Página 1
Quinta-feira, 2 de Abril de 2009 II Série-E — Número 21
X LEGISLATURA 4.ª SESSÃO LEGISLATIVA (2008-2009)
SUMÁRIO Segurança interna: Relatório anual em matéria de segurança interna de 2008.
Página 2
2 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Índice
1 ‐ O Sistema de Segurança Interna
2 ‐ Opções estratégicas e actividade legislativa
Opções Estratégicas em 2008 Balanço
Reforço do Efectivo Policial
Programa de Formação e Treino das Forças de segurança
Plano de Intervenção em Zonas Problemáticas Desenvolvimento do Programa Nacional de Videovigilância
Desenvolvimento de Programas de Geo‐referenciação
Reforma da Segurança Interna
Reforma da Segurança Privada Reforma das Policias Municipais
Realização de um Inquérito ao Sentimento de Segurança e à Vitimação
Criação de um Observatório de Delinquência Juvenil
Execução da Lei de Programação de Infra‐Estruturas e Equipamentos Celebração de Contratos Locais de Segurança Criação de Novos Postos Mistos de Fronteira Criação dos Conselhos Coordenadores de Segurança Rodoviária
Criação da 2.ª Companhia de “Canarinhos” e de Equipas de Intervenção Permanente Legislação Opções estratégicas
Reforma do Sistema de Segurança Interna
Reforma da segurança privada
Prevenção, segurança e ordem pública
Investigação criminal
Fronteiras e imigração
Protecção civil e socorro
3 ‐ Cooperação internacional
A cooperação da União Europeia no Espaço de Liberdade, Segurança e
Justiça
Relatório Anual de Segurança Interna Ano 2008
Página 3
3 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Grupo do Futuro Terrorismo
Cooperação Policial
Arquitectura de segurança interna e princípio da convergência
EUROPOL (Decisão do Conselho que cria o Serviço Europeu de Polícia)
Acordo de Prüm
PNR europeu
Troca de informações
Rede Europeia dos Serviços Tecnológicos de Polícia
Rede Atlas
Rede de Pontos de Contacto Anti‐corrupção
Armas e munições
Schengen
SIS II (Sistema de Informação S chengen de segunda geração)
Protecção Civil
Imigração
Pacto Europeu sobre a Imigração e o Asilo
Migração Ilegal
Fronteiras Externas
Gestão integrada das fronteiras externas dos Estados‐membros da União
Europeia
FRONTEX (Agência Europeia de Gest ão da Cooperação Operacional nas
Fronteiras Externas dos Estados‐membros da União Europeia)
Rede de Patrulhas Europeias (European Patrol Network)
4 ‐ Avaliação global dos resultados
Introdução
O sentido das transformações sociais em curso e que relevam para a
segurança das populações
Avaliação dos processos de mudança social em Portugal
Desmistificar o sentimento de insegurança
Mudanças sociais estruturais
Página 4
4 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
A alteração do ambiente externo
Preocupações generalizadas
Segurança privada: um sector em crescimento
Um sector com crescente relevo
2008: um ano marcado pela dinâmica de reformas
Actividade operacional desenvolvida e resultados obtidos
Mobilização dos recursos disponíveis
Reforço das modalidades operacionais existentes e criação de novas respostas
Actividade operacional orientada para problemas de criminalidade específica
Actividade operacional orientada para o reforço da segurança nas fronteiras, o
controlo dos fluxos migratórios na origem e o controlo da permanência de
estrangeiros em território nacional
A disponibilização de novos recursos
Formação de recursos humanos
Infra‐ estruturas e equipamentos técnico‐ policiais
Cooperação internacional
Quadro europeu
Cooperação técnico‐ policial
Resultados operacionais
Volume da actividade operacional e indicadores de desempenho
5 ‐ Descrição e análise das participações registadas
Introdução
Total de participações registadas
Criminalidade participada por grande categoria criminal
Crimes contra as pessoas
Crimes contra o património
Crimes contra a vida em sociedade
Crimes contra o Estado
Crimes previstos em legislação penal avulsa
Criminalidade violenta e grave
Análise mais pormenorizada de alguns tipos de crimes que integram esta categoria.
Análise da criminalidade participada por Distrito
Página 5
5 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Tráfico de estupefacientes
Drogas Apreendidas e Fluxos
Análise de alguns tipos específicos de programas e iniciativas de combate à criminalidade
Queixa electrónica
Farmácia segura
Escola segura
Roubos a ourivesarias
Postos de abastecimento de combustível
Transporte de tabaco
Projecto “Polícia Automático”
Roubo de viaturas
Violência doméstica
Tráfico de seres humanos
6 ‐ Caracterização da actividade operacional das Forças, Serviços
e outras entidades
Guarda Nacional Republicana
Introdução
Síntese
Actividades desenvolvidas no âmbito das competências operacionais
Programas específicos de policiamento ou de prevenção ou de acção especiais
Acções/Operações externas
Exercícios realizados tendo em vista a preparação para situações operacionais
Acções conjuntas com outras entidades nacionais ou estrangeiras
Participação em Grupos de Trabalho
Resultados e consequências decorrentes da actividade operacional
Militares com ferimentos ligeiros, graves, mortos e feridos sem necessidade de
tratamento hospitalar
Civis e/ou terceiros com ferimentos ligeiros, graves, mortos e feridos sem necessidade
de tratamento hospitalar provocados por intervenções policiais
Relatórios de acções operacionais e de informações policiais
Análise quantitativa e qualitativa de dados relevantes no âmbito da Segurança Interna
Página 6
6 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Relatórios de acções policiais de especial relevância no combate à criminalidade
Missões Internacionais
Número de militares integrados em missões internacionais
Formação
Número de militares que concluíram acções de formação internas e externas
Número de militares que concluíram cursos de formação base para ingresso na Guarda
Discriminação por áreas técnico‐ policiais e outras
Investimentos
Aquisições e abates de equipamento técnico‐ policial
Aquisições e abates de equipamento auto
Aquisições e abates de material informático
Projectos existentes ou previstos para o desenvolvimento do funcionamento das
condições operacionais e materiais existentes
Recursos Humanos
Entrada de militares e civis para os quadros
Saída de militares e civis da Instituição
Políticas e projectos existentes ou desenvolvidos na área de Recursos Humanos
Conclusões
Polícia de Segurança Pública
Balanço da execução das medidas da estratégia de segurança 2008
Actividades desenvolvidas no âmbito das competências operacionais
Programas específicos de policiamento, de prevenção ou de acção especiais
(objectivos, efectivo empenhado, custos envolvidos, resultados atingidos)
Acções policiais de especial relevância no combate à criminalidade
Acções/operações externas que pela sua dimensão, relevância ou resultados atingidos
justifiquem o destaque no RASI
Exercícios realizados tendo em vista a preparação para situações operacionais
Acções conjuntas com outras entidades nacionais ou estrangeiras
Participação em grupos de trabalho específicos e consequentes acções
desenvolvidas/resultados atingidos
Resultados e consequências decorrentes da actividade operacional
Detenções, apreensões e outros
Elementos policiais mortos ou com ferimentos
Página 7
7 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Consequências das intervenções policiais em civis e/ou terceiros
Quantificação dos danos materiais provocados (incluindo custos)
Relatórios de acções operacionais e de informações policiais
Relatórios de acções policiais de especial relevância no combate à criminalidade
Missões Internacionais
Número de elementos integrados em missões internacionais (funções desempenhadas
e postos assegurados – quando relevantes)
Formação
Número de elementos policiais que concluíram acções de formação internas e
externas
Número de elementos policiais que concluíram os cursos de formação de base para
ingresso na carreira policial
Descriminação por áreas técnico‐ policiais e outras
Investimentos
Aquisições (descrição e custos) e abatimentos de equipamento técnico policial
Aquisições (descrição e custos) e abatimentos de equipamento Auto
Aquisições (descrição e custos) e abatimentos de material informático
Outros investimentos de especial relevância.
Projectos existentes ou previstos para o desenvolvimento do funcionamento das
condições operacionais e materiais existentes
Recursos Humanos
Entradas de elementos policiais e não policiais para os quadros (ou outros regimes)
Saídas de elementos policiais e não policiais da instituição (descriminado por causas)
Políticas e projectos existentes ou desenvolvidos nesta área
Polícia Judiciária
Introdução
Flexibilização das estruturas organizativas e dos procedimentos de actuação comuns e
de reacção especial aos fenómenos criminosos
Reforço da cooperação e intervenção inter‐ institucional
Reforço da interacção com as comunidades envolventes
Descrição de alguns modos de intervenção e investigações mais relevantes
Outros modos de intervenção específicos
Criminalidade participada
Página 8
8 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Criminalidade investigada
Resultados e consequências decorrentes da actividade operacional
Detenções/prisão preventiva
Detenções – Crime violento
Detenções – Crimes sexuais
Detenções – Criminalidade económico‐ financeira
Detenções incêndios
Detenções Trafico de estupefacientes
Apreensões
A Informação Criminal
Recursos Humanos
Análise de alguns tipos de crimes em especial
O homicídio
Os crimes de abuso sexual de crianças, menores dependentes, pessoa internada e
outros
O roubo de veículos automóveis – “carjacking”
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras
Enquadramento
Controlo de Fronteiras
Fronteiras aéreas
Fronteiras marítimas
Recusas de entrada em Portugal e seus fundamentos
Medidas Cautelares detectadas
Vistos concedidos nos Postos de Fronteira
Actuação em Território Nacional
Fiscalização
Investigação criminal
Fraude Documental
Afastamentos
Processos de contra‐ ordenação
Regresso voluntário (OIM)
Sistema de Informação Schengen (SIS)
Aquisição de Nacionalidade
Página 9
9 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Asilo
Actuação Internacional
União Europeia
FRONTEX
Cooperação internacional
Oficiais de ligação
Formação
Investimentos
Recursos Humanos
Conclusões
Serviço de Informações Estratégicas de Defesa
Introdução
Difusão do Islão radical
Terrorismo de matriz islamista
Crime Organizado
Contra-proliferação
Serviço de Informações de Segurança
Introdução
Contra-Criminalidade Organizada
Extremismos Políticos
Contraterrorismo
Contra-espionagem e contraproliferação
Autoridade Marítima Nacional
Balanço da execução das medidas da estratégia de segurança 2008
Distribuição racional de efectivos
Formação do pessoal
Policiamento de proximidade
Patrulhamento
Actividades desenvolvidas no âmbito das competências operacionais
Programas Específicos de Policiamento
Acções policiais de relevo no combate à criminalidade
Página 10
10 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Operações Externas
Exercícios de preparação para situações operacionais
Acções policiais conjuntas no combate à criminalidade
Participação em grupos de trabalho específicos
Resultados e consequências decorrentes da actividade operacional
Detenções e Apreensões
Ferimentos de elementos policiais durante a actividade operacional
Ferimentos de civis ou terceiros durante a actividade operacional
Relatórios de acções operacionais e de informações policiais
Análise quantitativa e quantitativa de dados âmbito Segurança Interna
Relatórios de acções policiais de especial relevância
Delinquência Juvenil e Grupal
Formação
Elementos policiais que concluíram acções de formação internas e externas
Cursos de formação base para ingresso na carreira policial
Discriminação por áreas técníco‐ policiais
Investimentos
Aquisições e Abatimento de Equipamento Técnico‐ Policial
Aquisições e Abatimento de Equipamento Auto
Aquisições e Abatimento de Material Informático
Outros Investimentos
Valor Total dos Investimentos
Recursos Humanos
Entradas/Saídas de elementos Civis
Entradas/Saídas de elementos da Polícia Marítima
Projectos na área dos Recursos Humanos
Estratégias de Segurança para 2009
Instituto Nacional de Aviação Civil
Regulamentação
Valores de tráfego controlado nos aeroportos nacionais
Auditorias/inspecções/testes em território nacional
Incidentes reportados
Página 11
11 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Certificações / recertificações de pessoal de segurança da aviação civil
Formação
Outras actividades
Serviços Prisionais
Introdução
Enquadramento
Parque Prisional
Recursos Humanos
População prisional
Medidas de flexibilização
Evasões
Outras
Actividade operacional
Apreensões
Remoções
Formação
Cooperação Externa
Investimentos
Nota Final
Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enquadramento
Síntese das actividades - 2008
Recursos de Protecção Civil:
Planeamento de emergência: Sensibilização, informação e formação:
Bombeiros:
Operações de Protecção e Socorro:
Passos futuros
Direcção Geral de InfraEstruturas e Equipamento
Lei de Programação de Instalações e Equipamentos das Forças de segurança
Página 12
12 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Investimentos em instalações
Obras de raiz concluídas
Obras de remodelação concluídas
Obras de raiz em curso
Obras de remodelação em curso
Equipamentos das Forças de segurança
Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária
Medidas adoptadas em 2008
Legislação
Acções de sensibilização pública
Gerais
Sinistralidade registada em 2008
7 ‐ Orientações Estratégicas para o ano 2009
Orientações Políticas
Orientações
Medidas
Reforço do Efectivo Policial
Valorização dos Recursos Humanos
Investimento em Infra‐estruturas de Segurança e Protecção Civil
Modernização de Equipamentos de Segurança e Protecção Civil
Recurso às Novas Tecnologias
Desenvolvimento do Policiamento de Proximidade
Estabelecimento de Parcerias com as Autarquias
Consolidação da Reforma da Segurança Interna
Constituição de Equipas Conjuntas de Combate ao Crime
Criação da Rede Nacional de Prevenção da Criminalidade
Reforço do Controlo Fronteiriço
Combate à Imigração Ilegal e ao Tráfico de Pessoas
Aprovação da Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária
Aprovação da Directiva Operacional Permanente Multi‐riscos
Expansão das Bases de Meios Aéreos do MAI
Página 13
13 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Medidas e Actividades do Gabinete do Secretário Geral do Sistema de
Segurança Interna para 2009
No âmbito das competências de direcção:
No âmbito das competências de coordenação:
No âmbito das competências de controlo e comando operacional:
Página 14
14 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
1 - O Sistema de Segurança Interna No Relatório Anual de Segurança Interna relativo ao ano de 2008 não poderia deixar de
fazer‐ se referência à importante alteração na arquitectura do Sistema de Segurança
Interna, introduzida pela Lei nº 53/2008, de 29 de Agosto.
O reconhecimento de que a estrutura de coordenação criada pela Lei nº 20/87, de 12 de
Junho, era fruto de uma conjuntura internacional e interna ultrapassada, levou o
Conselho de Ministros, através da Resolução nº 45/2007, a promover a aprovação de
uma nova lei de segurança interna assente num conceito alargado de segurança que
corresponda ao quadro das novas ameaças e riscos.
É neste contexto que foi aprovada a actual Lei de Segurança Interna. Nela se parte de
um conceito mais amplo de segurança, entendido como direito fundamental dos
cidadãos, pressuposto da própria liberdade e responsabilidade essencial do Estado.
A definição de segurança interna constante da anterior lei mantém‐ se. Contudo, o novo
diploma alarga as finalidades das medidas nele previstas, acrescentando às que
tradicionalmente visam a vertente da segurança, outras que se destinam à prevenção e
reacção a acidentes graves ou catástrofes, à defesa do ambiente e à preservação da
saúde pública.
No domínio, especialmente relevante, da prevenção e investigação criminal, a nova lei
reforça os mecanismos de coordenação, visando uma melhoria da cooperação entre os
diversos órgãos de polícia criminal e, procura garantir, através da interoperabilidade de
sistemas, uma eficaz troca de informações subordinada a princípios de disponibilidade,
competência e necessidade, num quadro em que se destaca a preocupação de efectiva
optimização de recursos.
O Sistema de Segurança Interna (SSI) continua a ter como órgão principal o Conselho
Superior de Segurança Interna, cuja composição foi alterada. Este órgão passa a
englobar dois deputados designados pela Assembleia da Republica, dele passando,
também, a fazer parte o Secretário‐ Geral do Sistema de Informações da República
Portuguesa, o Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, o Responsável pelo
Sistema Integrado de Operações de Protecção e Socorro e o Director‐ Geral dos Serviços
Prisionais.
São, igualmente, órgãos do Sistema de Segurança Interna, o Secretário‐ Geral do SSI,
cujo processo de nomeação, estatuto e competências foram profundamente alterados e
o Gabinete Coordenador de Segurança, cuja composição e competências foram,
também, objecto de significativas alterações. O Gabinete Nacional Sirene, estrutura
Página 15
15 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
operativa ligada ao Sistema de Informações Schengen, relevante para a cooperação
policial, é integrado no Gabinete Coordenador de Segurança.
Relativamente às competências do Secretário‐ Geral do SSI, estas alargam‐ se a novas
áreas de coordenação das Forças e Serviços de segurança (FSS), de direcção e gestão de
certos recursos comuns, de controlo de eventos de elevado risco ou de incidentes
táctico‐ policiais graves e, ainda, de comando operacional, competência que apenas
ocorre em situações de gravidade absolutamente excepcional e está condicionada a
uma decisão fundamentada do Primeiro‐ Ministro, previamente comunicada ao
Presidente da República. Salienta‐ se, no desenho de toda a arquitectura do sistema, a
preocupação de impedir que o exercício dos poderes do Secretário‐ Geral possa
contender com a organização hierárquica das Forças e Serviços de segurança que o
integram.
O SSI, através dos seus três Órgãos, passou a estar dotado de mecanismos e
competências para uma melhor interacção com os outros sistemas ou subsistemas
nacionais, nomeadamente: o sistema de informações, a segurança aeronáutica e
marítima, a segurança rodoviária e transportes, a segurança alimentar e económica e a
segurança ambiental, o sistema criminal e a defesa nacional.
Ainda no que respeita à arquitectura do sistema e ao nível da coordenação local,
mantiveram‐ se os gabinetes coordenadores de segurança distritais, acrescentando‐ se a
criação de gabinetes coordenadores nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.
Por último, a nova lei de segurança interna, visando uma mais eficaz actuação policial,
acrescentou ao quadro antes existente um conjunto de medidas de polícia e medidas
especiais de polícia que, no respeito integral pelos direitos, liberdades e garantias,
possibilitam uma melhor segurança e protecção de pessoas e bens.
As alterações introduzidas, no ano de 2008, no Sistema de Segurança Interna não se
reduzem, no entanto, ao novo quadro resultante da Lei nº 53/2008. Na verdade, foi,
também, aprovada pela Assembleia da Republica a Lei nº 49/2008, de 27 de Agosto, que
regula a Organização da Investigação Criminal. Este diploma, visando igualmente uma
melhor coordenação e cooperação entre os diversos actores da investigação criminal,
consagra o papel do Secretário‐ Geral do SSI como o garante do sistema de coordenação
entre os órgãos de polícia criminal, atribuindo‐ lhe, inclusive, competências ao nível da
preparação e condução das reuniões do Conselho Coordenador dos Órgãos de Polícia
Criminal.
Durante o ano 2008, o Gabinete do Secretário–Geral do SSI, com o envolvimento do
Secretariado Permanente do Gabinete Coordenador de Segurança, interveio num
conjunto extremamente diversificado de áreas da segurança interna.
Página 16
16 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
No quadro das competências de direcção, controlo e coordenação do Secretário‐ Geral,
o Gabinete exerceu um conjunto vasto de atribuições, tanto a nível nacional como
internacional, envolvendo, designadamente, a elaboração de projectos, estudos e
pareceres; a articulação com outros organismos públicos e entidades privadas; a
coordenação das fases de planeamento transversal e de pré‐ execução de dispositivos de
segurança que implicaram a actuação concertada de mais do que uma FSS; e a
participação em seminários, comissões, estruturas colegiais e grupos de trabalho.
No âmbito das competências ao nível de coordenação, destaca‐ se a organização do I
Curso Nacional Multidisciplinar em matéria de fraude e “roubo” de identidade, logística
do crime organizado, que teve lugar de 24 a 28 de Novembro de 2008.
Página 17
17 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
2 - Opções estratégicas e actividade legislativa Nas sociedades contemporâneas, a segurança – direito fundamental dos cidadãos e, em
simultâneo, obrigação essencial do Estado – é um parâmetro obrigatório de avaliação da
qualidade de vida democrática. A modernização, o desenvolvimento social e económico,
os direitos, liberdades e garantias e o exercício da cidadania plena só são possíveis com
segurança para todos.
A sociedade democrática, aberta e global em que vivemos é, por natureza, uma
sociedade de risco. As situações de perigo adquirem hoje novas dimensões. Um quadro
de ameaças emergentes impõe uma estratégia de resposta igualmente inovadora.
Também na área da Administração Interna, o Governo está a respeitar o compromisso
que assumiu perante os portugueses.
A segurança interna, a paz pública e a prevenção da criminalidade são missões
absolutamente prioritárias. Eliminar os factores de insegurança, prevenir o crime e
perseguir os seus autores são tarefas impostergáveis – tarefas da comunidade e para a
comunidade, que a todos dizem respeito, a todos beneficiam e requerem uma
perspectiva integrada.
No Relatório Anual de Segurança Interna de 2007 foi apresentada, pela primeira vez,
uma estratégia de segurança que assentou na ideia de segurança comunitária,
apostando no policiamento de proximidade, em programas especiais de protecção de
jovens, idosos e outras pessoas particularmente vulneráveis, em acções sistemáticas de
controlo das fontes de perigo, bem como no aproveitamento das novas tecnologias.
Neste contexto, este capítulo apresenta, de forma muito breve, o balanço dessa
Estratégia. Cumpre‐ se, desta forma, um dever essencial em democracia: dar conta do
trabalho desenvolvido e dos respectivos resultados, o que constitui um pressuposto
obrigatório de uma programação rigorosa do trabalho futuro.
Opções Estratégicas em 2008 - Balanço Reforço do Efectivo Policial
Actualmente, as Forças de segurança dispõem de um efectivo global superior a 46.000 elementos, tendo beneficiado, no ano de 2008, da incorporação de cerca de 2.000 novos elementos na Guarda Nacional Republicana e na Polícia de Segurança Pública.
Página 18
18 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Os concursos de selecção dos referidos 2.000 candidatos encontram‐ se concluídos,
iniciando‐ se a fase de formação no dia 5 de Janeiro de 2009, na PSP, e no dia 14 de Abril
de 2009, na GNR.
Prevê‐ se que a formação se conclua durante o próximo mês de Outubro. Programa de Formação e Treino das Forças de segurança
No âmbito da formação inicial e contínua das Forças de segurança, foi dado particular
relevo à renovação em curso de armas e equipamentos. Assim, foram criados
programas especiais de formação e treino na utilização de armas de fogo e na resolução
de incidentes táctico‐ policiais. Neste sentido, foram construídas, no ano de 2008, 7
novas carreira de tiro nos seguintes municípios: Águeda, Castelo Branco, Évora, Guarda,
Macedo de Cavaleiros, Ponte de Lima e Portalegre.
Em simultâneo, foi iniciado um programa de formação dos membros das Forças de
segurança em matéria de legislação e boas práticas policiais. No dia 24 de Novembro de
2008 realizou‐ se, na Faculdade de Direito de Lisboa, o Seminário “Acção Policial e
Reforma Penal”, que contou com a presença de 200 elementos da Guarda Nacional
Republicana, da Polícia de Segurança Pública e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras,
ligados às áreas de investigação criminal destas instituições.
De igual modo, o Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna realizou,
em 2008, um ciclo de conferências dedicado ao tema “Reforma Penal e Processual
Penal”. As conferências realizaram‐ se em Faro, Leiria, Viseu e Lisboa.
Plano de Intervenção em Zonas Problemáticas
Uma vez que a criminalidade não tem uma distribuição geográfica uniforme,
apresentando uma maior incidência em certas zonas, que carecem de medidas
especiais, o ano de 2008 assistiu ao intensificar do patrulhamento em zonas
problemáticas, através dos contingentes de reserva da Guarda Nacional Republicana e
da Polícia de Segurança Pública. As forças de segurança estão, também, a efectuar, com
regularidade, operações especiais de prevenção no âmbito da Lei das Armas.
Página 19
19 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Desenvolvimento do Programa Nacional de Videovigilância
Durante o ano de 2008 foi aprovada a utilização de sistemas de videovigilância nos
seguintes locais: Zona Histórica do Porto – o projecto encontra‐ se em fase de instalação
e desenvolvimento; Praia da Rocha – a Comissão Nacional de Protecção de Dados
(CNPD) apenas autorizou a parte do projecto relativa aos parques de estacionamento;
Centro Histórico de Coimbra – o projecto foi autorizado no dia 19 de Dezembro; e o
Santuário de Fátima.
Os municípios de Bragança (projecto para a Zona Industrial das Cantarias), Amadora e
Estarreja já formalizaram os respectivos pedidos, que estão a ser apreciados pela CNPD.
Os processos relativos à Freguesia de São Nicolau (Baixa de Lisboa) e ao Bairro Alto
encontram‐ se em fase de instrução.
Os concelhos de Faro, Loulé, Albufeira, Almeirim, Viseu, Meda, Loures e Odivelas, e a
Área Metropolitana de Leiria solicitaram esclarecimentos com vista à formulação de
pedidos. Desenvolvimento de Programas de Geo referenciação
Actualmente, o Projecto “Táxi Seguro” funciona em 24 Concelhos das Áreas
Metropolitanas de Lisboa e do Porto. Já existem cerca de 1.600 táxis equipados com
este sistema e foi dada formação a 1.800 profissionais do sector.
O Programa “Abastecimento Seguro” funciona em 168 postos de abastecimento de
combustível. Foi celebrado um protocolo com as empresas de segurança privada, com o
objectivo de ligar as centrais de alarme privadas, que tenham associados postos de
combustíveis, à central das forças de segurança.
No âmbito do combate ao carjacking, está a ser desenvolvido um Projecto‐ piloto de
leitura automática de matrículas nas zonas de Lisboa e do Porto. Ainda neste domínio,
em 17 de Julho de 2008 e em 23 de Janeiro de 2009 foram celebrados dois protocolos
de cooperação com a Associação Portuguesa de Seguradores e, também em 23 de
Janeiro último (na decorrência de trabalho efectuado ainda em 2008), foram celebrados
protocolos com diferentes empresas seguradoras com vista à doação de equipamentos
para o Projecto‐ piloto.
Página 20
20 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Reforma da Segurança Interna
Com o propósito de criar um sistema que responda aos riscos típicos do actual ciclo
histórico – criminalidade de massa, criminalidade grave e violenta, criminalidade
organizada e transnacional (incluindo os vários tráficos – de pessoas, drogas e armas),
terrorismo e, também, catástrofes naturais e grandes desastres – foram publicadas, em
Agosto de 2008, a Lei de Organização da Investigação Criminal (Lei n.º 49/2008, de 27 de
Agosto) e a Lei de Segurança Interna (Lei n.º 53/2008, de 29 de Agosto).
Na sequência da entrada em vigor dos supracitados diplomas legais, tomou posse o
novo Secretário‐ Geral do Sistema de Segurança Interna. Reforma da Segurança Privada
No domínio da segurança privada, foi publicada a Lei n.º 38/2008, de 8 de Agosto, que
altera o regime jurídico do exercício daquela actividade.
A existência de pórtico para fiscalização de armas passou a ser exigida nos
estabelecimentos com lotação para mais de 100 pessoas por via da publicação do
Decreto‐ Lei n.º 101/2008, de 16 de Junho, que estabelece o regime jurídico dos
sistemas de segurança privada dos estabelecimentos de restauração ou de bebidas e
revoga o Decreto‐ Lei n.º 263/2001, de 28 de Setembro.
As condições aplicáveis ao transporte, guarda, tratamento e distribuição de valores, por
parte de entidades de segurança privada, foram reguladas através da Portaria n.º
247/2008, de 27 de Março.
Reforma das Policias Municipais
Para reforçar a capacidade de intervenção das polícias municipais e aumentar o seu
papel complementar quanto às forças de segurança, foram aprovadas regras para tornar
mais fácil a sua criação com a publicação do Decreto‐ Lei n.º 197/2008, de 7 de Outubro,
que regulamenta a Lei n.º 19/2004, de 20 de Maio, estabelecendo as regras a observar
na deliberação da assembleia municipal que crie, para o respectivo município, a polícia
municipal, e regulando, nesse âmbito, as relações entre a administração central e os
municípios.
No âmbito da identificação de suspeitos e da detenção em flagrante delito foi
homologado o Parecer emitido pelo Conselho Consultivo da Procuradoria‐ Geral da
República sobre as competências das Polícias Municipais.
Página 21
21 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Realização de um Inquérito ao Sentimento de Segurança e à Vitimação
Está em curso um inquérito que permitirá conhecer, de forma sistemática e científica, as
principais questões que preocupam os nossos cidadãos em matéria de segurança, nos
termos do protocolo assinado com Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, do
Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (CIES/ISCTE). O resultado deste
inquérito permitirá identificar problemas e delinear políticas de segurança que
respondam às preocupações da comunidade. Para além disso, é previsível que permita
melhorar a eficiência e a eficácia da acção policial.
Criação de um Observatório de Delinquência Juvenil
Foi criado um Observatório de Delinquência Juvenil com o objectivo de obter uma
imagem tão aproximada da realidade quanto possível dos comportamentos criminosos
de adolescentes. Pretende‐ se, desta forma, caracterizar a dimensão, a estrutura, a
distribuição espacial e a evolução da delinquência juvenil. Até ao final do 1.º Semestre
de 2009 será apresentado o primeiro relatório preliminar do trabalho desenvolvido.
Execução da Lei de Programação de Infra Estruturas e Equipamentos
A Lei de Programação de Infra‐ Estruturas e Equipamentos das Forças de segurança
(LPIEFS) surge neste relatório no cumprimento do disposto no artigo 7.º da Lei n.º
61/2007, de 10 de Setembro, e inclui‐ se, pela primeira vez, no RASI para que se possam
avaliar a execução e a evolução do investimento em infra‐ estruturas e equipamentos
das Forças de segurança.
A execução da LPIEFS é da responsabilidade da Direcção Geral de Infra‐ Estruturas e
Equipamentos, pelo que foi tratada, de forma autónoma, no capítulo da DGIE. Celebração de Contratos Locais de Segurança
O policiamento de proximidade exige a responsabilização solidária de várias entidades:
públicas e privadas; centrais, regionais e locais. Neste contexto, foi celebrado, com a
Associação Nacional dos Municípios Portugueses, um protocolo enquadrador dos
contratos locais de segurança.
Página 22
22 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
4
Reforçando a aposta no policiamento de proximidade e a presença e visibilidade das
Forças de segurança, foram celebrados contratos locais de segurança com os municípios
do Porto, com incidência no Bairro do Cerco, e de Loures.
Os Governos Civis continuam a negociar com diversos municípios, com vista à
celebração de contratos locais de segurança. Prevê‐ se que, até final do primeiro
semestre de 2009, sejam celebrados contratos locais de segurança com um município
de cada um dos seguintes distritos: Aveiro, Beja, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Guarda,
Leiria, Santarém e Viseu.
Criação de Novos Postos Mistos de Fronteira
Tendo em vista o reforço da cooperação transfronteiriça entre Portugal e Espanha, os
quatro postos mistos de fronteira existentes em território nacional e em território
espanhol foram transformados em centros de cooperação policial e aduaneira (Tuy e
Caia, Vilar Formoso e Castro Marim), alargando‐ se, assim, a presença de entidades com
competências directas no controlo de fronteiras terrestres.
Quanto aos novos centros de cooperação policial e aduaneira, o de Quintanilha e o da
zona de Cáceres, serão inaugurados no decurso do primeiro semestre de 2009,
prevendo‐ se que entrem em funcionamento no mais curto espaço de tempo possível.
Criação dos Conselhos Coordenadores de Segurança Rodoviária
A sinistralidade rodoviária, apesar dos progressos verificados nos últimos anos, é um
problema nacional. Este problema tem de ser enfrentado por todos. Cabe, assim, aos
Governos Civis um importante papel neste combate, contribuindo para a sua eficácia ao
nível distrital. Neste sentido, foram criados e estão a funcionar Conselhos de
Coordenação de Segurança Rodoviária em todos os Distritos, com a finalidade de dar
respostas locais ao fenómeno da sinistralidade e garantir a cooperação de todos os
organismos responsáveis. Criação da 2.ª Companhia de “Canarinhos” e de Equipas de Intervenção Permanente
No âmbito da Protecção Civil e, em especial, do combate a incêndios florestais, foi
criada, no decurso do presente ano, a 2.ª Companhia da Força Especial de Bombeiros –
“Canarinhos”. Actualmente, esta Força é servida por um total de 215 elementos, com a
seguinte distribuição por Distrito: Beja (26 elementos), Castelo Branco (40), Évora (23),
Guarda (30), Portalegre (30), Santarém (38) e Setúbal (24). Os restantes 4 elementos
Página 23
23 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
estão afectos ao comando que funciona na sede da Autoridade Nacional de Protecção
Civil (ANPC).
Na sequência do protocolo celebrado entre a Autoridade Nacional de Protecção Civil, a
Associação Nacional de Municípios Portugueses e a Liga de Bombeiros Portugueses já se
encontram em funcionamento 27 Equipas de Intervenção Permanentes e já foram
celebrados protocolos com os municípios com vista à criação de mais 49 EIP. As 27 EIP
actualmente em funcionamento estão distribuídas pelo território nacional da seguinte
forma: Braga (4), Coimbra (9), Guarda (3) e Viseu (11). As EIP a constituir funcionarão
nos distritos de Braga (12), Coimbra (13), Évora (6), Guarda (4), Viana do Castelo (1),
Viseu (11) e Vila Real (2).
Foi, também, criada a 2.ª Companhia do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro
da GNR. Actualmente, o GIPS é composto por 626 militares que se encontram
distribuídos por 11 distritos (Aveiro, Braga, Bragança, Coimbra, Faro, Leiria, Lisboa,
Porto, Viana do Castelo, Viseu e Vila Real).
Página 24
24 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Legislação Ao longo de 2008 entraram em vigor diversos diplomas legais de importância decisiva
para a modernização do Sistema de Segurança Interna e melhoria da qualidade dos
serviços de segurança e protecção prestados aos cidadãos.
Neste capítulo, ordenam‐ se estas inovações legislativas em sete grandes áreas
temáticas, a saber: i) opções estratégicas; ii) reforma do Sistema de Segurança Interna;
iii) reforma da segurança privada; iv) prevenção, segurança e ordem pública; v)
investigação criminal; vi) fronteiras e imigração; e vii) protecção civil e socorro. Opções estratégicas A Lei n.º 31/2008, de 10 de Agosto, aprova as Grandes Opções do Plano para 2008.
No âmbito da sua 4.ª Opção ‐ Elevar a qualidade da democracia, modernizando o
sistema político e colocando a justiça e a segurança ao serviço de uma plena cidadania ‐ ,
fixa‐ se, entre outras, a seguinte linha de actuação política: melhor segurança interna,
mais segurança rodoviária e melhor protecção civil.
Estas orientações gerais foram concretizadas, no plano legislativo, na Estratégia de
Segurança para 2008 (Portugal Seguro), apresentada em Março de 2008,
designadamente nas matérias da reforma da segurança interna e da segurança privada.
Além disso, de forma a responder de modo adequado e proporcional à criminalidade
violenta e grave, foi apresentada à Assembleia da República uma proposta de lei de
alteração à Lei das Armas (Lei n.º 5 /2006, de 23 de Fevereiro), que passa a reprimir
especialmente a detenção de armas ilegais ou a utilização de armas na comissão de
crimes.
Esta proposta prevê o agravamento das penas do crime de detenção de arma proibida e
dos crimes cometidos com recurso a arma. Todos os crimes praticados com armas
passam a ser objecto de uma agravação especial de um terço, nos seus limites mínimo e
máximo.
Prevê ainda a detenção, em ou fora de flagrante delito, dos agentes de crimes de
detenção de arma proibida ou de crimes cometidos com recurso a arma, bem como a
aplicabilidade da prisão preventiva em todos os casos de crimes de detenção de arma
proibida e de crimes cometidos com recurso a arma. As autoridades de polícia criminal
podem também ordenar a detenção fora de flagrante delito, por iniciativa própria, nos
casos previstos na lei, e devem fazê‐ lo se houver perigo de continuação da actividade
criminosa.
Página 25
25 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Por outro lado, esta proposta reforça o controlo do Estado no licenciamento, comércio e
utilização de armas e munições e os mecanismos de dissuasão e repressão de
infracções. Reforma do Sistema de Segurança Interna No domínio da reforma da segurança interna, entrou em vigor a nova Lei de Segurança
Interna (Lei n.º 53/2008, de 29 de Agosto) que cria um sistema de resposta aos riscos
típicos do actual ciclo histórico: criminalidade de massa, criminalidade grave e violenta,
criminalidade organizada e transnacional (incluindo os vários tráficos – de pessoas,
drogas e armas), terrorismo e também catástrofes naturais e grandes desastres.
Para responder eficazmente e de modo integrado e global às novas ameaças, passa a
existir um Secretário‐ Geral com competências diferenciadas de coordenação, direcção,
controlo e comando operacional. Esta solução permite, a título excepcional, uma
direcção unificada dos diversos serviços e forças de segurança perante incidentes
táctico‐ policiais graves, ataques terroristas ou catástrofes naturais.
São ainda consagradas novas medidas de polícia, como a interdição temporária de
acesso e circulação, a evacuação ou o abandono temporários de locais ou de meios de
transporte, a busca e a revista cautelares, a realização de acções de fiscalização em
estabelecimentos e em locais públicos ou abertos ao público, a realização de acções de
vistoria ou instalação de equipamentos de segurança, a inibição da difusão a partir de
sistemas de radiocomunicações e o isolamento electromagnético ou o barramento do
serviço telefónico. Para garantir o respeito pelos direitos fundamentais, estas medidas
são sempre autorizadas ou validadas por juiz.
Em 2008, deu‐ se continuidade ao processo de reestruturação orgânica das forças de
segurança, com a preparação e publicação dos diplomas necessários à regulamentação
das novas leis orgânicas e à concretização dos fins que haviam sido delineados.
Assente em objectivos ditados, essencialmente, pela necessidade de racionalização do
seu modelo de organização e da utilização dos respectivos recursos, com vista à redução
do peso da área administrativa ao longo da cadeia hierárquica, à adequação das suas
unidades superiores de comando e direcção à reforma orgânica do Ministério da
Administração Interna e à reorganização do respectivo dispositivo territorial para
reforço e obtenção de ganhos de eficiência na actividade operacional, foram aprovados
e publicados os seguintes diplomas:
Página 26
26 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
‐ Portaria n.º 383/2008, de 29 de Maio, que estabelece a estrutura nuclear da Direcção
Nacional da Polícia de Segurança Pública e as competências das respectivas unidades
orgânicas;
‐ Portaria n.º 416/2008, de 11 de Junho, que fixa o número máximo de unidades
orgânicas flexíveis da Direcção Nacional da Polícia de Segurança Pública;
‐ Portaria n.º 434/2008, de 28 de Junho, que define a estrutura dos comandos
territoriais de polícia e aprova as respectivas subunidades (alterada pela Portaria n.º
2/2009, de 2 de Janeiro, que aprova o dispositivo territorial dos comandos
metropolitanos de Lisboa e Porto);
‐ Portaria n.º 1284/2008, de 10 de Novembro, que estabelece a forma de designação e
eleição dos membros do Conselho de Deontologia e Disciplina da PSP e aprova o
respectivo regulamento de funcionamento;
‐ Portaria n.º 1285/2008, de 10 de Novembro, que estabelece a forma de designação e
eleição dos membros do Conselho Superior de Polícia da PSP e aprova o respectivo
regulamento de funcionamento;
‐ Decreto Regulamentar n.º 19/2008, de 27 de Novembro, que define o número, as
competências, a estrutura interna e o posto correspondente à chefia dos serviços de
apoio directamente dependentes do comandante‐ geral e dos serviços dos órgãos
superiores de comando e direcção da Guarda Nacional Republicana;
‐ Portaria n.º 1449/2008, de 16 de Dezembro, que aprova as normas a que obedece a
eleição dos representantes das categorias profissionais de oficiais, sargentos e guardas
para o Conselho Superior da Guarda e para o Conselho de Ética, Deontologia e Disciplina
da Guarda Nacional Republicana; e
‐ Portaria n.º 1450/2008, de 16 de Dezembro, que estabelece a organização interna das
unidades territoriais, especializadas, de representação e de intervenção e reserva da
Guarda Nacional Republicana e define as respectivas subunidades, bem como os termos
em que se processa o apoio administrativo pelos serviços do Comando da Administração
dos Recursos Internos e da Secretaria‐ Geral da Guarda às unidades especializadas, de
representação e de intervenção e reserva. Reforma da segurança privada A entrada em vigor da Lei n.º 38/2008, de 8 de Agosto, veio alterar o regime jurídico da
actividade de segurança privada, criminalizando o exercício ilícito desta actividade, que
põe em causa bens como a vida, a integridade física e a liberdade e causa grande alarme
Página 27
27 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
social. Por se tratar de um comportamento equiparável ao crime de usurpação de
funções, é‐ lhe aplicável pena de prisão até 2 anos. Prevê‐ se ainda a responsabilidade
penal das pessoas colectivas.
Tendo em conta que a actividade (lícita) da segurança privada merece ser protegida, por
ser complementar da acção das Forças de segurança, passa a ser permitido o recurso a
meios de defesa não letais que abrangem aerossóis, armas eléctricas e coletes de
protecção balística.
O Decreto‐ Lei n.º 101/2008, de 16 de Junho, aprovou o novo regime jurídico dos
sistemas de segurança dos estabelecimentos de restauração e de bebidas. A existência
de pórtico para fiscalização de armas passa a ser exigida nos estabelecimentos com
lotação para mais de 100 pessoas.
As coimas previstas para o incumprimento das regras de segurança privada são
agravadas em 20%. No caso das infracções mais graves, os Governadores Civis passam a
poder determinar o encerramento provisório do estabelecimento, fixando o prazo de
regularização da situação, com a advertência de que o incumprimento implica o
encerramento definitivo.
A Portaria n.º 247/2008, de 27 de Março, aprova o novo regime jurídico do transporte
de valores, que define um conjunto integrado de medidas de segurança que, de forma
adequada e proporcionada, previnam a ocorrência de crimes e protejam quem exerce a
profissão.
Finalmente, o Despacho do Ministro da Administração Interna, de 3 de Março de 2008,
autoriza a PSP e a GNR a prestarem colaboração remunerada aos estabelecimentos de
restauração ou de bebidas que a solicitarem, para garantir a segurança de pessoas e
bens nas imediações desses estabelecimentos. Prevenção, segurança e ordem pública No âmbito da política interna de prevenção, segurança e ordem pública, implementou‐
se o recurso às novas formas de combate aos fenómenos criminais, incrementando o
uso de sistemas como a videovigilância ou o tracking através de sinais de GPS. Assim, o
Despacho n.º 100/2008, de 3 de Janeiro, autoriza o funcionamento do sistema de
videovigilância na zona histórica do Porto, e a Portaria n.º 247/2008, de 27 de Março,
que regula as condições aplicáveis ao transporte, guarda, tratamento e distribuição de
valores, por parte das entidades de segurança privada habilitadas, determina que tais
veículos deverão dispor de sistemas de segurança ligados a centros de controlo de
operações de transporte de valores, guarda, tratamento e distribuição de valores, que
Página 28
28 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
permitam através de sinais de GPS o registo e acompanhamento de itinerários das rotas,
identificação imediata da localização da viatura, bloqueio automático em caso de
paragem forçada, ou outra situação de emergência, entre outras funcionalidades.
Foi também objecto de reforma o regime aplicável às Polícias Municipais, quer pela
clarificação das regras a observar na deliberação da assembleia municipal que crie a
polícia municipal, e regulando, nesse âmbito, as relações entra a administração central e
os municípios, pela publicação do Decreto‐ Lei n.º 197/2008, de 7 de Outubro; quer pelo
recurso a novos meios tecnológicos ao seu dispor, nomeadamente o uso de terminais
electrónicos de pagamento, associados a sistemas de informação, para a cobrança de
coimas resultantes da respectiva actividade autuante e de fiscalização do Código da
Estrada e legislação complementar, bem como dos regulamentos e posturas municipais
de trânsito.
Em matéria de estatuto das polícias municipais, foi solicitado e homologado o Parecer
n.º 28/2008, do Conselho Consultivo da Procuradoria‐ Geral da República, publicado na
2.ª Série do DR, n.º 155, de 12 de Agosto de 2008, sobre os poderes legalmente
atribuídos às polícias municipais, designadamente os poderes de identificação, detenção
e apreensão, dada a relevância das questões suscitadas na articulação entre as polícias
municipais e as forças de segurança e no relacionamento com os cidadãos.
Foi ainda homologado, a 23 de Julho de 2008, o Parecer n.º 83/2005, do Conselho
Consultivo da Procuradoria‐ Geral da República, publicado na 2.ª Série do DR, n.º 155, de
12 de Agosto de 2008, sobre as competências dos Governadores Civis e demais
entidades administrativas em matéria de direito de reunião e de manifestação.
No âmbito da política preventiva e de proximidade aos cidadãos, foi alterado o Decreto‐
Lei n.º 310/2002, de 18 de Dezembro, através do Decreto‐ Lei n.º 114/2008, de 1 de
Julho, aprovando‐ se medidas de protecção e reforço das condições de exercício da
actividade de guarda‐ nocturno e criando o registo nacional de guardas‐ nocturnos. Investigação criminal No domínio da investigação criminal, entrou em vigor a nova Lei de Organização da
Investigação Criminal (Lei n.º 49/2008, de 27 de Agosto), que reformula o Conselho
Coordenador, reforçando a coordenação e a cooperação de todos os órgãos de polícia
criminal, designadamente no âmbito da EUROPOL e INTERPOL, e a partilha de
informações entre eles segundo princípios de necessidade e competência.
O novo regime introduz normas de resolução de conflitos de competência, acolhendo os
princípios da especialização e da racionalização na afectação dos recursos disponíveis.
Página 29
29 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Além disso, mantém e alarga a possibilidade de deferimento a outros órgãos de polícia
criminal, por iniciativa do Procurador‐ Geral da República, da investigação de crimes da
competência reservada da Polícia Judiciária, mas uma parte nuclear desta reserva de
competência é insusceptível de deferimento.
O Procurador‐ Geral da República passa também a ter competência para fiscalizar
superiormente a actividade processual dos órgãos de polícia criminal no decurso do
inquérito, através de inspecções, inquéritos e sindicâncias.
A Lei n.º 5/2008, de 12 de Fevereiro, veio aprovar a criação de uma base de dados de
perfis de ADN para fins de identificação civil e criminal.
A Lei n.º 19/2008, de 21 de Abril, aprova novas medidas de combate à corrupção.
A Lei n.º 20/2008, de 21 de Abril, veio criar o novo regime penal de corrupção no
comércio internacional e no sector privado, dando cumprimento à Decisão Quadro n.º
2003/568/JAI, do Conselho, de 22 de Julho.
A Lei n.º 25/2008, de 5 de Junho, estabelece medidas de natureza preventiva e
repressiva de combate ao branqueamento de vantagens de proveniência ilícita e ao
financiamento do terrorismo, transpondo para a ordem jurídica interna as Directivas nºs
2005/60/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de Outubro, e 2006/70/CE,
da Comissão, de 1 de Agosto, relativas à prevenção da utilização do sistema financeiro e
das actividades e profissões especialmente designadas para efeitos de branqueamento
de capitais e de financiamento do terrorismo.
A Lei n.º 29/2008, de 4 de Julho, veio alterar a Lei n.º 93/99, de 14 de Julho, que regula a
aplicação de medidas para protecção de testemunhas em processo penal.
A Lei n.º 37/2008, de 6 de Agosto, aprovou a orgânica da Polícia Judiciária.
Finalmente, no âmbito da mediação penal, a Portaria n.º 68‐ A/2008, de 22 de Janeiro,
aprova o modelo de notificação de envio do processo para mediação penal, a Portaria
n.º 68‐ B/2008, de 22 de Janeiro, aprovou o Regulamento do Procedimento de Selecção
dos Mediadores Penais, e a Portaria n.º 68‐ C/2008, de 22 de Janeiro, veio aprovar o
Regulamento do Sistema de Mediação Penal.
Foram ainda apresentadas ao Parlamento as Propostas de Lei n.ºs 237/X e 246/X. A
primeira visa transpor para a ordem jurídica interna a Decisão‐ Quadro n.º 2003/577/JAI,
do Conselho da União Europeia, de 22 de Julho, estabelecendo o regime jurídico do
reconhecimento mútuo de decisões de apreensão de bens para efeitos de recolha de
elementos de prova ou de subsequente perda de bens no âmbito de um processo penal,
e a segunda destina‐ se a estabelecer o regime jurídico aplicável ao tratamento de dados
referentes ao sistema judicial.
Página 30
30 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Fronteiras e imigração No decorrer do ano de 2008, foram operadas diversas modificações legislativas no
campo das fronteiras e imigração.
Na sequência da publicação da Lei n.º 23/2007, de 4 de Julho, e do novo regime que
implementou, foi necessário proceder à sua regulamentação. Foram assim definidos e
aprovados o modelo de declaração de entrada de estrangeiros, o modelo de título de
viagem para os cidadãos estrangeiros residentes no País na qualidade de refugiados, o
modelo do documento de viagem a emitir para cidadão nacional de Estado terceiro que
seja objecto de medida de expulsão e não disponha de documento de viagem, o modelo
de salvo‐ conduto, dos boletins de alojamento e regras de comunicação electrónica em
condições de segurança, e o modelo uniforme de título de residência para os nacionais
de países terceiros.
Foi publicada a portaria respeitante à criação do novo cartão de cidadão estrangeiro – o
título de residência electrónico, com dispositivos de maior segurança documental.
Merece proeminência nesta matéria a criação do Observatório do Tráfico de Seres
Humanos, pelo Decreto‐ Lei n.º 229/2008, de 27 de Novembro, incumbido da missão de
recolha, tratamento e difusão de informação e de conhecimento respeitante ao
fenómeno do tráfico de pessoas e outras formas de violência de género. O Observatório
procederá à produção e recolha de informação respeitante ao fenómeno do tráfico de
pessoas e outras formas de violência e de género, à promoção e ao desenvolvimento de
aplicações informáticas que sirvam de suporte da recolha e tratamento da informação,
de forma a dar apoio a decisões políticas nas matérias da sua intervenção.
Foram ainda aprovadas as portarias necessárias à correcta execução dos Fundos: a
Portaria n.º 78/2008, de 25 de Janeiro, que aprova o regulamento do financiamento
pelo Fundo Europeu para os Refugiados; a Portaria n.º 79/2008, de 25 de Janeiro, que
aprova o regulamento do Financiamento pelo Fundo para as Fronteiras Externas; e a
Portaria n.º 98/2008, de 31 de Janeiro, que aprova o Regulamento do Financiamento
pelo Fundo Europeu de Regresso.
Página 31
31 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Protecção civil e socorro No âmbito do sistema de protecção civil e socorro, tem vindo a ser construído todo um
quadro legislativo ao longo dos últimos três anos. Assim, em 2008, deu‐ se sequência ao
processo de regulamentação do sector dos bombeiros e à operacionalização de
procedimentos no sector da protecção civil.
Entre os três programas de apoio financeiro e logístico, definidos no regime jurídico das
associações humanitárias de bombeiros, a Portaria n.º 104/2008, de 5 de Fevereiro, veio
definir o Programa Permanente de Cooperação, que se destina a apoiar, de modo
regular e permanente, o desenvolvimento das missões dos corpos de bombeiros
situadas no universo do Ministério da Administração Interna.
Como marco importante na superintendência da actividade dos bombeiros, o Decreto‐
Lei n.º 49/2008, de 14 de Março, veio regular a criação e a manutenção do
Recenseamento Nacional dos Bombeiros Portugueses que incorpora a informação
relevante que respeita ao registo de bombeiros pertencentes aos quadros de comando,
activo, reserva e honra. Criou‐ se, deste modo, um suporte aplicacional e uma base de
dados central que permite integrar os elementos de informação relativos aos
bombeiros, necessários para a gestão dos efectivos dos quadros de comando, activo, de
reserva e de honra, gestão da actividade operacional e formativa dos bombeiros, entre
outras funções.
Em seguida, o Decreto‐ Lei n.º 56/2008, de 26 de Março, veio definir que as regras e
normas para o funcionamento da Comissão Nacional da Protecção Civil, enquanto órgão
de coordenação em matéria de protecção civil, são definidas por portaria do membro do
Governo responsável pela área da protecção civil. A respectiva regulamentação é
definida na Portaria n.º 302/2008, de 18 de Abril.
No que diz respeito aos meios aéreos, a Resolução de Conselho de Ministros n.º
107/2008, de 19 de Junho, veio autorizar a realização de despesa com a aquisição de
serviços à EMA — Empresa de Meios Aéreos, S. A., no montante global de € 19 milhões.
Assim, assegura‐ se a disponibilidade permanente de meios aéreos próprios destinados à
prossecução de missões de elevado interesse público atribuídas ao Ministério da
Administração Interna, designadamente a prevenção e o combate a incêndios florestais,
a vigilância de fronteiras, a recuperação de sinistrados, a segurança rodoviária e o apoio
às Forças e Serviços de segurança, de protecção e socorro.
Com a publicação do Decreto‐ Lei n.º 112/2008, de 1 de Julho, aprovou‐ se a criação de
um regime que permite adoptar medidas de assistência a pessoas atingidas por
catástrofes ou calamidades. Através deste diploma é autorizada a abertura, no Instituto
Página 32
32 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, I. P., de uma conta de emergência,
titulada pela Autoridade Nacional de Protecção Civil, que só pode ser accionada, para
fazer frente a situações de catástrofe ou calamidade, por despacho conjunto dos
membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da administração interna.
Por fim, o Decreto‐ Lei n.º 220/2008, de 12 de Novembro, veio definir o regime jurídico
de segurança contra incêndios em edifícios. Com este diploma procurou‐ se adequar a
legislação e regulamentação existente ao estádio actual de desenvolvimento nesta área
e foi possível reunir num único documento toda a legislação que se encontrava dispersa
por um número excessivo de diplomas avulsos.
Ainda em 2008 foi publicada a Portaria n.º 1532/2008, de 29 de Dezembro, que veio
aprovar o Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndio em Edifícios (SCIE).
Página 33
33 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
3 - Cooperação internacional A cooperação da União Europeia no Espaço de Liberdade, Segurança e Justiça A prevenção e a luta contra o terrorismo mantiveram‐ se como uma das grandes
prioridades do trabalho da União Europeia no âmbito da cooperação em matéria de
Justiça e Assuntos Internos (JAI), com particular ênfase nas áreas da segurança de
explosivos, precursores e detonadores, bem como nas questões relacionadas com o
financiamento do terrorismo e a luta contra a radicalização e o recrutamento. Foram
concluídas as negociações para rever a Decisão‐ Quadro relativa à luta contra o
terrorismo que agora contempla também fenómenos como o incitamento, o
recrutamento e o treino para o terrorismo.
De salientar igualmente em matéria de cooperação policial os trabalhos relativos á
definição da arquitectura de segurança interna, em que se reconhece a necessidade de
se aprovarem medidas tendo em vista melhorar a coordenação horizontal e
operacional, começando pela criminalidade organizada, e visando criar um quadro de
referência para a segurança interna da União Europeia baseado em quatro etapas:
avaliação global da ameaça, definição de prioridades estratégicas de segurança interna,
aplicação das prioridades e avaliação de todo o processo.
Também o desenvolvimento do princípio da convergência, que visa a aproximação dos
serviços operacionais dos Estados‐ membros, com base nos princípios do
reconhecimento mútuo e da disponibilidade de informação, foi um elemento essencial
no quadro da cooperação policial e deverá ser integrado nos trabalhos do futuro
Programa Plurianual em matéria de Cooperação Justiça e Assuntos Internos.
Igualmente em discussão esteve a troca de informações e a adopção de uma estratégia
integrada de troca de informações no quadro da União Europeia, que conjugue as
necessidades concretas das forças policiais com as possibilidades que as novas
tecnologias de informação e de comunicação oferecem, permitindo às forças policiais
melhorar a sua eficiência e optimizar os seus recursos humanos.
A necessidade de criação de um sistema integrado de gestão de fronteiras na União
Europeia, enquanto instrumento essencial para o reforço da segurança interna e
também de facilitação da passagem nas fronteiras para os cidadãos que pretendam
entrar no território da União por motivos legítimos, levou à adopção de conclusões pelo
Conselho que visam o reforço da Frontex, a avaliação de viabilidade de criação de um
sistema de registo automático de entradas e saídas, um sistema de passageiro registado
Página 34
34 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
e um sistema electrónico de autorização de viagem e o desenvolvimento do Sistema
Europeu de Vigilância das Fronteiras (EUROSUR).
A cooperação Schengen registou em 2008 mais um alargamento, com a entrada em
vigor, em 1 de Março, do acordo de 2004 de associação da Suíça à execução e aplicação
do acervo de Schengen e a posterior decisão de suprimir os controlos nas fronteiras
internas terrestres a partir de 12 de Dezembro e nas fronteiras aéreas a partir de 29 de
Março de 2009. Ainda em 2008 registou‐ se a assinatura dos Protocolos de adesão do
Liechtenstein ao espaço Schengen.
No domínio da imigração e asilo, o ano de 2008 foi marcado pela negociação e
conclusão, em Outubro, do “Pacto Europeu sobre a Imigração e o Asilo”. Esta iniciativa
emblemática da Presidência francesa foi apresentada logo no início do ano e foi objecto
de demoradas negociações que se encetaram ainda sob Presidência eslovena. O
compromisso político final veio definir orientações comuns para a política migratória,
que enquadrarão o futuro da agenda europeia. Ainda no capítulo das migrações, de
registar os avanços na negociação das propostas legislativas da Comissão na área da
migração legal (directivas “altamente qualificados” e “autorização única de residência e
trabalho e quadro comum de direitos”), apresentadas ainda sob Presidência portuguesa,
e a aprovação da directiva sobre procedimentos de “retorno”, instrumento essencial
para uma política europeia eficaz de luta contra a imigração ilegal. Grupo do Futuro Foi dada continuidade aos trabalhos iniciados em 2007 pelo Grupo de Alto Nível sobre o
futuro da política europeia em matéria de assuntos internos, um espaço informal de
reflexão, de nível ministerial, sobre as prioridades de trabalho da União Europeia para
os anos 2009‐ 2014.
A criação deste grupo de nível ministerial teve como base uma proposta da então
Presidência Alemã, que considerou que a adopção de programas plurianuais, com
definição de prioridades políticas, é um instrumento útil de definição de objectivos e
propôs a criação de um grupo de trabalho de nível Ministerial, para reflexão sobre o
futuro da política europeia em matéria de assuntos internos a partir de 2010. O Grupo
do Futuro foi presidido pelo Vice‐ Presidente da Comissão Europeia e pelo Ministro do
Interior da Presidência em exercício. Reuniu, a título pessoal, os Ministros do Interior
dos dois actuais trios de presidências (Alemanha, Portugal e Eslovénia; França, República
Checa e Suécia) e um representante do futuro trio de presidências, isto é, Espanha,
Bélgica e Hungria. Participaram, ainda, um observador de direito consuetudinário (Reino
Página 35
35 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Unido), o Presidente da Comissão LIBE do Parlamento Europeu e um representante do
Secretariado‐ Geral do Conselho.
Os trabalhos deste grupo, que se reuniu em 2007 e 2008, deram origem ao relatório
“Liberdade, Segurança e Justiça: os assuntos internos europeus num mundo aberto”,
que reúne as ideias essenciais e as reflexões a que se procedeu, versando sobre
matérias diversas como a segurança interna e a estabilidade externa, gestão das
migrações, asilo e fronteiras externas, utilização das novas tecnologias e redes de
informação, desenvolvimento da protecção civil, e dimensão externa da política de
assuntos internos. Este relatório foi apresentado aos Estados‐ membros em Julho de
2008, ao Parlamento Europeu e à Comissão Europeia, com o propósito de lançar o
debate sobre o futuro dos assuntos internos, e de servir como contributo para os
trabalhos que deverão levar à adopção do futuro programa plurianual de trabalho
relativo ao espaço de liberdade, segurança e justiça, o futuro Programa de Estocolmo. Terrorismo No ano de 2008, a União Europeia deu continuidade aos trabalhos relativos à luta contra
o terrorismo. Foram apresentados os relatórios semestrais sobre os progressos
alcançados no domínio da implementação da Estratégia e do Plano de Acção de luta
contra o terrorismo, fazendo‐ se um ponto de situação sobre a ratificação dos principais
instrumentos legislativos ligados ao contra terrorismo. Dos progressos registados cabe
destacar os trabalhos em matéria de radicalização e recrutamento, o financiamento do
terrorismo, a transformação da EUROPOL numa agência da União Europeia, a
importância do reforço da capacidade de resposta da União Europeia às catástrofes e os
avanços em termos de prevenção e resposta aos riscos nucleares, biológicos,
radiológicos e químicos (NBRQ), o projecto check the Web, a alteração da Decisão‐
Quadro relativa à luta contra o terrorismo, o Plano da União Europeia relativo à
melhoria da segurança dos explosivos, o acordo relativo à Directiva sobre a identificação
de infra‐ estruturas críticas, assim como os trabalhos em matéria de relações externas.
O Coordenador Contra o Terrorismo (CCA), Gilles de Kerchove, nomeado em 2007,
apresentou, ainda, um documento de reflexão sobre as prioridades da Estratégia Anti‐
Terrorista da União Europeia, no qual é destacada a necessidade de se avançar no
domínio da luta contra o recrutamento e a radicalização e de atribuir maior atenção à
Estratégia para os Media. No quadro da cooperação com países terceiros e assistência
técnica, foi sublinhada a prioridade a atribuir à região do Norte de África/Sahel e ao
Paquistão. São igualmente abordadas a organização dos trabalhos no seio do Conselho;
a necessidade de transposição e ratificação dos instrumentos jurídicos comunitários ou
Página 36
36 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
internacionais pertinentes e a necessidade de reforçar a luta contra o financiamento do
terrorismo.
No seu relatório, o Coordenador mencionou, ainda, os seguintes pontos: a importância
dos desenvolvimentos ao nível da gestão de fronteiras e da protecção das infra‐
estruturas críticas; a transformação da EUROPOL numa agência da União Europeia; os
avanços referentes ao Plano de Acção para a melhoria da segurança de explosivos; a
importância do reforço da capacidade de resposta da União Europeia às catástrofes e os
avanços em termos de prevenção e resposta aos riscos nucleares, biológicos,
radiológicos e químicos (NBRQ).
Na sequência dos debates foram aprovadas Conclusões do Conselho sobre a
prossecução dos trabalhos em matéria de luta antiterrorismo, convidando os Estados‐
membros, a Comissão Europeia e a Europol a desenvolver ou aprofundar uma série de
acções em curso no domínio da luta contra o terrorismo, nomeadamente, a aplicação do
Plano de Acção da UE de luta contra a radicalização e o recrutamento para o terrorismo;
a luta contra a utilização da Internet para fins terroristas; a necessidade de detecção
precoce de indivíduos suspeitos de terrorismo desde o processo de pedido de visto; a
implementação do Plano Europeu de melhoria da segurança dos explosivos; a
necessidade de acelerar os procedimentos nacionais de ratificação e de aplicação
nacional de instrumentos em matéria de luta contra o terrorismo e a necessidade de
alimentar a EUROPOL e o EUROJUST com informações relativas a inquéritos em matéria
de terrorismo, em cumprimento da Decisão 2005/671/JAI.
Quanto a instrumentos adoptados, cabe sublinhar: - no plano do direito penal substantivo, a adopção da Decisão-Quadro 2008/919/JAI do Conselho, proposta apresentada pela Comissão Europeia em 2007, no âmbito do pacote terrorismo, que visa a alteração do direito penal dos Estados-membros, de modo a criminalizar fenómenos como o incitamento, o recrutamento e o treino para o terrorismo; - a adopção do Plano de Acção da União Europeia para a melhoria da segurança de explosivos; - a revisão da Estratégia de combate ao financiamento do terrorismo, tendo sido seguidas as recomendações do Coordenador Contra o Terrorismo, que tomam em consideração o trabalho da ”Financial Action Task Force” (FATF/GAFI); - a revisão da Estratégia da União Europeia de luta contra a radicalização e o recrutamento e do respectivo Plano de Acção;
Página 37
37 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
- a adopção de conclusões sobre a criação de uma base de dados de incidentes NBRQ e de Conclusões sobre um mecanismo de detecção precoce da ameaça ligada ao terrorismo e à criminalidade organizada.
Cooperação Policial Arquitectura de segurança interna e princípio da convergência No ano de 2008, foram adoptadas pelo Conselho as conclusões sobre o princípio da
convergência
1
e a arquitectura da segurança interna, que deverão constituir a base do
trabalho do Programa pós‐ Haia e visam promover a aproximação operacional dos
serviços de aplicação da lei dos Estados‐ membros, baseada no princípio do
reconhecimento mútuo e da disponibilidade de informação.
Com base nestas conclusões os Estados‐ membros comprometeram‐ se a facilitar a
cooperação operacional entre serviços de polícia através, nomeadamente:
‐ da aproximação de serviços por via, por exemplo, da Academia Europeia de Polícia, da
criação de intercâmbios temporários de agentes, do desenvolvimento de redes de
responsáveis dos serviços de aplicação da lei (ex: criação da rede dos serviços
tecnológicos de polícia) e da aprendizagem de línguas;
‐ da harmonização de regras e práticas que passam pela promoção do reforço da
interoperabilidade de sistemas e equipamentos, assim como a mutualização dos
equipamentos existentes criando manuais e guias de boas práticas;
‐ da aproximação através do desenvolvimento de acções comuns, como a preparação de
exercícios conjuntos ou a organização de operações conjuntas, de que é bom exemplo a
operação TRANSPOL EXPRESS, que teve lugar durante o ano de 2008 e que consistiu na
realização de operações policiais de controlo simultâneas que não implicaram, no
entanto, a passagem de fronteiras, nas principais linhas ferroviárias nacionais e
internacionais. Os principais objectivos desta operação foram a promoção da
cooperação policial entre Estados‐ membros em matéria de segurança ferroviária, o
estímulo para a aquisição de uma visão global dos fluxos migratórios que passam pela
rede ferroviária, o combate ao crime nas estações de caminhos‐ de‐ ferro e nos comboios
e a procura de uma visão da actividade criminosa neste cenário dos caminhos‐ de‐ ferro.
‐ da aproximação das legislações, através da adopção de instrumentos legislativos
quando haja uma mais‐ valia para os cidadãos ou a simplificação dos procedimentos de
1 O princípio da convergência tem como base a aproximação dos serviços operacionais dos Estadosmembros, baseada nos princípios do reconhecimento mútuo e da disponibilidade de informação.
Página 38
38 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
intercâmbio e de cooperação no quadro de investigações de carácter transfronteiriço
(equipas conjuntas de investigação).
Os Estados‐ membros concordaram, ainda, sobre a necessidade de reforçar os
dispositivos existentes, nomeadamente através da definição de objectivos estratégicos e
operacionais, que permitam avaliar a ameaça que impende sobre os cidadãos, definir as
prioridades da União Europeia, definir o método para realizar essas prioridades e
avaliar, regularmente, as medidas tomadas. Neste sentido deverá ser melhorado o
actual mecanismo de avaliação da ameaça, nele integrando o contributo dos serviços
judiciários e das agências, definidos mais claramente os objectivos estratégicos e
operacionais, desenvolvendo uma lógica de projecto para a realização desses objectivos
e aceitando que estes possam vir a ser desenvolvidos a nível regional pelos Estados mais
afectados.
Reconhecendo a necessidade de uma maior cooperação entre os responsáveis pelos
aspectos internos e externos da segurança interna, o Conselho adoptou ainda
conclusões sobre eventuais mecanismos de Cooperação entre as missões civis da
Politica Europeia de Segurança e Defesa (PESD) e a Europol, no que respeita ao
intercâmbio recíproco de informações. Dando execução a estas Conclusões foi
celebrado um acordo estratégico relativo à troca de informações não pessoais entre o
Secretariado‐ Geral do Conselho e a Europol sobre trocas de informações no contexto
das missões civis.
Em conclusões posteriores, e no que se refere à troca de dados pessoais, o Conselho
conclui que esta terá que ser feita através das Unidades Nacionais Europol, convidando
os Estados‐ membros a aplicarem rapidamente este mecanismo, em estreita cooperação
com a Europol e o Secretariado Geral do Conselho, no que se refere à missão EULEX
KOSOVO. Este mecanismo de troca de informações deverá ser avaliado em Junho de
2009, para depois se decidir se deverá ser estendido a outras missões.
EUROPOL (Decisão do Conselho que cria o
Serviço Europeu de Polícia)
Em 2008, foi adoptada a Decisão que cria o Serviço Europeu de Polícia, que irá substituir
a Convenção Europol, a partir de 1 de Janeiro de 2010, e que introduz alterações no
mandato e nas funções da Europol, incorporando as alterações introduzidas à
Convenção pelos três Protocolos, designadamente, o alargamento do mandato e da
missão da Europol para cobrir o branqueamento de capitais, a assistência no domínio da
prevenção da criminalidade, os métodos e técnicas de polícia científica, a possibilidade
Página 39
39 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
de participar em equipas de investigação conjuntas ou de solicitar aos Estados‐ membros
que efectuem ou coordenem investigações e uma maior informação ao Parlamento
Europeu.
Por outro lado, a Decisão prevê o financiamento da Europol a partir do orçamento das
Comunidades Europeias e a aplicação do Estatuto dos Funcionários da União Europeia, o
que reforçará o envolvimento do Parlamento Europeu na gestão da Organização e
simplificará os procedimentos de gestão do orçamento e do pessoal da Europol.
Acordo de Prüm
No ano de 2008 foram aprovadas e publicadas as Decisões do Conselho (Decisão
2008/615/JAI do Conselho, de 23 de Junho de 2008, relativa ao aprofundamento da
cooperação transfronteiras, em particular no domínio da luta contra o terrorismo e a
criminalidade transfronteiras e Decisão 2008/616/JAI do Conselho, de 23 de Junho de
2008, referente à execução da Decisão 2008/615/JAI) que integram, no ordenamento
jurídico da União Europeia, várias disposições do Tratado de Prüm, celebrado em 27 de
Maio de 2005, com o objectivo de aprofundar a cooperação transfronteiras, sobretudo,
através da troca de informações, abrangendo domínios como a luta contra o terrorismo
e a criminalidade transfronteiras.
A Decisão 2008/615/JAI contém disposições relativas às condições e ao procedimento
para a transferência automatizada de perfis de ADN, de dados dactiloscópicos e de
certos dados nacionais do registo de matrícula de veículos, bem como disposições
relativas às condições de transmissão de dados relacionados com eventos importantes
de alcance transfronteiriço, disposições relativas às condições de transmissão de
informações para a prevenção de atentados terroristas e disposições relativas às
condições e ao procedimento para o aprofundamento da cooperação policial
transfronteiras. Por seu lado, a Decisão 2008/616/JAI tem em vista a execução da
anterior decisão, estabelecendo as disposições administrativas e técnicas necessárias à
execução da Decisão 2008/615/JAI, especialmente no que respeita ao intercâmbio
automatizado de dados de ADN, dados dactiloscópicos e dados relativos ao registo de
veículos.
A nível interno, foi instruído o processo de ratificação por Portugal do Tratado de Prüm,
relevante nas matérias que não foram integradas no âmbito da União Europeia, pelas
decisões antes referidas, ou seja, em matéria de cooperação policial (intervenção de
agentes armados a bordo de aeronaves; ao porte de armas de serviço, munições e
Página 40
40 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
equipamento daqueles agentes; medidas em caso de perigo iminente e prestação de
assistência a pedido) e de combate à imigração ilegal. PNR europeu
No capítulo referente à proposta de Decisão‐ Quadro relativa à utilização dos dados dos
Registos de Identificação dos Passageiros (Passenger Name Record – PNR) para efeitos
de aplicação da lei, as negociações que decorreram no Conselho durante o ano de 2008
permitiram enunciar os elementos estruturais que poderão caracterizar o futuro sistema
PNR europeu. Os Governos dos Estados‐ membros reiteraram o reconhecimento da
importância de um sistema como o proposto, e reconheceram a vantagem da criação de
um tal sistema ao nível europeu.
Troca de informações
Reconhecendo a importância crescente da troca de informações entre Estados‐
membros, em Maio de 2008 foi renovado o mandato do grupo ad hoc troca
informações, criado em 2006 mas cujos trabalhos se encontravam suspensos. O actual
mandato relativo à troca de informações no III pilar consiste em acompanhar a
implementação e a aplicação dos aspectos técnicos e práticos da Decisão‐ Quadro
2006/960/JAI do Conselho relativa à simplificação do intercâmbio de dados e
informações entre as autoridades de aplicação da lei dos Estados‐ membros da União,
assim como a implementação técnica das Decisões Prüm (Decisão 2008/615/JAI e
Decisão 2008/616/JAI). Em concreto, durante o ano de 2008, o grupo ad hoc debruçou‐
se sobre, entre outros aspectos, a elaboração de um manual de implementação da
Decisão‐ Quadro 2006/960/JAI; procedeu à análise de dois road test referentes à
aplicação do mesmo instrumento; prosseguiu as discussões relativas à construção de
um protótipo baseado no formato universal de mensagens (UMF) e, debateu as formas
de transmissão técnica de formulários.
Foi realçada a necessidade de a União Europeia se dotar de uma estratégia de
informação no âmbito do Espaço de Liberdade, Segurança e Justiça, a qual tenha em
conta as reais necessidades em matéria de tecnologias de informação das forças
policiais e de segurança, devendo esse trabalho ser desenvolvido de forma planificada,
com objectivos concretos e com um calendário realista.
Página 41
41 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Rede Europeia dos Serviços Tecnológicos de
Polícia
Em 2008, foi constituída a Rede Europeia dos Serviços Tecnológicos de Polícia, cujo
objectivo é o de promover uma melhor divulgação e troca de experiências entre serviços
competentes dos Estados‐ membros encarregues da investigação e da promoção de
novas tecnologias em matéria de segurança quando estas possam servir à protecção de
pessoas e de bens e serem adaptadas às necessidades operacionais. A rede poderá
igualmente servir para os Estados‐ membros tentarem encontrar uma definição comum
das necessidades funcionais no domínio das tecnologias, necessidades essas, muitas
vezes idênticas entre os Estados‐ membros, que possam servir de base para os trabalhos
a ser desenvolvidos no futuro, quer pelo sector privado, quer por fora, como o ESRIF.
Rede Atlas
Em 2008, foi formalmente adoptada a Decisão 2008/617/JAI, de 23 de Junho, relativa à
melhoria da cooperação entre unidades especiais de intervenção dos Estados‐ membros
em situações de crise, que veio institucionalizar os trabalhos da denominada Rede
ATLAS. Esta Decisão entrou em vigor a 23 de Dezembro de 2008.
Rede de Pontos de Contacto Anti corrupção
Foi adoptada em 2008 a Decisão 2008/852/JAI do Conselho relativa à criação de uma
rede de pontos de contacto anti‐ corrupção, que visa melhorar a cooperação entre
autoridades e serviços responsáveis pela prevenção e combate à corrupção na Europa. A
rede é composta pelas autoridades e serviços dos Estados‐ membros encarregues da
prevenção e do combate à corrupção e será uma instância para o intercâmbio de
informação em toda a União Europeia sobre as medidas efectivas e a experiência obtida
na prevenção e no combate à corrupção, visando facilitar a criação e a manutenção
activa de contactos entre os seus membros.
Armas e munições
No ano de 2008 foi aprovada e publicada a Directiva 2008/51/CE do Parlamento
Europeu e do Conselho, que altera a Directiva 91/477/CEE do Conselho relativa ao
controlo da aquisição e da detenção de armas. Esta Directiva precisa as noções de
fabrico e de tráfico ilícitos de armas de fogo, das suas partes e de munições, bem como
Página 42
42 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
a noção de localização e estabelece uma obrigação de marcação das armas aquando do
seu fabrico e da transferência dos depósitos do Estado com vista a uma utilização civil
permanente.
Schengen SIS II (Sistema de Informação Schengen de
segunda geração)
A realização do SIS II (Sistema de Informação Schengen de segunda geração) visa
corresponder às necessidades de actualização tecnológica, de integração de um maior
número de países aderentes, e de permitir a utilização de novas funcionalidades.
Inicialmente previsto para 2007, e depois para Setembro de 2008, a sua complexidade
técnica tem vindo a ditar atrasos aos calendários previstos. Assim, em 2008, foi
adoptado um novo calendário que prevê que o sistema possa estar em funcionamento
em Setembro de 2009. Não obstante, também o cumprimento deste mais recente
calendário poderá estar comprometido, dados os problemas de ordem técnica
entretanto ocorridos.
Protecção Civil No domínio da protecção civil, 2008 testemunhou uma aposta no reforço das estruturas
de cooperação civil europeias, enquanto expressão prática da solidariedade entre
Estados‐ membros. Foi, igualmente, adoptado um relatório sobre o reforço da
capacidade da União Europeia de prevenção e de resposta em situações de crise, que
inclui um Roadmap anexo com o roteiro dos trabalhos futuros a desenvolver nesta
matéria.
Dos progressos alcançados cumpre referir, igualmente, a adopção da Directiva relativa à
protecção das infra‐ estruturas críticas europeias e à avaliação da necessidade de
melhorar a sua protecção. A danificação ou perda de uma infra‐ estrutura crítica
2
num
Estado‐ membro pode ter consequências negativas em vários outros. Devido a essa
dimensão transfronteiriça, tornou‐ se necessária uma abordagem integrada a nível
europeu que completasse e reforçasse os programas nacionais de protecção das infra‐
2 Definidas como elementos, sistemas ou parte de elementos ou sistemas localizados no território dos Estados-membros da União Europeia que constituem funções vitais para a sociedade, a saúde, a segurança e o bem-estar económico ou social da população e cuja perturbação ou destruição teria um impacto significativo em pelo menos dois Estados-membros da União Europeia.
Página 43
43 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
estruturas críticas já existentes nos Estados‐ membros. A directiva vem dar resposta a
esta necessidade e concentra‐ se nos sectores da energia e dos transportes.
No que respeita à assistência mútua europeia, o Conselho JAI adoptou conclusões sobre
“O reforço das capacidades de protecção civil graças a um sistema europeu de
assistência mútua baseado na abordagem modular da protecção civil” que visam:
‐ A execução dos módulos de protecção civil, através da identificação, por parte dos
Estados‐ membros, dos módulos e outras capacidades disponíveis, numa base
voluntária, e de acordo com o princípio da subsidiariedade;
‐ O desenvolvimento, por parte da Comissão Europeia, de acções que promovam o
treino, a troca de boas práticas e a interoperabilidade de equipamentos e de sistemas
de comunicações, com vista à optimização do tempo de prontidão dos módulos
comunitários;
‐ O reforço do MIC (Centro de Informação e Vigilância do Mecanismo Comunitário de
Protecção Civil) com vista a promover um mais adequado apoio técnico aos Estados‐
membros na identificação e registo dos módulos de protecção civil e em acções de
formação específicas, assim como na identificação geo‐ referenciada dos módulos
nacionais disponíveis e no estudo de cenários de risco que possibilitem o levantamento
de necessidades na área da prevenção, preparação e resposta.
Imigração Pacto Europeu sobre a Imigração e o Asilo
O ano de 2008 foi dominado pela negociação e conclusão do “Pacto Europeu sobre a
Imigração e o Asilo”, documento de natureza política que contém um conjunto de
orientações para as políticas migratórias dos Estados‐ membros e da União e traduz a
vontade dos Chefes de Estado e de Governo prosseguirem uma política comum, que
transcende as clivagens e está imbuída de um espírito de solidariedade entre os
Estados‐ membros e de cooperação com os países terceiros.
De acordo com o Pacto, doravante a União Europeia irá encarar a migração à luz de
cinco pilares fundamentais:
i) Organizar a imigração legal, tendo em consideração as necessidades e capacidades de
acolhimento de cada Estados‐ membros e favorecer a integração;
ii) Lutar contra a imigração ilegal, em especial assegurando um retorno efectivo dos
imigrantes em situação ilegal;
Página 44
44 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
iii) Melhorar a eficácia do controlo de fronteiras;
iv) Construir uma Europa do Asilo; e
v) Construir uma parceria com países de origem e de trânsito ao serviço do seu
desenvolvimento. Migração Ilegal
Em paralelo com medidas operacionais de controlo fronteiriço, prosseguiram os
esforços com vista à adopção de legislação de combate à imigração ilegal, sendo de
salientar a aprovação da “Directiva sobre normas e procedimentos comuns nos Estados‐
membros para o regresso de nacionais de países terceiros em situação irregular”, que
institui regras comuns para a política de retorno, com mecanismos de garantia e de
protecção de direitos.
Registaram‐ se, igualmente, progressos nas negociações da Directiva que sanciona os
empregadores de imigrantes em situação ilegal, cuja finalidade é reduzir os factores de
atracção da mão‐ de‐ obra ilegal para o espaço europeu. As sanções actualmente em
discussão são amplas, incluindo a criminalização dos comportamentos mais gravosos. Fronteiras Externas Gestão integrada das fronteiras externas dos
Estados membros da União Europeia
A criação de um sistema integrado de gestão de fronteiras na União Europeia,
enquanto instrumento essencial para reforço da segurança interna e também de
facilitação da passagem nas fronteiras para os cidadãos que pretendam entrar no
território da União por motivos legítimos do espaço europeu, teve um impulso
importante em 2008.
Assim, com base na apresentação pela Comissão Europeia de um pacote de três
Comunicações sobre esta matéria – o “Relatório sobre a avaliação e o
desenvolvimento futuro da Agência Frontex”, a “Análise da criação de um Sistema
Europeu de Vigilância das Fronteiras (Eurosur)” e “Preparar as próximas etapas da
Gestão das Fronteiras na União Europeia” foram adoptadas conclusões pelo
Conselho que visam o reforço da Frontex, a avaliação de viabilidade de criação de
um sistema de registo automático de entradas e saídas, um sistema de passageiro
Página 45
45 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
registado e um sistema electrónico de autorização de viagem e o
desenvolvimento do Sistema Europeu de Vigilância das Fronteiras (EUROSUR).
No que respeita ao futuro da Agência Frontex, o Conselho recomenda:
• A curto prazo – a aquisição de equipamento técnico próprio ou a locação
financeira de equipamento pela Frontex; a optimização do uso do
equipamento disponibilizado pelos Estados‐ membros ao abrigo do
inventário CRATE; a elaboração de análises de risco e de estudos de
viabilidade, e o reforço da cooperação da Frontex com outras organizações
(vg Europol); a possibilidade de criar ramos especializados no seio da
Agência (para uma melhor coordenação operacional das operações
conjuntas); a promoção da cooperação operacional (e de outras formas de
cooperação) com países terceiros na gestão das fronteiras; e a análise
sobre cursos de formação especializada para os Estados‐ membros e países
terceiros em matéria de normas sobre asilo, direito do mar e direitos
fundamentais;
• No longo prazo – pretende‐ se um reforço generalizado da capacidade
operacional da Agência (incluindo a cooperação operacional e outras
formas de cooperação com país terceiros), e solicita‐ se à Comissão que,
para o efeito, explore as possibilidades de alargamento do mandato da
Frontex.
Quanto ao desafio da gestão das fronteiras externas da União Europeia, e atentas
as propostas da Comissão atinentes à criação de três novos sistemas ‐ um sistema
de registo automático de entradas e saídas, um sistema de passageiro registado, e
um sistema electrónico de autorização de viagem ‐, o texto de conclusões do
Conselho:
• Reconhece a necessidade de fortalecer a capacidade de resposta dos
Estados‐ membros face às ameaças, presentes e futuras, fazendo uso das
tecnologias disponíveis e das relações existentes com os países terceiros
vizinhos;
• Convida a Comissão a desenvolver projectos‐ piloto para avaliar a
viabilidade e a interoperabilidade dos sistemas apresentados na sua
Comunicação;
• Solicita à Comissão, se considerada relevante, a apresentação de
propostas, em 2010, para a criação dos sistemas de registo de entradas e
saídas e de passageiro registado, bem como, uma avaliação de impacto
Página 46
46 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
destes sistemas, sem prejuízo das necessárias sinergias e da
interoperabilidade a garantir com os sistemas europeus já existentes (vg
SIS II, VIS);
• Convida a Comissão a apresentar os resultados do seu estudo sobre a
viabilidade e o valor acrescentado de um sistema electrónico de
autorização de viagem no primeiro semestre de 2009.
Relativamente ao futuro Sistema Europeu de Vigilância das Fronteiras (EUROSUR),
o projecto de conclusões:
• Sublinha o início dos trabalhos da Comissão para a elaboração de
directrizes sobre as tarefas e a cooperação entre os centros de
coordenação nacionais responsáveis pelo controlo das fronteiras externas
e a Frontex;
• Encoraja a Comissão a lançar, o mais rapidamente possível, um estudo
sobre as componentes‐ chave deste sistema, a proceder a uma análise
sobre a aplicação comum dos instrumentos de vigilância e a uma avaliação
sobre as infra‐ estruturas de vigilância existentes em países terceiros
relevantes.
FRONTEX (Agência Europeia de Gestão da
Cooperação Operacional nas Fronteiras
Externas dos Estados membros da União
Europeia)
Sob a coordenação da Agência Frontex (que tem por missão coordenar a cooperação
operacional entre os Estados‐ membros no domínio da gestão das fronteiras externas),
no decurso de 2008, Portugal participou activamente em diversas operações conjuntas,
(aéreas, marítimas e terrestres), num total de 18 operações, envolvendo a colaboração
do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF/MAI), da Guarda Nacional Republicana
(GNR/MAI) e da Marinha/MDN.
No âmbito do reforço do controlo da fronteira marítima:
‐ Operação HERA – O principal objectivo da operação foi o de coordenar a
cooperação operacional no domínio da gestão das fronteiras externas da União
Europeia, através da organização do patrulhamento e da vigilância da costa
africana nas águas territoriais da Mauritânia, Senegal e Cabo Verde, para a
prevenção e dissuasão de fluxos de imigração ilegal provenientes do Norte de
Página 47
47 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
África com destino a Espanha, mais concretamente às Ilhas Canárias. Portugal
participou com vinte e dois peritos do SEF/MAI. A operação HERA decorreu de 5
de Fevereiro a 15 de Dezembro de 2008 e foi, ainda, prolongada de 6 de Janeiro
a 15 de Março 2009.
‐ Operação MINERVA – Esta operação teve por objectivo geral o reforço do
controlo dos postos de fronteira marítima do Sul de Espanha com ligações
regulares aos portos marroquinos. Especificamente, visou a detecção de
documentos falsos e falsificados, assim como a detecção de imigrantes ilegais no
interior de veículos e contentores, provenientes de Marrocos. Portugal
participou com dois elementos do SEF e com equipas cinotécnicas da GNR. A
operação decorreu de 11 de Agosto a 12 de Setembro de 2008.
‐ Operação NAUTILUS ‐ Visou a prevenção e a detecção dos fluxos de imigração
ilegal com destino a Malta e a Itália (Lampedusa), através do reforço de
patrulhamento e vigilância da costa africana entre a Líbia e aquelas duas ilhas.
Portugal esteve envolvido nesta operação com um total de 12 elementos do
SEF/MAI. Decorreram em quatro fases: a 1.ª de 20 de Maio a 6 de Junho; a 2.ª de
5 a 30 de Junho; a 3.ª de 1 a 20 de Setembro; e a 4.ª 19 de Setembro a 15 de
Outubro.
‐ Operação POSEIDON – Incidiu na região do Mediterrâneo Oriental, em
particular, nas fronteiras marítimas e terrestres entre a Grécia, a Bulgária, a
Turquia e a Albânia. Portugal enviou peritos do MAI (SEF e GNR). A operação
decorreu em três fases, a 1.ª de 5 a 30 de Maio; a 2.ª de 23 de Junho a 23 de
Julho; e a 3.ª de 23 de Agosto a 21 de Setembro de 2008.
‐ Operação EUXINE – Operação conjunta realizada na região do Mar Negro, no
âmbito da European Patrol Network (EPN), com o objectivo de apoiar a Roménia,
enquanto novo Estado‐ membro da União Europeia. Portugal esteve envolvido
com um total de 2 elementos do SEF/MAI. A operação decorreu de 30 de
Setembro a 1 de Novembro de 2008.
‐ Operação INDALO – Visou reforçar o controlo das fronteiras marítimas do sul da
Europa, na área do Mediterrâneo Central, referenciando a imigração ilegal
oriunda por via marítima do norte de África com destino ao sul de Espanha.
Portugal participou com um helicóptero de vigilância marítima do SEF/MAI e
duas embarcações da GNR/MAI. Esta operação decorreu de 24 de Outubro a 14
de Novembro de 2008.
Página 48
48 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
No âmbito do reforço do controlo da fronteira terrestre:
‐ Operação DRIVE IN II – A operação teve por objectivo reforçar o controlo ao
longo da fronteira terrestre e dos postos de passagem autorizada, ao longo da
fronteira entre a Eslovénia e a Croácia. Portugal participou com dois elementos
do SEF/MAI. A fase operacional decorreu de 25 de Agosto a 5 de Setembro de
2008.
‐ Operação HERAKLES II – A operação teve início em Abril de 2008 nas fronteiras
terrestres entre a Sérvia e a Hungria e visou a detecção e a prevenção de fluxos
de imigração ilegal com destino à União Europeia, através da utilização desta
rota. Esta operação envolveu dois elementos do SEF/MAI e decorreu em duas
fases: a 1.ª de 14 a 30 de Abril e a 2.ª de 15 de Setembro a 1 de Outubro de
2008.
‐ Operação GORDIUS II – A operação teve por objectivo a prevenção dos fluxos
de imigração ilegal com origem na Moldávia e na Ucrânia, mediante o reforço do
controlo ao longo da fronteira terrestre e ao longo dos postos de passagem
autorizada. Portugal participou com dois peritos do MAI (SEF e GNR). A operação
decorreu em duas fases: a primeira de 15 a 28 de Abril e a segunda de 26 de
Agosto a 8 de Setembro de 2008.
‐ Operação ARIADNE – Realizada devido à forte pressão migratória nas fronteiras
terrestres entre a Polónia e a Ucrânia. Portugal destacou um elemento do
SEF/MAI para acompanhar a fase operacional, que teve lugar de 5 a 16 de Maio
de 2008.
‐ Operação LYNX – Visou a prevenção dos fluxos de migração com destino à
União Europeia com origem ou trânsito na Ucrânia, através do reforço do
controlo ao longo da fronteira terrestre e dos postos de passagem autorizada.
Portugal participou com o envio de dois peritos do SEF/MAI. Esta operação
decorreu de 1 a 28 de Maio.
‐ Operação ATLAS III – Inserida no projecto‐ piloto Five Borders 2008, a operação
teve por objectivo a manutenção e o reforço da cooperação operacional na
fronteira externa da União Europeia com a Ucrânia. Portugal esteve envolvido
com dois elementos do SEF/MAI. A operação teve lugar de 6 a 25 de Outubro de
2008.
‐ Operação EUROCUP 2008 – Desenvolvida no quadro da preparação do
Campeonato Europeu de Futebol (Suíça e Áustria, Junho de 2008), teve por
objectivo o reforço do controlo de fronteira, com vista a prevenir os fluxos de
Página 49
49 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
imigração ilegal. A operação contou com a participação de dois peritos do SEF e
de um perito da GNR. Decorreu de 1 a 30 de Junho de 2008 (de 26 a 31 de Maio
teve lugar o período de formação).
