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Segunda-feira, 3 de abril de 2017 II Série-E — Número 12

XIII LEGISLATURA 2.ª SESSÃO LEGISLATIVA (2016-2017)

S U M Á R I O

Segurança interna:

Relatório anual em matéria de segurança interna de 2016.

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Relatório Anual de Segurança Interna

2016

30 de março de 2015

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016

ÍNDICE

1.CARATERIZAÇÃO DA SEGURANÇA INTERNA .............................................. 1

Criminalidade participada .................................................................................... 1

CRIMINALIDADE GERAL .......................................................................................................................................... 1

CRIMINALIDADE VIOLENTA E GRAVE ........................................................................................................................ 18

INVESTIGAÇÃO CRIMINAL E ANÁLISE POR TIPO DE CRIME ............................................................................................... 26

HOMICÍDIO VOLUNTÁRIO CONSUMADO ............................................................................................................................................... 26

CRIMES CONTRA A LIBERDADE E AUTODETERMINAÇÃO SEXUAL .................................................................................................................. 28

SEGURANÇA INFORMÁTICA ................................................................................................................................................................ 31

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ..................................................................................................................................................................... 34

IMIGRAÇÃO ILEGAL ......................................................................................................................................................................... 42

CRIME DE TRÁFICO DE ESTUPEFACIENTES .............................................................................................................................................. 53

MOEDA FALSA ............................................................................................................................................................................... 59

CRIMINALIDADE ECONÓMICA E FINANCEIRA ......................................................................................................................................... 61

CRIMINALIDADE GRUPAL E DELINQUÊNCIA JUVENIL ................................................................................................................................. 66

Dados sobre Investigação Criminal ..................................................................... 67

Ameaças globais à segurança ............................................................................. 71

CARATERIZAÇÃO ................................................................................................................................................. 71

ANÁLISE ........................................................................................................................................................... 72

2.AÇÕES, OPERAÇÕES E EXERCÍCIOS NO ÂMBITO DA SEGURANÇA

INTERNA ................................................................................................. 78

Informações ....................................................................................................... 78

Segurança e Ordem Pública ................................................................................ 81

Prevenção .......................................................................................................... 90

PROGRAMAS GERAIS DE PREVENÇÃO E POLICIAMENTO ................................................................................................. 90

PROGRAMAS E AÇÕES ESPECÍFICAS DE PREVENÇÃO E POLICIAMENTO ................................................................................ 97

AÇÕES DE PREVENÇÃO DA CRIMINALIDADE .............................................................................................................. 103

AÇÕES E OPERAÇÕES NO ÂMBITO DO CONTROLO DE FRONTEIRAS E DA FISCALIZAÇÃO DA PERMANÊNCIA DE CIDADÃOS

ESTRANGEIROS ................................................................................................................................................ 106

EXERCÍCIOS E SIMULACROS .................................................................................................................................. 112

PROTEÇÃO DA NATUREZA E AMBIENTE ................................................................................................................... 112

Prevenção e combate a Incêndios Florestais ..................................................... 115

COMBATE AOS INCÊNDIOS FLORESTAIS .................................................................................................................. 115

ÁREA ARDIDA E NÚMERO DE OCORRÊNCIAS ............................................................................................................. 116

EMPENHAMENTO E RESULTADOS OPERACIONAIS ...................................................................................................... 116

CRIMINALIDADE REGISTADA ................................................................................................................................ 117

Segurança Rodoviária ....................................................................................... 118

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016

ESTRATÉGIA NACIONAL DE SEGURANÇA RODOVIÁRIA ................................................................................................ 118

SINISTRALIDADE RODOVIÁRIA ............................................................................................................................. 118

CONTRAORDENAÇÕES RODOVIÁRIAS .................................................................................................................... 120

INSPEÇÕES ÀS VIAS ........................................................................................................................................... 122

OUTROS ASPETOS ............................................................................................................................................ 123

CRIMINALIDADE RODOVIÁRIA ............................................................................................................................. 124

AÇÕES NO ÂMBITO DA SEGURANÇA RODOVIÁRIA ...................................................................................................... 125

Segurança Escolar ............................................................................................ 126

ILÍCITOS EM AMBIENTE ESCOLAR .......................................................................................................................... 126

PROGRAMA ESCOLA SEGURA ............................................................................................................................... 127

Cibersegurança ................................................................................................ 128

CENTRO NACIONAL DE CIBERSEGURANÇA ............................................................................................................... 128

Sistema Prisional e Reinserção Social ............................................................... 132

Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro .................................. 143

Segurança do Espaço Aéreo .............................................................................. 145

AUTORIDADE NACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL ............................................................................................................ 145

AUTORIDADE AERONÁUTICA NACIONAL ................................................................................................................. 148

Segurança do Espaço Marítimo ........................................................................ 152

SEGURANÇA COSTEIRA ...................................................................................................................................... 152

SISTEMA INTEGRADO DE VIGILÂNCIA, COMANDO E CONTROLO (SIVICC) ........................................................................ 152

SINISTRALIDADE MARÍTIMA ............................................................................................................................... 153

SOCORRO A NÁUFRAGOS E SALVAMENTO MARÍTIMO ................................................................................................ 153

MOVIMENTO NOS PORTOS ................................................................................................................................. 154

Recursos Humanos das Forças e Serviços de Segurança .................................... 155

EFETIVOS ........................................................................................................................................................ 155

RESULTADOS DA INTERVENÇÃO DAS FORÇAS E SERVIÇOS DE SEGURANÇA ....................................................................... 155

Forças Armadas - Colaboração .......................................................................... 156

3.COOPERAÇÃO INTERNACIONAL ............................................................ 161

COOPERAÇÃO NO ÂMBITO DE QUADROS MULTILATERAIS ............................................................................................ 161

COOPERAÇÃO BILATERAL .................................................................................................................................... 201

OFICIAIS DE LIGAÇÃO ......................................................................................................................................... 210

COMISSÃO NACIONAL PARA OS DIREITOS HUMANOS (CNDH) ....................................................................................... 211

Cidadãos Nacionais detidos no estrangeiro, expulsos/deportados e acordos de

extradição ....................................................................................................... 212

4.MEDIDAS LEGISLATIVAS ........................................................................ 218

5.ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA 2017 ............................................. 225

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016

Metodologia “o que determina como trabalhar é o problema que se quer trabalhar:

só se escolhe o caminho quando se sabe aonde se quer chegar” Goldenberg (2002: 14)

O RASI é a face mais visível e consequente instrumento de aferição dos resultados do trabalho das

diversas entidades que integram o Sistema de Segurança Interna1.

O RASI 2016, na análise da criminalidade participada, tem por base os registos verificados no

intervalo de tempo de janeiro a dezembro e remetidos pelos oito OPC que congregam a maior

expressão de ocorrências registadas à Direção-Geral de Política de Justiça (DGPJ), entidade dotada

de competência legal para a recolha, tratamento e difusão dos resultados das estatísticas oficiais no

quadro do sistema estatístico nacional2. Partindo desses dados, foi adotada uma metodologia

variável em conformidade com o tipo de objetivos pretendidos.

Na atual edição e numa primeira fase, a que corresponde a recolha e agregação de dados, o

processo seguido é o observacional, que se limita a constatar (retratar), não considerando fatores

exógenos causais, para explicar o quadro de ocorrências. Já quando se trata de desagregar a

informação e entender as diferentes incidências geográficas em cômputo e tipologia criminal, bem

como o cotejo com realidades criminais de outros países, utiliza-se o método comparativo.

Naturalmente que o estudo não estaria completo, nem seria viável, sem o recurso ao método

estatístico, o qual possibilita medir e acompanhar a evolução dos dados conhecidos.

O Relatório baseia-se, numa primeira fase, na informação coligida e centralizada pela DGPJ a partir

dos dados disponibilizados pelos OPC, aos quais se aplicaram técnicas e processos estatísticos

(estratificação por força de segurança, áreas de incidência e tipologias criminais), agregando

resultados, a partir da informação desagregada e de pormenor oriunda de cada um. Tal opção

metodológica permite evidenciar o quadro de maturação ou evolução de grupos, tipologias

criminais, medidas implementadas e respetivos resultados.

A análise dos dados foi realizada com base num software estatístico contendo os registos iniciais

das ocorrências de crime entre 2015 e 2016. Complementarmente foi utilizada a Carta

Administrativa de Portugal (CAOP) de 2016 disponibilizada pela Direção-Geral do Território. Estes

dados foram posteriormente organizados em base de dados, usando um Sistema de Gestão de

Bases de Dados (SGBD). A informação geográfica e a consequente produção dos mapas temáticos

foram tratadas por meio de um Sistema de Informação Geográfica (SIG). O cômputo das métricas

de análise foram realizadas no SGBD e em folhas de cálculo. As peças gráficas foram preparadas

recorrendo ao software estatístico R por meio da biblioteca de gramática gráfica ggplot2.

1 Só em 2015 foi possível congregar no RASI os registos globais da criminalidade participada e, dentro desta, registos desagregados por tipologias criminais, de oito OPC: Guarda Nacional Republicana (GNR), Polícia de Segurança Pública (PSP), Polícia Judiciária (PJ), Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Polícia Marítima (PM), Autoridade de Segurança Alimentar (ASAE), Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e Polícia Judiciária Militar (PJM). Até ao exercício de 2014, os dados estatísticos de cinco dos OPC (SEF, PM, ASAE, AT e PJM) eram considerados de forma autónoma como um valor único, inviabilizando a análise integrada e por tipologia criminal. 2 Decreto Lei nº123/2007, de 27 de abril

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016

Acrónimos

AAN AUTORIDADE DE AERONÁUTICA NACIONAL

ACNUR ALTO COMISSARIADO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA OS REFUGIADOS

ACT ALTO COMISSARIADO PARA AS MIGRAÇÕES

AE ALTA ENTIDADE

AMN AUTORIDADE MARÍTIMA NACIONAL

ANAC AUTORIDADE NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL (v. INAC)

ANPC AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO CIVIL

ANSR AUTORIDADE NACIONAL DE SEGURANÇA RODOVIÁRIA

AR ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

ASAE AUTORIDADE DE SEGURANÇA ALIMENTAR E ECONÓMICA

AT AUTORIDADE TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA

CEDN CONCEITO ESTRATÉGICO DE DEFESA NACIONAL

CEMGFA CHEFE DE ESTADO-MAIOR GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS

CESI CONCEITO ESTRATÉGICO DE SEGURANÇA INTERNA

CIG COMISSÃO PARA A CIDADANIA E A IGUALDADE DE GÉNERO

CNC CENTRO NACIONAL DE CIBERSEGURANÇA

CNDH COMISSÃO NACIONAL PARA OS DIREITOS HUMANOS

CNE CORPO NACIONAL DE ESCUTAS

CSSI CONSELHO SUPERIOR DE SEGURANÇA INTERNA

CTP COOPERAÇÃO TÉCNICO POLICIAL

CVP CRUZ VERMELHA PORTUGUESA

DGAMDIREÇÃO-GERAL DA AUTORIDADE MARÍTIMA

DGAV DIREÇÃO GERAL DA ALIMENTAÇÃO E VETERINÁRIA

DGPJ DIREÇÃO-GERAL DE POLÍTICA DE JUSTIÇA

DGRSP DIREÇÃO-GERAL DE REINSERÇÃO E SERVIÇOS PRISIONAIS

EASO EUROPEAN ASYLUM SUPPORT OFFICE

EM ESTADO MEMBRO

ECR EUROPEAN CONTROL ROUTE

EMSA AGÊNCIA EUROPEIA DA SEGURANÇA MARÍTIMA

EM ESTADO MEMBRO

ENISA AGÊNCIA EUROPEIA PARA A SEGURANÇA DAS REDES E DA INFORMAÇÃO

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016

ENSR ESTRATÉGIA NACIONAL DE SEGURANÇA RODOVIÁRIA

EPAV EQUIPAS DE PROXIMIDADE E APOIO À VÍTIMA

ECR EURO CONTRÔLE ROUTE

EUROGENDFOR FORÇA DE GENDARMERIE EUROPEIA

EUROPOL EUROPEAN POLICE OFFICE

FA FORÇAS ARMADAS

FEB FORÇA ESPECIAL DE BOMBEIROS

FRONTEX EUROPEAN BORDER AND COAST GUARD AGENCIES

FSS FORÇAS E SERVIÇOS DE SEGURANÇA

GAFI GRUPO DE AÇÃO FINANCEIRA INTERNACIONAL (FINANCIAL ACTION TASK FORCE –FATF)

GCS GABINETE COORDENADOR DE SEGURANÇA

GNR GUARDA NACIONAL REPUBLICANA

GOP GRANDES OPÇÕES DO PLANO

IAVE INVESTIGAÇÃO E APOIO A VÍTIMAS ESPECIFICAS

ICNF INSTITUTO DA CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E FLORESTAS

