemento essencial para melhorar a política 
nacional de segurança interna. Em paralelo com o início da execução da nova Lei das 
Armas, será reforçada a troca de informação e a cooperação efectivas entre as Forças e 
os Serviços de Segurança, nomeadamente, através da criação do Sistema Integrado de 
Informação Criminal e de Equipas Conjuntas de Prevenção da Criminalidade. 
Outro objectivo estratégico prende‐ se com a intensificação do controlo de fronteiras e a 
melhoria  da  segurança  de  documentos,  em  cooperação  com  as  competentes 
autoridades espanholas e no seio da União Europeia, para prevenir o auxílio à imigração 
ilegal, o tráfico de pessoas e a criminalidade transnacional, em geral. 
A valorização do estatuto e o incremento da formação inicial e contínua dos elementos 
dos Serviços e das Forças de segurança – aumentando a sua capacidade para enfrentar 
incidentes  táctico‐ policiais  e  para  exercer  as  suas  competências  como  autoridades  e 
órgãos de policia criminal – constituem outro dos princípios basilares que orientam a 
estratégia de segurança. 
Orientação estratégica é, de igual modo, a aposta nas novas tecnologias para prevenir a 
criminalidade,  alargando  os  programas  de  geo‐ referenciação  e  de  vídeo‐ vigilância  e 
lançando  programas  inovadores,  como  o  Projecto‐ Piloto  de  Reconhecimento 
Automático de Matrículas de Viaturas, o Programa “Polícia em Movimento” e o “Portal 
de Segurança”. 
Constituirá, também, uma orientação estratégica para o ano de 2009 a intensificação da 
troca e do intercâmbio de melhores práticas em matéria de prevenção e combate à 

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CONFIDENCIAL  criminalidade. Para tal, será criada uma Rede Nacional de Prevenção da Criminalidade, 
com intervenção de entidades públicas e privadas, destinada a avaliar a evolução da 
criminalidade  numa  perspectiva  multidisciplinar  e  a  propor  um  plano  plurianual  de 
redução da criminalidade. 
Deve, ainda, ser referido o aumento da capacidade de resposta do sistema de protecção 
e  socorro  perante  a  diversidade  de  riscos  que  o  País  enfrenta  e  a  aprovação  da 
Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária, para que se continue a reduzir o número 
de acidentes e de mortes nas estradas. 
Por fim, constitui orientação relevante a intensificação da cooperação internacional, no 
seio da União Europeia e da Comunidade de Países de Língua Portuguesa. O quadro de 
novas ameaças, incluindo o terrorismo, a criminalidade organizada e transnacional e as 
grandes catástrofes, exige respostas concertadas que envolvam o conjunto de países e 
entidades que contribuem para a segurança interna. 
 
Medidas Reforço do Efectivo Policial 
À semelhança do que foi feito no ano transacto, também em 2009 serão lançados dois 
novos concursos para a admissão de mais 2.000 elementos nas Forças de segurança 
(Guarda Nacional Republicana e Polícia de Segurança Pública).  
Entretanto, na sequência dos concursos lançados em 2008, as Forças serão reforçadas, a 
partir de Outubro de 2009, com os cerca de 2.000 elementos (1.000 em cada uma) que 
estão a iniciar a formação.  
Durante o ano em curso, serão ainda incorporados mais 39 oficiais na GNR e 37 oficiais 
na PSP.  Valorização dos Recursos Humanos No  ano  de  2009,  vão  ser  aprovados  os  novos  estatutos  dos  militares  da  GNR  e  do 
pessoal  policial  da  PSP.  Trata‐ se  de  diplomas  fundamentais  para  a  dignificação  das 
carreiras, que estão a ser objecto de um vasto e enriquecedor conjunto de audições 
prévias.  
Continuará,  ao  longo  deste  ano,  a  desenvolver‐ se  o  esforço  de  melhoramento  da 
formação inicial e contínua das Forças e dos Serviços de Segurança, para aumentar a sua 
capacidade de resposta a incidentes táctico‐ policiais e de investigação criminal.  