No âmbito do reforço do controlo da fronteira aérea:
‐ Operação ZORBA – Incidiu sobre a imigração ilegal proveniente da região Oeste
dos Balcãs e dos países vizinhos da rota aérea do Leste (Ucrânia, Bielorrússia,
Rússia, Geórgia, Turquia, Azerbaijão e Arménia). Portugal participou com 3
elementos do SEF/MAI. Esta operação decorreu de 7 a 27 de Maio de 2008.
‐ Operação ZARATHUSTRA – Desenvolvida no quadro da imigração ilegal
proveniente do Médio Oriente, teve por objectivo prevenir os fluxos de
imigração ilegal através das fronteiras aéreas dos Estados‐ membros, em
particular para a utilização de documentos fraudulentos de nacionais oriundos
do Afeganistão e do Iraque. A operação envolveu 2 elementos do SEF/MAI e
decorreu de 26 de Março a 15 de Abril de 2008.
‐ Operação LONG STOP II – Esta operação abrangeu a região específica da Ásia do
Sul e teve por objectivo primordial detectar situações de fraude documental e
fluxos de imigração ilegal, provenientes do sub‐ continente Indiano. A operação
envolveu 3 peritos do SEF/MAI e decorreu de 3 a 17 de Março de 2008.
‐ Operação SILENCE – A operação teve por alvo os fluxos de imigração ilegal
provenientes da zona do Corno de África (Somália, Etiópia, Eritreia e Quénia).
Portugal esteve representado por dois peritos do SEF/MAI. A operação decorreu
de 12 a 26 de Junho de 2008.
‐ Operação HAMMER – Iniciada em Setembro de 2008, com o objectivo de
introduzir um novo modelo de operações conjuntas nos postos de fronteira
aéreos. Portugal participou na 1ª e na 2.ª fase operacional (24 de Setembro a 7
de Outubro e 22 de Outubro a 4 de Novembro) com o envolvimento de quatro
peritos do SEF/MAI; e na 3.ª fase (19 de Novembro a 2 de Dezembro de 2008)
com o envio de cinco peritos do SEF/MAI.
Rede de Patrulhas Europeias (European Patrol
Network)
A Rede de Patrulhas Europeias é um projecto da Frontex que visa melhorar o controlo e
a vigilância das fronteiras marítimas, através de uma optimização da gestão dos recursos
Página 50
50 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
(meios aéreos, marítimos, radares, entre outros) dos vários Estados‐ membros
envolvidos.
A primeira fase de aplicação do projecto decorreu no ano de 2008, com a participação
de oito Estados‐ membros (Portugal, Espanha, França, Itália, Eslovénia, Grécia, Chipre e
Malta), estando prevista a sua posterior ligação a todos os países europeus com
fronteiras marítimas.
Página 51
51 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL 4 - Avaliação global dos resultados Introdução O objectivo deste Capítulo consiste numa apreciação fundamentada dos resultados
obtidos com a actividade que mais directamente releva para garantir o direito
constitucional à liberdade e à segurança, desenvolvida pelas Forças e Serviços de
segurança e pelos demais órgãos que, integradamente, compõem o Sistema de
Segurança Interna (SSI). Não pareceu justificar‐ se, nesta sede, uma apreciação de outros
elementos respeitantes ao trabalho desenvolvido por essas instituições, decerto úteis
para uma melhor compreensão integral do seu exercício, mas que merecem análise em
lugar próprio
3
.
Em termos metodológicos, procedeu‐ se a uma sistematização dos elementos
disponibilizados por essas entidades, de acordo com uma grelha concebida pelo
Gabinete Coordenador de Segurança e distribuída, atempadamente, a cada uma delas.
Tanto quanto é possível afirmar‐ se, com o acervo disponível, este procedimento foi
inteiramente novo e deverá ser melhorado e seguido para a edição dos próximos
Relatórios Anuais de Segurança Interna.
Dessa grelha constavam os seguintes questionamentos:
A. Actividades desenvolvidas no âmbito das competências operacionais;
B. Resultados e consequências decorrentes da actividade operacional;
C. Relatórios de acções operacionais e de informações Policiais;
D. Missões Internacionais;
E. Actividade de formação;
F. Investimentos;
G. Recursos Humanos;
Esta nova metodologia permite pôr em evidência o empenhamento orientado para a
mobilização dos recursos disponíveis, quer humanos, quer materiais, incluindo os
recursos financeiros. Permite, também, perceber o significado e alcance desse
empenhamento, pelos resultados salientados pelos Serviços. Ou seja, para cada um
destes, capta‐ se o investimento conceptual e estratégico realizado, o empoderamento
3 Referimo‐ nos, em concreto, ao sistema de gestão e avaliação do desempenho na Administração
Pública (SIADAP), o qual concretiza uma concepção integrada dos sistemas de gestão e avaliação, e
que pode ser traduzida como um ciclo de gestão no qual, após serem fixados os objectivos de
desempenho dos programas e actividades, o desempenho efectivo é medido e é objecto de reporte.
No Ministério da Administração Interna, o SIADAP é gerido pela Direcção‐ Geral de Administração
Interna, e no Ministério da Justiça pela Direcção‐ Geral de Política da Justiça.
Página 52
52 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL sinalizado, ficando‐ se com um conhecimento acrescido e menos fragmentado do valor
que o conjunto do Sistema de Segurança Interna assume para a prevenção da
criminalidade e para a garantia dos direitos dos cidadãos.
Há que clarificar que uma das mais‐ valias do novo Sistema de Segurança Interna é o de
permitir, gradualmente, transformar o paradigma da justaposição de recursos num
paradigma suportado pelo valor acrescentado da sua matriz de sistema integrado,
geradora de sinergias necessárias e particularmente oportunas no contexto de uma
renovação procedimental que na Administração Pública Portuguesa a todos implica.
Como já foi referido, a natureza integrada do SSI decorre de um imperativo, que
consiste em contrariar o risco de dissociação entre as necessidades e aspirações dos
cidadãos e a capacidade colectiva de as satisfazer, garantindo os direitos consagrados na
lei.
De resto, nas Grandes Opções do Plano para a presente Legislatura (2005‐ 2009),
aprovadas no Conselho de Ministros de 14 de Julho de 2005, e já posteriormente
reiteradas pela Lei nº 52/2006, de 1 de Setembro, o Governo deixou claro esta
orientação política:
(...)
‐ “desenvolver e implementar um Sistema Integrado de Segurança Interna (SISI) que
optimize e projecte as capacidades operacionais existentes, de forma planeada, que crie
uma coesão nacional, em torno do princípio de que a liberdade é indissociável da
segurança dos cidadãos;
‐ reformular o sistema de Forças e Serviços de segurança e os serviços de protecção civil,
articulando‐ os, melhorando a coordenação e a utilização de meios partilhados e
fomentando a participação das autarquias e da sociedade civil;
‐ projectar em Portugal, de forma coordenada com os nossos parceiros europeus, as
políticas comuns, sem prejuízo das nossas relações privilegiadas com a Comunidade de
Países de Língua Portuguesa”;
(...)
O cumprimento destes objectivos requer uma acção, que embora consistente, se reparte por
vários vectores de intervenção, dos quais se elegem os seguintes:
‐ “incremento da capacidade coordenadora integrada no âmbito do sistema de segurança e
realização de projectos de segurança com natureza transversal
‐ reorganização do dispositivo territorial das forças de segurança e revisão de instrumentos
orgânicos estruturantes;
‐ política de renovação dos meios e condições operacionais ao dispor das Forças e Serviços
de segurança, adequando‐ o às actuais formas de criminalidade e às inovações decorrentes
da evolução tecnológica”.
Página 53
53 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Reforçou‐ a, posteriormente, através das opções estratégicas que foi assumindo desde
2005. A esta filosofia teria que corresponder uma metodologia de avaliação global
diferente das que anteriormente vinham sendo adoptadas.
Assim, e sem prejuízo de um processo mais descritivo que se deve salvaguardar,
permitindo que cada força e serviço de segurança, bem como os órgãos que exercem
funções de segurança, explanem, autonomamente, a sua actividade operacional e os
seus resultados – cfr. Capítulo 6 do Presente Relatório – cabe identificar os grandes
eixos de apreciação que foram escolhidos (com base nos sete grandes grupos de
questionamentos atrás mencionados). Trata‐ se de uma decisão de natureza técnica‐
metodológica do SGSI no âmbito das suas competências de direcção (cfr. Artº 17º da lei
nº 53/2008, de 29 de Agosto), e mais especificamente decorrente da competência
mencionada na alínea b) do Ponto 2 do Artº 22º do mencionado diploma e que é
atribuída ao Gabinete Coordenador de Segurança. Os eixos identificados e as
respectivas dimensões de análise desta avaliação global constam da Tabela.
Eixos Dimensões de análise 1 Mobilização dos recursos disponíveis 1.1. Reforço das modalidades operacionais existentes e criação de novas respostas 1.2. Actividade operacional orientada para problemas de criminalidade específicos 1.3. Controlo de segurança nas fronteiras 2 Novos recursos 2.1. Formação 2.2. Instalações 2.3. Equipamentos 3 Cooperação internacional 3.1. Quadro europeu 3.2. Cooperação técnico-policial 4 Resultados Operacionais 4.1. Volume da actividade operacional e indicadores de desempenho
Em coerência com o que vimos defendendo, sobretudo para efeitos da justificação das
dimensões de análise seleccionadas, esta avaliação é precedida de uma
contextualização, necessariamente sucinta, do quadro social de referência para o qual a
política de segurança interna se dirige e pretende produzir resultados.
Página 54
54 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
O sentido das transformações sociais em curso e que relevam para a segurança das populações Na avaliação sobre a segurança interna em Portugal são recorrentes três tipos de erros.
O primeiro diz respeito em resumir esse exercício de avaliação à análise da variação
anual do número de ocorrências criminais, fazendo tábua rasa das mudanças sociais,
endógenas ou induzidas pelo exterior, que podem contribuir para explicar, pelo menos
parcialmente, essa variação observada. Isto é, dissocia‐ se a criminalidade da realidade
social em que se manifesta, como se o fenómeno social da ilicitude e, mais
genericamente dos comportamentos anti‐ sociais, relevasse de uma outra esfera de
actuação e de condicionamento que não o da sociedade.
Um segundo erro, muito associado ao primeiro, prende‐ se com o facto de muitas dessas
variações não serem enquadradas no ciclo temporalmente mais dilatado em que se
inscrevem, por vezes até em contra‐ ciclo, gerando um clima ansiogénico que alimenta
medos e receios generalizados, ou pelo contrário levando a tomar por adquirido, mas
enganadoramente, a resolução de determinados problemas.
Um terceiro erro consiste em não distinguir, dentro da criminalidade participada, as
ocorrências que devem ser tomadas como indicadores de eficiência do desempenho
policial, daquelas que são, inequivocamente, indicadores de situações menos positivas,
ou mesmo preocupantes, devendo ser estas a merecer a prioridade nas medidas de
política e nas estratégias do trabalho policial preventivo ou restitutivo da legalidade.
Estes três erros, oriundos de um mesmo problema de fundo – a ausência de um
conhecimento sustentado sobre a realidade sócio‐ criminal – têm uma só consequência:
o impedimento da criação de condições para uma reflexão serena, estudada, estratégica
e, por conseguinte, eficaz quanto aos resultados obtidos. Qualquer variação anual,
independentemente da sua intensidade (forte ou fraca) e sentido (positivo ou negativo),
deve ser interpretada com a mesma atenção e merecer uma reflexão de
enquadramento, avaliando‐ se, com recurso a modelos estatísticos, e com recurso às
novas tecnologias, o seu significado.
Página 55
55 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Avaliação dos processos de mudança social em Portugal
Desmistificar o sentimento de insegurança
Nos últimos anos, porventura de modo mais evidente nas duas últimas décadas,
assistiu‐ se a um aumento crescente das preocupações com a segurança que não pode
ser escamoteado.
Estas preocupações são legítimas porque são livremente expressas pelos cidadãos,
embora se possa considerar nem sempre justificadas pelas estatísticas criminais, ou
mesmo pelos acontecimentos (incluindo já, neste grupo, os não reportados às forças de
segurança e aqueles que se incluem no grande grupo das incivilidades). São, por
conseguinte, preocupações que alimentam e se alimentam do discurso do medo. Como
refere Machado (2004), a “conceptualização do medo do crime [é] um processo
interpretativo, construído e sustentado através da adopção de um discurso que
magnifica o risco criminal e a vulnerabilidade face a ele”.
Habitualmente, este argumento tende a ser utilizado para desvalorizar as preocupações
dos cidadãos. Pelo contrário, pensamos que o discurso do medo deve ser muito
valorizado, porque se tal não ocorrer fica prejudicada a confiança que os cidadãos
depositam nas instituições formais de controlo social, maxime, no Sistema de Segurança
Interna.
É exactamente por este motivo que em 2008 se promoveram estudos de âmbito
nacional e à escala concelhia (solicitados ao ISCTE, em fase de conclusão) com o
objectivo de avaliar o sentimento de insegurança das populações, e se conheceram
resultados de outros (OSCOT, 2008) sobre esta mesma questão. Também neste ano de
2008 foi iniciada uma parceria estratégica entre o Ministério da Administração Interna,
através da Direcção‐ Geral de Administração Interna, o Ministério da Justiça, através da
Direcção‐ Geral de Política de Justiça, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV),
e o Instituto Nacional de Estatística (INE), no sentido da tradução, aferição e validação
para Portugal do primeiro inquérito de vitimação do Eurostat, ao abrigo do Plano de
Acção 2006‐ 2010 da União Europeia para o desenvolvimento de uma estratégia para a
medição do crime e da justiça criminal. Esta parceria, liderada em Portugal pelo INE,
conta com um apoio financeiro do Eurostat num montante superior a 135 mil euros.
Ainda neste âmbito, o MAI tem acompanhado e discutido com entidades públicas e
privadas resultados de estudos mais circunscritos mas que incidem sobre esta mesma
problemática, como o recente estudo realizado pela PremiValor para a ADT.
Página 56
56 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Cabe, por conseguinte, sinalizar uma das mais importantes mudanças verificadas em
Portugal, em clara sintonia com o que se passa em muitos outros países, europeus e não
europeus, e que consiste na centralidade da insegurança no quotidiano das populações:
“All the 7.000 plus people who took part in the survey across Europe were asked about their
perception of anti social behaviour in each of the six countries. When asked about the severity
of the problem in each country, the percentage of respondents classifying it as a big or
moderate problem was as follows:”
Fonte: (ADT, 2008), Anti‐ social Behaviour across Europe.
Porém, e de acordo com os dados do estudo realizado pela OSCOT (2008)
4
, a percepção
do grau de segurança dos Portugueses é maioritariamente positiva, sem prejuízo de
existir uma percentagem não despicienda de respondentes com uma opinião menos
favorável. Outras sondagens (PremiValor 2008), realizadas igualmente em 2008,
revelam valores idênticos, até ligeiramente mais favoráveis (embora não totalmente
comparáveis).
4 OSCOT (2008), Relatório Anual de Segurança, Outubro de 2008, Lisboa. O Observatório procedeu a
dois estudos de opinião, um em Março – mais abrangente – e um segundo em Setembro, incidindo
sobre as questões relacionadas com as tipologias de crimes já focadas na primeira sondagem.
Página 57
57 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
– Grau de percepção da segurança no País, em Março e Setembro de 2008
Fonte: OSCOT, 2008
Do cruzamento das diferentes fontes e da literatura disponível sobre o sentimento de
insegurança, retira‐ se a conclusão de que é importante manter uma monitorização
desse sentimento, aprofundando o seu conhecimento, e concedendo‐ lhe a importância
que ele deve ter numa sociedade justa e livre, na qual o medo não pode fazer parte do
quotidiano dos cidadãos.
Há, ainda, uma outra ilação muito importante que cabe retirar e se projecta no exercício
de planeamento estratégico do SSI. Tal consiste em o desenvolver para responder com
sustentabilidade a uma maior procura de segurança proporcionada pelas entidades que
o compõem. De resto, há uma promoção das instituições policiais e das suas
capacidades de resposta que importa fazer, em abono da realidade e em
correspondência com a própria evolução que se tem registado.
Esta evolução é outra das mudanças que cabe sinalizar e que tem sido muito pouco
valorizada. Com efeito, vários indicadores disponíveis convergem no sentido de que a
representação social das forças de segurança se vem transformando positivamente,
alicerçada em índices de satisfação com o trabalho realizado (ver Gráfico na página
seguinte). A questão que permanece desfavorável refere‐ se ao sentimento de
insegurança no uso do espaço público no período nocturno, porventura associada ao
medo de que algo negativo possa ocorrer mas também às próprias características do
nosso espaço urbano e da forma como o vivenciamos.
Muito Seguro 13%
Razoavelmente Seguro 45%
Pouco Seguro 39% NS/NR 3% 1ª sondagem Muito seguro 11% NS/NR
3%
Pouco seguro 43%
Razoavelmente seguro
43% 2ª sondagem
Página 58
58 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Indicadores de risco e medo do crime e de avaliação do desempenho policial – Portugal:
evolução de 2000 a 2005 Fonte: Gráfico apresentado no estudo Metrópoles Seguras (LNEC, 2007), a partir de dados disponíveis
em EU ICS Report, The Burden of Crime in the EU, A Comparative Analysis of the European
Survey of Crime and Safety (EU ICS 2005).
Legenda:
(1) Percentagem de pessoas que se sentem inseguras ou muito inseguras nas ruas
do seu local de residência depois de escurecer;
(2) Percentagem de pessoas que consideram ser provável ou muito provável virem
a ser assaltadas no próximo ano;
(3) Percentagem de pessoas que declararam terem sido vítimas, uma ou mais
vezes, de um crime no último ano (furto de viatura, furto em viatura, furto de
motociclo, furto de bicicleta, assalto a residência, tentativa de assalto a
residência, roubo, furto de bem pessoal, incidente sexual, tentativa de roubo);
(4) Percentagem de pessoas que declararam terem participado à polícia um assalto
à sua residência;
(5) Percentagem de pessoas que declararam terem ficado satisfeitas ou muito
satisfeitas com a forma como a queixa foi recebida pela polícia;
(6) Percentagem de pessoas que declararam estarem satisfeitas com o
policiamento da sua zona de residência;
Como se pode ler no referido estudo (LNEC, 2007), interpretando o gráfico precedente:
“Desde logo, há que sublinhar uma primeira dinâmica positiva, que corresponde ao facto da
percentagem das pessoas que consideram ser provável ou muito provável virem a ser
assaltadas no próximo ano (indicador e confiança no sistema) ter deixado de ser maioritária
(58% em 2000) para passar a ser pouco superior a
1
/
3
(35%), ligeiramente acima da média
europeia. Trata‐ se de um recuo de 23% em 5 anos. Depois, observam‐ se duas transformações
0
20
40
60
80
Sentimento de insegurança
(1)
Risco de ocorrência criminal
(2)
Prevalência da vitimação (3)
Taxa de participação (4)
Satisfação com o trabalho
policial - recepção da queixa
(5)
Satisfação com o trabalho
policial - patrulhamento (6)
2000
2005
Portugal
Página 59
59 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL muito intensas em termos da satisfação manifestada com o trabalho policial, quer em termos
do recepcionamento das queixas (digamos, do trabalho em secretaria), quer igualmente em
termos da satisfação com o policiamento na zona de residência. Em ambos os indicadores a
satisfação passou a ser uma condição maioritária, em linha com os valores dos outros países
considerados e também com a média europeia.
Os poliedros de 2000 e 2005 apenas se mantêm semelhantes em relação à taxa de participação
– tendo esta recuado ligeiramente – e no que respeita ao sentimento de insegurança (que até
se agravou em 7 pontos percentuais). Portugal permanece, assim, como uma das sociedades
europeias mais seguras, que regista uma dinâmica de transformação nestes parâmetros sociais
muito forte, e simultaneamente uma das sociedades mais idiossincráticas no que à relação
entre crime e sentimento de insegurança respeita.
Mantendo‐ se válida a linha argumentativa que havíamos gizado para os dados
disponibilizados por Kesteren et al. (2000) – sublinhando que os medos e ansiedades em torno
do crime são em grande medida independentes dos reais riscos de vitimação, significando um
desfasamento entre o risco real de crime e sua percepção – não é menos verdade que a
dinâmica de mudança social em Portugal nos últimos anos, pela sua intensidade e extensão,
exige que se invista na compreensão de como tem vindo a mudar a relação entre os cidadãos
portugueses e o crime, e o medo que dele sentem e exprimem”.
Mudanças sociais estruturais
As mudanças ocorridas na sociedade portuguesa não se situam apenas no domínio da
percepção social da insegurança. Os desafios da mudança demográfica e social, da
diversificada ocupação do território e da sua transformação fazem igualmente parte do
exercício de planeamento estratégico do SSI, também da DGAI, porque ajudam a
compreender que tipos de resposta devem ser prioritários.
De acordo com Carrilho (2008)
5
, “a dinâmica do crescimento da população residente em
Portugal, nos primeiros anos do século XXI, caracteriza‐ se pela redução do saldo natural,
que se torna negativo em 2007, provocada, sobretudo, pela queda dos nascimentos
com vida, por saldos migratórios positivos mas com tendência para baixar e pelo
agravamento progressivo do envelhecimento demográfico isto é, pelo aumento da
proporção da população idosa (65 ou mais anos) no total da população. Em 31 de
Dezembro de 2007, a população residente em Portugal foi estimada em 10617,6
milhares de indivíduos, dos quais 5138,8 homens e 5478,8 mulheres.
5
Carrilho, Mª José (2008), A Situação Demográfica Recente em Portugal, Revista de Estudos Demográficos, nº 44, Lisboa, INE: 35-80.
Página 60
60 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Comparativamente ao ano anterior, a população residente aumentou 18,5 milhares de
indivíduos, ou seja 0,17%, confirmando‐ se a desaceleração do ritmo iniciada em 2003”.
Os dados de estrutura social, como este, não podem deixar de ser equacionados nas
orientações estratégicas no domínio da salvaguarda dos direitos, liberdades e garantias
dos cidadãos, e essas orientações não devem ignorar que:
⇒ O País está progressivamente mais envelhecido em termos populacionais, existindo um
número crescente de idosos vivendo sós, cada vez mais velhos, e comunidades rurais em
que, de há muito tempo, a proporção de pessoas idosas é fortemente maioritária,
requerendo cuidados especiais de prevenção para certas práticas criminais, redobrado
controlo policial do território envolvente e respostas orientadas para solicitações em
número crescente. O reforço dos programas de policiamento de proximidade orientados
para a população mais idosa e para as suas comunidades parece ser uma resposta ajustada a
estas necessidades, complementado com a própria reorganização do dispositivo – já
empreendida ‐ , exigindo uma articulação crescente com outros serviços e recursos, públicos
e privados, também de proximidade.
⇒ O País mantém, ainda que com significativo abrandamento, um saldo migratório anual
positivo, o que significa que se continuam a registar fluxos imigratórios não despiciendos (os
fluxos de entrada como os de saída são estimados com uma tendência em alta), resultando
num crescimento do total de população estrangeira com permanência regular em Portugal
(estimada em cerca de 436 mil indivíduos em 2007). As matérias complexas relacionadas
com a observância do cumprimento da legislação em matéria de estrangeiros, controlo de
fronteiras, asilo, trabalho, salvaguarda do estatuto de igualdade, e a sempre desafiadora
multiculturalidade numa sociedade progressivamente diversificada, exigem esforços
acrescidos nos domínios da formação de base e contínua dos profissionais das Forças e
Serviços de segurança, e estratégias orientadas para a promoção da qualidade da acção
policial, ao serviço de uma sociedade mais inclusiva, nomeadamente em zonas urbanas e
peri‐ urbanas onde as comunidades de cidadãos originários de outros países têm uma
expressão demográfica bastante acentuada.
⇒ O País tem registado um crescimento relevante da população residente em cidades
(aglomerados com mais de 10.000 habitantes), e uma acentuada diminuição da população
residente em pequenas vilas e aldeias. A maior densificação populacional e a desertificação
colocam problemas diferentes mas igualmente exigentes ao Sistema de Segurança Interna e
ao trabalho policial, exigindo‐ se estratégias ajustadas ao aumento da mobilidade pendular
diária e semanal nocturna, associada aos movimentos casa‐ trabalho e casa‐ lazer, com
melhor identificação das zonas de maior concentração populacional, a par de estratégias
que garantam o exercício da segurança pública em territórios demograficamente
deprimidos. Será importante monitorizar a resposta policial em meio urbano e a adequação
dos dispositivos territoriais, quer da GNR, quer da PSP, nesses contextos cada vez mais
complexos.
Página 61
61 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL ⇒ O País tem conhecido nos últimos 15 anos (de acordo com os resultados do Estudo
Retrospectivo sobre a Criminalidade em Portugal, realizado pela Direcção‐ Geral de
Administração Interna em 2008) um crescimento das ocorrências criminais que chegam ao
conhecimento das autoridades policiais e judiciais, com ciclos de duração e variação, quer
positiva, quer negativa, irregulares.
Evolução do stock total de ocorrências reportadas no período de 1993 a 2007
Fonte: Dados recolhidos junto da DGPJ, Estatísticas da Criminalidade.
⇒ Todavia, esta tendência não pode ser generalizada por igual a todo o País, existindo
municípios nos quais o aumento da criminalidade foi mais acentuado, e outros onde se
verificou uma estagnação ou mesmo uma diminuição relevante e continuada. Importa, pois,
conhecer a diversidade sócio‐ criminal portuguesa, recorrendo à escala municipal,
metropolitana e regional para uma melhor apreensão das continuidades e descontinuidades
de que se reveste a criminalidade. É esse diagnóstico estruturo‐ funcional da insegurança e
da criminalidade, acompanhado de uma leitura prospectiva, de que o País precisa e o
Governo iniciou (cfr. adiante).
⇒ Em consequência da frágil dinâmica de crescimento populacional, e do crescimento do
número de ocorrências participadas – disponibilizadas nomeadamente através dos
Relatórios Anuais de Segurança Interna ‐, as taxas de incidência criminal (expressas em
permilagem) registaram uma alteração pouco acentuada, passando de 30,8‰ em 1993 para
39,5‰ em 2008. Há que afirmar, com clareza, que Portugal não conheceu nos últimos 15
anos uma situação de mudança crítica na estrutura da criminalidade, e que o aumento
gradual que se constata neste intervalo temporal de longa duração está, inclusivamente,
abaixo dos valores verificados em muitos outros países. Basta conhecer a obra de Philippe
R
2 = 0,8853
300000
310000
320000
330000
340000
350000
360000
370000
380000
390000
400000
410000
420000
1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Página 62
62 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Robert, O Cidadão, o Crime e o Estado (1999), para se perceber como em França essa
evolução tem sido bastante mais impressiva. O mesmo se diria sobre a vizinha Espanha.
⇒ Todavia, o melhor indicador para se apreciarem essas diferenças parece ser o da taxa de
criminalidade comparada (infracções por mil habitantes).
Taxa de criminalidade comparada nalguns países europeus (infracções por 1.000
habitantes) Fonte: Ministerio del Interior de Espanha. Retirado de Evolución de la Criminalidad en 2008 ‐ Ámbito de
actuación del Cuerpo Nacional de Policía y Guardia Civil
⇒ O que cabe destacar é que esta incidência tem variações importantes, quando observada à
escala municipal, e associa‐ se a outras transformações sociais que devem ser tidas em
consideração.
⇒ Os 10 crimes que mais contribuem para o stock anual de participações têm sofrido poucas
alterações, associadas a mudanças sociais que marcaram a sociedade portuguesa nos
últimos 15 anos, sobretudo na decorrência de um processo de crescimento da riqueza
disponível e do aumento do bem‐ estar, com reflexos nos designados crimes contra o
património e, dentro destes, dos crimes contra a propriedade. Mantém‐ se como crime mais
participado o furto no interior de veículo motorizado, e aumentam os crimes que podem ser
reunidos numa categoria designada por criminalidade de rua. Uma vez mais, os dados
analisados pelo mencionado estudo põem em evidência diferenças importantes a nível
regional e local, as quais suscitam uma avaliação sobre que tipo de estratégias preventivas,
Página 63
63 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL situacionais ou outras, podem ser desenvolvidas, e em que termos, de modo a que o espaço
público urbano se torne ainda mais seguro.
⇒ O caso particular do aumento da criminalidade violenta ou grave nas Áreas Metropolitanas
de Lisboa e do Porto, que foi igualmente objecto de uma atenção muito particular nas
análises efectuadas ao longo de 2008 – e que prosseguiram esforços que já estavam
registados no Estudo “Metrópoles Seguras” –, tendo‐ se identificado um padrão de
distribuição territorial que deve e pode ser contrariado, em função de um planeamento
estratégico especificamente orientado para o efeito, e orientado para as zonas com maior
índice de criminalidade violenta reportada. De resto, como ocorreu já em 2008, com
resultados globalmente muito positivos, de acordo com dados que se disponibilizam neste
mesmo Capítulo e no Capítulo 6.
Desta apreciação retira‐ se uma orientação importante, e que consiste em aumentar a
capacidade de resposta do Sistema de Segurança Interna à criminalidade incidente
sobre grupos sociais específicos, através do reforço do conhecimento dos fenómenos
criminais e do desenvolvimento de acções de cooperação, intervenção e formação
ajustada às necessidades. A estratégia de reforço do policiamento de proximidade e
comunitário orientado para esses grupos deve ser estimulada. Isso mesmo foi referido
no Capitulo 2, a propósito dos objectivos, prioridades e orientações de política criminal
para o biénio de 2007‐ 2009 (cfr, Lei nº 51/2007, de 31 de Agosto, em cumprimento da
Lei n.º 17/2006, de 23 de Maio, que aprovou a Lei‐ quadro da Política Criminal). A alteração do ambiente externo Preocupações generalizadas
Nos capítulos antecedentes foram elencadas as principais transformações de que o
Sistema de Segurança Interna (SSI) português beneficiou no ano de 2008, em termos
estruturais (Capítulo 1), de orientação estratégica (Capítulo 2), bem como da sua mais
directa interacção com o exterior (Capítulo 3), quer no quadro da cooperação europeia,
quer na cooperação bilateral com países terceiros.
Para além das mudanças internas, que devem ser entendidas num horizonte temporal
que extravasa o ano de 2008, aqui em análise, e que visaram uma racionalização
estratégica e de largo espectro das capacidades estatais no sentido de garantir o direito
constitucional à liberdade e à segurança, devem também enunciar‐ se as mudanças
externas.
Nos últimos anos, porventura de modo mais evidente nas duas últimas décadas,
assistiu‐ se a um aumento crescente com as preocupações da segurança um pouco por
Página 64
64 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL todo o Mundo. Não seria razoável admitir‐ se que Portugal, inserido num contexto
geográfico e político europeu de grande vitalidade e protagonismo, constituindo‐ se
numa sociedade progressivamente aberta, sofrendo influências tão diversificadas,
escapasse incólume a esse sentimento transversal de algum receio (num certo sentido
globalizado e fortemente mediatizado).
No contexto das múltiplas e relevantes mudanças que se vêm verificando no âmbito
externo, há que destacar:
a) o surgimento de novas ameaças, parte delas de origem difusa;
b) a relevância da criminalidade organizada transnacional, que procura não deixar países
incólumes à sua influência. Aliás, citando Shelley (1997)
6
poderá dizer‐ se que “o crime
organizado será uma questão determinante do século XXI para os políticos, do mesmo
modo que a Guerra Fria o foi no século XX e o colonialismo no século XIX”.
c) o aperfeiçoamento tecnológico e os modi operandi de certas modalidades criminais,
nomeadamente informáticas, económico‐ financeira, de tráfico de seres humanos para
diferentes fins, tráfico de droga e terrorismo.
No mesmo sentido, já anteriormente se lera no Estudo para a Reforma do Modelo de
Organização do Sistema de Segurança Interna (IPRI, 2006), que “a instabilidade,
imprevisibilidade e incerteza do mundo actual colocam a problemática da segurança no
centro do debate das sociedades modernas. A sua centralidade é indissociável da
sensação de vulnerabilidade da sociedade a um conjunto de novas ameaças e riscos que
agudizam o sentimento de insegurança dos cidadãos. A globalização, fenómeno
multifacetado de natureza política, económica, cultural e social de alcance civilizacional,
tem repercussões directas e indirectas no campo da segurança. A globalização não
aumentou apenas a intensidade das trocas e transacções societais transfronteiriças
positivas (comunicações, cultura, pessoas, serviços, bens), mas também permite a
transacção de riscos e ameaças. Cada vez mais, certos eventos que ocorrem num
qualquer ponto do planeta têm uma elevada probabilidade de serem influenciados por
forças que são geradas a uma distância indeterminada desse local, pelo que os
resultados materializados localmente não são necessariamente consequência de
processos ou mudanças actuando numa direcção uniforme, mas resultado de tendências
que se opõem mutuamente, onde frequentemente se cruza o local e o global, o público e
o privado”.
A informação gerada em 2008 pelo Sistema de Informações da República Portuguesa
converge, no essencial, com este diagnóstico, pelo que o SIS dedicou especial atenção à
6 Shelley, L.I. 1997. Eradication crime groups. Foreign Service Journal, September: 18-22.
Página 65
65 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL prevenção, combate ao branqueamento de capitais de proveniência ilícita, narcotráfico
e imigração ilegal.
O acompanhamento do evoluir do terrorismo islamista e das suas manifestações
internacionais, assim como das actividades da ETA, deve ser aqui sublinhado, no quadro
das interacções que esses fenómenos são capazes de gerar a uma escala transnacional
7
.
Neste campo também existiu um esforço na cooperação nacional e internacional. A
integração plena do País nas instituições internacionais, o papel que desempenha,
enquanto Estado‐ membro da União Europeia, exigem, e tal aconteceu ao longo de 2008,
a identificação e monitorização de estruturas, actores e acções de Serviços de
Informações estrangeiros, em território nacional, susceptíveis de constituirem uma
ameaça interna.
No âmbito da contra‐ criminalidade organizada, muito devido à sua posição geográfica e
às relações privilegiadas que mantém com alguns países da América Latina e de África,
Portugal enquadra‐ se nas estratégias internacionais de algumas estruturas do crime
organizado, podendo ser utilizado como território de trânsito para diversos tráficos e
operações de branqueamento de capitais, ainda que o ilícito tenha ocorrido noutro país.
Assim, foi mantido o acompanhamento sistemático de estruturas do crime organizado
transnacional com interesses e influência em Portugal, de maneira a identificar modus
operandi e caracterização dos elementos, assim como das ligações internas e externas
existentes. O tipo de criminalidade mais identificada está ligado ao tráfico de
estupefacientes, auxílio à imigração ilegal, tráfico de armas e falsificação de
documentos. Foram identificadas actividades criminosas, em território nacional, ligadas
ao branqueamento de capitais, efectuadas por organizações criminosas transnacionais.
No que respeita ao extremismo político interno, mais precisamente no que respeita à
denominada extrema‐ direita, saliente‐ se o julgamento dos trinta e seis arguidos
skinhead neonazi e ultranacionalistas, tendo este desfecho originado um sentimento de
perseguição no seu seio, motivando uma intensificação no esforço de propaganda e de
recrutamento de novos membros.
Há, por conseguinte, que manter um elevado nível de conhecimento e de informação
sobre a envolvente externa, num contexto progressivamente complexo. O SSI está a
dotar‐ se de uma dinâmica ajustada às respostas que cabe ao Estado de direito garantir,
através da mobilização dos melhores recursos disponíveis, dos mais evoluídos
7 Há que deixar claro que não foi detectada qualquer actividade da ETA, nem qualquer estrutura
permanente de apoio logístico, em território nacional. Também não foi detectada a formação de
células nem o recrutamento para organizações terroristas, em território nacional. Também nunca foi
feita qualquer menção a Portugal nos comunicados das organizações terroristas.
Página 66
66 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL tecnologicamente e devidamente orientados para responder aos problemas que se vêm
colocando.
Os dados disponibilizados pelos organismos que integram o SSI, referentes à sua
actuação confinada ao escrupuloso cumprimento das respectivas missões e atribuições,
e à capacidade desenvolvida por força do valor sinérgico do novo SSI, permitem concluir
que o ano de 2008 registou progressos significativos, suportando uma apreciação dos
resultados globalmente positiva.
Segurança privada: um sector em crescimento Um sector com crescente relevo
O sector da Segurança Privada em Portugal constitui um sector importante, sendo
objectivo do Governo, expresso também nas Grandes Opções do Plano, assegurar a
efectiva regulação e coordenação do sector.
Assumindo um papel complementar e subsidiário das Forças e Serviços de segurança do
Estado no quadro da política de segurança interna, o sector assume crescente
importância, em resultado das necessidades e solicitações dos cidadãos em geral,
visando aumentar a sua segurança e qualidade de vida.
O sector de segurança privada envolveu, durante o ano de 2008, 160 entidades
autorizadas, das quais 105 são entidades prestadoras de serviços de segurança privada.
Em termos de vigilantes existem 38.928 activos, ou seja, vinculados por contrato de
trabalho a entidades que exercem actividades de segurança privada.
O volume global de negócios das actividades de segurança privada, legal e regulada pelo
regime jurídico da segurança privada, ascende a cerca de 650 milhões de euros.
O sector da segurança privada, numa dimensão global, é um sector em evolução e em
crescimento, assumindo no caso de Portugal uma dimensão importante, quer pelos
meios humanos envolvidos, quer pelo crescimento sustentado que se tem verificado
nos últimos anos.
Regista‐ se também o importante esforço desenvolvido por muitas das empresas de
segurança quanto à qualidade dos serviços prestados, por via da certificação de
processos de acordo com as normas de qualidade e pela adopção de valores
corporativos e de códigos de conduta profissional.
Dos vários factores de evolução, destacam‐ se:
• Um aumento do volume de negócios e de solicitações, tendência que se verifica
desde 2001;
Página 67
67 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL • Um incremento da diversificação de produtos e serviços, em resposta às
necessidades de segurança do mercado;
• Uma utilização crescente de produtos e tecnologias avançadas, em especial no que
respeita a sistema de alarme e detecção, vigilância electrónica e controlo de
acessos, sendo previsível que a área da segurança electrónica seja a que mais se
desenvolva.
Da análise dos vários factores de risco detectados, importa referir:
• A existência de prestação de serviços de segurança fora das condições de
regulação, o que constitui exercício ilegal de segurança privada;
• A emergência de prestação de serviços de segurança por pressão do respectivo
mercado, em áreas ainda não reguladas, importando criar as condições legais para
o efectivo controlo e regulação;
• A emergência de situações de formação profissional fora das condições legais que
têm sido detectadas em acções de fiscalização, o que constitui importante factor de
risco, quer para os respectivos profissionais do sector, quer para os clientes de
serviços de segurança privada;
• O aumento de situações de violência física denunciadas, em que o suspeito é
identificado ou descrito como presumível “segurança”;
• A “concorrência desleal” efectuada por empresas de segurança em incumprimento
das respectivas obrigações fiscais, relativas à segurança social ou aos direitos
laborais.
Foram planeadas e encontram‐ se em aplicação medidas tendentes a contrariar as
tendências negativas detectadas.
2008: um ano marcado pela dinâmica de reformas
O ano de 2008 foi marcado pela consolidação do modelo organizacional resultante da
transferência de competências, para a Polícia de Segurança Pública, em matéria de
segurança privada, cessando a vigência do anterior modelo de licenciamento e
fiscalização assente na intervenção da Secretaria‐ Geral do MAI.
A reestruturação da PSP veio definir, atempadamente, o quadro organizacional relativo
ao sector, tendo sido criado, em 30 de Maio de 2008, o Departamento de Segurança
Privada na estrutura orgânica da Direcção Nacional da PSP.
Foi, assim, dado novo impulso e mais eficaz enquadramento às actividades de
licenciamento e de fiscalização, em consenso com os protagonistas do sector, bem
Página 68
68 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL expresso nas reuniões do Conselho de Segurança Privada, no exercício das
competências previstas no artigo 21.º do Decreto‐ Lei n.º 35/2004, de 21 de Fevereiro.
No ano de 2008, foram preparadas pelo MAI e aprovadas importantes medidas de
reforma legislativa, com destaque para a criminalização do exercício ilícito da actividade
de segurança privada, destacando‐ se:
• A Lei n.º 38/2008, de 8 de Agosto, que tipificou o crime de exercício ilícito da
actividade de segurança privada e introduziu importantes alterações ao Decreto‐ Lei
n.º 35/2004, de 21 de Fevereiro;
• O Decreto‐ Lei n.º 101/2008, de 16 de Junho, que estabeleceu a obrigatoriedade de
adopção de sistemas de segurança privada em estabelecimentos de restauração e
bebidas com espaços de dança, revogando o Decreto‐ Lei n.º 263/2001, de 28 de
Setembro;
• A Portaria n.º 247/2008, de 27 de Março, que veio regular em termos inovadores as
condições aplicáveis ao transporte, guarda, tratamento e distribuição de valores,
por parte de entidades de segurança privada detentoras de alvará ou licença.
No ano de 2008, foram, também, encetadas iniciativas tendentes ao reforço da
articulação entre as empresas de segurança privada e as forças de segurança.
Por um lado, foram clarificados, mediante parecer, os contornos do quadro legal que
rege a cooperação, com melhor definição das competências reservadas às forças de
segurança.
Por outro lado, no âmbito do projecto “Abastecimento Seguro”, e reforçando o que
anteriormente se mencionou, foram testados e criados mecanismos de cooperação
reforçada tendentes à conjugação de esforços entre as forças tuteladas pelo Ministério
da Administração Interna e empresas responsáveis pela vigilância de cerca de 1000
postos de abastecimento de combustível, através da partilha de informação e da ligação
das suas centrais de alarme à central pública de alarmes (cfr. adiante).
A informação pormenorizada sobre os indicadores de actividade e projectos em
execução consta do Relatório Anual de Segurança Privada (2008), aprovado pelo
Conselho de Segurança Privada, no dia 13 de Março de 2009, acessível através da
Internet em http://segurancaprivada.mai‐ gov.info/wp‐ content/uploads/relatorio‐ anual‐ de‐ seguranca‐
privada_2008_v4.pdf Actividade operacional desenvolvida e resultados obtidos Diante das tendências referidas anteriormente, de entre um conjunto por certo mais
alargado, e no entendimento de que os fenómenos que lhes estão associados foram
Página 69
69 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL compreendidos no que respeita à sua génese, significado e alcance, seria irresponsável
escrever‐ se que no decurso de 2008 os factores de risco e de ameaça à tranquilidade
das populações foram todos erradicados. É, porém, imperativo e responsável
reconhecer que Portugal se afirma, quer internamente, quer no contexto europeu e
mundial a que pertence, como um país seguro, no qual os Portugueses e os estrangeiros
residentes têm os seus direitos garantidos, nomeadamente o direito à liberdade e
segurança.
Sendo sempre indesejável, e exigindo uma resposta proporcionada e frontal, a
criminalidade registada, pelo seu volume e gravidade, não deve suscitar alarmismo nem
conformismo. Existe uma política de segurança interna assumida num quadro de normal
funcionamento das instituições democráticas, uma co‐ responsabilização dos órgãos de
soberania quanto às prioridades que devem ser atendidas no combate ao crime, um
fortíssimo investimento na sua prevenção, Forças e Serviços de segurança habilitados
para o desempenho das suas missões, e um Sistema de Segurança Interna estruturado e
preparado para coordenar os esforços que cabe continuar a desenvolver.
Fundamentalmente, e como consequência da profunda reforma gestionária de que o
País beneficiou na presente Legislatura, que tornou imperativa a divulgação pública dos
objectivos estratégicos e operacionais de todos os organismos da Administração Pública,
incluindo por conseguinte também os das Forças e Serviços de segurança, há que avaliar
os resultados desta actividade à luz desses mesmos objectivos.
Torna‐ se necessário atender ao facto de que o Relatório Anual de Segurança Interna de
2008 se refere a um segmento temporal enquadrado no biénio de 2007 a 2009, num
período compreendido entre 1 de Setembro de 2007 e 1 de Setembro de 2009, para o
qual se definiram objectivos, prioridades e orientações de política criminal que deverão
ser objecto de uma apreciação posterior, desaconselhando‐ se o seu julgamento técnico
antes do respectivo termo.
Importa, igualmente, ter presente que as mudanças determinadas pela reforma
estrutural do Sistema de Segurança Interna (cfr. Capítulo 1 neste Relatório) e a
concretização das orientações estratégicas anuais mais relevantes para a promoção da
segurança dos cidadãos (cfr. Capítulo 2), implicam efeitos de ajustamento que não são
despiciendos, e que cabe monitorizar para mitigar as suas consequências. Estranho seria
que reformas profundas implementadas em 2007 e 2008, sejam as que se referem à
redefinição das áreas de responsabilidade entre a GNR e a PSP, sejam as que implicaram
a revisão dos próprios dispositivos, não produzissem alguns efeitos de ajustamento,
nalguns casos indesejáveis mas por certo transitórios. De outro modo, como explicar
Página 70
70 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL que a análise mensal do volume de ocorrências tenha diminuído no último trimestre de
2008?
Sem hesitações, e conscientes de uma conjuntura favorável ao sentimento de
insegurança, deve reafirmar‐ se que o Sistema de Segurança Interna revelou, em 2008,
um progresso significativo na sua capacidade de desempenho, quer em termos
operacionais preventivos da criminalidade, quer em termos reactivos em face das
situações adversas ocorridas. Esta apreciação, apoiada nos dados plasmados no
presente Relatório Anual de Segurança Interna, socorre‐ se, ainda, do sentido de
responsabilidade que estas matérias exigem ao Serviço ao qual incumbe a elaboração
do presente documento.
Para clarificar e suportar empiricamente a apreciação global dos resultados, entende‐ se
necessário identificar 4 eixos de análise (já anteriormente plasmados neste Capítulo).
Mobilização dos recursos disponíveis Reforço das modalidades operacionais existentes e criação de novas respostas
No ano de 2008, registou‐ se uma mobilização acrescida dos recursos disponíveis nas
Forças e Serviços de segurança, através do reforço das modalidades operacionais que
vêm obtendo bons resultados policiais e ampla aceitação pública. Ou seja, houve um
claro reforço da mobilização dos meios disponíveis, como se constata pelos resultados
operacionais alcançados, e também uma diversificação das soluções adoptadas,
nomeadamente do ponto de vista preventivo.
Destaca‐ se, em particular, a actividade desenvolvida no âmbito do policiamento de
proximidade, essencial mas não exclusivamente da responsabilidade da GNR e da PSP.
Na PSP registou‐ se um aumento significativo do número de subunidades que
implementaram o Plano Integrado de Policiamento de Proximidade (PIPP). Às 22
subunidades afectas inicialmente ao PIPP, juntaram‐ se, ao longo de 2008, mais 68
subunidades, observando a orientação estratégica referente ao alargamento do Plano.
Há que ter bem presente que este alargamento pressupõe uma formação intensiva e
direccionada para todo o dispositivo envolvido, a reorganização das equipas e a
renovação dos métodos de trabalho. Sobretudo, não pode deixar de ser levada em
conta a enorme exigência que recai sobre as forças de segurança na promoção das suas
estratégias de policiamento de proximidade, havendo que estabelecer múltiplos e
diversificados protocolos e parcerias com instituições públicas e com outras que
dimanam da sociedade civil, com vista a melhorar o conhecimento das realidades
sociais, actualizando as modalidades de cooperação já existentes, e adoptando novas
Página 71
71 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
l
delinq
a ser e
O País
respos
desen
chama
progra
Esquem
(*) De
Vio
Esquem
Es
•
e
Ab
idades. A v
uência juve
nfrentadas
está a co
tas públic
volvimento
r de 1ª g
mas de 2ª
a – Alguns
de 90),
scontinuado,
lência Domés
a – Alguns
Legisla
cola Segura
Comunidade
scolar
astecimento
Gasolineiras e
iolência do
nil, entre o
.
nstruir, pa
as em p
de progr
eração, e
geração.
programas d
segundo a p
tendo dado
tica.
programas d
tura), segund
Apoio 65
Idosos e
Seguran
•Geraçõ
mais id
Seguro
utentes
méstica, a
utras, são
ulatinamen
arceria p
amas de
que agora
e policiamen
opulação‐ alv
origem a pr
e policiamen
o a populaçã
‐
m
ça
es
osas
I
•
Farmác
•Comé
utente
violência na
algumas da
te, uma re
ara a se
policiament
se eviden
to de proxim
o a que se dir
ogramas inte
to de proxim
o‐ alvo a que
novar(*)
Vítimas de
violência
doméstica
ia Segura
rcio farmacêu
s
s escolas,
s realidade
de de larg
gurança,
o de pro
ciam, aind
idade da 1ª
igem
grados nos
idade da 2ª
se dirigem
Comérc
Seguro
•Peque
comér
tico e
I
a violência
s sócio‐ crim
o espectro
que se
ximidade q
a, com m
geração (inic
Planos Nacio
geração (ini
io
no
cio
V
•
greja Segura
•Templos rel
contra idos
inais que
em termo
plasmavam
ue poder
ais ênfase
iados na 2ª d
nais de Comb
ciados na pre
erão Seguro
Veraneantes
igiosos
os, a
estão
s de
no
emos
nos
écada
ate à
sente
Página 72
72 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL A partir dos dados disponibilizados pelas forças de segurança (ver Capítulo 6), é possível
concluir por uma avaliação positiva no que respeita à mobilização dos recursos humanos
e materiais disponibilizados para desenvolver os programas existentes.
O programa “Escola Segura”, cujo desenvolvimento decorre de uma estreita parceria
com o Ministério da Educação, mobilizou um total superior a 500 efectivos dedicados
exclusivamente a este programa, mais de 360 viaturas e cerca de 100 motociclos. Para
além destes recursos, estiveram em acção outros meios complementares,
nomeadamente brigadas de intervenção rápida, brigadas de investigação criminal e
brigadas de trânsito. A acção destes elementos focou‐ se essencialmente na vigilância e
visibilidade das áreas escolares, no desenvolvimento de acções de sensibilização e de
formação, nas áreas da prevenção criminal, toxicodependência e alcoolismo, segurança
rodoviária e auto‐ protecção, prevenção de riscos e segurança das comunidades
escolares. A componente da interacção entre a população escolar e as forças de
segurança foi igualmente bastante valorizada, tendo sido promovidas cerca de 11300
acções de sensibilização, formação e demonstração. Toda a população escolar nacional,
nomeadamente dos 1º, 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico, mas também do Secundário, é
tendencialmente abrangida por estas acções.
A avaliação externa efectuada em 2008 pela Universidade Nova de Lisboa sobre o
programa integrado de policiamento de proximidade, no qual se inclui a Escola Segura
(na área de responsabilidade da PSP) foi globalmente positiva, havendo que trabalhar e
superar alguns dos problemas identificados.
O programa “Idosos em Segurança” continuou a merecer ao longo do ano de 2008 um
reforço, nomeadamente nas áreas residenciais urbanas com maior índice de idosos,
traduzido por um patrulhamento orientado para as áreas mais frequentadas por estes
cidadãos, para visitas domiciliárias e numa vigilância mais apertada junto de instituições
bancárias e estações dos Correios. As acções de sensibilização orientadas para a
divulgação de medidas preventivas de auto‐ protecção foram mantidas.
Nas zonas não urbanas, que integram por excelência a área territorial de
responsabilidade da GNR, o programa Idosos em Segurança tem igualmente uma
particular acuidade em face dos níveis de envelhecimento demográfico que nelas se
verificam. Mantendo um esforço continuado em termos operacionais com o objectivo
do reforço do patrulhamento dessas zonas mais envelhecidas, e dentro destas, as mais
isoladas, a orientação para a prevenção recai sobre a burla, o furto e mesmo o roubo.
Em conformidade, foram desenvolvidas diversas acções de sensibilização junto dos
idosos, identificados os casos problemáticos, e distribuídos cerca de 200.000 folhetos
explicativos de quais as medidas de segurança a adoptar.
Página 73
73 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL O programa “Comércio Seguro”, dedicado em especial aos comerciantes que têm a
porta aberta ao público, procura criar condições efectivas de segurança e de protecção e
ao mesmo tempo um sistema de comunicação e gestão de informação que viabilize uma
rápida intervenção das forças de segurança.
No caso da GNR, e no âmbito deste programa, foram criados mecanismos de
coordenação e protocolos de procedimentos entre policiamento de proximidade, ordem
pública e investigação criminal. Foi intensificado o patrulhamento e vigilância nas áreas
comerciais, tentando assim diminuir os índices de criminalidade e ao mesmo tempo
promover o contacto com os comerciantes, de maneira a permitir a troca de
informações sempre importante para ambos.
As profundas alterações que se vêm verificando na estrutura produtiva da venda a
retalho, com concentrações extraordinárias do pequeno comércio em superfícies
comerciais polivalentes, implicando alterações muito substanciais nos processos de
distribuição entre o sector grossista e o sector retalhista, aconselha a uma revisão e
readaptação dos objectivos estratégicos que estiveram na origem deste programa,
ainda em 1998.
O programa “Verão Seguro”, para além de ter mantido em 2008 a mobilização
significativa de um efectivo humano e de meios das duas forças de segurança
8
e da
Autoridade Marítima, concentrando‐ o nas zonas do País com maior frequência turística,
deve ser entendido numa perspectiva pluri‐ estratégica, técnico‐ policial e de socorro,
onde relevam e se devem incluir as acções de vigilância especial a residências – com
destaque para a iniciativa “Férias 2008 – Chave Directa”, com cerca de 7.500 inscrições,
das quais apenas 3 residências foram assaltadas, o que representa uma taxa de sucesso
extraordinária.
No que respeita ao socorro a náufragos, em 2008 realizaram‐ se 1.131 acções, tendo sido
efectuados 428 salvamentos, havendo a lamentar 16 mortes.
Foram ainda efectuadas 133 campanhas e acções de sensibilização junto de escolas e
praias vigiadas de jurisdição marítima.
O crescente aumento da mobilidade sazonal associada ao período de férias, com a
deslocalização temporária de centenas de milhar de turistas nacionais, a que acrescem
muitas outras centenas de milhar de estrangeiros, fazendo de Portugal um dos
principais países de destino turístico, sugere a adopção de uma estratégia mais
integrada dos recursos agora mobilizados, atento o facto, já demonstrado em estudos
8 Este dispositivo assegura as acções de patrulhamento e vigilância, com especial incidência nas zonas
balneares, tendo também tido a preocupação na vertente do trânsito. Este reforço conta, para além
do dispositivo territorial, com o apoio de unidades especiais de ambas as forças.
Página 74
74 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL anteriores (Machado, 2007), que não apenas o Litoral, mas também o Interior, são
zonas que registam índices de variação populacional muito significativos. Nesta
estratégia integra‐ se, muito oportunamente, o reforço da vigilância e controlo das
fronteiras nacionais, principalmente aero‐ portuárias e marítimas, como vem ocorrendo
(cfr. Capítulo 6).
No contexto da avaliação global que se pretende efectuar neste Capítulo, escrutinando
aspectos da actividade policial em 2008, e mais especificamente da referência à
necessidade de reforço da segurança das residências no período estival, cabe clarificar
algo sobre o roubo e furto a residências. Ficou a ideia, propalada durante os últimos
meses, de que terá existido uma vaga de assaltos a residências. Contudo, é necessário
diferenciar o que foram roubos com arma a residências e o que foram furtos a
residências. No que concerne aos roubos com armas a residências, as duas forças de
segurança registaram um total de 158 ocorrências, o que é um valor que deve ser
ponderado com o número de alojamentos existentes em Portugal (superior a 5,59
milhões). Se se considerar que no ano transacto ocorreram 139 casos, havendo que
lamentar as situações ocorridas, ninguém estará autorizado, num quadro de rigor
interpretativo, a afirmar que se registou uma vaga de roubos a residências.
Situação criminal e substantivamente distinta é a dos furtos a residências. Neste caso,
de 2007 para 2008 houve um acréscimo na casa dos 32%, com especial expressão
numérica nos Distritos de Lisboa (25%); Porto (16%); Faro (15%) e Setúbal (10%),
representando estes aproximadamente
2
/
3
do total de registos. Porém, e mais
importante do que a distinção, não apenas formal, entre estes tipos de crime, o que
releva é o trabalho efectuado, com o qual se conseguiu identificar e em alguns casos
deter um grande número de indivíduos, conseguindo também identificar o respectivo
modus operandi.
O Sistema de Queixa Electrónica (SQE), que não constitui em si mesmo um programa,
veio trazer uma inegável mais‐ valia no processo de relacionamento entre o cidadão
lesado e as autoridades policiais. A sua inclusão nesta avaliação justifica‐ se pela
relevância e alcance de uma nova resposta ao cidadão, que se articula com outras
medidas que configuraram o SIMPLEX do MAI em 2008.
Este processo de participação electrónica começou, já no seu primeiro ano de
funcionamento, a produzir resultados, aumentando os meios de comunicação (ver
Capítulo 5). É expectável que o número de queixas participadas através do SQE venha a
aumentar nos próximos anos, contribuindo para uma maior evidenciação da realidade
criminal e, por conseguinte, para a diminuição das cifras negras da ilicitude em Portugal.
Página 75
75 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL O ano de 2008 conheceu, ainda, a formalização de uma nova geração de parcerias,
conhecidas por Contratos Locais de Segurança. Para o efeito, foi formalizado um acordo
com a Associação Nacional de Municípios a 13 de Agosto, e assinados com os municípios
de Loures e Porto os primeiros contratos.
Cabe perceber que esta nova forma de contratualização visa uma cooperação concreta
que envolve as forças de segurança a vários níveis, seja como actores privilegiados da
acção formal preventiva, seja como beneficiários por via da sua condição de membros
efectivos dos Conselhos Municipais de Segurança. Há que lembrar que os Contratos
Locais de Segurança são instrumentos privilegiados para colocar em prática a
cooperação institucional à escala territorial a que respeitam, e reflectem a necessidade
de descentralização das respostas e competências em termos de segurança, combate à
criminalidade e comportamentos anti‐ sociais.
Com o objectivo de apoiar as autarquias e os técnicos que colaboram na elaboração de
diagnósticos locais de segurança, instrumento essencial de suporte à contratualização, e
de grande mais‐ valia para os Conselhos Municipais de Segurança, o MAI, através da
Direcção‐ Geral de Administração Interna iniciou, ainda em 2008, e em colaboração com
a Rede Europeia de Prevenção da Criminalidade, a tradução técnica para a edição em
português de uma publicação sobre esses mesmos diagnósticos.
Actividade operacional orientada para problemas de criminalidade específica
Algumas iniciativas de gestão e organização interna das Forças e Serviços de segurança
foram tomadas em 2008 e serão decisivas, já neste ano, como nos subsequentes, para
ganhos de eficácia no combate à criminalidade. Destacam‐ se aqui quatro dessas
medidas:
• A criação do Departamento de Investigação Criminal na Polícia de Segurança Pública
veio permitir uniformização de procedimentos, troca de informações, desenvolvimento
de modelos de actuação, melhorando o desempenho no combate à criminalidade;
• A flexibilização na Polícia Judiciária das estruturas organizativas e dos procedimentos de
actuação comuns e de reacção especial aos fenómenos criminosos. A intervenção da PJ
realizou‐ se de maneira diferente, sempre tendo em atenção as especificidades das áreas
onde se insere e tipos de criminalidade diferentes, obrigando a centrar a sua actuação
em função das realidades com que se foi deparando, obrigando a um esforço de
adaptação contínuo;
• A criação da Unidade Especial de Polícia (também na PSP), a qual concentra as valências
da intervenção, segurança pessoal, operações especiais, engenhos explosivos e
Página 76
76 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL segurança em subsolo e cinotécnica, permitindo uma melhor operacionalização dos
meios para além de uma partilha de experiências entre os diversos elementos;
• A utilização de novas tecnologias, na área da fiscalização rodoviária, nomeadamente o
Sistema de Contra‐ ordenações de Trânsito (SCOT), que veio reforçar o combate à
criminalidade rodoviária, com reflexos na redução da sinistralidade em 2008.
Por outro lado, um conjunto importante de programas policiais, muito orientados para
responder a problemas de criminalidade específica, quer numa óptica preventiva, quer
reactiva, foram reforçados ou iniciaram mesmo a sua actividade em 2008.
É o caso de uma nova resposta de proximidade, designada por Igreja Segura.
Beneficiando do protocolo estabelecido com o Instituto Superior de Polícia Judiciária e
Ciências Criminais, foram realizadas acções no domínio da protecção do património das
igrejas, através do esclarecimento dos párocos e demais entidades relativamente a
medidas de auto‐ protecção, para evitar quer a delapidação do património existente,
quer o vandalismo exercido sobre esse mesmo património.
O programa “Táxi Seguro” conheceu em 2008 um impulso relevante, traduzido pelo
processo de renovação dos acordos de adesão do piloto do Sistema Táxi Seguro. Tal
processo levou a que tivesse existido um trabalho acrescido para os parceiros do
projecto, uma vez que tiveram que se efectuar testes técnicos e também a verificação
da operacionalidade dos mesmos.
Foram efectuadas acções formativas a 126 novos aderentes (taxistas) ao sistema Táxi
Seguro. Este programa está em curso nos Distritos de Lisboa, Setúbal e na Área
Metropolitana do Porto, tendo aderido um total de 1.309 táxis, num universo de 5.855
táxis registados, o que representa uma taxa de adesão de 22%. Foram analisados e
comparados o número de alarmes reais em relação ao ano anterior, constando‐ se que
existiu um aumento de 15%, tendo de passado de 87 casos para 100 casos no presente
ano. Em contrapartida, o número de alarmes falsos passou de 4.459 para 1.187 (‐ 74%) o
que é um excelente indicador. Foram ainda efectuadas diversas acções de formação.
O programa Abastecimento Seguro mereceu igualmente um investimento em termos
de acções dirigidas ao efectivo policial e também ao público, incluindo a realização de
um DVD sobre boas práticas de segurança, tudo isto relativo aos postos de
abastecimento de combustível. Desenvolveram‐ se acções conjuntas com a Vodafone,
tendo sido formados 88 elementos, e integraram‐ se mais postos de abastecimento de
combustível na Central de Alarmes.
Em 2008 registou‐ se a adesão a este projecto de mais 168 postos, mais 27 do que no
ano anterior, o que traduz uma maior adesão dos principais destinatários ao programa.
Página 77
77 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Os resultados obtidos põem em evidência o elevado número de alarmes falsos (207),
devidos, em ¾ dos casos, a distúrbios nos postos de abastecimento ou por suspeita de
ocorrência de crime, tendo sido desencadeada uma resposta policial na grande maioria
desses casos. Observaram‐ se, porém, 37 alarmes reais.
Pelas características particularmente violentas de que se reveste a criminalidade
praticada nos postos de abastecimento de combustível, a aposta na formação em
termos das boas práticas de segurança é fundamental, mas deverá associar‐ se a um
investimento apoiado na análise geo‐ espacial aprofundada destas ocorrências como
suporte ao desenvolvimento de estratégias técnico‐ policiais reactivas que reprimam e
anulem o efeito nefasto desta criminalidade grave, e evitem o crescimento verificado no
corrente ano (ver Capítulo 5).
O programa “Farmácia Segura” beneficiou em 2008 da ligação das farmácias à Central
de Alarmes, como resultado prático de um protocolo entre o MAI e a Associação
Nacional de Farmácias.
A espacialização deste tipo de criminalidade tem ocorrido maioritariamente nas áreas
metropolitanas e sempre no Litoral. O número de ocorrências no presente ano foi
inferior às duas centenas, contudo superior ao verificado no ano anterior. Este tipo de
criminalidade é perpetrado, na maioria das vezes, perto da hora de fecho da farmácia,
por um ou dois indivíduos e não se pré‐ figura organizada.
O combate à violência doméstica, integrado e articulado com as demais medidas que
constam do III Plano Nacional de Combate à Violência Doméstica, mereceu em 2008 um
incremento muito significativo.
Em termos do registo de autos de notícia por alegado crime de violência doméstica, a
Base de Dados de Violência Doméstica (BDVD), cujo desenvolvimento e manutenção
operacional cabe à Direcção‐ Geral de Administração Interna, conheceu melhoramentos
fundamentais para garantir a qualidade dos dados que hoje Portugal possui sobre o
fenómeno da violência doméstica, e que não se restringem já à dimensão quantitativa
das ocorrências participadas. Aliás, note‐ se que da notação disponibilizada pela DGPJ,
dado que os processos de apuramento não são totalmente coincidentes,
nomeadamente tratando‐ se do primeiro ano em que a violência doméstica aparece
tipificada autonomamente, o quociente de divergência entre os dados fornecidos pela
DGPJ e as forças de segurança diminuiu, entre 2007 e 2008, de 0,15 para 0,09, o que
significa uma aproximação muito significativa entre os valores, traduzindo um enorme
ganho de qualidade. O perfil da vítima, do agressor, do denunciante, das testemunhas,
apresentado no Capítulo 6, atesta o potencial da BDVD e a sua mais‐ valia para a
implementação da nova Estratégia Nacional contra a Violência Doméstica.
Página 78
78 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL No que respeita ao tráfico de seres humanos, o ano de 2008 ficou positivamente
marcado pela entrada em funcionamento pleno do Sistema de Monitorização, criado
pelo Ministério da Administração Interna no âmbito do projecto‐ piloto CAIM
(Cooperação‐ Acção‐ Investigação‐ Mundivisão), e também pela criação do Observatório
do Tráfico de Seres Humanos (Decreto‐ Lei n.º 229/2008, de 27 de Novembro). Mas
associou‐ se, também, a 2008 a produção e disponibilização de informação sobre
potenciais vítimas deste tipo de crime, sinalizadas com utilização do Guia Único de
Registo, que faz parte do Sistema de Monitorização.
No plano da cooperação técnica internacional, haverá que ter em linha de conta que em
2008 se iniciou um projecto internacional, co‐ financiado pelo programa Prevention of
and Fight Against Crime da Comissão Europeia, coordenado pela Direcção‐ Geral de
Administração Interna em cooperação com o International Centre for Migration Policy
Development (ICMPD), que se intitula Tráfico de Seres Humanos: Sistema de Recolha de
Dados e Gestão de Informações Harmonizadas. Participam ainda os Ministérios da
Administração Interna da República da Eslováquia, da República Checa e da Polónia
(países parceiros), o Redactor Holandês sobre o Tráfico de Seres Humanos, a
Associazione On the Road e o NEXUS Institute (peritos), e o Ministério da Administração
Interna austríaco, a Comissão Europeia, a EUROPOL, a OIT, a OIM Geneva, a OSCE, o
Gabinete da ONU contra as Drogas e Crime, e a Terre des hommes – Hungria – (grupo de
acompanhamento). Este projecto visa capacitar os países participantes com um sistema
inovador e partilhado de recolha e tratamento de dados relevantes sobre vítimas e
traficantes/justiça criminal. Esta capacitação depende do envolvimento dos stakeholders
relevantes desde o início do processo, de forma a garantir que as suas necessidades e
preocupações específicas sejam previstas e pensadas, de modo e em tempo úteis.
Há, por conseguinte, que reforçar o propósito das actividades que estão inscritas neste
Projecto, a saber, o de melhorar técnica e procedimentalmente o processo de recolha
de dados, reforçando as organizações participantes e os países que representam para
enfrentar o crime do tráfico de seres humanos (TSH), quer na vertente da sua
prevenção, quer na vertente da sua repressão, quer ainda na vertente do apoio às suas
vítimas.
No âmbito da criminalidade económica e financeira, cujo combate cabe,
essencialmente, à Polícia Judiciária, o progressivo emprego de mais e melhores meios
tecnológicos permitiu levar a bom termo um conjunto de investigações de relevo. Há
que sublinhar os resultados obtidos no domínio da fraude tributária, fiscal e aduaneira,
tendo sido constituídos 206 arguidos e tendo sido efectuadas 9 detenções.
Página 79
79 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Foram realizadas operações vocacionadas para o crime de contrafacção de cartões de
crédito. Numa das operações foi possível deter três indivíduos que se dedicavam a esta
prática desde 2007, montando painéis frontais, falsos, nas ATM’s para assim obterem os
dados dos cartões bancários dos clientes, e posteriormente falsificarem cartões e
poderem efectuar levantamentos nas ATM’S. Outra operação permitiu, também, a
detenção de três indivíduos que se dedicavam a levantamentos em ATM’s com cartões
falsos, em que apenas num dia efectuaram 253 levantamentos, tendo este grupo
movimentado em dois fins‐ de‐ semana um total de 68.500€.
No combate ao branqueamento de capitais e na detecção de financiamento ao
terrorismo, a Unidade de Informação Financeira (UIF) participou numa operação
internacional para a detecção e controlo dos movimentos físicos de dinheiro de e para
determinados destinos previamente seleccionados. Para este combate tem sido
essencial a articulação com o Banco de Portugal, a Comissão de Mercado de Valores
Mobiliários, o Instituto de Seguros de Portugal e o Ministério da Justiça. Em termos
operacionais a UIF recebeu 870 comunicações de situações suspeitas por parte de
entidades financeiras, obrigadas nos termos da lei, tendo sido abertas 557 investigações
que resultaram na confirmação de 300 comunicações.
Também os resultados obtidos no combate à criminalidade relacionada com obras de
arte foram muito positivos, tanto pelo número de detenções como pelo número e
qualidade das peças recuperadas.
As zonas urbanas mais problemáticas foram objecto de uma atenção excepcional em
2008, traduzida por centenas de operações, em cooperação com as autoridades judiciais
– e com uma sensibilidade acrescida para a detecção de focos de acção violenta contra a
autoridade do Estado. Houve também um acompanhamento de grupos organizados, e
especialmente violentos, nas áreas de Lisboa a Porto os quais contribuem para um
sentimento de insegurança acrescido.
As operações especiais de prevenção criminal, em zonas identificadas como mais
problemáticas, com especial incidência nos distritos de Lisboa, Porto, Setúbal, Coimbra e
Viseu, tiveram como objectivos principais detectar indivíduos que pratiquem ilícitos
criminais e contra‐ ordenacionais nessas zonas, assim como promover buscas para
detecção de armas, fiscalizar em matéria de trânsito com o fim de identificação de
condução sob o efeito de álcool, condução sem habilitação legal e detecção de viaturas
furtadas. Por fim identificar e deter os autores de tráfico de droga, furtos e outros tipos
de crimes.
Em termos operacionais destacam‐ se os meses de Agosto, Setembro e Outubro nos
quais foi empenhado um elevado número de efectivos e de material. Dos resultados
Página 80
80 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL neste período destacam‐ se a detenção de mais de 300 indivíduos, a fiscalização de
aproximadamente 20 mil veículos e a apreensão de uma centena de armas ilegais.
Os acontecimentos que tiveram lugar nos chamados bairros problemáticos, e a resposta
policial proporcionalmente ajustada para repor o sentimento de segurança dos
residentes e das populações em redor, bem como para reafirmar a autoridade do
Estado em todo o território, sugerem nesta avaliação global alguns comentários.
Desde logo, a constatação de que, malgrado a gravidade de que se revestiram os
acontecimentos, principalmente em Loures, fenómenos aparentemente próximos têm
tido lugar em muitos outros países, nomeadamente europeus. Tal comparação é aqui
aludida unicamente para realçar o carácter transnacional dos problemas que muitas
sociedades contemporâneas, e não exclusivamente Ocidentais, enfrentam.
A segunda constatação refere‐ se ao quadro de grande precariedade social e deficit de
cidadania que alguns grupos sociais evidenciam, sugerindo que a ausência de uma forte
coesão social e territorial não é apenas uma questão que respeite ao desenvolvimento
económico e social de um país, mas pelo contrário interfere na esfera dos direitos,
liberdades e garantias. Porém, um problema social não pode amnistiar uma conduta
criminal nem impedir que as forças de segurança cumpram a sua missão, preventiva,
investigatória e de reposição, quando necessário, da ordem pública.
A terceira e última constatação conduz‐ nos ao carácter imperativo de um conhecimento
multidisciplinar dos territórios do comportamento anti‐ social. Esta identificação pode
ser feita a partir da relação entre espaço, sociedade e tempo, complementada com o
conhecimento das relações entre uso e apropriação do espaço e as representações
sócio‐ espaciais que sobre ele prevalecem, e também com o reconhecimento das
dinâmicas de criticidade (vandalismo, roubo, insegurança, segregação, exclusão) nele
existentes.
É indispensável que os destinatários deste Relatório saibam que já hoje as forças de
segurança dispõem de operatórias que visam essa mesma identificação, as quais se
encontram acolhidas nos modelos de prevenção e intervenção
9
. O que parece, todavia,
justificar‐ se é o desenvolvimento de uma base comum de saberes, sendo importante
perceber‐ se como é, actualmente, lido esse território pelas diferentes Forças e Serviços
de segurança. Esta constatação confere importância ao aprofundar do conhecimento
sobre tais leituras e percepções da criticidade sócio‐ espacial já que permite assinalar
linhas orientadoras de classificação e tratamento da problemática em questão, para
9 É o caso do Modelo Integrado de Prevenção e Intervenção Policial em Bairros Problemáticos e em
Locais de Maior Incidência Criminal ou de Hostilidade para com as forças de segurança, desenvolvido
pela PSP em 2005.
Página 81
81 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL além de salientar algumas das dimensões que contribuem para a construção de
determinadas representações sócio‐ espaciais.
Actividade operacional orientada para o reforço da segurança nas fronteiras, o
controlo dos fluxos migratórios na origem e o controlo da permanência de
estrangeiros em território nacional
Trata‐ se de um conjunto de actividades que, embora enquadráveis na rubrica anterior,
uma vez que são específicas as questões que se colocam neste domínio, pela sua
especificidade sugere uma apreciação autónoma.
Em matéria de imigração e fronteiras, e do ponto de vista legislativo, o ano em análise
ficou marcado pela entrada em vigor do novo regime jurídico de asilo, aprovado pela Lei
n.º 27/2008, de 30 de Junho e pela publicação de um acervo de portarias
concretizadoras dos regimes legais consagrados pela Lei de Estrangeiros, publicada em
2007.
Refira‐ se, ainda, no âmbito da cooperação mais alargada de que o SEF é parte, a
publicação da Portaria n.º 1354/2008, de 27 de Novembro, que aprovou o regulamento
que define os procedimentos organizacionais, funcionais, técnicos e de articulação entre
as entidades envolvidas na organização e no funcionamento dos Centros de Cooperação
Policial e Aduaneira (CCPA).
Na vertente do controlo dos fluxos migratórios na origem, o SEF reforçou a sua
intervenção, em matéria de imigração ilegal, através da nomeação de novos oficiais de
ligação de imigração em Moscovo e em Luanda e da aprovação, pela Comissão Europeia,
de um projecto para o financiamento da colocação de oficiais de ligação em
Moçambique e em São Tomé e Príncipe. Ainda nesta vertente, refira‐ se, no quadro do
desenvolvimento do Sistema de Informação de Vistos (VIS), o Sistema de Emissão
Electrónica de Parecer Prévio, criado pelo SEF no âmbito do processo de concessão de
vistos consulares
10
, já disponível a partir de qualquer Posto Consular e o Sistema de
Recolha de Dados Biométricos.
Ao nível do controlo e segurança nas fronteiras externas, o Sistema RAPID foi alargado
a todos os postos de fronteira aérea e foi introduzida, no Sistema de Controlo de
Fronteiras, a consulta automática à base de dados da Interpol.
10 No caso de vistos de residência e estada temporária e por razões de interesse nacional, segurança
interna ou prevenção da imigração ilegal e criminalidade conexa (art.º 53.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de
Julho).
Página 82
82 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL O SEF controlou um total de 12 039 272 pessoas, das quais 10 599 570 nas fronteiras
aéreas e 1 439 702 nas fronteiras marítimas. Em confronto com 2007, constata‐ se a
subida do número de voos e de embarcações controladas (+10% e +11,9%
respectivamente).
Quanto às recusas de entrada, assinala‐ se um decréscimo de 9,2% (3 598 em 2008
contra 3963 em 2007) que retoma os valores de 2006. Quanto aos fundamentos da não
admissão, salienta‐ se o aumento em 43,7% da ausência de motivos que justifiquem a
entrada e a ausência de visto ou visto caducado.
Em termos de detecção de documentos fraudulentos, denota‐ se uma diminuição de
54%. Este decréscimo acentuado deverá atender à redução abissal da detecção de
documentos venezuelanos (42 documentos em 2008 contra 464 em 2007), reflexo
directo das medidas de controlo a montante e dos esforços envidados por Portugal
junto das autoridades venezuelanas. Em simultâneo, o reforço da segurança
documental e a introdução de dados biométricos em documentos de viagem europeus
vêm concorrendo para a redução da falsificação deste tipo de documentos. Também o
alargamento da União e da sua fronteira externa constituiu um factor de deslocação da
utilização de documentos fraudulentos, tendência já assinalada noutros Estados‐
membros.
No que reporta ao controlo da permanência, e em matéria de documentação de
estrangeiros, sublinha‐ se o arranque da emissão do novo título de residência
electrónico (eTR), projecto de importância estratégica para o País e com efeitos
significativos em termos da segurança documental. São também de referir, por um
lado, iniciativas tecnológicas, como a criação do PORTAL SIBA (Sistema de Informação
de Boletins de Alojamento), que agiliza o cumprimento das obrigações legais de
comunicação de alojamento de estrangeiros e o Sistema de Informação Inteligente ao
Cidadão, nova ferramenta de apoio ao cidadão, e, por outro, o reforço da actividade
operacional.
As acções de fiscalização registaram o substancial aumento de 44,7% (de 6 727 em
2007 para 9 734 em 2008), dando‐ se assim continuidade à estratégia de combate ao
emprego clandestino, à imigração ilegal e ao tráfico de seres humanos, particularmente
intensificada em 2008. Este aumento reflectiu‐ se de forma positiva no elevado número
de processos de contra‐ ordenação instaurados (+ 67,9%) e de medidas cautelares
detectadas (+12,4 %), bem como no aumento de 10,9% dos afastamentos de território
nacional.
Concretamente na área da investigação criminal, assinala‐ se o aumento de 6,6%, dos
processos distribuídos ao SEF para investigação e o predomínio dos crimes de auxílio à
Página 83
83 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL imigração ilegal, falsificação de documentos e lenocínio. Os casamentos por
conveniência, conduta recentemente criminalizada pela Lei de Estrangeiros, estiveram
na origem de 18 inquéritos como crime predominante. Destaca‐ se ainda, ao nível dos
resultados, a execução de 142 detenções, 27 prisões (24 preventivas e 3 domiciliárias) e
a apreensão de 19 viaturas, 473 documentos e 16 armas.
No domínio da cooperação policial transfronteiriça, o SEF deu um contributo decisivo
na vertente prática do processo de criação e operacionalização dos CCPA. No final de
2008 encontravam‐ se em funcionamento os CCPA de Vilar Formoso e de Vila Real de
Santo António, decorrendo obras de adaptação nos CCPA de Quintanilha, Tui e Caia,
nestes dois casos da responsabilidade de Espanha.
Ao nível da actuação internacional, foi dada particular atenção ao acompanhamento da
política europeia comum de imigração, através da participação em 288 reuniões no
âmbito da União Europeia e em 149 iniciativas internacionais extra União. O SEF
garantiu a presença em missões internacionais na Moldávia, na Ucrânia e em Timor‐
Leste e na Agência Europeia Frontex, em Varsóvia. Destaque para a participação do SEF
nas operações e actividades desta Agência, inseridas no contexto da partilha de
responsabilidades no controlo das fronteiras externas da União Europeia.
No âmbito da cooperação internacional, uma nota para o 2.º Curso de Formação
Pedagógica Inicial de Formadores e de áreas técnicas para os Serviços congéneres dos
PALOP e a promoção de 18 acções de formação em Cabo‐ Verde, Guiné‐ Bissau,
Moçambique e Angola.
Quanto ao investimento financeiro é de assinalar a melhoria das infra‐ estruturas, no
valor de € 91.644,80; a aquisição de equipamento informático e de serviços de
desenvolvimento aplicacional no montante de € 2.244.740,00. Neste âmbito, destaca‐
se a renovação da Parte Nacional do Sistema de Informação Schengen (NSIS) e
renovação do Sistema Integrado de Informação do SEF, no valor de € 870.579,00, e o
projecto de Segurança Digital no Controlo de Fronteiras, no valor de € 1.046.791,00. Na
área da valorização de recursos humanos foram despendidas as quantias de
€103.783,00 em formação e € 273 100,00 na organização de diversos seminários.
A disponibilização de novos recursos Formação de recursos humanos
No que respeita aos recursos humanos, em 2008 registou‐ se um reforço dos diferentes
organismos, ditado pelo esforço de formação contínua dos seus quadros de pessoal,
Página 84
84 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL traduzido em muitas e diversificadas acções de formação (técnico‐ policial, gestão,
informática, jurídica, comportamental e pedagógica).
O início da formação de novos elementos na GNR e na PSP, nos termos da Estratégia de
Segurança 2008, a formação superior de mais Oficiais de ambas as forças de segurança,
a entrada para os quadros da Polícia Judiciária de quase 150 novos elementos, a
formação de mais elementos da Polícia Marítima, foram decisões oportunas que
conduziram a acções necessárias para garantir o indispensável rejuvenescimento do
corpo profissional que garanta a segurança dos cidadãos.
Todavia, e não menos relevante, foi o esforço de qualificação dos recursos humanos que
já se encontram no activo, tendo sido ministrados em 2008 centenas de cursos, no
conjunto das Forças e Serviços de segurança, a que corresponde um volume de
formação de várias dezenas de milhar de horas, envolvendo milhares de profissionais,
entre formandos e formadores.
Pela importância de que se revestiu, e pelo facto de ter resultado das competências ao
nível de coordenação do SGSI, destaca‐ se a organização do I Curso Nacional
Multidisciplinar em matéria de fraude e “roubo” de identidade, logística do crime
organizado, que teve lugar de 24 a 28 de Novembro de 2008, e surge na sequência da
conferência internacional subordinada ao mesmo tema, realizada em Tomar, no âmbito
da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, em Novembro de 2007,
sendo uma das actividades de follow‐ up apontadas nas suas conclusões.
Aplicando o conceito de cadeia de identidade, esta acção de natureza informativa e
formativa, abordou, entre outros aspectos, as fases desta cadeia e respectivas
interdependências (registo de identidade, produção/emissão de documentos que a
atestam, controlo/identificação), tecnologias disponíveis, nomeadamente em matéria
de documentação de segurança e de identidade digital e desafios que se colocam, por
via da sua evolução, à actividade policial e de investigação criminal.
Promovido em parceria com a Polícia Judiciária e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras,
contou ainda com a colaboração de entidades diversas
11
, com participantes das FSS que
compõem o Sistema de Segurança Interna
12
e outros interessados no sistema de
identidade, num total de 35 pessoas.
Apesar do âmbito nacional do curso, este incluiu oradores de França, Estados Unidos da
América, Holanda e Suíça, chamados a partilhar conhecimentos e experiências.
11 Academia Militar, Centro de Estudos Judiciários, Departamento de Investigação e Acção Penal, Direcção‐ Geral da
Administração da Justiça, Direcção‐ Geral de Contribuição e Impostos, Forças de segurança, Imprensa Nacional‐ Casa
da Moeda, Instituto de Registos e Notariado, Instituto Nacional de Engenharia Tecnologia e Inovação, Microsoft,
MULTICERT – Serviços de Certificação Electrónica, Prosegur e Sociedade Interbancária de Serviços, SIBS
12
Para além das referidas em 1, estiveram presentes elementos da PSP, GNR, DGSP, SIS, SIED e INAC,
Página 85
85 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Este curso pretendeu abrir um espaço para a partilha e disseminação de conhecimento
e informação sobre fraude e “roubo” de identidade. Este tipo de fenómenos revela‐ se,
cada vez mais, como global e instrumental à prática de outros ilícitos criminais, que só
podem ser prevenidos e combatidos com uma abordagem multidisciplinar e multi‐
institucional, num contexto de identidade segura.
Dos resultados desta iniciativa, sublinham‐ se o consenso em torno da necessidade e
importância de, no quadro do Sistema de Segurança Interna, dar continuidade a acções
deste género e a edificação conceptual de um plano nacional para a prevenção e luta
contra a fraude de identidade, cuja elaboração e discussão se previu para o primeiro
semestre de 2009. Este plano será arquitectado com as recomendações das várias
partes interessadas, públicas e privadas, que contribuíram para o Curso, nas matérias da
sua esfera de competências e terá como áreas estratégicas de intervenção as fases da
cadeia de identidade, com especial enfoque nas do registo e controlo. Nele, a segurança
da identidade será assumida como centralidade. Sem uma identidade segura, não existe
prevenção e luta eficazes contra os fenómenos da fraude e roubo de identidade e
contra a criminalidade que lhe está associada.
Com efeito, a discussão sobre os recursos humanos do Sistema de Segurança Interna
tem‐ se centrado, de há muito, na redutora contabilidade das entradas e saídas de novos
elementos, mas os dados disponibilizados neste Relatório dão conta na aposta que vem
sendo feita na actualização de conhecimentos, não estritamente técnicos, beneficiando,
em ultima ratio, o cidadão, pelo acréscimo de qualidade do serviço policial prestado.
Entende‐ se, para além desta formação “em sala”, que as acções de cooperação intra‐ e
internacional, a realização conjunta de exercícios, a constituição de equipas mistas
focadas em temas e iniciativas específicas, são modalidades de trabalho técnico‐ policial
com elevado valor acrescentado para a qualificação dos profissionais e para a melhoria
da qualidade da acção policial. Devem, por conseguinte, ser reconhecidos estes esforços
e incentivada a sua continuidade.
Aos meios já existentes, juntaram‐ se em 2008 novos meios para prosseguir esse
objectivo da qualificação, de entre os quais se destacam a construção das novas
carreiras de tiro e o alargamento dos conteúdos disponibilizados nas plataformas de e‐
learning.
Infra estruturas e equipamentos técnico policiais
No ano de 2008, no que respeita à Lei de Programação de Infra‐ Estruturas e
Equipamentos, o parque de instalações das Forças e Serviços de segurança beneficiou
da conclusão de 25 obras, das quais 17 foram efectuadas de raiz e 8 corresponderam a
Página 86
86 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
remodelações, maioritariamente destinadas à GNR. Estão também em curso 11 outras
obras, das quais 6 são de raiz e 5 de remodelação.
Há que ter presente o facto das novas instalações para as Forças e Serviços de
segurança, nomeadamente Esquadras da PSP e Postos Territoriais da GNR,
beneficiarem, desde 2007, mas com uma expressão material concretizada, pela primeira
vez, em 2008, das Recomendações Técnicas elaboradas pelo Laboratório Nacional de
Engenharia Civil (LNEC), numa cooperação técnica estreita com a DGIE, a GNR e a PSP.
Estas Recomendações Técnicas abrangem a totalidade dos domínios relacionados com a
concepção, programação, planeamento, execução e controlo da qualidade das
instalações construídas.
As aquisições em equipamento técnico‐ policial mobilizaram um investimento financeiro
muito relevante, que se traduz em domínios diversificados, de viaturas a equipamento
electrónico, de computação, de comunicações, e software.
Cooperação internacional Quadro europeu
Do extraordinário volume de actividade desenvolvida em 2008 no quadro da
cooperação da União Europeia no Espaço de Liberdade, Segurança e Justiça, a adopção
pelo Conselho das conclusões sobre o princípio da convergência e a arquitectura da
segurança interna, que deverão constituir a base do trabalho do Programa pós‐ Haia e
visam promover a aproximação operacional dos serviços de aplicação da lei dos Estados‐
membros, baseada no princípio do reconhecimento mútuo e da disponibilidade de
informação, é algo que não pode deixar de ser relevado nesta avaliação global.
Os programas de intercâmbio temporário de agentes, a harmonização de regras e
práticas que passam pela promoção do reforço da interoperabilidade de sistemas e
equipamentos, a preparação de exercícios conjuntos ou a organização de operações
conjuntas, simplificação dos procedimentos de intercâmbio e cooperação no quadro de
investigações de carácter transfronteiriço (equipas conjuntas de investigação), são
alguns dos ganhos que se podem esperar com esta maior convergência europeia em
matéria de assuntos internos. O ano de 2008 revelou a importância de os Estados‐
membros concordarem na necessidade de reforçar os dispositivos existentes,
nomeadamente através da definição de objectivos estratégicos e operacionais, que
permitam avaliar a ameaça que impende sobre os cidadãos, definir as prioridades da
União Europeia, definir o método para realizar essas prioridades e avaliar regularmente
as medidas tomadas. Simbolicamente, pode dizer‐ se que adopção da Decisão que cria o
Página 87
87 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Serviço Europeu de Polícia, que irá substituir a Convenção Europol a partir de 1 de
Janeiro de 2010, sinaliza uma mudança no paradigma da cooperação europeia nas
matérias que respeitam aos assuntos internos. Essa mudança poderia, ainda, ser
sinalizada pelo impulso que a criação de um sistema integrado de gestão de fronteiras
na União Europeia beneficiou em 2008, enquanto instrumento essencial para reforço da
segurança interna e também de facilitação da passagem nas fronteiras para os cidadãos
que pretendam entrar no território da União por motivos legítimos do espaço europeu.
O Sistema de Segurança Interna Português tem pela frente o desafio de uma crescente
integração europeia, configurada por uma nova arquitectura conceptual, e
materializada através de acções gradualmente mais participadas, com partilha cada vez
mais frequente de informação, uso de instrumentos interoperáveis, para reagir a
ameaças comuns e proteger, integradamente, uma comunidade de aproximadamente
500 milhões de habitantes. Esta visão faz‐ nos perceber a dimensão do projecto europeu
e a responsabilidade de cada organismo de polícia nacional na sua prossecução.
Cooperação técnico policial
O capital de prestígio internacional de que desfrutam, a elevada exigência da agenda da
cooperação internacional no mundo contemporâneo, e a grande aceitação junto dos
seus pares e das populações em geral, levam as Forças e Serviços de segurança
portugueses a desenvolver uma intensa actividade de cooperação internacional, grande
parte dela de âmbito técnico‐ policial, à qual deve ser dada a relevância proporcional.
Esta capacidade é extensiva a outros operadores de segurança, como é o caso da ANPC.
O entrosamento operacional é um requisito indispensável de qualquer sistema
integrado, e nesse sentido a cooperação técnico‐ policial revela‐ se útil para o seu
desenvolvimento.