INAC (v. ANAC)

INFOCEST

INEM INSTITUTO NACIONAL DE EMERGÊNCIA MÉDICA

INTERPOL

IPRI INSTITUTO PORTUGUÊS DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

LOIC LEI DE ORGANIZAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL

LSI LEI DE SEGURANÇA INTERNA

MAI MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA

NUT NOMENCLATURA DAS UNIDADES TERRITORIAIS

NIAVE NÚCLEO DE INVESTIGAÇÃO E APOIO A VÍTIMAS ESPECIFICAS

OCDE ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

ONU ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS

ONUDC UNITED NATIONS OFFICE ON DRUGS AND CRIME PREVENTION

OPC ORGÃOS DE POLÍCIA CRIMINAL

OSCE ORGANIZAÇÃO PARA A SEGURANÇA E COOPERAÇÃO NA EUROPA

OTSH OBSERVATÓRIO DE TRÁFICO DE SERES HUMANOS

PC PROTEÇÃO CIVIL

PIC PROGRAMAS INDICATIVOS DE COOPERAÇÃO

PIIC PLATAFORMA INTEGRADA DE INFORMAÇÃO CRIMINAL

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016

PJ POLÍCIA JUDICIÁRIA

PJM POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR

PM PRIMEIRO-MINISTRO

PM POLÍCIA MARÍTIMA

PNCTSH PLANO NACIONAL CONTRA O TRÁFICO DE SERES HUMANOS

PSP POLÍCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA

RASI RELATÓRIO ANUAL DE SEGURANÇA INTERNA

RCM RESOLUÇÃO DO CONSELHO DE MINISTROS

REPER REPRESENTAÇÃO PERMANENTE DE PORTUGAL JUNTO DA UNIÃO EUROPEIA

RVD RISCO EM VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

SEF SERVIÇO DE ESTRANGEIROS E FRONTEIRAS

SGAI SECRETARIA GERAL DE ADMINISTRAÇÃO INTERNA

SGSSI SECRETÁRIO-GERAL DO SISTEMA DE SEGURANÇA INTERNA

SI SEGURANÇA INTERNA

SIED SERVIÇOS DE INFORMAÇÕES ESTRATÉGICAS DE DEFESA

SIGA SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO DE AUTOS

SINCRO SISTEMA NACIONAL DE FISCALIZAÇÃO AUTOMÁTICA DE VELOCIDADE

SIOPS SISTEMA INTEGRADO DE OPERAÇÕES DE PROTEÇÃO E SOCORRO

SIRENE SUPPLEMENTARY INFORMATION REQUESTED AT THE NATIONAL ENTRY

SIRP SISTEMA DE INFORMAÇÕES DA REPUBLICA PORTUGUESA

SIS SERVIÇO DE INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA

SMA SECRETÁRIA PARA A MODERNIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

SSI SISTEMA DE SEGURANÇA INTERNA

SIVICC SISTEMA INTEGRADO DE VIGILÂNCIA COMANDO E CONTROLO

TIC TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

TISPOL EUROPEAN TRAFFIC POLICE NETWORK

TSH TRÁFICO DE SERES HUMANOS

TSP TOURIST SUPPORT PATROL

TUE TRATADO DA UNIÃO EUROPEIA

UCAT UNIDADE COORDENADORA ANTI-TERRORISMO

UE UNIÃO EUROPEIA

UNC3T UNIDADE NACIONAL DE COMBATE AO CIBERCRIME E CRIMINALIDADE TECNOLÓGICA

UNODC UNITED NATIONS OFFICE ON DRUGS AND CRIME

ZEE ZONA ECONÓMICA EXCLUSIVA

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016

Sumário executivo

O hodierno modelo de sociedade encontra-se sujeito a fenómenos criminógenos complexos

exigindo que a segurança seja trabalhada e reconstruída de forma inteligente e diária.

O Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) constitui-se como o documento congregador dos

registos globais da criminalidade participada em Portugal, a partir dos dados fornecidos pelas

entidades que compõem o Sistema de Segurança Interna (SSI). Permite, concomitantemente, fruto

de metódica desagregação por tipologias criminais, uma visão analítica do atual quadro

criminógeno nacional. Identifica tendências, sinaliza grupos criminosos, elenca padrões

vitimológicos e áreas territoriais de incidência por tipologia criminal. Permite obter uma visão

integrada da realidade portuguesa em matéria de criminalidade participada, baseada em

informação estratificada e respetiva distribuição espacial.

O RASI 2016, resultado de uma evolução natural da estratégia iniciada em 2015, congrega os dados

referentes à criminalidade participada por oito Órgãos de Policia Criminal (OPC): Guarda Nacional

Republicana (GNR), Polícia de Segurança Pública (PSP), Polícia Judiciária (PJ), Serviço de Estrangeiros

e Fronteiras (SEF), Polícia Marítima (PM), Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE),

Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e Polícia Judiciária Militar (PJM), os quais são analisados em

conjunto e de forma desagregada com base em critérios objetivos. É, assim, um instrumento de

aferição dos modelos de política criminal e do aparelho preventivo/repressivo do Estado, e um

documento estratégico de apoio à decisão na definição e correção de políticas públicas de

prevenção situacional e social e de repressão criminal.

O SSI assenta num modelo integrado de organização, que envolve as Forças e Serviços de Segurança

(FSS), a cooperação internacional e outros sistemas e serviços do Estado. Permite, assim, a gestão

de risco (ameaças x vulnerabilidades) e a racionalização da afetação de recursos, asseverando o

compromisso de garantir a segurança no quadro atual de ameaças globais, imprevisíveis, inter-

relacionadas e em constante mutação. O facto de estas serem protagonizadas por atores múltiplos

e de difícil identificação ou localização exige, a cada Estado, constante adaptação.

Portugal apresentava em 2014 (ano a que se reportam os dados estatísticos oficiais mais recentes

da União Europeia) níveis de criminalidade geral muito inferiores à média registada na EU3.

A segurança é um bem coletivo de inegável valor social que tem assumido nestes últimos anos

elevada relevância económica. O sucesso do desenvolvimento de Portugal também passa pela sua

capacidade de garantir segurança. 3 Conforme: Crime and Criminal Justice Statistics - Methodological guide for users 2016 Version (updated 25 May 2016)

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016

A estrutura complexa que em Portugal garante a segurança dos cidadãos opera de forma integrada

e continuada com reconhecida eficácia, como demonstra a descida sustentada desde 2008, quer da

criminalidade geral, que veio diminuindo de 421.037 participações até às atuais 330.872 (redução

de 21%) quer, dentro desta, da criminalidade violenta e grave, que passou de 24.317 ocorrências a

16.761, o que representa uma diminuição ainda mais expressiva, de 32% (Figura 1). Assim, em

apenas nove anos, a criminalidade geral reduziu-se mais de uma quinta parte e a criminalidade

violenta e grave quase um terço.

Figura 1. Portugal. Evolução da Criminalidade Geral e da Criminalidade Violenta e Grave, 2003-2016

(NOTA: é representada a regressão linear bem como o intervalo de confiança a 95% dos pontos inferidos)

Durante o ano de 2016 foram registadas menos 25.160 participações, uma redução de 7,1% face a

2015 (o total anual passa de 356.032 para 330.872) e a criminalidade violenta e grave apresenta

menos 2.203 participações (ou seja, entre 2015 e 2016 desce 11,6%, de 18.964 para 16.761)

(Tabelas 1 e 2). Em Portugal continental e na Região Autónoma da Madeira a descida foi uniforme,

tendo apenas a Região Autónoma dos Açores assinalado um aumento ligeiro de crimes

participados.

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016

Nota: Com os totais apresentam-se as 10 tipologias de crime com maior ocorrência em 2016 e a

sua correspondente diferença e variação percentual relativamente ao ano anterior.

Tabela 1. Portugal. Criminalidade geral, 2015-2016

Nota: Restantes tipologias = Inclui todos os tipos de criminalidade violenta e grave com

percentagem de ocorrência inferior a 2%.

Tabela 2. Portugal. Criminalidade Violenta e Grave, 2015-2016

Crime 2015 2016 Diferença Var. %

Ofensa à integridade física voluntária simples 23720 23173 -547 -2,3%

Violência doméstica contra cônjuge ou análogos 22469 22773 304 1,4%

Furto em veículo motorizado 25360 21424 -3936 -15,5%

Condução de veículo com taxa igual/superior a 1,2g/l 22873 20849 -2024 -8,8%

Outro dano 17808 16482 -1326 -7,4%

Furto em residência com arrombamento, escalamento ou chaves falsas 16186 14369 -1817 -11,2%

Ameaça e coação 14690 14246 -444 -3,0%

Furto por carteirista 14443 13879 -564 -3,9%

Furto de oportunidade/objetos não guardados 11105 12451 1346 12,1%

Furto de veículo motorizado 12017 11531 -486 -4,0%

Restantes tipologias 175361 159695 -15666 -8,9%

Total nacional 356032 330872 -25160 -7,1%

Crime violento e grave 2015 2016 DiferençaFrequência

2016 *Var. %

Roubo na via pública (exceto por esticão) 7037 6492 -545 38,7% -7,7%

Roubo por esticão 5704 4311 -1393 25,7% -24,4%

Resistência e coação sobre funcionário 1818 1688 -130 10,1% -7,2%

Roubo em transportes públicos 626 629 3 3,8% 0,5%

Roubo a residência 676 591 -85 3,5% -12,6%

Ofensa à integridade física voluntária grave 469 521 52 3,1% 11,1%

Roubo outros edifícios comerciais e industriais 521 507 -14 3,0% -2,7%

Extorsão 313 481 168 2,9% 53,7%

Violação 375 335 -40 2,0% -10,7%

Restantes tipologias 1425 1206 -219 7,2% -15,4%

Total nacional 18964 16761 -2203 100,0% -11,6%

* Corresponde à frequência relativa que cada tipologia assume no total da criminalidade violenta e grave

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016

Somente duas das principais tipologias criminais da criminalidade geral sofrem um aumento do

total de ocorrências, sendo ligeiro na violência doméstica contra cônjuge ou análogos (+1,4%) e

pronunciado no Furto de Oportunidade (+12%). O furto, nas suas diversas formas, representa cerca

de 35% de toda a criminalidade participada. A maioria das formas do crime de furto regista

variações negativas, sobretudo as relacionadas com residências e veículos.

Como esperado, considerando a população residente e pendular, são os distritos de Lisboa, Porto,

Setúbal, Faro, Braga e Aveiro aqueles onde ocorreu o maior número de crimes durante 2016. A taxa

de criminalidade (total crimes /população x 1000) permite identificar o Algarve como a região onde

se observou o maior número de crimes face aos residentes, seguido por Lisboa, Porto e Setúbal.

(Figura 2).

Figura 2. Portugal. Distribuição geográfica da Criminalidade Geral. Proporção de crimes e taxa de criminalidade (2016)

No âmbito da criminalidade complexa Portugal segue o panorama internacional. O SOCTA 20134

identificou prioridades-chave comuns em termos de ameaça criminógena, a que acrescem novas

preocupações no domínio das políticas de segurança5, merecendo a ação concertada dos EM e

outros intervenientes, visando exponenciar a eficácia da resposta face à ameaça global, fruto da

globalização da sociedade e da economia, aliadas à disseminação das Tecnologias de Informação

(TIC), que têm potenciado o advento de novas transmutações criminógenas por via da exploração

de lacunas legislativas, do recurso às redes sociais e das condições associadas à crise económica,

gerando lucros ilícitos com baixo risco. Referimos tipologias como a criminalidade violenta e grave,

as estruturas transnacionais da criminalidade organizada, a criminalidade económica e financeira, o

terrorismo, os movimentos contestatários de índole violenta ou subversiva e a violência urbana. O

mesmo se aplica à violência política extremista e aos movimentos radicais de intervenção, à

4 SOCTA 2013 EU Serious and Organized Crime Threat Assessment 5 Conforme Annual Munich Security Repot2017, Munich Security Conference, 2017,

Distrito 2015 2016 Diferença Var. %

Açores 8792 9029 237 2,7%

Aveiro 20448 18760 -1688 -8,3%

Beja 4299 3838 -461 -10,7%

Braga 21208 20207 -1001 -4,7%

Bragança 4443 3759 -684 -15,4%

Castelo Branco 5282 4908 -374 -7,1%

Coimbra 12257 11426 -831 -6,8%

Évora 4390 4219 -171 -3,9%

Faro 21851 21515 -336 -1,5%

Guarda 4537 4090 -447 -9,9%

Leiria 14256 12378 -1878 -13,2%

Lisboa 89974 85375 -4599 -5,1%

Madeira 6456 6062 -394 -6,1%

Portalegre 3418 3163 -255 -7,5%

Porto 62028 57085 -4943 -8,0%

Santarém 14182 12104 -2078 -14,7%

Setúbal 31632 29425 -2207 -7,0%

Viana do Castelo 7866 6923 -943 -12,0%

Vila Real 6671 5635 -1036 -15,5%

Viseu 9007 8018 -989 -11,0%

Não especificado 3035 2953 -82 -2,7%

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016

violência associada ao desporto, às ciberameaças, à paralisação de setores essenciais decorrente de

violência social programada e ainda às infraestruturas críticas.