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CONFIDENCIAL   
Investimento em Infra­ estruturas de Segurança e Protecção Civil 
Na execução da Lei de Programação, continuar‐ se‐ á a construir e a reabilitar instalações, 
melhorando as condições de trabalho da Guarda Nacional Republicana e da Polícia de 
Segurança Pública. O investimento ascenderá a 25 milhões de euros e serão concluídos, 
pelo menos, 11 novos Quartéis ou Esquadras.  
No  âmbito  da  protecção  civil,  serão,  igualmente,  concluídos  4  novos  Quartéis  de 
Bombeiros, entre o ano de 2009 e o primeiro trimestre de 2010. Ainda em 2009, estão 
reunidas as condições para que se arranque com obras em 47 Quartéis, realizando um 
investimento de 32 milhões de euros.  
 
Modernização de Equipamentos de Segurança e Protecção Civil 
Prosseguir‐ se‐ á com o reequipamento das Forças de segurança, privilegiando o reforço 
da sua capacidade para enfrentar a criminalidade violenta. Assim, serão distribuídas à 
Guarda Nacional Republicana e à Polícia de Segurança Pública mais 7.000 novas armas 
de 9 milímetros e 1.000 coletes antibalísticos. 
As  corporações  de  bombeiros  serão  dotadas  de  95  novas  viaturas  de  combate  a 
incêndios,  o  que  representa  um  investimento  de  13  milhões  de  euros.  O  Comando 
Nacional de Operações de Socorro passará a dispor de um Centro Táctico de Comando 
móvel, constituído por 7 viaturas. Serão, também, adquiridas 9 novas viaturas para os 
Bombeiros “Canarinhos”. 
A Protecção Civil passará a contar com um centro móvel de apoio a desalojados, de vital 
importância  para  acorrer  a  catástrofes  ou  grandes  desastres,  com  capacidade  para 
receber 1.500 pessoas.  Recurso às Novas Tecnologias 
Continuar‐ se‐ á a investir em tecnologias de informação ao serviço da segurança, através 
de  meios  avançados  de  comunicação.  Assim,  serão  colocados  ao  serviço  da  acção 
operacional  das  Forças  e  dos  Serviços  de  Segurança  a  Rede  Nacional  de  Segurança 
Interna  (RNSI)  e  o  Sistema  Integrado  de  Vigilância,  Comando  e  Controlo  da  Costa 
Portuguesa (SIVICC). 

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CONFIDENCIAL  A  utilização  dos  meios  informáticos  será  aprofundada,  nomeadamente,  através  do 
Projecto‐ Piloto  “Polícia  Automático”  (Leitura  Automática  de  Matrículas  mediante 
sistemas  de  vídeo  em  viaturas  policiais)  e  do  Programa  “Polícia  em  Movimento”  – 
apetrechando  as  Forças  de  segurança  com  computadores  portáteis,  câmaras 
fotográficas e terminais de pagamento. 
No quadro do SIMPLEX 2009, será criado, em parceria com outros Ministérios, o “Portal 
de  Segurança”,  com  indicações  práticas  para  o  reforço  da  segurança  individual  e 
colectiva. Deste modo, será dinamizada a interacção entre as Forças de segurança e a 
comunidade.  Desenvolvimento do Policiamento de Proximidade 
A  acção  das  Forças  de  segurança  vai  continuar  a  centrar‐ se  na  aposta  firme  em 
programas  de  policiamento  de  proximidade.  Neste  contexto,  serão  aprofundados  os 
programas orientados para a protecção de vítimas especialmente indefesas (como as 
crianças, as pessoas idosas e as vítimas de maus‐ tratos e de violência doméstica), para a 
segurança de estruturas públicas ou de elevada relevância social (designadamente, os 
tribunais, as escolas e os estabelecimentos de saúde) e para o controlo de fontes de 
perigo – sobretudo as armas de fogo.  
Serão reforçadas as parcerias com associações e empresas que se dedicam à segurança 
ou representam áreas de risco. Assim, será aprofundada a articulação entre a Guarda 
Nacional  Republicana  e  a  Polícia  de  Segurança  Pública  e  as  empresas  de  segurança 
privada, através da gestão de alertas e da interconexão a centrais de alarme. 
Nas zonas de risco, será intensificado o patrulhamento policial, com recurso às unidades 
especiais das Forças de segurança. Em simultâneo, continuarão a desenvolver‐ se acções 
de prevenção da criminalidade, destinadas, nomeadamente, a apreender armas ilegais. 
Para prevenir e dissuadir precocemente o início de carreiras criminosas, será lançado 
um  programa  contra  a  delinquência  juvenil,  orientado  para  combater  a  violência,  a 
incivilidade e o vandalismo grupais, sobretudo nas grandes áreas urbanas.   
Será lançado o Projecto “Cidadão Responsável”, destinado a sensibilizar as pessoas para 
o  valor  da  segurança  individual  e  comunitária,  estimular  a  adopção  de  medidas  de 
autoprotecção e promover a cooperação entre a comunidade e as Forças e os Serviços 
de Segurança.  