Em 2008, exercícios e missões policiais como as que se destacam seguidamente,
cumpriram plenamente esse objectivo estratégico:
‐ EU Crisis Management Exercise 2008, cujo principal objectivo era efectuar uma missão
de manutenção de paz (de cariz civil) para uma missão de imposição de paz (de cariz
militar) num determinado local;
‐ O exercício de Força de Polícia da União Europeia através de Forças constituídas ao
nível de pelotão, que decorreu no Centre National d’Entrainement des Forces de
Gendarmerie, em St. Astier, França. Esta participação foi composta por 1 pelotão do CI,
constituído por 20 elementos;
Página 88
88 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL ‐ A operação Transpol Express, operação desenvolvida com base na criminalidade
praticada nos transportes ferroviários e que envolveu todos os Estados‐ membros. Esta
operação consistiu numa acção de combate à criminalidade geral no espaço União
Europeia com principal incidência na luta contra a imigração ilegal por via ferroviária e
criminalidade transfronteiriça, incluindo tráfico/posse de droga e tráfico/posse de armas
e explosivos. Estas acções tiveram lugar dentro dos comboios internacionais e nas
estações ferroviárias localizadas nas zonas fronteiriças. A nível nacional esta operação
foi coordenada e planeada pelo Gabinete Coordenador de Segurança em conjunto com
as forças e serviços;
‐ A Operação High Impact Operation Diligence, no âmbito da Presidência Francesa da
União Europeia, a Direcção Central da Polícia Judiciária Francesas e a Europol
organizaram uma operação conjunta europeia de alto impacto dirigida ao tráfico de
armas através das fronteiras externas da União Europeia. e os seus movimentos ilegais
dentro da União visando melhorar o intercâmbio de informações e a cooperação entre
as Forças e Serviços de segurança portugueses, e também aperfeiçoar a análise da
ameaça que a circulação de armas de fogo constitui na União Europeia;
‐ A Missão European Union Police Mission in Bosnia – Herzegovina, EUPM BiH;
• SARDINIA, no âmbito da protecção civil, incêndios florestais;
• UNIFIED BLADE, no âmbito da segurança militar;
• UUSIMAA, realizado na Finlândia, no âmbito da protecção civil, gestão de
consequências;
• PROCIV IV, no âmbito da protecção civil, testar meios em caso de sismo.
‐ EGEX 2008, no âmbito da Gendarmerie Europeia (EUROGENDFOR) a GNR organizou um
exercício multinacional envolvendo 9 países, no qual foi simulada a participação da
EUROGENDFOR numa missão militar da União Europeia em cenário de crise, em África,
assegurando a sua componente policial.
‐ A EUFOR ALTHEA – Bósnia –Herzegovina (EUROGENDFOR);
‐ A European Union Rule of Law Mission in Kosovo – EULEX Kosovo;
‐ A European Union Mission in support of security sector reform in the republic of
Guinea‐ Bissau – EU SSR Guinea Bissau;
‐ A European Union Police Mission in the Democratic Republic of Congo – EUPOL Congo;
‐ A United Nations Integrated Mission in Timor‐ Leste – UNMIT;
‐ A European Union Police Mission for the Palestian Territories – EUPOL COPPS;
‐ A European Union Monitoring Mission in Geórgia – EUMM GEÓRGIA.
Página 89
89 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Nota: Esta listagem tem um valor meramente ilustrativo e não dispensa a análise detalhada de todas as
iniciativas em que as Forças e Serviços de segurança portuguesas participaram (ver Capítulo 6,
para cada um dos organismos).
Os Centros de Cooperação Policial e Aduaneira são uma iniciativa que cabe destacar, por
duas ordens de motivos. Por um lado, exercitam uma cooperação bilateral alargada a
vários organismos (do lado português, SEF, PSP, GNR, PJ e DGAIEC; do lado espanhol, o
Cuerpo Nacional de Policia, Guardia Civil e Aduana). Por outro lado, porque promovem o
intercâmbio de informações policiais e apoio em operações policiais conjuntas junto às
fronteiras, cuja importância para a segurança nacional deve ser sublinhada.
O esforço de cooperação internacional, parte do qual poderia ser entendido como
actividade de assistência ao desenvolvimento, envolve sempre um volume considerável
de recursos humanos. Sem prejuízo de uma informação mais detalhada, disponibilizada
no Capítulo 6, entre elementos empenhados em missões de manutenção de paz,
formadores, oficiais de ligação, especialistas, estima‐ se que a cooperação internacional
tenha envolvido em 2008 aproximadamente 900 pessoas.
Página 90
90 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Resultados operacionais Volume da actividade operacional e indicadores de desempenho
A actividade operacional das Forças e Serviços de segurança aumentou
significativamente em 2008: na PSP, por exemplo, teve um aumento de 7%
(correspondendo a um total de 18.603 operações, de entre estas acções destacam‐ se
as rusgas, com 1.607 operações o que corresponde a um aumento de 8%); na GNR foi
ligeiramente menor. O SEF realizou 9.734 acções de fiscalização, o que representa um
aumento de 44,7% face ao ano anterior.
Por domínios de intervenção, é também possível reconhecer essa expansão do
Sistema, à qual não serão alheios os ganhos de produtividade que decorrem dos
investimentos que vêm sendo feitos, nomeadamente em termos de formação,
recursos materiais, novas tecnologias, e mais genericamente em desburocratização.
Assim:
9 A actividade processual da PSP teve um acréscimo de 11%, em face dos
resultados bastante animadores que resultaram da (nova) estrutura de
investigação criminal;
9 Cerca de 3.000 acções conjuntas realizadas (envolvendo meios de várias Forças
e Serviços de segurança);
9 O número de detenções efectuadas pela GNR e PSP ultrapassou, em 2008, as
62 mil;
9 Na actividade relativa ao controlo de armas e explosivos foram desenvolvidos
esforços bem sucedidos no sentido de intensificar a fiscalização, comprovados
pelos resultados obtidos: quase 4.600 armas apreendidas, das quais mais de
2.500 armas de fogo, e ainda mais de 2.300 armas de fogo
entregues/recuperadas. Quase 310 mil munições apreendidas e cerca de 5,5 kg
de explosivos apreendidos/entregues;
9 O Centro de Inactivação de Explosivos e Segurança em Subsolo (CIEXSS) da PSP
efectuou 1.296 buscas, 24 buscas em subsolo, detectando 5 engenhos
explosivos reais e 77 engenhos falsos. Também as equipas de inactivação de
engenhos explosivos (EIEE) da GNR efectuaram um total de 715 missões;
9 O volume de solicitações às forças de segurança diminuiu consideravelmente
(menos 11,4% na GNR e menos 13% na PSP);
9 No campo da segurança a acontecimentos desportivos, registaram‐ se 20.055
acções de policiamento, nas quais estiveram envolvidos mais de 85.000
Página 91
91 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
efectivos. Registaram‐ se 266 incidentes o que corresponde a um aumento de
30%;
9 Em termos de segurança rodoviária, foram registados 41.061 crimes, o que
traduz uma diminuição de 4,4% relativamente a 2007 e se inscreve numa
tendência positiva registada nos últimos anos. Neste domínio, realce para o
único aumento registado, o da condução com taxa de alcoolemia superior a
1,2g/l, que registou um aumento de 3,7% como resultado, também, de uma
mais apertada fiscalização.
9 Convergência da evolução da criminalidade rodoviária com a da sinistralidade,
permitindo inferir que 2008 se revelou um ano de maior acalmia neste
domínio.
Vítimas em Portugal continental, entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro (2006‐ 2008)
2006 2007 2008
Variação 2007‐ 2008
N %
Mortos 850 854 776 ‐ 78 ‐ 9.1
Feridos Graves 3.483 3.116 2.606 ‐ 510 ‐ 16.4
Feridos Leves 43.654 43.202 41.327 ‐ 1.875 ‐ 4.3
Total de Vítimas 47.987 47.172 44.709 ‐ 2.463 ‐ 5.2
9 Durante 2008, e no exercício da sua missão, há a lamentar um conjunto de
situações nas quais os agentes de autoridade foram vítimas, havendo a
lamentar uma morte e cinco feridos graves. Qualquer ocorrência desta
natureza deve merecer o mais vivo repúdio colectivo, e a prevenção destes
riscos tem que merecer máxima prioridade na gestão táctico‐ policial.
Ocorrências
Mortos
Feridos
Graves
Feridos
ligeiros
Feridos sem
necessidade de
tratamento médico
PSP 0 4 186 309
GNR 1 1 153 129
Total 1 5 339 438
Página 92
92 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL 5 - Descrição e análise das participações registadas Introdução Antes de se proceder à análise dos dados estatísticos relativos à criminalidade
participada à Guarda Nacional Republicana, à Polícia de Segurança Pública e à Polícia
Judiciária em 2008, importa retomar a referência feita no Capítulo anterior a um
conjunto de factores que terão tido influência no acréscimo do número de ocorrências
registadas, sobretudo no que diz respeito à área de competência da Polícia de
Segurança Pública.
Na verdade, importa ter presente o impacto resultante da alteração introduzida ao
dispositivo territorial das Forças de segurança que, não obstante ser uma reforma
essencial de há muito reclamada, e talvez mesmo por ter sido adiada por demasiado
tempo, dela resultam efeitos de ajustamento temporalmente muito circunscritos, mas
inevitáveis. A adaptação a novos contextos espaciais e sociais não poderia ser
efectuada num muito curto período, não sendo difícil admitir que, pelo menos
parcialmente, tenha contribuído para o aumento das ocorrências registadas no
segundo e terceiro trimestres do ano de 2008.
Importa sublinhar, com o mesmo rigor da afirmação precedente, que no último
trimestre do ano se observou já uma evolução positiva nos dados estatísticos dos
crimes participados, confirmando a ideia de uma rápida e progressiva adequação às
novas realidades. Assim, e apurando estatisticamente esse efeito de ajustamento, no
primeiro trimestre assistiu‐ se a um aumento de aproximadamente de 4,1%, no
segundo e terceiro trimestre as variações rondaram os 10%, baixando para 4,9% no
último trimestre.
Por outro lado, importa ter presente o peso relativo de alguns tipos de crime no
conjunto da criminalidade participada, nomeadamente o crime de violência doméstica,
Página 93
93 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL o crime de condução perigosa de veículo rodoviário (designadamente sob influência de
álcool) e o crime por condução sem habilitação legal.
A violência doméstica é responsável por, aproximadamente, 22% do aumento do
número total de participações criminais, a que não será alheia a alteração legislativa
ocorrida em 2007 e o esforço desenvolvido pelas Forças de segurança,
designadamente através das equipas especializadas criadas para a prevenção deste
crime.
Total de participações registadas Os dados analisados neste capítulo têm por fonte a Direcção‐ Geral de Política de
Justiça do Ministério da Justiça, e apenas no que diz respeito à criminalidade
participada aos órgãos de polícia criminal de competência genérica (Guarda Nacional
Republicana, Polícia de Segurança Pública e Polícia Judiciária), nos termos
metodológicos que são usados há mais de uma década no que à elaboração dos
Relatórios Anuais de Segurança Interna respeita.
A Guarda Nacional Republicana, tal como no ano anterior, apresenta um decréscimo
no número de ocorrências registadas.
Como se pode constar pelo gráfico supra, pese embora a Polícia de Segurança Pública
também apresente uma subida, o maior acréscimo percentual pertence à Polícia
Judiciária, em grande parte devido a quatro tipos de crime, a saber: “contrafacção ou
falsificação e passagem de moeda falsa”, “burla informática e nas comunicações”,
“lenocínio”e “incêndio/fogo posto em edifício, construção ou meio de transporte”.
Estes crimes, que representam 70% do acréscimo, resultam de uma maior actividade
Total de
421.037
participações
Acréscimo de
7,5%
GNR 190.074
casos
Decréscimo
de ‐ 1%
PSP 215.204
casos
Acréscimo de
15,2%
PJ 15.759
casos
Acréscimo de
22,7%
Página 94
94 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
a
signif
de ac
O au
pare
dispo
próx
Cr
Os c
deve
Polícia e,
icativo, efe
ções crimin
mento do
ce dever‐ s
sitivo terr
imos meses
imes contr
rimes cont
ser encara
Crimes com
frequên
Ofensa à
física sim
Violênc
contra
análog
Ameaç
(1
Difamaç
injúr
Outro
violênc
(3
no caso do
ctuadas as
osas.
número de
e em gran
itorial que
exigem um
Crimin
catego
a as pessoa
ra as pes
da como re
maior
cia
integridade
ples (32.672 )
ia doméstica
cônjuge ou
os (20.392 )
a e coacção
7.816 )
ão, calúnia e
ia (7.484 )
s crimes de
ia doméstica
crime de
necessária
participaç
de parte,
acompanh
a monitor
alidade
ria crim
as
soas são a
sultado de
Des
incêndio, e
s averigua
ões regista
como refe
ou a sua a
ização aten partic
inal segunda
repr
de 1
quai
nos
dom
repr
caso
segu
apre
signi
cate
desc
uma maio
cidas
xiste a con
ções não s
das pela Po
rido anter
cção duran
ta deste fac
ipada p
categoria
esentando
,5% traduz‐
s se devem
crimes rela
éstica, e
esentam u
s. Não fos
ro que
sentado u
ficativo o
goria que
endentes.
r eficácia e
Subid
vicção de q
e concluirá
lícia de Se
iormente,
te uma pa
tor.
or gran
com maio
23% do tot
‐ se em mais
aos acrésc
cionados
que
m acrésc
sem estes
esta c
m decrésc
número d
apresent
No entan
empenham
as
ue, em nú
pela exist
gurança Pú
à alteraçã
rte do an
de r peso rela
al. O acrés
1.421 caso
imos regist
com a viol
no con
imo de 6
crimes e
ategoria
imo, já q
e crimes
am tendê
to, esta su
ento das f
ência
blica
o do
o. Os
tivo,
cimo
s, os
ados
ência
junto
.474
seria
teria
ue é
desta
ncias
bida
orças
Página 95
95 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Crimes com maior
frequência
Furto em veículo
motorizado
(46.385 )
Outros Furtos
(37.232 )
Furto em residência
(29.654 )
Furto de veículo
motorizado
(25.255 )
Furto em edifício
comercial
(16.494 )
Furto por carteirísta
(14.931 )
de segurança, designadamente na diminuição de cifras negras, aproximando a
realidade criminal à realidade participada.
De entre as descidas, destacam‐ se pela diferença percentual face ao período anterior,
os crimes de ofensa à integridade física voluntária simples (‐ 10,9%), ofensa à
integridade física por negligência em acidentes de viação (‐ 23%), homicídio por
negligência em acidente de viação (‐ 22%), ameaça e coacção (‐ 9,5%) e difamação,
calúnia e injúria (‐ 11%).
Crimes contra o património
Na linha do que se tem vindo a
verificar em anos anteriores, os
crimes contra o património
continuam a representar a maior fatia
da criminalidade participada,
representando aproximadamente
57% do total. A variação apresentada
reflecte um aumento de 29.214
participações, sobretudo, em 74% dos
casos, pelas subidas observadas nos
crimes de furto em residência com
arrombamento, escalamento ou
chaves falsas (+7.330 casos), furto em veículo motorizado (+6.734 casos), outros furtos
(+4.681 casos), outros crimes contra a propriedade (+1.540 casos) e furto de veículo
motorizado (+1.303 casos).
Verificam‐ se, contudo diversas tendências contrárias, entre as quais se destaca o
furto/roubo por esticão (‐ 1,2%), furto em estabelecimento de ensino (‐ 8,8%), burla
para obtenção de alimentos, bebidas ou serviços (‐ 23%) e extorsão (‐ 10%).
Crimes contra a vida em sociedade
A terceira categoria a apresentar uma subida é a respeitante aos crimes contra a vida
em sociedade, igualmente a terceira em termos de peso relativo, representando 11,2%
do total. Esta categoria regista mais 2.845 casos participados, principalmente devidos,
em 95% dos casos, aos acréscimos registados nos crimes de contrafacção ou
falsificação e passagem de moeda falsa (+1.467 casos), condução de veículo com taxa
de álcool igual ou superior a 1,2 g/l (+762 casos) e a detenção ou tráfico de armas
proibidas (+548 casos). A subida observada nesta categoria deve‐ se, em grande
Página 96
96 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Cond
Contrafa
Incêndi
Inc
const
Falsif d
Deten
Crim
com m
frequê
Cr
casos
em a
atent
funci
cong
Cr
Por f
tem
3.488
direit
Crimes co
frequê
ução com TAS
cção ou falsifi
moeda fals
o/fogo posto e
arvoredo
êndio/fogo po
rução ou meio
e doc Cunhos
pesos ou med
ção ou tráfico d
(1.98
•Des
cas
•Res
sob
•Out
aut
es
aior
ncia
imes contr
). Estes sã
nos anteri
atório do
onário púb
ratulação p
imes previ
im, temos
um peso r
casos fora
os de auto
ra a proprie
m maior
ncia
>1,2 g/l (21.35
cação e passag
a (9.375 )
m floresta, ma
(5.934 )
sto em edifício
de transp. (2.4
, marcas, chan
idas (2.140 )
e armas proíb
9 )
obediência (2
os)
istência e coa
re funcionário
ros crimes co
oridade públi
a o Estado
o, também
ores se ma
respeito qu
lico no exe
elos decrés
stos em leg
os crimes
elativo de
m a condu
r (‐ 491 ca
dade indus
9 )
em de
ta ou
,
03 )
celas,
idas
.878
cção
(1.571 )
ntra a
ca (487)
, os crimes
nifestou p
e é devido
rcício das
cimos verif
islação pen
previstos e
7,7%. Os c
ção sem ha
sos), a exp
trial (‐ 183 c
medid
já qu
crime
sobre
de arm
positiv
Capítu
mais repre
reocupação
à instituiç
suas funçõ
icados.
al avulsa
m legislaçã
rimes que
bilitação le
loração ilíc
asos).
a, a uma m
e estes trê
s típicos de
tudo no ca
as proibid
amente,
lo anterior
Os crim
categor
relativo
o seu
descida
particip
496 ca
coacção
sentativos
pelo aum
ão policial
es, também
o penal av
mais contr
gal (‐ 2.418
ita de jogo
aior activid
s crimes
mera par
so da dete
as, será me
como m
deste Rela
es contra
ia que te
, apenas 1
decréscimo
do
ações por d
sos) e po
sobre fu
desta cate
ento deste
e mais ge
agora ca
ulsa, categ
ibuíram pa
casos), os c
(‐ 392 cas
ade das Fo
não consti
ticipação o
cção ou tr
smo de reg
encionado
tório.
o Estado s
m menor
,3%, e que
, sobretud
número
esobediên
r resistênc
ncionário
goria. Tal c
tipo de i
nericamen
be uma no
oria difusa
ra a descid
rimes cont
os) e os c
rças,
tuem
que,
áfico
istar
no
ão a
peso
deve
o, à
de
cia (‐
ia e
(‐ 176
omo
lícito,
te ao
ta de
que
a de
ra os
rimes
Página 97
97 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
t
ocor
corre
crim
apes
de 2
ultra
Condu
habilitação
ca
Crimes
direitos de
ca
ro deste s
rências, o
spondente
inalidade m
ar de preoc
004 e 2006
passado no
ção sem
legal (18.723
sos)
contra os
autor (666
sos)
Crimes co
frequ
Furto/ro
Extors
Pirataria aére
da av
Resistência e c
Crimin
egmento e
que repre
a mais 2
ais grave t
upante, es
registam
s anos 200
Tráfico
estupefacien
caso
Emissão de
sem provis
caso
m maior
ência
Descida
ubo por esticão 5.3
ocorrências)
ão190 casos (‐ 21 o
a e outros crimes c
iação 0 casos (‐ 1 o
oacção sobre func
(‐ 170 ocorrência
alidade
specífico d
senta um
.370 casos
er um peso
te ano não
valores ab
1, 2002, 20
de
tes (3.584
s)
cheques
ão (614
s)
s
57 casos (‐ 67
corrências)
ontra a segurança
corrência)
ionário 1.571 caso
De entre
se o tráfic
crimes re
(+28,4%)
(+130%).
violen
e criminal
acréscimo
. Todavia,
relativo de
é aquele on
solutos ma
04, 2005 e
s
Homicídio
Of. à integr
Rapto, seque
Violaçã
Roubo na vi
c
Roubo a ba
crédito
Roubo a teso
c
Roubo
combustív
Roubo a m
22
Outros
Associa
Motim, in
crim
m
o de estupe
lacionados
e o furto
ta e gra
idade regis
de 10,8
deverá ate
apenas 5,
de se regis
is elevados
2006.
Subidas
voluntário consum
(+12 ocorrências
idade física grave
ocorrências)
stro e tomada de
(+51 ocorrências
o 317 casos (+11 oc
a pública (excepto
asos (+511 ocorrên
nco ou outro estab
230 casos (+122 oc
uraria ou estação
asos (+92 ocorrênc
a posto de abastec
el471 casos (+230
otorista de transpo
8 casos (+10 ocorrê
roubos 4.226 caso
ocorrências)
ções criminosas 29
ocorrências)
stigação ou apolog
e 5 casos (+4 ocorr
os desta c
facientes (
com a i
de motor
ve ta‐ se um
% relativa
nder‐ se ao
8%. Import
taram mai
e o seu p
ado 145 casos
)
760 casos (+98
reféns 493casos
)
orrências)
esticão) 10.171
cias)
elecimento de
orrências)
de correios 124
ias)
imento de
ocorrências)
rtes públicos
ncias)
s (+1.484
casos (+6
ia pública do
ências)
ategoria re
+15,2%), o
migração
de embarc
total de 24
mente a 2
facto de
a ressalvar
s casos ‐ os
eso relativ
alça‐
utros
ilegal
ação
.317
007,
esta
que,
anos
o foi
Página 98
98 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Evolução do peso relativo da criminalidade violenta e grave em relação ao total da
criminalidade participada, entre 1998‐ 2008
Evolução da criminalidade violenta e grave entre 1998‐ 2008
Importa ainda realçar que o aumento de 5,8% verificado no quarto trimestre de 2008
representa uma forte desaceleração deste tipo de criminalidade em relação ao
terceiro trimestre, onde se registou um aumento de 16,8%. Todo o esforço
desenvolvido por parte das Forças e Serviços, muito do qual já referido no capítulo
anterior, foi determinante para os resultados obtidos neste último trimestre.
Página 99
99 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Os crimes de roubo na via pública, o furto/roubo por esticão e a resistência e coacção
sobre funcionário continuam a ser os mais representativos, sendo que globalmente
têm um peso relativo de 70%.
Este acréscimo resulta, sobretudo, dos aumentos observados nos crimes de roubo na
via pública (excepto esticão) com mais 511 participações e na categoria outros roubos
com mais 1.484 ocorrências. Assim, pode‐ se constatar que, dos 2.379 casos,
aproximadamente 2.000, se devem a estes dois tipos de crimes. De entre os
acréscimos existem alguns que merecem particular destaque pelo aumento registado
este ano. São eles o roubo a banco ou outro estabelecimento de crédito, com uma
variação de +113%, o roubo a posto de abastecimento de combustível, com uma
variação de +95% e o roubo a tesouraria ou estação dos CTT, com uma variação de
+287,5%.
Vários factores terão contribuído para o acréscimo anormal registado nestas três
tipologias criminais. A título exemplificativo, refiram‐ se os seguintes:
As medidas de prevenção situacional que vêm sendo adoptadas pelos diversos
actores da segurança, originam que, em muitas situações, os proventos de cada
crime sejam particularmente reduzidos;
O facto de um mesmo grupo, no mesmo período temporal e em áreas específicas,
ser responsável por um elevado número de registos criminais;
A opção, por parte dos autores deste tipo de crimes, por “alvos” que possibilitem o
acesso a “dinheiro vivo”, reduzindo assim os riscos e dificuldades com processos
subsequentes ao nível da receptação;
Acresce ainda referir que os sucessos obtidos ao nível da investigação criminal,
permitindo esclarecer muitas vezes algumas dezenas de crimes praticados por um
único grupo ou suspeito, não são objecto do mesmo tratamento e impacto estatístico.
Análise mais pormenorizada de alguns tipos de crimes que integram esta
categoria
Homicídios
No nosso país, muitos dos casos de homicídio resultam, essencialmente, da
degradação, levada às máximas consequências, das relações interpessoais,
sejam familiares – o que constitui a maioria dos casos – sejam de vizinhança –
ainda que motivado por litígios que se podem classificar como desprezíveis em
face da desproporção das suas consequências.
Página 100
100 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Em Portugal, o homicídio doloso, assente em desígnios criminosos mais
profundos e radicais, dos quais resulta um acentuado e genérico desprezo da
vida humana, continua a ser meramente residual.
Em 2008 verificou‐ se uma variação de 9% que, em termos absolutos,
corresponde a um acréscimo de 12 casos no conjunto do ano.
Estando aqui em causa a criminalidade participada e não a criminalidade
investigada, importa ter em devida conta, e uma vez mais, que uma vez
investigadas as causas da morte, nem sempre se concluirá pela existência de
crime doloso.
Nos casos em que efectivamente se está perante um crime de homicídio
doloso, a taxa de resolução apresentada pela Polícia Judiciária mantém os
elevadíssimos padrões de qualidade a que estamos habituados – sobretudo
quando comparados internacionalmente – sempre superior a 60%. E esta
conclusão não resulta sequer beliscada pelo facto de os valores apresentados a
31 de Dezembro poderem ser lidos diferentemente já que, tendo cerca de um
terço dos crimes sido executados na parte final do ano em apreço,
naturalmente ainda não estão concluídas as investigações e só aparentemente
produzem uma variação.
Rapto, sequestro e tomada de reféns:
Nesta categoria incluem‐ se três tipos de crimes juridicamente próximos mas
que apresentam algumas particularidades que importa explicitar, em particular
no caso de sequestro. O número de registos do crime de sequestro está longe
de corresponder ao número de ilícitos efectivamente ocorridos. Em muitos dos
casos, são denunciados crimes de sequestro como tentativa de justificação de
ausências não fundamentadas, sobretudo de jovens adolescentes e cônjuges,
quando a realidade dos factos, investigada, se vem a verificar ser bem diversa.
O número de factos que efectivamente integram o crime de sequestro não
corresponde, nem de perto, nem de longe, àquele que resulta das estatísticas,
sobretudo assentes nas participações iniciais. De facto, desde a entrada em
vigor da Lei de Organização Criminal de 2000, nas situações em que ocorrem
limitações à liberdade de acção da vítima durante a execução de crimes contra
a propriedade (e.g. no caso dos roubos), o crime é para ser classificado como
sequestro e roubo, dado que, desse facto, resulta a atribuição da competência
investigatória a diferentes OPC’s. Porém, do ponto de vista jurídico, na
esmagadora maioria das situações existe um concurso meramente aparente e
não real de crimes. Resulta assim inflacionado o número de sequestros face
Página 101
101 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL àquilo que resulta em sede de investigação e, sobretudo, já nas fases de
acusação e julgamento.
A variação ocorrida em 2008 é, assim, decorrente do aumento do número de
roubos em que a vítima se encontra limitada na sua liberdade de acção na
execução deste crime, mais do que por força de um aumento efectivo do
número de sequestros propriamente ditos.
Violação
O crime de violação, na linha de outros tipos de crime que afectam a esfera
jurídica mais íntima dos cidadãos e que assume consequências estigmatizantes
profundas, é daqueles que, tipicamente, apresentarão maiores cifras negras
(isto é, não são participados). Porém, uma progressiva consciencialização dos
direitos que assistem às vítimas, sustenta a hipótese de uma maior propensão à
sua participação, com uma consequente maior confiança nos mecanismos de
aplicação da Justiça, uma melhor preparação dos operadores e um
generalizado sentimento social de apoio à vítima em lugar do, outrora,
sentimento estigmatizante. Nestes termos, não será de excluir, e pelo contrário
defender, que a variação detectada se traduza, afinal, na aproximação entre a
criminalidade real e a criminalidade participada e não um real aumento da
primeira.
Furto/roubo por esticão:
O número de furtos/roubos por esticão, em 2008, mantém‐ se relativamente
estável face ao período anterior (menos 67 casos, correspondentes a menos
1,2%) o que merecerá estudo mais aprofundado na medida em que, sendo um
tipo de crime violento por natureza, não acompanhou a tendência geral da
criminalidade ou, tão pouco, a criminalidade mais violenta e grave. O
decréscimo neste tipo de crime poderá estar associado tanto ao facto de as
pessoas não transportarem habitualmente muito “dinheiro vivo” nas bolsas
(optando pelo “dinheiro de plástico”), como à actuação efectiva das Forças de
segurança, ao terem conseguido deter alguns dos indivíduos que se dedicavam
a esta prática e, como se sabe, tal se repercute nos casos ocorridos pela alta
relevância da reincidência que este crime encerra.
Roubo a banco e instituições de crédito:
O roubo a bancos e outras entidades financeiras obedece ainda à ideia
enraizada de que é nestes locais que se poderá obter, por meios violentos,
dinheiro fácil, o que, como se sabe, está longe de corresponder à verdade, pelo
Página 102
102 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL menos nos termos que, em Portugal, este tipo de crimes são mais comuns (o
do mero roubo das quantias disponíveis em caixa aos balcões). Mais cientes
desse facto, os criminosos experientes não executam roubos a bancos ou,
fazendo‐ o, não se limitam ao dinheiro que se encontra mais disponível. Resulta
da análise dos factos investigados que a esmagadora maioria dos roubos a
bancos se situa no primeiro caso, normalmente realizados por indivíduos
solitários, pouco preparados e não poucas vezes, sem antecedentes policiais.
Nestas circunstâncias, o roubo a bancos, aparece‐ nos como um crime de
repetição, sendo normal que a recolha do conjunto de indícios bastantes e
suficientes para identificar de forma segura os agentes dos crimes só seja
possível após a colheita de elementos dispersos que foram sendo deixados no
cenário dos crimes anteriores perpetrados pelo(s) mesmo(s) autor(es).
Registou‐ se, em 2008, uma variação de mais 122 casos, e tendo em
consideração o baixo número absoluto antecedente, tal variação corresponde a
um aumento de 113%. Sintomático é o facto de, não obstante o exponencial
aumento do número de registos, o volume dos montantes roubados em 2008
ser inferior ao de 2007.
Aliás, pese embora não estejam desagregados na tabela oficial de notação
estatística, é importante referir que os roubos a veículos de transporte de
valores, que exigem elevados padrões de preparação e execução, sofreram um
decréscimo de 29,1%.
Roubo a tesourarias da Fazenda Pública e estações dos correios:
Vale para os roubos a tesourarias da Fazenda Pública e a estações dos correios
o que se referiu relativamente aos roubos a bancos, sendo que nesta categoria
são praticamente inexistentes os roubos por grupos mais organizados.
Pelas mesmas causas, anteriormente apontadas, verifica‐ se um aumento (92
casos) correspondente a um aumento percentual de 287,5%, dado que a base
inicial era, ainda, substancialmente menor.
O aumento do número de roubos a estações dos correios poderá resultar ainda
de um processo de transferência de alvos. As medidas de protecção dos bancos
e o aumento das actividades financeiras, sobretudo em “dinheiro vivo”, tornam
estes alvos particularmente apetecíveis e sem dificuldades e riscos de execução
acrescidos.
O volume dos montantes roubados, tendo subido, não acompanhou em igual
valor percentual o número de ocorrências, donde resultou um significativo
decréscimo do valor médio por roubo.
Página 103
103 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL De acordo com os dados disponibilizados pela Polícia Judiciária, relativamente
aos roubos a bancos e outras instituições financeiras, repartições da Fazenda
Pública, postos dos correios e veículos da Fazenda Pública, o número de
detenções efectuadas em 2008 aumentou 32,5% relativamente a 2007 e a taxa
de resolução aumentou cerca de 35%, em igual período.
A taxa de resolução dos roubos a dependências bancárias, estações dos
correios e empresas de transporte de valores subiu para 50%, valor
extremamente apreciável até em termos internacionais.
Roubo a motorista de transportes público
Este é um tipo de crime de difícil prevenção que em muitas das vezes, ocorre
por uma conjugação de factores ocasionais que leva à prática do crime.
Contudo, é necessário ter em conta os milhares de transportes públicos que
todos os dias circulam em território nacional, constatando‐ se que em relação
ao universo o número de crime é bastante residual. Importa destacar que os
anos 1998, 1999 e 2000 registaram valores mais elevados.
Outros roubos
Esta categoria residual de roubos é a que, do ponto de vista absoluto (mais
1.484 casos) e relativo (54%), apresenta variação positiva mais significativa.
Nesta categoria inserem‐ se crimes como o roubo a farmácia, a ourivesaria, de
viaturas, entre outros, que merecem neste Relatório uma análise mais
discriminada como se poderá observar mais adiante, neste capítulo.
Extorsão
A extorsão apresenta uma variação negativa de 21 casos que, tal como nos
anteriores, representa uma variação percentual significativa (‐ 10%) face à
reduzida dimensão da base de partida.
A extorsão, em termos gerais, surge habitualmente associada a um conflito
prévio, seja cível, como um incumprimento contratual, seja criminal, como
todos aqueles associados aos tráficos de natureza diversa. Quando concorre
com outras situações em que a vítima se encontre em situação de particular
fragilidade – por exemplo, quando a vítima seja, ela própria, agente de outros
tipos de crime – este tipo de crime não é normalmente participado.
Associações criminosas:
Importa explicitar que a previsão do crime de associação criminosa obedece ao
preenchimento de um conjunto de requisitos muito exigentes, sendo que, do
ponto de vista da classificação policial da criminalidade participada, os critérios
Página 104
104 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL geralmente utilizados não são tão exigentes. Donde, sob esta categoria
poderão ter sido classificadas verdadeiras associações criminais, como tal
consideradas do ponto de vista jurídico‐ penal e, bem assim, participações por
factos que, nesse momento, se revelem sob formas de criminalidade,
complexa, organizada ou, até, transnacional, mas que nem sempre, no
contexto do inquérito judicial, se concluirá serem, efectivamente, como tal
consideradas.
Resistência e coacção sobre funcionário:
O número de participações recebidas pelas Forças de segurança desceu 170
casos, correspondente a menos 9,8%. O reforço da autoridade do Estado
através de uma postura mais assertiva dos profissionais das Forças e Serviços
de segurança, e do próprio desenvolvimento de estratégias que se revelam
eficazes na prevenção dos conflitos, poderão ter contribuído para a melhoria
deste importante indicador.
Página 105
105 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Nota
Tal c
Faro,
ocor
Ao a
em
apre
sofrid
: Decorren
preenchi
com ano
apenas c
Seguran
omo está r
Aveiro e B
rências regi
nalisar as v
15 Distrito
senta‐ se um
a.
Anális
Distrit
te da alt
mento do
s anterior
om base n
ça Pública.
epresentad
raga, cont
stadas.
ariações o
s e Regiõe
a pirâmid
R
e da cr
o eração dos
local do cr
es, optou‐
os dados d
o no gráfic
inuam a do
bservadas e
s Autónom
e ordenada
Leiria 16.060
Aveiro 26.087
Coimbra 14.540
Lisboa 110.211
C. Branco 5.67
Porto 64.575
Guarda 3.953
Faro 28.278
V Castelo 7
Viseu 8.763
Bragança 4.38
V Real 6.147
Setúbal 38
A Açores 10.9
Braga 25.173
iminalid
critérios
ime e visa
‐ se por pro
a Guarda
o seguinte,
minar no
m 2008, c
as. Assim
por ordem
casos (+15%
casos (+14,5%
casos (+13,7%
casos (+10,4%
3 casos (+8,6%
casos (+7,2%)
casos (+7,2%)
casos (+6,6%)
.114 (+5,8%)
casos (+5,6%)
8 casos (+5,4%
casos (+3,8%)
.532 (+3,2%)
76 casos (+1,5%
casos (+0,1%)
ade pa
seguidos p
ndo não af
ceder à co
Nacional R
os Distrito
que diz res
onstata‐ se
, para um
decresce
Da
do
cas
Av
dis
de
bas
De
de
San
Au
reg
)
)
)
)
)
)
)
rticipad
ela Políci
ectar a ba
mparação
epublicana
s de Lisboa
peito ao m
a existênci
a mais fác
nte pelo v
leitura c
is gráficos,
os mais
eiro, Lisb
tritos com
participaç
tante acen
entre o
stacam‐ se
tarém e
tónoma d
istarem um
a por a Judiciári
se compar
entre Dis
e da Políc
, Porto, Set
aior núme
a de acrésc
il identific
alor da var
omparada
retira‐ se q
relevantes
oa e P
elevadas
ão e varia
tuadas.
s decrésc
o Distrito
a R
a Madeira
a conside
a no
ativa
tritos
ia de
úbal,
ro de
imos
ação,
iação
dos
ue os
são
orto,
taxas
ções
imos,
de
egião
por
rável
Página 106
106 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
diminuição do número de o
Decrés
corrências
cimos
.
•Beja 3.689
•R. A. Made
•Portalegre
•Évora 4.69
•Santarém 1
casos (‐ 7%)
ira 7.514 cas
3.157 casos
1 casos (‐ 3,7
4.719 casos
os (‐ 3,8%)
(‐ 3,7)
%)
(‐ 0,04%)
Página 107
107 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Tráfico de estupefacientes (DADOS FORNECIDOS PELA POLÍCIA JUDICIÁRIA)
Drogas Apreendidas e Fluxos
Quantidades de drogas apreendidas
Em 2008 continuou a registar‐ se uma significativa capacidade de apreensão de drogas
ilícitas por parte das Forças e Serviços de segurança. As tabelas seguintes apresentam os
principais tipos de drogas ilícitas apreendidas durante o ano de 2008 em todo o
território nacional, permitindo uma comparação directa com o ano anterior.
As unidades de medida utilizadas para a sua contabilização são o grama e a unidade,
consoante a natureza e a apresentação da substância.
Em termos globais, no que concerne às quantidades de estupefacientes apreendidos e
em comparação com o ano de 2007, constata‐ se um aumento significativo das
quantidades de heroína (+9,70%), haxixe (+37,23%), e uma redução de cocaína (‐
33,76%) e ecstasy (‐ 0,16%) apreendidas.
DROGA APREENDIDA (GRAMAS / UNIDADES) / ORGANISMOS - 2007/2008
ORGANISMOS HEROÍNA/07 HEROÍNA/08 COCAÍNA/07 COCAÍNA/08 HAXIXE/07 HAXIXE/08 ECSTASY/07 ECSTASY/08
P.J. 30.898,341 11.420,140 6.761.383,259 3.609.081,610 32.283.023,154 44.410.305,153 54.640 61.114
G.N.R. 9.751,824 22.161,033 28.711,712 15.496,849 11.048.199,884 13.613.167,917 15.026 2.528
P.S.P 19.727,310 33.701,250 19.852,312 71.410,628 200.334,375 305.536,085 898 6.590
D.G.A.I.E.C. 889,000 514.285,520 1.052.042,228 300,300
D.G.S.P. 454,057 424,569 1.185,220 351,396 4.197,928 4.648,339 27 244
P.M. 37.000,000 126.621,000 1.087.551,361 2.903.140,000
S.E.F. 569,600 2.406,900 374,060
TOTAL 61.720,532 67.706,992 7.362.987,623 4.877.410,611 44.623.680,762 61.237.097,794 70.591 70.476
VARIAÇÃO % 9,70 -33,76 37,23 -0,16
* As apreensões de ecstasy nas quais o estupefaciente apresentava a forma de moído ou em pó, foram convertidas em unidades, conforme Portaria 94/96 de 26 de Março.
NÚMERO DE APREENSÕES / DROGA / ORGANISMOS - 2007/2008
ORGANISMOS HEROÍNA/07 HEROÍNA/08 COCAÍNA/07 COCAÍNA/08 HAXIXE/07 HAXIXE/08 ECSTASY/07 ECSTASY/08
P.J. 68 50 162 118 134 95 8 6
G.N.R. 332 351 273 315 712 780 68 45
P.S.P. 816 797 772 830 1.089 1.242 38 39
D.G.A.I.E.C. 117103 2
D.G.S.P. 94 123 22 35 326 441 3 7
P.M. 1 5 7 13
S.E.F. 2 4 2
TOTAL 1.311 1.321 1.369 1.410 2.270 2.573 117 97
VARIAÇÃO % 0,76 2,99 13,35 -17,09
Página 108
108 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL No que respeita ao número de apreensões, em termos globais e comparativamente a
2007, registou‐ se uma tendência crescente generalizada, com a excepção do ecstasy
(‐ 17,09%), para a heroína (+0,76%), cocaína (+2,99%), e haxixe (+13,35%).
Proveniência e destino da droga apreendida
As próximas tabelas mostram a proveniência e o destino das drogas apreendidas no
âmbito do tráfico internacional, permitindo identificar algumas das rotas mais utilizadas
no ano de 2008 para a introdução de diversos produtos estupefacientes, quer em
território nacional, quer no espaço europeu.
No tocante à heroína, as principais proveniências identificadas são a Espanha e a
Holanda. A Holanda é ainda o principal país de origem identificado para o ecstasy.
Quanto à cocaína, as maiores apreensões referenciam a Venezuela, a Argentina, a
Gâmbia, o Brasil, o Panamá e Cabo Verde como sendo os países que merecem maior
destaque. Relativamente ao haxixe, a proveniência mais referenciada continua a ser
Marrocos e Espanha.
Os dados disponíveis permitem concluir que em 2008 foram referenciadas um total de
55 rotas de tráfico internacional, sendo que em 24 desses fluxos a droga apreendida
tinha como destino final o nosso país, o que significa que em matéria de tráfico
internacional o território nacional é maioritariamente utilizado como ponto de trânsito
para outros destinos: Espanha (12), Holanda (4), Reino Unido (4) Itália (2), França (2),
Senegal (1), Guiné‐ Bissau (1), África do Sul (1), Áustria (1), Alemanha (1), Bélgica (1), e
Hungria (1).
UNIDADE : GRAMA
TIPO DROGA PROVENIÊNCIA DESTINO QUANTIDADE
ESPANHA PORTUGAL 1.487,540
HOLANDA PORTUGAL 526,000
ALEMANHA PORTUGAL 33,100
FRANÇA PORTUGAL 9,800
MARROCOS PORTUGAL 7,500
DESCONHECIDO 65.643,052
67.706,992
PROVENIÊNCIA / DESTINO DA DROGA / 2008
HEROÍNA
Página 109
109 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Transportes
No que concerne aos meios utilizados no transporte de importantes quantidades de
estupefaciente, verifica‐ se que:
PROVENIÊNCIA / DESTINO DA DROGA / 2008
UNIDADE : GRAMA
TIPO DROGA PROVENIÊNCIA DESTINO QUANTIDADE
VENEZUELA PORTUGAL 1.473.334,600
ARGENTINA PORTUGAL 626.622,800
GÂMBIA PORTUGAL 514.400,000
BRASIL ESPANHA 201.331,260
BRASIL PORTUGAL 158.774,000
PANAMÁ ESPANHA 129.445,000
CABO VERDE ESPANHA 102.000,000
BRASIL SENEGAL 45.665,000
BRASIL GUINÉ BISSAU 45.170,000
REPÚBLICA DOMINICANA PORTUGAL 43.335,000
VENEZUELA ESPANHA 30.483,714
GUINÉ BISSAU PORTUGAL 19.206,684
BRASIL ÁFRICA DO SUL 15.290,000
SENEGAL PORTUGAL 13.774,110
BRASIL HOLANDA 13.455,000
PERU ESPANHA 11.595,000
BRASIL ITÁLIA 10.453,560
BOLÍVIA ESPANHA 7.775,000
MALI ESPANHA 7.730,000
BRASIL REINO UNIDO 7.560,000
VENEZUELA HOLANDA 7.420,000
SENEGAL ESPANHA 5.727,650
BRASIL FRANÇA 5.130,000
VENEZUELA ITÁLIA 4.694,500
ARGENTINA HOLANDA 4.650,000
ANGOLA PORTUGAL 4.175,000
GUINÉ BISSAU ESPANHA 3.454,550
SENEGAL REINO UNIDO 3.400,000
BRASIL ÁUSTRIA 3.285,000
ARGENTINA ESPANHA 3.224,000
VENEZUELA ALEMANHA 3.084,140
CABO VERDE PORTUGAL 2.980,000
BRASIL BÉLGICA 2.905,000
SENEGAL HOLANDA 2.795,000
GUINÉ CONACRI PORTUGAL 1.862,860
GUINÉ BISSAU FRANÇA 1.470,960
COSTA RICA PORTUGAL 1.080,000
SENEGAL HUNGRIA 1.070,000
ESPANHA PORTUGAL 436,740
TRINDADE E TOBAGO REINO UNIDO 400,000
JAMAICA REINO UNIDO 132,000
FRANÇA PORTUGAL 0,400
DESCONHECIDO 1.336.632,083
4.877.410,611
COCAÍNA
Página 110
110 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL ¾ Na heroína, os principais meios de transporte utilizados foram o terrestre
(automóvel ligeiro) e o transporte aéreo (avião).
¾ Relativamente à cocaína, o transporte marítimo foi o mais evidente, seguido dos
terrestres (automóvel ligeiro) e o transporte aéreo (avião).
¾ No que concerne ao haxixe, o transporte terrestre e o marítimo são os mais
representativos.
¾ No ecstasy, o meio de transporte mais relevante é o terrestre (automóvel
ligeiro).
Bens e valores apreendidos
No âmbito do esforço de repressão do tráfico de estupefacientes, as autoridades
nacionais lograram a apreensão dos seguintes bens:
¾ 642 Viaturas, das quais 573 ligeiros, 4 pesados, 5 mistos, e 60 motos;
¾ 16 Embarcações;
¾ 222 Armas;
¾ 3 116 Telemóveis;
¾ 1 Imóvel e;
TRANSPORTES / TIPO DROGA / 2008
GRAMA UNIDADE
HEROÍNA COCAÍNA HAXIXE ECSTASY
AÉREO AERONAVE 5.188,160 723.348,634 6.057,570
OUTROS 1.512,700 392,100 7.374,770
TRANSPORTE EMBARCAÇÃO 7,500 2.315.773,000 21.023.665,800
MISTO 2.035.003,591
OUTROS 684.396,000 18.257.494,780
PESADO PASSAGEIROS 566,500 5.549,500 3.493,480
COMBOIO 2.283,960 389,230 1.218,600
LIGEIRO 33.295,457 1.091.005,992 2.137.423,944 66.893
LIGEIRO DE MERCADORIAS 71,760 429,990 170.684,371 263
MISTO 4,860 5.339.357,714
PESADO 500,700 6.900.350,000
MOTOCICLO 77,526 75,877 1.827,579
OUTROS 23.400,271 18.158,733 99.174,180 1.896
2,850 3.185,954 4.715,918 6
TRANSPORTE DESCONHECIDO 1.295,448 34.204,901 5.249.255,497 1.418
TOTAL GERAL 67.706,992 4.877.410,611 61.237.097,794 70.476
TRANSPORTE TERRESTRE
POSTAL
Página 111
111 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL ¾ 1.798.229 €, e o equivalente a 23.761 € noutras divisas.
Intervenientes e detidos
Como se pode constatar, registou‐ se um decréscimo, ainda que pouco significativo,
apenas no número de indivíduos detidos de nacionalidade estrangeira.
No quadro que se segue, podemos observar os dados relativos aos intervenientes
detidos e não detidos, por tipo de droga em 2008.
LIG. PES. MIST. MOT. MOEDA (€) MOEDA ESTRANGEIRA
P.J. 107 4 3 3 9 43 720 1 € 441.801 € 8.564
G.N.R. 259 1 32 6 68 1.030 € 386.835 € 646
P.S.P. 207 1 25 111 1.295 € 925.441 € 3.365
D.G.A.I.E.C. 60 € 19.597 € 10.687
D.G.S.P. 5 € 254
P.M. 1
S.E.F. 6 € 24.300 € 498
TOTAL 573 4 5 60 16 222 3.116 1 € 1.798.229 € 23.761
BENS E VALORES APREENDIDOS / ORGANISMOS / 2008
ORGANISMOS
VIATURAS
BARCOS ARMAS TELEM. IMÓVEIS
DINHEIRO
As divisas estrangeiras apreendidas no ano de 2008 foram convertidas para euros no dia 29 de Janeiro de 2008, tendo por base o site www.dhl.pt
Portugueses 2007 2008 Variação 07/08
DETIDOS 3.140 3.152 0,38%
NÃO DETIDOS 1.091 1.152 5,30%
TOTAL 4.231 4.304 1,70%
Estrangeiros 2007 2008 Variação 07/08
DETIDOS 821 778 -5,53%
NÃO DETIDOS 151 195 22,56%
TOTAL 972 973 0,10%
DETIDO 1.376 1.605 2.222 131
NÃO DETIDO 375 280 713 27
TOTAL 1.751 1.885 2.935 158
Nota:
Importa referir que o total de intervenientes (detidos e não detidos) apresentados no quadro supra difere do número real de
individuos constituídos arguidos pois apenas se encontram distribuidos por associação aos quatro principais tipos de drogas,
sendo que alguns individuos se encontram associados em simultâneo a mais que um tipo de droga.
SITUAÇÃO DO INTERVENIENTE
HEROÍNA COCAÍNA HAXIXE ECSTASY
Página 112
112 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Relativamente às nacionalidades, continua a verificar‐ se uma predominância clara dos
cidadãos nacionais. Quanto aos cidadãos estrangeiros, destacam‐ se os pertencentes aos
seguintes países: Cabo Verde, Guiné‐ Bissau, Brasil, Espanha, Angola, Ucrânia, Marrocos,
Alemanha, Venezuela, França, Reino Unido, Roménia, São Tomé e Príncipe, e Colômbia.
O território português situa‐ se no ponto mais ocidental da União Europeia, tendo uma
extensa fronteira marítima externa (Schengen) a sul e a oeste com o atlântico (última
fronteira para os continentes da América e de África), e uma extensa fronteira terrestre
interna (Schengen) a norte e leste com Espanha.
Em Portugal, a lógica do tráfico de estupefacientes desenvolve‐ se em duas vertentes
que de forma teórica se podem representar:
¾ De âmbito nacional, na qual decorrem as lógicas negociais que visam o
abastecimento dos mercados a retalho com vista a satisfação dos mercados de
consumo;
¾ De âmbito transnacional, na qual decorrem lógicas negociais internacionais que
visam a introdução de estupefaciente fundamentalmente para a Europa,
constituindo o território nacional um ponto de entrada e trânsito de
estupefaciente para outros países.
Todavia, as lógicas negociais, e as rotas enunciadas, assim como as quantidades
traficadas e apreendidas no nosso país variam em função do posicionamento
geoestratégico de cada tipo de estupefaciente, quer no que respeita à sua origem
geográfica ao nível da produção e dos processos de transformação, quer no que
concerne aos potenciais espaços onde se poderá proceder ao escoamento da produção,
e obter as maiores margens de lucro.
Desse modo, se consultarmos os últimos Relatórios de Situação, Monografias
Especializadas, e de Estatística, elaborados pelos serviços da Polícia Judiciária,
verificamos que no que respeita à heroína e ao ecstasy as lógicas negociais que
decorrem em território nacional correspondem essencialmente à dinamização negocial
de grupos diferenciados em função do nível em que se encontram na espiral de
abastecimento do mercado de consumo, existindo uma dinâmica intensa com Espanha e
com a Holanda, quer com recurso à via terrestre, quer à via aérea.
No que concerne à dinâmica encetada tendo como centro o tráfico de cocaína e de
haxixe, existem lógicas internas similares às referidas nos casos do tráfico de heroína e
de ecstasy. Todavia, atendendo à localização geográfica dos locais onde se processam a
produção e transformação do haxixe e da cocaína, respectivamente no continente
africano, e no continente sul‐ americano, o território nacional continental constitui‐ se
Página 113
113 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL um apetecível ponto de entrada e essencialmente de trânsito de estupefaciente
particularmente para a Europa.
O haxixe é essencialmente transportado por via marítima e introduzido em território
continental com recurso a desembarques efectuados na costa, de onde a droga é
transportada para “sítio seguro” a aguardar seguimento essencialmente por via
terrestre. De forma menos recorrente a via aérea não comercial poderá ser utilizada não
só para proceder à introdução de haxixe em território nacional, como para efectuar o
trânsito para outros países. Existem cada vez mais situações de grupos de médio
espectro que recorrem a correios de droga para, por via terrestre através de Espanha,
alcançarem Marrocos e aí procederem ao transporte (muitas das vezes transportadas no
interior do organismo) de quantidades significativas de haxixe que visam o
abastecimento local.
A cocaína é transportada em quantidades bastante importantes por via marítima, ora
recorrendo a desembarques, ora a contentores, nos quais a droga é transportada em
conjunto com mercadorias legítimas, utilizando para o efeito empresas legítimas de
importação e exportação, ou constituindo propositadamente empresas para o efeito.
Por outro lado, a via aérea tem sido bastante utilizada para introdução de quantidades
significativas de cocaína nos diversos mercados europeus, constituindo os aeroportos
nacionais pontos de trânsito e redireccionamento. Esta forma de transporte tem
constituído um meio rápido, directo e imediato de abastecimento dos mercados. A
aviação não comercial tem também sido utilizada para proceder ao transporte de
quantidades substanciais de cocaína, da América Latina para a Europa, com escala em
vários países do continente Africano.
Os dados foram trabalhados na vertente puramente quantitativa e mostram
sucintamente, entre outros indicadores, os resultados relativos às quantidades de
estupefacientes apreendidas, ao número de apreensões, às apreensões de bens e
valores, e às detenções.
Os resultados estatísticos apresentados têm como fonte os Formulários TCD [Tráfico e
Consumo de Droga], Modelo A, relativo a substâncias, e Modelo B, respeitante a
intervenientes, recebidos e tratados na Secção Central de Informação Criminal da DCITE
(Polícia Judiciária), até ao dia 9 de Janeiro de 2009.
As iniciativas orientadas para a resolução de criminalidade específica
Em 2008 houve consideráveis ganhos no desenvolvimento de programas especiais de
policiamento, nomeadamente comunitário, mas igualmente na gestão técnico‐
operacional de determinada criminalidade.
Página 114
114 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Análise de alguns tipos específicos de programas e iniciativas de combate à criminalidade Neste capítulo decidiu‐ se analisar alguns programas e iniciativas que congregam esforços das
entidades oficiais (Forças e Serviços de segurança; Ministérios; Câmaras Municipais, entre
outros) e entidades particulares (associações, comerciantes, escolas, entre outros) e que tiveram
especial relevo no ano em análise
Queixa electrónica
Este Sistema entrou em funcionamento no dia 31 de Janeiro de 2008, visando facilitar a
apresentação de queixas relativas a um conjunto de dezoito crimes, num suporte que
garanta uma maior proximidade da Administração Pública ao cidadão (Portaria n.º
1593/2007, de 17 de Dezembro).
Através deste sistema, integrado no Programa Simplex do MAI, é possível a
apresentação de queixas relativas a um conjunto de dezoito crimes, de entre os quais o
a violência doméstica e o tráfico de seres humanos. Este sistema destina‐ se a ser
utilizado por pessoas singulares, devidamente identificadas, nacionais ou estrangeiras,
residentes em Portugal ou presentes em território nacional que pretendam reportar
situações que não constituam uma emergência ou que não requeiram uma resposta
imediata das Forças ou Serviços de Segurança (casos em que utentes devem utilizar os
meios habituais).
No âmbito do III Plano Nacional contra a Violência Doméstica (III PNCVD) (RCM 83/2007
de 22 de Junho), uma das medidas previstas (área 2, medida 5) refere‐ se à possibilidade
de serem apresentadas queixas de violência doméstica à GNR ou à PSP de forma
electrónica. A DGAI, enquanto serviço coordenador do grupo intra‐ ministerial para a
implementação deste Plano e entidade com responsabilidades ao nível da
monitorização e gestão da Base de Dados de Violência Doméstica (BDVD), tem
acompanhado e fornecido contributos para o projecto SQE desde Agosto de 2007.
No passado mês de Julho de 2008, foi estabelecido um protocolo com a Ordem dos
Advogados, de modo a que estes, enquanto representantes legais dos seus clientes
possam também utilizar este Sistema.
O processo de apresentação de queixa, implica a identificação da pessoa que utiliza o
sistema, e o encaminhamento para a entidade competente só tem lugar após validação
Página 115
115 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL e confirmação da identidade da mesma. Esta identificação pode ocorrer de uma de
quatro formas: através de assinatura digital com recurso ao cartão do cidadão; através
da confirmação a partir de uma conta VIACTT; mediante a assinatura digital de
advogado credenciado pela Ordem ou através da confirmação presencial junto de
qualquer posto da GNR, esquadra da PSP, balcões do SEF em loja do cidadão, bem como
nas estações dos CTT.
Entre 31 de Janeiro de 2008 a 31 de Janeiro de 2009 foram recepcionadas, via SQE,
1.249 queixas, correspondendo a uma média mensal de 104 queixas.
O crime mais reportado foi o furto, seguindo‐ se a burla, o dano, a ofensa à integridade
física simples, e o roubo.
Os meses em que se registaram mais queixas foram Junho e Outubro, em relação aos
dias da semana, a 2ª feira e a 6ª feira foram aqueles em que se registaram mais queixas
e o período do dia preferencial para a sua apresentação foi o diurno (tarde e manhã).
Cerca de 80% dos/as denunciantes são do sexo masculino.
A forma de identificação mais utilizada foi a presencial (71,5%) e nos restantes casos
recorreu‐ se à VIACTT.
Farmácia segura
Com a assinatura, em Maio de 2006, de um protocolo entre o Ministério da
Administração Interna e a Associação Nacional de Farmácias nasceu o Projecto
“Farmácia Segura”. A necessidade de reforçar os mecanismos de segurança que visem
prevenir e combater a criminalidades nas farmácias, através de uma mais eficaz
articulação com as forças de segurança, levou à planificação e à realização de projectos
relacionados com o estudo, promoção e incremento de medidas de segurança no
âmbito das farmácias, associadas na ANF.
No ano de 2008 procurou reforçar‐ se a articulação entre as Forças de segurança e as
Farmácias, promovendo localmente reuniões de trabalho entre os diversos
responsáveis.
Deu‐ se continuidade à realização de acções de formação sobre “Boas Práticas de
Segurança em Farmácias”, através da realização de 4 sessões nos distritos de Lisboa,
Évora, Guarda e Porto, que contaram com a presença de cerca de uma centena de
responsáveis das farmácias. A simulação de um roubo em farmácia permitiu aprofundar
os aspectos relacionados com as medidas comportamentais a ter em consideração
nestas circunstâncias.
Página 116
116 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL No âmbito da segurança passiva das instalações, deu‐ se início ao processo de ligação
das farmácias às forças de segurança, o que permitirá que durante ou após a ocorrência
de um roubo possa ser emitido um sinal para uma central de alarmes das forças de
segurança. Durante o presente ano prevê‐ se que este sistema entre efectivamente em
funcionamento.
Para melhor compreensão do fenómeno criminal associado a esta actividade, procedeu‐
se à georeferenciação de todas as farmácias, bem como à introdução dos dados
criminais existentes, correlacionando‐ os com a farmácia respectiva.
No ano 2008 registaram‐ se 159 casos de roubos a farmácias, mais 100 casos que no ano
anterior.
Escola segura
O Programa do Governo elegeu como opções estratégicas fundamentais no domínio da
segurança dos cidadãos e da humanização da escola, o desenvolvimento de mecanismos
de coordenação intersectorial, a articulação eficaz dos recursos existentes e a
disponibilização dos meios indispensáveis para garantir a tranquilidade e a segurança da
comunidade escolar.
O Programa Escola Segura, enquanto iniciativa conjunta do Ministério da Administração
Interna e do Ministério da Educação, tem como finalidade prioritária assegurar amplas
condições de segurança a toda a comunidade escolar, seja através da melhoria da
eficácia dos meios humanos e materiais existentes para esse fim, seja, também, pela
adopção de metodologias de prevenção primária e secundária das situações de risco
presentes no quotidiano de todos os que integram essa comunidade escolar.
Por ser uma iniciativa conjunta do Ministério da Administração Interna e do Ministério
da Educação, a análise dos dados referentes à segurança escolar exige uma visão global
do fenómeno, compreendendo o interior e as imediações dos estabelecimentos de
ensino. Essa exigência foi imposta pelo Despacho Conjunto nº 25 650/2006, de 19 de
Dezembro (DR II Série nº 242), do Ministério da Administração Interna e do Ministério
da Educação, que determina a elaboração de um plano único de actividades e de um
relatório comum, de que cabe, a ambos, dar público conhecimento.
Nesse sentido, estabeleceu‐ se a harmonização dos critérios na recolha de dados por
parte das várias entidades com responsabilidade nesta matéria (PSP, GNR e
Observatório da Segurança nas Escolas, do Ministério da Educação). Por outro lado, para
evitar a duplicação do registo de ocorrências, no ano lectivo de 2007/2008 as forças de
segurança contabilizaram exclusivamente os casos registados no exterior dos
Página 117
117 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
estabelecimentos de ensino, enquanto o Observatório de Segurança Escolar recolheu os
casos registados no interior das escolas.
Cumpre, ainda, salientar que a informação reportada neste capítulo é referente ao ano
lectivo e não ao ano civil uma vez que este Programa se encontra estruturado em
função do calendário escolar.
O Programa Escola Segura é garantido por agentes policiais devidamente treinados e
preparados para este tipo de acção, apoiados por viaturas exclusivamente dedicadas à
vigilância e à protecção da população escolar. As escolas abrangidas pelo Programa
Escola Segura beneficiam, assim, de uma vigilância reforçada e de uma relação directa
com os agentes policiais responsáveis pelo seu policiamento. Esta vigilância é
assegurada através do patrulhamento em horários e percursos definidos, de acordo com
as necessidades específicas de cada Escola.
Este Programa é diariamente assegurado por 539 elementos das Forças de segurança
(211 militares da GNR e 328 agentes da PSP), que têm, ao seu dispor, 361 viaturas
ligeiras (202 na GNR e 159 na PSP) e 104 motociclos (36 na GNR e 68 na PSP).
Escolas e Alunos Abrangidos e Meios Envolvidos no Programa Escola Segura (07/08)
PSP GNR TOTAL
Número de Escolas abrangidas 3.023 9.209 12.232
Alunos abrangidos pelo Programa 1.079.568 811.640 1.893.262
Elementos Policiais afectos ao Programa 328 211 539
Viaturas Ligeiras afectas ao Programa 159 202 361
Motociclos/scooters 68 36 104
Fonte: PSP e GNR
Numa componente essencialmente pedagógica e de contacto com as comunidades
educativas, as forças de segurança desenvolvem regularmente acções de sensibilização
e de formação nas escolas. Nesse âmbito, a PSP promoveu um total de 3.061 acções de
sensibilização, de formação e demonstrações nas escolas. Estas acções envolveram um
total de 334.247 alunos, 136.428 pais/encarregados de educação, 16.043 professores e
5.754 elementos policiais.
Acções de sensibilização/formação/demonstrações/exercícios de prevenção desenvolvidas pela PSP, em colaboração com as escolas e as autarquias
Página 118
118 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
N.º de Alunos
N.º de
Professores
N.º de
Pais
Polícias
Envolvidos
Total
Visitas
AVEIRO 16.115 1.105 1.040 666 300
BEJA 2.160 118 85 67 59
BRAGA 2.431 240 67 68 2
BRAGANÇA 4.367 420 0 85 33
CASTELO BRANCO 2.240 206 30 71 30
COIMBRA 4.468 321 152 97 70
ÉVORA 12.996 658 120 6 1
FARO 12.670 613 119 332 133
GUARDA 1.937 124 0 41 11
LEIRIA 5.086 363 309 260 83
LISBOA 30.345 1.224 730 610 520
PORTALEGRE 4.649 445 624 129 23
PORTO 144.577 3.587 127.114 1.157 825
SANTARÉM 6.174 1.843 1238 113 100
SETÚBAL 21.362 1.133 192 580 266
VIANA DO CASTELO 1.994 23 40 15
VILA REAL 4.600 220 423 10 112
VISEU 3.630 238 46 78 48
MADEIRA 37.859 1.999 3.610 1.161 77
AÇORES 14.587 1.163 529 183 353
TOTAL 334.247 16.043 136.428 5.754 3.061
Por seu turno, a GNR desenvolveu 6.630 acções de sensibilização e de informação,
realizou 473 demonstrações e efectuou 1.136 visitas às subunidades.
Acções de sensibilização, formação, demonstrações e visitas às subunidades promovidas pela GNR no ano lectivo 2007/2008 Acções de Sensibilização e
Informação
Demonstrações
Visitas às
Subunidades
Total
Básicas
2º / 3º
ciclo
Sec Básicas
2º / 3º
ciclo
Sec
4.401 1.641 588 261 137 75 1.136 8.239
Considerando que as ocorrências participadas no interior dos estabelecimentos de
ensino são registadas pelo Observatório de Segurança Escolar do Ministério da
Educação, as análises seguintes reportam‐ se, apenas, às participações referentes às
áreas envolventes das escolas.
Página 119
119 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
No ano lectivo de 2007/2008, as forças de segurança registaram 1.457 participações, no
âmbito do Programa Escola Segura. Destas participações, 248 (17%) foram reportadas à
GNR e 1.209 (83%) à PSP.
Ocorrências participadas às Forças de segurança no ano lectivo 2007/2008
GNR PSP TOTAL
Total de ocorrências 248 1.209 1.457
Fonte: PSP e GNR
Ocorrências participadas às Forças de segurança no ano lectivo 2007/2008
Em relação ao tipo de ocorrências registadas, verifica‐ se que os “roubos” (22.6% do
total) e as “ofensas à integridade física” (33.2%) são os mais frequentes. Paralelamente,
observa‐ se que as situações mais graves possuem, isoladamente ou em conjunto, uma
percentagem muito baixa de ocorrências.
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
GNR PSP TOTAL
GNR
PSP
TOTAL
Página 120
120 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Ocorrências participadas às Forças de segurança, por tipo de crime (07/08)
Tipo de Ocorrência
Participações
%
Relativamente
ao total
PSP GNR Total
Ameaça de Bomba 2 0 2 0.1
Furto 118 31 149 10.2
Roubo 296 32 328 22.6
Posse/uso de arma 18 5 23 1.6
Vandalismo/dano 99 16 115 7.9
Injúrias/ameaças 111 17 128 8.8
Ofensa à Integridade Física 405 79 484 33.2
Posse/consumo de estupefacientes 26 9 35 2.4
Ofensas Sexuais 55 20 75 5.1
Outros 79 39 118 8.1
TOTAL 1.209 248 1.457 100
Fonte: PSP e GNR
Cumpre salientar, contudo, que as ocorrências registadas pelas forças de segurança não
abrangem exclusivamente membros da comunidade educativa mas, todo e qualquer
fenómeno criminal nas imediações da escola.
Em relação à distribuição geográfica das ocorrências, verifica‐ se que a média nacional de
ocorrências por escola foi de 0,11. Os distritos de Faro, Lisboa, Porto e Setúbal e a
Região Autónoma da Madeira registaram um número superior à média.
No que concerne ao rácio de ocorrências por 10.000 alunos, verifica‐ se que Setúbal
(13.1), Faro (11.3) e Porto são os distritos que apresentam valores mais elevados. Por
outro lado, a Região Autónoma dos Açores (0.7), Évora (1.5) e Vila Real (1.6) são aqueles
com um índice mais baixo de ocorrências por aluno.
Página 121
121 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Ocorrências participadas às Forças de segurança, por distrito/região (07/08)
Distrito/Região GNR PSP TOTAL
N.º de
Escolas
N.º de
Alunos
Rácio
ocorrência/
escola
Rácio
ocorrência/
10.000 alunos
AVEIRO 8 52 60 1.106 134.287 0.05 4.5
BEJA 0 6 6 278 23.304 0.02 2.6
BRAGA 12 39 51 1.082 150.736 0.05 3.4
BRAGANÇA 2 16 18 239 24.396 0.08 7.4
CASTELO BRANCO 13 1 14 333 40.670 0.04 3.4
COIMBRA 7 19 26 606 58.711 0.04 4.4
ÉVORA 1 3 4 255 26.917 0.02 1.5
FARO 12 68 80 361 68.192 0.22 11.7
GUARDA 3 13 16 399 27.792 0.04 5.8
LEIRIA 9 28 37 780 77.553 0.05 5.2
LISBOA 47 466 513 1.471 455.383 0.35 11.3
PORTALEGRE 2 3 5 125 17.549 0.04 2.8
PORTO 19 321 340 1.913 341.391 0.18 10.0
SANTARÉM 9 11 20 742 75.885 0.03 2.6
SETÚBAL 68 100 168 527 127.820 0.32 13.1
VIANA CASTELO 9 17 26 313 38.789 0.08 6.7
VILA REAL 6 0 6 399 36.934 0.02 1.6
VISEU 21 3 24 890 67.095 0.03 3.6
MADEIRA ‐‐ 39 39 160 44.232 0.24 8.8
AÇORES ‐‐ 4 4 253 53.572 0.02 0.7
TOTAL 248 1.209 1.457 12.232 1.891.208 0.11 7.7
Fonte: PSP e GNR
Página 122
122 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Roubos a ourivesarias
A actividade criminosa associada ao sector das ourivesarias, com destaque para os
roubos, é uma realidade para a qual o Ministério da Administração Interna, através do
Sistema de Segurança Interna e das forças de segurança continua a acompanhar. Em
2008 foram elaborados um conjunto de procedimentos de segurança preventiva a
adoptar pelos ourives ambulantes. Além disso iniciou‐ se o processo de georeferenciação
de todas as ourivesarias em paralelo com uma base de dados dedicada a este tipo de
criminalidade.
No que respeita à análise propriamente dita da criminalidade, verifica‐ se que no ano em
análise se observou um decréscimo de 4,6%, tendo‐ se registado um total de 103 casos.
Este crime é praticado, na sua grande maioria, por grupos de indivíduos e com recurso a
armas de fogo.
Postos de abastecimento de combustível
Desde há alguns anos que o MAI tem vindo a desenvolver um programa integrado e
permanente no âmbito dos postos de abastecimento de combustíveis, visando a
melhoria das condições objectivas de segurança contra acções criminosas através de um
conjunto de acções constantes. Assim, com o objectivo de delinear e aprovar medidas
de prevenção nesta área e, bem assim, efectuar o seu permanente acompanhamento
foi criada em 2002 a Comissão de Segurança nos Postos de Abastecimento de
Combustíveis.
Em 2008 o Programa Abastecimento Seguro integrou 168 postos de abastecimento de
combustíveis, envolvendo o MAI a Associação Nacional de Revendedores de
Combustíveis (ANAREC), a Associação das Empresas Petrolíferas (APETRO) e a Fundação
Vodafone Portugal. Com o protocolo firmado entre o MAI, 9 empresas de segurança
privada e 2 associações deste sector os cerca de 1000 postos de abastecimento a que
estas empresas prestam serviços de segurança passaram a integrar o Programa
Abastecimento Seguro. No entanto as formas e o grau de integração destes postos de
abastecimento é, por enquanto, diferenciado.
Foi efectuado um conjunto significativo de sessões formativas, num total de 19,
distribuídas por todo o território continental, onde foram abordados aspectos de
segurança passiva e medidas comportamentais a ter em atenção por parte dos
funcionários dos postos de abastecimento de combustíveis.
Página 123
123 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Os dados registados indicam um acréscimo acentuado deste tipo de criminalidade,
observando‐ se um total de 471 casos, o que representa mais 230 casos que no ano
anterior.
Transporte de tabaco
O projecto “Transporte Seguro de Tabaco” teve início no ano de 2008. A criminalidade
associada a este sector levou à elaboração de um folheto informativo, num trabalho
conjunto entre o Sistema de Segurança Interna, a GNR, a PSP e a Associação Nacional de
Grossistas de Tabaco. Este folheto contém um conjunto de conselhos ao nível das
medidas de segurança passivas e comportamentais que deve ser tido em consideração
pelos agentes desta área de actividade.
Como complemento, foram efectuadas 4 sessões de esclarecimento, nos distritos de
Lisboa, Porto, Setúbal e Braga, com a participação da GNR e da PSP, que foram
unanimemente reconhecidas como muito úteis e importantes para a criação de uma
melhor ligação e articulação entre o sector e as forças de segurança, além de os alertar
para algumas medidas que podem colocar em prática com o objectivo de prevenir este
tipo de ilícitos.
No ano de 2008 registaram‐ se 47 casos, mais 7 que no ano anterior. É um crime que é
praticado na maioria dos casos por grupos de indivíduos e com recurso à arma de fogo
(dados GNR e PSP).
Projecto “Polícia Automático”
No âmbito das políticas contra a criminalidade violenta e grave, especificamente o
fenómeno do carjacking, destacam‐ se os protocolos entre o Ministério da
Administração Interna, a Associação Portuguesa de Seguradores e as empresas
seguradoras, como uma das formas de promover a prevenção e o combate a este tipo
de crime. Essencial para o Projecto foi a disponibilidade das empresas seguradoras em
colaborar, reforçar meios das forças de segurança, através da cedência de
equipamentos de reconhecimento automático de matrículas para a execução do
projecto‐ piloto “Polícia Automático”. Este projecto prevê a instalação de equipamentos
em viaturas da GNR e da PSP, possibilitando um aumento de eficácia operacional na
prevenção da criminalidade associada ao furto e roubo de veículos, particularmente o
praticado com recurso à violência, mas também na verificação e combate às situações
de ilegalidade na circulação rodoviária.
Página 124
124 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Roubo de viaturas
O roubo de veículos com recurso a violência, na presença do condutor, cuja designação
importada – carjacking – rapidamente entrou no léxico da segurança em Portugal,
continuou, em 2008, a registar um aumento no número de ocorrências, mantendo uma
tendência iniciada em 2007, a qual despertou então uma especial atenção das Forças de
segurança para o fenómeno.
Sob esta tendência e não obstante as medidas identificadas e propostas por um Grupo
de Trabalho específico criado sob a tutela do MAI, e as adoptadas pelas Forças de
segurança, foram participados em 2008, à GNR e PSP, 597 crimes, traduzindo assim um
aumento de cerca de 22,59% face aos 487 casos participados em 2007.
Lisboa, com 231 incidentes, Porto com 151 e Setúbal com 131 continuaram, em 2008, a
ser os distritos com um maior número de ocorrências, representando cerca de 86% do
total de casos participados à GNR e PSP, utilizados nesta análise.
Neste ilícito criminal maioritariamente praticado no período compreendido entre as
19H00 e a 01H00 (cerca de 40% dos casos) e por grupos de 2 a 4 indivíduos (em cerca de
70% dos casos), a utilização de arma continua a constituir elemento característico,
tendo sido referida a sua utilização em cerca de 67% dos incidentes participados.
Violência doméstica
O crime de violência doméstica foi objecto de uma tipificação muito recente – nos
termos da última revisão do Código Penal (artº. 152º), cuja entrada em vigor ocorreu em
2007 (Lei n.º 59/2007, de 4 de Setembro). Esta nova tipificação incorporou um conceito
de violência doméstica diferente, pela sua maior abrangência, do até então utilizado
pelas Forças de segurança, e cujo registo se operacionalizava através do mapa de
notação estatística (Despacho 16/98, de 9 de Março do Ministro da Administração
Interna). Ficou, agora, consagrada uma descontinuidade com a série estatística anterior,
permitindo uma captação mais fina e substantivamente mais eficaz para conhecer o
fenómeno da violência doméstica.
O III Plano Nacional contra a Violência Doméstica (PNCVD), aprovado através da
Resolução do Conselho de Ministros nº 83/2007, de 22 de Junho, consagrou na Área
Estratégica de Intervenção 2 — Proteger as Vítimas e Prevenir a Revitimação – a Medida
5.2 — Implementação da base de dados de violência doméstica para recolha e análise
estatística das denúncias e ocorrências reportadas às forças de segurança.
Página 125
125 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL A Lei n.º 51/2007, de 31 de Agosto, que veio definir os objectivos, prioridades e
orientações de política criminal para o biénio de 2007‐ 2009, em cumprimento da Lei n.º
17/2006, de 23 de Maio, que aprovou a Lei‐ quadro da Política Criminal, faz alusão aos
programas específicos de prevenção de certas formas de criminalidade, invocando a
violência doméstica e as modalidades da sua prevenção.
Em cumprimento destas orientações, as forças de segurança, que há cerca de uma
década haviam inscrito a prevenção da violência doméstica e o apoio às vítimas no seu
planeamento operacional, através de programas concretos, como foi o caso do
Programa INOVAR, criaram equipas exclusivamente dedicadas à prevenção e
investigação criminal deste ilícito. Na PSP, as EPAV ‐ Equipas de Proximidade e de Apoio
à Vítima ‐ foram constituídas na decorrência do Programa Integrado de Policiamento de
Proximidade (Directiva Estratégia n.º 10/2006 de 15 de Maio). Na GNR, os Núcleos
Mulher e Menor (NMUME) – assumiram‐ se como uma valência especialmente dedicada
à prevenção, acompanhamento e investigação das situações de violência exercida sobre
as mulheres, sobre as crianças e sobre outros grupos específicos de vítimas.
Existem, presentemente, no dispositivo da PSP 142 Salas de Atendimento e Apoio às
vítimas de crime. Em 2008 as EPAV totalizaram, a nível nacional, um efectivo médio de
cerca de 240 Agentes, desenvolvendo actividade de âmbito preventivo, processual e
investigatório, e de apoio às vítimas.
Na GNR, que dispõe actualmente de 249 salas de apoio à vítima nos seus Postos
Territoriais, esse efectivo médio terá sido em 2008 de aproximadamente de 220
militares, integrando NMUME e Equipas de Investigação e Inquérito (EII).
Em termos metodológicos, opta‐ se primeiro pela apresentação dos dados globais
fornecidos pelas Forças de segurança, em termos do total de queixas recepcionadas, e
em seguida é feita uma análise mais detalhada, recorrendo para tal aos registos por
estas inseridos na Base de Dados de Violência Doméstica (BDVD).
Registo das participações
Em 2008 foram recepcionadas pela PSP 63,6% das ocorrências e as restantes (36,4%)
pela GNR.
Registou‐ se um aumento significativo do número de ocorrências participadas às forças
de segurança entre 2007 e 2008, especialmente no caso da PSP (+35,2%).
Dois a três, em cada mil habitantes de Portugal, apresentaram em 2008 uma queixa de
violência doméstica às forças de segurança. Os Açores e a Madeira apresentam taxas de
incidência superiores (5,2 e 3,8, respectivamente).
Página 126
126 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Em termos de taxas de incidência por comarca, destacam‐ se a nível nacional: Ribeira
Grande, São João da Madeira, Nordeste, Ponta Delgada, Povoação, Porto, Sintra e Horta
(todas com taxas de incidência acima de 5 casos por mil habitantes).
Em 2008, foram recebidas pelas forças de segurança, em média, 2312 queixas por mês e
76 queixas por dia. Na PSP, uma média mensal de 1471 e diária de 48 e na GNR de 841 e
28 respectivamente.
Em 2008, os meses de Verão foram aqueles em que mais queixas foram recepcionadas,
especialmente o Agosto (93 queixas diárias). No caso da GNR, os meses de Agosto e
Setembro de 2008 tiveram um maior “peso” do que o verificado em 2007. Na PSP a
distribuição das queixas ao longo dos meses, nomeadamente os de maior “peso”, entre
Junho e Setembro, foi mais regular.
Principais dias de registo das queixas: 2ª Feira e Domingo, estando o primeiro dia mais
associado à GNR e o segundo à PSP.
Hora de recepção das participações – principalmente à noite e à tarde. Queixas
efectuadas de manhã e à tarde associadas à GNR e as realizadas à noite e de madrugada
associadas à PSP.
Em 2008 aumento especialmente significativo do número de queixas relativamente a
2007, em algumas das comarcas de São Miguel e diminuição em algumas comarcas de
Página 127
127 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL ilhas pertencentes ao grupo central e à Ilha de Santa Maria. No caso da Madeira a
distribuição das queixas pelas cinco comarcas foi homogénea entre 2007 e 2008.
Denunciantes
Geralmente, são a própria vítima, do sexo feminino, casados/as e com idade média de
40 anos. Em 2008 a proporção de casos em que o/a denunciante é testemunha, e é do
sexo masculino foi mais elevada do que o verificado em 2007.
Vítimas
Geralmente, são do sexo feminino (85%), casadas, idade média de 39 anos, possuem
uma relação conjugal com o/a denunciado/a e não dependem economicamente do/a
denunciado/a.
Em 2008, a proporção de vítimas do sexo masculino e de vítimas que não dependem
do/a denunciado/a foi mais elevada do que o verificado em 2007.
Denunciados/as
Geralmente, são do sexo masculino, casados, idade média 40 anos e não dependem
economicamente da vítima.
Em 2008, a proporção de denunciados/as do sexo feminino, em união de facto,
divorciados ou viúvos/as, e que não dependem economicamente da vítima, foi mais
elevada do que o verificado em 2007.
Em 16,5 % dos casos foi registada uma situação de posse ou utilização de arma (dados
GNR).
O consumo habitual de álcool foi registado em 47,5% dos casos e de estupefacientes em
11,6%. Em 2008, a proporção de denunciados/as que consome álcool diminui em
relação a 2007.
Ocorrência
Em 2008, registou‐ se uma tendência crescente nos números entre Janeiro e Agosto,
sendo este o mês em que foram participadas mais ocorrências. Novembro foi registado
como o mês de menos ocorrências. Em 2008, a proporção de ocorrências nos meses de
Fevereiro, Maio, Junho e Agosto foi superior ao verificado em 2007.
Página 128
128 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL As ocorrências tendem a verificar‐ se ao fim‐ de‐ semana, sendo o Domingo dia mais
crítico e a Quinta‐ feira o de menor criticidade.
Mais de metade das ocorrências passaram‐ se à noite ou de madrugada. Em 2008, a
proporção de ocorrências de manhã e de tarde foi superior à verificada em 2007.
Cerca de 56% das queixas referem‐ se a ocorrências passadas no próprio dia da queixa;
cerca de 25% referem‐ se a ocorrências verificadas no dia anterior, 12% a situações
ocorridas entre os 2 a 5 dias anteriores e apenas 8% foram reportadas após mais de
cinco dias. Em 2008, a proporção de casos em que as queixas foram apresentadas no
próprio dia foi menor que o verificado em 2007, sendo a proporção de queixas
reportadas após o próprio dia da ocorrência mais elevada do que em 2007.
A intervenção policial ocorre geralmente motivada por pedido da vítima. Em 2008, a
proporção de casos em que a denúncia foi anónima foi superior ao verificado em 2007.
Em 47% dos casos tratou‐ se de uma reincidência (dados GNR) e 46% das ocorrências
foram presenciadas por menores. Em 2008, a proporção de casos em que existiram
ocorrências anteriores ou que a ocorrência foi presenciada por menores foi menos
elevada do que em 2007.
Geralmente as situações têm como consequências para a vítima ferimentos ligeiros,
sendo no entanto de salientar a existência de diversos casos em que os ferimentos
foram graves, tendo sido registada a morte de 10 vítimas.
Geralmente as vítimas não são internadas no hospital nem têm baixa médica. Em 2008,
a proporção de casos em que as vítimas não foram internadas no hospital ou que não
tiveram baixa foi menor do que a verificada em 2007.
Em cerca de 28% dos casos as forças de segurança entraram no domicílio do/a
denunciado/a e da vítima.
Tráfico de seres humanos
Portugal evidenciava, desde há vários anos, uma dificuldade em disponibilizar dados
estatísticos sobre tráfico de seres humanos. A alteração ao Código Penal, efectuada em
2007 (Lei n.º 59/2007, de 4 de Setembro)
13
, foi antecipada, em termos metodológicos,
pela criação de um sistema de monitorização, criado pelo Ministério da Administração
13 Esta revisão veio precisar o conceito de tráfico, distinguindo bem actividades de exploração sexual e do trabalho, introduziu-se pela primeira vez a punição do cliente, e operando a criminalização da retenção, ocultação e dano de documentos de identificação e outros, ficou consagrada também aqui a responsabilização penal das pessoas colectivas.
Página 129
129 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Interna no âmbito do projecto‐ piloto CAIM (Cooperação‐ Acção‐ Investigação‐
Mundivisão) e cujos objectivos são:
1) A recolha de dados quantitativos e qualitativos provindos de variadas entidades com
actividade relacionada com o tráfico de seres humanos;
2) O tratamento e a análise objectiva desses dados;
3) A produção de conhecimento sobre o fenómeno
Este sistema de monitorização estava previsto no I Plano Nacional contra o Tráfico de
Seres Humanos (2007‐ 2010) ‐ ver Resolução do Conselho de Ministros n.º 81/2007 – e
veio suprir parcialmente a dificuldade de conhecimento objectivo sobre este
fenómeno
14
.
Esta dificuldade não é apenas nacional, mas identificada em vários países europeus e
não europeus. Para tentar ultrapassar este obstáculo, foram criados dois instrumentos
(Guia Único de Registo – para os órgãos de polícia criminal ‐ e Guião de Sinalização –
para organizações não governamentais e outras entidades público‐ privadas) que visam
suprir a falta de harmonização, não só de indicadores entre instituições que trabalham
directamente ou indirectamente com o tráfico de seres humanos, mas também de
sistemas fragmentados de recolha e tratamento que levam à duplicação de casos e a
dados contraditórios. Esta última situação mantém o desconhecimento sobre este
fenómeno e alimenta também a opacidade que o caracteriza.
Atendendo aos seus objectivos, este sistema de monitorização, enquanto base de
dados, não substitui nem incorpora as informações que cada Órgão de Polícia Criminal
possa ter nas respectivas bases de dados que apoiam a sua actividade, nomeadamente
investigatória. O conceito subjacente é o de complementaridade entre as vertentes da
acção (investigação) e sistematização (estatística).
consequentemente e recordando a razão para a qual foi criado, pretende‐ se com este
sistema a produção de informação estatística sistematizada, partilhada e seriada sobre a
criminalidade respeitante ao tráfico que ocorre num dado território, sendo
‘TERRITÓRIO’ o conceito operativo. O sistema de monitorização do tráfico de seres
humanos é composto por quatro módulos de recolha e disseminação de informação; um
deles – de facto, o módulo central – é o do Guia Único de Registo (fluxo “sinalização de
vítimas”). Convém esclarecer que é a SINALIZAÇÃO de potenciais vítimas de tráfico o
14 Importa ter presente que a Lei n.º 51/2007, de 31 de Agosto, que definiu os objectivos, prioridades e orientações de política criminal para o biénio de 2007-2009, consagrou entre os objectivos específicos da política criminal prevenir, reprimir e reduzir a criminalidade violenta, grave ou organizada (incluindo a associação criminosa dedicada ao tráfico de pessoas), bem como promover a protecção de vítimas especialmente indefesas, incluindo crianças e adolescentes, mulheres grávidas e pessoas idosas.
Página 130
130 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL que se pretende, em primeira mão, captar, e que esta sinalização depende,
essencialmente, da capacidade de reconhecer que uma situação individual, em grande
parte dos casos experienciada por alguém que não pertence à comunidade, porventura
estrangeira, numa condição de forte desfavorecimento quanto aos seus direitos civis e
sociais, configura um possível caso de tráfico.
Mas, se por um lado, a sinalização/identificação do caso de tráfico decorre da sua
visibilidade e reconhecimento, por outro, esta condição é frequentemente o principal
problema, dado que a opacidade social, o encobrimento e os processos de estereotipia
social impedem essa mesma identificação.
Análise Global
Os dados analisados, e neste Relatório apresentados, foram extraídos no dia 11 de
Fevereiro de 2009, reportando‐ se ao período entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de
2008, correspondendo ao universo de casos de vítimas sinalizadas, mas não
confirmadas, no GUR para esse ano. Assim, poderá ocorrer a possibilidade de novos e
antigos casos serem editados, nomeadamente, através do processo de triagem ainda
em curso.
O número total de vítimas sinalizadas durante 2008 foi 138, correspondendo a 123
vítimas sinalizadas em Portugal continental, e 15 vítimas sinalizadas na Região
Autónoma da Madeira.
Sinalizações registadas, segundo a origem da informação
Nota: A origem da informação corresponde à identificação de quem procede
à denúncia e ao organismo que regista.
Do apuramento realizado observa‐ se que a fonte dos dados recolhidos foi
predominantemente a alegada vítima (n=98).
Página 131
131 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Características das vítimas sinalizadas
A média de idades das alegadas vítimas sinalizadas durante 2008 foi de 30 anos (desvio
padrão = 8 anos), tendo as vítimas femininas a idade média de 28,8 anos (desvio padrão
= 7,4), e as masculinas de 35,4 anos (desvio padrão = 9,1).
Maioritariamente, as vítimas sinalizadas são mulheres (88% dos casos), solteiras (82%) e
estrangeiras (93,5%).
Em termos da distribuição por nacionalidades e por situação em território nacional,
observa‐ se um predomínio de mulheres sul‐ americanas.
Sinalizações registadas, segundo nacionalidade e sexo das alegadas vítimas
Nacionalidade Feminino Masculino Total
Brasileira 102 0 102
Moçambicana 6 11 17
Portuguesa 5 4 9
Croata 5 0 5
Colombiana 1 0 1
Ucraniana 0 1 1
Romena 2 0 2
Relativamente ao modo de viagem – chegada a Portugal ‐, a maioria das sinalizações
registadas indicam que as alegadas vítimas vieram sozinhas (n=77).
Página 132
132 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL 6 - Caracterização da actividade operacional das Forças, Serviços e outras entidades
Guarda Nacional Republicana Introdução O presente relatório pretende fazer uma análise global do estado da Segurança na área
de responsabilidade da Guarda Nacional Republicana (GNR), bem como abordar um
conjunto de actividades que lhe são inerentes, paralelas ou concorrentes, e que
retratam a diversidade e complexidade das diferentes missões que lhe estão atribuídas.
A acção da Guarda foi pautada pelo estrito cumprimento das directivas da Tutela,
tomando como referência as orientações constantes do Programa do XVII Governo
Constitucional e das Grandes Opções do Plano para 2008, tendo por objectivo último
proporcionar a todos os cidadãos uma segurança efectiva e, complementarmente,
reforçar os sentimentos de segurança, liberdade e protecção.
Síntese A GNR, durante o ano de 2008, continuou a cumprir a sua missão, norteada pela
prossecução dos propósitos e metas delineadas pelo Governo, pela consolidação das
novas valências, designadamente o Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente
(SEPNA), o Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS), os Núcleos Mulher e
Menor (NMUME) e os Núcleos de Investigação Criminal (NIC), e pela manutenção do
elevado grau de proficiência no cumprimento das missões atribuídas.
A manutenção do contingente da GNR no território de Timor‐ Leste e o empenhamento
na Força de Gendarmerie Europeia (EUROGENDFOR) na Bósnia‐ Herzegovina, constitui
exemplo do esforço responsável da Guarda em procurar cumprir os desígnios nacionais
em matéria de política externa.
Durante o ano de 2008 a Guarda empenhou‐ se na concretização da reestruturação do
seu dispositivo, mercê das alterações introduzidas pela nova orgânica, aprovada pela Lei
n.º 63/2007, de 6 de Novembro.
No que concerne aos programas especiais, no âmbito do policiamento comunitário, a
Guarda continuou a dedicar‐ lhes uma atenção especial, designadamente: à Escola
Segura, à Violência Doméstica, aos Idosos em Segurança, ao Comércio Seguro, à
Segurança nos Postos de Abastecimento de Combustíveis, ao Verão Seguro – Chave
Página 133
133 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Directa, à Igreja Segura, ao SOS − Azulejo, às Farmácias em Segurança, ao Turismo em
Segurança, à Polícia em Movimento, ao Transporte Seguro de Tabaco, entre outros.
A Guarda implementou ainda uma plataforma designada por “SMS‐ Segurança”,
alargando o serviço de atendimento na central telefónica do Comando‐ Geral aos
portadores de deficiência auditiva através de interface para serviço “SMS”, dando
resposta às situações em que os mesmos solicitam apoio policial.
Por outro lado, no que respeita à “Queixa Electrónica”, a Guarda atribuiu especial
importância a este projecto, tendo sido constituída como entidade nacional gestora
deste sistema.
No que concerne a um valioso trabalho de apoio social, mormente às crianças com
necessidades especiais, a Guarda, através do seu dispositivo a cavalo, tem dado um
especial contributo com a Hipoterapia.