No domínio da Criminalidade Violenta e Grave os bons resultados de 2016 resultam de medidas

preventivas bem-sucedidas e do trabalho de investigação criminal efetuado pelos diversos OPC nos

seus quadros de competências. A criminalidade violenta e grave teve maior expressão no distrito de

Lisboa, seguido por Porto e Setúbal, respetivamente. Em 2016, 90,2% das ocorrências de

criminalidade violenta e grave resultam de apenas oito tipos de crime. O roubo na via pública

(exceto esticão), roubo por esticão e resistência e coação sobre funcionário representam 74,5%.

(Figura 4).

Figura 4. Portugal. Proporção da Criminalidade Violenta e Grave na Criminalidade Geral, por distritos (%), e Distribuição acumulada da criminalidade violenta e grave em 2016

As informações constituemferramenta indispensável ao sucesso de toda a atividade no âmbito da

segurança. A partilha de informação vem sofrendo uma enorme evolução, adquirindo hoje papel

preponderante no relacionamento entre as diversas entidades e na estratégica global de cada uma

delas.

A cooperação internacional nos domínios da segurança interna constitui-se como fator

determinante. O conceito de segurança interna ampliou-se desde os atentados de 2001 nos EUA,

projetando-se no plano externo por via da cooperação bilateral e multilateral, numa permanente

troca de informações entre atores de segurança visando uma permanente e atual avaliação da

ameaça. Assim, no domínio da Cooperação Internacional foi dada especial atenção, durante o ano

de 2016, à cooperação com autoridades dos EM, agências europeias e instituições internacionais.

Extorsão

Roubo em edif comer /

iindustriais

Of. integridade fisica voluntária grave

Roubo a residência

Roubo em transportes públicos

Resistência e coação sobre funcionário

Roubo por esticão

Roubo na via pública (excepto esticão) 38,7%

3,0%

2,9%

25,7%

10,1%

3,8%

3,5%

3,1%

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016

No domínio da prevenção, cumpre realçar o incremento dos Programas e Ações Específicas de

Prevenção e Policiamento. Trata-se de planos específicos concebidos para assegurar a proteção de

grupos vulneráveis e de operações especiais de prevenção criminal periodicamente efetuadas em

áreas geográficas específicas.

A proteção da natureza e do ambiente é determinante nos domínios económico e da segurança

das populações, incidindo na conservação, na utilização sustentável, na valorização e na fruição,

bem como no reconhecimento público do património natural, garantindo o desenvolvimento

sustentável dos espaços florestais e dos recursos associados. No ano em análise foram registadas

185.429 participações.

No relativo a prevenção e combate a incêndios florestais 2016 revelou-se um ano complexo, em

que o património florestal português se viu fortemente devastado, fruto do tipo de vegetação

predominante no país e de condições climáticas extremas, com temperaturas muito elevadas e

ventos fortes que contribuíram para a extensão da área ardida. O combate aos incêndios florestais

registou 13.333 ocorrências.

A segurança rodoviária é outra das grandes prioridades exigindo planeamento e coordenação,

empenhamento de meios e uma máquina administrativa capaz de fazer cumprir o quadro

sancionatório aplicável. O novo sistema da Carta por Pontos, em vigor desde 1 de junho de 2016

constitui um sistema simples e transparente, que visa contribuir para a adoção de comportamentos

mais seguros e responsáveis na condução. Os dados de 2016 revelam uma diminuição de 25 vítimas

mortais, apesar do aumento de 3,8% de acidentes registados.

A delinquência juvenil compreende a prática por indivíduo com idade compreendida entre 12 e 16

anos, de um ato qualificado pela lei como crime nos termos previstos pela Lei Tutelar Educativa. É

um fenómeno social embora se exerça maioritariamente em grupo. A tendência grupal da

delinquência juvenil tem várias justificações, desde logo a vontade de pertença ao grupo numa

lógica de socialização e identidade psicossocial, além de exponenciar a eficácia de atuação. É

impossível estabelecer uma relação causal clara que permita esclarecer se a influência do grupo

determina a delinquência ou se são indivíduos com histórico delinquente que fomentam a

constituição de grupos com fins criminosos6. A delinquência juvenil acentua o decréscimo já

observado no ano anterior, assinalando menos 481 registos que em 2015, a que corresponde uma

variação de -22,7%.

A Delinquência Juvenil e a segurança escolar encontram-se profundamente relacionadas por via do

bullying, da subtração por meio de ameaça ou mesmo recorrendo à violência física (roubos,

6 BORN, Michel “Psicologia da Delinquência”, Climepsi Editores, Abril 205. ISBN 972-796-159-2

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 14

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016

pequeno tráfico de drogas junto às escolas e mesmo no seu interior). Os números disponíveis

revelam, comparativamente com o ano de 2015, um aumento nas ocorrências em ambiente escolar

(+6,2%) e nas ocorrências de natureza criminal (+0,5%), embora os crimes no interior das escolas

registassem uma diminuição de 1,5%.

Frequentemente associada à delinquência juvenil está a criminalidade grupal, queenvolve uma

subcultura criminógena potenciadora e até encorajadora da prática de atos ilícitos. Em Portugal

predominam grupos com pouca coesão interna e débil estrutura onde a delinquência não é

sistemática. No decurso de 2016 foram, ainda, identificados grupos de estrutura mais organizada,

com fins puramente criminosos e que recorrem à violência para concretizar os seus objetivos. Não

obstante, em 2016, a criminalidade grupal registou menos 907 ocorrências, ou seja, -14,9%.

As novas TIC constituem hoje uma base capital de suporte à vida em sociedade, mas também

colocam novas questões nos domínios do Direito, da Ética e da Segurança. Em 2016 exponenciou-se

o número mundial de ciberataques, a sua sofisticação e as suas consequências. Em Portugal os

crimes informáticos mantêm a tendência de subida, registando mais 142 casos, o que significa um

acréscimo percentual de 21,5%. Em matéria da Cibersegurança destaca-se a criação da Unidade

Nacional de Combate ao Cibercrime e Criminalidade Tecnológica na Policia Judiciária (PJ)7 e o

trabalho desenvolvido pelo Centro Nacional de Cibersegurança (CNC) na implementação da

Estratégia Nacional de Segurança do Ciberespaço8.

A Direção-Geral de Reinserção Social e Serviços Prisionais (DGRSP) é o serviço responsável pela

definição e execução das políticas públicas da administração de prevenção criminal e de reinserção

social de jovens e adultos, designadamente pela promoção e execução de medidas tutelares

educativas e medidas alternativas à prisão. Criada pelo Decreto-Lei n.º 215/2012, de 28 de

setembro, a DGRSP tem por missão o desenvolvimento das políticas de prevenção criminal, de

execução de penas e medidas de segurança, de reinserção social e a gestão articulada e

complementar dos sistemas tutelar educativo e prisional, assegurando condições compatíveis com

a dignidade humana e contribuindo para a defesa da ordem e da paz social.

O sistema integrado de operações de proteção e socorro (SIOPS) compreende o conjunto de

estruturas, normas e procedimentos de natureza permanente e conjuntural que asseguram que, no

plano operacional, todos os agentes de proteção civil atuem articuladamente sob um comando

único, sem prejuízo da respetiva dependência hierárquica e funcional, estabelecendo o sistema de

gestão de operações, definindo a organização dos teatros de operações e dos postos de comando,

clarificando competências e consolidando a doutrina operacional.

7 Decreto-Lei n.º 81/2016, de 28 de novembro. 8Resolução do Conselho de Ministros nº. 36/2015, de 12 de junho.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 15

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016

A segurança do espaço aéreo envolve o empenhamento da Autoridade Nacional de Aviação Civil

(ANAC) e da Autoridade de Aeronáutica Nacional (AAN). À ANAC compete a coordenação e

supervisão do sistema nacional de segurança da aviação civil e a regulação, certificação e auditoria

dos agentes, operadores, equipamentos e sistemas afetos à mesma. À AAN compete a coordenação

e execução das atividades a desenvolver pela Força Aérea na regulação, inspeção e supervisão de

atividades aeronáuticas na área da Defesa Nacional e o exercício dos poderes da autoridade do

Estado no espaço estratégico de interesse nacional permanente. Compulsados os dados oriundos

destas entidades resulta que em 2016 a ANAC registou um aumento de furtos na zona pública e na

zona restrita de segurança, bem como de passageiros desordeiros. A AAN, além do policiamento

aéreo, monitorizou 47.012 alvos no espaço estratégico de interesse nacional permanente em 895

horas de voo.

Portugal é um país de enorme orla costeira e apreciável plataforma continental. A segurança do

espaço marítimo é uma preocupação constante e implica o envolvimento de várias entidades com

responsabilidades distintas em função da atividade a desenvolver. Em 2016, foi criado, nas Ilhas

Selvagens, um Posto de Comando da PM, o que permitiu que Portugal passasse a contar com a

presença em permanência de um OPC neste local.

A resposta a todas as contingências enunciadas no presente relatório exige a mobilização de

recursos humanos das FSS devidamente treinados e equipados, cujos números se traduzem num

total de 46.068 efetivos.

Destaque igualmente para a colaboração com as Forças Armadas, que se desenvolve na esfera da

articulação e cooperação com todas as Forças e Serviços de Segurança.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 16

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016

CRIMINALIDADE GERAL

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016

CRIMINALIDADE VIOLENTA E GRAVE

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 18

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016

DADOS SOBRE ALGUMAS TIPOLOGIAS

Violência Doméstica

26595

27005

Moeda Falsa

Apreensão de Dólares [$]: Redução de 77,6%

2016

2015

201695€

15914

216000€

1019686$USD227500$USD

Criminalidade Grupal

6069

801

Aumento de 21,5% participações

2016

2015

Crimes Informáticos

659

Delinquência Juvenil

2177

[] kg

Aumento de 192,7% da quantidade de Haxixe apreendido

2016

2015

Tráfico de estupefacientes

Redução em -82,7% da quantidade de Cocaína apreendida

2016

2015

Redução em -41,1% da quantidade de Heroína apreendida

2016

2015

[] uni.

Aumento de 197,4% da quantidade de Ecstasy apreendido

2016

2015

Aumento de 10,7% do número de apreensões realizadas

2016

2015

Aumento de 5,3% do número de detenções realizados

2016

2015

7062Kg

151265 Un

5861

2413 Kg

6031 Kg

96,6 Kg

50857 Un

6166

5566

1046 Kg

56,9 Kg

6824

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 19

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016

DADOS SOBRE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL

Arguidos Constituídos

41401

Interceções a Comunicações

15441

Veículos e Motociclos apreendidos

1584

Veículos e motociclos apreendidos

2016

Buscas Efetuadas

Aumento de 29,8% - do número de buscas não domiciliárias

2016

20156413

12887

8388

4499

Detenções Efetuadas

26,9% (12.388) foram realizadas no âmbito da Investigação …

12883

46515

49288

12388

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 20

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016

DADOS SOBRE PREVENÇÃO E FISCALIZAÇÃO (I)

Sinistralidade Rodoviária

Vitimação

456

Diminuição de 5,2% do número de vítimas mortais

2016

2015

2231

Diminuição de 8,8% do número de feridos graves

2016

2015

40120

Aumento de 0,6% do número de feridos ligeiros

2016

2015

128361

481

2446

40350

Proteção do Ambiente

185850

Ambiente escolar

7110

4768

Armas e explosivos

8128

7567

Incêndios florestais

4036

Operações com meios aéreos

2016 6229

16301

63937

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 21

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016

DADOS SOBRE PREVENÇÃO E FISCALIZAÇÃO (II)

Controlo de Fronteiras e Permanências

Aumento de 1,5% do número de Medidas Cautelares

2016

2015

120508882137478

5080182991

241111892

6651607

Proteção e Socorro

178548

973374

Segurança Privada

26370

Aumento de 17,8% do número de Indíviduos Controlados

2016

2015

12159

Aumento de 45,7% do número de Ações de Fiscalização

2016

2015

22653

8341

2160

Controlo da segurança da aviação civil

1135

65

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 22

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016

DADOS SOBRE A COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Cooperação Internacional

229503

Aumento de 10,4% do número de Inserções por Portugal

2016

201570827959

Aumento de 11,5% do número de Alertas

2016

2015

SIRENE

INTERPOL

EUROPOL

EXTRADIÇÕES E ENTREGAS

3023

63481889207858

1700277

80107

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016

OUTROS DADOS

Efetivos

46068

Aumento de 0,5% de elementos (GNR, PSP, PJ, SEF e PM)

2016

2015 45827

1415

948

93,9

População Prisional

5

Aumento de 150% do número de Evasões

2016

2015

83,3

83,3% da População prisional é de nacionalidade portuguesa

93,7% da População prisional é do sexo masculino

93,7

82,5

27467

119192

2303

14222

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 24

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 1

1. CARATERIZAÇÃO DA SEGURANÇA INTERNA

Criminalidade participada

CRIMINALIDADE GERAL

DADOS GLOBAIS

O número total de participações criminais registadas pelos oito Órgãos de Policia Criminal (GNR,

PSP, PJ, SEF, PM, ASAE, AT e PJM) foi de 330.872, menos -25.160 participações do que em 2015 a

que corresponde uma variação de -7,1%.