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CONFIDENCIAL   
Estabelecimento de Parcerias com as Autarquias 
A segurança comunitária será desenvolvida, em particular, através da celebração, em 
2009,  de  novos  contratos  locais  de  segurança  com,  pelo  menos,  10  municípios  de 
diferentes  distritos.  Continuarão,  por  outro  lado,  a  executar‐ se  os  dois  contratos  já 
celebrados. 
Impulsionar‐ se‐ á, junto aos municípios – que foram contemplados por um aumento de 
receitas em matéria de fiscalização de contra‐ ordenações – a criação de novas polícias 
municipais, no quadro do regime simplificado aprovado em 2008. 
Sempre  em  colaboração  com  os  municípios,  estender‐ se‐ ão  os  programas  de  vídeo‐
vigilância a zonas em que se façam sentir especiais necessidades de prevenção criminal. 
No  domínio  da  protecção  civil,  serão  constituídas  86  novas  Equipas  de  Intervenção 
Permanente em 2009 e aceitar‐ se‐ ão candidaturas para a constituição de mais 70 em 
2010,  dando  execução  ao  protocolo  celebrado  entre  a  Autoridade  Nacional  de 
Protecção  Civil,  a  Associação  Nacional  de  Municípios  Portugueses  e  a  Liga  dos 
Bombeiros Portugueses.   Consolidação da Reforma da Segurança Interna 
Para  responder  de  forma  adequada,  proporcional  e  eficaz  à  criminalidade  violenta  e 
grave,  começará  a  ser  executada  a  Nova  Lei  das  Armas,  que  prevê  a  detenção,  a 
aplicabilidade  da  prisão  preventiva  e  a  agravação  das  penas  nos  casos  de  crimes  de 
detenção de arma proibida e de crimes cometidos com recurso a arma.  
Será  aprovada  a  Lei  do  Sistema  Integrado  de  Informação  Criminal,  para  garantir  a 
partilha de informação entre órgãos de polícia criminal, de acordo com os princípios da 
necessidade, da competência e da disponibilidade, mas sempre com salvaguarda dos 
regimes do segredo de justiça e do segredo de Estado.   Constituição de Equipas Conjuntas de Combate ao Crime 
Serão  criadas,  através  do  Gabinete  Coordenador  de  Segurança,  equipas  mistas, 
compostas  por  elementos  das  Forças  e  dos  Serviços  de  Segurança,  especialmente 
vocacionadas para prevenir e reprimir fenómenos criminais violentos e graves.  
Estas equipas permitirão aprofundar a articulação e a coordenação entre as Forças e os 
Serviços  de  Segurança,  possibilitando,  além  disso,  uma  luta  mais  eficaz  contra  uma 
criminalidade com elevado grau de mobilidade e versatilidade. 