Relativamente à cooperação internacional, relevante instrumento na luta contra a
actividade criminal e delituosa que não conhece fronteiras, a Guarda procurou melhorar
e tornar mais operacional a rede de contactos entre todas as entidades nacionais e
estrangeiras com interesses próprios nestas matérias, guarnecendo os Postos Mistos de
Fronteira e participando nas operações de índole internacional, destinadas ao controlo
de circulação de mercadorias condicionadas ou restritas, e de migrantes.
A Guarda assegurou o policiamento de todas as competições desportivas realizadas na
sua área de responsabilidade, nas mais diversas modalidades e escalões, fossem eles do
calendário nacional ou internacional. A experiência adquirida e o modo particularmente
empenhado como aborda este tipo de actividade, foram fundamentais para a segurança
e o êxito do Rali de Portugal e da Volta a Portugal em Bicicleta, entre muitos outros
eventos.
As questões ligadas à sinistralidade rodoviária continuaram a merecer a melhor
atenção da Guarda, que reforçou os seus meios de vigilância, com especial ênfase nas
épocas de maior fluxo de trânsito, o que lhe permitiu contribuir para que se mantivesse
uma acentuada redução na generalidade dos índices utilizados para caracterizar este
grave flagelo nacional.
Uma outra esfera de actuação da Guarda, dentro dos seus objectivos estratégicos,
prende‐ se com a consolidação de novas valências e responsabilidades que lhe foram
cometidas, designadamente a de Protecção e Socorro, onde através do Grupo de
Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS), consolidou a sua actividade nas áreas de
primeira intervenção em incêndios florestais e na vigilância florestal, iniciando a
instrução noutras especialidades que integram este Grupo.
Página 134
134 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL O combate ao tráfico e consumo de estupefacientes constituiu um objectivo ao qual a
Guarda tem vindo a conferir especial cuidado, nomeadamente em relação àquele que
cabe dentro da sua competência legal.
A actividade de investigação criminal foi dirigida para a prevenção e combate à
criminalidade, com especial enfoque nos crimes contra o património e tráfico de
estupefacientes.
No âmbito da informatização, foi dada sequência a vários trabalhos de desenvolvimento
da plataforma de informatização integral, designadamente, com a construção do
Sistema Integrado de Informações Operacionais de Polícia (SIIOP), com a colocação em
pleno funcionamento do Sistema de Queixa Electrónica, dos projectos do Recrutamento
Electrónico e do Sistema Integrado de Perdidos e Achados.
No que respeita à intervenção em Zonas Problemáticas, a actuação da Guarda pautou‐
se por uma intervenção activa, prestando toda a colaboração que lhe foi sendo
solicitada pelos organismos e organizações dedicadas ao apoio e acção social, tendo
desencadeado as operações necessárias ao controlo e manutenção da ordem e
tranquilidade públicas.
Quanto à actividade fiscal, aduaneira e económica, assume especial relevância a
participação em acções ligadas ao designado processo «Operação Furacão».
O quadro seguinte reflecte o empenhamento médio diário dos militares da Guarda em
actividades operacionais de rotina e alguns dos resultados obtidos.
Actividade Empenhamento diário
2007 2008
Patrulhas auto 2.256 2.258
Patrulhas apeadas 464 453
Patrulhas a cavalo 55 50
Patrulhas SEPNA 173 194
Patrulhas cinotécnicas 32 27
Patrulhas navais 8 11
Actividades saturantes 1.897 1.675
Eventos desportivos 99 97
Festas e romarias 13 12
Aguardos 187 183
Condutores fiscalizados 5.710 7.146
Contra‐ Ordenações 4.102 3.296
Condutores fiscalizados em excesso de velocidade 436 475
Condutores fiscalizados com excesso de alcoolemia (TAS Condutores fiscalizados com excesso de alcoolemia (TAS ≥ 1,20 gr/l) 33 35
Detenções em flagrante delito 77 74
Armas apreendidas 2 2
Página 135
135 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Actividades desenvolvidas no âmbito das competências operacionais
Programas específicos de policiamento ou de prevenção ou de acção especiais
O policiamento comunitário entendido, no seu sentido mais amplo, como um modelo
de policiamento que implica a aproximação às populações e o seu envolvimento na
resolução dos próprios problemas, continuou a ser, à semelhança de anos anteriores,
uma das apostas estratégicas da Guarda em matéria de prevenção e combate à
criminalidade. Assim, foram desenvolvidos diversos «Programas Especiais de
Policiamento», enquadráveis neste conceito comunitário, tendo a Guarda sido chamada
a integrar múltiplas parcerias de âmbito local, nomeadamente nas áreas da violência
doméstica, do apoio a crianças e jovens em risco, do apoio e protecção a idosos e do
combate à discriminação, à pobreza e à exclusão social.
De entre os protocolos / parcerias desenvolvidos em 2008 destacam‐ se os seguintes:
Protocolo para a criação de um Gabinete de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica nos distritos
de Beja, Évora, Guarda, Aveiro e Bragança;
Parceria de colaboração entre o Instituto Politécnico de Bragança e a Guarda Nacional
Republicana, para formação de públicos estratégicos em igualdade de género;
Acordo de cooperação entre o Departamento de Investigação e Acção Penal de Coimbra (DIAP), a
Direcção Geral de Reinserção Social (DGRS), o Serviço de Violência Familiar do Hospital Sobral Cid –
Coimbra e a Brigada Territorial da Guarda Nacional Republicana, em Coimbra, referente a casos de
violência doméstica/maus‐ tratos;
Parceria com as EB 2, 3 Soeiro Pereira Gomes em São João dos Montes, EB 2,3 de Vialonga e EB 2,
3 de Castanheira do Ribatejo, no âmbito do programa de respostas integradas, eixo Concelho Vila
Franca de Xira, com a finalidade de proceder ao tratamento/reinserção, redução de danos e
minimização de riscos nas comunidades escolares;
Parceria com o Município de Torres Vedras e as Juntas de Freguesia de A‐ dos‐ Cunhados, Freiria,
Santa Maria e Campelos referente ao projecto Idosos Saudáveis e Activos designado por «ISA
Património», e o Município de Torres Vedras e a Junta de Freguesia de Turcifal referente ao
projecto Idosos Saudáveis e Activos designado por «ISA Prevenção Rodoviária»;
Protocolo com o Município de Matosinhos referente à criação de um «Observatório Social»;
Parceria no âmbito da reinserção social e intervenção tutelar educativa a implementar junto de
jovens infractores ou enquadrados em projectos de reeducação no concelho de Sintra;
Protocolo de colaboração com a Caritas Diocesana de Coimbra;
Página 136
136 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Protocolo de colaboração «A Escolinha de Prevenção Rodoviária» do Governo Civil de Portalegre;
Protocolo de cooperação do Fórum Municipal de Cascais contra a violência doméstica;
Parceria com a Associação Concelhia de Desenvolvimento Social «Pelo Prazer de Viver Saúde
Cultura e Vida» sita em Moselos ‐ Santa Maria da Feira;
Protocolo com a Cruz Vermelha Portuguesa – Delegação da Trofa. Programa Igreja Segura e SOS Azulejo
Dando expressão aos protocolos estabelecidos com o Instituto Superior de Polícia
Judiciária e Ciências Criminais a Guarda realizou, durante o ano de 2008, um conjunto
de acções relevantes no domínio da protecção do património da igreja, contribuindo
para o esclarecimento dos párocos e demais entidades, relativamente às medidas de
segurança, activa e passiva, que devem ser aplicadas para evitar a delapidação dos bens,
sobretudo por furto, mas também por vandalismo e incúria.
A Guarda não dispõe de efectivo dedicado a esta função, sendo as acções desenvolvidas
por todo o seu dispositivo, no âmbito da sua missão de policiamento comunitário.
Programa Polícia em Movimento
Este programa, cuja execução esteve centrada na Brigada de Trânsito, revelou enormes
virtualidades no apoio à actividade operacional, constituindo‐ se como um importante
meio no quadro de renovação de métodos e procedimentos das actividades da Guarda.
Através deste programa e, nomeadamente, através do Sistema de Contra‐ Ordenações
de Trânsito (SCOT), foram levantados durante o ano de 2008, cerca de 99.000 autos de
contra‐ ordenação rodoviária, número que espelha bem a forma como a Guarda tem
vindo a encarar as novas tecnologias de informação e comunicação postas à sua
disposição.
Programa Apoio 65 − Idosos em Segurança
Atendendo à importância social desta temática e ao progressivo aumento da população
idosa, a Guarda mantém activas as vertentes do Programa Apoio 65 − Idosos em
Segurança, contribuindo para o reforço da segurança e manutenção do sentimento de
confiança dos idosos.
A Guarda não dispõe de efectivo dedicado a esta função, sendo as acções desenvolvidas
por todo o seu dispositivo no âmbito da sua missão de policiamento comunitário.
Página 137
137 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL No decorrer do ano de 2008 foram realizadas várias visitas a idosos que vivem em
situações de isolamento e foi prestada colaboração em múltiplas iniciativas locais,
nomeadamente, na sinalização de casos problemáticos e na participação em equipas
multidisciplinares de intervenção e acompanhamento. A nível nacional foram realizadas
acções de sensibilização através de contactos pessoais, palestras e distribuição de
folhetos, com o objectivo de dar a conhecer os procedimentos de segurança a observar
em situações de tentativa de burla ou burla consumada. Nesta acção participaram os
militares do dispositivo territorial, que distribuíram 200.000 folhetos explicativos das
medidas de segurança a adoptar.
Programa Comércio Seguro
Este programa especial de policiamento de proximidade teve como principal objectivo a
criação de condições de segurança em estabelecimentos que possuam, como
característica dominante, o atendimento ao público e, tendo por base, essencialmente,
a criação de condições efectivas de segurança e protecção aos comerciantes e o
desenvolvimento dum sistema de comunicação e gestão de informação que viabilize a
rápida intervenção e permita o acompanhamento e a prevenção em situações de roubo,
furto ou ameaça grave.
Com esta finalidade, foi exercido um enorme esforço no sentido de alargar este
programa, através do projecto «Sistema Colectivo de Segurança», a mais localidades às
escolas, combinando‐ o com outros programas específicos de policiamento comunitário,
nomeadamente com o Programa Escola Segura.
A Guarda tem encetado esforços para que este exemplo seja seguido noutros locais,
mormente naqueles onde se têm vindo a estabelecer novas parceiras e/ou protocolos
de colaboração, procurando, através de um adequado policiamento de proximidade,
contribuir para uma maior segurança do comércio.
Programa Farmácia Segura
A Guarda colaborou activamente com a Associação Nacional de Farmácias, tendo
apoiado a realização de todas as acções de formação que foram ministradas, bem como,
encetado contactos e prestado todos os esclarecimentos visando a melhoria das
condições de segurança neste tipo de actividade. Esta colaboração, coordenada pelo
Gabinete Coordenador de Segurança, tem tido uma boa adesão por parte do público‐
alvo.
Página 138
138 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Transporte Seguro de Tabaco
A Guarda colaborou com a Associação Nacional dos Grossistas de Tabaco, tendo
apoiado a realização das quatro acções de formação que foram ministradas em vários
distritos.
A Guarda não dispõe de efectivo dedicado a esta função, sendo as acções desenvolvidas
por todo o seu dispositivo no âmbito da sua missão de policiamento comunitário.
Programa Abastecimento Seguro e Táxi Seguro
A Guarda colaborou activamente com o MAI na prossecução destes programas.
Ainda no âmbito do programa Abastecimento Seguro a GNR participou nas acções de
formação que foram ministradas em vários distritos e colaborou na realização de um
DVD sobre boas práticas de segurança em postos de abastecimento de combustível.
A Guarda não dispõe de efectivo dedicado a esta função, sendo as acções desenvolvidas
por todo o seu dispositivo no âmbito da sua missão de policiamento comunitário.
Verão Seguro – Chave Directa
Nos 3 meses de Verão, e de acordo com as directrizes emanadas do MAI, a Guarda
implementou o programa “Verão Seguro – Chave Directa”, destinado a assegurar, de
forma direccionada e mais eficaz, a segurança das residências dos cidadãos que
aderiram ao programa.
Neste âmbito, a Guarda assegurou um apoio especial a 935 residências e consolidou
experiências e procedimentos.
Acções/Operações externas
Patrulhamento
No decorrer do ano de 2008, foram realizadas 1.096.031 patrulhas, o que representa,
em relação a 2007, um aumento de 5.684 patrulhas (0,5%).
Este acréscimo resultou da reformulação dos modelos de intervenção e da
racionalização das estruturas de apoio administrativo e logístico, alteração que permitiu
balancear efectivos para o patrulhamento.
O Quadro seguinte apresenta os dados relativos a 2007 e 2008.
Página 139
139 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Tipo de Patrulhas Realizadas Variação % 2007 2008 Apeadas 169.198 166.061 - 1,9 A cavalo 20.196 18.359 - 3,7 Cinotécnicas 11.528 10.120 - 9,1 Auto/Moto 823.571 826.331 + 0,3 Naval (fluvial ou marítima) 2.773 4.121 + 48,6 SEPNA 63.081 71.039 + 12,6 TOTAL 1.090.347 1.096.031 + 0,5
Serviços solicitados à GNR
A tendência de diminuição deste tipo de serviços continuou a verificar‐ se no ano de
2008.Registou‐ se uma redução de 78.981 pedidos (menos 11,4% do que em 2007).
Sublinhe‐ se, no entanto, que mesmo assim estas solicitações continuam a ter um peso
muito significativo na actividade da Guarda, uma vez que se registaram 613.406 pedidos
de serviços. Transporte de órgãos
A Guarda, sobretudo através da Brigada de Trânsito e fruto da sua elevada capacidade
de mobilidade, tem, ao longo dos anos, prestado apoio ao Sistema Nacional de Saúde,
nomeadamente no apoio ao transporte de órgãos humanos para a execução de
transplantes.
Durante o ano de 2008 a Guarda respondeu a 155 solicitações de transporte de órgãos,
tendo empenhado 310 militares nesta tarefa, o que representou um aumento de 48
solicitações. Exercícios realizados tendo em vista a preparação para situações operacionais
Em 2008, a Guarda participou em múltiplos exercícios, enquadrados no âmbito da
formação dos quadros, destacando‐ se os seguintes:
• SARDINIA, realizado de 16 a 21 de Abril na Sardenha, dentro da temática dos incêndios florestais – protecção civil; • UNIFIED BLADE, que se realizou entre 12 a 16 de Maio no distrito de Beja e se integrou no âmbito da segurança militar; • UUSIMAA, realizado na Finlândia, de 01 a 05 e Junho, na área da gestão de consequências – protecção civil; • PROCIV IV, que teve lugar de 21 a 23 de Novembro na área Metropolitana de Lisboa e que serviu para testar os meios em caso de sismo – protecção civil;
Página 140
140 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL • EUPFT 2008 – European Union Police Forces Training 2008 que decorreu de 09 a 20 de Junho, âmbito da gestão civil de crises, realizado no “Centre National d’Entraînement dês Forces de Gendarmerie”, em St. Astier – França; • EGEX 08, da Força de Gendarmerie Europeia (EUROGENDFOR), organizado
15 pela Guarda Nacional Republicana, no âmbito da Presidência Portuguesa do Comité Interministerial de Alto Nível (CIMIN). Tratou-se de um Exercício multinacional, envolvendo 9 países (Portugal, Espanha, França, Itália, Holanda, Roménia, Polónia, Lituânia e Turquia), no qual se simulou a participação da EUROGENDFOR numa Missão Militar da União Europeia num país em cenário de crise, em África, assegurando a sua componente policial.
Acções conjuntas com outras entidades nacionais ou estrangeiras
Acções conjuntas com entidades nacionais No quadro seguinte são elencadas as colaborações mais significativas: Acções conjuntas com entidades estrangeiras Em 2008 as operações mais relevantes, efectuadas em conjunto com forças
estrangeiras, foram as seguintes:
• Controlos Móveis Foram realizados 225 Controlos Móveis, com o empenhamento de 483 militares, no
âmbito da cooperação bilateral entre a Guarda e os Corpos de Segurança de Espanha
(Guardia Civil e Polícia Nacional). Esta cooperação visou prevenir e reprimir a imigração
ilegal, a fraude fiscal no transporte de mercadorias em circulação e o tráfico ilícito de
outros produtos, nomeadamente, contrabando, estupefacientes e substâncias
psicotrópicas.
15 A organização do Exercício, que envolveu todas as fases, desde a concepção e criação do cenário (fictício) e da situação geral de crise até à simulação da intervenção real, passando pela elaboração do Plano de Operações (OPLAN) e de todos os documentos relevantes, iniciou-se em Abril, em Lagos – Portugal, tendo implicado a realização de Conferências e reuniões em Vicenza – Itália, Apeldoorn – Holanda e Queluz – Portugal. A elaboração do OPLAN esteve a cargo do Quartel-General Permanente da EUROGENDFOR, em Novembro, tendo a Fase de Condução decorrido em Portugal, no Centro de Formação da GNR da Figueira da Foz, entre 8 e 18 de Dezembro de 2008.
Entidade Número
Autoridade de Segurança Alimentar e Económica 47
Inspecção‐ Geral das Pescas 12
Direcção‐ Geral das Contribuições e Impostos 320
Direcção‐ Geral das Alfândegas e Impostos Especiais de Consumo 398
Inspecção‐ Geral de Jogos 16
Outras entidades 1421
Página 141
141 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL • Operação HIO Diligence Realizada em todo o território nacional continental, desde as 16H00 do dia 30 de
Novembro até às 16H00 do dia 1 de Dezembro, a operação foi coordenada pela Europol
e contou com a participação dos Estados‐ membros da União Europeia, numa operação
conjunta de alto impacto dirigida ao tráfico de armas através das fronteiras externas e
aos movimentos ilegais no seu seio.
• Operação Transpol Express Decorreu na semana de 24 a 29 de Setembro e teve como objectivo o controlo de
passageiros que viajavam através dos caminhos‐ de‐ ferro promovendo‐ se a segurança
ferroviária e combatendo‐ se o fluxo migratório ilegal. Foram constituídas equipas mistas
e participaram os países do espaço Schengen.
• TISPOL - European Traffic Police Network A TISPOL é uma Organização de Polícias de Trânsito Europeias, que acolhe na sua
estrutura vinte e cinco (25) países e na qual Portugal está representado pela Guarda
Nacional Republicana.
Desta participação destaca‐ se o Projecto LIFE SAVER destinado a reduzir o número de
vítimas nas estradas da Europa. Este projecto decorrerá num período de três (3) anos,
compreendido entre Abril de 2008 e Março de 2011. Este projecto integra, para além de
vários Seminários e outras acções, operações planeadas e coordenadas a nível Europeu,
num total de 24.
• Agência Europeia FRONTEX Neste âmbito a GNR participou em quinze (15) operações em vários países, das quais se
realça a Operação INDALO 2008, que decorreu no sul de Espanha e visou
essencialmente a prevenção e combate à imigração ilegal.
• Fase Final do EURO 2008 Em virtude da participação da Selecção Nacional de Futebol na fase final do EURO 2008,
a Guarda integrou uma delegação nacional para colaborar, com as autoridades policiais
suíças e austríacas, no acompanhamento dos adeptos portugueses. Esta missão
decorreu de 05 a 21 de Junho de 2008. Participação em Grupos de Trabalho
Em 2008, a Guarda participou nos seguintes Grupos de Trabalho.
Âmbito Internacional
Página 142
142 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL • Grupo Iberoamericano de Trabalho de Balística Forense da Academia de
Ciências e Estudos Forenses (AICEF).
Âmbito da União Europeia
• Grupo de Cooperação Policial;
• Grupo de Cooperação Aduaneira;
• Comité para os Aspectos Civis da Gestão de Crises;
• Grupo de Fronteiras;
• Grupo Multidisciplinar da Criminalidade Organizada (CRIMORG);
• Grupo de Trabalho de Protecção Civil;
• Colégio Europeu de Polícia (CEPOL);
• Projecto Global Monitoring and Environment System;
• European Security and Research and Innovation Forum;
• Projecto Europa;
• Projecto Cidades Europeias contra o Terrorismo.
Âmbito da Força de Gendarmerie Europeia (EUROGENDFOR)
Âmbito da FIEP
Âmbito Nacional
• Justiça e Segurança no âmbito do III Plano Nacional Contra a Violência
Doméstica;
• Justiça e Segurança no âmbito do I Plano Nacional Contra o Tráfico de Seres
Humanos;
• Concepção e implementação do Guia Único de Registo (GUR), inserido na
tomada de medidas que visam a luta contra o tráfico de seres humanos;
• III Plano Nacional para a Igualdade, Cidadania e Género;
• Protocolo Unidade de Coordenação e Integração Conjunta (UCIC);
• Subcomissão, Informação, Investigação, Formação e Avaliação do Projecto de
Luta contra a Droga – Instituto da Droga e da Toxicodependência – Ministério da
Justiça;
• Redução da Oferta e da Procura no Projecto de Luta contra a Droga – Instituto
da Droga e da Toxicodependência – Ministério da Justiça;
• Grupo Interinstitucional – Definição da Estratégia Nacional de apoio aos Sem‐
Abrigo;
• Projecto Igreja Segura;
• Projecto Farmácia Segura;
• Sistema de Contra‐ Ordenações de Trânsito (SCOT);
• Rede Nacional de Segurança Interna (RNSI);
• Sistema Informático Integrado de Apoio às Operações da GNR (SIIOP);
Página 143
143 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL • Sistema Integrado de Vigilância, Comando e Controlo (SIVICC);
• Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP);
• Sistema de Perdidos e Achados;
• Sistema de Queixa Electrónica
• Projecto do Recrutamento Electrónico.
Resultados e consequências decorrentes da actividade operacional Militares com ferimentos ligeiros, graves, mortos e feridos sem necessidade de
tratamento hospitalar
A violência exercida contra militares da Guarda em actos de serviço continua a ser uma
matéria preocupante. No quadro seguinte apresentam‐ se os dados relativamente a esta
situação.
Durante o ano em análise verificou‐ se uma diminuição do número de militares que
sofreram ferimentos ligeiros com tratamento hospitalr (209 em 2007 e 154 em 2008).
Relativamente ao número de militares feridos sem necessidade de tratamento
hospitalar, o seu valor passou de 185 para 129.
Nesta análise importa ter em consideração que os dados apresentados respeitam
apenas a situações em que as consequências se relacionam com a intervenção de
terceiros.
Civis e/ou terceiros com ferimentos ligeiros, graves, mortos e feridos sem
necessidade de tratamento hospitalar provocados por intervenções policiais
O quadro seguinte reflecte, por distrito, o número de casos que ocorreram.
Tipo de acção
Ferimentos ligeiros
Ferime
ntos
grave
s
Mo
rto
s
TOTAL
Co
m
tra
t
amen
to
h
o
sp
italar
Sem
trata
m
en
to
h
o
sp
italar
Acção Armada 3 1 ‐ 4
Agressão 138 ‐ ‐ 138
Atropelamento/tentativa 13 ‐ 1 14
Total 154 129 1 1
Página 144
144 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Ocorrências
Ferimentos ligeiros
Ferime
ntos
graves
Mo
rto
s
TOTAL
Co
m
tratame
n
to
h
o
sp
italar
Sem
tratame
n
to
h
o
sp
italar
Distrito
Aveiro 1 1
Braga 1 1 2
Évora 2 2
Guarda 1 1
Leiria 1 1 2
Lisboa 1 5 6
Porto 2 2 1 1 6
Santarém 1 1 2
Setúbal 1 2 3
Viana do Castelo 1 1
Total 10 14 1 1 26 Relatórios de acções operacionais e de informações policiais Análise quantitativa e qualitativa de dados relevantes no âmbito da Segurança
Interna
Actividades de polícia geral
Neste domínio merece destaque o aumento do número de autos elaborados no âmbito
da legislação policial.
Detenções em flagrante delito
Durante o ano de 2008 a Guarda efectuou 27.156 detenções, menos 900 que em 2007,
o que se traduziu numa diminuição percentual de 3,2%.
Tipo de acção Realizadas
Variação % 2007 2008 Caçadores fiscalizados 8.911 10.467 + 17,5 Infracções à lei da caça 143 371 + 159,4 Crimes contra a GNR 767 767 0,0 Posse / tráfico de droga 791 826 + 4,4 Fogo posto 27 21 - 22,2 Autos de legislação policial 23.746 24.194 + 1,9 Armas apreendidas / recuperadas 823 925 + 12,4
Página 145
145 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Fiscalização à taxa de alcoolemia e ao excesso de velocidade
Foram efectuadas 13.076 detenções por condução com TAS igual ou superior a 1,2 gr/l,
o que corresponde a um aumento de 8,6% em relação ao ano anterior, e foram
detectados 30.129 condutores a conduzir com uma taxa entre 0,5 e 1,2 gr/l, ou seja,
mais 102,3% em relação a 2007.
Controlo alcoolemia 2007 2008 Variação % TAS ≥ 1,2 12.045 13.076 8,6
0,5 ≤ TAS < 1,2 14.892 30.129 102,3
Total 26.937 43.205 60,4
No que concerne à condução em excesso de velocidade verificou‐ se um acréscimo de
7,4 % relativamente ao ano anterior (de 161.237 para 174.109).
Segurança a eventos desportivos
Dos cerca de 48.111 eventos desportivos policiados pela Guarda, destacam‐ se 34.263
jogos de futebol e 9.734 de Futsal, sendo os restantes distribuídos por outras
modalidades, como o andebol (1.345), basquetebol (1.234), hóquei em patins (612) e
outras modalidades (923).
Assume especial significado a colaboração prestada pela Guarda na segurança à
realização de inúmeras provas de estrada, nomeadamente ao Rali de Portugal, à Volta
ao Algarve em Bicicleta, à Volta a Portugal em Bicicleta, entre muitas outras, para as
quais foi necessário garantir o controlo de acessos, o policiamento dos itinerários e o
necessário desembaraçamento de trânsito.
Actuação das Equipas de Inactivação de Engenhos Explosivos (EIEE)
As EIEE, subdivididas em Equipas de Engenhos Explosivos Convencionais (EEC) e Equipas
de Engenhos Explosivos Improvisados (EEI), efectuaram 715 missões e percorreram
85.895 quilómetros.
As missões realizadas foram efectuadas nas seguintes áreas/locais:
Número Local ou área de actuação Número de Local ou área de actuação
1 Área Bancária 133 Área Militar e Forças de segurança
3 Área Comercial 20 Área Religiosa
1 Área de Combustíveis 13 Área Residencial
76 Área Desportiva e de Espectáculos 69 Estrada, caminho ou mata
Página 146
146 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL 16 Área do Governo e Autarquias 91 Instrução e Plastrons
41 Área Escolar, Ensino em Geral 2 Monumentos Nacionais
43 Área Hoteleira e Restauração 52 Pessoa ou propriedade particular
1 Área Hospitalar e Farmacêutica 15 Barragem, ponte ou viaduto
18 Área Industrial 19 Rua /Avenida
39 Área Justiça / Tribunais 62 Outros
Releva‐ se ainda o facto das EIEE que estão integradas no Subagrupamento Bravo, na
missão da UNMIT em Timor‐ Leste, terem percorrido 11.544 quilómetros e executado
100 missões.
Relatórios de acções policiais de especial relevância no combate à criminalidade
Âmbito da Segurança e Ordem Pública
Concentração e Prevenção de Forças
Registou‐ se um aumento global em quase todos os quantitativos referentes a esta
matéria.
Operação Verão Seguro
Entre 15 de Junho e 16 de Setembro, a Guarda intensificou, em todo o território
nacional, as acções de patrulhamento e vigilância da orla marítima, com especial
incidência nas zonas de praias e locais de veraneio mais sensíveis e de maior afluxo
turístico, tendo orientado, igualmente, a fiscalização e regulação do trânsito para os
principais eixos rodoviários.
Na área da Brigada Territorial n.º 2, procedeu‐ se a um reforço do efectivo junto à orla
costeira, nomeadamente na Costa da Caparica e Praia das Maçãs, com esquadras a
cavalo, e equipas do programa Tourist Support Patrol.
Na área da Brigada Territorial n.º 3, procedeu‐ se igualmente a um reforço do efectivo,
principalmente no litoral Algarvio, tendo sido destacado um Pelotão de Ordem Pública
(a 30 militares cada), binómios cinotécnicos, duas Esquadras a Cavalo (a cinco militares
cada), equipas do programa Tourist Support Patrol, para além de um pelotão BTT.
Tipo de acção Realizadas
Variação % 2007 2008 Concentração e prevenção de forças 231 386 + 62,8 Intervenções p/ restabelecimento da ordem pública 7 7 0,0 Escoltas a presos 23 81 + 252,3 Escoltas a fundos 325 333 2,5 Outras escoltas 1.218 1.161 - 4,7
Página 147
147 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL O Regimento de Cavalaria forneceu efectivos e meios, a todas as Brigadas Territoriais,
no âmbito do programa «Tourist Support Patrol», com o objectivo de proporcionar um
melhor apoio aos turistas que visitam Portugal, utilizando, para isso, meios auto, bem
como patrulhas BTT, com a particularidade de todos os militares que integram este
programa terem formação específica e falarem várias línguas.
A Brigada de Trânsito incidiu o esforço de patrulhamento e fiscalização nos eixos
rodoviários em direcção ao Algarve. Âmbito da Segurança Rodoviária
No âmbito das acções de patrulhamento e segurança rodoviária desenvolvidas no
decurso do ano de 2008, registou‐ se uma diminuição significativa do número global de
todos os indicadores, com a excepção do quantitativo relativo às operações STOP. Tipo de escolta Realizadas
Variação % 2007 2008 Desembaraçamentos 502 285 - 43,2 Escoltas de trânsito a Altas Entidades 62 62 0,0 Segurança de Provas Desportivas em Estrada 634 629 - 0,8 Acompanhamentos 4.514 3.385 25 Operações STOP 5.710 6.812 + 19,3
Operações Especiais de Trânsito Foram planeadas e executadas operações de reforço do patrulhamento rodoviário nos
seguintes períodos:
⇒ Operação «Carnaval» − 01 a 05 de Fevereiro; ⇒ Operação «Páscoa» − 20 a 23 de Março; ⇒ Operação «Viver» − 15 de Agosto; ⇒ Operação «Estrada Segura» – 15 de Julho a 15 de Setembro; ⇒ Operação «Natal e Ano Novo» – 12 a 28 de Dezembro e 30 de Dezembro a 04 de Janeiro; A Guarda no período compreendido entre 12 a 24 de Dezembro, intensificou a acção de
patrulhamento junto de zonas e superfícies comerciais, e de 23 a 28 de Dezembro e de
30 de Dezembro a 04 de Janeiro de 2009 orientou o seu esforço para os principais eixos
rodoviários, nomeadamente nos pontos mais críticos. Contou com o empenhamento,
durante os 12 dias da operação, de 28.293 militares, tendo sido realizadas 13.178
patrulhas e rondas, divididas da seguinte forma:
⇒ Período de Natal − empenhados 14.202 militares, realizaram-se 5.133 patrulhas e 1.485 rondas; ⇒ Período de Ano Novo − empenhados 14.091 militares, realizaram-se 5.140 patrulhas e 1.420 rondas.
Página 148
148 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Quadro comparativo de sinistralidade
Operação – Ano Novo 2008/2009 Quadro comparativo de sinistralidade Acidentes Mortos Feridos Graves Feridos Leves Dias 2007 2008 Dif 2007 2008 Dif 2007 2008 Dif 2007 2008 Dif 30 190 202 12 1 2 1 4 3 ‐ 1 69 63 ‐ 6
31 227 302 81 4 2 ‐ 2 3 0 ‐ 3 58 82 + 24
01 166 151 ‐ 15 2 0 ‐ 2 4 0 ‐ 4 41 57 + 16
02 373 250 ‐ 123 3 0 ‐ 3 8 2 ‐ 6 91 75 ‐ 16
03 381 234 ‐ 147 1 3 2 6 2 ‐ 4 95 79 ‐ 16
04 276 137 ‐ 139 3 0 ‐ 3 2 2 0 73 46 ‐ 27
Total 1.613 1.282 - 331 14 7 - 7 27 9 - 18 427 402 - 25
Condutores Fiscalizados Foram fiscalizados 2.615.598 condutores, correspondendo a um aumento de 25,5%, ou
seja, foram fiscalizados mais 531.597 condutores do que no ano transacto. Infracções Relativamente às infracções à legislação rodoviária merece especial destaque o número
de autos levantados, designadamente no tocante aos excessos de álcool, velocidade e
peso.
Acidentes Mortos Feridos Graves Feridos Leves Dias 2007 2008 Dif 2007 2008 Dif 2007 2008 Dif 2007 2008 Dif 23 251 319 68 4 0 ‐ 4 12 4 ‐ 8 112 82 ‐ 30
24 274 289 15 2 2 0 4 9 5 74 51 ‐ 23
25 173 156 ‐ 17 5 4 ‐ 1 7 10 3 60 62 + 2
26 232 229 ‐ 3 0 1 1 7 15 8 69 56 ‐ 13
27 249 241 ‐ 8 0 3 3 1 6 5 70 83 + 13
28 247 163 ‐ 84 2 2 0 1 4 3 47 54 + 7
Total 1.426 1.397 - 29 13 12 - 1 32 48 16 432 388 - 44 Tipo de Contra-Ordenação Autos
Variação % 2007 2008 Falta de cinto de segurança 47.449 38.456 - 18,95 Excesso de álcool 26.937 30.129 + 11,85 Excesso de velocidade 161.237 174.109 + 0,8 Excesso de peso 2.232 7.479 + 235 Excesso de ruído 75 0 - 100 Falta de seguro 19.789 16.347 - 17,4 Inspecção obrigatória 36.870 28.646 - 22,3 II SÉRIE-E — NÚMERO 21
__________________________________________________________________________________________________________
148
Consultar Diário Original
Página 149
149 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Sinistralidade rodoviária Os dados da sinistralidade rodoviária global mostram uma evolução positiva.
À semelhança de 2007, prosseguiu‐ se com o incremento das acções de fiscalização mais
focalizadas no cumprimento das normas de trânsito e das condições de circulação dos
transportes terrestres, visando a melhoria da segurança rodoviária, no seu todo. Investigação de Acidentes de Viação Neste âmbito, foram realizadas as investigações constantes do quadro seguinte: Tipo de Crime 2007 2008 Variação %
Homicídios por Negligência 847 742 ‐ 12,4
Ofensas Integridade Física por Negligência 195 180 ‐ 7,7
Omissão de Auxílio 26 16 ‐ 38,5
Outros contra Pessoas 26 23 ‐ 11,5
Roubo/Furto 21 14 ‐ 33,3
Outros contra Património 10 8 ‐ 20,0
Falsificação de Documentos 39 26 ‐ 33,3
Falsificação de Notação Técnica 23 29 ‐ 26,1
Lançamento de Projéctil contra Veículo 20 17 ‐ 15,0
Condução Perigosa 48 44 ‐ 8,3
Condução sob Efeito do Álcool 43 29 ‐ 32,5
Outros contra Vida em Sociedade 7 7 0,0
Contra Autoridade Pública 26 19 ‐ 27,0
Outros contra Estado 2 2 0,0
Habilitação Legal 60 41 ‐ 32,8
Legislação Avulsa 4 ‐ ‐ 100,0
Total 1397 1200 ‐ 14,0
Âmbito Fiscal, Aduaneiro e Controlo de Fronteiras
‐ Nesta área foram realizadas as seguintes acções: ‐ Foram detectados 1.328 crimes e 26.633 contra‐ ordenações.
‐ O valor das mercadorias apreendidas foi de € 6.489.956.
Tipo de Operações Acções Variação %
2007 2008
Aguardos 68.168 67.078 ‐1,6
Intervenção com Equipas Cinotécnicas 7.798 6.685 14,27
Acompanhamento de mercadorias 79.310 61.653 22,3
Acções de Fiscalização 1.858 1.866 + 0,4
Sentinelas 58.583 54.948 ‐6,2
Acções de Vigilância dos PO 42.478 39.928 6
Página 150
150 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL ‐ No que diz respeito a operações de grande envergadura, desencadeadas no âmbito do
contrabando de tabaco ou tráfico de estupefacientes, destaca‐ se a “Operação Carreta”
desencadeada durante os meses de Junho e Julho e realizada ao longo da costa.
Vigiaram‐ se os meios navais susceptíveis de poderem ser utilizados neste tipo de
actividade ilícita, tendo sido apreendidas 30 caixas de tabaco e 2.593 kg de
estupefacientes; Âmbito Honorífico
Serviços Honoríficos
Foi registada uma diminuição significativa do número de Guardas de Honra, a que não é
alheio o empenhamento da Guarda nas diferentes cerimónias que caracterizaram o 2.º
semestre do ano de 2007, com a Presidência Portuguesa da União Europeia.
Tipo de acção Realizadas Variação % 2007 2008 Guardas de honra 207 171 - 17,4 Escoltas e alas de honra 14 15 + 7,1
Banda Sinfónica
Charanga a Cavalo
A Charanga a Cavalo participou em 13 cerimónias do Render Solene da Guarda ao
Palácio Nacional de Belém.
A Charanga participou, ainda, em Festivais e Tattoos militares, num total de 19, em
diversos pontos do país.
Âmbito das Acções de Protecção e Socorro
O Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro tem como missão específica a execução
de acções de prevenção e de intervenção de primeira linha, em todo o território
nacional, em situações de emergência de protecção e socorro, designadamente nas
Tipo de serviço Quantificação do serviço
2007 2008
Concertos 24 27
Festival Internacional 1 0
Guardas de Honra 54 61
Render da Guarda em Belém 13 13
Grupo de Câmara 6 8
Grupo de Música Ligeira 1 1
Missas 4 4
TOTAL 103 114
Página 151
151 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL ocorrências de incêndios florestais ou de matérias perigosas, catástrofes e acidentes
graves.
Intervenções efectuadas através da utilização dos meios aéreos –
helicópteros
Intervenções efectuadas através da utilização de meios auto
Âmbito do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente – SEPNA
Também a actividade do SEPNA em 2008 se intensificou através das patrulhas
efectuadas (71.039), correspondente a um acréscimo de 12,6%, relativamente ao ano
anterior. Foram, ainda, realizadas 3.819 operações, 3.127 no âmbito da missão
específica do SEPNA e 692 dentro da missão geral da Guarda.
Autos elaborados Protecção da Natureza e do Ambiente
Relativamente ao ano transacto, foram cometidos menos 177 crimes e elaboradas
menos 119 autos de contra‐ ordenação, distribuídos pelas seguintes áreas:
Áreas de intervenção Crimes Contra‐ ordenações Total
Actividades extractivas 1 454 455
Turismo e desportos 1 512 513
Flora, reservas, parques e florestas 20 2.329 2.349
Fauna, caça e pesca 220 2.874 3.094
CITES 2 61 63
Incêndios florestais 728 2.707 3.435
Contaminação atmosférica 1 143 144
Helicópteros
Tipo de serviço Quantificação do serviço
2007 2008
Saídas 2.469 2.962
Militares empenhados 31.202 33.177
Horas de voo 1.577 1.526
Fogos extintos após intervenção 1.340 1.590
Fogos que permaneceram activos 41 19
Situações de falso alarme 348 313
Situações sem necessidade de intervenção 663 1.041
Viaturas
Tipo de serviço Quantificação do serviço
2007 2008
Patrulhamentos 6.800 8.726
Quilómetros percorridos 928.499 857.214
Horas de empenhamento 41.215 43.892
Intervenção em incêndios 766 550
Página 152
152 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Contaminação acústica 2 101 103
Poluição das águas 13 1.155 1.168
Litoral 0 413 413
Leis sanitárias 13 1.848 1.861
Resíduos 1 3.611 3.612
Património histórico 0 7 7
Ordenamento do território 1 1.613 1.614
Outras intervenções 76 1.503 1.579
Total 1.079 19.331 20.410
Incêndios Florestais
Com a entrada em vigor do Decreto‐ Lei n.º 124/2006, de 28 de Junho, verificou‐ se um
aumento bastante acentuado no número de autos elaborados em relação ao ano de
2007. No entanto, salienta‐ se a continuidade das infracções decorrentes de actos
negligentes, sendo a maioria dos autos elaborados no âmbito da queima de sobrantes,
em local e época não permitida nos termos da legislação em vigor.
Animais apreendidos
Foram apreendidos e/ou recuperados, em 2008, 1.907 espécimes. Programa Antídoto − Estratégia nacional contra o uso de Venenos
No ano de 2008 foram registadas 49 casos de envenenamento de aves e outros animais.
Áreas protegidas e Rede Natura 2000
As equipas do SEPNA que actuam nas áreas protegidas, realizaram um trabalho intenso
e direccionado para a protecção da fauna e da flora, em especial das espécies mais
Ano Contra-ordenações Coimas aplicadas DL 124/2006 DL 124/2006 2007 4.044 € 749.881,00
2008 4.916 € 930.460,00
Ano Aves Outros animais Espécies aquáticas Âmbito CITES 2007 1.977 234 170 235 2008 377 101
1.429 Ano Aves Outros animais Aves selvagens Animais domésticos 2007 20 10 48 64 2008 0 5 3 41
Página 153
153 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL sensíveis, prevenção de incêndios florestais, fiscalização do ordenamento do território e
controlo da prática de desportos de aventura.
Meio aquático
O SEPNA aumentou expressivamente o seu trabalho nesta área, fazendo incidir a
fiscalização, principalmente, na utilização das albufeiras e das águas para consumo
público, na protecção da fauna e da flora ripícola existente e específica desses locais, e
na monitorização e controlo da qualidade da água.
Dos 347 autos elaborados, 15 deram origem a processos‐ crime e os restantes a contra‐
ordenações.
Linha SOS Ambiente Nesta linha foram recebidas em 2008, 4609 denúncias telefónicas sobre as seguintes
áreas: resíduos – 917; protecção de animais – 348; e poluição de aguas – 305. Âmbito da Investigação Criminal
Actividade operacional
No âmbito dos inquéritos realizados pelos órgãos de investigação criminal operativa
(NIC − Núcleos de Investigação Criminal; NICD − Núcleos de Investigação Criminal/Droga
e NMUME – Núcleo Mulher e Menor), foram registados os seguintes dados:
Ano Patrulhas Contra‐ ordenações Crimes Detenções
2007 5.775 4.609 64 16
2008 8.556 1.476 199 23
Ano Patrulhas Autos Recolha de amostras Apreensões
2007 735 731 182 66
2008 2.546 347 367 386
Inquéritos
Concluídos em 2007 17.278
Pendentes de 2007 5.393
Atribuídos em 2008 17.305
Página 154
154 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
No âmbito das inspecções realizadas pelos órgãos da especialidade de Criminalística
(NAT − Núcleos de Apoio Técnico), salientam‐ se os seguintes dados:
Missões Internacionais No âmbito dos compromissos assumidos pelo Estado português, a Guarda Nacional
Republicana participou em missões internacionais, sob a égide das Nações Unidas, da
União Europeia ou decorrentes de acordos de cooperação com outros Estados.
Número de militares integrados em missões internacionais
Em 2008, a GNR empenhou 661 militares no cumprimento das seguintes missões
internacionais: MISSÃO
NÚMERO DE MILITARES
FUNÇÃO DESEMPENHADA • European Union Police Mission in Bosnia – Herzegovina – 02 • Field Office Team Leader • EUFOR ALTHEA – Bósnia-Herzegovina 70 a) • Comando e composição da Integrated Police Unit • European Union Rule of Law Mission in Kosovo – EULEX 01 • Conselheiro Policial • European Union Mission in support of security sector reform 04 • Deputy Head of Mission • European Union Police Mission in the Democratic Republic 04 • Conselheiro Técnico do Inspector-Geral da Polícia • United Nations Integrated Mission in Timor-Leste - UNMIT 427 b) • Restabelecer a Ordem Pública e Assegurar o • European Union Police Mission for the Palestinian Territories 01 • Field Police Officer • European Union Monitoring Mission in Geórgia – EUMM 01 • Mission Security Officer a) Este efectivo respeita aos 2 contingentes destacados e aos 5 militares colocados no Quartel‐
General da IPU.
b) Este efectivo respeita aos 3 contingentes destacados.
Ainda na área internacional, salientam‐ se os seguintes cargos ocupados por militares da
Guarda durante o ano de 2008:
• Um Oficial de Ligação do contingente da GNR em Timor-Leste para a Missão UNMIT.
Pendentes de 2008 4.656
Inspecções
Com resultados positivos 6.267
Sem resultados positivos 7.938
Outros 1.437
Total 15.642
Página 155
155 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL • Um Oficial a exercer funções na Support Unit da Task Force Europeia de Chefes de Polícia (EPCTF), em Haia, na sede da EUROPOL.
• Um Oficial, na Organização de Luta Anti-Fraude, em Bruxelas, Bélgica.
• Quatro Oficiais e 1 Sargento no Quartel-General Permanente da Força de Gendarmerie Europeia (EUROGENDFOR), em Vicenza – Itália.
• Um Oficial em Timor-Leste, como assessor do 1º Ministro para os assuntos militares.
• Um Sargento como instrutor na Escola da “Gendarmerie Nationale”, em “Montluçon”, França.
• Um Oficial na Célula Civil-Militar de Gestão de Crises “Watch Keeping Capability Officer” em Bruxelas, Bélgica.
• Um Oficial no Reino de Espanha, um Oficial na República de Moçambique e um Oficial na República Democrática de Timor-Leste, na qualidade de Oficiais de Ligação do MAI.
De referir também o Projecto de Cooperação Técnico‐ Policial com os PALOP, que
empenhou os seguintes militares da Guarda:
• Na República de Moçambique - 23 formadores.
• Na República de Angola - 24 formadores.
• Na República de Cabo-Verde - 7 formadores.
• Na República Democrática de São Tomé e Príncipe - 2 formadores.
Ao abrigo do Protocolo de Cooperação com a República da Guiné‐ Bissau, a Guarda
participou ainda na Missão de Assistência Técnica na Componente de Controlo e
Patrulhamento Fronteiriço com 1 Oficial.
Descrição das Missões
As missões, para as quais os militares da GNR estão superiormente mandatados, têm
objectivos díspares, que vão desde a Manutenção da Paz, até às funções de observador,
passando pela cooperação técnico‐ policial e pela ligação do MAI com algumas
embaixadas. Algumas missões desenvolvidas, tiveram o seu início em anos anteriores a
2008 e não apresentam timings para o seu terminus.
European Union Police Mission in Bosnia – Herzegovina – EUPM BiH Criada pela Acção Comum 2002/210/CFSP, de 17 de Março, a missão tem por objectivo
auxiliar o processo de reforma da polícia e consolidar a capacidade local e a cooperação
Página 156
156 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
regional na luta contra o crime organizado, tendo mandato definido até 31 de
Dezembro de 2009.
EUFOR ALTHEA – Bósnia-Herzegovina (EUROGENDFOR) De acordo com a decisão da NATO de terminar a missão da SFOR na Bósnia‐ Herzegovina
no fim do ano de 2004 e a adopção da Resolução do Conselho de Segurança das Nações
Unidas 1551 de 09JUL04, o Conselho da UE adoptou a Acção Conjunta 2004/570/CFSP,
de 12 de Julho, na qual se encontra definida a operação militar denominada “Operação
ALTHEA”, a qual foi implementada a partir de 2 de Dezembro de 2004.
O objectivo operacional desta missão é manter a estabilidade político‐ social na Bósnia‐
Herzegovina, prevenindo a ocorrência de eventuais conflitos nas áreas de maior tensão
e risco, através de operações não convencionais, utilizando forças flexíveis e de perfil
militar discreto, orientadas sobretudo para a recolha de informações.
Na componente policial tem por objectivo manter a paz e a ordem e coadjuvar os
programas de assistência da UE, com vista ao desenvolvimento do processo de
estabilização e integração da Bósnia‐ Herzegovina. Tem ainda como funções contribuir
para a manutenção da ordem pública, prevenção de distúrbios civis e controlo de
multidões, no apoio à polícia local.
Destaca‐ se que esta missão da Guarda se enquadra no âmbito da participação da Força
de Gendarmerie Europeia (EUROGENDFOR) na Operação ALTHEA.
European Union Rule of Law Mission in Kosovo – EULEX Kosovo Em 04 de Fevereiro de 2008, o Conselho da UE, através da Acção Comum
2008/124/PESC, decidiu lançar a Missão da União Europeia para o Estado de Direito no
Kosovo, EULEX Kosovo, que tem por objectivo apoiar as instituições, autoridades
judiciais e os serviços de aplicação da lei do Kosovo, nos seus progressos na via da
sustentabilidade e da responsabilização. Executa o seu mandato, que terminará em
2010, através de acções de acompanhamento, orientação e aconselhamento, mantendo
determinadas responsabilidades executivas.
O status da missão UNMIK sofrerá uma reavaliação, passando, de forma faseada,
algumas das suas responsabilidades para a missão da União Europeia. A missão EULEX,
na qual Portugal participa, terá um efectivo total de 3.000 pessoas, incluindo polícias,
juízes, administradores e pessoal local e ainda se encontra em fase de implementação,
aguardando a transferência do poder executivo em algumas áreas por parte da UNMIK.
Página 157
157 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL European Union Mission in support of security sector reform in the Republic of Guinea-Bissau – EU SSR Guinea Bissau No Conselho da União Europeia de 12 de Fevereiro de 2008 foi decidido, através da
Acção Comum 2008/112/PESC, estabelecer uma missão da União Europeia, com a
duração prevista de 12 meses, com vista a apoiar a Reforma do Sector de Segurança
(RSS) na República da Guiné‐ Bissau, designada por EU SSR Guinea‐ Bissau.
Esta missão é planeada, na sua totalidade, pelo Quartel‐ General para as operações de
gestão civil de crises da UE e enquadra‐ se na “Parceria Estratégica África‐ UE”, que foi
adoptada na Cimeira UE‐ África, que teve lugar em Lisboa, a 9 de Dezembro de 2007, no
âmbito da Presidência Portuguesa da União Europeia.
Os principais objectivos desta missão são: contribuir, através do aconselhamento
especializado, para o desenvolvimento de planos detalhados para a reconstrução e
redimensionamento das Forças Armadas; apoiar o desenvolvimento da reorganização e
reconstrução dos corpos policiais; assistir as autoridades locais de forma a assegurar
que a reforma política e o seu planeamento estão de acordo com normas democráticas,
direitos humanos, questões relacionadas com género e com os princípios de boa
governação e com os princípios do Estado de Direito; assistir e aconselhar na elaboração
do plano de reestruturação/reafectação da Polícia Judiciária e na criação da Guarda
Nacional.
A 16 de Junho de 2008 ocorreu o lançamento oficial da Missão PESD na Guiné‐ Bissau.
European Union Police Mission in the Democratic Republic of Congo – EUPOL Congo Esta missão é sucessora da missão EUPOL – Kinshasa e foi criada em 12 de Junho de
2007, pela Acção Comum 2007/405/CFSP. Tem mandato até 30 de Junho de 2009 e
surge da vontade da UE de se associar mais amplamente ao processo de reforma do
sector da segurança e judicial na RDC. Tem por objectivo apoiar a acção da Comissão de
Seguimento da Polícia, com apoio à sua presidência e aos seus grupos de trabalho sobre
a reforma do sector de segurança e judicial do país.
Esta missão é composta por peritos internacionais, incluindo polícias, peritos em
questões de justiça penal e um perito competente nos domínios da reforma do sector
da segurança.
United Nations Integrated Mission in Timor-Leste – UNMIT
Página 158
158 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Devido à crise de Maio de 2006, que levou à destituição do Governo e a uma crise civil,
foi criada esta missão, através da Resolução do Conselho de Segurança n.º 1704, de 25
de Agosto de 2006, com o objectivo de restabelecer a ordem pública e assegurar o
Estado de Direito em Timor‐ Leste.
As Nações Unidas têm autoridade executiva e tinham como objectivo principal, além da
manutenção da ordem pública, a condução e supervisão de eleições presidenciais e
parlamentares. A missão encontra‐ se neste momento numa segunda fase que tem por
objectivo reestruturar a polícia local e auxiliar as instituições governamentais e
instituições judiciais. A missão tem mandato definido até 26 de Fevereiro de 2009.
A FPU desenvolve um largo espectro de funções policiais, incluindo a manutenção da
ordem pública e ameaças à paz, segurança estática a edifícios vulneráveis,
patrulhamento em áreas de maior sensibilidade, recolha e análise de informação,
operações anti‐ insurreição e anti‐ terrorismo, vigilância, operações stop, busca em casas
e veículos, escolta de altas entidades e formação da polícia local em manutenção da
ordem pública.
Em relação aos UNPOL é de salientar como área predominante de colocação a
investigação criminal e apoio à Procuradoria‐ Geral. Esta predominância deriva não só de
toda a documentação oficial ser elaborada na língua portuguesa, mas também do facto
do Código Processual Penal ser idêntico ao português, tornando‐ se os elementos
policiais portugueses uma mais‐ valia no apoio ao sistema judicial timorense.
European Union Police Mission for the Palestinian Territories – EUPOL COPPS Criada pela Acção Comum 2005/797/CFSP, de 14 de Novembro, a missão tem por
objectivo auxiliar a Autoridade Palestiniana no processo de reorganização e reforma da
polícia local, através da colocação de assessores junto do Comandante de Polícia e do
Ministério do Interior, de forma a implementar o programa de desenvolvimento da
Polícia Civil Palestiniana. A missão tem um mandato de 3 anos que expira a 31 de
Dezembro de 2009.
European Union Monitoring Mission in Georgia – EUMM GEÓRGIA Criada pela Acção Comum 2008/736/PESC, de 15 de Setembro, esta missão de
observação tem por objectivo a estabilização da situação e a redução de riscos de
aparecimento de novas hostilidades na Geórgia e ao mesmo tempo para nortear a
política europeia de apoio a uma solução pacífica e duradoura. A Missão tem a vigência
de 1 ano.
Página 159
159 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
No âmbito internacional, salientam-se ainda os seguintes cargos, ocupados por Oficiais da Guarda (a) Na qualidade de Oficiais de Ligação do MAI: 1 Reino de Espanha: Um oficial superior que iniciou funções em 01FEV07, junto da
embaixada de Portugal, em Madrid, ao qual compete, entre outras funções, assistir os
serviços do Reino de Espanha, facilitando o intercâmbio de informação de segurança
interna e servir de elo de ligação entre as Forças e Serviços de segurança portugueses e
as Forças e Serviços congéneres daquele país;
2 República de Moçambique: Um oficial superior que iniciou funções em 03OUT06,
junto da embaixada de Portugal, em Maputo, o qual está encarregue do projecto da
formação e troca de experiências entre as Forças Policiais, bem como, da assessoria
técnica na Embaixada de Portugal;
3 República Democrática de Timor‐ Leste: Um oficial superior que iniciou funções em
01AGO08, junto da Embaixada de Portugal, em Díli, com funções de coordenação e
manutenção de ligações com as autoridades locais, assim como de assessoria técnica na
Embaixada de Portugal.
(b) Manteve um Oficial de Ligação do contingente da GNR em Timor-Leste para a Missão UNMIT (esta é uma comissão de serviço que efectua a rotação em cada 6 meses); (c) Manteve, ainda, durante todo o ano de 2008, a exercer funções na Support Unit da Task Force Europeia de Chefes de Polícia (EPCTF), em Haia, na sede da EUROPOL, um oficial que iniciou as referidas funções em Janeiro de 2007, no quadro das obrigações decorrentes da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia; (d) De igual modo, manteve um oficial superior em Bruxelas, na OLAF (Organismo Europeu de Luta Anti-Fraude), que iniciou funções em 01FEV05 e terminará em 31JAN09; (e) Quartel-General Permanente da Força de Gendarmerie Europeia (EUROGENDFOR): no quadro dos compromissos assumidos por Portugal, a Guarda manteve, em permanência, durante 2008, 4 Oficiais e 1 Sargento em Vicenza – Itália, a exercer funções no Quartel-General Permanente da referida Força; (f) Manteve em Timor-Leste, um oficial superior, como assessor do 1º Ministro para os assuntos militares; (g) Em França na Escola da “Gendarmerie Nationale” em “Montluçon”, manteve um sargento, ao abrigo de um protocolo de intercâmbio de instrutores;
Página 160
160 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL (h) Ao nível da Academia Europeia de Polícia (CEPOL) participa nas reuniões do Conselho de Administração, assegura actualmente e até 30JUN09, através da Escola da Guarda o Ponto de Contacto Nacional. Está, ainda, representada no Comité Administrativo-Financeiro, até 2010; (i) Desde 16MAI08, um oficial superior ocupa um cargo na Célula Civil-Militar de Gestão de Crises “Watch Keeping Capability Officer” em Bruxelas-Bélgica.
O Programa de Cooperação Técnico-Policial com os PALOP, levado a cabo pelo MAI e MNE/IPAD, teve como destinatários os seguintes Países: (j) República de Moçambique: para a Polícia da República de Moçambique (PRM), foram ministrados 9 Cursos naquele território e 9 Cursos em Portugal. Estas acções empenharam um total de 23 formadores da Guarda e tiveram como alvo, 416 formandos da PRM; (k) República Angola: para a Polícia Nacional de Angola (PNA), foram ministrados 8 Cursos naquele território e 6 Cursos em Portugal. Estas acções empenharam um total de 24 formadores da Guarda e tiveram como alvo, 200 formandos da PNA; (l) República de Cabo-Verde: para a Polícia Nacional de Cabo Verde (PNCV), foram ministrados 3 Cursos naquele território e 2 Cursos em Portugal. Estas acções empenharam um total de 7 formadores da Guarda e tiveram como alvo, 84 formandos da PNCV; (m) República Democrática de São Tomé e Príncipe: para a Polícia Nacional de São Tomé e Príncipe (PNSTP), foram ministradas 2 Reciclagens naquele território.
Estas acções empenharam um total de 2 formadores da Guarda e tiveram como alvo, 33 formandos da PNSTP; (n) República da Guiné-Bissau: ao abrigo do Protocolo de Cooperação com a República da Guiné-Bissau, a Guarda participa na Missão de Assistência Técnica na Componente de Controlo e Patrulhamento Fronteiriço, com um oficial superior.
Formação Para o cabal cumprimento das inúmeras e diversificadas missões que estão atribuídas à
Guarda, o Comando desta Força de Segurança atribui primordial importância à
formação moral, cultural, física, militar e técnico‐ profissional dos seus militares, tendo
como objectivo a aquisição de conhecimentos e a promoção de uma cultura de
responsabilidade contínua no desenvolvimento das competências individuais de cada
militar.
Neste âmbito, os militares da Guarda frequentaram, durante o ano de 2008, diferentes
cursos e acções de formação para actualização, especialização, qualificação e
valorização dos seus conhecimentos.
Página 161
161 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL O processo de formação está estruturado de forma coerente e integrada e articula‐ se
em quatro grandes sub‐ sistemas de formação interdependentes e complementares,
conforme se discrimina:
- Formação Inicial; - Formação de Progressão na Carreira; - Cursos de Especialização e Qualificação; - Instrução de Aperfeiçoamento e Actualização.
A formação inicial abrange os cursos de ingresso na GNR e destina‐ se a habilitar os
candidatos aos seus Quadros Permanentes com uma formação inicial de base, no caso
concreto, através do Curso de Formação para Oficiais e do Curso de Formação de
Guardas.
A formação de progressão na carreira abarca os cursos e estágios destinados à
progressão na carreira nas diferentes categorias, visando a aquisição de conhecimentos
e aptidões que habilitem os militares para o exercício de funções de maior
complexidade e responsabilidade.
Os cursos de especialização e qualificação incluem os cursos e estágios para o ingresso
em Quadros ou Especialidades, a fim de adquirir e desenvolver conhecimentos técnicos
nas respectivas áreas.
A instrução de aperfeiçoamento e actualização tem como objectivo a melhoria e
aperfeiçoamento das capacidades já existentes, tendo como exemplo a Instrução de
Aperfeiçoamento de Quadros e Tropas (IAQT), sendo complementar dos anteriores sub‐
sistemas de formação.
Em todos os sub‐ sistemas de formação está contemplada a área técnico‐ policial. Esta
área compreende a aquisição de conhecimentos técnicos em áreas como a Investigação
Criminal, Protecção da Natureza e Ambiente, a Manutenção da Ordem Pública,
Inactivação de Engenhos Explosivos, Trânsito, Fiscal, Tiro, etc.
Como se constata no quadro seguinte, existem outros tipos de formação, mais
generalista, como por exemplo, os cursos de informática e de condução auto –
adaptação – nas diversas categorias, entre outros, à qual se sujeitam mais militares
neste universo de formação.
CURSO FORM. INTERNA FORM. EXTERNA TOTAL
Página 162
162 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
‐‐‐30 ‐‐ 1277
CFG
17
1247 ‐‐‐
Área Técnico‐
Policial
InvCriminal 1 50 267 2 46 67
1997
SEPNA ‐‐‐‐ 3 52
CEC
18
15 ‐‐‐‐‐
Outros 130 393 643 240 39 49
Outras Áreas 138 303 2349 121 195 126 3232
Total Parcial 284 746 4506 393 283 294 6506
TOTAL 5536 970
Número de militares que concluíram acções de formação internas e externas
Consultando o quadro anterior, salienta‐ se o facto que todas as categorias de militares
da Guarda – Oficiais, Sargentos e Guardas – foram sujeitas, durante o ano de 2008, a
acções de formação ministradas pelos formadores da GNR e nas suas próprias
instalações (Formação Interna) e, acções de formação em ambiente externo (Formação
Externa). As acções de formação externa são consideradas fundamentais para os
militares da Guarda e resultam de disposição legal, acordos ou protocolos com as mais
diversas entidades, nomeadamente com instituições militares, organismos do Estado e
congéneres.
Dos 6506 militares que concluíram, com êxito, as acções de formação a que foram
sujeitos, a parte mais significativa, 5536, recebeu formação interna e, apenas, 970
tiveram que recorrer a formação externa.
Número de militares que concluíram cursos de formação base para ingresso na
Guarda
No ano de 2008, os quadros da Guarda foram renovados, com a entrada de 30 oficiais
que concluíram com aproveitamento o Curso de Formação de Oficiais na Academia
Militar e com 1247 Guardas que obtiveram aproveitamento no Curso de Formação de
Guardas e assumiram o seu compromisso de honra com a Instituição.
Discriminação por áreas técnico policiais e outras
Na área técnico‐ policial, dos militares sujeitos a acções de formação e especialização,
1997 foram considerados aptos a desenvolver a respectiva actividade específica em prol
da GNR e do país.
16 Curso de Formação de Oficiais 17 Curso de Formação de Guardas 18 Curso Específico de Cavalaria II SÉRIE-E — NÚMERO 21
__________________________________________________________________________________________________________
162
Consultar Diário Original
Página 163
163 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL A Guarda, decorrente das competências atribuídas pela Lei de Organização da
Investigação Criminal (LOIC – Lei n.º 49/2008, de 27 de Agosto), continua a formar
quadros nesta área. O ano de 2008 não foi excepção e concluíram o Curso de
Investigação Criminal, com aproveitamento, 433 militares.
Com o objectivo de potenciar as acções de fiscalização, no âmbito da protecção da
natureza e do ambiente, a GNR proporcionou ao seu efectivo formação nesta área
específica, qualificando mais 55 militares, durante o ano de 2008.
No período a que se reporta o presente documento não foi ministrado nenhum curso de
Trânsito nem Fiscal.
Investimentos
Nesta área, de significativa importância, o orçamento da Guarda cifrou‐ se em €
788.612.886,87 conforme se discrimina a seguir:
Designação Valor total
Despesas com o pessoal € 722.854.609,89
Aquisição de bens e serviços € 61.292.128,14
Transferências correntes € 314.278,28
Investimentos € 4.151.870,56
Total € 788.612.886,87
Dos investimentos realizados no ano de 2008, salientam‐ se pela sua importância, as
áreas referidas seguidamente.
Aquisições e abates de equipamento técnico policial
Quadro resumo de aquisições
Tipo Valor
Armamento e sobressalentes € 204.861,91
Munições € 235.659,00
Página 164
164 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Verificações, calibragens e consumíveis de equipamento de fiscalização de trânsito € 971.532,40
Aparelhos de pesagem de veículos automóveis € 136.320,00
Material para recolha de vestígios de incêndios € 138.546,15
Aparelhos quantitativos de medição de álcool no sangue € 216.921,60
Consola gestão Snipers € 150.793,20
Boquilhas para alcoolímetros € 42.369,00
Kit arrombamento € 39.850,80
Fire shelter € 25.704,00
Correntes de neve € 3.633,60
Conversores corrente € 4.672,80
Odómetros € 45.150,00
Equipamento diverso relativo à actividade operacional em meio aquático € 44.424,69
Equipamento de comunicações subaquáticas € 5.796,00
Equipamento detector de junções e de segurança electrónica € 50.100,00
Bancada Técnica para radiomontador € 57.316,80
Mini‐ Link de comunicações € 14.849,89
Sistema de conferência € 65.127,18
TOTAL € 2.453.629,02
Quadro resumo de abates
No ano de 2008, não foram abatidos equipamentos técnico‐ policiais de relevo.
Aquisições e abates de equipamento auto
Quadro Resumo de aquisições
Quadro resumo de abates
Designação Quantidade Valor total
Viaturas 10 € 366.540,94
Material auto ‐ € 65.239,25
Meios marítimos 1 € 3.967,07
Total € 435.747,26
Designação Total
Viaturas 224
Motociclos 26
Ciclomotores 17
Meios marítimos 2
Total 269
Página 165
165 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Aquisições e abates de material informático
Quadro resumo de aquisições
Quadro resumo de abates
Projectos existentes ou previstos para o desenvolvimento do funcionamento das
condições operacionais e materiais existentes
¾ Projecto de videovigilância florestal de âmbito nacional;
¾ Projecto de videovigilância do Santuário de Fátima;
¾ Projecto de posto de comando e controlo móvel para o GIPS.
Recursos Humanos Ao longo do ano de 2008 ingressaram nos quadros ou passaram para o serviço da
Guarda 1.282 militares e 2 civis.
Foram abatidos aos quadros 870 militares e 26 civis.
Entrada de militares e civis para os quadros
Militares
Tipo Quantidade Valor
Impressoras 65 € 26.744,74
Computadores 536 € 359.693,80
Servidores 3 € 41.740,94
Licenciamento e manutenção ‐ € 422.253,17
Total € 850.432,65
Tipo Quantidade Valor
Impressoras 133 € 79.502,78
Computadores 81 € 84.059,53
Diversos ‐ € 99.362,69
Total € 262.925,00
Página 166
166 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Entraram para os quadros da Guarda 1.282 militares, sendo 5 oficiais do Exército que
passaram a desempenhar funções na Guarda em comissão de serviço, 30 oficiais que
terminaram, na Academia Militar, o Curso de Formação de Oficiais da Guarda, e 1247
militares que terminaram o Curso de Formação de Guardas.
Civis
Passaram a integrar o serviço da Guarda 2 psicólogos.
Saída de militares e civis da Instituição
Militares
Foram abatidos 870 militares ao quadro de efectivos no activo da Guarda pelos motivos
seguintes: 2 por atingirem o limite de idade para passagem à situação de reserva; 802
por terem 36 anos de serviço e terem requerido a sua passagem à reserva; 1 por decisão
da Junta Superior de Saúde; 13 por solicitação de dispensa do serviço; 14 por motivos
disciplinares; 33 por falecimento no activo e 5 militares do Exército por terem terminado
a sua comissão de serviço na Guarda.
Civis
Saíram do serviço activo 26 civis, sendo 13 por aposentação, 10 por rescisão de
contrato, 1 por passagem à situação de reforma por limite de idade, 1 por cessação de
funções e 1 falecido no activo. Políticas e projectos existentes ou desenvolvidos na área de Recursos Humanos
Políticas de Recursos Humanos prosseguidas e objectivos atingidos Foram desenvolvidas as diligências ordinárias, que se prendem, essencialmente, com
preocupações de gestão provisional, destacando‐ se as seguintes:
• Planeamento de vagas para ingresso na Guarda Nacional Republicana (Curso de
Formação de Oficiais/Academia Militar ‐ 49 vagas);
• Planeamento de vagas para cursos de formação e de progressão (Curso de Formação de
Sargentos – 140 vagas e Curso de Promoção a Cabo – 250 vagas);
• Conclusão do planeamento de vagas relativo ao ano anterior para promoção ao posto
imediato, nas três categorias profissionais que compõem a estrutura de recursos
humanos militares deste Corpo Especial de Tropas (gestão de carreiras);
• Distribuição de vagas pelas Unidades da Guarda, com vista ao posterior movimento dos
militares (colocações e transferências);
Página 167
167 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL • Colaboração na execução do projecto orçamental, na área de pessoal, para o ano de
2009;
• Colaboração na elaboração do Plano de Estágios e Cursos para o ano de 2009.
Projectos para o desenvolvimento das condições humanas e sociais
existentes
• Foram implementadas novas funcionalidades no âmbito do Sistema Integrado de Gestão
de Pessoal (SIGPES) de modo a permitir a correcta administração de recursos humanos
da Guarda. Concretamente, foram introduzidas alterações ao módulo de recrutamento
de modo a integrar o recrutamento electrónico e ao módulo de colocações e
transferências. Foi igualmente efectuada intervenção no módulo de promoções em
ordem a melhorar a organização e a qualidade do processo administrativo promocional,
tornando‐ o mais célere.
• Foram ainda desenvolvidos automatismos de forma a enviar informação relativa à
identificação dos militares da Guarda, nomeadamente a respeitante aos bilhetes de
identidade, para o projecto SIGRE (Sistema Integrado de Gestão do Recenseamento
Eleitoral);
• Foi concebido e implementado o Portal Social da Guarda Nacional Republicana no
âmbito da Medida M 132 do Programa de Simplificação Administrativa e
Legislativa/Simplex’08, com o objectivo de assegurar aos militares da Guarda o acesso,
via Web, a funcionalidades de apoio à auto informação sobre remunerações e outros
direitos. Num futuro próximo será possível iniciar um processo tendente ao
preenchimento electrónico de um número crescente de formulários, substituindo
procedimentos que presentemente consomem significativos recursos humanos
materiais e financeiros.
• Foi elaborado projecto de diploma visando a transformação da carreira florestal do
quadro de pessoal civil da GNR em carreira especial no âmbito da reforma dos regimes
de vinculação, de carreiras e remunerações dos trabalhadores que exercem funções
públicas introduzidas pela Lei nº 12‐ A/2008, de 27 de Fevereiro;
• Foram elaboradas e aprovadas as regras de colocação a aplicar, transitoriamente,
durante o período de reestruturação da Guarda, tendo em vista ajustar as existências
em pessoal militar à nova orgânica da Guarda. Os ajustamentos aos novos quadros
orgânicos tiveram em conta o interesse do serviço, procurando no entanto minimizar os
custos pessoais associados a estas movimentações;
• Foi dado início aos trabalhos conducentes à revisão do Estatuto dos Militares da Guarda
Nacional Republicana, tendo em consideração a nova orgânica da Guarda e a
necessidade de introdução de preceitos que permitam respostas às realidades actuais;
• Foi concluído o projecto de novas normas de colocação dos militares da Guarda, de
acordo com o previsto no n.º 2 do artigo 59.º do Estatuto dos Militares da Guarda
Nacional Republicana. Este projecto teve larga participação das Unidades da Guarda e
das Associações Profissionais;
Página 168
168 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL • Foi concluída a 1.ª versão dos trabalhos conducentes à revisão do Regulamento de
Avaliação do Mérito dos Militares da Guarda Nacional Republicana e concepção de um
sistema que seja aplicável a todas as categorias e se adapte aos princípios e objectivos
do SIADAP. Estes trabalhos tiveram larga participação das Unidades da Guarda e das
Associações Profissionais.
• Foi disponibilizada informação de carácter institucional relativa a recursos humanos para
o sítio da GNR (Intranet e Internet);
• Foi efectuada proposta de alteração do regime transitório de passagem à reserva e
reforma, constante do Decreto‐ Lei n.º 159/2005, de 20 de Setembro, tendo em vista a
sua equiparação com o regime previsto para os militares das Forças Armadas, constante
no Decreto‐ Lei n.º 166/2005, de 23 de Setembro;
• Foi iniciado o projecto de desenvolvimento de um Sistema de Recrutamento Electrónico
e Selecção de Candidatos, a ingressar nos quadros da Guarda, recorrendo às novas
tecnologias de informação e de comunicação, nomeadamente a Web, enquanto sistema
de informação, e a internet, como meio de transmissão. Este projecto é co‐ financiado
pelo Programa Operacional da Administração Pública.
Conclusões
A Guarda Nacional Republicana, no ano de 2008, continuou a manter uma atitude firme
e determinada no cumprimento da missão que lhe está cometida, no respeito pelas
directivas e orientações da Tutela, em simultâneo com uma liberdade de acção e
capacidade de iniciativa de forma a garantir o acompanhamento judicioso e atento da
evolução da situação social e das novas formas de criminalidade.
Os objectivos operacionais fixados pelo Comando da Guarda, sobretudo os relacionados
com a criminalidade, a sinistralidade rodoviária e a protecção e socorro, foram
alcançados, tendo mesmo, em algumas situações, os resultados atingidos superado as
melhores expectativas. O sucesso obtido teve por base um planeamento adequado e
ajustado ao ambiente social envolvente e às características locais da delinquência, uma
execução eficiente, rigorosa e corajosa dos planos e, essencialmente, uma postura
empenhada, disponível e de elevado espírito de missão demonstrada pelos militares da
Guarda.
Também as valências de Investigação Criminal, de Protecção da Natureza e do Ambiente
e de Protecção e Socorro, enquanto apostas estratégicas da Guarda, deram passos
decisivos no sentido da afirmação da sua importância para a Instituição e para Portugal,
e da sua assumpção como modelo e exemplo para organizações congéneres. Neste
particular, convém relevar no âmbito da dependência funcional, que alguns organismos,
Página 169
169 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL estatais ou privados, têm vindo a demonstrar em relação a estas estruturas da Guarda
significativo reconhecimento pela excelência do trabalho produzido.
No que concerne à participação em missões de apoio à paz e de cooperação técnico‐
militar, outra vertente emblemática da actividade da Guarda durante o ano em
apreciação, os elogios vindos de diversos quadrantes, sobretudo internacionais, são
indicadores da qualidade, do mérito e do papel relevante que as forças e os militares
destacados, vêm assumindo em prol da estabilidade e do progresso das populações e
dos países onde exercem as suas funções.
A Guarda Nacional Republicana terminou o ano de 2008 plenamente consciente de que,
apesar do profundo processo de reestruturação, que então decorria e das consequentes
implicações, principalmente, ao nível dos recursos humanos continuou a cumprir com
brio, notável sentido do dever e vincado profissionalismo, as missões que lhe estão
cometidas.
Página 170
170 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Polícia de Segurança Pública Balanço da execução das medidas da estratégia de segurança 2008
O ano de 2008 ficou marcado pelas profundas alterações que foram produzidas no seio
da Instituição, designadamente:
• A reestruturação do dispositivo territorial das forças de segurança; • Mudança da Direcção e de Comandos; • Mudança de Orgânica; • Mudança do Sistema Integrado de Segurança Interna; A criação de uma nova orgânica, uma forte aposta na partilha de informação, com uma
vertente fortemente centralizadora no recentemente nomeado Secretário Geral do
Sistema de Segurança Interna, o reforço de meios humanos e materiais, a criação de
novos Departamentos que se constituem como uma mais valia, em especial nas
matérias de investigação criminal, resultarão, sem dúvida, numa enorme “janela de
oportunidades” para se concluir pela certeza de uma Instituição mais capaz de enfrentar
desafios no âmbito da Segurança Interna e também no âmbito da projecção das
políticas externas através dos contributos em missões internacionais.
É com este panorama de certeza que se encerra o ano de 2008, com realizações, com
anseios, com motivação, com desenvolvimento de uma consolidada orientação
estratégica, operacional e táctica que dará razoáveis frutos num futuro próximo.
Assim, e em súmula, o ano de 2008 constituiu‐ se como um virar de página em que a
consolidação de objectivos já definidos se foram desenvolvendo graças a uma elevada
competência profissional e a um inexcedível sentido de responsabilidade dos
profissionais da Polícia de Segurança Pública.
Assim e numa lógica actual de polícia integral:
• Aumentou-se significativamente o número de subunidades que implementaram o Plano Integrado de Policiamento de Proximidade; • Apostou-se fortemente no desenvolvimento sistemático de novas tecnologias, nomeadamente através de programas específicos de policiamento e prevenção – queixa electrónica; chave segura; certidões de acidentes on line - e consolidação das existentes, em especial o SEI, constituindo-se como ferramenta indispensável à produção de informação para tratamento estatístico e análise probabilística de prevenção criminal. Nesta matéria candidatámo-nos a fundos comunitários para associação ao SEI de uma ferramenta de “business inteligence” que permita um melhor aproveitamento operacional e táctico das informações residentes no SEI; • Na área do trânsito estabeleceram-se parcerias, com intervenção governamental, com entidades privadas para agilização dos processos de fiscalização rodoviária, para além do reforço da componente da
Página 171
171 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL fiscalização rodoviária e utilização das novas tecnologias ao serviço desta, nomeadamente o SCOT. Com estas práticas verificou-se mais uma redução significativa da sinistralidade rodoviária no ano de 2008; • A criação do Departamento de Investigação Criminal consolidou uma estrutura nacional de investigação criminal que permite uniformização de procedimentos, troca oportuna e relevante de informações criminais e desenvolvimento de modelos de actuação conjuntos e uniformes em todo a área de responsabilidade territorial da PSP; • A criação do departamento de Segurança Privada consolidou o modelo organizacional resultante da transferência de competências para a PSP em matéria de segurança privada, concretizando assim o objectivo expresso nas Grandes Opções do Plano. Os resultados da actividade deste departamento estão plasmados no Relatório Anual de Segurança Privada.
• A criação da Unidade Especial de Polícia, que passou a concentrar todas as valências de intervenção, segurança pessoal, operações especiais, engenhos explosivos e segurança em subsolo e cinotécnia, tornou possível a partilha de experiências entre as diversas áreas e a constituição de novos modelos de intervenção, como é o caso da constituição das Equipas de Reacção Táctica Encobertas empenhadas, inicialmente, no combate ao “carjacking”, e actualmente no combate às diferentes formas (modus operandi) de criminalidade violenta; • No ano de 2008, a Polícia de Segurança Pública (PSP), fruto da constante análise científica da geografia da criminalidade, levou a cabo diversas Operações Especiais de Prevenção Criminal (OEPC), nos termos da Lei n.º 5/2006, de 23 de Fevereiro, em zonas identificadas pela PSP como problemáticas e em que o sentimento de segurança das populações se revelava mais afectado; • Nesta área foram largamente ultrapassados os objectivos que tinham sido delineados: 40 Operações de âmbito nacional e foram desenvolvidas, em cooperação com as autoridades judiciárias, 290 Operações; e • Também, e numa perspectiva de consolidação da política externa, foram concluídos os processo de selecção para bolsas de voluntários para missões da paz, tendo já sido enviados contingentes para várias missões internacionais, sendo a última de elementos que em Dezembro partiram para o Kosovo integrados na missão da EU – EULEX.
Página 172
172 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Actividades desenvolvidas no âmbito das competências operacionais
Programas específicos de policiamento, de prevenção ou de acção especiais
(objectivos, efectivo empenhado, custos envolvidos, resultados atingidos) SISTEMA “TÁXI SEGURO” E “ABASTECIMENTO SEGURO” Durante o ano de 2008 iniciou‐ se o processo de renovação dos Acordos de Adesão do
piloto do Sistema Táxi‐ Seguro e que terá continuidade no presente ano. O mesmo tem
suscitado um trabalho acrescido para os parceiros do projecto, uma vez que se tem de
efectuar testes técnicos às novas instalações dos dispositivos, e, verificar a
operacionalidade daqueles que se mantém, estando‐ se a proceder a um trabalho
paralelo de actualização de dados o que torna este processo mais moroso do que seria
de esperar.
Procedeu‐ se também durante o ano de 2008, à preparação de mais duas valências para
a Central de Alarmes (CA):
• Agregaram-se um rol de Postos de Abastecimento. • Também as Farmácias, em protocolo estabelecido entre a Associação Nacional de Farmácias (ANF) e o Ministério da Administração Interna (MAI), vão estar conectadas com a Central de Alarmes. Esse projecto irá designar-se Farmácia Segura. Efectuaram‐ se várias acções formativas, quer no âmbito do sistema Táxi Seguro, quer
direccionadas ao sistema Abastecimento Seguro.
As acções de formação foram dirigidas não só ao efectivo policial, mas também aos
profissionais das áreas. No contexto da formação externa, as acções estiveram a cargo
da Fundação Vodafone e da empresa Instrumentação e Sistema de Automação (ISA),
tendo sido destinadas ao sistema Abastecimento Seguro e vocacionadas para os
funcionários dos postos de abastecimento de combustível aderentes. A formação
interna foi vocacionada aos utilizadores internos do sistema Táxi Seguro, bem como do
sistema Abastecimento Seguro.
Em Janeiro de 2008, efectuaram‐ se acções formativas a 100 novos aderentes (taxistas)
ao sistema Táxi Seguro do Concelho de Lisboa e em Junho de 2008, decorreu uma acção
de formação, no âmbito do mesmo projecto, na Área Metropolitana do Porto, tendo
sido formados mais 26 taxistas, perfazendo um total de 456 taxistas desde o início do
projecto.
No que concerne à formação do Sistema Abastecimento Seguro, desenvolveram‐ se
acções conjuntas com a Vodafone Portugal e a Guarda Nacional Republicana, tendo‐ se
formado mais 36 elementos em Julho de 2008. Em Agosto, formaram‐ se mais 50
Página 173
173 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL elementos, pertencentes a Postos de Abastecimento de Combustíveis e 2 elementos
representantes das petrolíferas (Repsol Portuguesa e Galp‐ Sede). Sistema Táxi Seguro Relativamente aos distritos de Lisboa e Setúbal e à Área Metropolitana do Porto,
durante o Ano de 2008, salientam‐ se os dados estatísticos constantes do quadro abaixo,
considerando os aderentes do sistema.
Quanto ao número de Aderentes registados na base de dados em 31 de Dezembro de
2008, podemos verificar que nos distritos envolvidos e na Área Metropolitana do Porto,
constam 1309 aderentes ao projecto e em funcionamento no sistema, não obstante
estar a decorrer a renovação dos Acordos de Adesão do Projecto‐ Piloto. (*) Diferença absoluta entre os valores registados em 2008 e 2007.
(**) Diferença percentual em relação ao ano anterior.
Distribuição, por Concelhos
N.º de Táxis licenciados
N.º de Táxis existentes a 31 de Dezembro de 2008 Percentagem de Táxis aderentes
Amadora 122 100 81,97%
Lisboa 3490 200 5,73%
Loures 107 92 85,98%
Odivelas 55 26 47,27%
Oeiras 128 125 97,66%
Sintra 136 54 39,71%
Torres Vedras 47 18 38,30%
Vila Franca de Xira 54 42 77,78%
Total 4139 657 15,87%
Arouca 29 0 0%
Espinho 27 10 37,04%
Gondomar 64 28 43,75%
Maia 70 50 71,43%
Matosinhos 92 65 70,65%
Porto 732 196 26,78%
Póvoa de Varzim 45 25 55,56%
Santa Maria da Feira 66 13 19,70%
Santo Tirso 71 16 22,54%
São João da Madeira 22 0 0%
Trofa 18 3 16,67%
Valongo 40 26 65%
Vila do Conde 55 4 7,27%
Vila Nova de Gaia 125 20 16%
Total 1456 456 31,32%
Almada 93 88 94,62%
Barreiro 38 30 78,95%
Montijo 24 18 75%
Seixal 46 8 17,39%
Setúbal 59 52 88,14%
Total 260 196 75,38%
5855 1309 22,36%Total
Distribuição, por distritos
Distrito de lisboa
Área Metropolitana do Porto
Distrito de Setúbal
Táxi Seguro
2007 2008 VA(*) V%(**)
70 72 2 2,86%
9189100%
8102 25%
87 100 13 14,94%Total
Alarmes reais
CRMA
Lisboa
Setúbal
Porto
Página 174
174 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Num estudo analítico sobre os alarmes reais ocorridos em 2008, podemos verificar que
no distrito de Lisboa, em relação ao período homólogo do ano transacto, houve apenas
um aumento de 2,86% de alarmes reais. No entanto, no distrito de Setúbal, houve um
aumento real de 100%, uma vez que em 2007 verificaram‐ se apenas 9 alarmes reais,
enquanto que em 2008, ocorreram 18 alarmes reais, o que revela uma duplicação de
alarmes no distrito de Setúbal.
Em relação à Área Metropolitana do Porto constatou‐ se um aumento de 25% dos
alarmes reais. Assim, podemos concluir que houve uma variação de mais 2 alarmes, face
ao período homólogo do ano anterior, nos aderentes ao Sistema Táxi‐ Seguro. (*) Diferença absoluta entre os valores registados em 2008 e 2007. (**) Diferença percentual em relação ao ano anterior.
Salienta‐ se o decréscimo dos alarmes falsos (‐ 3272), o que representa menos 73,38%
deste tipo de ocorrências. Este facto permite concluir pela existência de uma maior
consciencialização dos taxistas, a par de uma utilização do alarme mais criteriosa,
havendo mesmo a assinalar, menos alarmes por motivos de negligência. Abastecimento Seguro Em 2008, registou‐ se uma aderência de 168 postos ao Sistema Abastecimento Seguro,
correspondendo a mais 27 postos que no ano anterior, os quais estão distribuídos
conforme espelhado no quadro abaixo. 2007 2008 VA(*) V%(**)
4459 1187 -3272 -73,38%Alarmes Falsos
Distribuição por Concelhos
N.º de Postos de Abastecimento Albergaria-a-Velha 1
Águeda 1
Aveiro 3
Cadaval 1
Estarreja 2
Ílhavo 1
Oliveira de Azeméis 1
Ovar 1
Santa Maria da Feira 1
Vagos 1
Vale de Cambra 1
TOTAL 14
Braga 3
Cabeceiras de Basto 2
Fafe 1
Guimarães 2
Vieira do Minho 1
Vila Nova de Famalicão 3
Vila Verde 1
TOTAL 13
Cantanhede 2
Coimbra 1
Vila Nova de Poiares 1
TOTAL 4
Évora 1
Mora 1
TOTAL 2
Albufeira 2
Castro Marim 1
Faro 3
Lagos 2
Loulé 1
Olhão da Restauração 1
Vila do Bispo 1
Vila Real de Santo António 1
TOTAL 12
Distrito de Braga
Distrito de Faro
Distrito de Évora
Aderentes Abastecimento Seguro
Distrito de Aveiro
Distrito de Coimbra Distribuição por Distritos
Página 175
175 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Em 2008, nos postos pertencentes ao Sistema de Abastecimento Seguro (SAS),
ocorreram os seguintes alarmes reais: 19 no distrito de Lisboa, 9 no distrito de Setúbal,
3 no distrito de Faro, 2 no distrito de Santarém, 2 no distrito de Braga, 1 no distrito do
Porto e 1 no distrito de Aveiro.
No que concerne aos alarmes falsos, esta tipologia perfez um total de 207 ocorrências,
tendo‐ se verificado a maior incidência de alarmes falsos no distrito de Lisboa (total de
71).
Do total de alarmes falsos, em 162 casos, o alarme foi accionado por suspeita da
ocorrência de crime, factos normalmente associadas a distúrbios no posto de
abastecimento de combustível e que deram origem a uma resposta policial em 135
casos.
Os restantes 45 alarmes falsos ficaram a dever‐ se ao accionamento inadvertido do
funcionário ou a avarias do dispositivo. Em qualquer dos casos, o contacto do
Aguiar da Beira 1
TOTAL 1
Alcobaça 2
Peniche 1
Pombal 2
Porto de Mós 1
TOTAL 6
Amadora 4
Azambuja 2
Cascais 4
Lisboa 11
Loures 7
Odivelas 2
Oeiras 4
Sintra 7
Vila Franca de Xira 2
TOTAL 43
Campo Maior 1
TOTAL 1
Maia 2
Matosinhos 2
Paredes 3
Penafiel 2
Porto 3
Póvoa de Varzim 1
Trofa 1
Valongo 1
Vila do Conde 4
Vila Nova de Gaia 5
TOTAL 24
Benavente 3
Chamusca 1
Salvaterra de Magos 3
Santarém 1
Tomar 3
Torres Novas 1
TOTAL 12
Alcochete 2
Barreiro 2
Grândola 1
Moita 3
Montijo 4
Palmela 4
Santiago do Cacém 3
Seixal 6
Setúbal 2
TOTAL 27
Valença 1
TOTAL 1
Mesão Frio 1
Valpaços 1
Vila Real 1
TOTAL 3
Castro Daire 1
Mangualde 2
Santa Comba Dão 1
São Pedro do Sul 1
TOTAL 5
168TOTAL
Distrito de Lisboa
Distrito do Porto
Distrito de Santarém
Distrito de Setúbal Distrito da Guarda
Distrito de Portalegre
Distrito de Viseu
Distrito de Vila Real
Distrito de Leiria
Distrito de Viana do Castelo
Página 176
176 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL responsável do Posto de Abastecimento de Combustível com as forças policiais foi
suficiente para evitar a deslocação das forças policiais ao local. Relativamente aos testes ocorridos, verificaram‐ se 232 alarmes por testes, cuja
distribuição está representada no quadro n.º 6. Destes, constata‐ se uma maior
incidência no distrito do Porto, com 84 alarmes por testes, sendo que destes, 59
ocorreram por troca de equipamento, devido a avarias no sistema, 10 devido a novas
instalações, 9 por manutenção e 6 por problemas técnicos.
A distribuição por distrito dos testes efectuados após a instalação de equipamentos,
está representada no quadro seguinte. No ano de 2008, foi instalado equipamento em
103 Postos de Abastecimento de Combustível.
Falso alarme com resposta policial
Falso alarme por suspeita
Falso alarme por audição de som ambiente
Falso alarme com contacto do responsável
75 0 11 23 1
5 0 2 0 72
31 1 0 5 0
2 00 2 0
3 0 33
00 0 00
41 005 0
50 6 10 5 71 19
1 00 0 1 0
18 6 1 3 28 1
3 0 5 0 82
37 8 4 1 50 9
2 00 0 2 0
00 0 0
2 0 2 0
135 27 25 20 207 37
Distrito de Leiria
Distrito de Viana do Castelo
Distrito de Vila Real
Distrito de Viseu
Distrito de Lisboa
Distrito de Portalegre
Distrito do Porto
Distrito de Setúbal
Total
Distrito Aveiro
Distrito de Santarém
Distrito Braga
Distrito de Coimbra
Distrito de Évora
Distrito de Faro
Distrito da Guarda
Distritos
Alarmes reais
Total Alarmes Falsos Alarmes Falsos
Manutenção e verificação a pedido
Após terem sido solucionados os problemas técnicos
Testes por troca de equipamento
Teste após instalação de equipamento
15 0 713
00 11 11
0 1 0 56
00 22
1 0 21215
00 0 0 0
11 0 81
11 6 2 16 35
00 0 11
9 6 59 10 84
3 0 249
10 8 1 16 35
00 0 0 0
44
00 0 77
36 27 66 103 232
Distritos Total Testes
Total
Distrito Aveiro
Distrito de Santarém
Distrito Braga
Distrito de Coimbra
Distrito de Évora
Distrito de Faro
Distrito da Guarda
Distrito de Leiria
Distrito de Viana do Castelo
Distrito de Vila Real
Distrito de Viseu
Distrito de Lisboa
Distrito de Portalegre
Distrito do Porto
Distrito de Setúbal
Página 177
177 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Sistema Integrado de Informação sobre Perdidos e Achados (SIISPA) No ano de 2008 foram inseridos no Sistema Integrado de Informação sobre Perdidos e
Achados, vulgo SIISPA, um total de 49.992 achados, sendo que a PSP inseriu no sistema
um total de 47.816 achados.