Gráfico ilustrativo da criminalidade participada Ano 2003 – Ano 2016 9

Em 2016 foi retomada a tendência de descida registada desde 2009.

Para este resultado contribuiu a descida verificada nos crimes de furto em veículo motorizado,

furto de metais não preciosos, contrafação, falsificação de moeda e passagem de moeda falsa,

condução de veículo com taxa de álcool igual ou superior a 1,2 g/l e o furto em residência com

arrombamento, escalamento ou chaves falsas que, no seu conjunto, apresentaram menos -13.558

participações face ao ano anterior.

9 Até ao exercício de 2014, eram considerados apenas os dados estatísticos referentes a três OPC (GNR, PSP e PJ). Os dados estatísticos

dos OPC (SEF, PM, ASAE, AT e PJM) eram considerados, de forma autónoma, como um valor único.

Em 2015 pela primeira vez o RASI congregou os dados dos oito OPC. A comparação e análise dos valores estatísticos da criminalidade

participada de 2015 (356 032), só foi viável porque se procedeu à integração dos dados estatísticos dos oito OPC, por referência, ao ano

de 2014 (343 768 + 7 543 = 351 311)

409.509405.605

383.253

391.085 391.611

421.037

416.058 413.600

405.288

395.827

368.452

343.768

351.311356.032

330.872

-1,0 %

-5,5 %

2,0 % 0,1 %

7,5 %

-1,2 %-0,6 %

-2,0 %

-2,3 %

-6,9 %

-6,7 %

1,3 %

-7,1 %

-8,0 %

-6,0 %

-4,0 %

-2,0 %

0,0 %

2,0 %

4,0 %

6,0 %

8,0 %

10,0 %

320.000

340.000

360.000

380.000

400.000

420.000

440.000

Ano2003

Ano2004

Ano2005

Ano2006

Ano2007

Ano2008

Ano2009

Ano2010

Ano2011

Ano2012

Ano2013

Ano2014

Ano2015

Ano2016

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 25

Página 26

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 2

CRIMINALIDADE MAIS PARTICIPADA

A análise recai sobre os crimes com um peso relativo, igual ou superior a 2%.

Neste contexto, a tabela infra apresenta os 18 crimes, que no seu conjunto, representam

aproximadamente 71% do total da criminalidade participada.

O crime de furto, nas diversas formas, continua a ser o crime mais participado.

De entre os crimes que integram a referida tabela, observa-se descida relativamente ao ano

anterior, com destaque para: outros furtos (-26,9%), furto em veículo motorizado (-15,5%),

incêndio fogo posto floresta, mata, arvoredo ou seara (-12,1%), furto em residência com

arrombamento, escalamento ou chaves falsas (-11,2%), condução sem habilitação legal (-10,6%),

condução de veículo com taxa de álcool igual superior a 1,2g l (-8,8%) e outro dano (-7,4%).

De entre os crimes que apresentam subida, destacam-se os seguintes: furto oportunidade de

objeto não guardado (+12,1%), furto em edifício comercial/industrial sem arrombamento,

escalamento ou chaves falsas (+11,7%), outras burlas (+8,5%) e burla informática e nas

comunicações (+7,9%).

Denominação Ano 2015 Ano 2016 Var % Dif

Ofensa à integridade física voluntária simples 23.720 23.173 -2,3 % -547

Violência doméstica contra cônjuge ou análogos 22.469 22.773 1,4 % 304

Furto em veículo motorizado 25.360 21.424 -15,5 % -3.936

Condução de veículo com taxa de álcool igual superior

a 1,2g l22.873 20.849 -8,8 % -2.024

Outro dano 17.808 16.482 -7,4 % -1.326

Furto em residência com arrombamento,escalamento

ou chaves falsas16.186 14.369 -11,2 % -1.817

Ameaça e coacção 14.690 14.246 -3,0 % -444

Furto por carteirista 14.443 13.879 -3,9 % -564

Furto oportunidade de obj. não guardado 11.105 12.451 12,1 % 1.346

Furto de veículo motorizado 12.017 11.531 -4,0 % -486

Condução sem habilitação legal 10.402 9.301 -10,6 % -1.101

Incêndio fogo posto floresta, mata, arvoredo ou seara 9.988 8.779 -12,1 % -1.209

Furto em edifício comercial ou industrial com

arrombamento, escalamento ou chaves falsas9.208 8.476 -7,9 % -732

Burla informática e nas comunicações 7.830 8.448 7,9 % 618

Outras burlas 7.766 8.429 8,5 % 663

Outros furtos 9.800 7.160 -26,9 % -2.640

Furto em edif comercial/industrial SEM arr. esc. ch. F. 6.065 6.777 11,7 % 712

Roubo na via pública excepto por esticão 7.037 6.492 -7,7 % -545

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 26

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 3

ANÁLISE DA TENDÊNCIA DO CRIME DE FURTO NOS ÚLTIMOS 11 ANOS E DE ALGUMAS DAS FORMAS QUE O INTEGRAM

CRIME DE FURTO NAS DIVERSAS FORMAS

Representa 34,9% do total da criminalidade

participada. Da análise da respectiva evolução

ao longo dos últimos 11 anos, observa-se

tendência de descida desde o ano 2012.

TENDÊNCIA REGISTADA NAS FORMAS DE FURTO COM MAIOR INCIDÊNCIA

157.905 157.173

170.516

162.014

148.091

139.376

127.820

115.498

R² = 0,93

Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Crimes de Furto

12.911

14.258

13.295

11.00910.270

13.99114.443

13.879

R² = 0,37

Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Furto por carteirista

41.78139.781

45.748

32.891

29.80727.894

25.360

21.424R² = 0,91

Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Furto em veículo motorizado

23.33522.343

26.04525.151

22.206

19.312

16.186

14.369

R² = 0,88

Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Furto em residência com arrombamento,escalamento ou chaves falsas

24.51123.986

22.539

15.90014.799

13.723

12.017 11.531

R² = 0,96

Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Furto de veículo motorizado

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 4

PROATIVIDADE POLICIAL

A proatividade aferida com base na análise de 12 tipos de crime, correspondente a 45.453

participações, representa uma descida de 2.914 registos, equivalente a uma diminuição de 6%.

GRÁFICO RELATIVO ÀS VARIAÇÕES OBSERVADAS NOS CRIMES QUE INTEGRAM A PROATIVIDADE POLICIAL

53.014

54.729

52.690

58.314

52.290

44.615

48.367

45.453

Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Criminalidade participada em resultado de proatividade policial

20.849

9.301

5.592

2.986

1.786

1.688

1.509

784

510

221

154

73

Auxilio à imigração ilegal (+7,4%)

Cultivo para consumo de estupefacientes (-28,7%)

Crimes relativos à caça e pesca (-33,8%)

Outros crimes relacionaos com a imigração ilegal (+42,9%)

Exploração ilícita de jogo (-3,9%)

Outros crimes respeitantes a estupefacientes (+12,4%)

Resistência e coacção sobre funcionário (-7,2%)

Detenção ou tráfico de armas proibidas (-2,4%)

Desobediência (-7,5%)

Tráfico de estupefacientes (+10%)

Condução sem habilitação legal (-10,6%)

Condução de veículo com taxa de álcool igual ou superior a1,2 (-8,8%)

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 28

Página 29

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 5

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

O quadro seguinte insere a criminalidade registada, por distrito, nos anos 2015 e 2016, respetivas

diferenças e variações.

Apenas a Região Autónoma do Açores regista um aumento da criminalidade participada.

De entre a diminuição destacam-se Vila Real (-15,5%; -1.036), Santarém (-14,7%; -2.078), Leiria

(-13,2%; -1.878), Aveiro (-8,3%; -1.688); Porto (-8%; -4.943), Setúbal (-7%; -2.207) e Lisboa (-5,1%;

-4.599).

GRÁFICO ILUSTRATIVO DAS VARIAÇÕES OBSERVADAS POR DISTRITO E REGIÃO AUTÓNOMA

Distritos Ano 2015 Ano 2016 Var % Dif Distritos Ano 2015 Ano 2016 Var % Dif

Vila Real 6.671 5.635 -15,5 % -1.036 Castelo Branco 5.282 4.908 -7,1 % -374

Bragança 4.443 3.759 -15,4 % -684 Setúbal 31.632 29.425 -7,0 % -2.207

Santarém 14.182 12.104 -14,7 % -2.078 Coimbra 12.257 11.426 -6,8 % -831

Leiria 14.256 12.378 -13,2 % -1.878 Madeira 6.456 6.062 -6,1 % -394

Viana do Castelo 7.866 6.923 -12,0 % -943 Lisboa 89.974 85.375 -5,1 % -4.599

Viseu 9.007 8.018 -11,0 % -989 Braga 21.208 20.207 -4,7 % -1.001

Beja 4.299 3.838 -10,7 % -461 Évora 4.390 4.219 -3,9 % -171

Guarda 4.537 4.090 -9,9 % -447 Faro 21.851 21.515 -1,5 % -336

Aveiro 20.448 18.760 -8,3 % -1.688 Açores 8.792 9.029 2,7 % 237

Porto 62.028 57.085 -8,0 % -4.943 Não especificado 3.035 2.953 -2,7 % -82

Portalegre 3.418 3.163 -7,5 % -255 Total 356.032 330.872 -7,1 % -25.160

Participações registadas por Distrito e Região Autónoma

-15,5 %

-15,4 %

-14,7 %

-13,2 %

-12,0 %

-11,0 %-10,7 %

-9,9 %-8,3 %

-8,0 %-7,5 %

-7,1 % -7,0 % -6,8 %-6,1 %

-5,1 %-4,7 %

-3,9 %

-1,5 %

2,7 %

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 29

Página 30

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 6

CRIMINALIDADE GERAL PARTICIPADA - FREQUÊNCIA RELATIVA POR DISTRITO E REGIÃO AUTÓNOMA

Os distritos de Lisboa, Porto, Setúbal, Faro, Braga e Aveiro são os que registam maior incidência de

participações, representando 70,2% do total da criminalidade registada.

O distrito de Lisboa destaca-se dos demais por representar ¼ do total da criminalidade participada.

Portalegre - 1%

Bragança - 1,1%

Beja - 1,2%

Guarda - 1,2%

Évora - 1,3%

C. Branco - 1,5%

Vila Real - 1,7%

Madeira - 1,8%

V. Castelo - 2,1%

Viseu - 2,4%

Açores - 2,7%

Coimbra - 3,5%

Santarém - 3,7%

Leiria - 3,7%

Aveiro - 5,7%

Braga - 6,1%

Faro - 6,5%

Setúbal - 8,9%

Porto - 17,3%

Lisboa - 25,8%

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 30

Página 31

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 7

TENDÊNCIA DE CRIMINALIDADE PARTICIPADA, NOS DISTRITOS COM MAIOR REPRESENTATIVIDADE, NOS ÚLTIMOS 11

ANOS

105.631102.888

113.669112.623

109.936107.641

103.103

91.831

88.38989.974

85.375

R² = 0,66

Ano2006

Ano2007

Ano2008

Ano2009

Ano2010

Ano2011

Ano2012

Ano2013

Ano2014

Ano2015

Ano2016

Lisboa

63.89062.775

66.035

70.717

67.83166.742

65.201

62.668

59.756

62.028

57.085

R² = 0,35

Ano2006

Ano2007

Ano2008

Ano2009

Ano2010

Ano2011

Ano2012

Ano2013

Ano2014

Ano2015

Ano2016

Porto

36.268

38.363

39.345

36.56336.778

37.16336.549

35.053

32.638

31.632

29.425

R² = 0,72

Ano2006

Ano2007

Ano2008

Ano2009

Ano2010

Ano2011

Ano2012

Ano2013

Ano2014

Ano2015

Ano2016

Setúbal

27.64328.248

29.248 29.299 29.491

27.55426.631

23.942

22.199 21.851 21.515

R² = 0,75

Ano2006

Ano2007

Ano2008

Ano2009

Ano2010

Ano2011

Ano2012

Ano2013

Ano2014

Ano2015

Ano2016

Faro

24.940

25.971 25.682

27.491

29.037

26.766

24.786 24.407

20.66521.208

20.207

R² = 0,51

Ano2006

Ano2007

Ano2008

Ano2009

Ano2010

Ano2011

Ano2012

Ano2013

Ano2014

Ano2015

Ano2016

Braga

24.18123.711

26.801

25.39626.291

24.71223.787

22.206

20.824 20.448

18.760

R² = 0,63

Ano2006

Ano2007

Ano2008

Ano2009

Ano2010

Ano2011

Ano2012

Ano2013

Ano2014

Ano2015

Ano2016

Aveiro

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 31

Página 32

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 8

RÁCIO DA CRIMINALIDADE POR 1.000 HABITANTES E MUNICÍPIOS MAIS REPRESENTATIVOS POR DISTRITO (PELO

NÚMERO DE PARTICIPAÇÕES REGISTADAS)

R.A. Madeira

R. A. Açores

Municípios Rácio crimes / 1000 hab

Municípios com maior

representatividade, em cada

distrito, em termos de

participações registadas

índice menor indíce mais elevado

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 32

Página 33

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 9

COMPORTAMENTO DAS GRANDES CATEGORIAS CRIMINAIS

A categoria dos crimes contra o património e

nestes o crime de furto, contunia a ser a mais

representativa, com mais de metade dos

registos criminais.