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CONFIDENCIAL 

 Criação da Rede Nacional de Prevenção da Criminalidade 
Será instituído um forum multidisciplinar que terá por objecto o estudo e a análise das 
tendências nacionais e internacionais em matéria de evolução da criminalidade. Este 
forum  servirá  para  apoiar  o  Ministério  da  Administração  Interna  e  o  Gabinete 
Coordenador  de  Segurança  na  definição  de  Estratégias  Plurianuais  de  Redução  da 
Criminalidade.  
A  Rede  será  composta  por  elementos  das  Forças  e  dos  Serviços  de  Segurança, 
representantes dos Ministérios e demais entidades públicas competentes em matéria 
de  prevenção  e  combate  ao  crime,  peritos  técnicos  e  científicos,  personalidades  do 
mundo académico e representantes de diversos sectores da sociedade civil.  Reforço do Controlo Fronteiriço Com  vista  a  reforçar  o  controlo  fronteiriço,  será  colocado  em  prática  o  Sistema 
Integrado  de  Controlo  de  Fronteiras,  que  compreenderá  os  novos  Centros  de 
Cooperação Policial e Aduaneira. Neste contexto, o controlo automático de passageiros 
será  também  consolidado  através  do  sistema  RAPID,  o  qual  foi  estendido,  no  início 
deste ano, a todos os aeroportos internacionais portugueses.  
Dando  expressão  à  cooperação  entre  o  Sistema  de  Segurança  Interna  e  as  Forças 
Armadas,  será  intensificada  a  acção  do  Centro  Nacional  Coordenador  Marítimo.  A 
Guarda  Nacional  Republicana  e  o  Serviço  de  Estrangeiros  e  Fronteiras  continuarão  a 
contribuir para que este órgão de articulação entre as autoridades que intervêm nos 
espaços marítimos sob jurisdição nacional amplie a sua capacidade de resposta.  
As Forças e os Serviços de Segurança irão intensificar, no decurso de 2009, as acções 
conjuntas de controlo nas fronteiras aéreas, terrestres e marítimas. 
 
 Combate à Imigração Ilegal e ao Tráfico de Pessoas 
Prosseguindo  os  esforços  que  têm  sido  desenvolvidos  em  matéria  de  combate  à 
imigração ilegal e ao tráfico de pessoas, será criado, na área de Lisboa, em parceria com 
a  Organização  Internacional  para  as  Migrações,  o  Serviço  Jesuíta  de  Apoio  aos 
Refugiados e os Irmãos de São João de Deus ‐  um segundo centro de acolhimento para a 

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363 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009

CONFIDENCIAL  instalação  temporária  dos  cidadãos  estrangeiros  sujeitos  a  afastamento  do  território 
nacional.  
Continuarão a desenvolver‐ se os meios tecnológicos e informacionais avançados para 
combater a fraude documental, o auxílio à imigração ilegal e o tráfico de pessoas. Assim, 
para reforçar a segurança dos documentos de identificação e de viagem, introduzir‐ se‐
ão no Passaporte Electrónico Português novos dados biométricos – como o registo de 
impressões digitais. Será, de igual modo, iniciada a emissão de títulos de residência sob 
formato electrónico, que oferece maiores garantias de segurança.      Aprovação da Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária 
Em  2008,  Portugal  foi  premiado  pela  União  Europeia  pelos  enormes  progressos 
registados na área da segurança rodoviária. Com o objectivo de colocar o País entre os 
Estados da União com mais baixas taxas de sinistralidade rodoviária, será aprovada, em 
2009, uma Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária.  
Esta  Estratégia  será  composta  por  10  objectivos  estratégicos  e  30  objectivos 
operacionais, dos quais importa destacar o controlo automático de velocidade, através 
do desenvolvimento da Rede Nacional de Radares, e os programas de fiscalização de 
álcool, substâncias psicotrópicas e excesso de velocidade.  
  Aprovação da Directiva Operacional Permanente Multi­ riscos Será  aprovada  a  Directiva  Operacional  Permanente,  que  garante  a  coordenação  e  a 
articulação  do  Dispositivo  Integrado  de  Operações  de  Protecção  e  Socorro.  Esta 
directiva deverá assegurar, em permanência – a nível nacional, distrital e municipal –, 
uma resposta operacional adequada à probabilidade de ocorrência de sinistros e à sua 
gravidade.  
Para ampliar a capacidade de resposta a tais sinistros, será reforçada a Força Especial de 
Bombeiros “Canarinhos”, em 2009, com mais 40 bombeiros profissionais.   
 