A título exemplificativo, a Secção de Achados dos Olivais, do Comando Metropolitano de
Lisboa, procedeu ao registo de 26.071 achados e a Secção de Achados do Comando
Metropolitano do Porto, registou um total de 16.745. Durante o ano de 2008, o portal
do SIISPA recebeu 195.674 visitantes. Sistema de Queixa Electrónica (SQE) No âmbito da Parceria do Sistema de Queixa‐ Electrónica (SQE), a PSP, procedeu ao
tratamento de 203 queixas e à remessa das mesmas ao Ministério Público. Em 2008, o
portal do SQE teve 52.103 visitas. POLICIAMENTO DE PROXIMIDADE Durante o ano de 2008, a PSP continuou a consolidação do Programa Integrado de
Policiamento de Proximidade (PIPP), que tinha sido implementado no ano transacto, a
nível nacional, pela Directiva 10/2006 de 15MAI. Das 22 subunidades inicialmente
afectas ao programa, a PSP no ano transacto procedeu à implementação do programa
em mais 68 Subunidades.
Nos dias 18 e 19 de Março de 2008, foi realizado na Escola Prática de Polícia, em Torres
Novas, o II Fórum de Policiamento de Proximidade, com os objectivos de dar a conhecer
e debater algumas ideias e iniciativas que surgiram ao longo de todo o processo de
implementação do programa e também de apresentar um conjunto de boas práticas
nesta área. No final, extraíram‐ se as seguintes conclusões:
• O desenvolvimento e implementação de um Programa Integrado de Policiamento de Proximidade é um caminho estratégico que a PSP deve adoptar, no contexto de Polícia Integral, em especial na vertente de prevenção da criminalidade; • Constitui um desígnio estratégico da PSP o alargamento do Programa Integrado de Policiamento de Proximidade ao nível nacional a outras subunidades; • Deverá efectivar-se o comprometimento de toda a cadeia hierárquica da PSP na implementação e aprofundamento do Programa Integrado de Policiamento de Proximidade • A implementação, monitorização e avaliação do projecto-piloto continuará a ser acompanhada pelo Grupo de Implementação e Avaliação do Programa; • Será apresentada, pelo menos, uma candidatura a fundos do Quadro de Referencia Estratégico Nacional (QREN), de forma a obter fundos para as áreas da formação, avaliação e recursos materiais; • Continuarão a ser apresentadas à Tutela as necessidades materiais para sedimentação do PIPP; • Continuará a ser desenvolvido um processo de formação nos Comandos tendo em conta o alargamento do PIPP a outras Subunidades;
Página 178
178 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL • Serão executados os protocolos de procedimento, articulação e coordenação entre as valências de prevenção/proximidade, ordem pública, investigação criminal e de informações policiais, designadamente através da formação, com o objectivo de continuar a potenciar a eficácia e eficiência da PSP no cumprimento da sua missão; • Criação de um formulário de acompanhamento do PIPP em cada Comando; • Criação de uma plataforma na Intranet do PIPP com o objectivo de compilar informações e documentos, promover iniciativas, bem como com uma ferramenta de debate sobre essa matéria; • Serão agilizados os mecanismos de contacto entre a PSP e o Cidadão, nomeadamente através da criação de endereços electrónicos, ao nível dos Comandos e, eventualmente, ao nível da Direcção Nacional; • Serão celebrados protocolos entre a PSP e entidades públicas e privadas, numa perspectiva de complementaridade e de articulação de esforços ao nível local; • A PSP será um parceiro activo e privilegiado nos contratos locais de segurança que serão celebrados ao nível local (medida já anunciada pela Tutela); • A necessidade da PSP adoptar uma política de comunicação intra-organizacional e externa que confira prioridade a uma mensagem essencialmente preventiva, equilibrando a exposição mediática de resultados operacionais e de operações policiais que visam a captura de criminosos e apreensão de estupefacientes, armas e objectos presumivelmente furtados ou roubados, com a divulgação pública das estratégias de proximidade e de apoio a vítimas de crime adaptadas, de conselhos de prevenção e auto-protecção e de mensagens de cariz essencialmente pedagógicas e formativas; • Deverá ser sistematizada a prática de organização de fóruns sobre áreas/valências da PSP e sobre temáticas específicas da actividade policial, rentabilizando os estabelecimentos de ensino da PSP; Para culminar o processo de avaliação externa ao PIPP, no dia 7 de Outubro de 2008,
decorreu o Seminário relativo à apresentação dos resultados da avaliação do Programa
Integrado de Policiamento de Proximidade, no Instituto Superior de Ciências Policiais e
Segurança Interna (ISCPSI), efectuada pela Universidade Nova de Lisboa (SociNova), sob
a coordenação do Exmo. Sr. Prof. Dr. Manuel Lisboa, donde se extraíram as seguintes
conclusões:
Página 179
179 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL PROGRAMA “APOIO 65 – IDOSOS EM SEGURANÇA” O Programa “Apoio 65 – Idosos em Segurança”, é um Programa Especial de
Policiamento de Proximidade, baseado fundamentalmente em três grandes linhas:
• implementação de um modelo de acção policial ajustado às necessidades e características específicas da população idosa; • participação activa das comunidades locais e colaboração directa com as instituições que prestam apoio a esta população; e • divulgação de conselhos de segurança junto da população idosa.
No decurso do ano 2008, a Polícia de Segurança Pública continuou a reforçar o
policiamento nas áreas maioritariamente habitadas e frequentadas por idosos e a
Página 180
180 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL efectuar visitas domiciliárias com acompanhamento a idosos, durante as suas
deslocações de maior risco, designadamente às instituições bancárias.
A acção de carácter preventivo junto da população idosa, incidiu também na realização
de várias acções de sensibilização, transmitindo‐ lhes alguns conselhos de segurança,
tendo em vista o aumento do sentimento de segurança e a adopção de cuidados de
auto‐ protecção e medidas preventivas, bem como, estabelecer uma relação de empatia
e confiança entre a Polícia e os idosos.
No desenvolvimento do Programa “Idosos em Segurança”, a Polícia de Segurança
Pública tem vindo a realizar parcerias formais e informais com autarquias, entidades de
apoio e regulação social, entidades de saúde e instituições particulares, no sentido de
prestar o apoio e encaminhamento adequados aos cidadãos idosos
No que se refere à criminalidade denunciada (focalizando essencialmente os crimes
contra as pessoas e crimes contra o património), no ano de 2008, a PSP registou 18273
vítimas de crime com idade superior a 65 anos, representando, relativamente ao ano
anterior, uma diminuição de cerca de 21,2%, conforme consta no quadro seguinte:
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA Em 2008, a PSP registou 17.648 ocorrências de violência doméstica, correspondendo a
um aumento de 4.598 (35,2%) casos face ao ano de 2007.
Este aumento do número de denúncias e de situações reportadas pela PSP poderá
resultar, em grande medida, da crescente sensibilização, tanto da opinião pública como
das forças de segurança para a problemática da violência doméstica, bem como da
formação entretanto ministrada nos diversos Comandos e subunidades da PSP, que se
traduziu num acompanhamento mais próximo do fenómeno.
crimes praticados contra idosos
9199
16795
12700
19075
24879
23135
18273
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Página 181
181 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
A nível de importância relativa, regista‐ se o Comando Metropolitano de Lisboa, com
6.250 processos, seguido pelo Comando Metropolitano do Porto com 4.203 processos
de violência doméstica.
Relativamente ao parentesco entre o autor e vítima da agressão, constata-se que em 57% dos casos, os autores do crime são o cônjuge/companheiro e em cerca de 16% dos casos, a violência doméstica é perpetrada por ex-cônjuge.
Da análise das situações de violência doméstica denunciada ou reportada pela PSP,
constata‐ se, que a maior prevalência dos autores deste tipo de ilicito, são do sexo
masculino, num total de 87% dos casos.
7601
8006
10005
2004
9816
11638
13050
17647
0
5000
10000
15000
20000
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Anos
Ocorrências de Violência Doméstica registadas pela PSP
669
67
552
109 84
460
136
634
59
555
88
195
1036
124
85
142
6250
4203
1258941
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
5500
6000
6500
7000
Registo de Ocorrências de Violência Doméstica por Comando
Vítimas-Grau de parentesco com o agressor 57
%
16%
8%
14%
4% 1%
Conjuge/companheiro Ex-Conjuge Pai,mãe, padastro ou madastra
Filho ou Filha Outro grau de parentesco Sem grau de parentesco
Página 182
182 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Duran
situaçõ
outras
A PSP
apoio
desen
numa
A imp
conseq
num t
de P
desen
face à
As EPA
das su
Coman
reside
domés
te o ano d
es de viol
.
tem desen
e de gara
volvimento
estratégia g
lementação
uente cria
otal de 179
oliciament
volvimento
problemát
V são resp
bunidades
do, pela
nciais maio
tica, apoio
e 2008 fora
ência dom
volvido pa
ntia dos d
de um tra
lobal de in
do Progra
ção e form
3 elemento
o de Pr
das compe
ica da violê
onsáveis p
e de aco
prevenção
ritariamen
às vítimas
2245; 137; 63%
Utilizaçã
m registad
éstica e 13
rcerias e e
ireitos das
balho con
tervenção
ma Integra
ação de Equ
s a quem f
oximidade,
tências do
ncia domés
ela seguran
rdo com o
e vigilânc
te habitad
de crime
13%
Ag
o de arma
os 81 caso
7 ocorrênc
stabelecido
vítimas e
junto com
na Prevençã
do de Poli
ipas de Pro
oi ministra
constitu
efectivo p
tica.
ça, em cad
diagnóstic
ia em áre
as por cida
e acompan
15560
87%
gressores 81; 37%
s de fogo s de utiliza
ias com re
protocolo
dos cidad
técnicos e
o e Comba
ciamento d
ximidade e
do a forma
em facto
olicial no q
a sector d
o de segu
as comer
dãos idoso
hamento p
; por sexo
e armas b
ção de arm
curso a ar
s com vári
ãos em g
specializad
te à Violên
e Proximid
de Apoio
ção do Prog
res releva
ue toca à a
a área de r
rança efec
ciais, vigilâ
s, prevenç
ós‐ vitimaçã
Masc
Femin
rancas/ou
Armas Armas
as de fog
rmas branca
as entidade
eral, visan
os, enquad
cia Domést
ade na PS
à Vítima (E
rama Integ
ntes par
ctuação po
esponsabil
tuado em
ncia em
ão da viol
o, identific
ulino
ino
tras
de fogo
brancas/outras
o em
s ou s de
do o
rado
ica.
P e a
PAV),
rado
a o
licial
idade
cada
áreas
ência
ação
Página 183
183 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL de problemas que possam interferir na situação de segurança dos cidadãos e pela
detecção de cifras negras.
Constituem, assim, no que diz respeito à prevenção da problemática da violência
doméstica, uma primeira linha de intervenção, de protecção e segurança, de
atendimento, de acompanhamento, de apoio e de encaminhamento das vítimas,
apreensão de objectos (armas, roupas e outro tipo de objectos). Esta primeira linha de
intervenção pode revestir um carácter de especial sensibilidade, tendo em consideração
não só a necessidade de, em flagrante delito, saber gerir os conflitos, mas também
executar o conjunto de procedimentos indispensáveis:
• Isolar as vítimas do agressor, impedindo a consumação ou continuação da agressão; • Prestar, por vezes, primeiros socorros à vítima; • Efectuar a detenção do agressor; • Efectuar revista de segurança ao mesmo, informando-o do enquadramento jurídico criminal da situação e dos seus direitos e deveres processuais.
Simultaneamente, as equipas de investigação criminal da PSP ao nível nacional
constituem uma segunda linha de intervenção, responsável pela gestão do local do
crime, recolha dos meios de prova, inquirição de testemunhas (designadamente um
inquérito de vizinhança junto à residência do agressor e da vítima para tentarem
recolher informações sobre os antecedentes e contexto da violência), apreensão de
objectos (designadamente armas) entre outras diligências consideradas relevantes no
âmbito do inquérito.
O objectivo principal da intervenção policial neste âmbito deverá assim garantir a
segurança, proteger as vítimas e preservar o exercício dos seus direitos, carreando para
o processo todos os elementos de prova.
Nas Divisões de Investigação Criminal dos Comandos Metropolitanos da PSP de Lisboa e
do Porto, para além de locais específicos para a inquirição de vítimas, foram criadas
equipas específicas para a investigação de criminalidade especialmente traumática
(crimes de violência doméstica, de crimes contra menores, crimes contra idosos,
deficientes e outras vítimas mais vulneráveis).
A PSP tem caminhado no sentido de dar uma resposta mais eficaz e integrada na
prevenção e investigação de crimes de violência doméstica, tendo em consideração que
a maioria dos crimes de violência doméstica é da sua competência de investigação.
Salientam‐ se a este nível alguns vectores que consideramos relevantes:
• Criação das Equipas de Proximidade e de Apoio às Vitimas (EPAV) totalizando na presente data, ao nível nacional, mais de 300 Agentes responsáveis por uma primeira intervenção, atendimento, apoio e encaminhamento de vítimas de crimes de violência doméstica, entre outras funções de proximidade e de prevenção criminal;
Página 184
184 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL • Necessidade de aprofundar a interacção e coordenação das valências de proximidade e de prevenção (EPAV) com a investigação criminal (EIC) ao nível da prevenção da violência doméstica e da prevenção de outros fenómenos criminógenos; • Necessidade de continuar o processo de melhoria dos mecanismos de atendimento e apoio nas Esquadras da PSP ao nível nacional; • Incremento do processo de abertura da Polícia à sociedade, nomeadamente através da celebração de protocolos com diversas entidades públicas, IPSS’s e ONG’s ao nível nacional, no âmbito da prevenção e apoio a vítimas de violência doméstica, entre outras áreas relevantes no âmbito das competências da PSP; • Continuação do processo de formação ao nível nacional das equipas de proximidade, dotando-as de determinadas competências técnicas e conhecimentos específicos que nos parecem prioritários (gestão e mediação de conflitos, técnicas de entrevista, preservação do local do crime e dos meios de prova).
Neste âmbito, a PSP continuará a apostar na prevenção deste fenómeno, bem como no
atendimento e apoio às vítimas deste tipo de crime, na medida em que:
• A violência doméstica é um problema transversal, ocorrendo em diferentes contextos, independentemente de factores sociais, económicos, culturais, etários; • Apesar de algumas abordagens académicas chamarem a atenção para o aparente aumento das vítimas de sexo masculino, verifica-se uma prevalência esmagadora de vítimas do sexo feminino, bem como uma crescente exposição estatística de vítimas de escalões etários mais elevados; • O aumento dos números de denúncias-crime expressos nas estatísticas oficiais é fruto de uma maior visibilidade do fenómeno, de campanhas públicas de sensibilização, maior consciencialização das vítimas para os seus direitos e maior exposição mediática; • Há um crescente trabalho em rede ao nível nacional e local, envolvendo diversos actores relevantes – operadores judiciários, autarquias, IPSS’s, ONG’s, etc.; • A formação específica das forças de segurança e a sua maior abertura à sociedade civil, tem sido um factor importante para uma maior sensibilização e preparação dos profissionais de polícia para lidarem com os casos de violência doméstica com que se deparam; • Verifica-se uma necessidade de melhoria de mecanismos de apoio e protecção de vítimas, de reinserção social e tratamento de agressores – apesar das melhorias, continuam a existir lacunas ao nível da protecção e apoio social para as vítimas que abandonam o lar, bem como na resposta imediata de protecção de mulheres e menores aos fins-de-semana e períodos nocturnos; • Considera-se fundamental a facilitação do acesso de mulheres vítimas de violência doméstica a programas de formação profissional ou a outras formas de apoio para inserção no mercado de trabalho. Sem esse acesso, muitas das vítimas acabam por regressar à casa do agressor, na medida em que não possuem meios autónomos de subsistência; • Ampla divulgação da Lei. Os agressores devem saber que são criminosos, e as vítimas devem conhecer os seus direitos; • Salienta-se a necessidade dos diferentes organismos públicos e privados se adaptarem à dinâmica social e encontrarem respostas para as novas realidades: vítimas imigrantes, violência entre namorados, violência no seio de casais homossexuais, entre outros; • Regista-se a necessidade de investimento ou de apoio à investigação científica acerca dos aspectos sociológicos, criminológicos e psicológicos da violência – são ainda escassos em Portugal os estudos científicos e os inquéritos nacionais de vitimação ou de criminalidade auto-revelada; • Verifica-se a necessidade de avaliação rigorosa da eficácia dos programas de intervenção existentes ou a desenvolver, designadamente através do estabelecimento de objectivos estratégicos e operacionais, da definição de metas mensuráveis e de uma calendarização de actividades.
Página 185
185 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL PROGRAMA “COMÉRCIO SEGURO” Em 2008, a PSP intensificou o patrulhamento e a vigilância nas zonas comerciais mais
sensíveis tendo em vista a redução dos índices de criminalidade e continuou a adoptar
uma acção policial de carácter preventivo, através de um contacto mais próximo e
personalizado entre os agentes e os comerciantes, na consciencialização da tomada de
medidas e procedimentos de segurança. Assim, têm sido desenvolvidos mecanismos de
coordenação e actuação entre policiamento de proximidade, ordem pública e
investigação criminal.
A actividade desenvolvida pelos elementos policiais afectos ao Programa “Comércio
Seguro” pautou‐ se, uma vez mais, por um bom relacionamento com os comerciantes, o
que permitiu uma troca de informações relevante para a prevenção da criminalidade
naquele sector.
No que diz respeito à evolução da criminalidade, no ano de 2008, verificou‐ se uma
diminuição no número de furtos em estabelecimentos comerciais (‐ 1175) e um aumento
no número de furtos em supermercados (+ 658) relativamente ao ano anterior. PROTOCOLO “FARMÁCIA SEGURA”
No âmbito do Protocolo “Farmácia Segura” celebrado a 16 de Maio 2006, entre a
Associação Nacional de Farmácias (ANF) e o MAI, que visa a planificação e a realização
de projectos relacionados com o estudo, promoção e incremento de medidas de
segurança no âmbito das farmácias, foram promovidas mais 4 acções de formação sobre
"Boas práticas de Segurança", em Lisboa, Évora, Guarda, e Porto.
1562
917 883
772
935
1593
8531
7606
7713
7233
7104
6071
0
2000
4000
6000
8000
10000
Furto em supermercados Furto em estabelecimentos comerciais Furto em supermercados 1562 917 883 772 935 1593
Furt o em est abeleciment os comerciais 8531 7606 7713 7233 7104 6071
2003 2004 2005 2006 2007 2008
Página 186
186 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Estas acções são leccionadas pela ANF, PSP e GNR, e as sessões são compostas por 3
momentos distintos: A segurança e as Farmácias; A Segurança Passiva e Questões
Comportamentais; e uma simulação de um roubo numa farmácia. Acções policiais de especial relevância no combate à criminalidade
No ano de 2008, a Polícia de Segurança Pública (PSP), fruto da constante análise
científica da geografia da criminalidade, levou a cabo várias Operações Especiais de
Prevenção Criminal (OEPC), nos termos da Lei n.º 5/2006, de 23 de Fevereiro de 2008,
em zonas estrategicamente seleccionadas para o efeito.
Os objectivos fundamentais destas acções foram, genericamente, os seguintes:
• Detectar e identificar indivíduos que praticavam ilícitos criminais e contra-ordenacionais, aumentando assim o sentimento de segurança e confiança das pessoas.
• Fiscalizar, em matéria de trânsito, os transportes particulares, com especial incidência na condução sob o efeito do álcool, falta de habilitação legal e detecção de viaturas furtadas; • Detectar, identificar e proceder à detenção de autores de acções criminosas de tráfico de droga, roubos, furtos e outros crimes. Neste sentido, no ano de 2008 a PSP levou a cabo 304 Operações Especiais de
Prevenção Criminal, com especial incidência nas áreas dos Comandos de Lisboa, Porto,
Setúbal, Coimbra e Viseu.
São de destacar os resultados obtidos nas várias Operações Especiais de Prevenção
Criminal levadas a cabo pelos Comandos da PSP supra referidos, nos meses de Agosto,
Setembro e Outubro em que a PSP empenhou cerca de 6000 elementos policiais e cerca
de 1500 meios materiais, entre viaturas, equipamentos informáticos e outros.
Só neste período, a PSP procedeu à detenção de 306 indivíduos, sendo de destacar os
101 por condução de veículo sem habilitação legal, os 93 por condução de veículo sob
influência do álcool, os 35 por suspeita de tráfico de substâncias estupefacientes e os 23
por posse de arma ilegal.
Foram fiscalizados 15806 veículos, sendo submetidos ao teste de alcoolemia 2786
condutores e a PSP registou 984 infracções ao Código da Estrada e Legislação
Complementar, sendo de destacar as infracções por falta de inspecção periódica
obrigatória (193), por falta de seguro (94) e por não utilização de cinto de segurança
durante a condução (73).
No que concerne à apreensão de armas ilegais, a PSP apreendeu 12 armas de fogo
ilegais, 15 armas brancas e 52 outras armas ilegais.
Página 187
187 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Em resultado destas Operações Especiais de Prevenção Criminal foram apreendidos
produtos estupefacientes denominados Cocaína, Heroína e Haxixe suficientes para cerca
de 848, 352 e 1961 doses individuais, respectivamente. Acções/operações externas que pela sua dimensão, relevância ou resultados
atingidos justifiquem o destaque no RASI PROTOCOLOS ESTABELECIDOS O estabelecimento de parcerias formais com instituições da Administração Pública e da
sociedade civil permite promover e reforçar as relações da PSP com os cidadãos e
desenvolver mecanismos eficazes numa perspectiva de trabalho em rede com entidades
externas, tendo em vista a melhoria da qualidade do serviço prestado ao cidadão, sendo
de destacar os seguintes:
• Protocolo de colaboração para a criação do Núcleo de Atendimento às vítimas de Violência Doméstica no Distrito de Portalegre; • Protocolo estabelecido entre a PSP, a Procuradoria de República do Círculo Judicial de Ponta Delgada e o Instituto de Acção Social, a Direcção-Geral de Reinserção Social e a Universidade do Minho, sobre a problemática da violência doméstica; • Protocolo de colaboração para o alargamento do núcleo de Atendimento às vítimas de violência doméstica do distrito de Bragança; • Protocolo de colaboração para a criação do núcleo de atendimento às vítimas de violência doméstica; • Protocolo de colaboração para a implementação do Núcleo de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica no distrito de Beja; • Protocolo de cooperação entre a PSP (Comando Regional dos Açores) e o Instituto de Apoio à Criança; e • Protocolo de cooperação entre a PSP (Comando Distrital de Aveiro) e a Cerciespinho.
Exercícios realizados tendo em vista a preparação para situações operacionais EXERCICIOS COM ENTIDADES NACIONAIS Exercício de Protecção Civil “PROCIV IV - 2008” O Exercício “PROCIV IV – 2008” decorreu entre 21 e 23 de Novembro de 2008 e teve
como principal finalidade o treino da capacidade de resposta da Autoridade Nacional de
Protecção Civil (ANPC), dos mecanismos de articulação com os Agentes de Protecção
Civil (APC) e dos sistemas de apoio à decisão no quadro das intervenções de protecção
civil resultantes da ocorrência de um sismo. No que à PSP diz respeito, houve um
enquadramento e articulação permanente com a ANPC.
A PSP empenhou no Exercício as valências operacionais dos Comandos de Lisboa,
Santarém, Setúbal, Leiria, Portalegre e Évora.
Página 188
188 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL A PSP efectuou o seu planeamento interno com a antecedência julgada conveniente e,
de forma genérica, os objectivos do exercício foram cumpridos, tendo em consideração
que a coordenação interna e com os demais agentes de protecção civil foi boa, e o
desempenho logístico foi adequado. EXERCICIOS COM ENTIDADES ESTRANGEIRAS Exercício UE Crisis Management Exercise 2008 Em 2008, a PSP participou no Exercício UE Crisis Management Exercise 2008 (CME 08),
exercício em formato CPX organizado pela UE. O main objective era efectuar a evolução
de uma missão de manutenção da paz (cariz civil) para uma missão de imposição da paz
(cariz militar), em ALICIA (país fictício) – assente essencialmente no reforço de meios
dos estados participantes em ALICIA. O exercício foi todo efectuado por correio
electrónico tendo o Departamento de Operações da Direcção Nacional da PSP dado
resposta às solicitações efectuadas. Participação em Exercício Conjunto em Saint Astier, França A PSP participou num Treino/Exercício de Forças de Polícia da União Europeia através de
“Forças Constituídas” ao nível de Pelotão, que decorreu no “Centre National
d´Entraînement dês Forces de Gendarmerie”, em St. Astier, França, de 10 a 21 de
Novembro de 2008.
A participação da PSP efectivou‐ se através de 1 pelotão do Corpo de Intervenção da
Unidade Especial de Polícia, constituído por 20 elementos. Foram afectos ao exercício
viaturas de intervenção do Corpo de Intervenção da UEP, armamento individual dos
elementos policiais envolvidos e o equipamento de intervenção colectivo necessário
para os cenários previstos. A PSP integrou o Estado‐ maior do referido exercício com dois
Oficiais da UEP/CI. Acções conjuntas com outras entidades nacionais ou estrangeiras ACÇÕES CONJUNTAS COM ENTIDADES NACIONAIS Em 2008, a PSP realizou 580 operações conjuntas, sendo de destacar as operações
conjuntas com a Direcção‐ Geral das Alfândegas (131), com o Serviço de Estrangeiros e
Fronteiras (92), com a Inspecção Geral de Actividades Culturais (70), com a Inspecção
Tributária (56) e com a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (49).
Página 189
189 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Ao nível dos resultados operacionais obtidos, no âmbito das Operações Conjuntas, a PSP
procedeu à detenção de 137 indivíduos, tendo elaborado 3512 Autos de Notícia.
Foram apreendidas 115 viaturas, 43.966 DVD’s e 37.892 CD’s contrafeitos. Foram ainda
apreendidas 19.645 peças de vestuário e acessórios e 26.269 artigos vários.
OPERAÇÕES CONJUNTAS – ANO DE 2008 INSTITUIÇÃO/ENTIDADE MEIOS MEIOS DETENÇÕES N.º DE Serviços de Estrangeiros e Fronteiras 1212 374 27 92 Instituto de Solidariedade e Segurança Social 82 11 0 11 Autoridade para as Condições do Trabalho 293 70 3 24 Câmaras Municipais 115 18 0 13 Direcção-Geral de Finanças 232 64 2 25 Inspecção Geral de Jogos 10 3 0 1 Guarda Nacional Republicana 224 40 3 15 Autoridade de Segurança Alimentar e Económica 1059 200 46 49 Direcção Geral de Contribuições e Impostos 246 48 3 24 Autoridade da Concorrência 0 0 0 0 Inspecção Tributária 496 99 1 56 Sociedade Portuguesa de Autores 51 3 0 6 Inspecção Geral de Actividades Culturais 1671 296 33 70 Polícia Judiciária 275 16 8 15 Direcção Geral das Alfândegas 665 359 9 131 Outros 211 74 2 48 TOTAL 6842 1675 137 580
ACÇÕES CONJUNTAS COM ENTIDADES ESTRANGEIRAS Operação “Transpol Express” No âmbito das actividades do Grupo de Cooperação Policial da União Europeia, foi
proposto pela Presidência Francesa que fosse desenvolvida uma operação relacionada
com a criminalidade praticada nos transportes ferroviários e que envolvesse todos os
Estados‐ membros (EM).
Esta operação consistiu numa acção de combate à criminalidade em geral no espaço da
U.E., com principal incidência na luta contra a imigração ilegal por via ferroviária e
criminalidade transfronteiriça, incluindo tráfico ou posse de droga e tráfico ou posse de
armas e explosivos. As acções tiveram lugar no interior dos comboios internacionais e
nas estações ferroviárias que se localizassem nas zonas fronteiriças, podendo, caso os
EM assim o entendessem, levar a cabo este tipo de acções noutras estações e linhas
ferroviárias nacionais.
Ao nível nacional a operação foi planeada e coordenada pelo Gabinete Coordenador de
Segurança (GCS) em conjugação com as Forças e Serviços de segurança, sendo que a PSP
participou na mesma, em conjugação com a GNR, PJ e SEF. Foi decidido em Portugal
alargar esta operação a um conjunto diversificado de itinerários principais e de horários,
tanto de âmbito internacional, como nacional, regional e suburbano.
Página 190
190 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL O GCS ficou também responsável pela compilação diária dos dados respeitantes à
actividade operacional das Forças e Serviços de segurança. Para o efeito, a Direcção
Nacional remeteu diariamente para o GCS informação dos resultados operacionais
obtidos pela PSP.
A operação TRANSPOL EXPRESS decorreu entre 24 e 29 de Setembro de 2008 em todo o
território nacional. Operação HIO DILIGENCE (High Impact Operation “Diligence”) No âmbito da Presidência francesa da União Europeia, a Direcção Central da Polícia
Judiciária (DCPJ) francesa e a Europol organizaram uma operação conjunta europeia de
alto impacto (HIO) dirigida ao tráfico de armas através das fronteiras externas da UE e
seus movimentos ilegais no interior da UE, que visou melhorar o intercâmbio de
informações e a cooperação entre as Forças e Serviços de segurança portugueses, bem
como aperfeiçoar a análise da ameaça que a circulação de armas de fogo constitui na
UE.
No plano nacional, a operação HIO Diligence foi realizada em todo o território
continental e integrou acções conjuntas entre a GNR, PSP, PJ, SEF e DGAIEC, bem como
acções autónomas realizadas por estas entidades no quadro das suas competências
próprias, de modo coordenado e integrado, a partir de um Centro de Coordenação
Nacional (sediado na Sala de Situação da Direcção Nacional PSP) e de três Centros de
Coordenação Regionais (sedeados nas Salas de Situação dos Comandos de Lisboa, Porto
e Faro).
No decurso desta operação foram realizadas várias operações de prevenção criminal no
âmbito da Lei n.º 5/2006 – Regime jurídico de armas e suas munições, acções de
fiscalização rodoviária, de estabelecimentos, de terminais rodoviários e ferroviários e de
controlo aeroportuários específico, de passageiros e bagagens, tendo estado envolvidos
1982 efectivos da GNR, PSP, PJ, SEF e DGAIEC e foram realizadas 105 acções de
fiscalização rodoviária e ferroviária, com destaque para as zonas de fronteira terrestre e
ainda em fronteiras aéreas, de que resultou o controlo e identificação de 9204 pessoas e
a fiscalização de 9260 veículos.
Os resultados finais de toda a operação HIO no plano nacional traduziram‐ se em 81
detenções, sendo 72 por condução sob influência de álcool e falta de habilitação legal, 2
por detenção ilegal de arma, 1 por tráfico de estupefacientes, 1 por falsificação de
documentos e 5 detenções de cidadãos estrangeiros para efeitos de readmissão para
Espanha. Foram ainda notificados dois cidadãos estrangeiros para regularização de
situação junto do SEF e um para abandono voluntário do Território Nacional.
Página 191
191 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL No que respeita a apreensões, foram apreendidos 7 veículos, 3 documentos em situação
irregular, 3 aerossóis de gás pimenta, 5 armas de fogo, sendo 1 pistola adaptada a
calibre 6,35 mm, 3 espingardas de calibre 12, para a prática venatória e uma arma
veterinária, bem como 1 arma de alarme Centros de Cooperação Policial e Aduaneira (CCPA) Decorrente do Acordo Luso‐ Espanhol sobre Cooperação Transfronteiriça em Matéria
Policial e Aduaneira, celebrado em Évora a 19 de Novembro de 2005, concretizado em
legislação nacional específica através do Decreto n.º13/2007, de 13 de Julho, e da
Portaria n.º 1354/08, de 27 de Novembro, a PSP passou a ter representatividade em
mais um organismo – Centros de Cooperação Policial e Aduaneira –, reconhecendo
assim a cabal importância e interesse estratégico na articulação entre as diversas Forças
e Serviços de segurança na troca e intercâmbio de todo o tipo de informações policiais
pertinentes para o âmbito destes Centros e fazendo valer as suas competências
específicas nas áreas das Armas e Explosivos, bem como na área da Segurança Privada.
Estes Centros, para além da PSP e sob a Coordenação do SEF, contam ainda com a
presença da GNR, Polícia Judiciária e DGAIEC, sendo que do lado Espanhol participam o
Cuerpo Nacional de Polícia a Guardiã Civil e a Aduane.
Encontram‐ se em funcionamento desde 29 de Dezembro de 2008, contando com a
presença de 1 elemento da Classe de Chefes, de 2ª a 6ª Feira, horário administrativo,
com o estatuto de Oficial de Ligação em Vilar Formoso/Fuentes de Onõro (CD Guarda),
Castro Marim/Ayamonte (CD Faro), Valença do Minho/Tuy (CD Vila Real) e Elvas/Caya
(CD Portalegre).
Incumbe ao mesmo promover o intercâmbio de informações policiais, o apoio em
operações policiais conjuntas junto às fronteiras, reportando em relatório as suas
actividades ao respectivo Comandante Distrital. Participação em grupos de trabalho específicos e consequentes acções
desenvolvidas/resultados atingidos
• Grupo de Trabalho “Projecto CITIUS” – Visa, através da utilização de sistemas informáticos, ajudar a simplificar os processos
judiciais, a proporcionar uma melhor gestão e organização do trabalho nos tribunais e a
criar condições para uma tramitação mais célere. Procura, assim, estreitar o
relacionamento dos Órgãos de Polícia Criminal (OPC’s) e Magistrados do Ministério
Público. Neste sentido, foi realizada uma análise pormenorizada de todos os modelos
Página 192
192 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL em uso nos OPC’s constituintes do Grupo de Trabalho – PSP, PJ, GNR e SEF –, tendo
resultado a lista de classes documentais que devem existir nos sistemas e deverão
determinar os protocolos de comunicação a desenvolver.
• Grupo de Trabalho “Transporte Seguro de Tabaco” – Promovido pelo Gabinete Coordenador de Segurança (GCS), face ao crescente
aumento de ilícitos criminais associados ao roubo/furto de veículos de transporte de
tabaco e aos locais de revenda ou armazenamento de tabaco, este Grupo de Trabalho é
composto por membros da PSP e GNR. Foram realizadas três acções de sensibilização
(Porto, Setúbal e Braga) em parceria com a Associação Nacional de Grossistas de
Tabaco, com vista a elucidar os diversos grossistas e armazenistas de tabaco: prevenir a
prática de roubos/furtos de viaturas de transporte de tabaco e de locais de revenda ou
armazéns de tabaco; e promover os procedimentos a tomar se forem alvo de roubo ou
furto de viaturas de transporte de tabaco e de locais de revenda ou armazéns de tabaco
• Grupo Técnico “Grupo Técnico Anti-Contrafacção” – Composto por representantes da Direcção Geral das Alfândegas e dos Impostos
Especiais sobre o Consumo (DGAIEC), GNR, Autoridade de Segurança Alimentar e
Económica (ASAE), Instituto de Propriedade Industrial (INPI) e PSP, procura tratar de
questões relacionadas com a contrafacção. Foram realizadas diversas reuniões para
definir e implementar: os conteúdos a disponibilizar pelos diferentes OPC’s no portal do
“Grupo Anti‐ Contrafacção”; as estatísticas agregadas das entidades sobre fenómenos de
contrafacção; o plano de formação de representantes dos OPC’s; e a campanha de
sensibilização sobre a temática da contrafacção.
• Grupo Técnico “Subgrupo Jurídico Anti-Contrafacção” ‐ Composto por representantes da Direcção Geral das Alfândegas e dos Impostos
Especiais sobre o Consumo (DGAIEC), GNR, Autoridade de Segurança Alimentar e
Económica (ASAE), Instituto de Propriedade Industrial (INPI) e PSP, tem como objectivo
a análise de questões eminentemente jurídicas de interesse comum, como sejam o
actual panorama dos processos sumários de contrafacção, nova legislação em matéria
de contrafacção – por exemplo a respeitante à destruição de material contrafeito –,
formalização de documentos conjuntos, ou a criação de procedimentos legislativos
comuns.
• Grupo de Trabalho de Lofoscopia – No âmbito deste grupo foi desenvolvido o manual de procedimentos AFIS, no qual
constam os procedimentos a desenvolver pela Polícia de Segurança Pública (PSP), pela
Polícia Judiciária (PJ) e Guarda Nacional Republicana (GNR), quanto à organização e
ao funcionamento dos sistemas.
Página 193
193 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL • Unidade de Coordenação e Intervenção Conjunta (UCIC/Nacional) – Protocolo que decorre do DL 81/95, de 22 de Abril, relativo às competências de
investigação criminal do tráfico de estupefacientes.
• Grupo de Trabalho de Assuntos Jurídicos (GTAJ/SSI) – Criado por despacho de S. Ex.ª o Secretário – Geral do Sistema de Segurança Interna,
que visa abordar os aspectos jurídicos relacionados com a interoperabilidade dos
sistemas de informação das Forças e Serviços de segurança.
• Grupo de Trabalho "Sistema de Queixa Electrónica" (SQE)
– Criado pelo MAI – RNSI, no sentido de preparar e delinear o processo de formação
SQE, em sistema e‐ learning. Foram desenvolvidos módulos de formação em SQE, nas
várias vertentes, desde a apresentação de uma queixa online, até à sua introdução no
circuito judicial, com a atribuição de um processo‐ crime.
• Grupo de Trabalho para os Assuntos Técnicos – Criado por Despacho S. Exa. o Secretário‐ Geral do Sistema de Segurança Interna, de
25.11.2008, que visa analisar a interoperabilidade entre os sistemas de informação e
acesso a esses sistemas.
• Centro de Instalação do Serviço 112 – O Despacho n.º 28668/2008, de 29 de Outubro, criou o Centro de Instalação do
Serviço 112 – Número Nacional de Emergência (CI‐ 112). A PSP encontra‐ se representada
no presente grupo por dois Oficiais, sendo que um assume as funções de Coordenador
do Grupo de Trabalho.
• Grupo de Trabalho – Segurança nos Tribunais – Este Grupo de Trabalho, que tem desenvolvido as suas actividades sob a coordenação
do Conselho Superior da Magistratura, tem como objectivo a apresentação de uma
proposta para a definição de um sistema de segurança para os Tribunais, nas vertentes
relacionadas com as infra‐ estruturas, com o funcionamento e com os operadores.
• Grupo de Implementação e acompanhamento do Programa Integrado de Policiamento de Proximidade (PIPP) Que efectua a supervisão técnica do PIPP, é coordenado pelo Departamento de
Operações, e constituído por representantes do Departamento de Formação,
Departamento de Informações Policiais, Escola Prática de Polícia, Instituto Superior de
Ciências Policiais e Segurança Interna e Comandos Metropolitanos, Regionais e Distritais
da PSP.
Página 194
194 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL • Grupo Interinstitucional para a Definição de Estratégia de Apoio aos Sem-Abrigo – A PSP integra este grupo de trabalho coordenado pelo Instituto da Segurança Social,
I.P., tendo em vista a definição de medidas de combate ao fenómeno e procedimentos
de intervenção multisectorial integrada.
Resultados e consequências decorrentes da actividade operacional
Detenções, apreensões e outros
DETENÇÕES No ano de 2008, a PSP registou, no total, um aumento (670) no número de detenções
efectuadas relativamente ao ano anterior, sendo de referenciar o aumento de 796
detenções referentes a crimes contra a vida em sociedade e 724 nas detenções
referentes a crimes contra o património.
Ano Crimes c/ pessoas Crimes c/ património Crimes c/ Estado Crimes c/ vida em sociedade Crimes previstos Leg.
avulsa Mandados de Detenção Total de detenções 2005 607 3.094 1.870 6.295 8.061 12.776 32.703 2006 648 2.923 1.880 6.951 9.904 12.183 34.489 2007 552 2.623 1.928 8.023 9.545 11.896 34.567 2008 807 3.347 1.692 8.819 9.042 11.530 35.237 Dif.ª 08-07 255 724 -236 796 -503 -366 670
OPERAÇÕES POLICIAIS A PSP registou um aumento na sua actividade operacional, evidente no número de
operações policiais levadas a cabo, passando de 17.424 em 2007 para 18.603 em 2008.
Esse aumento reflectiu‐ se nas operações de fiscalização de trânsito, vulgo STOP, com
mais 1.624 operações e nas operações policiais, vulgo “Rusga”, com mais 117.
ANO “RUSGAS” FISCALIZAÇÃO STOP TOTAL 2005 1.368 1.763 9.756 12.887 2006 1.463 2.208 9.602 13.273 2007 1.490 2.769 13.165 17.424 2008 1.607 2.207 14.789 18.603 Dif.ª 08-07 117 -562 1.624 1.179
RESULTADOS ALCANÇADOS PELA ESTRUTURA DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL Organização e Desenvolvimento de Inquéritos
Página 195
195 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
As Sub
desen
desen Result
Foram
Subun
armas
Ao nív
Crimin
Cocaín
e um d
Foi ain
grama
de 53, Inspec
As Un
inspec
positiv
unidades d
volveram
cadeada pe
ados Obtido
efectuada
idades de I
de fogo, br
el de estup
al da PSP
a e 289264
ecréscimo
da apreen
s de Liamb
24% e um d
DETENÇÕ
PRISÕES P
APREENSÕ
ções Lofos
idades de P
ções lofosc
as.
e Investiga
um total
la PSP regis
s s 3436 det
nvestigaçã
ancas e ou
efacientes
apreender
,828 gram
de 6,4%, re
dido pelas
a e 1307 do
ecréscimo ES REVENTIVAS
ES ARM
HER
CO
HAX
LIA
ECS
cópicas e R
olícia Técn
ópicas; 39
ção Crimin
de 226.58
tou um au
enções, da
o Criminal
tras.
e substânc
am 25081,
as de Haxix
spectivame
Subunidad
ses de Ecs
aproximad AS (un.) OÍNA (gr.) CAÍNA (gr.) ÍXE (gr.) MBA (gr.) TAZY (doses)
esenhas ica (UPT) d
79 Resenh
E
al da Políci
9 inquéri
mento glob
s quais re
da PSP apr
ias psicotró
187 grama
e, permitin
nte, em re
es de Inve
tasy permit
o de 51,47%
200
418
57
276
17184
65863
21086
19830 480,
a PSP atin
as de susp
NCIAL
a de Segura
tos‐ crime.
al de 11,3%
sultaram 3
eenderam
picas, as Su
s de Hero
do um acré
lação a 200
stigação Cr
indo, respe
, em relaç
6 20
8 34
5 42
0 23
,15 1649
,00 4841
8,18 3090
5,64 1202
84 269
giram os s
eitos/detid
nça Públic
A activid
em relaçã
99 Prisões
2089 armas
bunidades
ína, 55488
scimo de 5
7.
iminal da
ctivament
ão a 2007.
07 84 8 52 1,07 25
3,49 55
31,09 28
81,29 18
2,78 1
eguintes re
os; e 118 a organizar
ade proce
o a 2007. Preventiva
diversas,
de Investig
,286 grama
2,1%, de 14
PSP 184319
e, um acrés
2008 3436 399 2089 081,19 488,29 9264,83 4319,44 307,35 sultados: 2
9 Identifica
am e
ssual
s. As
entre
ação
s de
,6%,
,443
cimo
7062
ções
Página 196
196 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL VIATURAS FURTADAS E RECUPERADAS Em 2008, foram registados pela PSP 20 680 furtos de viaturas, o que reflecte um
aumento significativo em relação a 2007. No entanto há a considerar a assumpção da
responsabilidade em novas áreas, no âmbito da reestruturação das Forças de segurança
e, ainda, o facto da recolha destes dados se efectuar no âmbito do SEI, onde constam os
dados relativos ao furto de velocípedes, ciclomotores e motociclos de cilindrada até 50
cm3, que não constavam do MOVI, o qual apenas permitia o registo de veículos
automóveis.
Do total de viaturas registadas pela PSP, 15 415 foram recuperadas pela PSP, o que se
traduz numa taxa de recuperação de cerca de 74,5 %.
TRÂNSITO E SEGURANÇA RODOVIÁRIA Acidentes Na área de actuação da PSP, não olvidando o alargamento da área de responsabilidade
decorrente da reestruturação das Forças de segurança, verificou‐ se uma visível redução
da sinistralidade rodoviária, fruto da actuação proactiva e da vertente de visibilidade e
prevenção que a PSP tem consignada na sua doutrina.
VIATURAS 2008 2007 2006 Dif.ª 08‐ 07
FURTADAS 20.68011 48611 2809 194
RECUPERADAS 15.4158 468 7 935 6 947
TAXA DE RECUPERAÇÃO74,5% 74 % 70 %
Página 197
197 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Assim, considerando a globalidade da área de responsabilidade da PSP em 31 de
Dezembro de 2008, o número de acidentes foi reduzido, sendo também de assinalar
que se verificaram menos vítimas mortais e menos feridos graves.
Considerando apenas a sinistralidade ocorrida nas áreas de responsabilidade da PSP,
anteriores à reestruturação das Forças de segurança e consequentemente igual às áreas
de que dispunha em 2007, registam menos 6.071 acidentes, menos 32 vitimas mortais,
menos 155 feridos graves e menos 872 feridos ligeiros, o que é inequivocamente
demonstrativo do esforço que a PSP tem vindo a realizar no âmbito da segurança
rodoviária e da doutrina adoptada. Autuações por infracção à legislação rodoviária No âmbito da fiscalização e da promoção da segurança rodoviária, a PSP, no ano de
2008, privilegiou sobretudo a vertente da prevenção, visibilidade e sensibilização dos
condutores e demais utentes da via, sem prejuízo do exercício da acção repressiva. Fiscalização da Taxa de Alcoolemia no Sangue No que se refere à fiscalização da Taxa de Alcoolemia, a PSP registou, na sua área de
actuação, um aumento do número de condutores encontrados com Taxas de Álcool no
Sangue (TAS) iguais ou superiores a 0,50 g/l 837 infractores).
Foram detectados 8067 condutores com uma TAS igual ou superior a 1,20 g/l, sendo
que destes, 7374 foram detidos.
Álcool no Sangue 2008 2007 % de Infractores Dif.ª Taxa ≥ 1,20 g/l (Detenções) 7374 7 435 52,42% - 61 Taxa 0,80 g/l a 1,19 g/l 3600 2 773 25,59% 827 Taxa 0,50 g/l a 0,79 g/l 3091 3 081 21,97% 10 Taxa < 0,5 g/l 181 437 137 476 43 961 Total de Infractores 14 065 13 289
Fiscalização da Velocidade No que se refere à fiscalização de veículos em excesso de velocidade, apesar de se
verificar um acréscimo de veículos controlados por radar (+ 233 437) verificou‐ se uma
diminuição do número de infracções graves e muito graves.
AUTUAÇÕES 2007 2008 Dif.ª Infracções Leves 450 213 396377 - 53836 Infracções Graves 113 444 98876 - 14568 Infracções Muito Graves 28 078 24641 - 3437 TOTAL 591 735 519 894 - 71841
Página 198
198 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL VELOCIDADE 2008 2007 Dif.ª Leves 10 663 10 472 191 Graves 25 008 29 839 - 4831 Muito Graves 5 022 6 445 - 1423 Total Infracções 40 693 46 755 - 6062 Veículos controlados radar 1 737 495 1 504 058 233 437
ARMAS E EXPLOSIVOS Em 2008, no que concerne à fiscalização das actividades directamente relacionadas com
as armas e os explosivos, a PSP registou os seguintes resultados:
Armamento 2005 2006 2007 2008 Armas de fogo apreendidas 1.212 1.659 1.542 2.238 Outras Armas de fogo entregues/recuperadas 914 2.928 2.889 2.323 Munições apreendidas/entregues (N.º) 614.895 520.806 605.432 309.708 Explosivos apreendidos/entregues (kg) 71.724,47 3.185,05 9.961,75 5.443,50 Detonadores (n.º) 306.039 4.872 5.721 2.489 Cordão Detonante (m) 30.730,00 16.066,30 3.055,00 9.980,50 Pólvora (kg) 14.837,70 7.766,70 5.282,00 579,60 Rastilho (m) 66.232,50 15.213,10 8.762,00 31.793,00 Artigos Pirotécnicos (n.º) 68.229 130.797 520.255 217.697 Artigos Pirotécnicos (kg) 65.878,00 6.028,00 13.156,00 7.084,00 Matérias Perigosas (kg) 7.725,00 4.449,00 32.422,00 25.461,00
DILIGÊNCIAS E OUTRAS SOLICITAÇÕES Em 2008, a PSP registou um decréscimo de 107.002 no total de diligências e solicitações
levadas a cabo.
Diligências e solicitações 2005 2006 2007 2008 Dif.ª 08-07 Diligências judiciais 889.302 897.416 710.538 622.382 -88.156 Solicitações de outras entidades 106.537 99.308 101.540 82.694 -18.846 TOTAL 995.839 996.724 812.078 705.076 -107.002
SEGURANÇA DE ACONTECIMENTOS DESPORTIVOS A PSP efectuou um total de 19.841 policiamentos a actividades desportivas tendo
empenhado um total de 85.174 elementos policiais. Durante o ano de 2008 foram
levados a cabo, nos termos do Decreto‐ Lei n.º 238/92 de 29 de Outubro, 122
policiamentos a espectáculos desportivos qualificados como sendo de Risco Elevado, ao
considerarmos aqueles que dizem respeito à Liga Sagres, Taça de Portugal e Taça da
Liga. Futebol Outras modalidades TOTAL 2006 Total de Policiamentos 14 401 12 741 27 142 N.º de elementos envolvidos 64 377 37 914 102 291 N.º de incidentes 107 58 165 2007 Total de Policiamentos 14 696 12 206 26 902 N.º de elementos envolvidos 65 924 36 770 102 694 N.º de incidentes 113 91 204 2008 Total de Policiamentos 11.299 8.756 20.055 N.º de elementos envolvidos 56.637 28.537 85.174 N.º de incidentes 181 85 266
Página 199
199 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL ACTIVIDADES DA UNIDADE ESPECIAL DE POLÍCIA (UEP) Corpo de Intervenção O Corpo de Intervenção (CI) realizou 2890 intervenções tendo empenhado um total de
45110 elementos policiais.
CORPO DE INTERVENÇÃO Nº de intervenções Nº de Elementos utilizados Manifestações desportivas 60 3282 Alterações de Ordem Pública 78 1365 Segurança a Aeroportos 3 92 Outras actuações 2749 40371 TOTAL 2890 45110
Corpo de Segurança Pessoal Durante o ano de 2008, o Corpo de Segurança Pessoal (CSP) no âmbito da atribuição de
segurança pessoal prestou segurança a 959 altas entidades, tendo empenhado um total
de 2928 elementos policiais.
CORPO DE SEGURANÇA PESSOAL N.º de Altas Entidades Nº de elementos utilizados A. E. com segurança pessoal permanente 529 1633 A. E. com segurança pessoal temporária 430 1295 TOTAL 959 2928
Salienta‐ se o número de elementos do Corpo de Segurança Pessoal afectos em 2008, às
entidades constantes no quadro abaixo apresentado. N.º de Entidades N.º de elementos Juízes 11 36 Testemunhas 8 28 Arguidos 1 3
Grupo de Operações Especiais O Grupo de Operações Especiais (GOE) empenhou um total de 12957 elementos
policiais em missões, alcançando um total de 3224 dias em missão de serviço.
GRUPO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS N.º de missões Total de dias das N.º Elementos Combate ao Terrorismo 13 17 136 Combate à criminalidade (excepto terrorismo) 87 144 1236 Segurança pessoal a Altas Entidades 9 247 1502 Segurança a instalações (Segurança a Embaixadas ou outras instalações) 38 1083 6013 Acções de auxílio a outras Forças ou Serviços de Segurança 2 3 53 Atiradores especiais 15 77 142 Instrução a outras Forças de segurança ou Serviços de Segurança 27 462 1004 Outras actuações 73 1191 2871 TOTAL 264 3224 12957
Página 200
200 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Centro de Inactivação de Explosivos e Segurança em Subsolo O Centro de Inactivação de Explosivos e Segurança em Subsolo (CIEXSS), com sede na
Quinta das Águas Livres ‐ Belas, tem um efectivo total de 89 elementos, distribuído por
todo o território nacional através de Equipas de Inactivação de Explosivos e Segurança
em Subsolo (EIEXSS).
Em 2008, a actividade do CIEXSS obteve os seguintes resultados: PROTECÇÃO AMBIENTAL A temática da defesa e preservação da natureza e do meio ambiente, bem como da
conservação dos recursos naturais, continua a merecer por parte dos cidadãos e
obviamente por parte da PSP, uma atenção crescente e proactiva. Os atentados contra
os bens naturais têm obrigado a que sejam tomadas medidas de prevenção, fiscalização
e repressão, não só pelas entidades competentes e mais directamente envolvidas nestas
matérias, mas também pelas entidades que, como as forças de segurança, têm na sua
missão geral esta tarefa.
Neste âmbito, a estrutura de prevenção de ilícitos ambientais da PSP – Brigadas de
Protecção Ambiental, implementadas em 2006, têm vindo a ser consolidadas a nível
nacional.
Neste sentido, em 2008 estavam adstritos às Brigadas de Protecção Ambiental (BriPA)
dos Comandos da PSP, 383 elementos policiais. Convém ressalvar que, à excepção do
que se passa no Comando Metropolitano da PSP do Porto, todos estes elementos
policiais desempenham funções nas BriPA em acumulação com as funções que vinham
já desempenhando anteriormente.
ACTIVIDADES 2008 Buscas 1296 Subsolo 24 Engenhos Explosivos Reais 5 Engenhos Explosivos Falsos 77 Transportes TCV Contentor 1 Formação (Horas) 633 EXPLOSIVOS DESTRUÍDOS QUANTIDADES 2008 Mecha Lenta (m) 12 478,7 Cordão Detonante (m) 25 469,0 Explosivo (Kg) 3 943,5 Detonadores (un) 23 058 Pirotecnia (un) 144 357,4 Convencionais (un) 14 779 Very Lights (un) 5 822
Página 201
201 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
No que concerne à actividade operacional foram levadas a cabo 1245 acções sendo que
destas, 131 foram solicitadas por entidades externas à PSP.
Quanto aos resultados operacionais, foram elaborados 471 Autos de Notícia por Contra
Ordenação e 306 peças de expediente diversas. Elementos policiais mortos ou com ferimentos
Consequências Causas - Agressões com Arma de fogo Arma branca Força física Objectos contundentes Spray´s ou similares Atropelamento Animais Outros meios Mortos Feridos graves 2 2 Feridos leves 2 2 151 13 5 2 11 Agressões sem necessidade de tratamento médico 5 277 10 6 11
Consequências das intervenções policiais em civis e/ou terceiros
Suspeitos Causas - Agressões com: Arma de fogo policial Arma de fogo particular (de agente policial) Arma de fogo particular (não policial) Agressão física Spray´s ou similares Outros meios Mortos 1 Feridos graves 3 2 Feridos leves 11 36 12 4 Civis (indirectamente envolvidos) Causas - Agressões com: Arma de fogo policial Arma de fogo particular (de agente policial) Arma de fogo particular (não Agressão física Spray´s ou similares Outros meios Mortos Feridos graves Feridos leves 2 1 8 2
Quantificação dos danos materiais provocados (incluindo custos)
Danos em viaturas policiais Carros patrulha Arremesso de objectos Com a ajuda de objectos Força física Outros Destruídos Danificados 2 1 Vidros partidos 7 1 Chapa amolgada 14 5 4 Outros danos 5 1 2 2 Outras viaturas Arremesso de objectos Com a ajuda de objectos Força física Outros Destruídas Danificadas Vidros partidos 3 Chapa amolgada 1 1 Outros danos 1 1
Página 202
202 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Relatórios de acções operacionais e de informações policiais
Relatórios de acções policiais de especial relevância no combate à criminalidade POLÍCIA SEMPRE PRESENTE – “CARNAVAL EM SEGURANÇA 2008” Operação Policial que foi levada a cabo no período compreendido entre 31 de Janeiro
de 2008 a 6 de Fevereiro de 2008, inclusive. Os Comandos da PSP através de ajustado
emprego dos meios humanos e materiais de que dispõem, adequaram e concentraram a
sua capacidade operacional, de forma a incrementar o sentimento de segurança dos
cidadãos nas áreas comerciais, turísticas e sistemas de transporte públicos ou outros
locais de grande concentração de pessoas, assegurando, nesses espaços, um elevado
índice de visibilidade policial.
MEIOS 2008 Meios Humanos Oficiais Chefes Agentes 106 613 4274 Total 4993 Meios Materiais Viaturas Auto 1143 Motociclos 312 Ciclomotores 67 Tablet PC 205 PDA 24 Outros meios 62 Total 1813
Resultados mais significativos Este ano efectuaram‐ se, no total, 568 detenções, sendo de destacar: 161 por condução
de veículo sob influência do álcool; 73 por condução de veículo sem habilitação legal; 54
em cumprimento de Mandado de Detenção Judicial; e 17 por suspeita de Tráfico de
Substâncias Estupefacientes.
Considerando os objectivos das Directivas Operacionais n.º 02/2008 e 03/2008, a Polícia
de Segurança Pública levou a cabo 1239 operações/acções policiais. No âmbito
rodoviário, a PSP fiscalizou 20576 viaturas.
As infracções rodoviárias detectadas este ano contabilizam um total de 4617, o que
representa um aumento de 396 em relação a 2007 (4221). Importa destacar – pelo
menos pela sua gravidade social – as seguintes: falta de seguro: 84; falta de Inspecção
Periódica Obrigatória: 161; não utilização de cinto de segurança: 207; utilização de
Página 203
203 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
telemóvel durante a condução: 232; e não utilização de dispositivo de retenção de
crianças: 60. Sinistralidade Rodoviária Verifica‐ se que durante a semana do Carnaval a tendência, em relação ao número de
acidentes, foi a de aumentar. Assim, durante o período da operação registaram‐ se 1267
acidentes, conforme se apresenta no quadro seguinte. “POLÍCIA SEMPRE PRESENTE – PÁSCOA EM SEGURANÇA 2008” Operação Policial levada a cabo por todo o dispositivo da PSP, no período compreendido
entre 13 e 24 de Março de 2008, inclusive, com as seguintes premissas:
• Ajustado emprego dos meios humanos e materiais, de forma a incrementar o sentimento de segurança dos cidadãos nas áreas comerciais/turísticas, sistemas de transporte públicos e outros locais de grande concentração de pessoas, assegurando nesses locais, um elevado índice de visibilidade; • Na componente de segurança rodoviária, intensificar as acções de regularização e de fiscalização de trânsito, em especial, nas principais saídas e entradas dos centros urbanos, nos períodos de maior fluxo de trânsito e em zonas de diversão nocturna, com incidência de fiscalização na condução sob o efeito do álcool e com excesso de velocidade; • Na componente da prevenção da vitimação junto dos idosos, durante este período, desenvolver, pelo menos, uma acção de sensibilização de grande impacto ao nível local junto de cidadãos idosos, direccionada para as questões da prevenção da vitimação por parte deste grupo de risco, em parceria com entidades locais (governos civis, autarquias, lares de idosos, associações ou clubes recreativos, etc.).
2008 Meios Humanos Oficiais Chefes Agentes 178 923 7912 Total 9013 Meios Materiais CP's 1985 Motociclos 393 Ciclomotores 135 Tablet PC 250 PDA 45 Outros 221 Total 3029
2007 2008 Variação 2008-2007 Variação Var. Percentual (%) Acidentes 1220 1267 47 3,85% Vitimas Mortais 3 3 0 n/a Total Feridos 264 313 49 18,56% Feridos Ligeiros 249 312 63 25,30% Feridos Graves 15 1 -14 -93,33%
Página 204
204 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Resultados mais significativos Neste âmbito foram levadas a cabo 1098 acções/operações policiais. Efectuaram‐ se no
total 568 detenções, sendo de destacar: 266 por condução de veículo sob influência do
álcool; 101 por condução de veículo sem habilitação legal; 54 em cumprimento de
Mandado de Detenção Judicial; 38 detenções por Furto e 37 por suspeita de Tráfico de
Substâncias Estupefacientes.
O Departamento de Armas e Explosivos efectuou as acções de fiscalização definidas na
sua Ordem de Operações, tendo sido identificadas 5 infracções e apreendido diverso
material conforme quadro seguinte:
CONCELHO MATERIAL APREENDIDO Lousada 50 dúzias de foguetes Monção 125 kg de matérias perigosas 6000 canudos de foguete 30 foguetes acabados Santo Tirso 4200 kg de artigos pirotécnicos Santo Tirso 700 kg de artigos pirotécnicos Tondela 103 dúzias de foguetes 12 baterias
Sinistralidade Rodoviária Durante o período da operação registaram‐ se 2057 acidentes, conforme se apresenta
no quadro seguinte: 2007 2008 Variação 2008-2007 29MAR-09ABR 13MAR-24MAR Variação Var. Percentual (%) Acidentes 2056 2057 1 0,05% Vitimas Mortais 6 6 0 0,00% Total Feridos 502 471 -31 -6,18% Feridos Ligeiros 461 440 -21 -4,56% Feridos Graves 41 31 -10 -24,39%
“POLÍCIA SEMPRE PRESENTE – VERÃO SEGURO 2008” Para alcançar os resultados abaixo apresentados, a PSP empenhou 24869 elementos
policiais, divididos pelas 3 categorias (Oficiais, Chefes e Agentes).
Em termos de meios materiais foram empenhadas 7966 viaturas e 766 equipamentos
informáticos (Tablet PC e PDA’s).
Página 205
205 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Resultados mais significativos Após recepção das mensagens enviadas pelos Comandos, foram as mesmas
processadas, sendo possível apresentar o quadro discriminativo dos resultados mais
expressivos da Operação Verão Seguro 2008, conforme infra se apresenta:
NÚMERO TOTAL DE OPERAÇÕES DE FISCALIZAÇÃO RODOVIÁRIA 2226 TOTAL VIATURAS FISCALIZADAS 144958 VIATURAS FISCALIZADAS EM EXCESSO DE VELOCIDADE 6787 CONDUTORES SUBMETIDOS AO TESTE DO ÁLCOOL 21752 Detectados com valores entre 0,5 e 0,8 g/l 541 Detectados com valores entre 0,8 e 1,2 g/l 673 INFRACÇÕES CÓDIGO DA ESTRADA E LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR 27671 Não utilização de cinto de segurança 1377 Uso de telemóvel durante a condução 1996 Falta de inspecção periódica obrigatória 1262 DETENÇÕES EFECTUADAS (TOTAL) 2521 Condução com excesso de álcool 927 Falta de habilitação legal para conduzir 544 Mandados detenção 406 Furto/Roubo 203 NÚMERO TOTAL DE OPERAÇÕES DE FISCALIZAÇÃO 585 INFRACÇÕES VERIFICADAS NOS ESTABELECIMENTOS (TOTAL) 698 INDIVÍDUOS IDENTIFICADOS 3365 ESTUPEFACIENTES APREENDIDOS (DOSES) 71211
OPERAÇÃO FÉRIAS 2008 – CHAVE DIRECTA Outra das componentes da Operação Verão Seguro 2008, foi a denominada Operação
Férias, que a PSP leva a cabo desde 1978 e que foi incluída na Operação global de
segurança para a época do Verão. A missão dos Comandos foi a de fazer uma vigilância
junto das residências temporariamente desabitadas, por motivo de ausência dos seus
proprietários, devido ao gozo de férias.
Os Comandos receberam e processaram as informações provenientes das inscrições dos
cidadãos, este ano nas modalidades tradicional e através de pedido “Chave Directa”,
passando na data da ausência a executar um policiamento direccionado para a vigilância
concreta da residência, em horários alternados e de forma discreta.
OPERAÇÃO FÉRIAS 2008 COMANDO JULHO AGOSTO SETEMBRO VIGIADAS PEDIDO PRESENCIAL VIGIADAS CHAVE DIRECTA ASSALTADAS PEDIDO PRESENCIAL ASSALTADAS CHAVE DIRECTA VIGIADAS PEDIDO PRESENCIAL VIGIADAS CHAVE DIRECTA ASSALTADAS PEDIDO PRESENCIAL ASSALTADAS CHAVE DIRECTA VIGIADAS PEDIDO PRESENCIAL VIGIADAS CHAVE DIRECTA ASSALTADAS PEDIDO PRESENCIAL ASSALTADAS CHAVE DIRECTA AVEIRO 73 3 0 0 120 6 0 0 26 0 0 0 BEJA 16 0 0 0 36 0 0 0 6 0 0 0 BRAGA 70 4 0 0 118 5 0 0 25 0 0 0 BRAGANÇA 10 0 0 0 13 0 0 0 6 0 0 0 C. BRANCO 17 0 0 0 50 0 0 0 9 0 0 0 COIMBRA 163 8 0 0 217 8 0 0 0 0 0 0 ÉVORA 41 3 0 0 30 1 0 0 5 0 0 0 FARO 6 0 0 0 2 0 0 0 2 0 0 0 GUARDA 23 0 0 0 17 0 0 0 5 0 0 0 LEIRIA 59 3 0 0 69 2 0 0 21 0 0 0 LISBOA 510 22 0 0 1337 47 0 0 429 11 0 0 PORTALEGRE 22 0 0 0 51 0 0 0 26 0 0 0
Página 206
206 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
SANTARÉM 75 1 0 0 159 2 0 0 29 0 0 0 SETÚBAL 77 20 0 0 198 10 1 0 88 1 0 0 V. CASTELO 14 0 0 0 12 0 0 0 5 0 0 0 V. REAL 25 0 0 0 56 1 0 0 16 1 0 0 VISEU 24 1 0 0 57 0 0 0 13 0 0 0 MADEIRA 50 6 0 0 101 4 0 0 49 3 0 0 AÇORES 145 0 0 0 160 1 0 0 151 2 0 0 TOTAL 1710 73 0 0 3577 93 2 0 1084 18 0 0 “POLÍCIA SEMPRE PRESENTE – NATAL EM SEGURANÇA 2008”
Meios Afectos à Operação Meios Humanos Oficiais Chefes Agentes 396 2062 16296 Total 18754 Meios Materiais Viaturas Auto 4096 Motociclos 678 Ciclomotores 181 Tablet PC 788 PDA 206 Outros meios 628 Total 6577
Resultados mais significativos A PSP levou a cabo 2200 acções ou operações policiais. Este ano efectuaram‐ se, no
total, 1073 detenções sendo de destacar: 556 por condução de veículo sob influência do
álcool; 203 por condução de veículo sem habilitação legal; 97 em cumprimento de
Mandado de Detenção Judicial; 53 por suspeita de Tráfico de Substâncias
Estupefacientes; e 32 detenções por Furto.
No âmbito rodoviário, a PSP fiscalizou 96290 viaturas, tendo sido detectadas um total de
12624 infracções. Importa destacar – pelo menos pela sua gravidade social – as
seguintes: falta de Seguro: 229; falta de Inspecção Periódica Obrigatória: 656; não
utilização de cinto de segurança: 612; utilização de telemóvel durante a condução: 1034;
e não utilização de dispositivo de retenção de crianças: 111. Sinistralidade Rodoviária 25NOV2007 a 07JAN2008 01DEZ2008 a 08JAN2009 Acidentes 8199 7181 Vitimas Mortais 14 14 Total Feridos 1918 1640 Feridos Ligeiros 1801 1562 Feridos Graves 117 78
II SÉRIE-E — NÚMERO 21
__________________________________________________________________________________________________________
206
Consultar Diário Original
Página 207
207 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Missões Internacionais Número de elementos integrados em missões internacionais (funções
desempenhadas e postos assegurados – quando relevantes) ÂMBITO DA ONU Timor-Leste (UNMIT) A presente missão é estabelecida pela Resolução n.º 1704 de 2006 do Conselho de
Segurança das Nações Unidas e visa assegurar, mediante a presença da Polícia das NU, a
reestruturação e manutenção da segurança pública de Timor‐ Leste, através de apoio à
Polícia Nacional de Timor‐ Leste (PNTL), incluindo interinamente, e até a PNTL estar
reconstituída, as funções executivas de segurança pública, e apoiar com mais treino, o
desenvolvimento e reforço institucional da PNTL, bem como do Ministério do Interior, e
ainda apoiar no planeamento de todos os preparativos relacionados com a segurança
eleitoral, de modo a preparar adequadamente a PNTL para que esta possa desempenhar
as suas funções.
O efectivo da PSP empenhado durante o ano de 2008 foi de 65 elementos. Kosovo (UNMIK) Estabelecida pela Resolução n.º 1244 do CS/ONU e visa 5 objectivos principais: a
desmilitarização do Kosovo, regresso de refugiados ao Kosovo, a reconstrução do
Kosovo, a construção de uma administração civil, a democratização da sociedade no
Kosovo.
Esta missão foi descontinuada em Dezembro de 2008, altura em que foi iniciada a
missão de Gestão de Crises do Conselho da União Europeia no âmbito da PESD,
denominada EULEX‐ Kosovo, conforme ponto 2.2. explicita.
O efectivo da PSP empenhado durante o ano de 2008 foi de 4 elementos. Serra Leoa (UNIOSIL) A Missão de Paz das Nações Unidas na Serra Leoa (UNIOSIL) foi estabelecida pelo
Conselho de Segurança das Nações Unidas, através da Resolução n.º S‐ RES‐ 1620 de 31
de Agosto de 2005, como uma continuação da Missão das Nações Unidas na Serra Leoa
Página 208
208 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL (UNAMSIL), a qual havia contribuído para pôr fim à guerra civil neste país. A UNIOSIL foi
estendida duas vezes pelo Conselho de Segurança da ONU e foi terminada em 30 de
Setembro de 2008, sendo substituída pela missão denominada UNIPSIL United Nations
Integrated Peacebuilding Office in Sierra Leone. A UNIOSIL visou no seu mandato assistir
o Governo do país a proceder à reforma e recuperação das Instituições Estatais e entre
outras medidas importantes, em desenvolver uma programa de acção nacional sobre
direitos humanos e a criação de uma comissão supervisora desta matéria.
A 2 de Agosto de 2008 a presente missão foi descontinuada pelas Nações Unidas.
Durante o ano de 2008, a PSP afectou 2 elementos policiais na presente missão. Chade (MINURCAT) Em 25 de Setembro de 2007, o Conselho de Segurança da ONU, pela Resolução n.º
1778, aprovou o estabelecimento na República do Tchad e na República Centro
Africana, em colaboração com a União Europeia, de uma Missão (MINURCAT) com
presença multidimensional (nos dois países) para ajudar a criar as condições da
segurança conducentes a um retorno voluntário, seguro e sustentável dos refugiados e
dos deslocadas.
Efectivo da PSP empenhado:
• 29 elementos da PSP durante o ano de 2008, destes, 24 elementos pertencem à UEP/GOE e constituem a Segurança Pessoal do acima indicado RESG, com presença de 6 meses cada equipa. • Neste momento encontram-se no local apenas 16 elementos (12 na equipa protecção do RESG e 4 elementos em missão).
• Estes quatro elementos desenvolvem funções de: Coordenação central de operações; Gabinete de Boas Práticas e de Coordenação Operacional a nível de Esquadra. ÂMBITO DA UNIÃO EUROPEIA República Democrática do Congo (EUPOL) A missão EUPOL RDCONGO substituiu a missão EUPOL‐ Kinshasa tem como objectivo:
apoiar e assistir as autoridades congolesas na reforma do sector de segurança (RSS) no
domínio da polícia e a sua interacção com a justiça. Sendo que, a presente missão não
tem competência nem vocação de se substituir‐ se à polícia congolesa nas suas missões e
responsabilidades. Visa assegurar igualmente uma presença permanente ao leste do
país, de forma a conferir assistência e avaliar o processo de estabilização do Leste do
país.
Efectivo da PSP empenhado:
• Até 25 de Agosto de 2008 a PSP participou com 07 elementos.
Página 209
209 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL • A partir de 3 de Setembro de 2008 (após a rotação) a PSP ficou com 5 elementos, que se mantêm no local, sendo que um deles desempenha as funções de Chefe de Missão e de Conselheiro Especial da União Europeia. Os restantes elementos desenvolvem funções de Conselheiros em matéria de Investigação criminal e de Ordem Pública.
Kosovo (EULEX) A missão foi estabelecida pela ACÇÃO COMUM do CONSELHO EUROPEU N.º
2008/124/CFSP de 04FEV2008, com a denominação ‐ EULEX KOSOVO e substituiu a
Missão das Nações Unidas (UNMIK) em 02 de Dezembro de 2008.
O objectivo é auxiliar as autoridades do Kosovo nas diversas instituições, autoridades
judiciárias e especificamente na aplicação da Lei no Kosovo, visando desenvolver um
sistema independente e multiétnico de justiça e de polícia.
Efectivo da PSP empenhado:
• 14 elementos da PSP durante o ano de 2008, que se mantêm no local.
• Os elementos desenvolvem funções de Chefe do Projecto para designação Comandante Policia local e os restantes de conselheiros da Polícia local.
OUTRAS COLOCAÇÕES Etiópia – REUE/OUA A presente missão tem como objectivo garantir a representação do Comité de Política e
Segurança do Conselho da União Europeia junto da Organização da União Africana.
Durante 2008, foi afecto 1 elemento da PSP à presente missão, que se mantém no local
com as funções de Chefe de Segurança da Missão. Watch Peace-Keeping Capability – Bruxelas A Watch Peace‐ Keeping Capability é um órgão dependente do Comité de Política e
Segurança (COPS) do Conselho Europeu que auxilia na monitorização da gestão de crises
de acordo com a PESD e PESC.
Durante o ano de 2008 foram afectos 2 elementos da PSP ao mesmo e prosseguem as
suas funções durante 2009. PESSOAL EM SITUAÇÃO DE LICENÇA SEM VENCIMENTO
Página 210
210 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL No ano de 2008 encontravam‐ se nesta situação 12 elementos da PSP, onde se incluem 2
Subintendentes; 1 Comissário; 1 Subcomissário; 6 Chefes e 2 Agentes.
Formação Número de elementos policiais que concluíram acções de formação internas e
externas
Ao nível da Formação a PSP tem vindo a adaptar‐ se à realidade social e criminal,
investindo no aperfeiçoamento e, em alguns casos, na introdução de mecanismos que
lhe permitam responder de forma mais eficaz à realidade actual.
Em termos globais, considerando a formação inicial, especializada e contínua, obtiveram
formação os seguintes elementos da PSP:
Resumo 2008 Áreas Oficiais Chefes Agentes Civis TOTAL F. Especialização 32 162 827 31 1052 F Continua (Técnico Policial) 79 268 1755 12 2114 F. Continua (Transversal) 815 2106 9012 39 12652 F. Formadores (várias áreas) 78 66 33 5 182 Plano de Formação de Tiro 18901 Formação Inicial 24 0 0 0 24 Formação Externa* 735 735 Formação Novas Oportunidades 156 * Elementos Externos no âmbito da Formação Técnica e Cívica.
Número de elementos policiais que concluíram os cursos de formação de base para
ingresso na carreira policial
Em 2008, no Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna (ISCPSI),
terminaram o curso de formação a Oficiais de Policia (Licenciatura em Ciências Policiais)
24 Aspirantes. Descriminação por áreas técnico policiais e outras
FORMAÇÃO DE ESPECIALIZAÇÃO CURSOS N.º de Elementos 2007 2008 Curso de Investigação Criminal 177 322 Curso de Investigação de Acidentes de Trânsito 32 47 Curso de Segurança Pessoal 33 0 TOTAL 242 369
Página 211
211 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
FORMAÇÃO CONTÍNUA TÉCNICO POLICIAL Na Formação Contínua, no caso específico da sua vertente Técnico Policial, assentou
sobretudo em 3 subáreas prioritárias:
ƒ Técnicas de Intervenção Policial ƒ Plano Anual de Tiro (PAT) ƒ Gestão de Incidentes Táctico-Policiais
N.º de Elementos 2007 2008 Plano Anual de Tiro 8 808 18901 Técnicas de Intervenção Policial 783 1283 Gestão de Incidentes Táctico Policiais 77 41 Condução Defensiva 458 0 Policiamento de Proximidade 1 254 831 Cursos na Área do Trânsito 326 125 Cursos na Área da Investigação Criminal 232 322 Curso na Área das Tecnologias Policiais (SEI, SCOT, Visio, SINOA, GESDOC, GIVERH 738 4034 Outros 230 8794 TOTAL 12 906 33 521
FORMAÇÃO CONTINUA TRANSVERSAL Neste domínio, foi dada formação a 1051 elementos da PSP. Um número significativo de
acções foram desenvolvidas ao abrigo do Programa Operacional da Administração
Pública (POAP), abrangendo áreas como a Cultura Organizacional e Comportamental,
Jurídica, Gestão e Administração, Informática, Pedagogia, etc. N.º de Elementos 2007 2008 Gestão 1328 141 Jurídica 1212 258 Informática 234 96 Comportamental 438 455 Pedagógica 91 56 Outras 752 45 TOTAL 4055 1051
FORMAÇÃO DE FORMADORES Em 2008, o efectivo da PSP foi provido com novos formadores, quer em áreas
específicas de formação, quer na modalidade de formação pedagógica inicial, assim, o
seguinte quadro resume a actividade formativa neste âmbito.
Página 212
212 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Formação Pedagógica de Formadores 56 56 Curso de Formação de Formadores de Trânsito 22 28 Curso de Formação de Formadores de Técnicas de Intervenção Policial 31 34 Curso de Formação de Formadores de Policiamento de Proximidade 22 22 TOTAL 131 140 OUTROS PROJECTOS Projectos de Criação e Implementação de novos Cursos no Portfólio da PSP Com o aprofundamento da especialização dos elementos da PSP, torna‐ se cada vez mais
pertinente acompanhar esta evolução com formação adequada às funções
desempenhadas pelo efectivo. Assim, verificou‐ se a necessidade de preparar um curso
orientado para os elementos que desempenham funções de patrulha (apeada ou auto).
Após estudo das funções desempenhadas, a PSP delineou um curso de Gestão de
Ocorrências o qual contemplou as seguintes áreas temáticas:
• Enquadramento Funcional; • Área Criminal; • Procedimentos Técnicos e Operacionais; e • Fiscalização Policial.
Em fase de planeamento e respectiva execução já realizada, foram ministradas duas
acções de formação de formadores, sendo que posteriormente o número de
formadores será alargado, bem como se irá iniciar o desdobramento destas acções.
Também na área da Investigação Criminal se procedeu á reestruturação do Curso de
Investigação Criminal, reformulando regulamentos e conteúdos pedagógicos, bem como
incluindo novas temáticas e novos cursos complementares modulares.
Igualmente na área das armas e explosivos foram criados novos cursos, os quais
procuraram responder às recentes alterações legislativas e procedimentais efectuadas
neste ramo
Seguidamente elencam‐ se os cursos que foram criados ou sofreram reestruturação:
• Gestão de Ocorrências (novo curso); • Fiscalização Técnica de Armas (novo curso); • Técnica de Peritagem de Armas (novo curso); • Técnica de Peritagem de Explosivos (novo curso); • Licenciamento Administrativo de Armas e Munições (novo curso); • Licenciamento Administrativo de Explosivos (novo curso); II SÉRIE-E — NÚMERO 21
__________________________________________________________________________________________________________
212
Consultar Diário Original
Página 213
213 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL • Sistema Integrado de Gestão de Armas e Explosivos (novo curso); • Novo Regime Jurídico da Contratação Pública (novo curso); • Técnicas de Comando e Liderança (novo curso); • Gestão de Eventos (novo curso); • Curso de Investigação Criminal (reestruturação); e • Curso de Formação de Formadores de Técnicas de Intervenção Policial (reestruturação).
Concepção da Estrutura de um Centro de Formação para Missões Internacionais Com a constituição de um Centro de Formação para Missões Internacionais, destinado a
providenciar a formação específica para o cabal desempenho das funções do efectivo da
PSP, no âmbito das missões internacionais, foi iniciado um projecto, que pretende obter
a certificação por parte da ONU, por forma a obter o reconhecimento dos conteúdos
constantes do processo formativo e da sua qualidade.
Durante 2008 procedeu‐ se à constituição de um Grupo de Trabalho para a elaboração
da estrutura do centro, bem como da formação do curso a ser ministrado.
O projecto continua em desenvolvimento, aguardando‐ se a aprovação das conclusões
do grupo de trabalho. Investimentos Aquisições (descrição e custos) e abatimentos de equipamento técnico policial AQUISIÇÕES Designação Valor Total c/IVA (€) Equipamento Técnico Policial 448.517,30 TOTAL 448.517,30 €
Entidade Externa Designação Valor Total c/IVA DGEI – MAI Técnico Policial 1.778.071,20 € ANSR Material relacionado com Segurança Rodoviária 729.028,08 € TOTAL 2.507.099,28 €
ABATES Designação Valor Total c/IVA (€) Abate de Material de Guerra 544.298,88 Abate de Material de Trânsito 43.405,25 TOTAL 587.704,13 €
Página 214
214 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Aquisições (descrição e custos) e abatimentos de equipamento Auto AQUISIÇÕES Entidade Externa Designação Quantidade Valor Total c/IVA DGEI – MAI MEIOS AUTO 220 3.528.118,00 € TOTAL 3.528.118,00 €
ABATES Designação Valor Total c/IVA (€) Abate de Veículos 797.335,59 TOTAL 797.335,59 €
Aquisições (descrição e custos) e abatimentos de material informático
AQUISIÇÕES Equipamento Quantidade Valor Unitário s/ IVA Valor Total s/ IVA Observações Computador normal com monitor 1900 598,34 € 1.136.846,00 € Processos desenvolvidos em 2007 mas apenas pagos e recepcionados em 2008.
Computador avançado com monitor 50 618,34 € 30.917,00 € Computador portátil 50 873,61 € 43.680,50 € Computador portátil Tablet 38 1.856,94 € 70.563,72 € Impressoras laser monocromáticas 82 611,32 € 50.128,24 € Impressoras laser a cores 17 470,00 € 7.990,00 € Impressoras portáteis 16 252,80 € 4.044,80 € Switchs Cisco catalist 3560 25 3.234,16 € 80.854,00 € Switchs Cisco catalist 3560 3 3.123,77 € 9.371,31 € Processos desenvolvidos e pagos em 2008.
Scanners 74 77,34 € 5.723,16 € Impressoras portáteis 44 234,96 € 10.338,24 € TOTAL 1.450.456,97 € ABATES Equipamento Quantidade Computador 645 Impressoras 205 Monitores 805 TOTAL 1655
Outros investimentos de especial relevância
EQUIPAMENTO DESIGNAÇÃO Custo c/IVA (€) Aquisição de Equipamentos Administrativos 422.960,51
Página 215
215 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Aquisição de Fardamento Vário 2.456.096,80 TOTAL 2.879.057,31
OBRAS E INSTALAÇÕES Empreitadas realizadas em 2008 Custo Total (€) 558.628,07
COMUNICAÇÕES Em 2008, entre outras aquisições relacionadas com as Comunicações, salientam‐ se as
seguintes: Projectos existentes ou previstos para o desenvolvimento do funcionamento das
condições operacionais e materiais existentes
No âmbito dos Sistemas de Informação os projectos existentes ou previstos foram:
• Reestruturação da Página da Internet da PSP • Desenvolvimento e Implementação do Portal Verão Seguro em colaboração com a RNSI • Desenvolvimento e Implementação do Portal Operacional (Módulo de estatísticas do SEI) • Implementação do Modulo de Qualidade de dados do SEI • Manutenção do SEI • Integração do SEI com o CITIUS • Integração do SEI com a aplicação de violência doméstica do MAI • Integração do Portal de acidentes Rodoviários com o SEI • Migração do MENU para o SEI • Implementação do SIGAE • Migração do MOVI para o SEI DESIGNAÇÃO Custo c/IVA (€) Central telefónica 14.157,00 Aquisição de Baterias para Emissores/Receptores 53.002.20 Unidades de Alimentação 10.048,64 Telefone Satélite 4.311,26 Equipamento GPS 1.948,04 Telefones Analógicos 1.633,50 Equipamento GSM 2.008,60 Baterias para Sites e UPS 3.432,75 Transferência de Sala de Situação 15.361,44 Faxes G3 e G4 17.820,00 Cabo de Alimentação SIRESP 1.044,00
Página 216
216 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL • Implementação do módulo que permite a GNR consultar/actualizar o módulo de viaturas furtadas e a apreender do SEI • Implementação do SIISPA - Sistema Integrados de informações sobre Perdidos e Achados • Implementação do SQE - Sistema de Queixa Electrónica • Participação no desenvolvimento do Sistema de Contra-ordenações de trânsito (SCOT), em colaboração com a RNSI • Criação de uma área de apoio (Helpdesk) de 1.ª linha (24horas x 365 dias).
Recursos Humanos Entradas de elementos policiais e não policiais para os quadros (ou outros regimes)
ELEMENTOS COM FUNÇÕES POLICIAIS • 22 Subcomissários que concluíram o CFOP (cumprimento do contrato administrativo de provimento).
• 19 Cadetes que foram admitidos ao CFOP (celebração do contrato administrativo de provimento).
ELEMENTOS NÃO POLICIAIS • Transferência – 17 elementos que se encontravam na situação de requisitados e, de acordo com as normas da Lei n.º 12-A/2008, passaram então para os quadros da PSP.
Saídas de elementos policiais e não policiais da instituição (descriminado por
causas)
ELEMENTOS COM FUNÇÕES POLICIAIS • Falecimento - 21 • Exoneração - 2 • Pré-aposentação - 170 • Junta Superior de Saúde - 25 • Demissão - 2 • Aposentação - 41 • Limite de idade - 2 • Licença sem vencimento de longa duração – 27 • Prestação de serviço noutras entidades - 927
SAÍDAS DE ELEMENTOS NÃO POLICIAIS • Aposentação - 33 • Limite de idade - 2
Página 217
217 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL • Demissão - 1 • Rescisão - 1 • Transferência - 1 • Requisição - 1 • Licença sem vencimento de longa duração - 1
Políticas e projectos existentes ou desenvolvidos nesta área
O ano transacto pautou‐ se pela parcimónia na disponibilização de elementos policiais
para outras entidades requisitantes, devido à não admissão de novos elementos ao
Curso de Formação de Agentes. Ainda assim, existem 927 elementos policiais a prestar
serviço noutras entidades.
A reforma orgânica da PSP, definida pela Lei n.º 53/2007, de 31 de Agosto e pela
Portaria n.º 416/2008, de 11 de Junho, trouxe novos pressupostos quanto à definição e
gestão das unidades orgânicas flexíveis. A reestruturação do Departamento do
Departamento de Recursos Humanos, materializou‐ se em quatro divisões, com a
consequente redefinição de competências: Divisão de Gestão de Recursos Humanos,
Divisão de Avaliação do Desempenho e Gestão de Concursos, Divisão de Vencimentos e
Abonos e Divisão de Administração e Assessoria de Recursos Humanos.
Implementação do Sistema Integrado de Avaliação do Desempenho da Administração
Pública (SIADAP), desiderato objectivado na elaboração de instrumentos de apoio ao
processo de avaliação, nomeadamente Circulares, Notas Informativas e esclarecimentos
on‐ line.
Atribuição de acessos e monitorização de perfis para o sistema de Gestão Integrada de
Vencimentos e Recursos Humanos (GIVeRH), dada a incumbência de determinados
elementos dos Comandos na introdução/alteração de dados, por um lado, e a
manutenção da confidencialidade destes, por outro, de acordo com o princípio da
necessidade de saber.
Transição do pessoal com funções não policiais para as novas modalidades de vínculos,
carreiras e estruturas remuneratórias, conforme estipulado pelo art.º 109.º da Lei n.º
12‐ A/2008, de 27 de Fevereiro.
Criação de um Helpdesk do Departamento, através de contacto telefónico ou por e‐ mail,
permitindo o esclarecimento directo de questões relativas ao enquadramento legal e
outros assuntos de Recursos Humanos. O público interno tem ainda a possibilidade de
saber o ponto de situação de pedidos ou reclamações realizadas, de processos
existentes ou de consultar a situação dos vencimentos.
Página 218
218 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Optimização do GIVeRH, materializada em acções de formação, relativas ao seu
funcionamento (nos módulos de gestão de pessoas, vencimentos, remunerados e
análise e exploração da informação); foi ainda disponibilizado apoio telefónico aos
Comandos.
A Divisão de Avaliação do Desempenho e Gestão de Concursos (DADGC) realizou sete
acções de formação em diversos Comandos no âmbito do SIADAP, a fim de esclarecer
dúvidas e uniformizar práticas.
A Divisão de Administração e Assessoria de Recursos Humanos (DAARH), para além de
iniciar a realização do mapa de pessoal, promoveu cinco acções de formação em
diversos pontos do país, de forma a agilizar as supras referidas transições.
Página 219
219 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Polícia Judiciária Introdução A Policia Judiciária enquanto órgão de polícia criminal tem como principal função o
combate e a prevenção da criminalidade de maior perigosidade e danosidade sociais,
bem como a coadjuvação das autoridades judiciárias.
A sua intervenção ocorre, nos termos da lei, essencialmente na área dos crimes de
maior complexidade, gravidade, violência ou organização no cometimento, pela
necessidade de elevados níveis de conhecimento dessa realidades, técnicas de
investigação e conhecimentos específicos, saberes acumulados pela experiência de
actuação e meios técnico‐ científicos que a Policia Judiciária dispõe.
As suas atribuições, em sede de prevenção criminal, incluem a detecção e actuação de
forma dissuasora de práticas criminais ou que facilitem a pratica de crimes, vigilância e
fiscalização de pessoas, actividades e locais suspeitos de utilização para práticas ilícitas,
e a realização de acções destinadas à promoção da prevenção em geral com vista a
reduzir o número de ilícitos e de vítimas desses ilícitos.
Compete ainda à Policia Judiciária assegurar a ligação dos órgãos e autoridades de
polícia criminal nacionais, e outros serviços públicos portugueses, com organizações
internacionais de cooperação de polícia criminal, nomeadamente Europol e Interpol,
assegurar a centralização, tratamento, análise e difusão de informação relativa à
criminalidade participada e conhecida, bem como garantir os meios técnicos para a
realização de perícias técnico‐ cientificas e de formação específica adequada.
A actividade desenvolvida pela Polícia Judiciária em 2008 caracterizou‐ se, em termos
gerais, pelas seguintes ideias‐ força:
Flexibilização das estruturas organizativas e dos procedimentos de actuação
comuns e de reacção especial aos fenómenos criminosos
A intervenção da Polícia Judiciária não se realizou de forma heterogénea ao longo de
todo o Território Nacional tendo, naturalmente, tido em conta as especificidades
próprias das comunidades locais em que se insere.
Na verdade, tem sido nota dominante o esforço de adaptação e de resposta aos
fenómenos que, ocasionalmente ou de forma mais organizada e sistemática, vão
surgindo um pouco por todo o País.