Os crimes contra as pessoas são a segunda

categoria com a maior frequência relativa,

destacando-se os crimes de violência

doméstica contra cônjuge ou análogo e a

ofensa à integridade fisica voluntária simples.

Seguem-se os crimes contra a vida em sociedade com destaque para o crime de condução com taxa

de alcool igual ou superior a 1,2 g/l, os crimes previstos em legislação avulsa , com realce para o

crime de condução sem habilitação legal, a categoria dos crimes contra o Estado, com destaque

para o crime de desobediência, seguindo-se as categorias relativas aos crimes contra animais de

companhia e crimes contra a integridade cultural e integridade pessoal.

QUADRO RELATIVO ÀS VARIAÇÕES OBSERVADAS NAS GRANDES CATEGORIAS CRIMINAIS

Regista-se descida em todas as categorias, com exceção dos crimes contra a integridade cultural e

integridade pessoal e dos crimes contra animais de companhia.

Destaque para os crimes contra o património com menos 14.364 participações, seguindo-se os

crimes contra a vida em sociedade com menos 6.549 participações.

Grandes categorias criminais Ano 2015 Ano 2016 Var % Dif

Crimes contra as pessoas 81.394 80.929 -0,6 % -465

Crimes contra o património 186.102 171.738 -7,7 % -14.364

Crimes contra a identidade cultural e integridade pessoal 22 35 59,1 % 13

Crimes contra vida em sociedade 49.591 43.042 -13,2 % -6.549

Crimes contra o Estado 6.275 5.829 -7,1 % -446

Crimes contra animais de companhia 1.330 1.623 22,0 % 293

Crimes previstos em legislação avulsa 31.318 27.676 -11,6 % -3.642

GRÁFICO ILUSTRATIVO DA FREQUÊNCIA RELATIVA QUE CADA CATEGORIA REGISTA

Cri

. co

ntr

a a

Vid

a e

m S

oci

ed

ade

Cri

me

s co

ntr

a as

Pe

sso

as

Cr.

Pre

vist

os

em

Le

g A

vuls

a

Cri

me

s co

ntr

a o

Pat

rim

ón

io

Cr

con

tra

o E

stad

o

51,9%

Cr

con

tra

anim

ais

de

co

mp

anh

ia24,4%

Cr

con

tra

ide

nt.

cu

lt.

e

int.

pe

sso

al13% 8,4%1,8%

0,49%0,01%

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 33

Página 34

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 10

ANÁLISE DA CATEGORIA CRIMES CONTRA AS PESSOAS

Destaque para as tipologias identificadas que, no seu conjunto, representam cerca de 75% dos

crimes contra as pessoas.

ANÁLISE DAS VARIAÇÕES/DIFERENÇAS MAIS RELEVANTES

Crimes com maior incidência

Ofensa à integridade física voluntária simples

• 28,6%

Violência doméstica contra cônjuge ou análogo

• 28,1%

Ameaça e coacção

• 17,6%

Restantes crimes

• 25,6%

Ano 2015 Ano 2016

22.46922.773

5.217 5.431

3.6513.762

1.0261.159

95238

57222

Outros crimes contra aliberdade pessoal

Violação de regras desegurança

Outros crimes contra aliberdade e aautodeterminação sexualOutros crimes de violênciadoméstica

Difamação, calúnia e injúria

Violência doméstica contracônjuge ou análogos

Subidas a destacar

Outros crimes contra a liberdade pessoal +165 casos; +289,5%

Violação de regras de segurança +143 casos; +150,5%

Outros crimes contra a liberdade e a autodet sexual +133 casos; +13%

Outros crimes de violência doméstica +111 casos; +3%

Difamação, calúnia e injúria +214 casos; +4,1%

Violência doméstica contra cônjuge ou análogos +304 casos; +1,4%

Descidas a destacar

Homicidio voluntário consumado -26 casos; -25,5%

Rapto, sequestro e tomada de reféns -73 casos; -19,8%

Violação -40 casos; -10,7%

Outros crimes contra a vida -344 casos; -44,4%

Abuso sexual de crianças, adolescentes, menores depend entes -65 casos; -6,2%

Ameaça e coacção -444 casos; -3%

Ofensa à integridade física voluntária simples -547 casos; -2,3%

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 34

Página 35

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 11

PESO RELATIVO DA CATEGORIA POR DISTRITO OU REGIÃO AUTÓNOMA

ANÁLISE DA CATEGORIA CRIMES CONTRA O PATRIMÓNIO

Os 6 crimes inscritos na tabela supra representam 52,5% do total dos crimes contra o património.

Menor

Peso

Maior

peso

R. A. Açores

R.A. Madeira

Crimes com maior incidência

Furto em veículo motorizado

• 12,5%

Outro dano

• 9,6%

Furto em residência com arromb,escal ou chaves f.

• 8,4%

Furto por carteirista

• 8,1%

Furto oportunidade de obj. não guardado

• 7,2%

Furto de veículo motorizado

• 6,7%

Restantes crimes

• 47,5%

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 35

Página 36

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 12

ANÁLISE DAS VARIAÇÕES/DIFERENÇAS MAIS RELEVANTES

CRIME DE FURTO / ROUBO DE ATM

O furto/roubo de ATM, não autonomizados na tabela de

notação de crimes, registou o aumento de 64,8%,

correspondendo a mais 46 ocorrências participadas.

Os distritos de Lisboa, Leiria, Setúbal e Porto registaram

o maior número de ocorrências.

Maior

incidência

Menor

incidência

Ano 2015 Ano 2016

25.360 21.424

17.80816.482

16.18614.369

9.2088.476

9.800

7.160

5.704

4.311

6.604

3.387

Furto de metais não preciosos

Roubo por esticão

Outros furtos

Furto em edifício comercial ouindustrial com arrombamento,escalamento ou chave falsaFurto em residência comarrombamento, escalamento ouchave falsaOutro dano

Furto em veículo motorizado

Descidas a destacar

Furto de metais não preciosos -3.217 casos; -48,7%

Roubo por esticão -1.393 casos; -24,4%

Outros furtos -2.640 casos; -26,9%

Furto em edifício comercial ou industrial com arrombamento, escalamento ou chave falsa -732 casos; -7,9%

Furto em residência com arrombamento, escalamento ou chave falsa -1.817 casos; -11,2%

Outro dano -1.326 casos; -7,4%

Furto em veículo motorizado -3.936 casos; -15,5%

Ano 2015 Ano 2016

11.10512.451

7.8308.448

7.766

8.429

6.065

6.777313

481

Extorsão

Furto em edificio comercial/industrial SEMarrombamento escalamento ou chaveFalsa

Outras burlas

Burla informática e nas comunicações

Furto oportunidade de objeto nãoguardado

Subidas a destacar

Extorsão +168 casos; +53,7%

Furto em edificio comercial/industrial SEM arrombamento escalamento ou chave Falsa +712 casos; +11,7%

Outras burlas +663 casos; +8,5%

Burla informática e nas comunicações +618 casos; +7,9%

Furto oportunidade de objeto não guardado +1.346 casos; +12,1%

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 36

Página 37

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 13

PESO RELATIVO DA CATEGORIA POR DISTRITO OU REGIÃO AUTÓNOMA

ANÁLISE DA CATEGORIA CRIMES CONTRA A VIDA EM SOCIEDADE

Destaca-se o crime de condução com taxa de álcool igual ou superior a 1,2 g/l que, conjuntamente

com os outros dois tipos de crimes, representam aproximadamente 76% dos crimes desta

categoria.

R. A. Açores

R.A. Madeira

Menor

Peso

Maior

peso

Crimes com maior incidência

Cond de veículo com taxa de álcool igual superior a 1,2g l

• 48,4%

Incêndio fogo posto floresta, mata, arvoredo ou seara

• 20,4%

Contrafacção falsifi de moeda e passag de moeda falsa

• 7,4%

Restantes crimes

• 23,8%

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 37

Página 38

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 14

ANÁLISE DAS VARIAÇÕES/DIFERENÇAS MAIS RELEVANTES

PESO RELATIVO DA CATEGORIA POR DISTRITO OU REGIÃO AUTÓNOMA

Menor

Peso

Maior

peso

R. A. Açores

R.A. Madeira

Ano 2015 Ano 2016

22.873 20.849

9.9888.779

5.7393.175

2.518

2.262

2.130

1.899

Incêndio fogo posto emedifício, construção ou meiode transporte

Falsificação de documentos,cunhos, marcas, chancelas,pesos e medidas

Contrafacção falsificação demoeda e passagem de moedafalsa

Incêndio fogo posto floresta,mata, arvoredo ou seara

Condução de veículo com taxade álcool igual superior a 1,2g l

Ano 2015 Ano 2016

600622

396 419

116

13259

70 Poluição

Outros crimes contra a pazpública

Condução perigosa deveículo rodoviário

Outros crimes contra asegurança das comunicações

Subidas a destacar

Poluição +11 casos; +18,6%

Outros crimes contra a paz pública +16 casos; +13,8%

Condução perigosa de veículo rodoviário +23 casos; +5,8%

Outros crimes contra a segurança das comunicações +22 casos; +3,7%

Descidas a destacar

Incêndio fogo posto em edifício, construção ou meio de transporte -231 casos; -10,8%

Falsif de documentos, cunhos, marcas, chancelas, pesos e medidas -256 casos; -10,2%

Contrafacção falsificação de moeda e passagem de moeda falsa -2.564 casos; -44,7%

Incêndio fogo posto floresta, mata, arvoredo ou seara -1.209 casos; -12,1%

Condução de veículo com taxa de álcool igual superior a 1,2g l -2.024 casos; -8,8%

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 38

Página 39

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 15

ANÁLISE DA CATEGORIA CRIMES CONTRA O ESTADO

O crime de desobediência destaca-se por representar mais de metade dos registos apurados nesta

categoria. Conjuntamente com o crime de resistência e coação sobre funcionário representam

80,2% do total das participações dos crimes contra o Estado.

ANÁLISE DAS VARIAÇÕES/DIFERENÇAS MAIS RELEVANTES

Crimes com maior incidência

Desobediência

• 51,2%

Resistência e coacção sobre funcionário

• 29%

Outros crimes contra a autoridade pública

• 8,2%

Restantes crimes

• 11,6%

Ano 2015 Ano 2016

3.228 2.986

1.8181.688

544480

Outros crimes contra aautoridade pública

Resistência e coacção sobrefuncionário

Desobediência

Descidas a destacar

Outros crimes contra a autoridade pública -64 casos; -11,8%

Resistência e coacção sobre funcionário -130 casos; -7,2%

Desobediência -242 casos; -7,5%

Ano 2015 Ano 2016

152171

4151

40

46

15

24Outros crime cometidos noexercício de funções públicas

Abuso de autoridade

Usurpação de funções

Outros crimes contra arealização da justiça

Subidas a destacar

Outros crime cometidos no exercício de funções públicas +9 casos; +60%

Abuso de autoridade +6 casos; +15%

Usurpação de funções +10 casos; +24,4%

Outros crimes contra a realização da justiça +19 casos; +12,5%

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 39

Página 40

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 16

PESO RELATIVO DA CATEGORIA POR DISTRITO OU REGIÃO AUTÓNOMA

ANÁLISE DA CATEGORIA CRIMES PREVISTOS EM LEGISLAÇÃO AVULSA

Destaque para o crime de condução sem habilitação legal que, conjuntamente com o tráfico de

estupefacientes e com o abuso de confiança fiscal, representam 64,9% dos crime desta categoria.