 Expansão das Bases de Meios Aéreos do MAI 
Proceder‐ se‐ á, por último, à consolidação da Rede de Bases Permanentes do Ministério 
da Administração Interna com a criação de uma terceira base em Ponte de Sôr, que se 
juntará às que estão sediadas em Santa Comba Dão e em Loulé. 

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CONFIDENCIAL  Deste modo, aumentar‐ se‐ á a capacidade de utilização dos meios aéreos da Empresa de 
Meios  Aéreos  (EMA)  por  parte  de  todas  as  Forças  e  Serviços  de  segurança  e  de 
Protecção Civil, assegurando o apoio aéreo a missões de segurança e protecção civil no 
território nacional.  
A  presente  estratégia  de  segurança  inspira‐ se  no  Programa  do  XVII  Governo 
Constitucional. À definição e apresentação desta estratégia subjaz a firme convicção de 
que  a  segurança  é,  em  simultâneo,  um  direito  fundamental  dos  cidadãos,  uma 
obrigação  essencial  do  Estado  de  Direito,  um  parâmetro  obrigatório  de  avaliação  da 
qualidade  da  Democracia  e  um  factor  decisivo  de  desenvolvimento  económico  e  de 
coesão social. 
A missão de garantir a segurança dos portugueses depende, em primeira instância, do 
Ministério  da  Administração  Interna,  mas,  o  êxito  deste  esforço  conjunto  depende, 
ainda, de uma vasta congregação de esforços: Governo, Regiões, Autarquias, Forças e 
Serviços  de  segurança  e  de  Protecção  Civil  e  sociedade  civil  em  geral.  Todos,  afinal, 
agentes de segurança, irmanados na nobre missão de defender a comunidade. 
A preservação da segurança e a luta contra o crime constituem tarefas complexas, que 
envolvem a conjugação de múltiplos agentes e de políticas públicas de natureza muito 
variada.  É,  pois,  necessário  conhecer,  prevenir  e  combater  as  causas  de  crimes, 
acidentes  e  catástrofes ‐  sejam  económicas,  sociais  ou  civilizacionais ‐  sem  descurar 
nunca  as  consequências,  a  que  importa  fazer  frente  dia  após  dia,  para  garantir  um 
Portugal Seguro. 
 
Medidas e Actividades do Gabinete do Secretário-Geral do Sistema de Segurança Interna para 2009 No quadro das competências previstas nas Leis de Segurança Interna e de Organização 
da  Investigação  Criminal,  o  Gabinete  do  Secretário‐ Geral  do  Sistema  de  Segurança 
Interna  pretende  desenvolver,  durante  o  ano  de  2009,  um  conjunto  de  medidas  e 
actividades, centradas: 
No âmbito das competências de direcção: a) Interoperabilidade  entre  os  sistemas  de  informação  das  entidades  que  integram  o 
Gabinete Coordenador de Segurança. 
Estão  em  funcionamento  dois  grupos  de  trabalho  com  vista  à  concretização  deste 
objectivo, definido como prioritário.  