Página 220
220 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Nessa medida, como se compreenderá, uma realidade de aproximação à fronteira e de
interioridade que marcam, por exemplo, o DIC da Guarda, obrigam a centrar a actuação
específica nos tráficos (de Seres Humanos, de estupefacientes, de armas ou de veículos)
e nas formas de criminalidade que se desenvolvem em debilidades estruturais que
influenciam comportamentos, individuais e colectivos, particularmente violentos e
especialmente relacionados com os crimes de homicídios, abuso sexual de menores,
violação, incêndios e sequestro realidade que, quanto a este último aspecto e mutatis
mutandis, apresenta algumas similitudes, designadamente, nas Regiões Autónomas,
particularmente dos Açores.
Fenómenos e preocupações diametralmente opostas ocorrem na área de
responsabilidade das Directorias de Lisboa e Porto – e, também, nos distritos da
competência dos DIC de Setúbal e Braga – sempre muito sensíveis às oscilações
acentuadas de bem‐ estar social a que, regra geral, correspondem aumentos sensíveis da
criminalidade contra a propriedade, em regra violenta e tendencialmente organizada,
áreas em que se procurou e de certa forma conseguiu conter e desmantelar inúmeros
grupos dedicados a assaltos à mão armada.
Reforço da cooperação e intervenção inter institucional
Merece particular destaque a realização, em 2008, de diversas acções policiais, de
natureza preventiva e também no decurso de investigações a cargo da Polícia Judiciária
e que envolveram a articulação de meios humanos e materiais da GNR, PSP, SEF, DGCI,
DGAIEC e ASAE, em pleno respeito pelas competências orgânicas de cada entidade.
As operações internacionais TRANSPOL EXPRESS – de prevenção da criminalidade
associada ao transporte ferroviário – INBUS – de prevenção do tráfico de
estupefacientes através de veículos pesados de passageiros – e de alto impacto
DILIGENCE – de prevenção do tráfico de armas e que, de resto, se realizou sob
condições atmosféricas severas – constituíram experiências e exemplos para futuras
acções coordenadas de largo espectro a desenvolver no âmbito e com propósitos
exclusivamente nacionais.
Mas também em sede de Inquérito se verificaram inúmeros exemplos de actuações
conjugadas com outras entidades, sobretudo na investigação da criminalidade
económica organizada e, em particular, com a DGCI no combate à fraude e evasão fiscal,
com o Conselho Nacional Anti‐ dopagem na luta contra o doping no desporto ou com a
ASAE no âmbito do regime sancionatório do sector vitivinícola e contrabando de álcool,
entre muitos outros exemplos.
Também no que diz respeito à cooperação internacional, no âmbito de uma
investigação em curso sob a coordenação do OLAF e em estreita colaboração com as
Página 221
221 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL suas congéneres europeias, a Polícia Judiciária contribuiu decisivamente para
desmantelar uma rede organizada, com carácter transnacional, que se dedicava ao
contrabando de tabaco.
De resto, esta iniciativa possibilitou a realização de operações na Alemanha e Bélgica,
com base em informação também colhida em investigação realizada pela DCICCEF, e em
que foram apreendidos mais de 120 milhões de cigarros, de diversas marcas, tendo as
respectivas autoridades locais procedido à detenção de doze indivíduos, de diversas
nacionalidades. O tabaco era proveniente do Leste Europeu e destinava‐ se,
maioritariamente, ao mercado britânico.
Reforço da interacção com as comunidades envolventes
A Polícia Judiciária procurou, no ano transacto, manter e reforçar os laços com as
comunidades em que se insere participando em inúmeras iniciativas, quer por iniciativa
própria, quer respondendo a solicitações da sociedade civil, sobretudo junto da
população mais jovem.
A título meramente ilustrativo, refere‐ se a participação da Directoria de Coimbra em 20
acções junto de escolas e em 8 conferências, acções e outras iniciativas, organizadas por
Câmaras Municipais, IPSS, instituições ligadas à protecção de crianças e outras, tendo
como destinatários pais, menores, professores e outros educadores.
Do mesmo modo, também a colaboração prestada pela Directoria de Faro em cerca de
30 seminários e acções de sensibilização, em escolas do Algarve e Baixo Alentejo, tendo
em vista uma melhor orientação dos alunos, pais e/ou encarregados de educação,
quanto ao uso da Internet, face aos riscos inerentes à sua utilização, tem possibilitado
uma melhor prevenção da criminalidade informática, designadamente dos crimes de
abuso sexual de menores perpetrados através da internet. A estas acções de
sensibilização terão assistido cerca de 3 000 jovens, pais e encarregados de educação.
Por fim, embora não de forma exaustiva, referem‐ se as acções de informação
desenvolvidas pelo DIC de Leiria junto de alunos do 12.º ano de escolas do distrito na
preparação dos homens e mulheres – polícias, quem sabe? – que pretendiam
informação na área da “Criminalidade/Ciências Forenses” e na sensibilização e
prevenção subordinada às “Drogas – consumos e consequências”.
Também foi dada especial atenção às acções de prevenção, com especial incidência nas
festividades de Verão e, sobretudo, durante as Festas Religiosas que reúnem maior
número de peregrinos, como é o caso de Fátima e da Ilha de São Miguel.
Página 222
222 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Descrição de alguns modos de intervenção e investigações mais relevantes
Do ponto de vista estritamente operacional a Polícia Judiciária procurou centrar a sua
actuação, prevenindo e reprimindo, os comportamentos susceptíveis de afectar os bens
jurídicos merecedores da mais elevada tutela penal – designadamente, homicídios e
tráfico de estupefacientes – e, bem assim, do conjunto de crimes que maior impacto
produzem sobre a paz pública e causadores de justificado alarme social –
nomeadamente, os roubos sob ameaça de arma de fogo.
Desde logo, através da constituição de equipas multidisciplinares com a missão de
proceder à recolha da informação necessária à caracterização e localização dos
estabelecimentos de diversão nocturna – ambientes habitualmente associados à
criminalidade violenta – que funcionam na região centro do país, bem como à
identificação dos proprietários, gerentes, seguranças e outros colaboradores que, ainda
que provisória ou temporariamente, ali exerçam funções no âmbito das quais foram
realizadas mais de meia centena de acções, com a colaboração do SEF, na área das
comarcas de Caldas da Rainha, Rio Maior, Alcobaça e Ourém.
Com esse objectivo, também as operações desencadeadas em Julho e Novembro em
estabelecimentos de diversão nocturna instalados junto de localidades pouco
habituadas a este tipo de fenómenos criminosos, permitiu, com a colaboração do SEF e
da DGAIEC, a detenção de proxenetas e prostitutas em situação de permanência ilegal
em Portugal, bem como a aplicação aos arguidos de pesadas coimas por angariação de
mão‐ de‐ obra ilegal.
Noutra perspectiva, são de sublinhar os quatro homicídios consumados e seis na forma
tentada ocorridos na Região Autónoma dos Açores, fenómeno invulgar para a realidade
açoriana e que mereceu uma resposta cabal por parte da Polícia Judiciária na medida
em que, desse universo de situações, resultou a detenção de dez indivíduos.
E se 2008 fica marcado pelo acentuado acréscimo da criminalidade participada a nível
nacional na área do roubo a dependências bancárias, estações dos CTT e empresas de
transporte de valores (em cerca de 52%), também é verdade que as taxas de resolução
deste tipo de crimes ascenderam de 37% em 2007 para 50% em 2008 e o número de
detenções aumentou em 32,5% relativamente ao ano anterior.
Para tanto, contribuíram, a montante deste fenómeno, o combate à comercialização
ilegal de armas de fogo, realizada, por exemplo, na zona de Coimbra, em Agosto de
2008, na sequência de algumas dezenas de disparos efectuados em plena via pública
num dos Bairros “problemáticos” da cidade de Coimbra, e que permitiu, no espaço de
duas semanas, apreender dezenas de armas e munições ilegais que estavam na posse
de vários indivíduos, que acabaram por ser detidos e que estão conotados com o tráfico
Página 223
223 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
de estupefacientes ou, na zona de Loures, na sequência de acontecimentos semelhantes
largamente difundidos através da comunicação social.
De enorme relevância para o sucesso obtido na investigação dos crimes de associação
criminosa, tentativa de homicídio, roubo, tráfico de estupefacientes, receptação,
detenção ilegal de armas e outros igualmente violentos e organizados podem aqui citar‐
se, ainda a título exemplificativo, uma operação realizada em Setembro e que culminou
na mobilização de todos os efectivos da Directoria do Porto para a realização de 40
buscas domiciliárias de que resultou a detenção de 20 arguidos, 8 dos quais a aguardar
os ulteriores termos processuais em prisão preventiva, ou os resultados alcançados em
apenas seis Inquéritos no âmbito dos quais foram esclarecidos cento e oito (108) roubos
perpetrados na zona do Porto, recuperadas elevadas quantias em dinheiro e bens
roubados e reunidos indícios probatórios relativamente aos membros dos grupos
organizados que os executaram, muitos deles com violência e frieza de espírito.
Entre muitos outros exemplos que aqui poderiam ser citados, também merecem registo
a operação, desencadeada em Maio contra um grupo de mais de 20 indivíduos da
margem sul, responsável pela vaga de centenas de ataques a ATM nas zonas centro e
sul do país praticados com viaturas de alta cilindrada roubadas de véspera por
carjacking que envolveu meios das Directorias de Lisboa, Coimbra e Faro e dos DIC de
Leiria e Setúbal, para além do COE e do CI da GNR, no decurso da qual foram executadas
mais de 50 buscas domiciliárias e não domiciliárias e que culminou na detenção de 3
indivíduos e recolha de material probatório que permitiu a indiciação dos arguidos e a
conclusão de diversos inquéritos com proposta de acusação.
Também a operação realizada em Junho no Bairro da Torre se revelou importante na
investigação e controlo da actividade de um grupo de indivíduos que assaltavam com
frequência carrinhas de distribuição de tabaco na zona centro do país, fazendo uso de
elevados padrões de execução, entre os quais se destacam complexos sistemas de
vigilância aos armazéns e aos distribuidores, sequestrando os tripulantes e que não se
coibiam de, quando interceptados pela polícia, disparar sobre as forças de segurança.
Paradigmático de que, em determinadas circunstâncias, uma intervenção eficaz produz
efeitos dissuasores é o caso da investigação, no DIC de Portimão, de uma sequência de
cerca de dez roubos à mão armada efectuados por um indivíduo, sobretudo em postos
de abastecimento de combustíveis que, após identificado e detido viu ser‐ lhe aplicada a
medida de coacção de prisão preventiva, não mais se tendo verificado, a partir daí,
assaltos à mão armada a postos de abastecimento ou registado, ao contrário do que se
afigura ser a tendência a nível nacional, um número substancial de roubos cometidos
com arma de fogo, nem de “carjacking”.
Página 224
224 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Finalmente, no âmbito da criminalidade económica e financeira e através do recurso às
novas tecnologias, nomeadamente internet, foi possível levar a bom termo um conjunto
de investigações de relevo não obstante se tratarem de investigações de elevada
complexidade e elevado nível de organização.
Também em áreas habitualmente menos associadas à criminalidade foram objecto de
atenção por parte da Polícia Judiciária, salientando‐ se, a resposta aos crescentes
rumores de utilização de substâncias proibidas no desporto de alta competição,
materializada num inquérito que incidiu sobre atletas, direcção desportiva e instalações
de uma das equipas de ciclismo de alta competição da zona norte do país de resultou a
apreensão de substâncias, medicamentos, material destinado a auto‐ transfusões
sanguíneas e instrumentos de uso clínico.
Outra área em que a intervenção da Polícia Judiciária se revelou de particular sucesso
foi a da fraude tributária, quer fiscal, quer aduaneira, no âmbito da qual se encontram
constituídas mais de duas dezenas de equipas mistas e cujos resultados estão
espelhados, por exemplo, na constituição de 206 arguidos, 9 detenções e na realização
de 321 buscas e apreensões.
Esta área, de especial relevo na actual conjuntura, tem manifestos efeitos preventivos
imediatos que se traduzem na redução da prática de fraude fiscal, sobretudo, em
sectores mais expostos, como o da construção civil (onde, de resto, já surgem ligações
de cidadãos e a pessoas colectivas estrangeiras à facturação falsa).
Também a actividade delituosa de sociedades unipessoais, empresas sem instalações,
com domicílios fiscais fictícios e portanto dificilmente localizáveis tem sido objecto de
particular atenção e de partilha de informação com os órgãos da administração
tributária, tendo já sido identificados centenas de adquirentes (de norte a sul do país),
sociedades comerciais que repercutiam o valor das facturas adquiridas na contabilidade
das empresas. Numa estimativa aproximada foram alcançados valores de fraude ao IVA
na ordem dos 11 milhões de euros.
Outro segmento de criminalidade que tem vindo a assumir crescente importância é o
das burlas com dimensão internacional, regra geral suportadas em alegados
investimentos em produtos não financeiros – obras de arte, peças em prata e ouro,
quadros, móveis – entre outros esquemas, como os da importação de mercadorias,
tendo sempre por lema a máxima: comprar bem e vender melhor.
No combate à criminalidade informática, “high tech crime”, constatou‐ se não só um
aumento das participações a que corresponde um aumento efectivo deste tipo de
criminalidade mas, também, uma progressiva “especialização” nestas práticas
criminosas
Página 225
225 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL No início do ano realizou‐ se uma operação, na zona de Lisboa, que levou à detenção de
três indivíduos que se dedicavam à contrafacção de cartões de crédito e que actuavam,
de norte a sul do país, desde meados de Dezembro de 2007, fabricando e montando
painéis frontais de ATM falsos para assim obterem ilicitamente dados de cartões
bancários dos utilizadores do sistema. Seguidamente, procediam à gravação de cartões
de plástico com bandas magnéticas os quais utilizavam posteriormente para fazerem
levantamentos em caixas ATM.
Fenómeno semelhante foi detectado relativamente a cartões de crédito. Noutra
operação realizada pela DCICCEF, foram detidos três indivíduos de nacionalidade
estrangeira, quando procediam a levantamentos de dinheiro numa máquina ATM,
usando para o efeito cartões de crédito totalmente falsificados sendo que, apenas num
dia, um sábado, efectuaram 253 movimentos, logrando levantar uma quantia que
ascendeu a cerca de € 19.000,00, de um total de € 43.000,00 em tentativas efectuadas.
A somar à actuação do fim‐ de‐ semana anterior este grupo movimentaram um total de €
68.500,00.
De realçar, ainda, os resultados obtidos na criminalidade relacionada com obras de arte,
quer pelo número de detenções efectuadas quer, sobretudo, pelo número, qualidade e
valor das peças recuperadas.
Outros modos de intervenção específicos
Em Setembro a Polícia Judiciária participou, através da Unidade de Informação
Financeira (UIF), numa acção conjunta com a DGAIC, numa operação de âmbito europeu
denominada “Athena” que teve como objectivo o controlo de movimentos físicos de
dinheiro, de e para determinados destinos previamente seleccionados, tendo ainda
participado em dois plenários do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI) e no
plenário de um grupo regional do tipo GAFI, para a África Ocidental (GIABA).
Estes plenários do GAFI são, como é sabido, fóruns internacionais onde se definem as
estratégias a seguir no combate ao branqueamento de capitais e financiamento do
terrorismo, bem como se analisam os relatórios de avaliação realizados aos sistemas de
prevenção dos vários países.
Neste âmbito num dos plenários, foi apresentado e discutido o relatório de actualização
da avaliação de Portugal, ocorrida em 2006.
Também nesta sede, a actividade desenvolvida pauta‐ se por uma harmoniosa e profícua
articulação com o Banco de Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, o
Instituto de Seguros de Portugal e o Ministério de Justiça entidades com as quais têm
sido desenvolvidos os maiores esforços de aprofundamento das, relações existentes.
Página 226
226 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL A Polícia Judiciária fez‐ se ainda representar no “outreach working group” no âmbito do
grupo “Egmont” a que pertence e que tem como objectivo a monitorização da UIF em
processo de adesão a este Grupo, condição para a troca de informação a nível
internacional nestas matérias e integrou o grupo de trabalho para a transposição das
Directivas 2005/60/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de Outubro, e
2006/70/CE, da Comissão, de 1 de Agosto, relativas à prevenção da utilização do sistema
financeiro e das actividades e profissões especialmente designadas para efeitos de
branqueamento de capitais e de financiamento do terrorismo, que resultou na Lei
25/2008 de 5 de Junho.
Em termos operacionais, a UIF recebeu 870 comunicações suspeitas por parte das
entidades financeiras obrigadas nos termos da Lei. Destas, foram abertas 557
“investigações” que resultaram na confirmação da suspeita em 300 comunicações.
Os crimes subjacentes aos presumíveis crimes de branqueamento detectados foram: a
fraude fiscal (cerca de 75%), o tráfico de estupefacientes, burlas e corrupção e peculato.
Foram ainda recebidos cerca de 22.000 registos de entidades não financeiras obrigadas
nos termos da Lei.
Finalmente, e no que diz respeito às diversas formas de criminalidade transnacional,
designadamente com Espanha e nas suas mais diversas componentes, em particular a
mais violenta e organizada, foram mantidos e aprofundados contactos bilaterais de
acompanhamento de situações de particular relevo para a segurança interna em ambos
os lados da fronteira, em particular através da DCCB, de onde resultou, a título de
exemplo, a detenção, na Figueira da Foz, de um homicida e assaltante de bancos há
muito procurado em Espanha e de um grupo que raptou um industrial espanhol em
Madrid e o manteve em cativeiro durante 15 dias no Algarve.
No que respeita à actividade operacional da Policia Judiciária durante o ano de 2008,
apresentam‐ se os seguintes dados:
Página 227
227 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Criminalidade participada
DCITE
DCICCEF
DCCB
Lisboa
Por
t
o
Coimbra
Faro
Aveiro
Braga
Funchal
Guarda
Le
iria
P.
Delgada
Por
t
i
mão
Setúbal
Entrados 514 3035 264 1868 3769 1129 789 662 762 625 225 645 187 417 865
Regressados 23 145 13 105 1070 35 20 16 14 13 10 19 11 18 29
Saídos 470 2222 260 1621 4661 946 800 611 690 659 226 561 188 504 659
Pendentes 187 1869 202 676 1447 584 233 224 209 89 127 285 82 239 514
O desempenho da Policia Judiciária quando tem por base a criminalidade que lhe é
participada, só pode ser avaliado num contexto de procedimentos administrativos já
que muitas das notícias de crimes que lhe são participadas são remetidas ao Ministério
Público sem qualquer acto de investigação, por serem da competência de outros OPCs.
Ainda assim os dados disponíveis apontam para um maior volume de casos participados
nos departamentos localizados nos grandes centros urbanos, nomeadamente áreas da
Grande Lisboa e Grande Porto. Quadro normal, já que são estas as maiores áreas
populacionais do país.
Criminalidade investigada A criminalidade investigada corresponde ao efectivo desempenho da Policia Judiciária,
pois esta é sua principal função: a investigação criminal.
Foram investigados pela Policia Judiciária um total de 29.785 crimes.
0
1000
2000
3000
4000
5000
D
c
i
t
e
D
c
i
c
c
e
f
D
c
c
b
L
i
s
b
o
a
P
o
r
t
o
C
o
i
m
b
r
a
F
a
r
o
A
v
e
i
r
o
B
r
a
g
a
F
u
n
c
h
a
l
G
u
a
r
d
a
L
e
i
r
i
a
P
.
D
e
l
g
a
d
a
P
o
r
t
i
m
ã
o
S
e
t
ú
b
a
l
Inquéritos participados à P.J. - 2008 - por Departamento
Página 228
228 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Verifica‐ se em 2008, uma consolidação da redistribuição do peso relativo das várias
tipologias criminais que resulta da evolução dos últimos anos.
Distribuição da criminalidade investigada pelos tipos de crime - 2008
Contra as Pessoas
17%
Contra Ident/Cult/Integr/Pess
0%
Contra a Vida em Sociedade
52%
Contra o Património
28%
Contra o Estado
3%
Criminalidade investigada 2008 - totais por tipo de crime
CONTRA A VIDA EM SOCIEDADE; 15522 CONTRA O PATRIMÓNIO; 8255
CONTRA O ESTADO; 986 CONTRA AS PESSOAS; 5017
CONTRA A IDENTIDADE CULTURAL E INTEGRIDADE PESSOAL; 5
Página 229
229 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Os crimes contra a vida em sociedade e os crimes contra as pessoas decresceram de
importância, enquanto os crimes contra o património aumentaram a sua quota relativa.
2004 2005 2006 2007 2008
Contra as Pessoas 14,6% 15,1% 17,0% 18,0% 16,8%
Contra Ident/Cult/Integr/Pess 0,03% 0,01% 0,01% 0,02% 0,0%
Contra a Vida em Sociedade 65,6% 60,4% 57,4% 55,0% 52,1%
Contra o Património 17,1% 20,6% 21,7% 23,1% 27,7%
Contra o Estado 2,6% 3,9% 3,9% 3,8% 3,3%
De acordo com os dados dos últimos cinco anos, e tendo em conta a proporcionalidade
dos vários tipos de crime, verificamos uma certa estabilização do número de ocorrências
de crimes contra as pessoas e um aumento do número de crimes contra o património a
que corresponde uma diminuição do número de crimes contra a vida em sociedade.
O número de crimes contra o Estado é meramente residual, tal como o dos crimes
contra a identidade cultural e integridade pessoal.
Evolução comparativa 2004-2008
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
2004 2005 2006 2007 2008
Contra as Pessoas Contra Ident/Cult/Integr/Pess Contra a Vida em Sociedade Contra o Património Contra o Estado
Página 230
230 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
A criminalidade investigada pela Policia Judiciária centra‐ se essencialmente nas grandes
áreas urbanas, nomeadamente no chamado eixo Porto/Braga (30%) e Lisboa/Setúbal
(24%) e que, no total, representam mais de metade dos inquéritos investigados.
No que respeita ao crime económico, os dados apontam para um elevado volume de
casos, fruto de uma particularidade, nomeadamente os registos de falsificação de
moeda, onde é regra a cada nota corresponder um inquérito. Este facto inflaciona o
número de inquéritos de moeda falsa, pois apenas uma pequena minoria correspondem
apreensões de notas em maior quantidade.
Inquéritos investigados 2008
distribuição por Departamento Estupefacientes
2%
Crim. Económico
14%
Crim. V iolento
2%
Lisboa
17%
Por to
24%
Coimbra
8%
Faro
5%
Aveiro
3%
Braga
6%
Funchal
3%
Guarda
2%
Leiria
4%
P.Delgada
1%
Por timão
2%
Setúbal
7%
Página 231
231 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
O crime violento encontra‐ se centrado em cinco Distritos, que correspondem também
às áreas com maior densidade populacional, Lisboa/Setúbal a Sul, e Porto/Braga a
Norte, tendência que se mantém de 2007 para 2008.
Este tipo de criminalidade tem sido objecto de particular atenção por parte da Policia
Judiciária, não só pelo alarme e perturbação social que provoca mas também pelos
efeitos decorrentes da profunda mediatização do fenómeno.
Na realidade, os indicadores disponíveis neste momento, embora não consolidados,
apontam para a existência de um conjunto limitado de grupos a actuar de forma
violenta e que são responsáveis por uma parte significativa das ocorrências.
Resultados e consequências decorrentes da actividade operacional Detenções/prisão preventiva
No que concerne às detenções, foram detidos pela Polícia Judiciária no ano de 2008,
1677 indivíduos, dos quais 721 ficaram em prisão preventiva, ou seja 43% de todos os
detidos.
Crime violento - Distritos com maior número de Inquéritos - 2007/2008
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
2007 2008 2007 2008 2007 2008 2007 2008 2007 2008
Aveiro Braga Lisboa Porto Setúbal
Distrito/A no
N
º de I
nquér
i
t
os
Homicídio com arma branca Homic ídio c om arma de f ogo
Homicídio outros meios Ofensa à integridade física grave com arma branca
Ofensa à integridade física grave com arma de fogo Ofensa à integridade física grave com outros meios
Roubo com arma branca Roubo com arma de fogo
Roubo outros meios
Página 232
232 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Numa análise mais pormenorizada, verifica‐ se que o número de detenções em 2008
apresenta um decréscimo nos meses estivais, revelando o mês de Setembro os valores
mais altos do ano, no que concerne a este tipo de ocorrências.
Na análise da evolução do número de detidos que ficaram em prisão preventiva, a
tendência geral apresenta um desenvolvimento idêntico ao verificado no número de
detidos.
Detenções por género 2008
Homens 1480
Mulheres 197
Total de Detidos 1677
Detidos pela Polícia Judiciária
- 2008 103
121
155
140
152
120
90
194
183
164
137
56
51 51
61 60
73
50
41
80
76
83
39
118
0
50
100
150
200
250
Ja
n
.
20
08
F
e
v.20
08
M
a
r
.
20
08
A
b
r
.
20
08
M
a
i.20
0
8
Ju
n
.
20
08
Ju
l
.
2
00
8
A
g
o
.
20
08
S
et
.
20
08
O
u
t
.
20
08
N
o
v
.
20
08
D
e
z
.
20
08
Meses
N
º de D
e
t
i
dos
Nº de detidos
Detidos em prisão preventiva
Homens
88%
Mulheres
12%
Página 233
233 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Detenções – Crime violento
Homens Mulheres Total detidos
2008
Homicídios 81 7 88
Homicídio Tentativa 76 8 84
Ofensa Integridade Física 12 0 12
Roubo 335 4 339
Outros crimes violentos 105 21 126
609 40 649
Detenções – Crimes sexuais
Homens Mulheres Total detidos
2008
Abuso sexual de crianças 50 2 52
Abuso sexual de menores dependentes 3 3
Abuso sexual de pessoa incapaz de
resistência
2 2
Actos sexuais com adolescentes 0 0 0
Violação 33 33
Lenocínio; coacção sexual 5 5
93 2 95 Detenções – Criminalidade económico financeira
Homens Mulheres Total Detidos
2008
Burlas; Fraude Obtenção de Subsídio 14 4 18
Burla Informática e Comunicações 12 12
Corrupção; Peculato e Adm Danosa 7 1 8
Contrafacção de Moeda e títulos ; passagem
de moeda falsa 32 7 39
65 12 77
Página 234
234 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Detenções incêndios
Homens Mulheres Total detidos
2008
Incêndios, explosões em edifício const. Meio
de transporte
17 3 20
Incêndios florestal 10 10
Detenções Trafico de estupefacientes
No que respeita às detenções, salienta‐ se ainda o cumprimento de 166 mandados de
captura, dos quais 8 correspondem a recapturas de evadidos e 53 a capturas no âmbito
da cooperação internacional.
Essas detenções foram solicitadas por 13 países: Alemanha, França, Roménia, Espanha,
Inglaterra (estes cinco em maior número), Estados Unidos da América, Moldávia,
Ucrânia, Bulgária, Bielorrússia, Polónia, Brasil e Hungria. Estando na base das
solicitações crimes de Homicídio, Violação, Violação de Menor, Tráfico de
Estupefacientes, Roubo, Assalto á Mão Armada, Associação Criminosa, Abuso Sexual de
Menores, Burla e Falsificação, Furto, Hooliganismo, Fogo Posto, Evasão Fiscal, Abuso de
Confiança, Fraude Fiscal, Coacção, Tráfico de Armas, Uso de Documentos Falsos,
Ofensas Corporais Graves e Burla Qualificada.
Detenções Tráfico de Estupefacientes
396
93
Homens Mulheres
Página 235
235 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Apreensões
Na comparação entre 2007 e 2008 verifica‐ se uma diminuição genérica do número de
veículos apreendidos, com excepção dos barcos, cujas apreensões aumentaram mais de
100%.
No que concerne ao número de armas apreendidas constata‐ se que o mês de Maio foi
aquele em que se verificou maior número de apreensões.
No decorrer do ano de 2008 foram efectuadas outras apreensões de âmbito diverso,
destacando‐ se a apreensão de 2 500 000 euros, 55 000 dólares americanos e 4 500
libras esterlinas (valores aproximados).
Há ainda a realçar a apreensão de 283 objectos diversos em ouro, bem como de 9
imóveis.
0
20
40
60
80
100
120
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Evolução mensal das armas apreendidas ‐ 2008
747
485
10 9
44
25
39
32
7
15
0
100
200
300
400
500
600
700
800
Automóveis
Ligeiros
Automóveis
Pesados
Automóveis
Mistos
Motociclos Barcos
Total de Veículos Apreendidos
2007 2008
Página 236
236 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Quanto a equipamentos tecnológicos, refira‐ se a apreensão de 1 369 telemóveis, 183
PC´s de secretária e 103 PC´s portáteis.
A Informação Criminal
A Policia Judiciária tem ao longo da sua existência investido na área da recolha
tratamento e análise de informação criminal de forma sustentada e consistente,
apresentando actualmente níveis qualitativos muito elevados.
Essa aposta decorre das disposições legais, mas igualmente de uma necessidade
operacional e estratégica do funcionamento da própria Policia Judiciária.
A gestão do SIIC ‐ Sistema Integrado de Informação Criminal, manteve‐ se durante o ano
de 2008 na responsabilidade da Unidade Nacional de Informação, integrada no
Departamento Central de Informação Criminal e Policia Técnica, que com as alterações à
lei orgânica da Policia Judiciária passou a designar‐ se UIIC ‐ Unidade de Informação de
Investigação Criminal.
Das actividades levadas a efeito, salienta‐ se o desenvolvimento do SIIC, que se encontra
consolidado, e que sendo uma base de dados criminais por excelência, é um
instrumento de trabalho cada vez mais importante para a actividade investigatória da
Policia Judiciária.
Durante o ano de 2008, a base SIIC, foi alimentada com mais 370.362 novos “objectos”,
desde armas, documentos, locais, notas bancárias, telefones ou pessoas colectivas.
Foram criadas 63.814 AI’s, que corresponderam a inquéritos investigados pela Policia
Judiciária e a expediente diverso relacionado com pedidos de outras entidades policiais
e judiciárias, nacionais e estrangeiras, bem como outras entidades públicas e mesmo
privadas.
Total
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
Ja
n
ei
r
o
Fe
v
e
r
ei
ro
Ma
r
ç
o
Ab
r
i
l
Ma
i
o
Ju
n
ho
J
ul
h
o
A
gos
to
Se
te
m
b
r
o
Ou
t
u
b
r
o
No
v
em
br
o
De
z
e
m
b
r
o
Página 237
237 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Total de AIs Criadas em 2008
Mês Total
Janeiro 5256
Fevereiro 4766
Março 4562
Abril 5629
Maio 4755
Junho 4658
Julho 5751
Agosto 4079
Setembro 7109
Outubro 7107
Novembro 5454
Dezembro 4688
Total Geral 63814
Recursos Humanos No que concerne aos recursos humanos da Polícia Judiciária, nomeadamente no que à
investigação criminal diz respeito, apresentam‐ se de seguida quadros ilustrativos da
formação, inicial e contínua, ministrada ao efectivo desta carreira, e, também, a
evolução estatística do número de funcionários de investigação que passaram à situação
de aposentação.
RESUMO DA ACTIVIDADE FORMATIVA - 2008 Tipo de Formação Horas Lti
Número Aõ/C
Número Ptii t
Formação Inicial 450 1 144 Formação de Promoção 450 1 5 Formação de Formadores 105 1 12 Formação Contínua Especializada 2663 66 849 Formação Contínua de Aperfeiçoamento 307 21 397 Formação de Cooperação Nacional 2213 84 1340 Formação de Cooperação com PALOP's 850 9 147 Formação de Cooperação Internacional - CEPOL 88 4 94 Totais 7126 187 2988 Nota: Dados do Relatório Actividades anual do ISPJCC 2008
A actividade formativa ministrada pela Polícia Judiciária, através da Escola da Polícia
Judiciária, durante o ano de 2008, consubstanciou‐ se em 7.126horas lectivas, referentes
a 187 acções de formação, com 2988 participantes.
Página 238
238 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Neste
coope
duraçã
Confo
crimin
Este d
estabi
Para
invest
crime
especi
Sendo
optou
acordo
sobret
crimes
domínio, m
ração e à
o de 5.814
rme pode s
al saído pa
ecréscimo
lização da s
melhor co
igada pela
‐ e de aco
ficidades d
tal tarefa
‐ se pela se
com algu
udo nas ár
sexuais co
erecem p
formação
horas, env
er verificad
ra aposent
confirma a
ituação.
Análise
especia
mpreensão
Polícia Judi
rdo com a
e execução
manifestam
lecção de u
ns indicado
eas de ma
ntra crianç
Pess
J Tipo de apo
Ordinária Disponibilida
Limite de Id
Antecipada P.Reforma Total articular de
contínua e
olvendo 2.4
o neste qu
ação no a
tendência de alg
l do ano
ciária impo
respectiva
e tendênci
ente inviá
m conjunt
res, constit
ior import
as e jovens
oal de Inv
udiciária
sentação de ade E
staque os
specializad
30 forman
adro, o nú
no de 2008
iniciada n
uns tip
de 2008 d
rtaria anali
inserção s
as estatístic
vel num d
o restrito d
uem exem
ância para
e o roubo d
estigação saído pa
Anos
NCIAL
números r
a: 163 acç
dos.
mero de fu
sofreu um
o ano de 2
os de c
o ponto d
sar, com po
istemática
as.
ocumento
e crimes q
plos de alg
a seguranç
e veículos Criminal
ra aposen
espeitantes
ões de fo
ncionários
a importa
007 e apre
rimes e
e vista d
rmenor, to
no Código
com estas
ue, pela su
umas tendê
a interna:
(“carjacking da Políci
tação 2006 2007 47 16 2 1 1 2 1 82 36 133 55
à formaçã
rmação, co
de investig
nte diminu
senta sina
m a criminal
dos os tip
Penal ‐ as
caracterís
a natureza
ncias crim
o homicídi
”).
a 2008 7 1 10 18 o de
m a
ação
ição.
is de
idade
os de
suas
ticas,
e de
inais,
o, os
Página 239
239 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Variação da Criminalidade Investigada pela PJ
-20
-10
0
10
20
30
40
50
60
70
2004 2005 2006 2007 2008
Homicídios Roubos c/Armas Fogo Roubos Total Total de Crimes
O homicídio
Nesta síntese é avaliada a variação registada no âmbito do crime de homicídio. Para este
efeito foi efectuada a análise comparativa dos dados estatísticos oficiais relativamente
aos inquéritos investigados pela Polícia Judiciária, com infracção principal de homicídio,
durante o período cronológico de 2003 a 2008.
Considerando‐ se necessário proceder à caracterização dos intervenientes,
nomeadamente em matéria de Autores (arguidos e suspeitos) e de Vítimas, efectuou‐ se
uma pesquisa tendo como fonte o SIIC – Sistema Integrado de Investigação Criminal.
O crime de Homicídio face à criminalidade investigada pela Polícia Judiciária de 2003 a 2008.
Criminalidade investigada pela Polícia Judiciária de 2003 a 2008
Crimes 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Homicídios 577 510 465 483 465 494
Roubos c/Armas Fogo 1411 1957 2025 2244 1980 3172
Roubos Total 1853 2340 2327 2523 2290 3541
Total de Crimes 22541 25614 22563 22315 25721 29785
Taxa de variação anual da Criminalidade investigada pela Polícia Judiciária de 2003 a 2008
Crimes 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Homicídios ‐ 11,61 ‐ 8,82 3,87 ‐ 3,73 6,24
Roubos c/Armas Fogo 38,70 3,47 10,81 ‐ 11,76 60,20
Roubos Total 26,28 ‐ 0,56 8,42 ‐ 9,24 54,63
Total de Crimes 13,63 ‐ 11,91 ‐ 1,10 15,26 15,80
Página 240
240 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Evidencia‐ se o aumento da criminalidade investigada pela PJ, registado em 2008, e de
modo mais acentuado o crime de roubo com um incremento dos valores relativamente
a 2007, sendo indicador do grau de violência o crescimento do roubo com uso de arma
de fogo.
Caracterização da Tipologia de Autores e de Vítimas segundo o tipo de Homicídio e a
Arma utilizada 2007 e 2008
Ano Tipo de arma Intervenientes Total
Autores Vítima
20
07
S/Refª 195 158 353
Arma de fogo 310 216 526
Arma branca 155 103 258
Força física 9 6 15
Instrumento de trabalho 2 2 4
Outros instrumentos 12 9 21
Veneno ou outro produto químico 9 7 16
Acidente de viação 0 1 1
Total 692 502 1194
20
08
S/Refª 219 148 367
Arma de fogo 294 252 546
Arma branca 108 103 211
Força física 12 8 20
Instrumento de trabalho 4 4 8
Outros instrumentos 8 6 14
Veneno ou outro produto químico 4 5 9
Total 649 526 1175
Caracterização da Tipologia de Autores e de Vítimas segundo o tipo de Homicídio e a Arma
utilizada, por tipo de crime, ano 2008
Ano Crime Tipo de Arma Arguido Suspeito Vítima Total
2008
Homicídio
S/Refª 62 8 76 146
Arma de fogo 49 32 67 148
Arma branca 32 5 37 74
Força física 8 1 6 15
Instrumento de trabalho 1 0 1 2
Outros instrumentos 6 0 5 11
Veneno ou outro produto químico 0 0 1 1
Total 158 46 193 397
Homicídio qualificado
S/Refª 5 1 9 15
Arma de fogo 2 2 7 11
Arma branca 2 0 2 4
Instrumento de trabalho 1 0 1 2
Total 10 3 19 32
Tentativa de homicídio
S/Refª 84 59 62 205
Arma de fogo 127 80 177 384
Arma branca 58 11 64 133
Força física 3 0 2 5
Instrumento de trabalho 2 0 2 4
Outros instrumentos 1 1 1 3
Veneno ou outro produto químico 2 2 4 8
Total 277 153 312 742
Homicídio por
negligência
S/Refª 0 1 1
Arma de fogo 2 1 3
Total 2 2 4
Página 241
241 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Distribuição por tipo de Arma utilizada de Autores de crime de Homicídio de 2003 a 2008
Tipo de arma
Autores
2003 2004 2005 2006 2007 2008
S/Refª 355 278 213 270 195 219
Arma de fogo 234 304 273 286 310 294
Arma branca 48 103 72 107 155 108
Força física 12 4 5 11 9 12
Instrumento de trabalho 0 6 3 3 2 4
Outros instrumentos 3 3 15 9 12 8
Veneno ou outro produto químico 2 14 2 8 9 4
Com ameaça /coacção psicológica 0 4 0 0 0 0
Acidente de viação 3 4 3 1 0 0
Total 657 720 586 695 692 649
Distribuição por tipo de Arma utilizada de Vítimas de crime de Homicídio de 2003 a 2008
Tipo de arma
Vítimas
2003 2004 2005 2006 2007 2008
S/Refª 370 219 154 226 158 148
Arma de fogo 203 232 226 177 216 252
Arma branca 38 91 73 78 103 103
Força física 5 4 7 9 6 8
Instrumento de trabalho 0 4 3 6 2 4
Outros instrumentos 3 4 14 11 9 6
Veneno ou outro produto químico 2 8 3 2 7 5
Com ameaça /coacção psicológica 0 1 0 0 0 0
Acidente de viação 3 3 3 1 1 0
Total 624 566 483 510 502 526
O incremento registado no número de crimes com uso de arma de fogo também está
evidenciado no aumento de vítimas de homicídio com arma de fogo em 2008 (17%).
Distribuição de Intervenientes por tipo de Arma segundo o Género, de 2003 a 2008
Distribuição de Nº vítimas segundo o Tipo de Arma, de 2003 a 2008
0
100
200
300
400
500
600
700
2003 2004 2005 2006 2007 2008
S/Refª Arma de fogo Arma branca Total
Página 242
242 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Distribuição de Intervenientes de Homicídio segundo o Género por Tipo de Arma, de 2003 a 2008
T.
Interveniente
Tipo de Arma
Género
Total
Relação de
masculinidade F/M
Desc. Feminino Masculino s/Refª
Arguido
S/Refª 119 1043 1 1163 0,114
Arma de fogo 64 1260 0 1324 0,051
Arma branca 39 458 0 497 0,085
Força física 2 35 0 37 0,057
Instrumento de trabalho 1 13 0 14 0,077
Outros instrumentos 4 42 0 46 0,095
Veneno ou outro produto químico 17 7 0 24 2,429
Com ameaça /coacção psicológica 1 3 0 4 0,333
Acidente de viação 1 5 0 6 0,200
Total 248 2866 1 3115 0,087
Suspeito
S/Refª 1 43 323 0 367 0,133
Arma de fogo 1 9 364 3 377 0,025
Arma branca 0 11 85 0 96 0,129
Força física 0 3 13 0 16 0,231
Instrumento de trabalho 0 0 4 0 4 0,000
Outros instrumentos 0 0 4 0 4 0,000
Veneno ou outro produto químico 0 13 2 0 15 6,500
Acidente de viação 0 0 5 0 5 0,000
Total 2 79 800 3 884 0,099
Vítima
S/Refª 379 893 3 1275 0,424
Arma de fogo 285 1020 1 1306 0,279
Arma branca 112 374 0 486 0,299
Força física 13 26 0 39 0,500
Instrumento de trabalho 10 9 0 19 1,111
Outros instrumentos 16 31 0 47 0,516
Veneno ou outro produto químico 6 21 0 27 0,286
Com ameaça /coacção psicológica 0 1 0 1 0,000
Acidente de viação 2 9 0 11 0,222
Total 823 2384 4 3211 0,345
Avaliação final ‐ Homicídio
Em média, nos últimos seis anos, são investigados pela Polícia Judiciária 500 crimes de
Homicídio e Tentativa de Homicídio.
Homicídio
Ano Nº Média Mensal Nº médio de Participações por dia
2003 577 48 1,60
2004 510 43 1,43
2005 465 39 1,30
2006 483 40 1,33
2007 465 39 1,30
2008 494 41 1,37
Página 243
243 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Homicídios consumados e tentatdos, com recurso a Arma de fogo 0
50
100
150
200
250
2004 2005 2006 2007 2008
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
2003 2004 2005 2006 2007 2008
Homicídios Roubos c/Armas Fogo Roubos Total
Estado de resolução de Inquéritos por Homicídio
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
2004 2005 2006 2007 2008
%
Activa Aguarda despacho Averbada
Env iada Finalizada Finalizada inconclusiva
Remetida
Comparando com outra criminalidade violenta pode considerar‐ se estabilizado o crime
de homicídio.
A taxa de homicídios, em 2008, regista um valor de 4,6519 por 100.000 hab.,
considerando uma população residente de 10.617.575 habitantes, sendo em termos de
referências internacionais um valor baixo.
19
A taxa de homicídio foi calculada com base no número de homicídios investigados pela Polícia
Judiciária, incluindo homicídios e tentativas de homicídio.
Página 244
244 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
O Estado de resolução “Finalizada” indica que o processo de inquérito deu lugar a
acusação por crime de homicídio. Observando a variação registada destaca‐ se o facto de
neste tipo de crime a taxa de resolução se situar nos 60%. A excepção encontrada em
2008 justifica‐ se pela proximidade da pesquisa de dados face à data de investigação dos
mesmos. As participações de crime de homicídio ocorrido em 2008 ainda se encontram
em processo de investigação criminal estando em situação de “Activos” perto de 33%
dos Inquéritos.
Os crimes de abuso sexual de crianças, menores dependentes, pessoa internada e
outros20
Desde 2001 é efectuada a monitorização dos crimes sexuais contra menores tendo sido
produzidos relatórios com regularidade anual referentes à variação registada neste tipo
de criminalidade e caracterização dos intervenientes e dos relacionamentos e
motivações associadas, assim como da tipologia de locais de maior incidência deste
fenómeno.
Foram destacados os aspectos relevantes que caracterizam este tipo de criminalidade e
as principais tendências de evolução verificadas até 2008.
Número de inquéritos por crimes sexuais contra menores, investigados pela polícia judiciária,
por anos (2000 a 2008)
Inquéritos de crimes investigados pela P.J.
Crimes Sexuais contra Menores 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Abuso sexual de Crianças 98 264 474 1102 1075 909 1007 1083 995
Abuso sexual menor/dependente 27 45 81 96 34 30 57 49 43
Abuso sexual de pessoa incapaz de resistência 9 5 19 59 68 71 71 78 51
Abuso sexual de pessoa internada 1 2 ‐ 3 3 1 3 1 2
Actos sexuais com adolescentes 4 4 25 53 76 72 95 88 132
Violação de Menores ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ 72 105 86 131
Coacção sexual de menores ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ 34 26 41 28
TOTAL 139 320 599 1313 1256 1189 1364 1426 1382
20
Os dados apresentados resultam do estudo da Criminalidade Sexual contra Crianças e Jovens que é
anualmente monitorizado pela UNI ‐ Unidade Nacional de Informação da polícia Judiciária, desde 2002.
Página 245
245 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Comparação por tipo de crime, do n.º total de infracções registadas com os casos contra
menores
Comparação por Tipo de crime, do Nº total de Infracções registadas com os casos contra Menores
ANO 2007 2008
Tipo de crime Total
Crime contra
Menores/Total %
Total
Crime contra
Menores/Total %
Coacção sexual de menores 41 45,56 28 56,00
Coacção sexual (Total) 90 50
Violação de menores 86 37,39 131 41,99
Violação (Total) 230 312
Detenções por crimes sexuais contra menores de 2000 a 2008
Detidos resultantes de crimes investigados pela P.J.
TOTAL NACIONAL 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Abuso Sexual de Crianças ‐‐95 107 121 114 97 52
Abuso sexual menor/dependente ‐‐9 4 4 3 2 3
Abuso sexual de pessoa incapaz de resistência ‐ ‐ ‐ 5 11 4 11 7 2
Abuso sexual de pessoa internada ‐‐‐‐‐‐‐ ‐ ‐
Actos sexuais com adolescentes ‐‐‐ 1 4 1 ‐ 5 ‐
Violação ‐25 41 51 49 30 33
Coacção sexual 4 1 ‐ 5 1
Inquéritos de crimes sexuais contra menores investigados pela P.J.
de 2000 a 2008 (dados provisórios)
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Página 246
246 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
200
400
600
800
1000
1200
2005 2006 2007 2008
Mas c ulino
Feminino
Distribuição do tipo de intervenientes, por crime de “abuso sexual de crianças”, de 2005 a
2008.
Abuso sexual de crianças 2005 a 2008
Tipo de Interveniente 2005 2006 2007 2008
Arguido 439 275 357 268
Suspeito 484 565 673 723
Vítima 1022 958 1056 1111
Total 1945 1798 2086 2102
Distribuição, em inquéritos de “abuso sexual de crianças”, do tipo de intervenientes (arguido,
suspeito e vítima), segundo o género, de 2005 a 2008.
Abuso sexual de crianças 2005 a 2008
Género
Arguido Suspeito Vítima
2005 2006 2007 2008 2005 2006 2007 2008 2005 2006 2007 2008
Desconhecido 4 13 1 1
Feminino 34 11 12 5 33 23 43 43 794 723 837 867
Masculino 405 264 345 263 443 539 615 677 226 235 219 242
S/Refª 4 3 2 2 1 2
Total 439 275 357 268 484 565 673 723 1022 958 1056 1111
II SÉRIE-E — NÚMERO 21
__________________________________________________________________________________________________________
246
Consultar Diário Original
Página 247
247 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Autores de Abuso Sexual de Crianças de 2005 a 2008
0
200
400
600
800
1000
1200
2005 2006 2007 2008
Masculino
Feminino
Avaliação final – Crimes sexuais contra crianças e jovens
Desde 2003 a acção articulada de vários factores, com relevo para a intervenção da
comunicação social, e consequente maior visibilidade que este fenómeno passou a
adquirir, efeito manifestado na intensificação registada por parte da sociedade civil
enquanto denunciante activa deste delito, deu lugar a um aumento acentuado na
participação e consequente investigação de inquéritos por crime de abuso sexual de
crianças.
Nos últimos seis anos registam‐ se em média por ano 1028 crimes por Abuso sexual de
crianças e associando aos outros crimes sexuais contra menores e dependentes em
média por ano temos 1322 inquéritos.
Podendo considerar‐ se estabilizado este fenómeno criminal, registando‐ se maior
incidência nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto tendência inevitavelmente
associada à densidade demográfica aí registada.
Para estimar a evolução registada no número de inquéritos investigados pela Polícia
Judiciária neste tipo de infracções é utilizado o número médio mensal de inquéritos
participados por ano. Na tabela que se segue podem ser consultados os valores
absolutos e o número médio de inquéritos participados por mês por ano, de 2004 a
2008.
Página 248
248 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Ano
Abuso sexual de
crianças
Abuso sexual de
menores
dependentes
Abuso sexual de
pessoa incapaz de
resistência
Abuso sexual de
pessoa internada
Actos sexuais com
adolescentes Violação de
menores
Nº
Média
mensal Nº
Média
mensal Nº
Média
mensal Nº
Média
mensal Nº
Média
mensal Nº
Média
mensal
2004 1062 89 34 3 71 6 3 0,25 78 7 28 2
2005 904 75 30 3 73 6 1 0,08 71 6 77 6
2006 996 83 57 5 71 6 3 0,25 100 8 105 9
2007 1086 91 49 4 78 7 1 0,08 88 7 86 7
2008 995 83 43 4 51 4 2 0,17 132 11 131 11
Abuso sexual de crianças
Ano Nº Média Mensal
Nº médio de
Participações por dia
2004 1062 89 2,75
2005 904 75 2,5
2006 996 83 2,76
2007 1086 91 3,03
2008 995 83 2,76
Página 249
249 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Relativamente aos intervenientes não surgem alterações sobre as características
demográficas nomeadamente ao nível do género e do escalão etário dos autores e das
vítimas.
Verificou‐ se no ano de 2008 uma diminuição no número de arguidos face ao número de
suspeitos, à semelhança da diminuição registada igualmente no número de detidos por
este tipo de infracção.
O roubo de veículos automóveis – “carjacking”
Os estudos disponíveis permitem respostas sólidas sobre a manifestação do Modus
Operandi deste fenómeno criminal em Portugal: a sustentação da tese segundo a qual a
tomada de posse violenta da viatura é baseada principalmente na utilização da mesma
para o cometimento de outros crimes; o roubo de marcas/modelos regidos por critérios
de oportunidade de cometimento do crime (apenas em 2007/2008 se verificou alguma
tendência para marcas/modelos de alta cilindrada), a ocorrência do crime em meio
urbano (sobretudo nas áreas de Lisboa e Porto), a qualquer hora (com alguma
predominância no período nocturno), qualquer dia da semana ou mês do ano, a
utilização significativa de armas e sobretudo de armas de fogo com supremacia
numerária por parte dos autores e ainda as circunstâncias da abordagem violenta à
vítima: tipo de local (via pública, garagem, parque de estacionamento, local ermo, Posto
de Abastecimento de Combustível etc.) e modo como é exercido a violência (roubos
com deslocação a ATMs; bloqueamento de via; semáforos e trânsito; no decorrer de
assaltos; abalroamento ou simulação de acidente; namorados; táxis; tentativas).
Para além da publicação dos estudos mencionados em sede Intranet, cumprindo o
último ciclo da Análise de Informação, procedendo à divulgação da mesma, a P.J
preocupou‐ se ainda em elaborar “alertas”, visíveis no site público da P.J e, destinados ao
público em geral.
Porque o fenómeno mereceu a atenção e preocupação desta P.J, desde 2003, os cinco
anos de análise permitem apresentar os seguintes dados:
Assim, os valores totais do ano 2008 estimam‐ se da seguinte forma:
Página 250
250 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Os seguintes gráficos demonstram a evolução dos Roubos com modus operandi
carjacking bem como a evolução comparativa do crime de Roubo e do modus operandi
carjacking e de 2003 a 2008:
Relativamente ao tipo de veículo roubado, não foi possível até 2007 estabelecer
qualquer nexo de causalidade entre as marcas/modelos das viaturas roubadas e o
carjacking, a ocasião determinando na maioria dos casos o seu roubo. Já a partir de
2007 as marcas Audi, BMW e Mercedes são as que registam maior incremento
relativamente aos anos anteriores a preponderância do roubo das marcas mencionadas
leva a colocar a hipótese de existir uma intenção por parte do agente, talvez associada
ao tamanho da bagageira e eventualmente conectado com o furto de caixas ATM, as
quais exigem do veículo uma capacidade de carga elevada.
2003 1853 103 5,56
2004 2340 178 7,61
2005 2327 330 14,18
2006 2523 330 13.08
2007 2290 361 15,76
2008 3541 464 13,10
%
* [ Roubo a Bancos, Roubo a Estações de Correios, Roubo a Repartições Finanças e Tesourarias, Furto/Roubo por esticão, Roubo na via pública, Roubo a Postos de Abastecimento de Combustível, Roubo a Motorista de Transportes Públicos, Outros Roubos ]
ANO
Crimes de "Roubo" Investigados pela Polícia Judiciária *
Roubos c/ Modus Operandi Comparação da Evolução do Roubo e do MO Carjacking, investigados pela PJ, de 2003 a 2008
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
2003 2004 2005 2006 2007 2008
Crimes de "Roubo"
Investigados pela Polícia
Judiciária *
Roubos c/ Modus
Operandi "Carjacking"
Página 251
251 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Serviço de Estrangeiros e Fronteiras Enquadramento Nos termos das Grandes Opções do Plano para 2008 (Lei n.º 31/2007, de 10 de Agosto),
um dos objectivos para a política de Segurança Interna (opção 4ª) era “dar corpo a uma
política comum de imigração, que responda às nossas relações especiais com os países
da comunidade de povos de língua portuguesa, modernizando os serviços e a eficácia
operacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, assegurando‐ se a celeridade do
tratamento administrativo de processos e a melhoria da capacidade de intervenção do
SEF na gestão mais eficaz dos fluxos migratórios em todas as suas fases”.
Neste alinhamento, no decurso do ano de 2008, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras
(SEF) prosseguiu uma estratégia cujos principiais vectores foram, para os efeitos que ora
relevam, a expansão da vertente operacional, a renovação tecnológica, o reforço das
relações internacionais, a desburocratização e a qualificação dos recursos humanos.
Neste sentido, e com recurso a um modelo de gestão por objectivos, designadamente
através do Sistema de Avaliação da Administração Pública, em especial o SIADAP 1
(QUAR) e SIADAP 2, esta estratégia teve ainda como pressuposto os objectivos
operacionais vertidos nas Grandes Opções do Plano para 2008.
Do ponto de vista legislativo, o ano em análise ficou marcado pela entrada em vigor do
novo regime jurídico de asilo, aprovado pela Lei n.º 27/2008, de 30 de Junho, bem como
por um acervo de portarias concretizadoras dos regimes legais consagrados pela nova
Lei de Estrangeiros (Lei n.º 23/2007, de 4 de Julho).
Por outro lado, numa vertente operacional, deve destacar‐ se o arranque do processo de
criação dos Centros de Cooperação Policial e Aduaneira (CCPA) e, em termos de
renovação tecnológica, releva o arranque da emissão dos títulos de residência
electrónicos (eTR) e a consolidação do RAPID (Reconhecimento Automático de
Passageiros Identificados Automaticamente). Controlo de Fronteiras Fronteiras aéreas Voos controlados Durante o ano de 2008, procedeu‐ se ao controlo de 82 865 voos, representando um
aumento de cerca de 10% relativamente a 2007 (75 274). Tanto os dados sobre
Página 252
252 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
movimentos de partidas como de chegadas apresentam cifras muito aproximadas, pese
embora uma ligeira preponderância nos movimentos de chegadas, tal como já sucedia
em 2007.
Em número de voos controlados por posto de fronteira, destacam‐ se o aeroporto de
Lisboa, com 36 328 voos, e o aeroporto de Faro, com 27 750 voos. Seguem‐ se os
aeroportos do Porto, com 10 142, e Funchal, com 4 809 voos controlados. Não obstante
a proximidade dos valores registados nos dois primeiros aeroportos, as realidades são
diversas. Em Lisboa o controlo distribui‐ se, de forma equilibrada, entre grandes áreas de
proveniência e de destino, nomeadamente União Europeia extra Schengen (10 363),
outros destinos europeus (8 763), África (6 983), América do Sul (6 975) e América do
Norte (2 984). Já em Faro, cerca de 98,5% dos controlos se reportam a voos de e para a
Europa não Schengen (27 325).
O aeroporto de Lisboa caracteriza‐ se ainda por concentrar 31,8% dos voos Europeus não
Schengen, 94% dos voos africanos, 80,7% dos voos da América do Sul e Central e 57,8%
voos da América do Norte do total de voos internacionais que partem, chegam ou
transitam pelo território português.
Ilustração 121
Passageiros controlados Durante o ano de 2008, o SEF controlou um total de 10 599 570 passageiros na
passagem das fronteiras aéreas externas, o que representa uma diminuição de 4,66%
21 PF 001 – Aeroporto de Lisboa; PF 002 – Aeroporto de Faro; PF 003 – Aeroporto do Porto; PF 004 – Aeroporto do Funchal; PF005 – Aeroporto das Lajes; PF 006 – Aeroporto de Santa Maria; PF 007 – Aeroporto de Ponta Delgada; PF 008 – Aeroporto de P. Santo.
43
48
518
531
1094
1096
249
257
2407
2402
5109
5033
13393
14357
18103
18225
Chegadas
Partidas
Chegadas
Partidas
Chegadas
Partidas
Chegadas
Partidas
Chegadas
Partidas
Chegadas
Partidas
Chegadas
Partidas
Chegadas
Partidas
PF
0
0
1
P
F
002
PF
0
0
3
PF
0
0
4
PF
0
0
5
PF
0
0
6
P
F
007
PF
0
0
8
Movimento de Voos nos Aeroportos Internacionais
Página 253
253 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL face ao ano de 2007 (11 117 362), facto que decorre, essencialmente, de circunstâncias
exógenas ao Serviço.
Por posto de fronteira, sobressai o aeroporto de Lisboa, com 4 891 860 passageiros,
seguido pelo aeroporto de Faro, com 3 730 768. Mais distanciados, surgem o aeroporto
do Porto com 1 129 396 passageiros e o da Madeira com 685 361.
Em termos de fluxos de passageiros nos aeroportos de Lisboa e de Faro, regista‐ se uma
composição mais diversificada no primeiro caso, em razão das origens e destinos dos
voos controlados em ambos os postos de fronteira, valendo aqui as considerações
formuladas a este propósito no ponto anterior.
Ilustração 2
PASSAGEIROS CONTROLADOS
22
TOTAL
AEROPORTOS
Lisboa Faro Porto Madeira
23
Lajes P. Delgada
10 599 570
PF001 PF002 PF003 PF004 PF005 PF007
4 891 860 3 730 768 1 129 396 685 361 28 580 133 605 Fronteiras marítimas Embarcações/navios controlados Em 2008, foram controladas 33 290 embarcações nas fronteiras marítimas nacionais, o
que representa um aumento de 11,9% relativamente ao ano de 2007 (29 750).
Por posto de fronteira, sobressai a Marina de Vilamoura (3 830), seguida pelo Porto de
Leixões (3 365), a Marina de Lagos (3 192), o Porto de Lisboa (3 182) e a Marina de
Portimão (3 173). Ligeiramente afastados surgem os Portos de Cascais (2 271) e de Sines
(2 269).
22 Fonte ANA e ANAM – Dados estimados.
23 Inclui 105 passageiros controlados em Porto Santo.
Página 254
254 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Ilustração 324
Quanto ao tipo de embarcações controladas, as Marinas de Vilamoura, Lagos e
Portimão controlam essencialmente as de recreio (3830, 3192 e 3103,
respectivamente), na sua maioria de e para a União Europeia, incluindo o Espaço
Schengen25. Já o controlo exercido no Porto de Lisboa incide essencialmente sobre
navios comerciais (2888), maioritariamente da e para a União Europeia e Américas.
Quanto a navios de cruzeiro, o seu maior número é controlado também em Lisboa e no
Funchal (293 e 262 respectivamente).
Ilustração 4
24 PF 201 - Porto de Lisboa; PF 202 - Porto de Leixões; PF 203 - Porto de Setúbal; PF 204 - Porto de Viana do Castelo; PF 205 – Porto de Sines; PF 206 - Porto da Figueira da Foz; PF 207 – Porto de Aveiro; PF 208 - Porto do Funchal; PF 209 - Porto de Ponta Delgada; PF 211 - Porto da Horta; PF 214 - Marina de Vilamoura; PF 215 – Marina de Portimão; PF 216 - Marina de Lagos; PF 218 – Porto de Peniche; PF 220 - Porto da Nazaré; PF 222 – Porto de Póvoa do Varzim; PF 223 - Porto de Porto Santo; PF 224 - Porto de Angra do Heroísmo; PF 227 – Marina de Cascais; PF 228 – Porto de Sesimbra; 25 Nos termos do Código de Fronteiras Schengen, o controlo de embarcações de recreio é realizado de forma sistemática e presencial.
3182
3365
1603
775
2269
1102
1058
1305
1220
1473
3830
3173
3192
22
363
493
419
1276
773
2271
126
PF201
PF202
PF203
PF204
PF205
PF206
PF207
PF208
PF209
PF211
PF214
PF215
PF216
PF217
PF218
PF220
PF222
PF223
PF224
PF227
PF228
Embarcações / Navios Controlados
Tipos de Embarcações/Navios Controlados
20447
67
162
979
11635
Comerciais
Cruzeiro
Recreio
Pesca
Outros
Página 255
255 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
No tot
de rec
(979) e Passag
Em 2
corres
traduz
Ilustraçã Em ter
de paí
destac
seguid
movim
em es
Ilustraç
81
U.E.
al e por tip
reio (20 44
as embarc
eiros e Trip
008, fora
pondendo
indo um au
o 5
mos de gra
ses da Uniã
a‐ se o cont
o da União
ento regis
cala.
ão 7
931
1923
124625
Origem Pass
Outros Europeus
5
Passag
DE
o de emba
7), 35% na
ações de p
ulantes Co
m control
a 911 78
mento de
ndes grupo
o Europeia
inente asiá
Europeia
tado nas fr
14551
ageiros Contro
África Amé
9440
9
eiros Tripulant
SEM BARQUES
P
rcação cont
vios comer
esca (162).
ntrolados adas nas
5 passagei
16,5% face
s de nacio
(688 755)
tico, área t
. Por outro
onteiras m
688755
lados
ricas Ásia e Oce
964
509
es Passageiro
EM
assageiros / T
rolada, ver
ciais (11 63
fronteiras
ros (+17,9
ao ano de 2
nalidades, a
e das Amé
radicional
lado, verif
arítimas se
ania
U
68
10278
s Tripulantes
BARQUES
ripulantes Co
ifica‐ se que
5), seguind
marítima
%) e 527
007 (1 235
Ilus
maioria d
ricas (124
de recrutam
ica‐ se que
reporta a
267885
Origem
.E. Outros Eur
801377
Passageiros
ESCA
ntrolados
61,4% era
o‐ se os na
s 1 439
917 tripul
907).
tração 6
os passage
625). Quan
ento dest
a esmagad
passageiros
4834 Tripulantes C
opeus África
507675
Tripulantes
LAS
m embarca
vios de cru
702 pes
antes (+14
iros era nac
to a tripula
es profissio
ora maior
e a tripul
125
74
11851
3
ontrolados
Américas Ási
ções
zeiro
soas,
,2%),
ional
ntes,
nais,
ia do
antes
816
022
a e Oceania
Página 256
256 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Recusas de entrada em Portugal e seus fundamentos
Em 2008, foram efectuadas 3 598 recusas de entrada em Portugal, valor que traduz um
decréscimo de 9,2% face a 2007 (3 963), coincidindo, praticamente, com os valores
registados em 2006. Este decréscimo poderá, de alguma forma, estar associado ao
decréscimo de 4,66% de passageiros controlados nos aeroportos nacionais. A
predominância do aeroporto de Lisboa em termos de movimento de passageiros nas
fronteiras aéreas justifica que 94,2% das situações de não admissão no país se reporte a
este posto de fronteira.
Ilustração 8
Por nacionalidade, o
Brasil ocupa o primeiro
lugar (2 333 recusas),
seguido do Senegal (431),
Venezuela (157), Angola
(103) e Guiné‐ Bissau (87).
De destacar que houve 85
casos de recusa de
entrada em que não foi
possível confirmar a
nacionalidade dos respectivos indivíduos, o que representa o sexto maior grupo de
pessoas não admitidas em Portugal. Face a 2007, assinala‐ se o aumento das recusas de
entradas de nacionais do Brasil (12,8%) e Senegal (5,9%). Por outro lado, decresceram as
recusas de nacionais da Venezuela (74,8%); Angola (8,8%) e Guiné‐ Bissau (10,3%).
Em termos absolutos, 2008 mantém a preponderância, registada nos últimos anos, dos
fluxos imigratórios latino‐ americanos, em detrimento dos africanos. Concretizando, o
Brasil continua a destacar‐ se das demais nacionalidades no que se refere a situações de
não admissão. Alterando a tendência de subida registada desde 2004, a Venezuela passa
a ocupar o terceiro lugar, por troca com o Senegal. Relativamente à Bolívia, em 2008
esta nacionalidade deixou de ter expressividade em matéria de recusa de entrada,
confirmando a tendência assinalada em 2007, em resultado da reintroduzição da
obrigatoriedade de visto para a entrada na União Europeia de cidadãos bolivianos26.
26 Regulamento (CEE) n.º 1932/2006, que altera o regulamento (CEE) 539/2001, transferindo a Bolívia para o Anexo I com a consequente introdução da obrigação de visto para os seus nacionais a partir de Abril de 2007.
Recusas de Entrada
9
25
2
160
14
3.388
PF 001
PF 002
PF 003 Outros PF's Aéreos
PF 201
Outros PF's Marítimos
Página 257
257 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL No continente africano, destaque para o aumento de recusas a cidadãos do Senegal e o
decréscimo relativamente à Guiné‐ Bissau e a Angola.
Ilustração 9
Em termos dos principais motivos de recusa de entrada em Portugal, assinala‐ se a o
aumento da ausência de motivos que justifiquem a entrada (1 431, representando um
aumento de 43,7% face a 2007) e de ausência de visto/visto caducado (954 casos,
traduzindo um aumento de 0,2%) e a diminuição da ausência de meios de subsistência
(496 casos, ‐ 28,7% face a 2007) e do uso de documento falso/falsificado (283 casos, ‐
66,5%).
O principal aspecto a reter quanto aos fundamentos de não admissão face a 2007 é o
aumento expressivo da ausência de motivos que justificam a entrada e a redução do uso
de documento falso/falsificado (este aspecto será abordado no capítulo da fraude
documental, cf. 3.3).
Ilustração 1027
27 Código (03) – Ausência de Documento de Viagem ou Documento Caducado Código (04) – Documento falso ou falsificado; Código (05) – Utilização de documento Alheio; Código (06) – Ausência visto ou visto caducado; Código (07) – Visto falso ou falsificado; Código (08) – Ausência motivos que justifiquem entrada; Código (09) – Ausência de meios de subsistência; Código (10) – Indicações para efeitos de Não-Admissão no espaço Schengen; Código (11) – Estrangeiros menores desacompanhados; Código (15) – Cumprimento de Medida Cautelar; Código (16) – Outros.
3598
2333
431
157
103 87
TOTAL Brasil Senegal Venezuela Angola Guiné Bissau
Recusas de Entrada
Fundamentos das Recusas de Entrada 2006-2008
24
70
38
207
4
888
555
19 2
40
13
6
2
3
1
64
18 8
496
14 3 1
954
12 9
283
47
952
696
996
10
16 6
17 0
11
844
24
670
977
Código (03)
Código (04)
Código (05)
Código (06)
Código (07)
Código (08)
Código (09)
Código (10)
Código (11)
Código (15)
Código (16)
2008
2007
2006
Página 258
258 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Cruzando as nacionalidades com os fundamentos da recusa de entrada, verifica‐ se que
nos casos do Brasil, Senegal, Venezuela e Angola a ausência de motivos que justifiquem
a entrada foi o motivo largamente predominante.
Ilustração 1128 Medidas Cautelares detectadas
Em 2008, foram detectadas 1 565 medidas cautelares, representando um aumento de
12,4% relativamente ao ano de 2007 (1 392).
Por tipo de medida, sobressai o mandado de captura (396 detecções; +4,8% face a
2007), pedido de paradeiro no âmbito de processo administrativo de expulsão29 (329; ‐
15,2% face a 2007) e pedido de paradeiro de autoridade policial (298; +9,6% face a
2007).
Ilustração 1230
28 Código (04) – Documento falso ou falsificado; Código (05) – Utilização de documento Alheio; Código (06) – Ausência visto ou visto caducado; Código (08) – Ausência motivos que justifiquem entrada; Código (09) – Ausência de meios de subsistência.
29 Paradeiro para Efeito de Expulsão – Art. 141.º n.º 1, 148 e 161 da Lei n.º 23/2007, de 4 de Julho; 30 Legenda: MC – Mandado de Captura; PP – Paradeiro Autoridade Policial; PJ – Paradeiro Autoridade Judicial; PA – Paradeiro p/ Asilo; PE – Paradeiro para Efeito de Expulsão – Art. 141.º n.º 1, 148.º e 161.º da Lei n.º 23/2007; PN – Paradeiro p/ Notificação – Art. 85.º, n.º 5 e 149.º da Lei n.º 23/2007; DC – Declaração de Contumácia; DS - Detecção Simples; IE – Interdição de Entrada; IS – Interdição de Saída; CP – Cumprimento de Pena; VD – Vigilância Discreta; AD – Adulto Desaparecido; MD – Menor Desaparecido; OP – Oposição ao Progenitor; EE – Encargos ao Estado.
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
Brasil Senegal Venezuela Angola Guiné Bissau Outros
Código (04)
Código (05)
Código (06)
Código (08)
Código (09)
396
298
70
329
209
0
0
0
98
92
13
30
11
2
2
0
15
MC PP PJ PE PN PA DC DS IE IS CP V D A D A S EE OP MD
Medidas Cautelares Detectadas
Página 259
259 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Por local de detecção, à semelhança dos anos anteriores, destaca‐ se o Aeroporto de
Lisboa (443), Direcção Regional de Lisboa, Vale do Tejo e Alentejo (370), Direcção
Regional do Algarve (202) e a Direcção Regional do Norte (107).
Ilustração 13
Vistos concedidos nos Postos de Fronteira
Em 2008, foi concedido um total de 8 187 vistos na fronteira, expressando um
acréscimo de 53% relativamente a 2007 (5 350). Por tipologia, surge, de forma
destacada, o visto de trânsito (6 824), seguido do visto de curta duração (1 189) e do
visto especial31 (104).
Por local de emissão, destaca‐ se o aeroporto de Lisboa (2 205) e o porto de Lisboa (1
979).
Deve assinalar‐ se, ainda, que boa parte dos vistos concedidos nas fronteiras têm os
Marítimos por destinatários, sendo emitidos ao abrigo das facilidades consagradas pelos
instrumentos internacionais aplicáveis a estes profissionais.
Ilustração 14
31 Emitido nos termos do art. 68.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de Julho.
Medidas Cautelares Detectadas
346
97
107
443
370
202
PF 001
DRLVTA
DRA
PF 003
DRN
Outros
112
208
104
3421
4692
6894
479
450
1189
VCD - Vistos de
Curta Duração
VT - Vistos de
Trânsito
VE - Vistos
Especiais (Artº 49º)
Vistos Concedidos em PF's
2006 2007 2008
Página 260
260 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Actuação em Território Nacional
Fiscalização
Em 2008, no âmbito da actividade de fiscalização desenvolvida pelas Direcções
Regionais, foram realizadas 9 734 acções, das quais 5 670 foram empreendidas pelo SEF
de forma autónoma e 4 064 em actuação conjunta com outras entidades,
nomeadamente GNR, PSP, PJ, ACT, Segurança Social e Cuerpo Nacional de Policia de
Espanha, esta no âmbito da cooperação luso espanhola.
Em confronto com os dados de 2007 (6 727), constata‐ se um substancial aumento de
44,7%, dando‐ se assim continuidade à estratégia de combate ao emprego clandestino, à
imigração ilegal e ao tráfico de seres humanos, uma das prioridades do SEF nos anos
mais recentes, particularmente intensificada no decurso do ano em análise.
A Direcção Regional do Centro foi a unidade orgânica que maior número de acções de
fiscalização empreendeu, com um total de 3 006 operações, explicado em parte pelo
Posto Misto de Vilar Formoso ser o principal ponto de entrada terrestre no país.
Ilustração 15
ACÇÕES DE FISCALIZAÇÃO DR. Norte DR. Centro DRLVTA DR.
Algarve DR.
Madeira DR.
Açores TOTAL TOTAL GERAL 2.525 3.006 1.959 1.521 434 289 9.734 AUTÓNOMAS 2.137 981 1.078 777 433 264 5.670 CONJUNTAS 388 2.025 881 744 1 25 4.064 Do total das acções, destacam‐ se os controlos móveis (2 995), a fiscalização a
estabelecimentos de restauração (1 105) e a terminais de transportes (1 064).
No âmbito das acções de fiscalização executadas, foram identificados 271 087 cidadãos,
dos quais 122 149 eram portugueses e 96 568 eram nacionais de outros países da União
Europeia. Daquele universo, 52 370 eram nacionais de países terceiros, dos quais 3 736
se encontravam em situação ilegal. Face aos valores de 2007, o número total de
cidadãos identificados registou um aumento de 12,8% em 2008. De igual forma, o
número de nacionais de países terceiros identificados registou um aumento face a 2007,
pese embora uma ligeira diminuição do número daqueles que permaneciam em
situação ilegal (9,59% em 2007 face a 7,13% em 2008).
Página 261
261 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Por n
sobres
(18,63
nacion
(4,04%
Prin
cip
a
is Nacio
n
alid
ad
es
Inv
No âm
NUIPC
as áre
Ilustraçã
241
5
6
acionalidad
sai o Brasi
% destes
alidades in
) e a cabo‐ TOTAL Brasil Cabo-Verde
Guiné-Bissa
Ucrânia Angola Índia estigação c
bito da inv
1015 proc
as regionais
o 17
31
Inquéritos R
e dos es
l com 13 2
nacionais)
diana (9,5
‐ verdiana (3
ESTRAN u riminal
estigação c
essos, repre
, destacam
101
631
egistados sob trangeiros
53 cidadão
. Nas det
2%), a guin
,54%).
GEIROS IDE
Identificado
52370
13253 4609 2277 3318 3010 1008 riminal, du
sentando
‐ se Lisboa,
NUIPC
Norte
Centro
Algarve
Madeira
Açores
Lisboa
identificad
s, dos qua
ecções em
eense (6,5
Ilustração 16
NTIFICADOS
s Em
rante o ano
uma subida
Vale do Tej
In
os (nacion
is 2 469 e
situação
%), a ango
/SITUAÇÃO situação ileg
3736
2469 163 148 134 129 96 de 2008, f
de 91,1%
o e Alentej
Ilust
68
53
5 0
quéritos distr
ais de pa
stavam em
ilegal rel
lana (4,29
ILEGAL
al Perce
oram regist
face a 2007
o e o Algarv
ração 18
69
ibuídos para In
íses terce
situação
evam aind
%), a ucra
ntagem de Il
7,13% 18,63% 3,54% 6,50% 4,04% 4,29% 9,52% ados no SE
(531). De
e.
174
vestigação
Norte
Centr
Algarv
Made
Açore
DCIP
iros),
ilegal
a as
niana
egais F sob
entre
o
e
ira
s
AI
Página 262
262 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Regista‐ se, igualmente, um aumento na ordem dos 6,6%, dos processos distribuídos
para investigação, com 369 processos, valor superior ao quantitativo registado em 2007
(346), com clara predominância de Lisboa32.
Por tipo de crime predominante, evidenciam‐ se os inquéritos relativos ao crime de
auxílio à imigração ilegal, com 232 inquéritos (+19,6% face a 2007), falsificação de
documentos, com 160 inquéritos (‐ 8%), e lenocínio, com 33 inquéritos (‐ 26%),
casamento de conveniência e angariação de mão‐ de‐ obra ilegal, que registaram 18 e 17
casos, respectivamente.
Ilustração 19
Relativamente à nacionalidade dos arguidos, continuam a destacar‐ se a portuguesa e a
brasileira, com 143 indivíduos. Seguem‐ se a nigeriana (27), guineense (Bissau) (18) e a
senegalesa (17).
Ilustração 20
32 DCIPAI – Direcção Central de Investigação, Pesquisa e Análise da Informação 17
1
3
232
2
18
11
1
1 1
22
1
160
33
21
11 14
10
10
10
INQUÉRITOS POR TIPO DE CRIME PREDOMINANTE
Angariação de Mão de Obra Ilegal
Associação ao Auxílio à Imigração Ilegal
Associação Criminosa
Auxílio à Imigração Ilegal
Carimbo Falso
Casamento de conveniência
Contrafacção de documentos
Desconhecidos
Desobediência
Documento furtado
Extradição
Falsidade de depoimento
Falsificação de Documentos
Lenocínio
Outro
Tráfico de Pessoas
Uso de Documento Alheio
Uso de Passaporte Alheio
Uso de Passaporte Falso
Violação da Interdição de Entrada
16
143
13
10
30
7
18
5 4
10
11
27
7
13
143
15
17
7
NACIONALIDADE DOS ARGUIDOS
Angola
Brasil
Cabo V erde
China
Desconhecida
Egipto
Guiné Bissau
Ìndia
Itália
Marrocos
Moldáv ia
Nigéria
Outros
Paquistão
Portugal
Roménia
Senegal
Ucrânia
Página 263
263 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
docum
Nepal
Nacion
Duran
entre
confirm
Bissau
Relativ
design
REL
entos de S
e Tailândia
alidade do
te o ano d
os portad
ados 269
; 19 angola
amente a
adamente
10
20
30
40
50
60
ATÓRIO A
ingapura;
)
NAC
portador
e 2008, não
ores de d
cidadãos a
nos; 17 cab
os cidadão
30 brasileir
N
0
0
0
0
0
0
0
139
552
111
193
NUAL DE
1 (Banglade
IONALIDA
foi possív
ocumentos
fricanos, a
o‐ verdiano
s da Amé
os, 30 colo
ACIONALI
92
138
89
81
151
SEGURA
sh, China, Ilustração 23
DES DOS D
el identific
fraudulen
saber: 92
s e 16 nige
rica Latina
mbianos, 10
Ilustração 24
DADE DO P
71
72
64
92
80
NÇA INTE
NCIAL
Índia, Caza
OCUMENTO
ar a nacion
tos. Dos
senegalese
rianos.
, foram i
venezuela
ORTADOR
30
142
62
134
RNA – 20
quistão, Lí
S
alidade de
restantes
s; 71 naci
dentificado
nos e 5 pe
30
34
42
464 08 bano, Sri‐ L
139 indiví
titulares, f
onais da G
s 84 cida
ruanos.
2
2
2008
2007 anka,
duos,
oram
uiné‐
dãos, 008
007
Página 264
264 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Em síntese, assinala‐ se o predomínio da criminalidade relacionada com o auxílio à
imigração ilegal, falsificação de documentos, lenocínio e os casamentos por
conveniência. O crime de auxílio à imigração ilegal merece particular atenção por a
eleestarem acessoriamente ligados fenómenos criminais de maior complexidade, como
é o caso do tráfico de pessoas. A este propósito e a título de exemplo, sublinham‐ se as
condenações de que foi alvo uma rede composta por cidadãos do leste e também
nacionais, no Algarve. Uma nota, ainda, para o casamento de conveniência, conduta
recentemente criminalizada por via do art. 186.º da Lei n.º 23/2007 de 4 de Julho, que
esteve na origem de 18 inquéritos, como crime predominante.
No ano de 2008 foi ainda concedido um total de 26 autorizações de residência a
cidadãos estrangeiros vítimas de infracções penais ligadas ao tráfico de pessoas ou ao
auxílio à imigração ilegal, das quais 11 foram emitidas a vítimas do tráfico de seres
humanos, nos termos do art. 109.º da Lei n.º 23/2007 de 4 de Julho. Fraude Documental
Durante o ano de 2008 foram registadas 733 detecções de fraude documental
(documentos de viagem, identidade e de residência), o que corresponde a um
decréscimo de 54% relativamente ao ano anterior (1597 detecções).
Por tipo de fraude, destacam‐ se os documentos alheios (227), contrafeitos (158), com
fotografia substituída (85), com páginas substituídas (67), com carimbos falsos ou
falsificados (52), com vistos falsos ou falsificados (48), emitidos indevidamente (41) e
com alteração de dados (25).
O decréscimo acentuado da detecção de fraude documental, em 2008, encontra‐ se
maioritariamente ligado à redução notável da fraude relacionada com documentos
venezuelanos, a qual, de um total de 464 documentos, em 2007, passou a 42 detecções
em 2008. Estes valores reflectem as medidas de controlo a montante, designadamente,
junto das transportadoras e os esforços envidados por Portugal junto das autoridades
venezuelanas. Em simultâneo, o reforço da segurança documental e a introdução de
dados biométricos em documentos de viagem europeus vêm concorrendo
decisivamente para a redução da falsificação deste tipo de documentos. Por outro lado,
o alargamento da União e da sua fronteira externa, constituiu um factor de deslocação
da utilização de documentos fraudulentos, tendência já assinalada noutros Estados
Membros.
Página 265
265 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Locais de detecção
Quanto aos locais de detecção, durante o ano de 2008 registaram‐ se 636 intercepções
no Aeroporto de Lisboa (PF001), cerca de 87% do total (por oposição a 82% em 2007),
37 no Posto Misto de Vilar Formoso, 31 no Aeroporto do Porto (PF003), 5 no Aeroporto
de Faro (PF002). Regista‐ se, ainda, a detecção de 18 documentos fraudulentos pelas
Direcções e Delegações Regionais do SEF e 4 no Posto Misto do Caia.
De assinalar ainda o facto de a Guarda Nacional Republicana e o Cartório Notarial de
Sacavém terem reportado ao SEF documentos fraudulentos (1 documento cada
entidade). Nacionalidade dos documentos
De um universo de 332 documentos da União Europeia interceptados destacam‐ se 157
autorizações de residência34 (48 das quais portuguesas), 84 passaportes (15 dos quais
portugueses) e 51 bilhetes de identidade (21 dos quais também portugueses).
Os documentos europeus mais utilizados foram os portugueses (89); franceses (81);
italianos (62); espanhóis (44) e documentos e belgas (21), nacionalidades que, em 2007,
também detiveram maior expressividade.
Relativamente ao continente africano, destacam‐ se os documentos do Senegal com 111
documentos (106 passaportes e 5 bilhetes de identidade), colocando esta nacionalidade
no topo das detecções efectuadas no decurso do ano de 2008.
No que respeita aos Países Africanos de Língua Portuguesa, foram detectados 90
documentos objecto de fraude (85 dos quais eram passaportes), repartidos da seguinte
forma: 60 da Guiné‐ Bissau, 15 de Angola, 8 de Cabo‐ Verde e 2 de Moçambique.
Relativamente aos países da América Latina, foram detectados 94 documentos
fraudulentos, dos quais 42 venezuelanos (31 passaportes, 10 bilhetes de identidade e 1
certidão de nascimento). Contrariando um fenómeno assinalado ao longo dos últimos
quatro anos, a incidência da fraude documental envolvendo documentos venezuelanos
manifestou um decréscimo de 91% face a 2007.
Relativamente aos 39 documentos asiáticos detectados, verifica‐ se que a nacionalidade
mais representativa é a República da Coreia, com 16 documentos, entre os quais 9
passaportes, 6 bilhetes de identidade e 1 carta de condução.
Foram ainda detectados: 4 passaportes da Malásia; 3 passaportes do Brunei; 2
documentos de Hong‐ Kong; 2 passaportes de Israel; 2 passaportes do Paquistão; 2
34 Esmagadoramente de modelos antigos, desprovidos de dados biométricos.
Página 266
266 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
docum
Nepal
Nacion
Duran
entre
confirm
Bissau
Relativ
design
REL
entos de S
e Tailândia
alidade do
te o ano d
os portad
ados 269
; 19 angola
amente a
adamente
10
20
30
40
50
60
ATÓRIO A
ingapura;
)
NAC
portador
e 2008, não
ores de d
cidadãos a
nos; 17 cab
os cidadão
30 brasileir
N
0
0
0
0
0
0
0
139
552
111
193
NUAL DE
1 (Banglade
IONALIDA
foi possív
ocumentos
fricanos, a
o‐ verdiano
s da Amé
os, 30 colo
ACIONALI
92
138
89
81
151
SEGURA
sh, China, Ilustração 23
DES DOS D
el identific
fraudulen
saber: 92
s e 16 nige
rica Latina
mbianos, 10
Ilustração 24
DADE DO P
71
72
64
92
80
NÇA INTE
NCIAL
Índia, Caza
OCUMENTO
ar a nacion
tos. Dos
senegalese
rianos.
, foram i
venezuela
ORTADOR
30
142
62
134
RNA – 20
quistão, Lí
S
alidade de
restantes
s; 71 naci
dentificado
nos e 5 pe
30
34
42
464 08
anka,
duos,
foram
Guiné‐
dãos, 008
007
Página 267
267 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Prove
Consid
detect
478 d
ocorrê
apreen
interce
equiva
fraudu
salient
Praia
(26).
No co
apreen
decrés
proven
docum
niência/des
erando os
ados, dura
ocumentos
ncias. Dest
são de 36
ptados 14
le a uma d
lentos det
ar ainda a
e do Sal (C
ntinente
didos 70
cimo de fa
iência (me
entos, rep
2007
2008
tino dos d
voos de p
nte o ano d
apreendid
es docume
document
8 documen
iminuição
ectados, o
apreensão
abo‐ Verde)
americano
documen
ce aos 656
nos 89%).
resentando
0
100
200
300
400
500
600
700
ocumentos
roveniênci
e 2008, de
os, sobre
ntos, 98 (4
os francese
tos em vo
de 35%, re
riundos de
de 58 docu
, exprimind
, nos voo
tos fraudu
document
Originários
um decré
300
219
PROVENIÊ
a dos port
staca‐ se o
ssaindo cla
5%) eram s
s, 32 italia
os provenie
lativament
Bissau e
mentos de
o um acré
s oriundo
lentos, o
os apreend
de voos do
scimo de c
Ilustração 25
227
148
NCIA DOS DOC
adores de
continente
ramente D
enegaleses
nos e 15 e
ntes de Bi
e a 2007. A
ra guineen
passageiro
scimo de
s de Car
que exp
idos em 20
Brasil, reg
erca de 4
656
70
UMENTOS
document
africano, c
akar (Sen
, destacand
spanhóis. F
ssau (Guin
maioria d
se, num t
s de voos
123% face
acas (Ven
ressa um
07 nos voo
istam‐ se 36
1,9% face a
26
6
58 os fraudule
om um tot
negal), com
o‐ se tamb
oram, tam
é‐ Bissau), o
os docume
otal de 41
provenient
ao ano ant
ezuela), f
extraordi
s com a m
apreensõ
o ano de
2
36
ntos
al de
219
ém a
bém,
que
ntos
. De
es da
erior
oram
nário
esma
es de
2007
Página 268
268 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Brasil Cabo Verde Ucrânia Angola Guiné Bissau
Processos de Expulsão Administrativa Instaurados
Dos destinos com maior número de documentos interceptados à saída de território
nacional, de um total de 57 ocorrências, evidenciam‐ se o Canadá (9), o Brasil (8) e o
Reino Unido (7). O posto de fronteira do Aeroporto de Lisboa é o local com maior
número de detecções de documentos à saída de território nacional, num total de 50, ou
seja, 88% do total.
Afastamentos Expulsões Ilustração 26
Durante o ano de 2008 foram
instaurados 1 965 processos
administrativos de expulsão, o que
representa uma diminuição
relativamente ao ano anterior (2
536 casos). Por nacionalidades,
destacam‐ se o Brasil (966), Cabo‐
Verde (228), Ucrânia (113), Angola
(112) e Guiné‐ Bissau (86),
mantendo inalteráveis as principais
nacionalidades assinaladas no ano
anterior.
Durante 2008 foram afastados 785 estrangeiros, representado um aumento de 10,9%
face ao ano de 2007 (715). Deste valor, 213 afastamentos ocorreram no âmbito do
processo de expulsão judicial (221 em 2007).
No âmbito de processo de expulsão administrativa, foram afastados 452 estrangeiros
(327 em 2007) e foram conduzidos à fronteira35 120 pessoas (167 em 2007).
Uma vez que as formas de afastamento expulsão judicial e condução à fronteira
pressupõem uma decisão judicial, cabendo ao SEF somente a sua execução, o respectivo
volume não depende da actuação do serviço.
As nacionalidades mais representativas, no âmbito do afastamento foram as do Brasil
(336), Ucrânia (81), Marrocos (56), Cabo‐ Verde (50) e Venezuela (46). Também no caso
dos afastamentos executados se mantêm as nacionalidades mais representativas
35 Art.º 147.º da Lei n.º 23/2007, 4 de Julho.
II SÉRIE-E — NÚMERO 21
__________________________________________________________________________________________________________
268
Consultar Diário Original
Página 269
269 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
identificadas em 2007, mas regista‐ se um aumento muito significativo no caso dos
cidadãos de Marrocos.
Ilustração 27
Pese embora a redução do número de processos de expulsão administrativos
instaurados, regista‐ se um aumento dos valores relativos à respectiva execução, o que
traduz o esforço empreendido em termos de instrução processual e execução das
expulsões de cidadãos que não tinham condições para beneficiar de eventual
regularização. Por outro lado, a redução dos processos instaurados poderá reflectir quer
o acesso de cidadãos estrangeiros ao regime excepcional de residência dos art.os 88.º,
n.º 2, e 89.º n.º 2, da Lei de Estrangeiros, uma vez reunidos os respectivos requisitos
legais, quer o aumento das notificações para abandono voluntário.
Notificações para abandono voluntário
Em 2008 registaram‐ se 6 816 notificações para abandono voluntário de território
nacional, o que representa um aumento de 10,7% relativamente ao ano anterior (6 155
notificações).
Ilustração 28
Afastamentos Executados
452
120
213
Condução à Fronteira Judiciais Administrativas
4240
366
325
295
267
1323
Brasil Guiné
Bissau
Índia Cabo
Verde
Ucrânia Outros
Notificações para Abandono Voluntário
Página 270
270 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Por nacionalidades, surge destacado o Brasil (4 240), seguido da Guiné‐ Bissau (366),
Índia (325), Cabo‐ Verde (295) e Ucrânia (267). Face ao ano de 2007, regista‐ se o
aumento dos cidadãos da Guiné‐ Bissau (158) e da Índia (135), e a exclusão de Angola
das nacionalidades mais representativas. Ainda quanto à Índia, pela primeira vez, esta
surge como a segunda nacionalidade mais representativa em termos de ilegais
detectados, logo ao seguir ao Brasil (Cf. 3.1). Acresce, ainda, que tanto a Índia como a
Guiné‐ Bissau surgem pela primeira vez como nacionalidades representativas no âmbito
do processo de readmissão activa (Cf. 3.4.3). Readmissões
No decurso de 2008 ocorreram 599 readmissões passivas, das quais 377 foram
solicitadas por Espanha e 224 por França. As readmissões activas totalizaram 427, das
quais 425 foram solicitadas a Espanha e 2 a França. Relativamente ao ano de 2007,
denota‐ se um aumento de 7% nas readmissões passivas (560) e um decréscimo de 5,5%
no caso das readmissões activas (452).