R. A. Açores

R.A. Madeira

Menor

Peso

Maior

peso

Crimes com maior incidência

Condução sem habilitação legal

• 33,6%

Tráfico de estupefacientes (inclui precursores)

• 20,2%

Abuso de confiança fiscal

• 11,1%

Restantes crimes

• 35,1%

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 40

Página 41

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 17

ANÁLISE DAS VARIAÇÕES/DIFERENÇAS MAIS RELEVANTES

PESO RELATIVO DA CATEGORIA POR DISTRITO OU REGIÃO AUTÓNOMA

Menor

Peso

Maior

peso

R.A. Madeira

R. A. Açores

Ano 2015 Ano 2016

10.402 9.301

3.6323.063

578430

334221

216154

294

39 Frustração de créditos

Cultivo para consumo deestupefacientes

Crimes relativos à caça epesca

Crimes contra os direitos deautor

Abuso de confiança fiscal

Condução sem habilitaçãolegal

Descidas a destacar

Frustração de créditos -255 casos; -86,7%

Cultivo para consumo de estupefacientes -62 casos; -28,7%

Crimes relativos à caça e pesca -113 casos; -33,8%

Crimes contra os direitos de autor -148 casos; -25,9%

Abuso de confiança fiscal -569 casos; -15,7%

Condução sem habilitação legal -1.101 casos; -10,6%

Ano 2015 Ano 2016

5.0825.592

1.3431.509

747

886357

51076

188Sabotagem informática

Outros crimes relacionadoscom a imigração ilegal

Crimes contra a propriedadeindustrial

Outros crimes respeitantes aestupefacientes

Tráfico de estupefacientes(inclui precursores)

Subidas a destacar

Sabotagem informática +112 casos; +147,4%

Outros crimes relacionados com a imigração ilegal +153 casos; +42,9%

Crimes contra a propriedade industrial +139 casos; +18,6%

Outros crimes respeitantes a estupefacientes +166 casos; +12,4%

Tráfico de estupefacientes (inclui precursores) +510 casos; +10%

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 41

Página 42

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 18

CRIMINALIDADE VIOLENTA E GRAVE

As tipologias criminais que a integram têm como denominador comum a violência física ou

psicológica, sendo causadores de forte sentimento de insegurança.

DADOS GLOBAIS

O número total de participações registadas foi de 16.761, representando menos 2.203 que em

2015, a que corresponde uma variação de -11,6%10.

Gráfico ilustrativo da criminalidade violenta e grave participada Ano 2003 – Ano 2016 11

Em 2016 acentuou-se a tendência de descida registada nos últimos anos, observando-se o valor

mais baixo do período em análise.

Quadro dos valores registados pelas tipologias que integram a criminalidade violenta e grave

10 À semelhança do efetuado na análise da criminalidade geral, os dados reportam-se aos OPC (GNR, PSP, PJ, SEF, PM, ASAE, AT e PJM 11 Até ao exercício de 2014, eram considerados apenas os dados estatísticos referentes a três OPC (GNR, PSP e PJ). Os dados estatísticos

dos OPC (SEF, PM, ASAE, AT e PJM) eram considerados, de forma autónoma, como um valor único. Em 2015 pela primeira vez o RASI

congrega os dados dos oito OPC. A comparação e análise dos valores estatísticos da criminalidade participada de 2015 (18 964), só foi

viável porque se procedeu à integração dos dados estatísticos dos oito OPC, por referência, ao ano de 2014 (19 061 +27 = 19 088)

23.405

24.469

23.738

24.534

21.947

24.317

24.163

24.456

24.154

22.270

20.147

19.061

19.08818.964

16.761

4,5 %

-3,0 %

3,4 %

-10,5 %

10,8 %

-0,6 %

1,2 %

-1,2 %

-7,8 %

-9,5 %

-5,4 %

-0,6 %

-11,6 %

-15,0 %

-10,0 %

-5,0 %

0,0 %

5,0 %

10,0 %

15,0 %

16.000

18.000

20.000

22.000

24.000

26.000

28.000

Ano2003

Ano2004

Ano2005

Ano2006

Ano2007

Ano2008

Ano2009

Ano2010

Ano2011

Ano2012

Ano2013

Ano2014

Ano2015

Ano2016

Crimes violentos e graves Ano 2015 Ano 2016 Crimes violentos e graves Ano 2015 Ano 2016

Homicidio voluntário consumado 102 76 Roubo em estabelecimento de ensino 39 41

Ofensa à integridade física voluntária grave 469 521 Roubo em transportes públicos 626 629

Rapto, sequestro e tomada de reféns 369 296 Roubo na via pública (exceto por esticão) 7.037 6.492

Violação 375 335 Roubo por esticão 5.704 4.311

Roubo a banco ou outro estabelecimento de crédito 64 39 Outros roubos 359 323

Roubo a farmácias 94 35 Extorsão 313 481

Roubo a ourivesarias 29 23 Pirataria aérea outros crimes contra a segurança da aviação civil 22 25

Roubo a posto de abastecimento de combustível 123 137 Motim, instigação e apologia pública do crime 6 8

Roubo a residência 676 591 Associação criminosa 10 10

Roubo a tesouraria ou estação de correios 24 16 Resistência e coacção sobre funcionário 1.818 1.688

Roubo a transportes de valores 18 30 Organizações terroristas e terrorismo nacional 5 *

Roubo de viatura 158 139 Outras organizações terroristas e terrorismo internacional 3 6

Roubo em edifícios comerciais ou industriais 521 507 * Os valores inferiores a 3 são ocultados respeitando o princípio do segredo estatístico

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 42

Página 43

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 19

Crimes com maior representatividade na criminalidade violenta e grave

Destaque para os crimes de roubo na via

pública (exceto esticão), roubo por esticão e

resistência e coação sobre funcionário, que

representam 74,5% da criminalidade

violenta e grave registada.

ANÁLISE DAS VARIAÇÕES/DIFERENÇAS MAIS RELEVANTES

Rstantes crimesCrimes com maior peso

relativo

Descidas relevantes

Roubo por esticão -1.393 casos; -24,4%

Roubo na via pública (excepto esticão) -545 casos; -7,7%

Resistência e coacção sobre funcionário -130 casos; -7,2%

Roubo a residência -85 casos; -12,6%

Rapto, sequestro e tomada de reféns -73 casos; -19,8%

Roubo a farmácias -59 casos; -62,8%

Violação -40 casos; -10,7%

Homicidio voluntário consumado -26 casos; -25,5%

Roubo a banco ou outro estab crédito -25 casos; -39,1%

Roubo de viatura -19 casos; -12%

Roubo em edif comerciais ou industriais -14 casos; -2,7%

Subidas relevantes

Extorsão +168 casos; +53,7%

Ofensa à int física voluntária grave +52 casos; +11,1%

Roubo a pt de abast de combustível +14 casos; +11,4%

Roubo a transportes de valores +12 casos; +66,7%

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 43

Página 44

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 20

ANÁLISE DA TENDÊNCIA DO CRIME DE ROUBO

CRIME DE ROUBO NAS DIVERSAS FORMAS

O crime de roubo nas diferentes formas é

responsável por 79,4% do total das ocorrências

violentas e graves registadas.

Desde 2012 que se observa uma tendência de

descida.

TENDÊNCIA REGISTADA NAS FORMAS DE ROUBO

CRIMES DE ROUBO AUTONOMIZADOS NA TABELA DE CRIMES REGISTADOS (A PARTIR DO ANO 2010)

20.914

18.483

20.472

18.514

16.590

15.594 15.472

13.313

R² = 0,89

Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Crimes de Roubo

5.414 5.475

5.018

7.068

5.8815.613 5.704

4.311

R² = 0,50

Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Roubo por esticão

222240

341

232 237

159123 137

R² = 0,58

Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Roubo a posto de abastecimento de combustível

139

108

198

123 124

71 64

39

R² = 0,56

Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Roubo a banco ou outro estabelecimento de crédito

69

47

2620

17 18

30

R² = 0,99

Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Roubo a transportes de valores380

392

341

241

166 158139

R² = 0,92

Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Roubo de viatura

11.821

9.661

10.714

7.3917.181 7.097 7.037

6.492

R² = 0,89

Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Roubo na via pública (exceto por esticão)

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 44

Página 45

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 21

OUTROS CRIMES VIOLENTOS E GRAVES

940907

977

829

608

521 507

R² = 0,88

Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Roubo em edifícios comerciais ou industriais

78

43

53

41 42 39 41

R² = 0,74

Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Roubo em estabelecimento de ensino

504

444424

487

614 626 629

R² = 0,74

Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Roubo em transportes públicos

683

736

995

848

732

676

591

R² = 0,70

Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Roubo a residência

120

137

164

90

46

2923

R² = 0,80

Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Roubo a ourivesarias

149

107

8288

56

94

35

R² = 0,73

Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Roubo a farmácias

198

149 149

121

103 102

76

R² = 0,72

Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Homicidio voluntário consumado

341

305

377 375

345

374 375

335

R² = 0,38

Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Violação

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 45

Página 46

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 22

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

Observa-se descida nos distritos do Porto (-23,9%; -763), Santarém (-17,9%; -81), Braga (-16%; -

121), Setúbal (-13%; -277) e Lisboa (-9,2%; -784).

Observa-se subida no distrito de Beja (+8,6%; +9) e Faro (+5,2%; +49).

Quadro relativo à criminalidade violenta e grave participada por distrito e região autónoma

Distritos Ano 2015 Ano 2016 Var % Dif Distritos Ano 2015 Ano 2016 Var % Dif

Bragança 86 63 -26,7 % -23 Lisboa 8.483 7.699 -9,2 % -784

Guarda 79 59 -25,3 % -20 Viseu 134 122 -9,0 % -12

Porto 3.199 2.436 -23,9 % -763 Vila Real 121 115 -5,0 % -6

Évora 143 113 -21,0 % -30 Aveiro 578 559 -3,3 % -19

Viana do Castelo 189 152 -19,6 % -37 Castelo Branco 109 111 1,8 % 2

Santarém 452 371 -17,9 % -81 Coimbra 375 382 1,9 % 7

Leiria 476 392 -17,6 % -84 Açores 160 165 3,1 % 5

Braga 758 637 -16,0 % -121 Faro 949 998 5,2 % 49

Madeira 236 205 -13,1 % -31 Beja 105 114 8,6 % 9

Portalegre 107 93 -13,1 % -14 Não especificado 90 117 30,0 % 27

Setúbal 2.135 1.858 -13,0 % -277 Total 18.964 16.761 -11,6 % -2.203

556

443

539

419432

376 369

296

R² = 0,82

Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Rapto, sequestro e tomada de reféns

176

212226 223 214 215

313

481

R² = 0,74

Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Extorsão

1.704

1.742

1.656

1.868 1.857

1.815 1.818

1.688

R² = 0,32

Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Resistência e coação sobre funcionário

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 46

Página 47

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 23

Gráfico ilustrativo das variações observadas por distrito e região autónoma

CRIMINALIDADE VIOLENTA E GRAVE - PESO RELATIVO POR DISTRITO E REGIÕES AUTÓNOMAS

Lisboa é responsável por 45,9% das participações de criminalidade violenta e grave o que,

conjuntamente com Porto e Setúbal, representa 71,5% do total.

-26,7 % -25,3 %-23,9 %

-21,0 %-19,6 %

-17,9 % -17,6 %-16,0 %

-13,1 % -13,1 % -13,0 %

-9,2 % -9,0 %

-5,0 %-3,3 %

1,8 %1,9 %

3,1 %5,2 %

8,6 %Variações observadas

Guarda - 0,4%

Bragança - 0,4%

Portalegre - 0,6%

C. Branco - 0,7%

Évora - 0,7%

Beja - 0,7%

Vila Real - 0,7%

Viseu - 0,7%

V. Castelo 0,9%

Açores - 1%

Madeira - 1,2%

Santarém - 2,2%

Coimbra - 2,3%

Leiria - 2,3%

Aveiro - 3,3%

Braga - 3,8%

Faro - 6%

Setúbal - 11,1%

Porto - 14,5%

Lisboa - 45,9%

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 47

Página 48

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 24

TENDÊNCIA OBSERVADA NOS DISTRITOS COM MAIOR REPRESENTATIVIDADE NOS ÚLTIMOS 11 ANOS

O distrito de Lisboa apresenta descida

acentuada e ininterrupta desde 2011. Tendo

como referência esse ano, Lisboa registou

menos 30,3% participações em 2016.

O distrito do Porto apresenta descida

ininterrupta entre 2006 e 2013. Os anos de

2014 e de 2015 registam aumento. Em 2016

observa-se descida de 23,9% face a 2015.

O distrito de Setúbal apresenta descida

acentuada e ininterrupta desde 2011. Tendo

como referência esse ano, Setúbal registou

menos 42,3% participações em 2016.