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CONFIDENCIAL  O Grupo de Trabalho para os Assuntos Técnicos (GTAT) estuda e propõe as soluções 
técnicas  necessárias  à  compatibilização  dos  actuais  sistemas,  tendo  em  vista  a 
disponibilização  da  informação  existente  a  todos  os  OPCs,  dentro  de  princípios  de 
necessidade e de competência, conforme o disposto no artigo 17º nº 2, al b) da LSI. Este 
grupo  de  trabalho  deverá  concretizar  o  seu  objectivo  para  que  a  interoperabilidade 
entre os sistemas de informação existentes seja possível até finais de ano de 2009. 
O Grupo de Trabalho para os Assuntos Jurídicos (GTAJ) estuda e propõe as soluções de 
ordem jurídica e regulamentar, decorrentes da necessidade de concretização da partilha 
e  do  acesso  à  informação.  Os  trabalhos  deste  grupo  deverão  estar,  igualmente, 
concluídos até finais de 2009, uma vez que existe a obrigação legal de regulamentação, 
por Decreto‐ Lei, da partilha e acesso à informação. 
b) Análise da criminalidade e elaboração do Relatório Anual de Segurança Interna.  
Implementação,  em  articulação  com  as  FSS,  de  um  novo  modelo  de  RASI  que, 
mantendo‐ se  focado  na  análise  estatística  da  criminalidade  participada,  esteja 
especialmente  centrado  na  avaliação  das  ameaças  à  segurança  interna,  evolução, 
tendências e estratégias de actuação. 
c) Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) 
Acompanhamento do processo de implementação nacional do SIRESP, salvaguardando a 
partilha de informação de natureza operativa e a actuação coordenada e concertada, 
tanto no domínio da prevenção, como de reacção a incidentes de segurança.  No âmbito das competências de coordenação: d) Plano de Coordenação, Controlo e Comando Operacional das FSS 
Apresentação, no primeiro semestre do presente ano, para apreciação e aprovação do 
Conselho  Superior  de  Segurança  Interna,  de  uma  versão  reformulada  do  Plano  de 
Coordenação,  Comando  e  Controlo  Operacional  das  Forças  e  Serviços  de  Segurança 
(PCCCOFSS) que tenha em conta as alterações legislativas introduzidas, quer pela Lei de 
Segurança Interna, quer pela Lei de Organização da Investigação Criminal. 
e) Articulação das FSS em missões ou tarefas específicas que impliquem actuação conjunta  
A actuação policial visando a prevenção e a repressão de alguns fenómenos criminais 
graves e (ou) potenciadores de um crescente sentimento de insegurança por parte dos 
cidadãos impõe missões e tarefas específicas (delimitadas no tempo e no espaço), só 

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CONFIDENCIAL  possíveis através de actuações realizadas conjuntamente, desde a recolha, intercâmbio 
e análise de informação até à execução de operações preventivas ou repressivas.  
Sem  prejuízo  de  outros  campos  de  intervenção,  que  oportunamente  e  a  todo  o 
momento sejam identificados, as áreas prioritárias para a intervenção do Gabinete, no 
exercício das suas competências de coordenação e controlo serão: o tráfico e a posse de 
armas  ilegais;  a  imigração  ilegal  enquanto  fenómeno  conexo  com  formas  de 
criminalidade  grave  e  violenta;  o  controlo  das  zonas  identificadas  como  mais 
problemáticas dos grandes centros urbanos; o roubo e furto em residências; o roubo de 
viaturas automóveis; a utilização de armas de fogo na prática de crimes. 
Ainda neste domínio, para além das estratégias e grupos de trabalho que venham a ser 
constituídos  para  responder  às  áreas  de  intervenção  atrás  elencadas,  passarão  a  ter 
lugar, com carácter mensal e sob articulação do Secretário‐ Geral Adjunto, reuniões de 
coordenação técnica e operacional das FSS, envolvendo a participação dos responsáveis 
pelas áreas de operações e, eventualmente, de informações. Neste âmbito, dever‐ se‐ á 
procurar desenvolver novos modelos e estratégias de intervenção policial, aumentando 
a articulação e a flexibilidade de gestão operacional entre as FSS, de modo a reforçar e 
afirmar  as  capacidades  de  intervenção  e  a  eficácia  operacional  em  matéria  de 
segurança. 
f) Articulação das FSS com o sistema prisional 
Estabelecer,  com  o  sistema  prisional,  mecanismos  de  articulação  e  cooperação 
destinados a melhorar e facilitar a ligação entre este e as FSS, de forma a tornar mais 
eficaz a prevenção e repressão da criminalidade. Para além de outras áreas que venham 
a  ser  consideradas  relevantes  pelo  sistema  prisional  e  as  FSS,  os  mecanismos  de 
cooperação  deverão  envolver  as  áreas  da  troca  de  informação,  formação  e 
procedimentos de segurança, em cenários que possam implicar actuação conjunta ou 
combinada. 
g) Articulação e ligação com a segurança privada 
A actividade de segurança privada, complementar e subsidiária face às competências 
desempenhadas pelas FSS, assume particular relevo, quer na protecção de pessoas e 
bens, quer na prevenção da prática de actos ilícitos. 
Sem  prejuízo  das  competências  atribuídas,  neste  domínio,  às  FSS,  desenvolver 
mecanismos de ligação do Gabinete com as empresas e associações do sector, visando 
uma  melhor  rentabilização  e  cooperação  com  as  FSS,  tanto  na  área  da  prevenção  e 
protecção, como no domínio das informações. 