Relativamente às nacionalidades, na readmissão passiva, destaca‐ se o Brasil (224),
seguido de Cabo‐ Verde (89), Guiné‐ Bissau (42), Angola (32) e Paquistão (27), sem que
tais nacionalidades representem alterações face a 2007.
Ilustração 29
No caso das readmissões activas, para além de o Brasil continuar a constituir a principal
nacionalidade (159), surgiram em 2008 países sem representatividade nos anos
anteriores, designadamente a Índia (36), Guiné‐ Bissau (30), Cabo‐ Verde (21) e Marrocos
224
89
42
32 27
185
Brasil Cabo Verde Guiné Bissau Angola Paquistão Outros
Readmissões Passivas
Página 271
271 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
e Nigéria (16 em ambos os casos), ocupando os lugares anteriormente detidos pelo
Paquistão e Egipto.
Ilustração 30
Em síntese, os dados relativos às readmissões constituirão um indicador sobre a
composição dos fluxos migratórios irregulares com origem ou trânsito em Portugal (no
caso das activas) e com origem noutros Estados da UE, designadamente Espanha e
França (no caso das readmissões passivas). Processos de contra ordenação
Em 2008 foram instaurados 33 353 processos de contra‐ ordenação no âmbito do regime
legal de estrangeiros36, expressando um acentuado aumento de 67,9% face aos valores
de 2007 (19 859 processos instaurados). Este aumento traduz o efectivo esforço do
Serviço no domínio da fiscalização dos estrangeiros em território nacional e representa
o crescimento mais acentuado dos últimos anos.
Em termos de excesso de permanência37, de um total de 17 091 processos instaurados,
sobressaem os nacionais do Brasil (12 612), Ucrânia (886), Cabo‐ Verde (710), Angola
(470) e República Moldava (317).
Relativamente à falta de declaração da entrada por fronteira não sujeita a controlo38,
de um total de 4 295 processos instaurados, realçam‐ se os nacionais do Brasil (3 158),
Ucrânia (240), China (214), República Moldava (98) e Uzbequistão (58).
36 Art.ºs 192.º a 203.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de Julho.
37 Art.º 192.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de Julho.
38 Art.º 197.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de Julho.
159
36
30
21
16
165
Brasil Índia Guiné-Bissau Cabo Verde Marrocos Outros
Readmissões Activas
Página 272
272 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL O total de processos de contra‐ ordenação instaurados por emprego de estrangeiros não
habilitados para o efeito39, ascendeu a 1 113 processos. Saliente‐ se que a esmagadora
maioria das entidades patronais eram de nacionalidade portuguesa (848), seguindo‐ se
as entidades de nacionalidade brasileira (124), chinesa (32) e romena (26).
Ilustração 31
Regresso voluntário (OIM) Beneficiaram do programa de apoio ao regresso voluntário40, concretizado no âmbito
do protocolo entre o Estado Português e a Organização Internacional para as Migrações
(OIM), um total de 347 estrangeiros41, destacando‐ se os nacionais do Brasil (279),
Angola (25), Ucrânia (12), Cabo‐ Verde (9) e Federação Russa (9).
Verifica‐ se, pois, um significativo aumento de 24,8% face a 2007 (278 regressos
voluntários), sem que este acréscimo tenha gerado variações dignas de nota ao nível das
nacionalidades. Este incremento estará associado à promoção do programa de regresso
voluntário, no âmbito do projecto SEF/OIM (Projecto Surria) que incluiu a criação de
uma rede descentralizada de apoio aos candidatos ao retorno.
Ilustração 32
39 Art.º 198.º, n.º2, da Lei de Estrangeiros.
40 Art.º 139 da Lei n.º 23/2007.
41 Fonte: OIM – Organização Internacional das Migrações Contra Ordenações
10625
1342
4295
17091
Permanência Ilegal Falta Decl. Entrada Trabalho Ilegal Outros
279
25
12 9 9
13
Brasil Angola Ucrânia Cabo
Verde
Federação
Russa
Outros
Regresso Voluntário
Página 273
273 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Sistema de Informação Schengen (SIS) Em 2008, no quadro das actividades desenvolvidas pelo grupo operativo do SEF
presente no Gabinete Nacional SIRENE42, destacam‐ se os seguintes resultados:
• Descobertas de indicações (hits) em Portugal ‐ 597 contra 524 em 2007.
• Indicações portuguesas descobertas noutros EM ‐ 59 contra 81 em 2007.
• Validação de indicações do art. 96.º
43
‐ 596 contra 828 em 2007.
• Eliminação de indicações do art. 96.º ‐ 46 contra 53 em 2007.
• Revalidação de indicações do art. 96.º ‐ 971 contra 695 em 2007.
• Consultas solicitadas referentes a cartas de condução – 3898 contra 3845 em 2007.
• Pedidos nacionais de cooperação policial
44
‐ 89 contra 84 em 2007.
• Pedidos externos de cooperação policial
45
‐ 194 contra 213 em 2007.
Aquisição de Nacionalidade No âmbito das competências conferidas ao SEF pela quarta alteração à Lei da
Nacionalidade, durante o ano de 2008, o Serviço pronunciou‐ se em 45 466 processos de
aquisição de nacionalidade. Destes, 6 317 reportavam‐ se à atribuição originária da
nacionalidade a filhos de estrangeiros nascidos em Portugal; 4 823 de aquisição da
nacionalidade por efeito da vontade ou por adopção e 34 326 por naturalização, dos
quais 2 485 são referentes a menores nascidos em Portugal. De referir, ainda, que dos
39 736 pareceres emitidos46, 84 desaconselhavam a aquisição da nacionalidade, em
virtude da existência de antecedentes de Medidas Cautelares, Indicações no Sistema de
Informação Schengen ou por razões de segurança do Estado.
Como nacionalidades mais representativas destacam‐ se Cabo‐ Verde (9 926), Brasil (8
391), Guiné‐ Bissau (4 589), Angola (4 463), República Moldava (4 449), São Tomé e
Príncipe (2 193), Ucrânia (1 567), Guiné Conacri (838), Índia (1 412), Federação Russa
(836), Bangladesh (562), Moçambique (483), Roménia (480), Marrocos (374), China
(351), Paquistão (288) e Senegal (180).
42 Responsável pelo tratamento das indicações inseridas no SIS nos termos dos art.s 96.º e 100.º (documentos) da Convenção de Aplicação do Acordo de Schengen e pela cooperação policial, nos termos do art. 39.º da CAAS, no que se refere a pessoas (identidade) e documentos.
43
Inseridas pelo Departamento de Identificação, Registo e Difusão (DIRD).
44 Pessoas e documentos – art. 39.º CAAS.
45 Idem.
46 No caso de indivíduos nascidos em território nacional apenas é emitida certidão sobre o tempo de residência no país, não havendo emissão de parecer.
Página 274
274 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Asilo Em 2008, registaram‐ se 161 pedidos de asilo, 78 formulados em território nacional e 83
no posto de fronteira do aeroporto de Lisboa. Este valor traduz uma diminuição de cerca
de 71% face a 2007 (224). Por origem, os requerentes de asilo eram provenientes de
África (71 pedidos), nomeadamente, República Democrática do Congo, Guiné‐ Conacri e
Nigéria. Segue‐ se a Ásia (44 pedidos), sobressaindo o Sri Lanka, a América (30 pedidos),
designadamente a Colômbia e a Europa Central e de Leste (16 pedidos), nomeadamente
a Bósnia‐ Herzegovina. Em 2007, a Colômbia, Bósnia Herzegovina, Guiné‐ Conacri e
República Democrática do Congo tinham sido, por esta ordem, as nacionalidades mais
representativas.
No ano em apreço, foram concedidos 12 estatutos de refugiado (1 em 2007),
maioritariamente a nacionais de países africanos e 70 autorizações de residência por
razões humanitárias (28 em 2007), maioritariamente a cidadãos de países africanos,
mas, também, sul‐ americanos e asiáticos e residualmente do leste europeu.
Em termos da reinstalação, ao abrigo da Resolução do Conselho de Ministros n.º
110/2007, de 12 de Julho47, Portugal acolheu um total de 23 cidadãos; 6 nacionais da
Eritreia, que se encontravam em Angola e, 5 nacionais do Iraque, que se encontravam
na Síria, tendo a todos também reconhecido o estatuto de refugiado. Integrado na
quota nacional de reinstalação incluem‐ se, ainda, 12 cidadãos da República Democrática
do Congo.
No âmbito da aplicação do Regulamento de Dublin48, Portugal realizou 32 pedidos a
outros Estados Membros, efectivou 24 transferências e recebeu 65 pedidos de outros
Estados Membros.
Actuação Internacional
União Europeia
No âmbito da União Europeia, o SEF participou num total de 288 reuniões, valor
sensivelmente idêntico ao do ano anterior. Daquele número de reuniões, 123
realizaram‐ se no âmbito dos Grupos de Trabalho do Conselho da União Europeia e 80 no
âmbito da Comissão Europeia. Há ainda a aditar a participação em 85 reuniões na
vertente informática das matérias da área Justiça e Assuntos Internos do Conselho,
incluindo os Comités SIS II, Grupo Task Force, National Project Managers (NPM), Change
47 Que fixa o objectivo de promover a criação de condições para conceder anualmente, no mínimo, asilo a 30 pessoas, designadamente para fazer face aos pedidos de reinstalação de refugiados, previstos no artigo 27.º da Lei n.º 15/98, de 26 de Março.
48 Regulamento 343/2003, de 18 de Fevereiro.
Página 275
275 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Management Board (CMB), Project Management Board (PMB), Friends of SIS II (FoSIS II)
e Grupo de Estocolmo.
No âmbito de diversas iniciativas internacionais, na vertente extra União Europeia o SEF
participou em vários seminários, conferências, cursos de formação, perfazendo 149
participações, o que traduz um acréscimo de 40 % face ao ano de 2007 (96
participações), relativos às temáticas de Asilo, Fronteiras, Migrações, Documentação de
Segurança, Tráfico de Seres Humanos e Cooperação Policial.
Na vertente internacional da actuação do Serviço em 2008 é, ainda, de destacar a
intervenção no quadro do Processo de Cooperação do Mediterrâneo Ocidental ‐
(Diálogo 5 + 5 Migrações), do qual Portugal deteve a presidência em 2008; a
participação na VII Conferência Anual ASEM (Diálogo Ásia – Europa) de Directores Gerais
de Imigração e Gestão dos Fluxos Migratórios, em Paris; a participação na 2ª
Conferencia Ministerial Euro – Africana sobre Migrações e Desenvolvimento, em Paris; e
o envolvimento do Serviço nos encontros relacionados com o Projecto Regional
Euromed II.
Ao nível da presença em organismos e missões internacionais, durante o ano de 2008, o
SEF continuou a integrar missões de paz e assistência na Europa e na Ásia,
designadamente a participação na Missão Europeia na fronteira entre a Moldávia e a
Ucrânia (2 elementos), na missão de Paz das Nações Unidas em Timor‐ Leste (2
elementos no respectivo Departamento de Migração) e na Agência Europeia Frontex (5
funcionários destacados).
No âmbito do Conselho da Europa, destaque para a participação do SEF nas reuniões do
Comité Director para as Migrações e do Comité Europeu para as Questões Jurídicas,
bem como a realização, em Lisboa, de uma reunião restrita entre peritos de 5 países do
CDMG (Portugal, Polónia, Espanha, França e Reino Unido) no âmbito dos trabalhos da
segunda série de relatórios de avaliação sobre as políticas nacionais relativas aos
imigrantes em situação irregular.
FRONTEX
No decurso de 2008, no âmbito da partilha de responsabilidades relativas ao controlo
das fronteiras externas, o SEF destacou‐ se pelo elevado nível de participação em todas
as actividades desenvolvidas pela Agência Europeia de Fronteiras (Frontex), não
devendo esquecer‐ se a actuação no quadro do seu Conselho de Administração, do qual
o Director Nacional do SEF é Vice‐ Presidente.
Página 276
276 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Em termos operacionais, a participação na Frontex foi intensa, através da intervenção
de 78 elementos, integrados em 18 operações (contra 13 operações no ano anterior)
para participação em diversas acções e actividades, sendo de realçar, para além de um
exercício RABIT, a colaboração nas seguintes operações conjuntas:
‐ No domínio das fronteiras aéreas, operações ZORBA, ZARATHUSTRA, EUROCUP 2008,
LONG STOP II, SILENCE, HAMMER, visando o fortalecimento das fronteiras da UE,
sobretudo a nível dos aeroportos dos Estados Membros e dos Estados Schengen
Associados;
‐ No domínio das fronteiras terrestres, as operações GORDIUS II, LYNX, ARIADNE, DRIVE
IN, ATLAS III e HERACLES;
‐ No domínio das fronteiras marítimas, as operações NAUTILUS 2008, EUXINE, HERA
2008, HERMES, POSEIDON 2008, MINERVA, cujo enfoque foi o controlo dos fluxos
provenientes de Marrocos com destino à UE, utilizando as fronteiras marítimas do Sul
de Espanha (com 1 perito português em funções de coordenação na área dos
documentos fraudulentos) e, EPN – INDALO 2008, igualmente no Sul de Espanha,
incidindo na vigilância marítima, na qual Portugal participou com meios aéreos (um
helicóptero Kamov ao serviço do SEF), meios marítimos (lanchas da GNR) e meios
humanos (peritos do SEF).
Destaque, ainda, para a participação no projecto FISO (Frontex Intelligence Support
Officer), o qual contou com um perito do SEF acompanhando as operações conjuntas
realizadas em Espanha, por um período de seis meses.
Ao nível da formação da Frontex, o SEF participou nos cursos de formação RABIT (19
elementos do Serviço e 8 da GNR, para constituição da equipa nacional) e 1 formador.
Neste momento o SEF dispõe de 30 peritos no âmbito dos RABIT. Participou, ainda, em 4
seminários RABIT (4 elementos). Destaque, também, para os “Mid Level Courses”, (2
elementos) e a formação sobre voos de Retorno (1 elemento).
Cooperação internacional
Cooperação com a CPLP
No quadro multilateral CPLP, sobressai a activa participação do SEF na VII reunião de
Directores dos Serviços de Migração e Fronteira da CPLP.
No âmbito dos programas técnico‐ policiais do MAI, com o apoio financeiro do IPAD, foi
prosseguida a estratégia de reforço da capacitação institucional na área da gestão das
migrações e controlo das fronteiras dos PALOP, designadamente através da formação
(Cf. n.º 9) e de missões de assessoria técnica aos Serviços congéneres da Guiné‐ Bissau e
Página 277
277 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL de São Tomé e Príncipe. Estas assessorias assentam no levantamento de necessidades e
no efectivo conhecimento da realidade, visando a elaboração de propostas concretas de
melhoria.
No domínio das novas tecnologias associadas à documentação de segurança e ao
controlo de fronteira, a cooperação incidiu sobre a implementação de sistemas de
registo e tratamento integrado de informações. Neste âmbito, para além do
financiamento comunitário para desenvolver o passaporte electrónico em Cabo‐ Verde,
foi iniciada a emissão do novo passaporte são‐ tomense, de acordo com as novas regras
ICAO, na sequência da implementação de um sistema de emissão de passaporte em São
Tomé e Príncipe.
Em estreita coordenação com autoridades responsáveis nos PALOP, o SEF deu formação
e forneceu material no âmbito da campanha do Conselho da Europa “Não estás à
venda”, sobre tráfico de seres humanos.
A cooperação com o Brasil foi enquadrada pela deslocação do Director Nacional e
outros dirigentes, reforçando o diálogo com as autoridades brasileiras ao nível do
controlo das fronteiras, do intercâmbio de informações e da investigação criminal. O SEF
participou, ainda, no “V Encontro Internacional sobre os Direitos Humanos, Segurança
Pública e Tráfico de Seres Humanos: Assistência Integral às vítimas”, em São Salvador.
Relativamente ao Brasil há, ainda, a destacar a parceria do SEF com o ICMPD num
projecto, aprovado ao abrigo do Programa Temático de Cooperação com os Estados
Terceiros, para a prevenção e resposta ao tráfico de seres humanos do Brasil para a
Europa.
Em articulação com a ICAO, o SEF está, também, a desenvolver no Brasil uma acção de
cooperação em matéria de fraude documental.
Outras actividades no âmbito da Cooperação Internacional No quadro do Programa Temático de Cooperação com países terceiros nas áreas da
Imigração e Asilo, o SEF desenvolveu, um Projecto‐ piloto de migração circular com a
Ucrânia, em parceria com a OIM e o Banco Mundial.
Em estreita coordenação com o MNE, o SEF preparou e acompanhou a visita dos
elementos do DHS norte‐ americano para a revisão da manutenção de Portugal no
programa Visa Waver, decorrida de 3 a 7 de Novembro.
Nota, ainda, para a participação na Conferência Anual sobre Fraude e Imigração,
plataforma de diálogo transatlântico em matéria de fraude associada à imigração e
controlo de fronteiras e de documentos de viagem, que decorreu em Washington, em
Setembro.
Página 278
278 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Oficiais de ligação
Em 2008 o SEF manteve oficiais de ligação no Brasil, Cabo‐ Verde e Senegal/Guiné‐
Bissau, tendo ainda sido nomeados oficiais de ligação de imigração na Federação Russa
(Moscovo), Ucrânia (Kiev) e Angola (Luanda). Em 2008, foi ainda aprovado, pela
Comissão Europeia, o projecto do SEF para financiamento comunitário da colocação de
oficiais de ligação em Moçambique e S. Tomé e Príncipe.
Formação Na área da formação interna, no decurso de 2008, foi ministrado um total de 64 Cursos,
correspondentes a 347 acções de formação, beneficiando 2 828 formandos o que, para
um universo de funcionários do SEF, resulta num rácio de 1,92 acções por funcionário.
Em termos de conteúdos, destacam‐ se as acções ministradas nas áreas
Técnica/Operacional (6 cursos e 260 acções) e Ciências Jurídicas (6 cursos e 13 acções).
Parte significativa destas acções foi promovida no contexto da entrada em vigor de
novos instrumentos legais, nomeadamente, o Código das Fronteiras Schengen, Código
Penal e Código Processo Penal, Direito Disciplinar; Lei de Organização de Investigação
Criminal, Lei de Segurança Interna, Código de Contratação Pública e Regime de Vínculos,
Carreiras e Remunerações.
Na área da formação deve, também, realçar‐ se a implementação de um programa para
a prática de educação física e o arranque da 1ª fase do mesmo a nível nacional e, na
vertente do Armamento e Tiro, a promoção de acções de formação direccionadas ao
grupo de formadores de tiro, nomeadamente, técnicas de intervenção em espaços
confinados, módulo tiro do curso de intervenção policial (PSP) e socorrismo táctico.
Em termos de formação externa, foi ministrada, no decurso de 2008, formação a um
conjunto alargado de entidades, salientando‐ se a Formação PEP, visando os
funcionários dos Governos Civis e da Região Autónoma dos Açores.
A nível internacional, no âmbito do Projecto de Cooperação Técnico‐ Policial do
MAI/IPAD, o SEF promoveu a realização de 18 acções de formação no estrangeiro,
repartidas por Cabo‐ Verde (4), Guiné‐ Bissau (2), Moçambique (4), Angola (8), e, ainda, a
primeira fase do 2.º Curso de Formação Pedagógica Inicial de Formadores e de áreas
técnicas, componente essencial do novo modelo de cooperação adoptado pelo SEF para
os PALOP. Este curso foi realizado em Lisboa e frequentado por 11 formandos dos
Serviços congéneres de Angola, Cabo‐ Verde e Moçambique. Destaque, também, para a
acção de formação sobre Polímeros realizada em Lisboa, sob patrocínio da Frontex,
dirigida a Especialistas dos Estados‐ membros da União Europeia.
Página 279
279 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Em estreita coordenação com autoridades responsáveis nos PALOP, o SEF forneceu
material e deu formação no âmbito da campanha do Conselho da Europa “Não estás à
venda”, sobre tráfico de seres humanos.
Investimentos No decorrer do ano de 2008 foram lançados 28 procedimentos de empreitada, tendo
em vista a execução de obras de conservação/beneficiação nos serviços
descentralizados no valor total de € 91.644,80.
Na execução de projectos, destacam‐ se os investimentos para aquisição de
equipamento informático (hardware e software) e de serviços de desenvolvimento
aplicacional no valor de € 2.244.740,00. Deste montante, € 327.400,00 foram
dispendidos na reformulação do storage e SAN do ambiente computacional do
Passaporte Electrónico Português; € 870.579,00 para pagamento de parte do contrato
da renovação da Parte Nacional do Sistema de Informação Schengen (NSIS) e renovação
do Sistema Integrado de Informação do SEF, sendo o restante, no valor de €
1.046.791,00, dispendido com o projecto de Segurança Digital no Controlo de
Fronteiras.
Na área da valorização de recursos humanos foi dispendida a quantia de 103 783,00€
em formação e 273 100,00€ na organização de diversos seminários.
Na área financeira deve assinalar‐ se o facto de as receitas próprias do SEF terem
ultrapassado os 56 milhões de euros, destacando‐ se o aumento das receitas cobradas
pelos serviços prestados pelas Direcções Regionais, que atingiram o montante de 26
milhões de euros, contra 17 milhões em 2007. Estas receitas cobriram a totalidade da
despesa de funcionamento do Serviço e asseguraram o pagamento das despesas de
pessoal não cobertas pelo Orçamento de Estado.
Recursos Humanos No ano de 2008 entraram para os quadros do SEF 152 funcionários, com o ingresso de
52 funcionários para a Carreira de Apoio à Investigação e Fiscalização, 16 ao abrigo do
regime geral, 8 para a Carreira de Investigação e Fiscalização e 74 elementos para
diversas categorias ao abrigo do regime de requisição. Em paralelo, assinala‐ se a saída
de 54 funcionários, 12 dos quais por aposentação e 34 por cessação da respectiva
requisição.
Página 280
280 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Conclusões 1. Dando continuidade à execução da estratégia definida, no decurso do ano de 2008, o
SEF empreendeu um significativo esforço, designadamente nos domínios da
modernização estrutural e da produtividade, norteado por uma gestão por objectivos e
aposta nas novas tecnologias, na simplificação de procedimentos, na desburocratização
e na racionalização de meios e recursos. Em síntese, foi prosseguido um projecto de
modernização do Serviço, orientado pelos valores da aproximação aos cidadãos e da
tutela dos seus direitos, numa abordagem global e integrada da realidade imigratória,
com salvaguarda dos interesses subjacentes à segurança.
2. De harmonia com a 4ª opção das Grandes Opções do Plano para 200849, o objectivo
estratégico da política de Segurança Interna para a área da imigração e asilo era “dar
corpo a uma política comum de imigração, que responda às nossas relações especiais
com os países da comunidade de povos de língua portuguesa, modernizando os serviços
e a eficácia operacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, assegurando‐ se a
celeridade do tratamento administrativo de processos e a melhoria da capacidade de
intervenção do SEF na gestão mais eficaz dos fluxos migratórios em todas as suas fases”.
Afigura‐ se que os resultados atingidos pelo SEF em 2008 concretizam plenamente este
propósito estratégico da política de Segurança Interna nacional.
Na concretização dos ambiciosos objectivos operacionais vertidos nas Grandes Opções
do Plano para 2008, o SEF reforçou o controlo dos fluxos migratórios irregulares na
origem, através da nomeação de novos oficias de ligação de imigração em Moscovo e
Luanda. Para além disso, o SEF viu aprovado, pela Comissão Europeia, o projecto para
financiamento comunitário da colocação de oficiais de ligação em Moçambique e S.
Tomé e Príncipe.
Quanto ao desenvolvimento do novo Sistema de Informação de Vistos (VIS), foi criado o
Sistema de Emissão Electrónica de Parecer Prévio pelo SEF, no âmbito do processo de
concessão de vistos consulares50, já disponível a partir de qualquer Posto Consular e, o
Sistema de Recolha de Dados Biométricos, do qual foi desenvolvida a componente de
software que permitirá ao MNE proceder à recolha de dados biométricos.
Ao nível do controlo e segurança nas fronteiras externas, foi alargado a todos os postos
de fronteira aérea o Sistema RAPID (Reconhecimento Automático de Passageiros
Identificados Automaticamente) e foi introduzido no Sistema de Controlo de Fronteiras
49 Lei n.º 31/2007, de 10 de Agosto.
50 No caso de vistos de residência e estada temporária e por razões de interesse nacional, segurança interna ou prevenção da imigração ilegal e criminalidade conexa (art.º 53.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de Julho).
Página 281
281 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
(SCF) a consulta automática à base de dados da Interpol. Por outro lado, ficou concluída
a concepção da vertente estatística do SCF.
No domínio da cooperação transfronteiriça, o SEF deu um contributo decisivo na
vertente prática do processo de criação dos Centros de Cooperação Policial e Aduaneira
(CCPA) de Castro Marim, Elvas/Caia, Vilar Formoso, Quintanilha e Valença/Tui. No final
de 2008, encontravam‐ se em funcionamento os CCPA de Vilar Formoso e de Vila Real de
Santo António, decorrendo obras de adaptação os CCPA de Quintanilha, Tui e Caia,
nestes dois casos da responsabilidade de Espanha.
Na vertente do combate à imigração ilegal e tráfico de seres humanos, em 2008 o
número de inquéritos iniciados com base na informação do Serviço aumentou cerca de
50% e as acções de fiscalização subiram 44,7%, face aos valores de 2007.
Finalmente, ao nível da melhoria das competências do pessoal da CIF, foi implementado
um programa nacional para a prática de educação física e promovida formação
direccionada ao grupo de formadores de tiro.
3. Em 2008, foi dada continuidade a um conjunto de projectos estruturantes, tendentes
à renovação tecnológica e ao reforço da qualidade dos serviços, destacando‐ se, para
além dos projectos referidos no quadro das Grandes Opções do Plano, o projecto de
concepção, desenvolvimento e produção do novo título de residência electrónico (eTR),
projecto de importância estratégica para o SEF e com efeitos significativos em termos da
segurança documental.
Deve, ainda, sublinhar‐ se a criação do PORTAL SIBA (Sistema de Informação de Boletins
de Alojamento), que agiliza o cumprimento das obrigações legais de comunicação de
alojamento de estrangeiros pelos estabelecimentos hoteleiros e similares, iniciativa,
também, inserida no SIMPLEX do MAI, e o Sistema de Informação Inteligente ao
Cidadão, nova ferramenta de apoio ao cidadão, integrada na SEF TV que facilita a
compreensão sobre questões referentes à entrada e permanência em Portugal. Este
projecto foi exibido na Mostra Portugal Tecnológico 2008, inserido no espaço Liberdade
e Segurança do MAI.
4. No que concerne à actividade de investigação e fiscalização, deve destacar‐ se o
substancial aumento de 44,7% do número de acções de fiscalização, que subiram de 6
727 em 2007 para 9 734 em 2008, dando‐ se assim continuidade à estratégia de combate
ao emprego clandestino, à imigração ilegal e ao tráfico de seres humanos, uma das
prioridades do SEF nos anos mais recentes, particularmente intensificada no ano de
2008. Estes resultados reflectiram‐ se de forma igualmente positiva no elevado número
de processos de contra‐ ordenação instaurados (+67,9%) e de medidas cautelares
detectadas (+12,4 %). Nesta conformidade, também os afastamentos de território
Página 282
282 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL nacional registaram um aumento de 10,9% e as notificações para abandono voluntário
subiram 10,7%, face ao ano de 2007. Por outro lado, também o retorno voluntário
registou um aumento de 24,8% face ao ano anterior.
Concretamente na área da investigação criminal, assinala‐ se o predomínio da
criminalidade relacionada com o auxílio à imigração ilegal, falsificação de documentos e
lenocínio. O crime de auxílio à imigração ilegal merece particular atenção, considerando
a ligação acessória com fenómenos criminais de maior complexidade, tal como o tráfico
de pessoas (ou mesmo o terrorismo). A propósito desta relevância, a título de exemplo,
sublinham‐ se as condenações de que foi alvo uma rede composta por cidadãos do leste
da Europa e, também, nacionais, no Algarve.
Ao nível do número de registos no SEF sob NUIPC, regista‐ se um assinalável aumento de
91% (1015 em 2008 face a 531 em 2007). Também os processos distribuídos para
investigação tiveram um aumento de 6% (369 processos em 2008, face a 346 em 2007).
Quanto à nacionalidade dos arguidos, embora prevaleçam as nacionalidades portuguesa
e brasileira, regista‐ se o acréscimo da nacionalidade nigeriana (em detrimento da
angolana, em destaque em 2007), seguindo a tendência verificada no ano de 2007.
Deve, ainda, referir‐ se os nacionais da Guiné‐ Bissau, Senegal, Angola e Roménia, por
estarem na origem de problemas ao nível da criminalidade relacionada com a imigração
ilegal, o tráfico de pessoas, a falsificação de documentos e outra criminalidade conexa.
Porém, no ano em análise verificou‐ se uma diversificação das nacionalidades dos
arguidos.
A América do Sul, África e o leste da Europa mantêm‐ se como as principais áreas
geográficas de origem de fluxos migratórios ilegais identificadas nos processos
distribuídos para investigação.
5. Em matéria de controlo das fronteiras, o SEF controlou um total de 12 039 272
pessoas, das quais 10 599 570 nas fronteiras aéreas e 1 439 702 nas fronteiras
marítimas. Em confronto com 2007, constata‐ se a subida do número de voos e de
embarcações controladas (+10% e +11,9%, respectivamente).
Quanto às recusas de entrada em Portugal, assinala‐ se um decréscimo de 9,2% (3 598
em 2008, contra 3963 em 2007), retomando os valores registados no ano de 2006.
Quanto aos fundamentos da não admissão em Portugal, salienta‐ se o aumento em
43,7% da ausência de motivos que justifiquem a entrada e a ausência de visto ou visto
caducado.
Em termos de detecção de documentos fraudulentos, denota‐ se uma diminuição de
54%. Este decréscimo acentuado deverá atender à redução abissal da detecção de
Página 283
283 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL documentos venezuelanos (42 documentos detectados em 2008 contra de 464
documentos em 2007), reflexo directo das medidas de controlo a montante e dos
esforços envidados por Portugal junto das autoridades venezuelanas neste domínio. Em
simultâneo, o reforço da segurança documental e a introdução de dados biométricos
em documentos de viagem europeus vêm concorrendo decisivamente para a redução
da falsificação deste tipo de documentos. Também o alargamento da União e da sua
fronteira externa, constituiu um factor de deslocação da utilização de documentos
fraudulentos, tendência já assinalada noutros Estados Membros.
6. Em 2008, a pressão migratória irregular da América Latina deteve predominância
sobre a dos demais continentes, dando continuidade a um fluxo consistente já
assinalado em anos precedentes. Deste modo, o Brasil constituiu a origem de um
expressivo fluxo migratório para Portugal, como resulta dos dados relativos às recusas
de entrada, afastamentos (nas suas diversas formas), regresso voluntário, contra‐
ordenações e readmissões. De igual forma, os cidadãos brasileiros ocupam o primeiro
lugar, a par com os portugueses, em termos de nacionalidade de arguidos em
processos‐ crime sob investigação.
Contrariando a tendência registada desde 2004, a Venezuela caiu 74% em termos de
recusas de entrada em Portugal, fenómeno verificado no ano anterior relativamente à
Bolívia. De notar que o fundamento da não admissão em Portugal de titulares de
documentos venezuelanos era, por regra, a falsificação de documentos.
Por outro lado, à excepção do Brasil, os países da América Latina não detêm expressão
em termos de processos de expulsão administrativa instaurados. Atento este quadro,
constata‐ se uma redução da pressão migratória irregular da América latina hispânica
através de Portugal.
Por áreas geográficas, o continente africano constitui o segundo continente em termos
de proveniência de fluxos irregulares. Saliente‐ se o aumento de recusas a cidadãos do
Senegal (já assinalado em 2007) e o decréscimo relativamente a Angola e à Guiné‐
Bissau.
7. Em matéria de asilo, em 2008 registaram‐ se 161 pedidos de asilo, 78 formulados em
território nacional e 83 no posto de fronteira do aeroporto de Lisboa, destacando‐ se os
nacionais da República Democrática do Congo, Guiné‐ Conacri, Nigéria, Sri Lanka,
Colômbia e Bósnia‐ Herzegovina. Foram concedidos 12 estatutos de refugiado e 70
autorizações de residência por razões humanitárias, maioritariamente a cidadãos de
países africanos, mas, também, sul‐ americanos e asiáticos e, residualmente, do leste
europeu.
Página 284
284 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL 8. Considerando as competências do SEF em matéria de emissão de parecer sobre
pedidos de aquisição da nacionalidade portuguesa, destacam‐ se os nacionais dos países
de língua oficial portuguesa, com destaque para Cabo‐ Verde e Brasil, surgindo, porém, a
República Moldava com valores próximos da Guiné‐ Bissau e de Angola.
9. No domínio internacional, foi dada particular atenção ao acompanhamento da
política comum de imigração, através da participação em 288 reuniões no âmbito da
União Europeia e de 149 participações no âmbito de diversas iniciativas internacionais
extra União Europeia, relativas às temáticas de Asilo, Fronteiras, Migrações,
Documentação de Segurança, Tráfico de Seres Humanos e Cooperação Policial, neste
caso expressando um acréscimo de 40 % face ao ano de 2007.
A presença em organismos e missões internacionais, durante o ano de 2008 teve como
principais destaques missões na Moldávia e na Ucrânia, em Timor‐ Leste e na Agência
Europeia Frontex, em Varsóvia.
Destaque para a intensa participação do SEF no âmbito da partilha de responsabilidades
relativas ao controlo das fronteiras externas da União Europeia, designadamente
integrando as operações e participando nas demais actividades da Agência Europeia
Frontex, da qual o Director Nacional é Vice‐ Presidente do Conselho Executivo.
A cooperação internacional teve particular incidência com os PALOP, Brasil, países da
União Europeia (em particular, Espanha), Ucrânia e Estados Unidos, para além de
variadíssimas visitas e contactos com entidades e serviços congéneres de um conjunto
alargado de países.
10. A qualificação dos recursos humanos constituiu uma prioridade no ano em análise,
tendo sido ministrado um total de 64 cursos, correspondentes a 347 acções de
formação. Realce para a formação promovida no contexto de novos instrumentos legais
relevantes, nomeadamente o Código das Fronteiras Schengen, Código Penal e Código
Processo Penal, Direito Disciplinar; Lei de Organização de Investigação Criminal, Lei de
Segurança Interna, Código de Contratação Pública e Regime de Vínculos, Carreiras e
Remunerações.
No domínio da formação, saliente‐ se ainda a implementação de um programa nacional
para a prática de educação física e a promoção de acções de formação direccionadas ao
grupo de formadores de tiro, como já referido, no quadro dos objectivos operacionais
das grandes Opçõesdo Plano.
A nível internacional, uma nota para o 2.º Curso de Formação Pedagógica Inicial de
Formadores e de áreas técnicas para os Serviços congéneres dos PALOP e a promoção
de 18 acções de formação em Cabo‐ Verde, Guiné‐ Bissau, Moçambique e Angola.
Página 285
285 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL 11. Quanto ao investimento financeiro, em 2008 é de assinalar a melhoria das infra‐
estruturas, no valor de € 91.644,80; a aquisição de equipamento informático e de
serviços de desenvolvimento aplicacional no montante de € 2.244.740,00. Neste âmbito
destaca‐ se a renovação da Parte Nacional do Sistema de Informação Schengen (NSIS) e a
renovação do Sistema Integrado de Informação do SEF, no valor de € 870.579,00, e o
projecto de Segurança Digital no Controlo de Fronteiras, no valor de € 1.046.791,00. Na
área da valorização de recursos humanos foi dispendida a quantia de 103 783,00€ em
formação e 273 100,00€ na organização de diversos seminários. Por outro lado, as
receitas próprias do SEF ultrapassaram os 56 milhões de euros, permitindo cobrir a
totalidade da despesa de funcionamento do Serviço e assegurar o pagamento das
despesas de pessoal não cobertas pelo Orçamento de Estado.
12. Na vertente da melhoria das condições de atendimento ao público, foi inaugurado o
Posto Desconcentrado de Atendimento do SEF na Reboleira, integrando o Programa
SIMPLEX do MAI, e de novas instalações para as Delegações Regionais de Castelo
Branco, Guarda, Viseu e Portimão. Deu‐ se início à instalação do Sistema workflow,
nomeadamente, nos Postos da Reboleira e de Portimão, bem como na Direcção
Regional de Lisboa, Vale do Tejo e Alentejo. Iniciou‐ se, assim, a informatização que
conduziu à eliminação dos processos em papel. Foi, ainda, promovido um estudo de
desempenho e de avaliação da satisfação do cliente em 31 postos de atendimento do
SEF, bem como, no seu Centro de Contacto. A validação dos resultados deste estudo, de
acordo com a metodologia EPSI (European Performance Satisfaction Index), deverá
ocorrer no decurso de 2009. A criação do Sistema de Informação e Gestão Automatizada
de Processos do SEF (SIGAP‐ SEF) constituiu outra iniciativa relevante integrada no plano
de melhoria das condições de atendimento ao público, conforme ao Programa SIMPLEX
do MAI. Neste âmbito, não poderá deixar de ser realçada a importância do sistema de
agendamento on‐ line, através do Portal do SEF, bem como o papel do Centro de
Contacto do SEF, multicanal e multilingue, que deu resposta a mais de 380.000
chamadas telefónicas em 2008.
Página 286
286 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Serviço de Informações Estratégicas de Defesa Introdução Num mundo cada vez mais globalizado e interligado, caracterizado pela incerteza,
imprevisibilidade, complexidade e volatilidade, assiste‐ se à reconfiguração das ameaças
transnacionais tradicionais que, fruto de um processo de mutação/reforço, se tornam
cada vez mais letais, difusas e assimétricas. A emergência de novos actores e a
consolidação de estruturas em rede que se caracterizam por um elevado grau de
organização, mobilidade e flexibilidade que lhes permite adaptarem‐ se
permanentemente, e com motivações de expansão crescente das suas actividades a
novos espaços transnacionais, configuram um desafio permanente à Segurança
Nacional. Entre estas ameaças serão de destacar as consubstanciadas pelas actividades
das redes terroristas, especialmente de matriz islamista, do crime organizado,
mormente o narcotráfico ou o auxílio à imigração ilegal/tráfico de pessoas, e a
proliferação.
Neste quadro, cumpre recordar que o SIED é o único organismo incumbido da produção
de informações que contribuam para a salvaguarda da independência nacional, dos
interesses nacionais e da segurança externa do Estado.
Através de uma estratégia de detecção e alerta precoce de ameaças e riscos, o SIED
procede à caracterização destes fenómenos e à identificação das principais linhas de
tendência, visando a criação de mecanismos de informações que possibilitem auxiliar o
decisor político no processo de tomada de decisão, inclusivamente no que concerne à
adopção de políticas de segurança interna.
Neste contexto, e no âmbito estrito das suas competências, fenómenos como a difusão
do Islão radical, o terrorismo de matriz islamista conotado com a Al Qaeda, o tráfico
internacional de estupefacientes, o fenómeno das migrações ilegais, e a proliferação
constituem‐ se como temas estruturantes que são objecto de monitorização
permanente.
Difusão do Islão radical O tema das organizações proselitistas/radicais foi abordado, essencialmente, ao nível
das suas principais linhas ideológicas, designadamente, a existência de possíveis
divergências que possam criar linhas de fractura no seio das organizações, traduzindo‐ se
na prossecução de diferentes estratégias de expansão da sua ideologia/radicalização das
comunidades Muçulmanas, especialmente na Europa, América Latina e África Sub‐
Sahariana. Foi privilegiada a abordagem a países com estreitas ligações a Portugal.
Página 287
287 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Terrorismo de matriz islamista No que concerne ao terrorismo de matriz islamista, foi feita a monitorização
permanente da ameaça terrorista conotada com a Al Qaeda, principalmente na Europa
e no Norte de África, incluindo a caracterização da ameaça terrorista corporizada pela
Jihad Global, designadamente, ao nível do substrato ideológico e da identificação das
alterações de modus operandi. Neste contexto, foram produzidas avaliações de ameaça
sectoriais, designadamente da Europa, do Magrebe, e do sul da Ásia, que visaram
estabelecer uma visão/enquadramento geral do fenómeno terrorista, potenciar a
defesa dos interesses portugueses no exterior, bem como contribuir para prevenir
eventuais ameaças externas à segurança do Estado.
Crime Organizado No âmbito do Crime Organizado, a actuação do SIED centrou‐ se nas actividades das
redes ligadas ao tráfico de estupefacientes e de apoio à imigração ilegal.
Narcotráfico
O narcotráfico constitui, na medida em que Portugal se prefigura como uma das portas
de entrada de estupefacientes para a Europa, essencialmente com origem na América
Latina e entreposto na África Ocidental, um subtema prioritário no âmbito da
criminalidade organizada.
De facto, a África Ocidental constitui, no presente, um importante entreposto para o
tráfico de estupefacientes entre a América Latina e a Europa, sendo de realçar a
presença na região, de grupos de indivíduos provenientes da Europa, do Médio Oriente,
da América Latina e, de outros países da região, com ligação ao narcotráfico. Esta
presença de elementos estrangeiros com ligação aos cartéis de narcotráfico latino‐
americanos contribui para a consolidação, na região, de infra‐ estruturas de apoio ao
tráfico em grande escala.
Igualmente preocupante afigura‐ se a tendência para a emergência da África Austral,
como plataforma alternativa de tráfico de cocaína sul‐ americana, quer para o
continente africano, quer para a Europa.
No âmbito do narcotráfico será de referir que o SIED produziu e difundiu informações
que permitiram conhecer dados relevantes relativos a redes de tráfico e que auxiliaram
as entidades nacionais com competência nestas matérias na definição das linhas de
tendência deste fenómeno e permitiram a definição de políticas pró‐ activas de
prevenção e resposta.
Página 288
288 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Imigração Ilegal
O fenómeno da imigração ilegal, na medida em que afecta de forma significativa vários
países da União Europeia e do espaço lusófono, foi objecto de uma monitorização
constante em 2008.
Ao nível da imigração ilegal, será de referir a crescente utilização da África Subsahariana,
Ocidental e Austral, como plataforma de trânsito para imigrantes irregulares, oriundos
quer de países africanos, quer asiáticos. Ao nível das ameaças transversais, os
fenómenos migratórios e, em especial, os de génese ilegal, assumem, também,
particular relevância em virtude das potenciais ligações à circulação de radicais
islâmicos. Também pela ligação a fenómenos criminosos que encerram se afigurou
pertinente a monitorização dos fenómenos migratórios, na medida em que afectam a
implementação das políticas europeias e que permitem a expansão de fenómenos
sociológicos negativos, como o xenofobismo e o racismo.
Tráfico de Armas
A monitorização do tráfico de armas tem igualmente constituído uma preocupação do
SIED, particularmente, na medida em que afecta de forma substancial regiões com
fortes ligações histórico‐ culturais a Portugal, como será África; onde residem
importantes comunidades nacionais; e países próximos onde existem importantes
interesses nacionais.
Contra-proliferação No âmbito da proliferação de armas de destruição em massa (ADM) e respectivos
vectores de lançamento, o SIED manteve o acompanhamento das actividades passíveis
de contribuírem para o desenvolvimento deste tipo de armamento, por parte de
Estados que se configuram como potenciais ameaças para o Território Nacional, para a
União Europeia ou para os membros da OTAN. Paralelamente, e tendo em atenção a
conjuntura internacional actual, procurou‐ se acompanhar a evolução das capacidades
dos Estados que, não obstante não se constituírem como um risco directo para Portugal
ou para os seus Aliados, poderão vir a constituir uma séria ameaça para a paz e
segurança internacionais.
Neste contexto, mereceu, ainda, especial enfoque a evolução das estratégias de
aquisição encoberta de materiais, equipamentos e tecnologia com aplicação no
desenvolvimento de ADM e dos seus respectivos vectores de lançamento.
Página 289
289 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Serviço de Informações de Segurança Introdução Em matéria de Contra‐ Criminalidade Organizada e Contra‐ Subversão continuaram a ser
desenvolvidas as linhas de trabalho dedicadas à prevenção e ao combate ao crime de
branqueamento de capitais de proveniência ilícita, ao narcotráfico e à imigração ilegal,
tendo‐ se ampliando o número de projectos a desenvolver e mantendo‐ se em
exploração programas de acompanhamento permanente das actividades relacionadas
com a monitorização das zonas urbanas sensíveis, em termos de detecção de focos de
acção violenta contra a autoridade do Estado. Foram, igualmente, objecto de
acompanhamento as actividades relacionadas com grupos violentos e organizados que
se têm destacado no Porto e em Lisboa, pela violência utilizada na gestão de territórios
de crime com grave impacto na segurança das populações. Ainda no mesmo quadro
detecção de ameaças à Segurança Interna, procedeu‐ se à análise dos fenómenos
surgidos em alguns sectores que, pelas suas características, pudessem provocar
perturbações violentas na harmonia e coesão sociais.
No ano de 2008 o terrorismo islamista e as suas manifestações na cena internacional, a
par das actividades da ETA, continuaram a justificar o investimento do SIS no seu
acompanhamento privilegiado, com esforço acrescido na cooperação nacional e
internacional para a prevenção destas ameaças.
No decorrer de 2008, o SIS reforçou as actividades tendentes à identificação,
caracterização e monitorização de estruturas, actores e acções de Serviços de
Informações estrangeiros, no território nacional, susceptíveis de constituir ameaça à
segurança interna. Contra-Criminalidade Organizada Portugal, devido à sua posição geográfica e às relações privilegiadas que mantém com
alguns países da América Latina e de África, enquadra‐ se nas estratégias internacionais
de algumas estruturas do crime organizado, apresentando‐ se como um nicho potencial
de mercado para a prática directa de actividades ilícitas, como território de trânsito para
diversos tráficos, e, igualmente, para operações de branqueamento de capitais, mesmo
que o ilícito de origem tenha sido praticado noutros países.
Assim, durante o ano de 2008, manteve‐ se o acompanhamento sistemático de
estruturas do crime organizado transnacional com potenciais interesses e influência no
nosso país, procedendo‐ se, consequentemente, à sua caracterização, avaliação de
Página 290
290 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL modus operandi utilizados, potencial criminógeno, bem como às suas conexões externas
e, especialmente, internas. Deu‐ se, também, continuidade à avaliação das
vulnerabilidades do país face à criminalidade organizada.
Como tipologias criminógenas detectadas no nosso país, evidenciam‐ se o tráfico de
estupefacientes, o auxílio à imigração ilegal, o tráfico de armas e a falsificação de
documentos, denotando‐ se, ainda, uma mudança de paradigma da violência urbana e
suburbana.
Do ponto de vista da criminalidade económica e financeira, há indícios, em território
nacional, de actividades de branqueamento de capitais por conta de organizações
criminosas transnacionais, quer na fase de circulação – com recurso ao outsourcing a
estruturas de reduzida dimensão e elevado grau de especialização ou, em situações
pontuais, a grupos que indiciam fazer parte da própria estrutura criminosa, não só
recorrendo ao sistema financeiro como promovendo o transporte físico de numerário –,
quer, ainda, na fase de integração, onde foram detectadas actividades comerciais
aparentemente legítimas por parte de indivíduos associados àquelas estruturas
criminais. Extremismos Políticos No que diz respeito aos movimentos ideológicos radicais, violentos ou antidemocráticos,
embora estes núcleos intervencionistas não configurem, em Portugal, uma ameaça
global contra o Estado de Direito Democrático, as posições ideológicas e os meios de
intervenção associados constituem, ainda que de forma limitada, riscos para a
segurança interna, na medida em que promovem uma abordagem sociopolítica baseada
em pressupostos de índole racista e xenófoba, no caso da extrema‐ direita, bem como
advogam práticas de violência política sobre o sistema, traço comum a franjas da
extrema‐ direita e da extrema‐ esquerda.
No âmbito da extrema‐ direita, 2008 ficou marcado pelo julgamento dos trinta e seis
arguidos skinhead neonazi e ultranacionalistas – alguns dos quais figuras destacadas da
organização skinhead neonazi Portugal Hammerskins (PHS) –, surpreendidos com a
sentença condenatória proferida pelo tribunal. Este desfecho judicial do processo veio
consolidar e propiciar, no meio, a ideia de “perseguição política” aos nacionalistas, o
que motivou os seus militantes a capitalizar este sentimento, intensificando o esforço de
propaganda e de recrutamento de novos membros. Neste contexto, assistiu‐ se à criação
de vários Supporter Chapters (SC), ou seja, capítulos de apoiantes PHS.
Página 291
291 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Há, ainda, a assinalar o reforço da relação da PHS com a face institucional da extrema‐
direita – o PNR – numa tentativa de instrumentalização da opinião pública a favor de
ideais ultranacionalistas.
No que se refere à extrema‐ esquerda, nomeadamente aos sectores conotados com os
meios anarco‐ libertários e ecologistas radicais e, por outro lado, com o movimento
Alterglobalização, registou‐ se um maior dinamismo comparativamente a anos
anteriores, em termos de indícios de radicalização de alguns núcleos activistas.
A crise financeira internacional veio centrar e reforçar, junto dos núcleos
alterglobalização, a luta contra o modelo capitalista‐ liberal, debatendo a necessidade de
novos esforços de mobilização e de intervenção global junto das sociedades. Assim, nos
fóruns e mediacenters alternativos, na Internet, intensificou‐ se a crítica aos EUA, sob a
acusação de manipulação económica dos mercados mundiais, aproveitando os discursos
antiglobalização para a descredibilização do referido modelo, com vista ao alargamento
de sua base social de apoio. Contraterrorismo O grau de ameaça terrorista islamista em Portugal manteve‐ se moderado, não tendo
sido detectados casos de formação de células terroristas locais, nem de radicalização
violenta ou de recrutamento para organizações terroristas no seio das nossas
comunidades. Acresce que o nosso país não se configurou como alvo das ameaças da Al
Qaida e grupos associados, não tendo sido feita qualquer menção a Portugal nos
comunicados destas organizações.
O SIS esteve especialmente envolvido na detecção de eventuais ligações a Portugal das
várias células terroristas desmanteladas na Europa, em especial em Espanha, Bélgica e
Itália, não se tendo detectado indícios consistentes de conexões em território nacional.
Ao nível dos grupos terroristas de matriz revolucionária, designadamente no que
concerne à ETA (Euskadi Ta Askatasuna), também não foi detectada a existência de
qualquer estrutura permanente de apoio logístico em Portugal.
Página 292
292 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Contra-espionagem e contraproliferação O incremento das actividades de contra‐ espionagem justifica‐ se por Portugal continuar
a ser, nas mais diversas áreas (política, económica e tecnológica), alvo da recolha de
informações, por parte de diversos Serviços de Informações estrangeiros.
A necessidade de protecção dos interesses económicos levou ao desenvolvimento de
acções que visaram a salvaguarda dos sectores estratégicos e do esforço de inovação
realizado ao nível doméstico face às ameaças que sobre eles impendem,
nomeadamente a espionagem económica e industrial, fusões e aquisições hostis para o
interesse nacional. O agravamento da crise financeira internacional e a sua propagação
sobre a economia real motivaram um incremento das actividades do Serviço, neste
quadro.
No actual contexto geopolítico mundial, em que a questão da proliferação de armas de
destruição maciça (ADM) tem permanecido no centro da atenção política dos países
ocidentais, o Serviço continuou a privilegiar a detecção, em território nacional, de
possíveis actividades de procurement, por parte de redes de aquisição clandestina, com
o objectivo de impedir a transferência de bens e tecnologia tangível e intangível para
programas ADM.
Assim, a actividade realizada, neste âmbito, centrou‐ se no apoio ao controlo de
exportações e, principalmente, na sensibilização das empresas portuguesas para a
questão da proliferação, tendo em vista evitar o envolvimento das mesmas em
situações que possam danificar a sua imagem e credibilidade sem pôr em causa a sua
capacidade comercial e de exportação.
Página 293
293 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Autoridade Marítima Nacional Balanço da execução das medidas da estratégia de segurança 2008 No âmbito da sua missão, os objectivos da Autoridade Marítima Nacional ‐ Polícia Marítima –
em 2008, derivaram de uma estratégia assente em quatro grandes linhas de acção, que
tiveram como intenção principal o desenvolvimento, o aperfeiçoamento e a consolidação de
medidas de modo a possibilitar uma optimização na formação dos recursos humanos, assim
como dos meios atribuídos na fiscalização e policiamento do espaço de jurisdição.
As linhas de acção da Polícia Marítima em 2008 foram:
- Distribuição racional de efectivos; - Repressão da actividade ilícita; - Formação do pessoal; - Policiamento de proximidade; - Patrulhamento.
Distribuição racional de efectivos
A distribuição de efectivos no ano de 2008 decorreu em consonância com o Regulamento de
colocações e movimentos do pessoal da Polícia Marítima, aprovado por Despacho n.º
2/2006, de 07 de Agosto, que define que os movimentos de pessoal são determinados em
função das lotações e das necessidades dos Comandos.
Tendo‐ se apurado a maior tendência para a prática de ilícitos criminais, em alguns Comandos
Locais da Polícia Marítima, procurou‐ se, em 2008, cobrir essas necessidades com o
movimento de elementos para esses Comandos. Para esse efeito, contribuiu a conclusão dos
cursos de formação de agentes da Polícia Marítima onde foram formados 68 e do curso de
subchefes, que terminou com 20 novos elementos dessa categoria.
Igualmente prosseguiu a política de movimentos em diligência, de forma a garantir o reforço
operacional dos Comandos Locais, nos períodos de maior exigência, tendo como objectivo
garantir a segurança das pessoas e bens e exercer a autoridade do estado nos espaços de
jurisdição.
Formação do pessoal
No âmbito da formação do pessoal, no ano de 2008, verificou‐ se um aumento e uma
melhoria nesta vertente, tendo sido ministradas um total de 4584 horas, aos elementos da
Polícia Marítima, sobre as mais diversas matérias. A formação prestada aos agentes da
Polícia Marítima teve como objectivo a atribuição de valências, que possibilitem um combate
Página 294
294 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL mais eficaz aos vários tipos de criminalidade com que se deparam diariamente os elementos
desta força.
Assim, foram prosseguidas as acções nas áreas da investigação judiciária, tendo sido alargada
esta formação aos demais agentes que prestam serviço nos Comandos Regionais da Polícia
Marítima, incluindo as Regiões Autónomas, num total de 6 formações ministradas em 2008.
Realizaram‐ se várias acções de formação "Swat", num total de 12 por todo o país, havendo
novos elementos da Polícia Marítima dotados com esta qualificação. Procurou‐ se no decurso
do ano passado diversificar essa formação, com a criação de equipas especializadas em
abordagens a embarcações hostis e protecção de portos no âmbito do código ISPS, acções de
formação de “fast rope” ‐ descida de corda rápida, tiro rápido, tiro “shot gun” e escudo
táctico balístico.
Realizou‐ se ainda um curso de formação em Mergulho Forense, que veio possibilitar o
incremento de agentes com esta valência nos Comandos Regionais do Centro e da Madeira,
existindo actualmente 18 agentes da Polícia Marítima com essa formação.
Do intercâmbio com a “US Coast Guard“ decorreram cursos no âmbito do Código ISPS e
técnicas de abordagem a embarcações.
Iniciada a formação da arma eléctrica imobilizante ou atordoante “Taser”, sendo dada esta
formação a vários elementos da Polícia Marítima, salientando‐ se a formação que decorreu
em Barcelona para seis elementos em “Master Instructor Taser”, que possibilitará a estes
elementos formar instrutores da arma em causa.
Para além das formações referidas, foram também ministrados outros cursos como:
condução defensiva, navegação, ordem pública e armamento anti‐ motim, aperfeiçoamento
em condução de viaturas todo‐ o‐ terreno, aperfeiçoamento em tácticas policiais e instrução
de tiro.
Policiamento de proximidade
A Autoridade Marítima Nacional ‐ Polícia Marítima, de acordo com o seu espaço de actuação,
sempre desenvolveu uma grande interacção com as comunidades piscatórias, portuária e da
náutica de recreio. No ano de 2008 verificou‐ se um aumento do número de fiscalizações na
área portuária, factor que contribuiu para um combate mais eficaz da pequena
criminalidade, sendo possível evitar situações de furtos de motores, embarcações, detecção
de elementos na prática de ilícitos de pesca ilegal e situações de poluição nos espaços
marítimos, factores que potenciaram um acréscimo do número de contra‐ ordenações
aplicadas.
Salienta‐ se a cooperação com as outras entidades de polícia, que possibilitam a obtenção de
resultados bastante satisfatórios no combate a vários tipos de ilícitos, permitindo ainda a
Página 295
295 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL troca de experiências e valências entre forças, registando‐ se no final de 2008 um total de 118
operações conjuntas.
Através do incremento das acções de policiamento e fiscalização, quer no mar quer no
domínio público marítimo, foi possível garantir a regularidade das actividades marítimas, da
segurança e dos direitos dos cidadãos.
Patrulhamento
Relativamente ao patrulhamento realizado pelos elementos da Autoridade Marítima
Nacional ‐ Polícia Marítima, este baseou‐ se essencialmente em acções de fiscalização e
vigilância enquadrados no seu âmbito e espaço de jurisdição, nos termos da lei. No ano de
2008 obtiveram‐ se resultados positivos, relevando‐ se o combate ao tráfico de droga onde se
registou um aumento do produto apreendido face ao ano anterior, na imigração clandestina
em virtude de inúmeras situações ocorridas em navios de comércio e na criminalidade em
geral.
Igualmente na sinistralidade marítima e na salvaguarda da vida humana no mar, o papel do
patrulhamento dos elementos da Polícia Marítima foi meritório, registando‐ se um elevado
número de acções a solicitações desse âmbito no ano de 2008. Durante a época balnear
releva‐ se o trabalho efectuado através do projecto Seamaster em articulação com o ISN que
atingiu na plenitude os objectivos propostos, ou seja, garantir a segurança dos banhistas e a
promoção de acções de prevenção.
Página 296
296 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Actividades desenvolvidas no âmbito das competências operacionais Programas Específicos de Policiamento
No âmbito da prevenção, verifica‐ se que as diferentes Forças e Serviços de segurança
possuem actualmente diversos programas específicos de policiamento, que tem como
objectivo a prevenção da criminalidade, no entanto a dimensão do dispositivo da Polícia
Marítima distribuído por 5 Comandos Regionais e 28 Comandos Locais, não permite
actualmente a existência de programas desta natureza. Todavia, durante 2008 foram
desenvolvidas acções específicas junto das comunidades com quem a Polícia Marítima mais
interage (piscatória, portuária e da náutica de recreio), tendo esse tipo de interacção o
objectivo de diminuir a criminalidade, defender os bens jurídicos e proteger as potenciais
vítimas.
Pretendeu‐ se dessa forma projectar junto do público uma imagem de uma força com
valências muito próprias e um carácter de polícia de especialidade, que actua com grande
profissionalismo a que terá que corresponder uma equilibrada postura de iniciativa e
proactividade.
Essa postura permitiu, no decurso do ano de 2008, o incremento do número de
fiscalizações na área portuária, permitindo um combate mais profícuo da criminalidade,
nomeadamente na recuperação de motores e embarcações furtados e na detecção de
elementos na prática de ilícitos contra‐ ordenacionaís. Através do aumento das acções de
policiamento e fiscalização foi ainda possível garantir o cumprimento da lei nos espaços da
jurisdição marítima e assegurar os direitos dos cidadãos.
No âmbito das competências operacionais da Polícia Marítima importa referir os dados
referentes à sinistralidade marítima no espaço de intervenção da Autoridade Marítima
Nacional, onde foram apurados 144 acidentes marítimos com embarcações, tendo
resultado três mortes. Apuraram‐ se ainda 626 acidentes pessoais na orla costeira, que
levaram a 838 acções de socorro, que resultaram em 803 pessoas salvas, 11 pessoas
desaparecidas e 114 mortes.
Página 297
297 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Sinistrali Igualmen
no mar, d
428 salva
marítimas
campanh
jurisdição Acções po
Durante o
e fiscaliza
contabiliz
náutica d
marítimo
entrada e
Das inúm
‐ No espa
concretam
Polícia M
coronhas
sete máq
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
dade Marít
te no âmbi
urante a é
mentos ma
sem vig
as e acçõe
marítima.
liciais de r
ano de 20
ção, nos
adas 12.12
e recreio, 3
e 3.207
saída a nav
eras acções
ço de juris
ente no c
arítima re
, guarda‐ m
uinas de ve
Sinistros c
embarcaç
156
11
ima
to das acçõ
poca balnea
rítimos, ten
ilância. Ne
s de sensib
elevo no co
08 foram le
espaços de
6 acções n
.020 a outr
noutros âm
ios.
realizadas
dição do C
anal de ev
cuperou d
ãos, punho
nda de taba
om ões
Acide
pess
657
es vocacio
r, realizara
do sido co
sta matér
ilização ef
mbate à cri
vadas a ca
actuação
a área port
os navios e
bitos. For
no ano de
omando L
acuação d
iverso mat
s e peças d
co, uma m
ntes oais
Vida
322
569
626
2006 2
nadas para
m‐ se 1131
ntabilizada
ia é aind
ectuadas e
minalidade
bo um tota
operacion
uária, 8.12
embarcaç
am ainda,
2008, desta
ocal da Po
a EDP, o g
erial do f
iversas cor
áquina reg
s Salvas
257
803
007 2008
AL
a salvagua
acções, on
s 16 mortes
a relevant
m escolas
l de 43.295
al da Políc
8 no âmbit
ões, 12.129
efectuada
cam‐ se as
lícia Maríti
rupo de m
undo do r
responden
istadora e u
Mortes D
145
109
11 rda da vid
de foram e
, sendo 10
e salienta
e praias vi
acções de
ia Marítim
o da pesca
no domín
s 42.423
seguintes:
ma de Setú
ergulho fo
io, nomea
tes a sete a
m ciclomo
esaparecidos
25 11
7
11
a humana
fectuadas
em zonas
r as 133
giadas de
vigilância
a, sendo
, 4.685 na
io público
visitas de
bal, mais
rense da
damente:
rmas G3,
tor;
Página 298
298 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
‐ No espaço de jurisdição do Comando Local da Polícia Marítima de Sines foram
detectados no mar e apreendidos 64 fardos de produto estupefaciente (haxixe), com
peso de 2.112 kg, numa acção que contou com a colaboração o empenhamento dos
Comandos Regionais da Polícia Marítima do Centro e Sul.
No espaço de jurisdição do Comando Local da Polícia Marítima de Sines, e no âmbito
de uma operação desenvolvida pela PJ, em que a colaboração da Autoridade
Marítima foi fulcral para os resultados atingidos, culminou com a detenção de quatro
indivíduos e à apreensão de 6447 kg de haxixe encontrados a bordo de uma
embarcação de pesca. Operações Externas
Neste âmbito verificou‐ se a presença de elementos da Autoridade Marítima Nacional
em exercícios internacionais, como o exercício de combate à poluição do mar,
denominado "Simulex" e realizado em Marrocos, que foi acompanhado por um
oficial superior no posto de Comando.
Verificou‐ se ainda a presença de elementos da Autoridade Marítima Nacional no
âmbito da "Iniciativa 5+5” Defesa, em diversos fora internacionais, nomeadamente a
presença de um oficial superior no seminário sobre a problemática da imigração
ilegal e as actividades conexas, que decorreram em Marrocos – Agadir, em 6 e 7 de
Outubro. Exercícios de preparação para situações operacionais
Decorreram durante o ano alguns exercícios que tiveram como objectivo a
preparação para situações operacionais, como o exercício “Unified Blade 2008”, que
contou com a presença de elementos da Polícia Marítima, e teve como objectivo
colocar os participantes perante cenários reais em que tem a oportunidade de
desenvolver conhecimentos de contra‐ informação, desenvolver padrões de
procedimento e eliminar problemas e faltas de capacidade de contra‐ informação.
No âmbito da imigração ilegal teve lugar o exercício INTEGREX, que contou com a
presença de elementos da Polícia Marítima, e que teve como finalidade impor a
autoridade do estado perante uma situação de fluxo de imigração ilegal e tráfico de
seres humanos por grupos organizados.
Página 299
299 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Realizaram‐ se exercícios no âmbito do código ISPS, que incidiram em simulações de
ataque a instalações portuárias com explosivos, em que também participaram
autoridades portuárias responsáveis pela segurança e funcionários dos terminais,
sendo que esses exercícios visaram agilizar os procedimentos dos diferentes
intervenientes perante situações de perigo imediato.
No âmbito do combate à poluição por hidrocarbonetos no mar destaca‐ se o
exercício "Austral 2008”, da responsabilidade da Direcção‐ Geral da Autoridade
Marítima, que decorreu na Costa Vicentina tendo por base a simulação de um
derrame de combustível de um navio‐ tanque a 15 milhas da costa na sequência de
uma explosão a bordo. Neste exercício foram realizadas acções de prevenção e
combate à maré negra, sendo activado o 2°grau de prontidão do Plano Mar Limpo.
A Autoridade Marítima Nacional, como Agente de Protecção Civil, participou
activamente no exercício “PROCIV IV 2008" da responsabilidade da Autoridade
Nacional de Protecção Civil, cuja finalidade visou treinar os mecanismos de
articulação entre os diversos Agentes de Protecção Civil, assim como, treinar a
utilização dos sistemas de apoio à decisão. Acções policiais conjuntas no combate à criminalidade
No decurso do ano de 2008 foram desenvolvidas 117 actividades operacionais
conjuntas entre a Polícia Marítima e demais entidades (SEF, PJ, GNR, Guardia Civil,
PSP, Tribunais, SPA, ASAE, DGPA, Secretaria Regional do Ambiente e do Mar), essas
acções ocorreram nos espaços de jurisdição dos Comandos Locais da Polícia
Marítima, tendo incidido sobre diferentes actividades como: a fiscalização da pesca,
a luta contra a imigração ilegal, a manutenção da ordem pública, o combate à droga,
o apoio à desocupação de edifícios, a detenção de indivíduos, a segurança de
individualidades, a fiscalização documental de estabelecimentos de restauração e
bebidas, e o combate a outras actividades ilegais. Este empenhamento visa
prosseguir o definido na Lei de Segurança Interna.
Página 300
300 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Participação em grupos de trabalho específicos
A Autoridade Marítima Nacional tem um oficial de ligação no Gabinete Coordenador
de Segurança e nas instalações do Comando Naval conta com um agrupamento de
seis homens no Comando Operacional da Marinha (COMAR), em serviço permanente,
onde desenvolvem acções de controlo, rastreio e movimento de embarcações no
espaço marítimo sob jurisdição nacional.
Resultados e consequências decorrentes da actividade operacional Detenções e Apreensões
No decurso do ano de 2008 registaram‐ se 25 detenções de pessoas singulares, sendo
que grande parte dessas detenções ocorreram durante o serviço de fiscalização, em
virtude de situações de desobediência, posse de estupefacientes e furtos.
No âmbito da actividade operacional foram realizadas 146 operações policiais
marítimas, que resultaram na apreensão de 3029,6 Kg de estupefacientes, de 3
embarcações de alta velocidade utilizadas no narcotráfico, de várias embarcações de
pesca e recreio no âmbito de ilícitos contra‐ ordenacionais, de artes de pesca, pescado,
utensílios de pesca, e equipamento de mergulho.
Em operações com outras entidades verificou‐ se ainda a apreensão de material
contrafeito, produtos alimentares fora de prazo e combustíveis não licenciados.
Realça‐ se as acções levadas a cabo pelo grupo de mergulho forense da Polícia
Marítima, que durante o ano desenvolveu 30 missões de âmbito operacional de
mergulho, tendo colaborado com diversos organismos na realização de missões
atribuídas a essas entidades: Polícia Judiciária, Bombeiros Voluntários, Polícia de
Segurança Pública e Autoridade Nacional de Protecção Civil. Foram realizadas buscas e
recolhas de material furtado, destacando‐ se: armamento, caixas automáticas de
tabaco, caixas registadoras e caixas ATM. Refira‐ se ainda a realização de acções de
recolha de produtos estupefacientes, busca e recuperação de cadáveres e combate à
pesca ilegal.
Página 301
301 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Ferimentos de elementos policiais durante a actividade operacional
Da actividade dos agentes da Polícia Marítima, foram apurados durante o ano anterior 25
acidentes em serviço, havendo em alguns casos a necessidade de assistência hospitalar.
Não havendo ocorrências mortais a registar.
Ferimentos de civis ou terceiros durante a actividade operacional
Durante a actividade operacional dos agentes da Polícia Marítima não se registaram
quaisquer casos de civis ou terceiros que tenham sofrido ferimentos provocados por
intervenções policiais.
Relatórios de acções operacionais e de informações policiais Análise quantitativa e quantitativa de dados âmbito Segurança Interna
Da análise feita aos dados reportados pelos Comandos Regionais e Locais da Polícia
Marítima referentes a 2008 e mencionados nos gráficos seguintes, verifica‐ se uma
diminuição do número de crimes praticados nos espaços de jurisdição, face aos três anos
anteriores.
Actividades de Segurança Interna de 2006/2007/2008 Variação 2006 2007 2008 2007/06 2008/07 C. Pessoas 246 263 191 6,9% -27,4% C. Património 679 710 697 4,6% -1,8% C. Paz e Humanidade 0 1 2 100% 100% C. Sociedade 38 39 32 2,6% -17,9% C. Estado 23 23 13 0% -43,5% C. P. Legislação Especial 89 63 98 -29,2% 55,5% TOTAIS 1075 1099 1033 +2,2% -6%
Totais Crimes - 2006/2007/2008
Página 302
302 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Actividades de Segurança Interna de 1
o e 2
o Semestres de 2008 1° Semestre 2
o Semestre Variação
C. Pessoas 97 94 -3,1%
C. Património 283 414 46,2%
C. Paz e Humanidade 0 1 100%
C. Sociedade 13 19 46,2%
C. Estado 6 7 16,6%
C. P. Legislação 45 53 17,7%
TOTAIS 444 588 +32,4%
Variação Semestral Criminal
Na análise dos dois semestres de 2008, constata‐ se que existe uma maior
preponderância para a prática de ilícitos criminais durante o segundo semestre do
ano. Essa situação prende‐ se essencialmente com a sazonalidade, ou seja, durante o
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
Contra as Pessoas Contra o Património
Contra a Paz e a Humanidade
Contra a Sociedade
Contra o Estado Previsto Legislação Especial
1º Semestre
1075
1099
1033
1000
1020
1040
1060
1080
1100
1120
2006 2007 2008
Página 303
303 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
período da época balnear, compreendido entre os meses de Junho e Setembro,
verifica‐ se uma maior actividade criminal nos espaços de actuação da estrutura
operacional da Autoridade Marítima Nacional ‐ Comandos Locais da Polícia Marítima.
Relativamente à tipologia de crimes registados observa‐ se que são os crimes contra
as pessoas e contra o património os mais praticados, sendo de realçar os crimes de
furto em embarcações e outros furtos, como os actos muito frequentes. Variação Mensal Criminal 2008
Analisando os valores dos crimes de furtos e roubos verifica‐ se que este tipo de
crimes apresenta uma tendência de crescimento, tal como já havia sucedido no ano
anterior.
No que respeita aos crimes com recurso a actos violentos, no ano de 2008, verificou‐
se um ligeiro aumento dos crimes com recurso a armas, sendo de realçar todavia os
furtos e roubos por esticão ocorridos durante a época balnear, em zonas balneares.
Nos gráficos seguintes pode‐ se verificar a distribuição dos crimes.
0
20
40
60
80
100
120
140
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Contra as pessoas Contra a vida em sociedade Contra o património
Contra o estado Contra a paz e a humanidade Legislação avulsa
Página 304
304 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
m Armas
Furtos Variação 2006 587
oubos co
ariação A
2
2006 2007
2006 6
C
e Roubos – Anual
200
611
m Arma
nual R
6
2008 2007 2
611
623
2006 200
ONFIDENCIA 2006/200
Furtos e 7 20 62
s - 2006/
oubos co 2008 4
587
7 2008
L
7/2008 Roubos
Vari
08 2007
3 4,10
2007/20
m Arma
Variação 2007/06 -66,6%
ação /06 2008/0
% 1,96%
08 s
2008/07 100%
7
II SÉRIE-E — NÚMERO 21
__________________________________________________________________________________________________________
304
Consultar Diário Original
Página 305
305 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Relativamente aos valores referentes às contra‐ ordenações apuradas durante o ano
de 2008 verificou‐ se um total de 8084 autuações relativas a ilícitos contra‐
ordenacionais cometidos nos espaços de jurisdição dos Comandos Locais da Polícia
Marítima, o que representa um aumento do número de indivíduos autuados em
comparação com os anos anteriores, facto este associado, como atrás já foi referido,
ao aumento da população nestas áreas. Foi nas actividades no domínio público
marítimo que se registou um maior aumento face ano anterior, havendo mais 863
autuações, por outro lado assistiu‐ se a um ligeiro decréscimo das coimas aplicadas às
actividades da pesca.
Contra-Ordenações - 2007/2008 Pescas Navegação DPM Outras
2007 2910 492 1310 2421
2008 2767 590 2173 2554
Dif. (2007/2008) (-143) (98) (863) (133)
Totais Contra-Ordenações - 2006/2007/2008
Variação Anual Contra-Ordenações Variação
2006 2007 2008 2007/06 2008/07
Contra-Ordenações 6884 7133 8084 +3,6% + 13,3% 6000
7000
8000
9000
2006 2007 2008
Página 306
306 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Relativamente a ocorrências de poluição por hidrocarbonetos e seus derivados no
espaço de jurisdição da Autoridade Marítima verificou‐ se um número superior de
acidentes detectados face ao ano anterior, assinalando‐ se 38 que originaram 34 acções
conjuntas de combate à poluição, através dos órgãos locais da Autoridade Marítima com
o reforço do Serviço de Combate à Poluição no Mar por Hidrocarbonetos, ambos sobre
a tutela da Direcção‐ Geral da Autoridade Marítima e, ainda, nalguns portos, em
coordenação com as respectivas Administrações Portuárias.
Em todas as situações, o dispositivo da Autoridade Marítima Nacional, em conformidade
com o Plano Mar Limpo, manteve a prontidão adequada, envolvendo a participação de
elementos das estruturas regionais e locais da Direcção‐ Geral da Autoridade Marítima,
reforçada pelo pessoal do Serviço de Combate à Poluição no Mar por Hidrocarbonetos,
podendo em determinadas situações haver a necessidade do envolvimento de outros
meios da Marinha e da Força Aérea, bem como diversos departamentos do Estado,
nomeadamente o Ambiente, Protecção Civil, Autarquias e Administrações Portuárias.
Efectivamente, a poluição marítima constituindo uma agressão de âmbito económico
que afecta particularmente o meio marinho e os seus ecossistemas, tem de ser
assumida como uma das ameaças mais prementes para a segurança dos Estados
costeiros e ribeirinhos.
Relativamente aos crimes contra a autoridade, verificou‐ se no ano de 2008 um
decréscimo do número de situações de desobediência e resistência à autoridade, tendo‐
se registado 8 ocorrências. Este facto, se comparado com o ano anterior onde se
verificam 17 ocorrências, traduz um menor número desse tipo de incidentes, que na
maior parte das vezes sucedem durante acções de fiscalização no âmbito da pesca, dos
transportes fluviais e nas praias durante a época balnear.
Relatórios de acções policiais de especial relevância
Pesca Ilegal Saliente‐ se ainda, que no âmbito do combate à pesca ilegal do meixão, a acção de
fiscalização da Polícia Marítima decorreu por todo o país, sendo que nos meses de
Novembro e Dezembro, período de maior concentração desta espécie em águas
estuarinas, foram apreendidas inúmeras redes e muitos quilogramas da referida
espécie, entretanto devolvida ao habitat natural, e pela elaboração dos competentes
autos de notícia.
Refira‐ se que a prática dessa actividade ilegal, bastante lucrativa para os infractores, é
tipificada e sancionada em termos contra‐ ordenacionais quando desenvolvida nos
Página 307
307 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
espaços sob jurisdição da Autoridade Marítima, e punida criminalmente quando
desenvolvida em águas interiores sob jurisdição do Ministério do Ambiente.
Tráfico de Droga No decurso do ano de 2008 verificou‐ se um aumento da quantidade total de produto
estupefaciente apreendido face ao ano passado, registando‐ se as seguintes apreensões
por parte da Polícia Marítima: 2903 kg de Haxixe e 126,6 kg de Cocaína.
Quanto à localização do produto estupefaciente apreendido, verifica‐ se que o maior
número de apreensões ocorreram no sul do país, no entanto a maior apreensão teve
lugar em Sines, numa operação com o apoio dos mergulhadores da armada, foram
detectados e apreendidos 2112 Kg de Haxixe.
Foram igualmente realizadas operações conjuntas com as demais Forças e Serviços de
segurança, que culminaram com a detecção de grandes quantidades de estupefacientes.
Prestada colaboração ao Comando Naval, nomeadamente no apoio prestado aos navios
que vigiam a costa portuguesa, e que efectuaram no decurso do ano algumas
apreensões de estupefacientes significativas, sendo que nestes casos os Comandos
Locais da Polícia Marítima disponibilizam os seus meios e recursos para as diligências
necessárias.
Imigração Ilegal
Neste âmbito, no decurso do ano de 2008, verificaram‐ se 15 situações com imigrantes
ilegais a bordo de navios de comércio que praticaram portos nacionais, tendo em conta
que, na maior parte desses casos, foram mantidos a bordo durante a estadia dos navios
nos portos, sobre a responsabilidade do capitão do navio. Apesar das medidas referidas,
verificaram‐ se tentativas de fuga, pelo que foi solicitada à Polícia Marítima vigilância
específica para alguns dos visados, nomeadamente quando da sua permanência a bordo
de navios em trânsito em portos nacionais.
Relativamente às nacionalidades dos indivíduos detectados, são os de nacionalidade
marroquina os mais recorrentes, sendo os portos nacionais de Lisboa, Setúbal e Leixões
os que verificaram maior número de ocorrências deste tipo. Registe‐ se, ainda, que em
algumas acções de fiscalização da pesca, foi detectada a presença a bordo das
embarcações de indivíduos estrangeiros, em situação ilegal no país, na maior dos casos
de nacionalidade brasileira.
Igualmente, durante a época balnear, verificaram‐ se ocorrências com indivíduos ilegais,
que se dedicavam à venda ambulante e a outras actividades e que, por se encontrarem
indocumentados, foram presentes às autoridades competentes.
Página 308
308 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Terrorismo
Relativamente ao terrorismo, nas missões e intervenções da Polícia Marítima no seu
espaço de actuação não foram verificadas situações que possam ser identificados como
actos terroristas. Todavia, apesar de se considerar ser de baixa probabilidade, Portugal
não está imune a acções terroristas por via marítima, o que exige uma prevenção
permanente e vigilância adequada dos espaços marítimos.
Na verdade, o mar sempre foi e continuará a ser um grande espaço de circulação de
pessoas e bens, com interesses e actividades diversificadas, incluindo práticas delituosas
de vária ordem, o que pode constituir um cenário propício a atentados à economia e à
segurança que importa acautelar.
A posição geográfica de Portugal, no que se refere à sua fronteira marítima, e em
especial às 200 milhas da sua Zona Económica Exclusiva, tem de ser entendida como
extremamente importante para a segurança nacional, pelo que se garantiu a
interligação tutelar, funcional e operacional entre o emprego da vertente naval, através
das unidades do Comando Naval e o dispositivo dos órgãos locais da Autoridade
Marítima, assumido pelos Departamentos Marítimos, Capitanias, Comandos Regionais e
Locais da Polícia Marítima, através do conceito de Marinha de duplo uso.
Refira‐ se que no ano de 2008 realizaram‐ se exercícios de ameaça de bomba em espaços
portuários no âmbito do código ISPS, que tiveram a finalidade de agilizar pormenores de
actuação entre os diferentes intervenientes em casos desta natureza, participando
elementos da Autoridade Marítima, Administrações Portuárias, Bombeiros e Terminais
Portuários.
Delinquência Juvenil e Grupal
Neste âmbito, apuraram‐ se somente 6 casos, sendo que a maior parte ocorreu em
transportes colectivos fluviais e zonas balneares, aparentemente sem grande expressão.
Página 309
309 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Formação
Elementos policiais que concluíram acções de formação internas e externas
Durante o ano de 2008 foram ministradas um total de 4584 horas de formação, quer
internas quer externas, prestadas dum modo geral a todo o efectivo de elementos da
Polícia Marítima.
Cursos de formação base para ingresso na carreira policial
Realizaram‐ se dois cursos de formação, um iniciado em 2007, o 31° curso de formação
de agentes da Polícia Marítima, que 68 agentes estagiários concluíram com êxito. E o
curso de subchefes da Polícia Marítima, frequentado por 20 agentes, que ascenderam a
essa mesma categoria.
Discriminação por áreas técníco policiais
As áreas em que essas formações incidiram foram bastante diversificadas, incluindo
formações mais especializadas como o “Swat”, o “Boarding”, a “Taser”, o “Fast Rope”, o
escudo táctico balístico, mergulhador forense, o tiro rápido e a “Shot Gun”, até áreas
mais específicas da Polícia Marítima tais como; aperfeiçoamento em fiscalização
marítima, curso nadador‐ salvador, de viaturas articuladas, condução de botes e
motores, liderança, recolha e identificação de explosivos, marinharia e navegação,
tecnologias de informação, patrão de semi‐ rígida, análise de trabalho, desenho de
cursos, técnicas de formação, atendimento ao público, limitação de avarias, higiene e
segurança, socorrismo, tiro com pistola e tácticas policiais.
Página 310
310 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Total € 355 134, 39
Quadro resumo de abates Designação Quantidade Equipamento técnico-policial 35 Total 35
Aquisições e Abatimento de Equipamento Auto
Quadro resumo de aquisições Designação Valor Tratocarros 111.189,20 €
Total 111.189,20 € Quadro resumo de abates Designação Quantidade Viaturas 1 Moto 4 1 Total 2
II SÉRIE-E — NÚMERO 21
__________________________________________________________________________________________________________
310
Consultar Diário Original
Página 311
311 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Aquisições e Abatimento de Material Informático
Quadro resumo de aquisições Designação Valor Material informático 88.561,20 €
Total 88.561,20 € Quadro resumo de abates No ano de 2008 não foi abatido material informático em virtude deste material ter sido substituído recentemente.
Outros Investimentos
Quadro resumo de aquisições Designação Valor Manutenção de Embarcações 450.243,04 € Total 450.243,04 € Quadro resumo de abates Designação Quantidade Armas 75 Motores fora de borda 2 Material de armamento e 320 pequeno equipamento Material diverso 4 Total 401
Valor Total dos Investimentos
O investimento realizado no ano de 2008 foi de 1.005.127,63 €.
Página 312
312 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Recursos Humanos Entradas/Saídas de elementos Civis
Relativamente ao pessoal civil, durante o ano de 2008, registou‐ se a passagem de um
elemento à situação de aposentação, tendo‐ se registado, por outro lado, o ingresso um
elemento civil na Autoridade Marítima.
Entradas/Saídas de elementos da Polícia Marítima
Em 18 de Julho de 2008 ingressaram no quadro de pessoal da Polícia Marítima, 68
agentes de 3a Classe, e regressou um agente de 1ª Classe que se encontrava em
situação de licença sem vencimento de longa duração.
Durante o ano de 2008 registaram‐ se as seguintes mudanças de situação do pessoal na
Polícia Marítima: passaram à aposentação 8 elementos, à pré‐ aposentação fora da
efectividade do serviço 12 elementos, à pré‐ aposentação na efectividade de serviço 10
elementos e à situação de licença sem vencimento de longa duração 2 elementos.
Projectos na área dos Recursos Humanos
Nesta área fundamental para a Polícia Marítima o alargamento do Quadro de Pessoal da
Polícia Marítima, o novo regime de carreiras, e o novo regime remuneratório são os
projectos mais sensíveis que urge resolver. Estratégias de Segurança para 2009 No âmbito da sua missão compete à Polícia Marítima garantir e fiscalizar o cumprimento
da lei nos espaços marítimos definidos como área de jurisdição das Capitanias, com vista
a preservar e assegurar a regularidade das actividades marítimas, a segurança e os
direitos dos cidadãos, exercendo as competências definidas no quadro legislativo
aplicável.
A estratégia para cumprir esta missão assenta em quatro objectivos que a seguir se
identificam: Objectivo 1 - Modernizar e qualificar os serviços prestados e os procedimentos adoptados, bem como reforçar a cooperação com outras entidades públicas e privadas,
Página 313
313 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL visando a elevação dos níveis de desempenho, a satisfação dos utentes e a melhoria da imagem institucional da Polícia Marítima, Autoridade Marítima Nacional e da Marinha.
Objectivo 2 - Ministrar acções de formação diversificada, aos agentes da Polícia Marítima, nomeadamente, em áreas operacionais como a abordagem e buscas em embarcações (“VBSS”), "SWAT", ”TASER", navegação, e técnicas policiais, e também ministrar formação na área administrativa como o atendimento ao público.
Objectivo 3 - Aumentar a eficácia e a eficiência no âmbito da fiscalização, prevenção e repressão de ilícitos, e na segurança das embarcações e tripulações no mar, nos espaços de jurisdição marítima.
Objectivo 4 - Gestão da informação através da recolha, tratamento e difusão de informações de carácter operacional, em cooperação com outras forças policiais e organismos do Estado.
No âmbito da Lei n.° 51/2007, de 31 de Agosto, que define os objectivos, prioridades e
orientações de política criminal para o biénio de 2007‐ 2009, e em articulação com os
objectivos que caracterizam a missão da Polícia Marítima, foram definidas cinco linhas
de acção:
a) Investir na formação do pessoal;
b) Aumentar a eficácia no combate às actividades ilícitas;
c) Incrementar o treino e a avaliação;
d) Desenvolver a cooperação e a articulação com as outras Forças e Serviços de segurança; e
e) Integrar novas tecnologias de informação.
No âmbito do interesse público projecta‐ se ainda para este ano a adopção de
procedimentos que visam tornar mais célere a tramitação processual, com a introdução
do pagamento por ATM das coimas oriundas dos processos de contra‐ ordenação
marítima.
Com estas linhas de acção pretende‐ se que os agentes da Polícia Marítima adquiram
novos conhecimentos e valências de modo a melhorar a qualidade dos serviços
prestados, transmitam uma imagem de profissionalismo e operacionalidade para a
opinião pública, e melhorem a interacção com as demais Forças e Serviço de Segurança,
através de acções cooperativas.
Página 314
314 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL LINHAS DE ACÇÃO PARA 2009
Investir na formação do pessoal
No que concerne à formação do pessoal prevê‐ se para o ano de 2009 um incremento
nesta vertente, com vista ao desenvolvimento de novas capacidades no âmbito
operacional da Polícia Marítima.
Metas de desempenho chave
• Ministrar acções de formação multidisciplinar aos agentes; • Desenvolver grupos de mergulho forense e "Swat”; • Investir na formação e treino específico das equipas de abordagem; • Incrementar a formação "Taser”; • Incrementar as técnicas de abordagem e buscas em embarcações (“VBSS”).
Aumentar a eficácia no combate às actividades ilícitas Neste âmbito pretende‐ se, em 2009, reforçar a centralização da informação através da
inserção no Sistema Integrado de Informação Criminal de toda a informação disponível
e relevante relacionada com a produção e tráfico de droga e precursores. Prevê‐ se, de
igual modo, o desenvolvimento de projectos multidisciplinares, de actuação
complementar, coordenada e de partilha de informação na fiscalização e na
investigação criminal ilícita por via marítima.
Metas de desempenho chave
• Aumentar o número de acções de vigilância, controlo e fiscalização no mar e zonas ribeirinhas; • Reforçar a participação nas operações regulares, que têm sido realizadas na Costa Algarvia, na Costa Vicentina e Açores; • Aumentar os índices de cooperação e articulação entre as diversas entidades com competências ao nível da fiscalização, vigilância, controlo e investigação criminal.
Incrementar o treino e a avaliação
Página 315
315 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Prevê‐ se para o ano de 2009 um incremento das acções de treino e avaliação nas áreas
específicas da Polícia Marítima, incluindo a realização de exercícios de “Humint”, com o
objectivo de treinar as competências técnicas de investigação, nomeadamente nos
actos de investigação criminal e no apoio à obtenção de material de prova, com impacto
na melhoria da capacidade de controlo do crime e da violência.
Metas de desempenho chave
• Habilitar os agentes da polícia com conhecimentos de inspecção judiciária; • Melhorar o desempenho policial com a utilização das técnicas de investigação.
Desenvolver a cooperação e a articulação com outras Forças e Serviços de segurança Durante 2009, a Polícia Marítima irá continuar a desenvolver acções de cooperação,
assim como os mecanismos de articulação com as restantes Forças e Serviços de
segurança, de modo a que o combate às actividades ilícitas se torne mais eficiente e
eficaz.
Metas de desempenho chave
• Participação nos Grupos de Trabalho que têm por objectivo a criação de um sistema que permita a interoperabilidade entre os diversos sistemas, com vista à partilha de dados e informações operacionais entre as diversas Forças e Sistemas de Segurança; • Continuação da participação de oficial de ligação no Gabinete Coordenador de Segurança; • Disponibilização de informação actualizada relativa às ocorrências relevantes que se registaram no espaço de jurisdição.
Integrar novas tecnologias de informação
No decurso do ano de 2009 está prevista a utilização de uma nova plataforma baseada
num dispositivo único centralizado e alargado a todo o dispositivo, que irá permitir à
Polícia Marítima possuir uma ferramenta de suporte à tomada de decisão baseada na
informação alargada e em tempo real. Esta capacidade, quando edificada, irá permitir a
partilha de informação e dados entre as diversas Forças e Serviços de segurança.
Metas de desempenho chave
• Desenvolver um sistema informático que permita organizar e manter actualizada a informação necessária ao exercício das missões da Polícia Marítima; • Ministrar formação aos agentes para operarem este sistema;
Página 316
316 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL • Inspeccionar e avaliar a implementação deste sistema.
Síntese Conclusiva
No âmbito da missão específica da Polícia Marítima, e resultante da estratégia definida
para 2009, foram estabelecidos quatro objectivos, assentes em cinco linhas de acção.
Estas linhas de acções visam o crescimento, desenvolvimento e solidificação dos
conhecimentos adquiridos, de modo a servir o interesse público no rigoroso
cumprimento da legislação em vigor no seu espaço de jurisdição.
As linhas de acção da Polícia Marítima estabelecidas para 2009 foram:
a) Investir na formação do pessoal;
b) Aumentar a eficácia no combate às actividades ilícitas;
c) Incrementar o treino e a avaliação;
d) Desenvolver a cooperação e a articulação com as outras Forças e Serviços de segurança; e
e) Integrar novas tecnologias de informação.
Página 317
317 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Instituto Nacional de Aviação Civil
Compete ao Presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Aviação
Civil (INAC), enquanto Autoridade Nacional de Segurança da Aviação Civil (ANSAC), a
coordenação e supervisão do sistema nacional de segurança da aviação civil, bem como
a regulação, certificação e auditoria dos agentes, operadores, equipamentos e sistemas
afectos à segurança da aviação civil.