12.817

10.196

11.01110.879

11.213 11.044

9.657

8.9228.576 8.483

7.699

R² = 0,82

Ano2006

Ano2007

Ano2008

Ano2009

Ano2010

Ano2011

Ano2012

Ano2013

Ano2014

Ano2015

Ano2016

Lisboa - Criminalidade Violenta e Grave

4.081

3.915 3.860 3.852

3.5713.497 3.474

2.8762.994

3.199

2.436

R² = 0,87

Ano2006

Ano2007

Ano2008

Ano2009

Ano2010

Ano2011

Ano2012

Ano2013

Ano2014

Ano2015

Ano2016

Porto - Criminalidade Violenta e Grave

2.138

2.311

3.352

3.0033.112

3.217

2.7092.563

2.3052.135

1.858

R² = 0,78

Ano2006

Ano2007

Ano2008

Ano2009

Ano2010

Ano2011

Ano2012

Ano2013

Ano2014

Ano2015

Ano2016

Setúbal - Criminalidade Violenta e Grave

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 48

Página 49

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 25

RÁCIO DA CRIMINALIDADE VIOLENTA E GRAVE POR 1.000 HABITANTES E MUNICÍPIOS MAIS REPRESENTATIVOS POR

DISTRITO(PELO NÚMERO DE PARTICIPAÇÕES REGISTADAS)

R. A. Açores

R.A. Madeira

índice menor indíce mais elevado

Municípios Rácio crimes / 1000 hab

Municípios com maior

representatividade, em cada

distrito, em termos de

participações registadas

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 49

Página 50

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 26

INVESTIGAÇÃO CRIMINAL E ANÁLISE POR TIPO DE CRIME

Nota:

Os dados constantes deste capítulo dizem respeito a participações criminais cuja investigação pode

demonstrar factos que determinam alteração na classificação das tipologias criminais realizada

aquando do seu registo inicial. Acresce poderem reportar-se a factos e a participações ocorridos em

momento temporal distinto do ano em análise.

Estes dados são necessariamente distintos dos que constam dos capítulos antecedentes que, como

já mencionado, se referem à criminalidade registada nos OPC (GNR; PSP; PJ; SEF; PM; AT; PJM;

ASAE).

Tratando-se de valores distintos, que determinam análise diferenciada (criminalidade participada e

investigação criminal por tipos de crime), fica inviabilizada a comparação entre os respetivos dados.

HOMICÍDIO VOLUNTÁRIO CONSUMADO 12

Gráfico das percentagens por sexo de detidos, presos preventivos e arguidos constituídos

Gráfico das percentagens por sexo de arguidos e de vítimas

A percentagem de indivíduos do sexo

masculino evidencia-se em ambas as

análises.

Menor diferença percentual nas vítimas,

onde cerca de 1/3 são do sexo feminino.

12 Dados PJ

Detidos Prisão preventiva Constituidos arguidos

84,5 % 85,4 %89,6 %

15,5 % 14,6 % 10,4 % Feminino

Masculino

Arguidos Vítimas

87,9 %

62,9 %

12,1 %

33,3 %

3,8 % S/Refª

Feminino

Masculino

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 50

Página 51

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 27

O crime continua a ocorrer de forma expressiva

em contexto relacional (vizinho/conhecido;

conjugal/análoga; parental/familiar, no total de

47%).

Conforme informação disponível, 30 vítimas (-8

em 2015) ocorreram em contexto conjugal /

relação análoga (13F/4M) ou relação familiar /

dependência económica (7F/6M).

A arma de fogo e a arma branca continuam a ser os meios mais utilizados para a prática do crime

de homicídio.

As situações “S/Refª”, correspondem a utilização de instrumentos concorrentes e/ou a casos em

que se encontra em curso a investigação estando por esclarecer o objeto utilizado.

14%

14%

15%39%

18%Sem relação

Parental/Familiar

Conjugal/análoga

Outra

Vizinho/conhecido

26,3 % 16,7 % 13,2 %

0,9 %

15,8 %

7,0 %

20,2 %

Arma de fogo Arma branca

Força física Instrumento de trabalho

Outro instrumento Veneno ou outro produto químico

S/Refª

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 51

Página 52

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 28

CRIMES CONTRA A LIBERDADE E AUTODETERMINAÇÃO SEXUAL13

Número de detidos

A maioria das detenções teve por base o crime de abuso sexual de criança, seguido do crime de

violação e pornografia de menores.

No que concerne a tipologias, observa-se que a maior percentagem se reporta aos crimes de abuso

sexual de criança, pornografia de menores e violação.

Inquéritos iniciados

13 Dados PJ

Abuso sexual decrianças

Abuso sexual demenores

dependentes

Abuso sexual depessoa incapazde resistência

Abuso sexual depessoa internada

Atos sexuais comadolescentes

Coação sexual Importunaçãosexual

Lenocínio Pornografia demenores

Violação

117

6 7 1 6 5 2 3

3044

5

1 21

2

1

Fem Masc

Abuso sexualde crianças

Abuso sexualde menores

dependentes

Abuso sexualde pessoaincapaz deresistência

Abuso sexualde pessoainternada

Aliciamentode menores

para finssexuais

Atos sexuaiscom

adolescentes

Atosexibicionistas

Coação sexual Importunaçãosexual

Lenocínio Lenocínio demenores

Pornografiade menores

Recurso àprostituiçãode menores

Violação

43,3 %

1,9 % 2,5 %

0,2 %1,2 %

5,8 %

0,1 %

4,5 %5,4 %

0,9 % 0,5 %

18,1 %

0,9 %

14,7 %

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 52

Página 53

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 29

ABUSO SEXUAL DE CRIANÇAS, ADOLESCENTES E MENORES DEPENDENTES14

Relativamente ao sexo dos intervenientes, mantém-

se inalterada a incidência de arguidos masculinos e

de vítimas femininas.

Incidência de arguidos e vítimas por escalão etário

Relativamente aos arguidos observa-se predominância no escalão etário 31-40 e índices bastante

representativos nos escalões etários 21-30 e 41-60.

Relativamente a vítimas observa-se predominância no escalão etário 8-13.

Tipo de relacionamento autor / vítima

À semelhança do ano anterior, prevalece o quadro das

relações familiares enquanto espaço social de

relacionamento entre o autor e a vítima.

Os inquéritos sob análise revelam que em algumas

situações a investigação ainda não permitiu consolidar

dados sobre o relacionamento entre autor e vítima,

assim se explicando o elevado número de casos

desconhecidos, outros e s/referência.

14 Dados PJ

Arguidos Vítimas

95,7 %

18,7 %

4,3 %

81,3 %

Feminino Masculino

(16-18) (19-20) (21-30) (31-40) (41-50) (51-60) (61-70) (+ou=71) S/Refª

6,3 %5,5 %

15,0 %

18,7 %

14,7 %15,9 %

6,6 %6,1 %

11,2 %

Escalão etário dos arguidos

(0-3) (4-7) (8-13) S/Refª

7,1 %

22,0 %

61,1 %

9,9 %

Escalão etário das vítimas

Familiares

Conhecimento

Assistência e formação

Desconhecido

Outra

S/Refª

42,3 %

27,4 %

3,6 %

11,9 %

5,5 %

9,3 %

Tipo de relacionamento autor / vítima

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 53

Página 54

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 30

VIOLAÇÃO 15

Violação (exceto menores)

Os arguidos são maioritariamente do sexo

masculino, enquanto as vítimas, são

maioritariamente do sexo feminino.

Incidência de arguidos e vítimas por escalão etário

Da análise da relação entre autor e vítima

observa-se que em cerca de 57% dos casos existe

uma relação familiar ou de conhecimento.

15 Dados PJ

Arguidos Vítimas

97,3 %

9,5 %

2,7 %

90,5 %

Violação (excepto menores)

Feminino

Masculino

Familiares

Conhecimento

Assistência e formação

Desconhecido

Outra

S/Refª

18,4 %

39,2 %

0,8 %

27,0 %

1,0 %

13,6 %

Violação - relacionamento entre autor e vítima

(0-3) (4-7) (8-13) (14-15) (16-18) (19-20) (21-30) (31-40) (41-50) (51-60) (61-70) (+ou=71) S/Refª

0,2 % 0,4 %

4,9 %

12,6 %

17,7 %

8,7 %

20,4 %

15,7 %

10,7 %

4,5 %

1,0 %2,5 %

0,6 %

Violação (exceto menores)Vítimas por escalão etário

(16-18) (19-20) (21-30) (31-40) (41-50) (51-60) (61-70) (+ou=71) S/Refª

8,7 %

6,0 %

26,0 %

22,7 %

20,0 %

8,0 %

4,7 %

2,0 % 2,0 %

Violação (exceto menores)Arguidos por escalão etário

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 54

Página 55

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 31

SEGURANÇA INFORMÁTICA

CRIMINALIDADE INVESTIGADA 16

No que concerne à área da criminalidade Informática e praticada com recurso a tecnologia

informática verifica-se um aumento generalizado, destacando-se o crime de sabotagem

informática, dano relativo a dados ou programas informáticos e a falsidade informática, com

variações crescentes, respetivamente, de 140%, 121% e 58% em relação ao ano transato.

Relativamente a 2015 destaca-se aumento de 36% dos crimes de pornografia de menores.

O tipo de burla informática e nas comunicações regista igualmente tendência crescente, de cerca de

19%. Este valor poder-se-á explicar pelo facto de, em razão de irregular classificação, terem sido ali

incluídos crimes informáticos previstos na Lei do Cibercrime17 e outros que, podem ser praticados

com recurso à tecnologia informática.

Quanto à área dos chamados cyberattacks, a motivação de base para a maior parte dos crimes

continua a ser económica (v.g. extorsão, phishing, CEO fraud) e hactivista (anonymous e

movimentos semelhantes), sendo que alguns dos principais atores criminais continuam ligados a

fraude com cartões de crédito (carding).

Da investigação parece resultar aumento significativo de expedientes que tiram partido de produtos

e serviços bancários, como é o caso dos cartões virtuais, também designados de “pré-pagos”.

Regista-se uma diminuição de casos de crime organizado de leste e aumento significativo de casos

associados ao crime organizado proveniente do Brasil e concretizado em TN.

Os crimes de extorsão (ransomware) registam tendência crescente. Os casos de extorsão

designados por (scareware) revelam tendência inversa.

Em TN não foram detetadas ocorrências com recurso ao modus operandi designado por “APT”

(Advanced Persistent Threat).

A partir dos casos acompanhados, indica-se um crescimento dos danos por ransomware, processos

de branqueamento da atividade de phishing com recurso a meios virtuais (incluindo empresas

internacionais, principalmente baseadas no Reino Unido) e estabilização do uso de moedas virtuais

(bitcoins e outras). Os dados pessoais poderão constituir uma área crescente de crime.

A prevenção criminal implica maior intervenção na sensibilização, designadamente através de

parceria entre o Ministério da Justiça e o Ministério da Educação, na articulação com campanhas do

16 Fonte: PJ 17 Lei 109/2009, de 15 de setembro

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 55

Página 56

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 32

EC3, bem como na divulgação através das redes sociais (youtube, twitter, facebook, e outros) com

intervenção direta sobre os públicos-alvo. A formação profissional continuada (geral e específica) é

decisiva para a qualidade da prevenção e da investigação criminais.

Análise dos Inquéritos – detidos, prisão preventiva, arguidos constituídos

Tipo de crimes Ano 2015 Ano 2016 Ano 2015 Ano 2016 Ano 2015 Ano 2016

Acesso ilegítimo ou indevido 0 3 0 0 54 39

Intercepção ilegítima 0 0 0 0 0 0

Burla informática e nas comunicações 18 31 6 3 322 330

Viciação/Dano relativo a dados ou programas informáticos 0 0 0 0 1 0

Devassa por meio informático 2 1 1 0 11 8

Falsidade informática 1 0 0 0 8 16

Reprodução ilegítima de programas protegidos 0 0 0 0 12 5

Sabotagem informática 0 0 0 0 6 4

Detidos Prisão preventiva Arguidos constituídos

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 56

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 33

CRIMES INFORMÁTICOS 18

NOTA:

Para esta categoria foram tidos em conta as seguintes tipologias: acesso indevido ou

ilegítimo/intercepção ilegítima, falsidade informática, outros crimes informáticos, reprodução

ilegítima de programa protegido, sabotagem informática, viciação ou destruição de dados/dano

relativo a dados/programas.

Os crimes informáticos mantêm a

tendência de subida, registando

mais 142 casos o que corresponde

ao acréscimo de 21,5%.

Gráfico relativo aos valores observados e respetivas variações de cada uma das tipologias que integram esta

categoria.