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CONFIDENCIAL   
h) Articulação e ligação com outras estruturas privadas 
Colaborar com as entidades prestadoras de serviços e/ou estruturas privadas de âmbito 
nacional, tendo em vista o desenvolvimento de medidas sustentadas e integradas que 
perspectivem  uma  melhoria  dos  padrões  de  segurança  e  traduzam  um  efectivo 
acompanhamento e apoio às acções desenvolvidas. 
i) Articulação das FSS com os Municípios 
Em articulação com a Associação Nacional de Municípios, e sem prejuízo do regime de 
funcionamento  dos  Conselhos  Municipais  de  Segurança  e  dos  mecanismos  de 
cooperação  e  coordenação  das  polícias  municipais  com  as  FS,  importa  promover 
estratégias e parcerias nos domínios da segurança e tranquilidade públicas.  
j) Formação 
Orientação  dos  recursos  disponíveis  para  a  formação  de  formadores  das  FSS, 
particularmente para domínios ou temáticas com interesse para mais do que uma FSS, 
privilegiando a formação científica e técnica, de forma a aproveitar as competências 
individuais específicas em consonância com as vertentes funcionais existentes. 
Patrocínio ou organização de seminários, tendo como público‐ alvo as FSS, subordinados 
a temas de interesse colectivo. 
k) Cooperação policial internacional 
Melhorar,  fortalecer  e  agilizar  as  estruturas  de  cooperação  policial  internacional, 
promovendo e aprofundando a cooperação bilateral e multilateral. 
No quadro da Declaração Conjunta do Ministro da Administração Interna e da Justiça de 
Portugal e do Ministro do Interior e da Justiça de Espanha, assinada em Zamora, a 22 de 
Janeiro de 2009, celebrar um Protocolo de Cooperação Policial e Segurança Interna. 
l)  Programa Nacional de Protecção de Infra‐ estruturas Críticas 
Articular, com as FSS e o planeamento civil de emergência, a implementação de um 
Programa  Nacional  de  Protecção  de  Infra‐ estruturas  Críticas,  assegurando,  ainda,  os 
procedimentos de identificação, designação e avaliação da necessidade de melhorar a 
protecção  das  Infra‐ estruturas  Críticas  Europeias,  nos  termos  previstos  na  Directiva 
2008/114/CE do Conselho da União Europeia, de 8 de Dezembro. 

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CONFIDENCIAL  No âmbito das competências de controlo e comando operacional: m)  Realização de exercícios e simulacros 
Após aprovação do PCCCOFSS, e em coordenação com as FSS, promover a realização de 
exercícios (CPX e LIVEX) que envolvam a intervenção conjunta e combinada de mais do 
que uma FSS. 
n)  Eventos  ou  operações  de  elevada  dimensão,  complexidade  ou  risco  que  impliquem 
actuação conjunta ou combinada 
Garantir, em permanência, com o envolvimento dos oficiais de ligação do Secretariado 
Permanente  do  Gabinete,  a  necessária  articulação  e  coordenação  das  FSS, 
particularmente, em policiamentos ou operações que impliquem actuações conjuntas 
ou combinadas, em conformidade com o PCCCOFSS.   

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