De acordo com o solicitado, discrimina‐ se infra a informação relativa às actividades de
segurança (mais relevantes) da aviação civil em Portugal durante o ano de 2008. Regulamentação Em Dezembro de 2002, na sequência dos acontecimentos ocorridos nos Estados Unidos
em 11 de Setembro de 2001, o Parlamento Europeu e o Conselho aprovaram o
Regulamento (CE) n.º 2320/2002, que veio estabelecer regras comuns no domínio da
segurança da aviação na União Europeia.
Por força do disposto no n.º2 do artigo 4º do Regulamento (CE) n.º 2320/2002, a
Comissão viria a adoptar medidas de aplicação das normas de base comuns sobre a
segurança da aviação em toda a Comunidade. Nesse sentido o Regulamento (CE) nº
622/2003 da Comissão, de 4 de Abril de 2003, relativo ao estabelecimento de medidas
de aplicação das normas de base comuns sobre a segurança da aviação foi o primeiro
acto a estabelecer tais medidas, tendo sido alterado 14 vezes desde a sua adopção.
Decorridos seis anos após a sua implementação e considerando a experiência,
entretanto, adquirida e as sucessivas alterações atrás referidas, a Comissão Europeia,
por razões de clareza e racionalidade considerou conveniente consolidar todas as
alterações num novo regulamento e apresentou uma proposta para revogação e
substituição dos referidos Regulamentos, tendo em vista a simplificação, harmonização
e clarificação das regras existentes e o aumento dos níveis de segurança.
A Comissão, atendendo a que era necessária maior flexibilidade na adopção de medidas
e procedimentos de segurança para dar resposta à evolução das avaliações de risco e
permitir a introdução de novas tecnologias, considerou que o novo regulamento deveria
estabelecer os princípios de base das medidas a adoptar para proteger a aviação civil
contra actos de interferência ilícita. Alguns destes princípios que se encontravam
descritos em regulamentação classificada, passaram agora a ser do domínio público,
tendo sido omitidos, apenas, os pormenores técnicos e processuais de aplicação desses
Página 318
318 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL princípios, que viriam a ser publicados sob a forma de Decisão, competindo aos Estados
Membros a sua divulgação às partes interessadas com base no principio da necessidade
de conhecer.
Assim, durante o ano de 2008 foram adoptados os seguintes documentos:
9 Regulamento (CE) nº 300/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho de 11 de Março de 2008, relativo ao estabelecimento de regras comuns no domínio da segurança da aviação civil e que revoga, o Regulamento (CE) nº 2320/2002; 9 Regulamento (CE) nº 820/2008 da Comissão de 8 de Agosto de 2008, que estabelece medidas para a aplicação das normas de base comuns sobre a segurança da aviação e que revoga o Regulamento (CE) nº 622/2003; e 9 Decisão (CE) n.º 8/2008 da Comissão de 8 de Agosto de 2008 que estabelece medidas adicionais para a aplicação das normas de base comuns sobre a segurança da aviação.
Tendo por base a supracitada regulamentação, os procedimentos nacionais que dizem
respeito à segurança da aviação civil estão a ser adoptados e compatibilizados com a
regulamentação nacional relevante. Valores de tráfego controlado nos aeroportos nacionais
TRÁFEGO COMERCIAL Var
2007 2008 2008/2007
Total aterragens 145974 150805 3,3%
Total descolagens 145759 150636 3,3%
Total passageiros desembarcados 13408545 13820496 3,1%
Total passageiros embarcados 13507204 13926973 3,1%
Total passageiros em transito 499928 302341 -39,5%
Total carga desembarcada 61426030 64647540 5,2%
Total carga embarcada 72270615 73737439 2,0%
Total correio desembaracado 8145702 9716337 19,3%
Total correio embarcada 10091578 10016917 -0,7%
Total Comercial
Página 319
319 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL TRÁFEGO NÃO COMERCIAL Var
2007 2008 2008/2007
Total aterragens 31515 32462 3,0%
Total descolagens 31698 32696 3,1%
Total passageiros desembarcados 20797 18406 -11,5%
Total passageiros embarcados 19836 17958 -9,5%
Total passageiros em transito 7312 4269 -41,6%
Total carga desembarcada 95587 154515 61,6%
Total carga embarcada 76194 168985 121,8%
Total correio desembaracado 19291 2537 -86,8%
Total correio embarcada 603 113 -81,3%
não comercial TOTAL TRÁFEGO COMERCIAL E NÃO COMERCIAL Var
2007 2008 2008/2007
Total aterragens 179614 184368 2,6%
Total descolagens 179581 184403 2,7%
Total passageiros desembarcados 13431097 13840294 3,0%
Total passageiros embarcados 13529328 13946541 3,1%
Total passageiros em transito 509044 310521 -39,0%
Total carga desembarcada 61522090 64823556 5,4%
Total carga embarcada 72347579 73908753 2,2%
Total correio desembarcado 8165413 9748032 19,4%
Total correio embarcada 10092200 10018492 -0,7%
Total TRÁFEGO UNIÃO EUROPEIA NÃO SHENGEN Var
2007 2008 2008/2007
Total aterragens 22795 23558 3,3%
Total descolagens 22964 23321 1,6%
Total passageiros desembarcados 2953529 3057223 3,5%
Total passageiros embarcados 2994071 3089586 3,2%
Total passageiros em transito 20477 6818 -66,7%
Total carga desembarcada 3098873 3012400 -2,8%
Total carga embarcada 5350611 4309916 -19,5%
Total correio desembarcado 425367 529783 24,5%
Total correio embarcado 453689 393870 -13,2%
EU N Schengen
Página 320
320 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL TRÁFEGO PAÍSES TERCEIROS Var
2007 2008 2008/2007
Total aterragens 16089 16994 5,6%
Total descolagens 16474 16911 2,7%
Total passageiros desembarcados 1942006 2095232 7,9%
Total passageiros embarcados 1898732 2068597 8,9%
Total passageiros em transito 79645 42915 -46,1%
Total carga desembarcada 15112217 17734314 17,4%
Total carga embarcada 28073354 32570220 16,0%
Total correio desembarcado 727755 704806 -3,2%
Total correio embarcado 2515601 1979767 -21,3%
Paises terceiros TRÁFEGO PAÍSES SCHENGEN Var
2007 2008 2008/2007
Total aterragens 140710 143851 2,2%
Total descolagens 140129 144136 2,9%
Total passageiros desembarcados 8535517 8687839 1,8%
Total passageiros embarcados 8636493 8788358 1,8%
Total passageiros em transito 408922 260788 -36,2%
Total carga desembarcada 43311000 44076842 1,8%
Total carga embarcada 38923614 37028617 -4,9%
Total correio desembarcado 7012291 8513443 21,4%
Total correio embarcado 7122910 7644855 7,3%
Schengen TOTAL TRÁFEGO UNIÃO EUROPEIA NÃO SHENGEN, PAÍSES TERCEIROS E PAÍSES SCHENGEN Var
2007 2008 2008/2007
Total aterragens 179614 184403 2,7%
Total descolagens 179581 184368 2,7%
Total passageiros desembarcados 13431097 13840294 3,0%
Total passageiros embarcados 13529328 13946541 3,1%
Total passageiros em transito 509044 310521 -39,0%
Total carga desembarcada 61522090 64823556 5,4%
Total carga embarcada 72347579 73908753 2,2%
Total correio desembarcado 8165413 9748032 19,4%
Total correio embarcado 10092200 10018492 -0,7%
Total
Página 321
321 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Auditorias/inspecções/testes em território nacional Durante o ano de 2008 Portugal foi alvo de duas inspecções no âmbito do programa de
inspecções da Comissão Europeia. Tal programa visou aferir o grau de cumprimento
com as disposições constantes na regulamentação europeia que estabelece as regras e
medidas de aplicação das normas de base comuns sobre segurança da aviação, uma ao
Aeroporto Francisco Sá Carneiro no Porto, e outra ao Aeroporto da Portela em Lisboa.
Ainda no âmbito internacional Portugal foi objecto de uma auditoria de seguimento,
que decorreu entre os dias 18 e 21 de Outubro de 2008, e que se inseriu no plano de
acompanhamento da auditoria efectuada pela Organização da Aviação Civil
Internacional, em Julho e Agosto de 2006, e cuja finalidade foi confirmar o nível de
implementação do plano de acções correctivas apresentado por Portugal, tendo
culminado no encerramento do processo, uma vez que estavam cumpridas e
implementadas as acções correctivas propostas.
No plano nacional aumentou significativamente o número de actividades de
monitorização das medidas de segurança aos aeroportos, transportadoras aéreas e
outras entidades às quais se aplica o Programa Nacional de Segurança da Aviação Civil,
vulgo PNSAC.
No total foram efectuadas 23 auditorias no âmbito do processo de certificação de
agentes reconhecidos, 1 auditoria ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, e 8
inspecções a outros aeroportos, transportadoras aéreas e outras entidades. Incidentes reportados
Ameaça de Bomba Validada Não houve registos em 2007 e 2008. Ameaça de Bomba Não Validada (acumulado)
5 5
0
0,5
1
1, 5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
Total Aeroportos
2007
2008
N
º d
e aneaç
as de bomba não v
al
id
adas
Página 322
322 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Total Aeroportos
2007
2008
N
º de p
as
s
age
i
r
os i
na
dmi
s
s
í
v
e
i
s
58
52
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
Total Aeroportos
2007
2008
N
º de pas
s
agei
r
os des
or
d
ei
r
os
240
274
220
230
240
250
260
270
280
Total Aeroportos
2007
2008
N
º de fur
t
o
s em z
ona públ
i
c
a
II SÉRIE-E — NÚMERO 21
__________________________________________________________________________________________________________
322
Consultar Diário Original
Página 323
323 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Furtos Zona Crítica de Segurança (acumulado)
Violação de Bagagem na Zona Restrita de Segurança (acumulado)
Bagagem de Porão – nível 4 (acumulado)
15 2
78
0
20
40
60
80
10 0
12 0
14 0
16 0
Total Aeroportos
2007
2008
N
º d
e fur
t
os e
m z
o
n
a r
e
s
t
r
i
ta de s
egur
anç
a
87
10 5
0
20
40
60
80
10 0
12 0
Total Aeroportos
2007
2008
Nº
9.716
33.818
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
Total Aeroportos
2007
2008
N
º de baga
gem p
o
r
ã
o n
í
v
e
l 4
Página 324
324 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Bagagem de Porão – nível 5 (acumulado)
Bagagem Abandonada (acumulado)
Ocorrências junto aos pontos de rastreio (acumulado)
10 4
88
80
85
90
95
10 0
10 5
Total Aeroportos
2007
2008
N
º d
e bag
age
m p
or
ão ní
v
e
l 5
245
59
0
50
10 0
150
200
250
Total Aeroportos
2007
2008
N
º de b
aga
gem ab
and
ona
da
474
721
0
10 0
200
300
400
500
600
700
800
Total Aeroportos
2007
2008
N
º de o
c
or
r
ê
nc
i
as j
u
nt
o aos p
ont
os d
e r
as
t
r
ei
o
Página 325
325 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
488.590
461.901
445.000
450.000
455.000
460.000
465.000
470.000
475.000
480.000
485.000
490.000
Total Aeroportos
2007
2008
Q
uanti
dade de l
í
qui
dos c
onf
i
s
c
ados na or
i
gem
Procedimento irregular de segurança (acumulado)
Quantidade de líquidos confiscados na origem, em litros (acumulado)
Quantidade de líquidos confiscados em transferência, em litros (acumulado)
48.570
59.626
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
Total Aeroportos
2007
2008
Q
uan
ti
d
a
d
e d
e lí
qu
id
os c
o
n
fi
sc
a
d
os e
m t
r
an
s
f
er
ênc
i
a
221
409
0
50
10 0
150
200
250
300
350
400
450
Total Aeroportos
2007
2008
N
º de pr
o
c
edi
m
ent
o
s i
r
r
e
gul
ar
es de s
egur
an
ç
a
Página 326
326 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Outros Incidentes (acumulado)
Deportados 2007 2008 Cidadãos Nacionais deportados pelos E.U.A., por via aérea 132 171
Certificações / recertificações de pessoal de segurança da aviação civil
2007 2008 Elementos de Segurança 830 697 Supervisores de Segurança 230 91 TOTAL 1060 788
Formação Durante o ano transacto, o Gabinete de Facilitação e Segurança ministrou 2 cursos de
Formação de Formadores em Segurança da Aviação Civil e 2 cursos de Auditor em
Segurança da Aviação Civil, tendo sido qualificados 23 formadores e 22 auditores.
39
200
0
20
40
60
80
10 0
12 0
14 0
16 0
18 0
200
Total Aeroportos
2007
2008
N
º de ou
t
r
os i
nc
i
dent
e
s
Página 327
327 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Outras actividades Em de Setembro de 2008 foi assinado um Protocolo de Cooperação entre o Instituto
Nacional de Aviação Civil, I.P. e a Polícia de Segurança Pública (PSP) no âmbito da
Segurança da Aviação Civil (Security), com o objectivo de solidificar a cooperação entre
estas duas Instituições, no sentido de dar maior eficiência ao funcionamento do Sistema
da Autoridade Aeronáutica Nacional, através da criação de equipas compostas por
elementos de ambas as entidades, quer na frequência de acções de formação
organizadas pelas duas instituições, quer quando à realização de actividades
operacionais de fiscalização, inspecção, auditorias e teste no âmbito da segurança da
aviação civil.
Página 328
328 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Serviços Prisionais Introdução Nos termos do disposto no artigo 12º, n.º2, al. m), da Lei n.º 53/2008, de 4 de
Setembro, o Director‐ Geral dos Serviços Prisionais passou a integrar o Conselho Superior
da Segurança Interna, o que justifica a inclusão no presente Relatório de dados
respeitantes à actividade da Direcção‐ Geral dos Serviços Prisionais.
Enquadramento
O Decreto‐ Lei n.º 125/2007, de 27 de Abril, aprovou a lei orgânica da DGSP, definindo a
missão, atribuições e tipo de organização interna.
A Direcção‐ Geral dos Serviços Prisionais tem por missão assegurar a gestão do sistema
prisional, nomeadamente da segurança e da execução das penas e medidas privativas
da liberdade, assegurando condições de vida compatíveis com a dignidade humana e
contribuindo para a defesa da ordem e da paz social, através da manutenção da
segurança da comunidade e da criação de condições de reinserção social dos reclusos,
permitindo‐ lhes conduzir a sua vida de forma socialmente responsável.
No ano de 2008, a DGSP deu prossecução aos seguintes objectivos estratégicos:
1. Reforma do Parque Penitenciário – traduzido, nomeadamente, nos contributos para a
definição do modelo do EP‐ Tipo, e em obras de requalificação (EP Paços de Ferreira, EP
Linhó, EP Alcoentre e EP Évora);
2. Garantir e Melhorar a Segurança do Sistema Prisional – nomeadamente, através de
investimentos em infra‐ estruturas e equipamentos, do incremento de revistas e buscas,
da realização de concurso para admissão de 300 novos guardas prisionais, da admissão
de 78 novos guardas prisionais do sexo feminino;
3. Racionalizar o Funcionamento Administrativo e Financeiro do Sistema Prisional ‐
nomeadamente através da simplificação de circuitos, modelos e procedimentos;
4. Aumentar as Oportunidades de Reinserção Social e a Qualidade da Prestação de
Cuidados de Saúde dos Cidadãos em Cumprimento de Medidas Privativas de Liberdade
– nomeadamente através do reforço das medidas de empregabilidade, do
desenvolvimento de programas de intervenção específicos, do incremento da
elaboração de Planos Individuais de Readaptação a reclusos condenados e da realização
de concurso público internacional destinado a melhorar a prestação de cuidados de
saúde à população prisional;
Página 329
329 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL 5. Melhorar a Qualificação dos Recursos Humanos – nomeadamente através do
desenvolvimento de um amplo plano de formação interna.
Parque Prisional No ano de 2008, o parque prisional era composto por 50 Estabelecimentos Prisionais –
17 Centrais, 4 Especiais, 28 Regionais e 1 Cadeia de Apoio – distribuídos de Norte a Sul
do país, bem como pelas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, com uma
capacidade total de 12 149 lugares.
Os estabelecimentos especiais são assim designados em função da população para que
estão vocacionados – 2 para mulheres, 1 para jovens adultos e 1 hospital prisional.
Nos estabelecimentos prisionais centrais está incluído o EP Évora, vocacionado
exclusivamente para alojar reclusos que, por força das funções anteriormente exercidas,
carecem de especial protecção, nomeadamente, indivíduos pertencentes a forças de
segurança.
Os estabelecimentos prisionais estão classificados, em função da segurança, como
fechados, mistos e de segurança máxima.
De segurança máxima existe o EP Monsanto, o qual entrou em funcionamento em Maio
de 2007, e se destina a reclusos relacionados com crimes violentos, nomeadamente,
ligados a redes de tráfico de estupefacientes e à criminalidade transnacional organizada,
bem como a reclusos com alterações significativas de comportamento, susceptíveis de
criar situações graves para a segurança do próprio, do sistema prisional e da
comunidade.
Existem ainda em funcionamento duas secções de segurança, instaladas junto de dois
estabelecimentos prisionais centrais (EP Paços de Ferreira e EP Linhó), vocacionadas
para alojamento temporário de reclusos em regime de segurança.
Página 330
330 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Recursos Humanos
Efectivos em exercício de funções em 31.12.2008 Grupo / Carreira Número
Dirigentes 22
Directores de Estabelecimento Prisional 46
Inspectores Coordenadores 3
Técnico Superior Técnico Superior 165
Técnico superior de Reeducação 182
Administrador Prisional 21
Informática Especialista de Informática 10
Técnico de Informática 8
Pessoal Médico 37
Pessoal de Enfermagem 88
Técnica 34
Técnico‐ profissional 25
Chefes de Secção 43
Assistente Administrativo 503
Pessoal Operário 78
Pessoal Auxiliar 196
Guarda prisional 4340
Total
5801
Página 331
331 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
O Cor
eleme
que re
O Corp
(GISP)
design
estabe
ou de
Com u
mome
Ao lo
repres
po da Gua
ntos, distri
sulta num
o da Guard
, o qual
adamente,
lecimentos
alto risco; e
m efectiv
nto um esq
Breve cara
ngo do an
enta por co
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
0
1000
2000
3000
4000
rda Prision
buídos da s
rácio de 2,5
a Prisional
constitui
para ado
prisionais;
fectuar rem
o de 1 Ch
uadrão, co
Popula
cterização
o de 200
mparação
Preventivos
2674
45
Chefes
al, a 31 d
eguinte for
reclusos p
integra ain
o agrup
ptar acçõe
tomar me
oções de
efe, 23 Su
nstituído p
ção pri
8, entraram
com o ano
C
Recluso
447
Subche
e Dezemb
ma: 3848 G
or cada ele
da o Grupo
amento d
s preventiv
didas prote
reclusos, no
bchefes e
or 4 unidad
sional
no siste
anterior um
ondenados
2746
s entrados e
fes G
ro de 200
uardas, 44
mento do C
de Interve
e operaçõ
as ou rep
ctivas de e
meadame
96 Guard
es operacio
ma prision
decréscim
5420
m 2007 e 200
3848
uardas
8, era com
7 Subchefe
GP.
nção e Seg
es espec
ressivas a
scolta a re
nte as de lo
as, o GISP
nais.
al 5065 r
o de 355 e
Total
5420
8
Ef e
posto de
s e 45 Chef
urança Pris
iais prepa
ntidistúrbio
clusos perig
nga distânc
engloba
eclusos, o
ntradas.
ctivo
4340
es, o
ional
rado,
nos
osos
ia.
neste
que
2007
2008
Página 332
332 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
No me
diminu
princip
Em 31
preven
Relativ
obstan
A popu
No qu
uma r
mante
smo perío
ição de 6
ais motivo
de Dezem
tivos e 80,
amente ao
te, a relaçã
lação prisi
e respeita
elativa esta
ve na orde
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Absolviçã
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
Situ
do, saíram
24 relativa
s de liberta
bro de 200
5% conden
ano de 2
o entre pre
onal femini
à distribui
bilidade de
m dos 20 %
o Prisão Prev.
não mantida
Homens
19,1
80,9
ação penal da
do sistema
mente ao
ção dos rec
8, a popu
ados, 94% h
007, o nú
ventivos (‐
na diminui
ção da pop
valores, u
:
Vigilância Electrónica
Co
Su
Me
Motivos de
M
26 população re
Preventivo
E
prisional
ano anteri
lusos, com
lação prisio
omens e 6
mero tota
‐ 0,6%) e con
u em cerca
ulação pri
ma vez qu
nd. Pena sp./Outra d. Não Det.
Ou
Motiv
Fim P
(Lei48 Libertação (%
2007 2008
ulheres
,1
73,9
clusa, por sex
Condenado
NCIAL
5845 reclus
or. O quad
parando 20
nal total e
% mulhere
l de reclus
denados (+
de 1%.
sional por
e o peso d
tros os do Prev.
/2007)
Termo d
Pena
%) em 2007 e 2
TOTAL
19,5
80
o, em 31 de D
os, o que
ro seguint
07 e 2008:
ra de 1080
s.
os diminui
0,6%) man
nacionalida
os reclusos
e Liberdade Condicional
008
,5
ezembro de 2 representa
e apresen
7, sendo 1
u em 780.
teve‐ se est
de, verifico
estrangeir
Outros Motivos
008
uma
ta os
9,5%
Não
ável.
u‐ se
os se
Página 333
333 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Reclus
Nac
TO
REC
REC
Paí
Ang
Cab
Gu
Ma
Mo
Nig
S. T
Out
País
Arg
Bra
Col
Ven
Out
Paí
Ale
Bul
Esp
Fra
Grã
Hol
Itál
Mo
Rom
Rus
Ucr
Out
Out
os existentes
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
Sexo e
ionalidade dos Reclus
TAL DE RECLUS
LUSOS PORTUGUE
LUSOS ESTRANGEI
ses da África
ola o Verde iné Bissau
rrocos
çambique
éria
omé e Príncipe
ros es da América do entina
sil
ômbia
ezuela
ros
ses da Europa manha
gária
anha
nça
-Bretanha
anda
ia
ldávia
énia
sia
ânia
ros
ros países , em 31 de D
79
5
Distribui Idade
16 a 18 19 os
OS 71 13
SES 53 9
ROS 18 3
12 2
3
4 1
4
1
Sul 3 4
2
1
3 4
1
1
1
ezembro de 2
2007
79
,
5
20,5
ção da populaç
Po a 24 25 a 39 40 05 5389 30
96 4284 25
09 1105 5
12 632 3
41 131 3
02 337 1
41 77 5
725
7
210
9161
10 29 1
7 197 7
4
41 135 2
212
3361
1101
7 262 1
3
314
7535
612
17
115
4 1
221
20 61
19
1481
5151
314
Idade
HOMEN
E
008, segund
ão reclusa por
rtugueses Es
a 59 60 e + T
51 344 10
15 318 8
36 26 1
24 5 1
11 2
99 3 6
6 1
9
11
7
0
1
27 3
4
9 2
92
94
11
33 12 4
31
1
41 1
93
45
61
21
3
7
2
6
6
72
S
NCIAL
o o sexo e esc
2008
79,7 nacionalidade trangeiros
otal 16 a 18 1
160 1
166
994 1
185 0
07
45
78
42
9
19
35
50
26 0
8
07
25
63
23
57 1
7
18
16
30
17
23
18
26
89
12
65
36 1
26
alão etário, p
20,3
em 2007 e 2008
9 a 24 25 a 39
53 310
29 204
24 106
444
14
232
3
11
2
2
12 30
1
617
3
36
33
829
2
12
8
5
1
1
56
2
22
3
MULHE
Idad por nacionali
40 a 59 60 e +
266 17
203 15
63 2
28 0
2
20
2
2
2
11 1
5
2
31
1
22 1
1
6
1
2
4
1
2
5
1
2
RES
e
dade
Total
647
451
196
76
7
54
5
0
2
2
2
4
54
1
28
5
13
7
61
3
3
14
6
2
5
1
3
16
0
2
6
5
Página 334
334 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Em 31
aos cr
estupe
Note‐ s
último
estupe
No qu
pena d
em 1,3
No âm
longo
fixado
Foram
reclus
insuce de Dezemb
imes contr
facientes e
e que os c
s 4 anos,
facientes.
e respeita
e prisão po
% das pen
bito das m
do ano de
s,136 reclu
ainda col
os, tendo‐ s
sso.
1
1
2
2
3
3
Re
ro de 2008
a o patrim
dos crimes
rimes contr
sendo hoj
às penas, c
r dias livre
as até 1 ano
Medida
edidas de
2008, 13
sos, o que c
ocados a t
e somente
0
5
0
5
0
5
0
5
dias livres
até 6 meses
clusos cond
, o tipo de
ónio, segu
contra as
a as pesso
e praticam
abe realça
s, a quebra
e em 0,3%
s de fle
flexibilizaç
590 saídas
orrespond
rabalhar e
registado
6 a 12 meses
1 a 3 anos
enados, seg
crime com
ido dos cr
pessoas.
as têm vind
ente equiv
r o aument
de 4,6% no
das penas
xibiliza
ão da pen
precárias,
e a um grau
m regime
dois casos
3 a 6 anos
6 a 9 anos
9 a 12 anos
undo o esc
maior peso
imes direct
o a regista
alente aos
o, relativam
escalão d
entre os 1
ção a foram co
não tendo
de insuces
aberto vol
de não re
12 a 15 anos
15 a 20 anos
alão de pen
nas conde
amente re
r um aume
crimes re
ente a 20
e 3 a 6 ano
5 e os 25 an
ncedidas a
regressado
so de 1%.
tado para
gresso, ou
20 a 25 anos
Prisão Relativ.
Indeterminada
Medidas Segurança
a, em 31 de nações res
lacionados
nto gradua
lacionados
07, em 1,5
s e os aume
os.
os recluso
no dia e
o exterior,
seja, 0,85
Dezembro
peita
com
l nos
com
% da
ntos
s, ao
hora
234
% de 2007
2008
Página 335
335 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Evasões No que respeita a evasões, registou‐ se uma significativa diminuição de 2007 para 2008,
quer do número de ocorrências de evasão quer de reclusos evadidos. Saliente‐ se que esta tendência tem vindo a verificar‐ se ao longo dos últimos anos,
sendo que o valor de 2008 foi o mais baixo dos últimos 10 anos.
No ano de 2008, em resultado da acção do corpo da guarda prisional, frustaram‐ se 14
tentativas de evasão. Outras No período em análise não se registou nenhum homicídio, motim ou alteração grave da
ordem no interior do sistema prisional. Actividade operacional Apreensões
Na sequência da actividade de revistas e buscas levada a cabo pelos elementos do
Corpo da Guarda Prisional (CGP), registaram‐ se 640 ocorrências de apreensão de
estupefacientes, contra 603 em 2007, cuja distribuição por tipo de produto e por peso
em gramas, se apresenta no quadro a seguir:
28
46
18 18
0
10
20
30
40
50
2007 2008
N. de evasões
N. de evadidos
4915
5046
428
515
1176
316
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
Haxixe Heroína Cocaína
2007
2008
Página 336
336 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL No âmbito da mesma actividade de revistas e buscas foram ainda apreendidos 1092
telemóveis, conforme quadro seguinte e que ilustra o aumento significativo de
apreensões relativamente ao ano de 2007:
Ainda em resultado das revistas e buscas foram apreendidas 77 armas brancas de
fabrico artesanal (vulgo “chinos”).
Remoções
Os elementos do GGP são também responsáveis por movimentar os reclusos entre os EP
pelos mais diversos motivos, seja por motivos de segurança, seja por necessidade de
reafectação.
Assim, no ano de 2008, efectuaram‐ se 3 549 remoções, sendo 466 efectuadas pelo
Grupo de Intervenção e Segurança Prisional (GISP), envolvendo no total, cerca de 4 831
reclusos.
O GISP, efectuou ainda 498 serviços de escolta a reclusos perigosos.
No âmbito da Cooperação Judiciária Internacional em Matéria Penal, nomeadamente da
Convenção Relativa à Transferência de Pessoas Condenadas, foram efectuadas 72
transferências pelo GISP.
Formação No sentido de dotar o Corpo da Guarda Prisional de novas competências e
aperfeiçoando outras, de modo a responderem de forma mais eficaz à realidade actual,
foram ministrados diversas acções de formação, nomeadamente, nas áreas de Gestão
de Informação de Segurança, Buscas, Revistas, Técnicas de Algemagem, Informática,
Coaching e Liderança.
946
1092
850
900
950
1000
1050
1100
Apreensão de telemóveis
2007
2008
Página 337
337 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
O quadro seguinte ilustra o volume de formação ministrada aos guardas prisionais, quer
no que respeita à formação inicial das 78 guardas femininas admitidas em 2008 e de um
outro curso de admissão ao Grupo de Intervenção dos Serviços Prisionais, bem como de
outras actividades formativas desenvolvidas no âmbito da candidatura ao Programa
Operacional Potencial Humano e do Projecto Gerir para Inovar nos Serviços Prisionais.
Cooperação Externa No âmbito da cooperação no domínio da Justiça e ao abrigo do Memorando de
Entendimento celebrado entre Portugal e o PNUD estiveram destacados em Timor 3
Subchefes do Corpo da Guarda Prisional, com o objectivo de ministrar formação a
guardas prisionais timorenses.
Investimentos A avaliação das vulnerabilidades de alguns estabelecimentos prisionais conduziu ao
reforço da segurança estrutural e tecnológica, nomeadamente nas seguintes áreas:
• Sistemas CCTV (nos EP Castelo Branco, Sintra e Faro) • Melhorias nas estruturas físicas (nos EP Castelo Branco, Porto, Tires, Izeda, Linhó e Évora) • Outros equipamentos (pórticos, rádios portáteis, pistolas, coletes anti-bala, viaturas celulares) A Direcção‐ Geral dos Serviços Prisionais efectuou investimentos na área da segurança
em diversas vertentes, num total de 1 066 222 €.
Designação do Curso
Número
de Horas
Número de Formados Volume de
Formação
(horas)
Masculino Feminino
POPH/2008 ‐ 142 5 2712
Curso Formação Inicial de
Guardas Prisionais
Femininas
557 0 78 43446
8º Curso do GISP 282 32 3 10716
PGISP ‐95 24 1998
TOTAL ‐ 269 110 58872
Página 338
338 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Nota Final A DGSP tem por missão garantir a execução das penas e medidas privativas de liberdade
de modo a contribuir para a defesa da ordem e paz social através da segurança da
comunidade e da criação de condições de reinserção social dos reclusos.
Os dados constantes do presente relatório representam apenas uma parte da actividade
desenvolvida pela DGSP no ano de 2008, a que se relaciona directamente com a
vertente de segurança, não obstante as outras áreas de intervenção, designadamente a
do tratamento penitenciário, terem uma importância crucial para a segurança interna e
para a prevenção da repetição de comportamentos criminais.
Na definição dos objectivos estratégicos para o ano de 2008 teve‐ se particularmente em
conta a necessidade de uma resposta mais eficaz aos novos desafios colocados por
diferentes e novos tipos de criminalidade.
Neste quadro, apostou‐ se no reforço das condições de segurança dos estabelecimentos
prisionais, na requalificação de alguns espaços, na formação dos recursos humanos e no
aumento de oportunidades de reinserção social para os reclusos, assim prevenindo a
sua reincidência.
Introduziram‐ se ainda medidas de racionalização de meios e recursos e de novas
tecnologias, nomeadamente, a da colocação de equipamentos que permitem a
videoconferência entre estabelecimentos prisionais e tribunais, assim se evitando
também muitas das deslocações dos reclusos ao exterior.
Os resultados operacionais traduziram‐ se em sinais positivos no âmbito da segurança
prisional e também da própria comunidade, pela significativa diminuição do número de
evasões, pela ausência de motins ou de outras alterações graves no âmbito da ordem e
disciplina no sistema prisional, pelo aumento da actividade de detecção e apreensão de
estupefacientes e outros bens ilícitos em meio prisional e pelo grau de sucesso nos
regressos de licenças de saída e de regimes abertos no exterior.
Todavia, os sinais de aumento da gravidade de alguns comportamentos criminais levam
a que o sistema prisional adopte medidas cada vez mais eficazes para responder à
problemática da violência, tanto na vertente da segurança quanto na do tratamento
penitenciário, nomeadamente através da adopção de estratégias e de programas
especificamente orientados para este tipo de comportamentos, o que está em curso e
será incrementado em 2009.
Página 339
339 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Autoridade Nacional de Protecção Civil Enquadramento No âmbito da estratégia de segurança de 2008, a Protecção Civil desenvolveu e
executou um conjunto de programas e projectos com vista à concretização dos
objectivos estratégicos da Autoridade Nacional de Protecção Civil, fixados por Despacho
do Ministro da Administração Interna para o triénio 2008‐ 2010, designadamente:
A melhoria da capacidade do dispositivo de protecção civil, valorizando a
formação dos recursos humanos e reforçando os meios operacionais
A elaboração ou actualização de planos de emergência para prevenção e
minimização de consequências de catástrofes;
O reforço da prevenção de incêndios florestais e dos meios operacionais de
combate Síntese das actividades - 2008
Os programas e projectos desenvolvidos e executados durante o ano de 2008, incidiram
nas seguintes áreas: Recursos de Protecção Civil:
Na área dos recursos de Protecção Civil, a ANPC promoveu a requalificação das infra‐
estruturas operacionais e dos sistemas de comunicações. Ao nível dos veículos de
Comando e Comunicações, em 2008 foram adquiridos 10 Veículos de Comando de
Operações e Comunicações (VCOC’s), reacondicionados 2 VCOC’s e adquirido 1 dos
veículos que integra o CETAC – o Veículo de Comando, Controlo e Comunicações (VC3).
Paralelamente, foi feita uma aposta clara ao nível dos equipamentos, aumentando a
fiabilidade e a redundância dos sistemas de informação e de comunicações da ANPC,
através da aquisição de:
• 44 Telefones satélite (dos quais 25 portáteis);
• 20 Rádios HF (para CDOS e Veículos de Comando e Comunicações);
• 19 Repetidores de Campanha, com mastro e gerador;
• Aquisição de equipamentos rádio para jipes da estrutura de comando dos CDOS e FEB;
Página 340
340 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
• Substituição e renovação das centrais telefónicas dos CDOS;
• Aquisição e instalação de 5 sistemas de energia redundantes (geradores) e quadros de
energia assistida por UPS, que garantam a alimentação ininterrupta de energia dos
sistemas essenciais nos CDOS;
• Aquisição de sistema de geo‐ referenciação de meios operacionais (110 veículos) para o
distrito da Guarda (co‐ financiado / INTERREG);
• Aquisição de sistema centralizado de armazenamento e cópia, para salvaguarda dos
dados dos sistemas de informação da ANPC;
• Aquisição de um sistema nacional de videoconferência. No âmbito do reforço da mobilidade e capacidade de intervenção operacional, foram adquiridos 28 veículos para a estrutura de comando, 1 veículo para o Núcleo de
Telecomunicações da Direcção Nacional de Recursos de Protecção Civil e 1 veículo para
Mortuária. Destaca‐ se a aquisição de veículos pesados com vista à criação do Centro
Táctico de Comando – CETAC, nomeadamente, o Veículo de Apoio Logístico e o Veículo
de Comando, Controlo e Comunicações. Na FEB, o aumento da capacidade de
mobilidade atingiu os 260%, tendo sido ainda adquiridos, na sequência da criação da 2ª
Companhia, equipamentos de protecção e socorro.
Ao nível dos equipamentos para bases operacionais, destaca‐ se a aquisição de
equipamentos para (i) os Centros de Meios Aéreos; (ii) as Bases de Apoio Logísticas; (iii)
as Bases Permanentes de Helicópteros; (iv) e a Instalação de 7 Bases permanentes da
FEB. Na área das instalações salienta‐ se também a inauguração do Comando Distrital de
Operações de Socorro de Portalegre.
No que se refere à aquisição de equipamentos operacionais para apoio aos postos
de comandos móveis e FEB, a ANPC procedeu à aquisição de 17 Tendas insufláveis; 24
Balões de iluminação; 60 Contentores para transporte de equipamentos operacionais e
Grupos geradores. Foi iniciada a constituição de uma reserva de emergência que
permitirá constituir um campo de desalojados para 1.500 pessoas.
O reforço da capacidade de mobilidade e capacidade de intervenção operacional para
operações de protecção civil contribuiu assim para o cumprimento da missão da ANPC,
nomeadamente:
• Contribuiu para a melhoria do sistema nacional de protecção civil, aumentando a sua
resiliência, designadamente através do reforço dos equipamentos, meios e instrumentos
necessários à actividade de protecção civil;
• Reforçou o acompanhamento sistemático das acções de prevenção, protecção e
socorro, designadamente perante situações eminentes ou evidentes de emergência, e
Página 341
341 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL • Contribuiu para a modernização dos equipamentos e eficácia da resposta dos agentes
de protecção civil; Planeamento de emergência: Na área do Planeamento de Emergência, e correspondendo o ano de 2008 à
implementação a nível municipal da Directiva que estabelece os critérios e normas
técnicas para a elaboração e operacionalização de Planos de Emergência (Resolução
25/2008 de 18 de Julho, da CNPC), foi publicado um manual de apoio e realizadas
diversas sessões técnicas de divulgação da Directiva, dirigidas a responsáveis técnicos e
políticos dos Serviços Municipais de Protecção Civil, visando o esclarecimento de
dúvidas relacionadas com os processos de elaboração, aprovação e operacionalização
dos planos de emergência.
Destaca‐ se igualmente a consolidação do Plano Especial de Emergência de Risco
Sísmico para a Área Metropolitana de Lisboa e Concelhos Limítrofes, com a respectiva
adaptação à estrutura e conteúdos prevista na nova Directiva de Planeamento de
Emergência. Neste âmbito, foram realizados dois exercícios, um deles em Maio
(exercício de posto de comando) e o outro em Novembro (exercício Livex, com forças no
terreno).
Na área da segurança contra incêndios, e decorrente do programa SIMPLEX, foi
consagrado o Regime Jurídico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios, aprovado pelo
Decreto‐ Lei n.º 220/2008, de 12 de Novembro.
Salienta‐ se ainda o lançamento de cadernos técnicos com o objectivo de sistematizar e
divulgar conteúdos de referência nas diversas áreas do Planeamento de Emergência de
Protecção Civil, designadamente (i) Manual de Avaliação de Impacte Ambiental na
vertente de Protecção Civil; (ii) Guia de Informação para a elaboração do Plano de
Emergência Externo (Directiva Seveso II); (iii) Manual de Apoio à elaboração e
operacionalização de Planos de Emergência de Protecção Civil e (iv) Estabelecimentos
de Apoio Social a Pessoas Idosas – manual para a elaboração de Planos de Segurança. Sensibilização, informação e formação: O ano de 2008 evidenciou‐ se pela realização de campanhas nacionais, nas áreas da
informação e sensibilização pública, nomeadamente na vertente da prevenção dos
incêndios florestais e do incentivo ao voluntariado dos bombeiros. Ainda neste domínio
privilegiou‐ se a actualização da colecção de folhetos temáticos, composta por 21
Página 342
342 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL folhetos temáticos, dos quais sete são destinados à comunidade escolar e a edição de
duas Compilações Legislativas na área da Protecção Civil e Bombeiros.
Outra iniciativa relevante em termos de sensibilização pública, foi o “Clube de Protecção
Civil”, com a existência de 302 Clubes de PC em escolas do 2.º, 3.º ciclo e Secundárias e
161 Clubes de PC em escolas do 1.º ciclo. Assumindo que cada um destes Clubes
produziu no mínimo uma actividade com os alunos, revela‐ se um total de cerca de 500
actividades por ano lectivo.
Na área da formação, destaca‐ se pelo formato inovador, a realização do curso
monográfico “Regime Jurídico dos Bombeiros Portugueses”, através de 11 acções de
formação realizadas de norte a sul do país, destinadas a elementos dos órgãos directivos
das Associações Humanitárias de Bombeiros, da estrutura de comando dos Corpos de
Bombeiros e elementos da ANPC, com o objectivo de promover a discussão técnica no
domínio do regime jurídico dos bombeiros portugueses.
Foram organizados ainda, durante o ano de 2008, 2 Workshops “Os Municípios e a
Protecção Civil”, nos meses de Junho e Julho, em parceria com a Escola Nacional de
Bombeiros, destinados aos Serviços Municipais de Protecção Civil, bem como o
Seminário “A Segurança aérea no combate aos incêndios florestais”, em Outubro.
Destaca‐ se também a participação no “Portugal Tecnológico – Mostra de Tecnologias”,
juntamente com a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, a Empresa de Meios
Aéreos, a Polícia de Segurança Pública, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e a Guarda
Nacional Republicana.
É de realçar, igualmente, a formação de Quadros no contexto da Comunidade dos Países
de Língua Portuguesa – CPLP, tendo sido realizadas, em Portugal, 6 acções de formação
para Quadros de Angola e 2 acções para Quadros de Moçambique. A nível internacional,
destacam‐ se 6 acções de formação em Angola, 2 missões de assistência técnica em Cabo
Verde, 1 acção de formação em Moçambique e 1 acção de formação em S. Tomé.
Finalizando as actividades nestas áreas, o ano de 2008 marcou o início da requalificação
da Escola Nacional de Bombeiros, através do estudo de um novo modelo organizacional,
com vista à criação do Centro de Recursos de Protecção e Socorro. Bombeiros: Na área dos bombeiros, no ano de 2008 operou‐ se a regulamentação da reforma
legislativa dos regimes jurídicos dos bombeiros, dos corpos de bombeiros e das
Associações Humanitárias de Bombeiros, com o objectivo de dotar este sector dos
Página 343
343 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL instrumentos que permitam satisfazer uma maior dignificação dos bombeiros, uma
melhor operacionalidade dos Corpos de Bombeiros e, simultaneamente, proporcionar
mais sustentabilidade financeira às Associações Humanitárias de Bombeiros.
Dentro deste objectivo, destacam‐ se:
• A implementação do Programa de Apoio Infra‐ estrutural – PAI com vista ao
estabelecimento e requalificação da rede de infra‐ estruturas operacionais
adequada ao cumprimento das missões de socorro da responsabilidade dos Corpos
de Bombeiros. A ANPC, apreciou cerca de 53 projectos num valor estimado de 27
milhões de euros.
• A nova metodologia de apoio ao funcionamento das Associações Humanitárias de
Bombeiros, com a entrada em funcionamento do Programa Permanente de
Cooperação – PPC, veio alterar o paradigma seguido em anos transactos. O
pagamento em tranches mensais, passou a permitir uma mais equilibrada gestão
eliminando em definitivo o antigo e recorrente atraso dos pagamentos àquelas
organizações.
• O Programa de equipes de Intervenção Permanente nos Corpos de Bombeiros,
iniciativa partilhada entre a ANPC, Municípios e Associações Humanitárias de
Bombeiros, permitiu a celebração de 44 protocolos em 2008 e a adesão destas
entidades para o lançamento de mais 86 EIP em 2009.
• A Força Especial de Bombeiros ‐ FEB, foi reforçada durante o ano de 2008, com a
constituição de mais uma Companhia para operação nos distritos de Évora, Beja e
Setúbal. Desta forma a FEB passou a ter um total de 215 elementos instalados em 7
Distritos. (Guarda, Castelo Branco, Santarém, Évora, Beja, Setúbal e Portalegre).
• O Recenseamento Nacional dos Bombeiros Portugueses foi disponibilizado a todos
os Corpos de Bombeiros para formação e teste, iniciando‐ se dessa forma, pela
primeira vez, um processo que visa identificar e quantificar o universo dos
bombeiros no Continente.
Página 344
344 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Operações de Protecção e Socorro: No quadro do dispositivo de combate a incêndios florestais, pelo segundo ano
consecutivo, Portugal registou uma redução da área ardida, a qual atingiu, em 2008,
apenas cerca de 17 mil hectares.
ANOS OCORRÊNCIAS (nº) ÁREA ARDIDA (ha) INCÊNDIOS FLORESTAIS FOGACHOS (Área < 1 ha) TOTAL POVOAMENTOS MATOS TOTAL 1998 8.834 25.842 34.676 57.393 100.975 158.368 1999 5.782 19.695 25.477 31.052 39.561 70.613 2000 8.802 25.307 34.109 68.646 90.958 159.604 2001 6.869 20.073 26.942 45.609 66.557 112.166 2002 6.492 20.000 26.492 65.164 59.245 124.409 2003 5.309 20.886 26.195 286.055 139.671 425.726 2004 5.020 16.950 21.970 56.109 73.430 129.539 2005 8.179 27.519 35.698 213.517 124.745 338.262 2006 3.455 16.466 19.921 36.320 39.189 75.509 2007 3.566 15.166 18.732 9.638 21.812 31.450 2008 2.555 11.275 13.830 5.457 11.780 17.237 MÉDIA 10 ANOS 6.231 20.790 27.021 86.950 75.614 162.564 FONTE: AFN – Relatório Áreas Ardidas e Ocorrências 2008 - 01 Janeiro a 31 Dezembro O dispositivo operacional integrou, durante a fase mais crítica de 2008, 4.949
bombeiros, apoiados por 1.195 veículos. Ao esforço dos bombeiros juntou‐ se a
determinação do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) da GNR, que
interveio em 11 distritos, com um total de 560 elementos, apoiados por 92 veículos, e
pela Força Especial de Bombeiros, no combate helitransportado de primeira
intervenção, que integrou um efectivo de 215 elementos distribuídos por sete distritos
considerados de elevado risco.
Página 345
345 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
158.368
70.613
159.604
112.166
124.409
425.726
129.539
338.262
75.509
31.450
17.237
162.565
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
350.000
400.000
450.000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 MÉDIA
TOTAL ÁREA ARDIDA
Do dispositivo de combate aos incêndios fizeram parte ainda 1.315 elementos da
Autoridade Florestal Nacional, 266 do Instituto de Conservação da Natureza e da
Biodiversidade e 248 da Afocelca.
Ao nível do combate aéreo, 2008 contou com um elevado número de meios: 56
aeronaves. Os helicópteros bombardeiros registaram 4.717 missões de combate a
incêndios, com uma eficácia de 66 por cento. Os aviões intervieram em 1.132 missões
com 91 por cento de eficácia. Os helicópteros “Kamov” fizeram 178 missões e tiveram
uma eficácia de 87 por cento, enquanto os Canadair participaram em 51 missões e
conseguiram uma eficácia de 80 por cento.
A comparação entre os últimos 10 anos demonstra que o investimento ao longo dos
últimos anos na área da Protecção e Socorro levou a resultados bastante positivos. 34.676
25.477
34.109
26.942
26.492
26.195
21.970
35.698
19.921
18.732
13.830
27.021
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
40.000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 MÉDIA
TOTAL OCORRÊNCIAS
Página 346
346 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Ao nível das ocorrências de Protecção e Socorro, revela‐ se pelo elevado número, as
ocorrências de âmbito pré‐ hospitalar, que incluem situações que vão desde a
intoxicação ao atropelamento; bem como as ocorrências típicas de protecção e socorro,
que representam cerca de 10% do total de ocorrências registadas. Ocorrências 2006 2007 2008 Grupo I Protecção e Socorro Incêndios 46.238 47.502 41.624 Infra-estruturas e vias de comunicação 23.266 10.737 14.057 Conflitos legais 20.845 20.429 20.991 Tecnológicos e Industriais 1.424 1.626 1.567 Acidentes 37.108 40.509 36.875 Eventos Protecção Civil 0 4 9 Total parcial Grupo I 128.881 120.807 115.123 Grupo II Pré-hospitalar Pré-hospitalar 762.393 729.102 742.970 Total parcial Grupo II 762.393 729.102 742.970 Grupo III Serviços e outras Actividades Serviços prestados 123.309 163.478 180.565 Outras Actividades 44.743 53.583 58.580 Total parcial Grupo III 168.052 217.061 239.145 Total Global 1.059.326 1.066.970 1.097.238 Fonte: CNOS
De destacar igualmente a evolução nos últimos 3 anos, que aponta para a diminuição do
nº de ocorrências de protecção e socorro, e o aumento do nº de ocorrências do pré‐
hospitalar e da prestação de serviços e outras actividades.
A nível internacional, 2008 destacou‐ se pela assistência à China, através do envio de
bens de ajuda humanitária, e, complementarmente, na participação em dois exercícios
de carácter internacional, designadamente “Sardinia 08” (Itália, Abril, cenário de
incêndios florestais) e “EU Terror Attack” (França, Novembro, cenário de ataques
NRBQ).
Página 347
347 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Passos futuros As actividades desenvolvidas em 2008 levaram ao estabelecimento das prioridades a
desenvolver em 2009, destacando‐ se a (i) consolidação do recenseamento dos Corpos
de Bombeiros e a requalificação dos meios operacionais; a (ii) implementação dos
Serviços Municipais de Protecção Civil em todos os municípios, bem como do
Comandante Operacional Municipal; (iii) a reformulação dos planos de emergência
municipais e especiais; (iv) a conclusão da requalificação da rede de comunicações de
protecção e socorro e dos meios operacionais de intervenção operacional (v) o
incremento da interoperabilidade das forças e sistemas de protecção civil da UE e (iv) a
criação do Centro de Recursos de Protecção e Socorro.
Página 348
348 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Direcção-Geral de Infra-Estruturas e Equipamento Lei de Programação de Instalações e Equipamentos das Forças de segurança Lei 61/2007, de 10 de Setembro
Em cumprimentos do disposto no artigo 7.º da Lei n.º 61/2007, de 10 de Setembro,
inclui‐ se, pela primeira vez, no RASI 2008 um relatório contendo a informação
necessária ao controlo da execução da Lei de Programação de Instalações e
Equipamentos das Forças de segurança (LPIEFS).
No ano de 2008, e no âmbito da Lei de Programação de Infra‐ Estruturas e Equipamentos
das Forças de segurança, foram investidos 37.939.940 €.
Este investimento foi 18% superior ao investimento médio dos últimos 9 anos (o
investimento médio em equipamentos e infra‐ estruturas para as Forças de segurança de
2000 a 2008 foi de 31.196.771 €) e foi 19% superior ao investimento médio da anterior
legislatura, tal como o investimento médio desta legislatura (33.443.157 € para o
período compreendido de 2005 a 2008) foi também 8% superior quando comparado
com o mesmo investimento da anterior legislatura (o investimento médio em
equipamentos e infra‐ estruturas para as Forças de segurança de 2002 a 2004 foi de
30.751.171 €).
Página 349
349 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Principais investimentos a destacar:
Investimentos em instalações Obras de raiz concluídas
Concluíram‐ se 17 obras de raiz as quais tiveram um custo global de 8.540.881 €. Destas
10 foram destinadas à GNR e tiveram um custo de 6.281.067 €.
Obras de remodelação concluídas
DISTRITO CONCELHO LOCALIDADE ENTIDADE BENEFICIÁRIA TIPO DE INTERVENÇÃO DATA DE ENTREGA
CUSTO DO
INVESTIMENTO
Porto Penafiel Termas S.Vicente GNR Obra de raiz Janeiro de 2008 € 695.840
Braga Terras de Bouro Gerez GNR Obra de raiz Julho de 2008 € 1.044.700
Braga Vila Verde Vila do Prado GNR Obra de raiz Setembro de 2008 € 896.920
Braga V. N. Famalicão Joane GNR Obra de raiz Outubro de 2008 € 902.980
Faro Tavira Tavira GNR Obra de raiz Dezembro de 2008 € 1.868.290
Bragança Macedo de Cav. Macedo Cavaleiros GNR Carreira de Tiro Dezembro de 2008 € 179.863
Coimbra Águeda Águeda GNR Carreira de Tiro Dezembro de 2008 € 167.566
Évora Évora Évora GNR Carreira de Tiro Dezembro de 2008 € 175.958
Guarda Guarda Guarda GNR Carreira de Tiro Dezembro de 2008 € 179.600
Porto Maia Castelo da Maia GNR
Obra de raiz construída pela C.
M.
s,d. € 169.350
Leiria Leiria Marrazes PSP Obra de raiz Junho de 2008 € 355.280
Faro Faro Faro/Aeroporto PSP Obra de raiz Julho de 2008 € 919.100
Lisboa Amadora Alfragide PSP Obra de raiz Novembro de 2008 € 388.850
Viana do C. Ponte de Lima Ponte de Lima PSP Carreira de Tiro Dezembro de 2008 € 177.000
Setúbal Barreiro Barreiro (Quimip.) PSP
Obra de raiz efectuada pela Quimiparque
Dezembro de 2008 € 88.140
Castelo Br. Castelo Branco Castelo Branco PSP Carreira de Tiro Dezembro de 2008 € 154.479
Portalegre Portalegre Portalegre PSP Carreira de Tiro Dezembro de 2008 € 176.965
Obras de Raiz concluídas
DISTRITO CONCELHO LOCALIDADE ENTIDADE BENEFICIÁRIA TIPO DE INTERVENÇÃO DATA DE ENTREGA
CUSTO DO
INVESTIMENTO
Coimbra Pampilhosa da S. Pampilhosa Serra GNR Obras de Remodelação Janeiro de 2008 € 63.623
Guarda Guarda Guarda GNR Obras de Remodelação Abril de 2008 € 68.791
Évora Arraiolos Arraiolos (1ª F.) GNR
Adaptação de um ex- quartel dos Bombeiros
Maio de 2008 € 249.580
Beja Aljustrel Aljustrel GNR Obras de Remodelação Novembro de 2008 € 69.132
Aveiro Anadia Sangalhos GNR Obras de Remodelação Dezembro de 2008 € 30.473
Faro Silves Silves GNR Adaptação de loja Dezembro de 2008 € 70.340
Lisboa Lisboa
Comando Geral PSP (Penha de França)
PSP Obras de Remodelação Novembro de 2008 € 151.116
Santarém Tomar Tomar PSP
Adaptação de um ex-Centro de Saúde
Dezembro de 2008 € 1.142.460
Obras de Remodelação concluídas
Página 350
350 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Realizaram‐ se 8 obra de remodelação, 6 na GNR e 2 na PSP, com um custo global de
1.845.515 €.
Obras de raiz em curso
Estão em execução, tendo transitado para o próximo ano, 6 obras de raiz, 4 destinadas à
GNR e 2 à PSP. O custo estimado para estas obras é de 9.620.000 €.
Obras de remodelação em curso
Transitaram para o próximo ano, 6 obras de remodelação, todas relativas a instalações
da GNR. O custo estimado é de 1.931.200 €.
DISTRITO CONCELHO LOCALIDADE ENTIDADE BENEFICIÁRIA TIPO DE INTERVENÇÃO
CUSTO DO
INVESTIMENTO
ESTIMADO
Castelo Branco Alcains Alcains GNR
Obra de raiz -executada pela CM
€ 1.725.000
Guarda Celorico da Beira Celorico da Beira GNR Obra de raiz € 635.000
Lisboa Arruda dos Vinhos Arruda dos Vinhos GNR
Obra de raiz -executada pela CM
€ 460.000
Viana Castelo Ponte da Barca Ponte da Barca GNR Obra de raiz € 1.950.000
Lisboa Loures Camarate PSP Obra de raiz € 410.000
Lisboa Cascais Cascais PSP Obra de raiz € 4.440.000
Obras de raíz em execução
DISTRITO CONCELHO LOCALIDADE ENTIDADE BENEFICIÁRIA TIPO DE INTERVENÇÃO
CUSTO DO
INVESTIMENTO
ESTIMADO
Angra Heroismo Praia da Vitória Praia da Vitória GNR Obra de adaptação € 1.064.000
Coimbra Miranda Corvo Miranda do Corvo GNR Obra de remodelação € 116.100
Faro Silves Armação de Pera GNR Obra de remodelação € 24.000
Horta Stª Cruz das Flores Santa Cruz das Flores GNR Obra de adaptação € 613.500
Setúbal Santiago Cacém Santiago do Cacém GNR Obra de remodelação € 113.600
Obras de remodelação em execução
Página 351
351 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Equipamentos das Forças de segurança
Em Viaturas e Motociclos, foram investidos 8.184.119 €, o que permitiu a entrega, no
ano de 2008, de764 viaturas novas às Forças e Serviços de segurança.
Em Armamento e Equipamento Individual destacam‐ se as seguintes aquisições:
2.800.000 € em 10.000 pistolas de 9 mm novas e 1.100.000 € em 1.000 coletes balísticos
novos.
Em Sistemas de Tecnologias de Informação e Comunicação destacam‐ se as seguintes
aquisições: 970.000 € em terminais TETRA, 50.000 € no Serviço de Emergência 112,
2.600.000 € em equipamento informático e de comunicação para as Forças de
segurança, 9.100.000 na Rede Nacional de Segurança Interna, 80.000 € no programa
Táxi Seguro e 100.000 € no programa Queixa Electrónica.
Página 352
352 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Desde a sua criação que a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, com grande
esforço e empenhamento, tem vindo a trabalhar no sentido de dotar Portugal de um
serviço público que, em aplicação do novo modelo institucional, constante do Decreto‐
Lei n.º 77/2007, de 29 de Março e legislação complementar, efectivamente sirva os
cidadãos e o país, todos e cada um, nas matérias de prevenção e segurança rodoviária.
Ao mesmo tempo, os esforços desenvolvidos têm visado consciencializar a população
portuguesa para a importância das matérias de prevenção e segurança rodoviária, bem
como para a o conhecimento e a divulgação da missão, das atribuições e da acção
empreendida pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.
Não pode deixar de ser salientado no ano de 2008, o desenvolvimento pela ANSR da
Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária – ENSR, 2008‐ 2015, documento basilar na
consolidação, no desenvolvimento e na implementação das políticas de segurança
rodoviária até 2015.
Com efeito, a Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária, na fase inicial de
diagnóstico, foi elaborada com base na análise dos dados de sinistralidade verificados,
em Portugal e noutros países de referência, nos últimos anos.
Os grupos de risco identificados nesta primeira fase do trabalho determinaram que
fossem estabelecidos dez objectivos estratégicos, que se concretizarão através dos
trinta objectivos operacionais e das noventa e uma acções chave, todos devidamente
alinhados, nos termos consensualizados por todas as entidades participantes.
Acresce que, pela primeira vez, devido à metodologia seguida e à cuidadosa preparação
do trabalho, foi possível através das reuniões levadas a cabo por técnicos, em
representação de mais de trinta organizações e por representantes de doze Ministérios,
estabelecer a entidade responsável pela execução de cada uma das acções‐ chave, assim
como determinar o prazo de execução e indicar o financiamento necessário a cada uma
delas.
Nesse âmbito em cooperação com os Governos Civis, a ANSR promoveu a realização de
dezoito Fóruns de Segurança Rodoviária, um em cada distrito do continente, destinados
a apresentar e a discutir a ENSR, assim como a recolher contributos.
Em simultâneo, procedeu‐ se à centralização do processamento das contra‐ ordenações,
o que implicou a extinção dos arquivos distritais da Direcção Geral de Viação e a sua
integração num arquivo único.
II SÉRIE-E — NÚMERO 21
__________________________________________________________________________________________________________
352
Consultar Diário Original
Página 353
353 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Também foram introduzidos diversos upgrades no sistema informático de gestão de
autos, de modo a ter em conta a nova realidade da Autoridade Nacional de Segurança
Rodoviária e a tornar o sistema mais eficiente.
Legislação
Contra-Ordenações - Despacho nº102/2008 de 3 de Janeiro Taxas a aplicar aos serviços prestados pela ANSR; - Despacho nº2602/2008 de 31 de Janeiro Alteração aos Modelos de Autos aprovados pelos Despachos nºs 6837/2005;25803/2005 e 19642/2007; - Decreto-Lei nº113/2008 de 1 de Julho Alterações ao Código da Estrada; - Despacho nº22479/2008 de 1 de Setembro Aprovação do Modelo de Guia de substituição dos documentos apreendidos.
Prevenção e Segurança Rodoviária - Despacho nº102/2008 de 3 de Janeiro Taxas a aplicar aos serviços prestados pela ANSR;
Acções de sensibilização pública
Gerais
Entre as actividades desenvolvidas durante o ano, referem‐ se:
A resposta a solicitações de acções de informação/sensibilização na área da segurança e
educação rodoviárias.
A realização de campanhas de sensibilização:
• “Mortes na Estrada – Vamos Travar este Drama” – Páscoa 08 e Verão 08 • “Mortes na Estrada – Estamos a Travar este Drama” – Natal e Fim do Ano 08 O acompanhamento do Concurso de Prevenção e Segurança Rodoviária, lançado pelo
MAI em 2007 e subordinado ao tema “Reduzir a Velocidade nas Estradas Portuguesas”.
Página 354
354 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL A participação, na maioria dos casos com a realização de apresentações, em vários
congressos, seminários e encontros, designadamente “Primero Congreso Ibero‐
Americano de Seguridad Vial”, organizado pela Universidade da Costa Rica;19ª
Convenção Anual da ANECRA; X Jornadas da ANTRAM – Transporte em Segurança; II
Congresso Nacional de Educação para a Saúde; IV Ciclo de Seminários de Segurança
Rodoviária; XXVII Congresso Nacional de Ortopedia e Traumatologia; Formação de
Polícias da CPLP no Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna.
Apresentação do Relatório Anual de Sinistralidade de 2007 e das Campanhas de
Segurança Rodoviária.
Organização e participação na cerimónia de adesão de cerca de cinquenta entidades
portuguesas à Carta Europeia de Segurança Rodoviária
Participação na Cerimónia de atribuição a Portugal do Prémio de Segurança Rodoviária
da European Transport Safety Council, com apresentação de uma comunicação relativa
à situação em Portugal;
Dinamização do site página internet da ANSR.
O desenvolvimento da Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária (ENSR), para o
período 2008‐ 2015.
Neste sentido, procedeu‐ se à constituição de 14 (catorze) grupos de trabalho que, com
base nos documentos preparados para a ANSR, estabeleceram os objectivos
operacionais e as acções‐ chave que vieram a ser colocadas em discussão pública em
2009.
Foi constituída uma estrutura técnica, que tinha por missão analisar os objectivos
operacionais e estabelecer e calendarizar as acções chaves, a serem desenvolvidas por
entidades expressamente identificadas, com encargos financeiros determinados e
prazos de implementação previstos, de forma a se atingirem os objectivos estratégicos
delineados.
Foram, ainda, constituídas uma estrutura inter‐ ministerial, de carácter político, em
representação dos doze Ministérios envolvidos, cuja função se reconduzia à validação
das decisões dos grupos de trabalho que integravam a estrutura técnica assim como à
superação das dificuldades que surgissem no desenvolvimento dos trabalhos.
A ENSR incluiu, ainda, uma estrutura consultiva, que tinha como objectivo recolher a
experiência, o conhecimento e a colaboração da sociedade civil, num exemplar exercício
de cidadania.
Página 355
355 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Durante o período em que os grupos de trabalho desenvolveram a sua actividade, a
ANSR, em cooperação com os Governos Civis, promoveu a realização de Fóruns de
Segurança Rodoviária em todos os distritos, destinados a apresentar a ENSR e a recolher
o contributo das diversas entidades que, a nível local, assumem um papel fundamental
para o seu sucesso.
A elaboração de relatórios distritais e do relatório anual de sinistralidade rodoviária
relativo ao ano de 2007, bem como o envio electrónico dos valores registados em todos os concelhos do país. Sinistralidade registada em 2008 Elaboração de relatórios distritais, bem como relatórios anuais caracterizando,
separadamente, a sinistralidade registada na área de responsabilidade de cada uma das
Entidades Fiscalizadoras ‐ GNR e PSP.
Relativamente à sinistralidade rodoviária de 2008, no quadro infra apresenta‐ se o
número de acidentes (com e sem vítimas) e vítimas registado durante o ano: Continente (1) Regiões Autónomas (2) Total Total de acidentes (com vítimas) 33.613 852 34.465 Vítimas mortais 776 23 799
Feridos graves 2.606 117 2.723 Feridos ligeiros 41.327 1.004 42.331
(1) Fonte: BEAV's (2) Fonte: ANTENAS da PSP
Comparando com o ano anterior, assistiu‐ se a uma redução no número de vítimas
registado no Continente de ‐9,1% vítimas mortais, ‐16,4,0% feridos graves e ‐4,3%
feridos ligeiros.
Nas Regiões Autónomas, registaram‐ se menos 12 vítimas mortais e ‐54,8% feridos
graves do que em 2007. Contrariamente à tendência geral observada nos outros
indicadores, os feridos ligeiros aumentaram 46,8%.
Página 356
356 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
Orientações Políticas No ano de 2008, o Relatório Anual de Segurança Interna incluiu, pela primeira vez, uma
estratégia anual consubstanciada num conjunto de medidas destinadas a reforçar o
sentimento de segurança, garantir a paz pública e prevenir e reprimir a criminalidade. A
mera descrição ou análise da realidade não é, pois, suficiente para garantir a segurança
dos cidadãos. Para tal, é necessário definir e executar as políticas que melhor
contribuam para tornar Portugal um país mais seguro e, consequentemente, mais livre.
As medidas tomadas estão a produzir resultados que se projectam a curto, a médio e a
longo prazo. Todavia, pode dizer‐ se, desde logo, que foram respeitados os
compromissos anteriormente assumidos e que as referidas medidas se estão a revelar
acertadas. No ano passado, registou‐ se um notável incremento da actividade policial,
que se manifestou no aumento das acções preventivas e repressivas, dos efectivos
utilizados e do grau de eficácia atingido.
Foi, igualmente, anunciado que se passaria a apresentar, anualmente, uma estratégia
actualizada, que compreenda novas medidas. Tal não significa que se revogue a
estratégia anterior mas, simplesmente, que esta é objecto de balanço e de actualização
para enfrentar os fenómenos da criminalidade e, em geral, quaisquer ameaças à
segurança, incluindo os riscos múltiplos no âmbito da protecção civil.
O diagnóstico actual é congruente com o que foi apresentado em 2008. Tal como então
foi referido, as sociedades modernas, democráticas, abertas e globalizadas – como a
portuguesa – enfrentam uma criminalidade violenta e grave. Combatê‐ la constitui a
primeira prioridade estratégica de segurança. Os crimes cometidos com violência,
sobretudo com recurso a armas, são os mais lesivos para os cidadãos e para a
comunidade no seu todo.
Para responder a estas ameaças e para reforçar a segurança, foram identificadas as
seguintes orientações fundamentais:
Orientações O reforço do dispositivo em meios humanos e materiais constitui a primeira orientação
estratégica de segurança. Em nome dessa orientação, proceder‐ se‐ á ao recrutamento
de agentes e militares pelas Forças de segurança, à construção e à requalificação de
instalações, à aquisição de armas e de equipamentos informáticos e à modernização das
redes de informações e de comunicações.
II SÉRIE-E — NÚMERO 21
__________________________________________________________________________________________________________
356
Consultar Diário Original
Página 357
357 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL O aprofundamento do policiamento de proximidade, orientado para a protecção de
vítimas especialmente indefesas – como as crianças, as pessoas idosas e as vítimas de
maus‐ tratos e de violência doméstica – constitui, igualmente, uma orientação essencial
da estratégia de segurança. No desenvolvimento de programas especiais de
policiamento, como sejam o “Programa Escola Segura” e o “Idosos em Segurança”, é,
também, necessário ter em conta as principais fontes de perigo. Neste particular, as
armas de fogo ocupam um lugar de relevo – merecendo acções de polícia com um
alcance preventivo e que tirem pleno partido da nova Lei das Armas –, em conjunto com
a intensificação do patrulhamento policial e do lançamento de programas contra a
delinquência juvenil. O valor da segurança individual e comunitária será, ainda,
reforçado através do lançamento do Projecto “Cidadão Responsável”.
Orientação estratégica é, de igual modo, a intensificação da segurança comunitária,
através da celebração de novos contratos locais de segurança com os municípios,
favorecendo a criação de polícias municipais e estabelecendo parcerias com associações
e empresas dedicadas, em especial, à segurança e à inovação tecnológica.
A reforma da segurança interna é outro elemento essencial para melhorar a política
nacional de segurança interna. Em paralelo com o início da execução da nova Lei das
Armas, será reforçada a troca de informação e a cooperação efectivas entre as Forças e
os Serviços de Segurança, nomeadamente, através da criação do Sistema Integrado de
Informação Criminal e de Equipas Conjuntas de Prevenção da Criminalidade.
Outro objectivo estratégico prende‐ se com a intensificação do controlo de fronteiras e a
melhoria da segurança de documentos, em cooperação com as competentes
autoridades espanholas e no seio da União Europeia, para prevenir o auxílio à imigração
ilegal, o tráfico de pessoas e a criminalidade transnacional, em geral.
A valorização do estatuto e o incremento da formação inicial e contínua dos elementos
dos Serviços e das Forças de segurança – aumentando a sua capacidade para enfrentar
incidentes táctico‐ policiais e para exercer as suas competências como autoridades e
órgãos de policia criminal – constituem outro dos princípios basilares que orientam a
estratégia de segurança.
Orientação estratégica é, de igual modo, a aposta nas novas tecnologias para prevenir a
criminalidade, alargando os programas de geo‐ referenciação e de vídeo‐ vigilância e
lançando programas inovadores, como o Projecto‐ Piloto de Reconhecimento
Automático de Matrículas de Viaturas, o Programa “Polícia em Movimento” e o “Portal
de Segurança”.
Constituirá, também, uma orientação estratégica para o ano de 2009 a intensificação da
troca e do intercâmbio de melhores práticas em matéria de prevenção e combate à
Página 358
358 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL criminalidade. Para tal, será criada uma Rede Nacional de Prevenção da Criminalidade,
com intervenção de entidades públicas e privadas, destinada a avaliar a evolução da
criminalidade numa perspectiva multidisciplinar e a propor um plano plurianual de
redução da criminalidade.
Deve, ainda, ser referido o aumento da capacidade de resposta do sistema de protecção
e socorro perante a diversidade de riscos que o País enfrenta e a aprovação da
Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária, para que se continue a reduzir o número
de acidentes e de mortes nas estradas.
Por fim, constitui orientação relevante a intensificação da cooperação internacional, no
seio da União Europeia e da Comunidade de Países de Língua Portuguesa. O quadro de
novas ameaças, incluindo o terrorismo, a criminalidade organizada e transnacional e as
grandes catástrofes, exige respostas concertadas que envolvam o conjunto de países e
entidades que contribuem para a segurança interna.
Medidas Reforço do Efectivo Policial
À semelhança do que foi feito no ano transacto, também em 2009 serão lançados dois
novos concursos para a admissão de mais 2.000 elementos nas Forças de segurança
(Guarda Nacional Republicana e Polícia de Segurança Pública).
Entretanto, na sequência dos concursos lançados em 2008, as Forças serão reforçadas, a
partir de Outubro de 2009, com os cerca de 2.000 elementos (1.000 em cada uma) que
estão a iniciar a formação.
Durante o ano em curso, serão ainda incorporados mais 39 oficiais na GNR e 37 oficiais
na PSP. Valorização dos Recursos Humanos No ano de 2009, vão ser aprovados os novos estatutos dos militares da GNR e do
pessoal policial da PSP. Trata‐ se de diplomas fundamentais para a dignificação das
carreiras, que estão a ser objecto de um vasto e enriquecedor conjunto de audições
prévias.
Continuará, ao longo deste ano, a desenvolver‐ se o esforço de melhoramento da
formação inicial e contínua das Forças e dos Serviços de Segurança, para aumentar a sua
capacidade de resposta a incidentes táctico‐ policiais e de investigação criminal.
Página 359
359 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Investimento em Infra estruturas de Segurança e Protecção Civil
Na execução da Lei de Programação, continuar‐ se‐ á a construir e a reabilitar instalações,
melhorando as condições de trabalho da Guarda Nacional Republicana e da Polícia de
Segurança Pública. O investimento ascenderá a 25 milhões de euros e serão concluídos,
pelo menos, 11 novos Quartéis ou Esquadras.
No âmbito da protecção civil, serão, igualmente, concluídos 4 novos Quartéis de
Bombeiros, entre o ano de 2009 e o primeiro trimestre de 2010. Ainda em 2009, estão
reunidas as condições para que se arranque com obras em 47 Quartéis, realizando um
investimento de 32 milhões de euros.
Modernização de Equipamentos de Segurança e Protecção Civil
Prosseguir‐ se‐ á com o reequipamento das Forças de segurança, privilegiando o reforço
da sua capacidade para enfrentar a criminalidade violenta. Assim, serão distribuídas à
Guarda Nacional Republicana e à Polícia de Segurança Pública mais 7.000 novas armas
de 9 milímetros e 1.000 coletes antibalísticos.
As corporações de bombeiros serão dotadas de 95 novas viaturas de combate a
incêndios, o que representa um investimento de 13 milhões de euros. O Comando
Nacional de Operações de Socorro passará a dispor de um Centro Táctico de Comando
móvel, constituído por 7 viaturas. Serão, também, adquiridas 9 novas viaturas para os
Bombeiros “Canarinhos”.
A Protecção Civil passará a contar com um centro móvel de apoio a desalojados, de vital
importância para acorrer a catástrofes ou grandes desastres, com capacidade para
receber 1.500 pessoas. Recurso às Novas Tecnologias
Continuar‐ se‐ á a investir em tecnologias de informação ao serviço da segurança, através
de meios avançados de comunicação. Assim, serão colocados ao serviço da acção
operacional das Forças e dos Serviços de Segurança a Rede Nacional de Segurança
Interna (RNSI) e o Sistema Integrado de Vigilância, Comando e Controlo da Costa
Portuguesa (SIVICC).
Página 360
360 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL A utilização dos meios informáticos será aprofundada, nomeadamente, através do
Projecto‐ Piloto “Polícia Automático” (Leitura Automática de Matrículas mediante
sistemas de vídeo em viaturas policiais) e do Programa “Polícia em Movimento” –
apetrechando as Forças de segurança com computadores portáteis, câmaras
fotográficas e terminais de pagamento.
No quadro do SIMPLEX 2009, será criado, em parceria com outros Ministérios, o “Portal
de Segurança”, com indicações práticas para o reforço da segurança individual e
colectiva. Deste modo, será dinamizada a interacção entre as Forças de segurança e a
comunidade. Desenvolvimento do Policiamento de Proximidade
A acção das Forças de segurança vai continuar a centrar‐ se na aposta firme em
programas de policiamento de proximidade. Neste contexto, serão aprofundados os
programas orientados para a protecção de vítimas especialmente indefesas (como as
crianças, as pessoas idosas e as vítimas de maus‐ tratos e de violência doméstica), para a
segurança de estruturas públicas ou de elevada relevância social (designadamente, os
tribunais, as escolas e os estabelecimentos de saúde) e para o controlo de fontes de
perigo – sobretudo as armas de fogo.
Serão reforçadas as parcerias com associações e empresas que se dedicam à segurança
ou representam áreas de risco. Assim, será aprofundada a articulação entre a Guarda
Nacional Republicana e a Polícia de Segurança Pública e as empresas de segurança
privada, através da gestão de alertas e da interconexão a centrais de alarme.
Nas zonas de risco, será intensificado o patrulhamento policial, com recurso às unidades
especiais das Forças de segurança. Em simultâneo, continuarão a desenvolver‐ se acções
de prevenção da criminalidade, destinadas, nomeadamente, a apreender armas ilegais.
Para prevenir e dissuadir precocemente o início de carreiras criminosas, será lançado
um programa contra a delinquência juvenil, orientado para combater a violência, a
incivilidade e o vandalismo grupais, sobretudo nas grandes áreas urbanas.
Será lançado o Projecto “Cidadão Responsável”, destinado a sensibilizar as pessoas para
o valor da segurança individual e comunitária, estimular a adopção de medidas de
autoprotecção e promover a cooperação entre a comunidade e as Forças e os Serviços
de Segurança.
Página 361
361 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Estabelecimento de Parcerias com as Autarquias
A segurança comunitária será desenvolvida, em particular, através da celebração, em
2009, de novos contratos locais de segurança com, pelo menos, 10 municípios de
diferentes distritos. Continuarão, por outro lado, a executar‐ se os dois contratos já
celebrados.
Impulsionar‐ se‐ á, junto aos municípios – que foram contemplados por um aumento de
receitas em matéria de fiscalização de contra‐ ordenações – a criação de novas polícias
municipais, no quadro do regime simplificado aprovado em 2008.
Sempre em colaboração com os municípios, estender‐ se‐ ão os programas de vídeo‐
vigilância a zonas em que se façam sentir especiais necessidades de prevenção criminal.
No domínio da protecção civil, serão constituídas 86 novas Equipas de Intervenção
Permanente em 2009 e aceitar‐ se‐ ão candidaturas para a constituição de mais 70 em
2010, dando execução ao protocolo celebrado entre a Autoridade Nacional de
Protecção Civil, a Associação Nacional de Municípios Portugueses e a Liga dos
Bombeiros Portugueses. Consolidação da Reforma da Segurança Interna
Para responder de forma adequada, proporcional e eficaz à criminalidade violenta e
grave, começará a ser executada a Nova Lei das Armas, que prevê a detenção, a
aplicabilidade da prisão preventiva e a agravação das penas nos casos de crimes de
detenção de arma proibida e de crimes cometidos com recurso a arma.
Será aprovada a Lei do Sistema Integrado de Informação Criminal, para garantir a
partilha de informação entre órgãos de polícia criminal, de acordo com os princípios da
necessidade, da competência e da disponibilidade, mas sempre com salvaguarda dos
regimes do segredo de justiça e do segredo de Estado. Constituição de Equipas Conjuntas de Combate ao Crime
Serão criadas, através do Gabinete Coordenador de Segurança, equipas mistas,
compostas por elementos das Forças e dos Serviços de Segurança, especialmente
vocacionadas para prevenir e reprimir fenómenos criminais violentos e graves.
Estas equipas permitirão aprofundar a articulação e a coordenação entre as Forças e os
Serviços de Segurança, possibilitando, além disso, uma luta mais eficaz contra uma
criminalidade com elevado grau de mobilidade e versatilidade.
Página 362
362 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
Criação da Rede Nacional de Prevenção da Criminalidade
Será instituído um forum multidisciplinar que terá por objecto o estudo e a análise das
tendências nacionais e internacionais em matéria de evolução da criminalidade. Este
forum servirá para apoiar o Ministério da Administração Interna e o Gabinete
Coordenador de Segurança na definição de Estratégias Plurianuais de Redução da
Criminalidade.
A Rede será composta por elementos das Forças e dos Serviços de Segurança,
representantes dos Ministérios e demais entidades públicas competentes em matéria
de prevenção e combate ao crime, peritos técnicos e científicos, personalidades do
mundo académico e representantes de diversos sectores da sociedade civil. Reforço do Controlo Fronteiriço Com vista a reforçar o controlo fronteiriço, será colocado em prática o Sistema
Integrado de Controlo de Fronteiras, que compreenderá os novos Centros de
Cooperação Policial e Aduaneira. Neste contexto, o controlo automático de passageiros
será também consolidado através do sistema RAPID, o qual foi estendido, no início
deste ano, a todos os aeroportos internacionais portugueses.
Dando expressão à cooperação entre o Sistema de Segurança Interna e as Forças
Armadas, será intensificada a acção do Centro Nacional Coordenador Marítimo. A
Guarda Nacional Republicana e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras continuarão a
contribuir para que este órgão de articulação entre as autoridades que intervêm nos
espaços marítimos sob jurisdição nacional amplie a sua capacidade de resposta.
As Forças e os Serviços de Segurança irão intensificar, no decurso de 2009, as acções
conjuntas de controlo nas fronteiras aéreas, terrestres e marítimas.
Combate à Imigração Ilegal e ao Tráfico de Pessoas
Prosseguindo os esforços que têm sido desenvolvidos em matéria de combate à
imigração ilegal e ao tráfico de pessoas, será criado, na área de Lisboa, em parceria com
a Organização Internacional para as Migrações, o Serviço Jesuíta de Apoio aos
Refugiados e os Irmãos de São João de Deus ‐ um segundo centro de acolhimento para a
Página 363
363 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL instalação temporária dos cidadãos estrangeiros sujeitos a afastamento do território
nacional.
Continuarão a desenvolver‐ se os meios tecnológicos e informacionais avançados para
combater a fraude documental, o auxílio à imigração ilegal e o tráfico de pessoas. Assim,
para reforçar a segurança dos documentos de identificação e de viagem, introduzir‐ se‐
ão no Passaporte Electrónico Português novos dados biométricos – como o registo de
impressões digitais. Será, de igual modo, iniciada a emissão de títulos de residência sob
formato electrónico, que oferece maiores garantias de segurança. Aprovação da Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária
Em 2008, Portugal foi premiado pela União Europeia pelos enormes progressos
registados na área da segurança rodoviária. Com o objectivo de colocar o País entre os
Estados da União com mais baixas taxas de sinistralidade rodoviária, será aprovada, em
2009, uma Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária.
Esta Estratégia será composta por 10 objectivos estratégicos e 30 objectivos
operacionais, dos quais importa destacar o controlo automático de velocidade, através
do desenvolvimento da Rede Nacional de Radares, e os programas de fiscalização de
álcool, substâncias psicotrópicas e excesso de velocidade.
Aprovação da Directiva Operacional Permanente Multi riscos Será aprovada a Directiva Operacional Permanente, que garante a coordenação e a
articulação do Dispositivo Integrado de Operações de Protecção e Socorro. Esta
directiva deverá assegurar, em permanência – a nível nacional, distrital e municipal –,
uma resposta operacional adequada à probabilidade de ocorrência de sinistros e à sua
gravidade.
Para ampliar a capacidade de resposta a tais sinistros, será reforçada a Força Especial de
Bombeiros “Canarinhos”, em 2009, com mais 40 bombeiros profissionais.
Expansão das Bases de Meios Aéreos do MAI
Proceder‐ se‐ á, por último, à consolidação da Rede de Bases Permanentes do Ministério
da Administração Interna com a criação de uma terceira base em Ponte de Sôr, que se
juntará às que estão sediadas em Santa Comba Dão e em Loulé.
Página 364
364 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL Deste modo, aumentar‐ se‐ á a capacidade de utilização dos meios aéreos da Empresa de
Meios Aéreos (EMA) por parte de todas as Forças e Serviços de segurança e de
Protecção Civil, assegurando o apoio aéreo a missões de segurança e protecção civil no
território nacional.
A presente estratégia de segurança inspira‐ se no Programa do XVII Governo
Constitucional. À definição e apresentação desta estratégia subjaz a firme convicção de
que a segurança é, em simultâneo, um direito fundamental dos cidadãos, uma
obrigação essencial do Estado de Direito, um parâmetro obrigatório de avaliação da
qualidade da Democracia e um factor decisivo de desenvolvimento económico e de
coesão social.
A missão de garantir a segurança dos portugueses depende, em primeira instância, do
Ministério da Administração Interna, mas, o êxito deste esforço conjunto depende,
ainda, de uma vasta congregação de esforços: Governo, Regiões, Autarquias, Forças e
Serviços de segurança e de Protecção Civil e sociedade civil em geral. Todos, afinal,
agentes de segurança, irmanados na nobre missão de defender a comunidade.
A preservação da segurança e a luta contra o crime constituem tarefas complexas, que
envolvem a conjugação de múltiplos agentes e de políticas públicas de natureza muito
variada. É, pois, necessário conhecer, prevenir e combater as causas de crimes,
acidentes e catástrofes ‐ sejam económicas, sociais ou civilizacionais ‐ sem descurar
nunca as consequências, a que importa fazer frente dia após dia, para garantir um
Portugal Seguro.
Medidas e Actividades do Gabinete do Secretário-Geral do Sistema de Segurança Interna para 2009 No quadro das competências previstas nas Leis de Segurança Interna e de Organização
da Investigação Criminal, o Gabinete do Secretário‐ Geral do Sistema de Segurança
Interna pretende desenvolver, durante o ano de 2009, um conjunto de medidas e
actividades, centradas:
No âmbito das competências de direcção: a) Interoperabilidade entre os sistemas de informação das entidades que integram o
Gabinete Coordenador de Segurança.
Estão em funcionamento dois grupos de trabalho com vista à concretização deste
objectivo, definido como prioritário.
Página 365
365 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL O Grupo de Trabalho para os Assuntos Técnicos (GTAT) estuda e propõe as soluções
técnicas necessárias à compatibilização dos actuais sistemas, tendo em vista a
disponibilização da informação existente a todos os OPCs, dentro de princípios de
necessidade e de competência, conforme o disposto no artigo 17º nº 2, al b) da LSI. Este
grupo de trabalho deverá concretizar o seu objectivo para que a interoperabilidade
entre os sistemas de informação existentes seja possível até finais de ano de 2009.
O Grupo de Trabalho para os Assuntos Jurídicos (GTAJ) estuda e propõe as soluções de
ordem jurídica e regulamentar, decorrentes da necessidade de concretização da partilha
e do acesso à informação. Os trabalhos deste grupo deverão estar, igualmente,
concluídos até finais de 2009, uma vez que existe a obrigação legal de regulamentação,
por Decreto‐ Lei, da partilha e acesso à informação.
b) Análise da criminalidade e elaboração do Relatório Anual de Segurança Interna.
Implementação, em articulação com as FSS, de um novo modelo de RASI que,
mantendo‐ se focado na análise estatística da criminalidade participada, esteja
especialmente centrado na avaliação das ameaças à segurança interna, evolução,
tendências e estratégias de actuação.
c) Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP)
Acompanhamento do processo de implementação nacional do SIRESP, salvaguardando a
partilha de informação de natureza operativa e a actuação coordenada e concertada,
tanto no domínio da prevenção, como de reacção a incidentes de segurança. No âmbito das competências de coordenação: d) Plano de Coordenação, Controlo e Comando Operacional das FSS
Apresentação, no primeiro semestre do presente ano, para apreciação e aprovação do
Conselho Superior de Segurança Interna, de uma versão reformulada do Plano de
Coordenação, Comando e Controlo Operacional das Forças e Serviços de Segurança
(PCCCOFSS) que tenha em conta as alterações legislativas introduzidas, quer pela Lei de
Segurança Interna, quer pela Lei de Organização da Investigação Criminal.
e) Articulação das FSS em missões ou tarefas específicas que impliquem actuação conjunta
A actuação policial visando a prevenção e a repressão de alguns fenómenos criminais
graves e (ou) potenciadores de um crescente sentimento de insegurança por parte dos
cidadãos impõe missões e tarefas específicas (delimitadas no tempo e no espaço), só
Página 366
366 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL possíveis através de actuações realizadas conjuntamente, desde a recolha, intercâmbio
e análise de informação até à execução de operações preventivas ou repressivas.
Sem prejuízo de outros campos de intervenção, que oportunamente e a todo o
momento sejam identificados, as áreas prioritárias para a intervenção do Gabinete, no
exercício das suas competências de coordenação e controlo serão: o tráfico e a posse de
armas ilegais; a imigração ilegal enquanto fenómeno conexo com formas de
criminalidade grave e violenta; o controlo das zonas identificadas como mais
problemáticas dos grandes centros urbanos; o roubo e furto em residências; o roubo de
viaturas automóveis; a utilização de armas de fogo na prática de crimes.
Ainda neste domínio, para além das estratégias e grupos de trabalho que venham a ser
constituídos para responder às áreas de intervenção atrás elencadas, passarão a ter
lugar, com carácter mensal e sob articulação do Secretário‐ Geral Adjunto, reuniões de
coordenação técnica e operacional das FSS, envolvendo a participação dos responsáveis
pelas áreas de operações e, eventualmente, de informações. Neste âmbito, dever‐ se‐ á
procurar desenvolver novos modelos e estratégias de intervenção policial, aumentando
a articulação e a flexibilidade de gestão operacional entre as FSS, de modo a reforçar e
afirmar as capacidades de intervenção e a eficácia operacional em matéria de
segurança.
f) Articulação das FSS com o sistema prisional
Estabelecer, com o sistema prisional, mecanismos de articulação e cooperação
destinados a melhorar e facilitar a ligação entre este e as FSS, de forma a tornar mais
eficaz a prevenção e repressão da criminalidade. Para além de outras áreas que venham
a ser consideradas relevantes pelo sistema prisional e as FSS, os mecanismos de
cooperação deverão envolver as áreas da troca de informação, formação e
procedimentos de segurança, em cenários que possam implicar actuação conjunta ou
combinada.
g) Articulação e ligação com a segurança privada
A actividade de segurança privada, complementar e subsidiária face às competências
desempenhadas pelas FSS, assume particular relevo, quer na protecção de pessoas e
bens, quer na prevenção da prática de actos ilícitos.
Sem prejuízo das competências atribuídas, neste domínio, às FSS, desenvolver
mecanismos de ligação do Gabinete com as empresas e associações do sector, visando
uma melhor rentabilização e cooperação com as FSS, tanto na área da prevenção e
protecção, como no domínio das informações.
Página 367
367 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL
h) Articulação e ligação com outras estruturas privadas
Colaborar com as entidades prestadoras de serviços e/ou estruturas privadas de âmbito
nacional, tendo em vista o desenvolvimento de medidas sustentadas e integradas que
perspectivem uma melhoria dos padrões de segurança e traduzam um efectivo
acompanhamento e apoio às acções desenvolvidas.
i) Articulação das FSS com os Municípios
Em articulação com a Associação Nacional de Municípios, e sem prejuízo do regime de
funcionamento dos Conselhos Municipais de Segurança e dos mecanismos de
cooperação e coordenação das polícias municipais com as FS, importa promover
estratégias e parcerias nos domínios da segurança e tranquilidade públicas.
j) Formação
Orientação dos recursos disponíveis para a formação de formadores das FSS,
particularmente para domínios ou temáticas com interesse para mais do que uma FSS,
privilegiando a formação científica e técnica, de forma a aproveitar as competências
individuais específicas em consonância com as vertentes funcionais existentes.
Patrocínio ou organização de seminários, tendo como público‐ alvo as FSS, subordinados
a temas de interesse colectivo.
k) Cooperação policial internacional
Melhorar, fortalecer e agilizar as estruturas de cooperação policial internacional,
promovendo e aprofundando a cooperação bilateral e multilateral.
No quadro da Declaração Conjunta do Ministro da Administração Interna e da Justiça de
Portugal e do Ministro do Interior e da Justiça de Espanha, assinada em Zamora, a 22 de
Janeiro de 2009, celebrar um Protocolo de Cooperação Policial e Segurança Interna.
l) Programa Nacional de Protecção de Infra‐ estruturas Críticas
Articular, com as FSS e o planeamento civil de emergência, a implementação de um
Programa Nacional de Protecção de Infra‐ estruturas Críticas, assegurando, ainda, os
procedimentos de identificação, designação e avaliação da necessidade de melhorar a
protecção das Infra‐ estruturas Críticas Europeias, nos termos previstos na Directiva
2008/114/CE do Conselho da União Europeia, de 8 de Dezembro.
Página 368
368 | - Número: 021 | 2 de Abril de 2009
CONFIDENCIAL No âmbito das competências de controlo e comando operacional: m) Realização de exercícios e simulacros
Após aprovação do PCCCOFSS, e em coordenação com as FSS, promover a realização de
exercícios (CPX e LIVEX) que envolvam a intervenção conjunta e combinada de mais do
que uma FSS.
n) Eventos ou operações de elevada dimensão, complexidade ou risco que impliquem
actuação conjunta ou combinada
Garantir, em permanência, com o envolvimento dos oficiais de ligação do Secretariado
Permanente do Gabinete, a necessária articulação e coordenação das FSS,
particularmente, em policiamentos ou operações que impliquem actuações conjuntas
ou combinadas, em conformidade com o PCCCOFSS.