18 Dados DGPJ

299 303

534

396359

469

659

801

R² = 0,61

Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Crimes Informaticos

Acesso/ interceçãoilegítima

Falsidadeinformática

Sabotageminformática

Outros crimesinformáticos

Reprod. programaprotegido

Vic./destr./danodados, progr.

415

139

188

2811 20

409

101

76

34 2811

1,5 %

37,6 %

147,4 %

-17,6 %-60,7 % 81,8 %

Ano 2016 Ano 2015

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 57

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 34

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Nota 19:

Os dados deste capítulo respeitam a ocorrências registadas pela GNR e pela PSP e referem os casos

de violência doméstica (VD), independentemente de terem sido registadas como outro tipo de

crime mais grave, designadamente homicídio, violação, etc.

DADOS RELATIVOS AO NÚMERO DE OCORRÊNCIAS

Fonte: Cálculos da SGAI com base nos dados disponibilizados pela GNR e PSP e estimativas do INE sobre a população residente em Portugal a 31/12/2015

Observa-se que Lisboa (6.161), Porto (4.903), Setúbal (2.268), Braga (1.861) e Aveiro (1.793)

continuam a ser os distritos onde se registam mais ocorrências, representando no conjunto 62,2%

do total.

Analisando segundo a NUT I20, a taxa de variação foi: no continente de 1,80%, na RA dos Açores de

4,47% e na RA da Madeira de -1,43%. Da análise desta variação, distrito a distrito, observam-se

oscilações significativas, sendo as de maior magnitude as taxas de variação registadas em

Portalegre (+10,48%) e na Guarda (-13,45%).

À semelhança dos anos anteriores, as taxas de incidência mais elevadas registaram-se nas Regiões

Autónomas (Açores: 4,09; Madeira: 4,03). No continente observa-se a taxa de 2,6, sendo que a taxa

de incidência mais baixa registou-se no distrito de Beja (1,83).

Os distritos de Portalegre (3,16), Faro (3,14), Porto (2,75), Lisboa (2,75), Setúbal (2,66), e Vila Real

(2,65) registaram taxas de incidência superiores à verificada em termos nacionais (2,64).

19 Dados: SG-MAI 20 Nomenclatura das Unidades Territoriais; NUT I = Continente, Região Autónoma dos Açores e Região Autónoma da Madeira.

Distritos Ano 2015 Ano 2016 Var % Dif

Tx

incidência

por 1000

hab

Distritos Ano 2015 Ano 2016 Var % Dif

Tx

incidência

por 1000

hab

Aveiro 1.766 1.793 1,5 % 27 2,6 Lisboa 5.907 6.161 4,3 % 254 2,8

Beja 246 266 8,1 % 20 1,8 Portalegre 313 348 11,2 % 35 3,2

Braga 1.729 1.861 7,6 % 132 2,2 Porto 4.782 4.903 2,5 % 121 2,8

Bragança 347 335 -3,5 % -12 2,6 Santarém 991 916 -7,6 % -75 2,1

Castelo Branco 443 462 4,3 % 19 2,5 Setúbal 2.285 2.268 -0,7 % -17 2,7

Coimbra 1.048 1.083 3,3 % 35 2,6 Viana do Castelo 504 528 4,8 % 24 2,2

Évora 378 397 5,0 % 19 2,5 Vila Real 564 522 -7,4 % -42 2,7

Faro 1.323 1.386 4,8 % 63 3,1 Viseu 836 810 -3,1 % -26 2,2

Guarda 394 341 -13,5 % -53 2,3 R. A. Madeira 1.049 1.034 -1,4 % -15 4,0

Leiria 915 871 -4,8 % -44 1,9 R. A. Açores 963 1.006 4,5 % 43 4,1

Fonte: Cálculos da SGMAI com base nos dados disponibilizados pela GNR e PSP e estimativas do INE sobre a população residente em Portugal a 31/12/ 2015.

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 35

CARACTERIZAÇÃO DOS/DAS INTERVENIENTES E DAS OCORRÊNCIAS

Nota:

A caracterização apresentada é baseada no sexo, na idade e no grau de parentesco entre vítima e

denunciado/a e revela o mesmo padrão que vem sendo observado nos últimos anos. Esta

caracterização tem por base o número total de vítimas e denunciados/as registados nas ocorrências

participadas, pelo que os respetivos valores são superiores ao número total de ocorrências no RASI

2015.

DADOS RELATIVOS ÀS VÍTIMAS 21

Fonte: Cálculos da SGMAI com base nos dados disponibilizados pelas FS (os dados referem-se aos totais anuais).

DADOS RELATIVOS AOS DENUNCIADOS/DAS 22

Fonte: Cálculos da SGMAI com base nos dados disponibilizados pelas FS (os dados referem-se aos totais anuais).

21 O número de vítimas pode ultrapassar o número de ocorrências registadas um vez que em cada participação pode ter estado envolvida mais do que uma vítima. 22 O número de denunciados/as pode ultrapassar o número de ocorrências registadas um vez que em cada participação pode ter estado envolvido/a mais do que um/a denunciado/a

Sexo das vítimas (1) Ano 2015 Ano 2016

Mulher 25.577 (80,7%) 25.985 (79,9%)

Homem 6.104 (19,3%) 6.522 (20,1%)

Total 31.681 (100%) 32.507 (100%)

Idade das vítimas[1] Ano 2015 Ano 2016

< 16 anos 3.351 (10,6%) 3.608 (11,1%)

16-24 anos 2.965 (9,4%) 2.982 (9,2%)

25 e mais anos 25.377 (80,1%) 25.906 (79,7%)

Total 31.693 (100%) 32.496 (100%)

Sexo dos/as

denunciados/as [1]Ano 2015 Ano 2016

Mulher 4.722 (15,2%) 4.993 (15,7%)

Homem 26.414 (84,8%) 26.845 (84,3%)

Total 31.136 (100%) 31.838 (100%)

Idade dos/as

denunciados/as [1]Ano 2015 Ano 2016

< 16 anos 32 (0,1%) 32 (0,1%)

16-24 anos 2.027 (6,5%) 1.808 (5,7%)

25 e mais anos 29.076 (93,4%) 29.997 (94,2%)

Total 31.135 (100%) 31.837 (100%)

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 59

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 36

GRAU DE PARENTESCO VÍTIMA – DENUNCIADO/A

Fonte: Cálculos da SGMAI com base nos dados disponibilizados pelas FS (os dados referem-se aos totais anuais).

CONTEXTO TEMPORAL

Cerca de 32,8% das ocorrências verificaram-se ao fim de semana (17,7% ao domingo e 15,1% ao

sábado) e as restantes ao longo dos outros dias da semana sendo que a segunda-feira é o dia com

maior percentagem de ocorrências com 14,2%. Cerca de 72,4% das ocorrências registaram-se entre

as 13h00 e as 24h00; 43,7% à noite (19h-24h); 28,7% à tarde (13h-18h); 19% de manhã (07h-13h) e

8,6% de madrugada (01h-06h).

MOTIVO DA INTERVENÇÃO POLICIAL/PRESENÇA DE MENORES/PROBLEMAS RELACIONADOS COM CONSUMO DE ÁLCOOL E/OU

DROGAS

Em 77,4% das ocorrências a intervenção policial surgiu na sequência de pedido da vítima; 8,7% de

informações de familiares ou vizinhos; 3,9% do conhecimento direto das FS e os restantes 10% de

denúncia anónima (2,8%) ou outro (7,2%). Em 34,9% das situações a ocorrência foi presenciada por

menores.

Em 40,4% das ocorrências foi sinalizada a existência de problemas relacionados com o consumo de

álcool por parte do/a denunciado/a23 e em 12,7% problemas com consumo de estupefacientes24.

TIPO DE VIOLÊNCIA PRATICADA SEGUNDO A TIPOLOGIA DE VITIMAÇÃO

Em 82% das situações foi assinalada a existência de violência psicológica; em 68% violência física;

em 16% violência do tipo social25; em 9% violência do tipo económica26 e em 3% violência sexual27.

23 Significa que o/a denunciado/a, no último ano: não conseguiu cumprir tarefas que habitualmente lhe são exigidas (ex: no trabalho, em casa…) por ter bebido; ficou ferido ou feriu alguém por ter bebido; ou alguma vez um familiar, amigo, médico ou outro profissional de saúde manifestou preocupação pelo seu consumo de álcool ou sugeriu que deixasse de beber; Ilustra que o consumo de álcool do/a denunciado/a tem afetado negativamente, no último ano, a sua saúde, desempenho profissional, familiar… e/ou a sua relação com os outros. 24 Ver nota anterior (adaptada para o consumo de estupefacientes). 25 Quando o/a agressor/a atua promovendo o isolamento da vítima em relação à família, amigos, vizinhos… (ex: impede a vítima de sair de casa e/ou de contactar com outras pessoas).

Grau de parentesco vítima -

denunciado/aAno 2015 Ano 2016

Cônjuge/companheiro/a 17.536 (55,8%) 17.660 (54,6%)

Ex-cônjuge/ex-companheiro/a 5.266 (16,8%) 5.520 (17,1%)

Pais ou padrastos 1.638 (5,2%) 1.717 (5,3%)

Filhos/as / enteados/as 4.258 (13,6%) 4.585 (14,2%)

Outro grau/relação 2.714 (8,6%) 2.878 (8,9%)

Total 31.412 (100%) 32.360 (100%)

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 37

Efetuada a análise segundo o tipo de relação vítima-denunciado/a, constata-se que a proporção

mais elevada de casos de violência física se registou nas situações de violência doméstica entre

namorados (86%) e contra descendentes28 (75%). A violência psicológica e a violência social

assumiram valores percentuais mais expressivos nas ocorrências entre ex-namorados e entre ex-

cônjuges (86% e 23%, e 85% e 19%, respetivamente). A violência económica foi especialmente

sinalizada nas situações de violência contra ascendentes29 (19%) e a violência sexual surgiu em

maior proporção nas situações de violência contra atual cônjuge (4%).

TAXA DE FEMINIZAÇÃO DA VÍTIMA SEGUNDO A TIPOLOGIA DE VITIMAÇÃO

Em termos globais, e considerando

apenas uma vítima por ocorrência,

observa-se que em cerca de 84% das

situações a vítima é do sexo feminino e

em 86% das situações o/a

denunciado/a do sexo masculino

Segundo o tipo de relação vítima-denunciado/a, constata-se que nas situações de violência entre

namorados e ex-namorados a proporção de vítimas do sexo feminino é superior a 89%; nas

situações de violência contra atual cônjuge este valor é próximo de 87% e nas situações entre ex-

cônjuges é de 84%. Nos casos de violência contra ascendentes e contra descendentes predominam

26 Traduz-se no facto do/a agressor/a agir no sentido de tornar/manter a vítima dependente economicamente, assumindo um total controlo sobre os recursos financeiros. O/A agressor/a pode impedir a vítima de arranjar emprego ou de estudar, mantendo assim a sua dependência financeira, além de se recusar a dar dinheiro à vítima para as necessidades básicas, tais como, comida ou vestuário. 27 No Auto de Notícia/Denúncia o campo relativo ao tipo de violência é de escolha múltipla, pelo que o somatório de todos os tipos de violência não corresponde a 100%. 28 Vítima é descendente do/a denunciado/a - inclui situações em que a vítima é filho(a)/ enteado(a)/ neto(a)/ sobrinho(a) / genro/nora do denunciado. 29 Vítima é ascendente - inclui situações em que a vítima é mãe/ pai/ avó(ô) /tio/a / sogro/a / tutor(a)/ padrasto/madrasta do denunciado.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 61

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 38

também as vítimas do sexo feminino, embora os valores sejam inferiores aos registados nas outras

tipologias: 75% e 61,5%, respetivamente.

SEXO DA VÍTIMA E SEXO DO/A DENUNCIADO/A SEGUNDO A TIPOLOGIA DE VITIMAÇÃO

Nas situações de violência entre cônjuges ou namorados (presentes ou passadas) entre 83% (ex-

cônjuges) a 88% (namorados e ex-namorados) dos casos a vítima é do sexo feminino e o

denunciado do sexo masculino; entre 8% (namorados) e 14% (ex-cônjuges) das situações sucede o

inverso; e em 3% a 4% (namorados) das situações ambos são do mesmo sexo.

Nos casos de violência contra ascendentes e contra descendentes a maior proporção corresponde

igualmente a casos em que a vítima é do sexo feminino e o denunciado do sexo masculino, embora

os valores sejam inferiores aos registados nas outras tipologias: 61% e 46%, respetivamente. Nas

ocorrências contra ascendentes, em 22% dos casos quer a vítima quer o denunciado são do sexo

masculino e em 15% das situações são do sexo feminino. No caso das ocorrências contra

descendentes estes valores são de 31% e 15%, respetivamente. Nestas duas tipologias entre 3%

(contra ascendentes) a 8% (contra descendentes) das situações a vítima é do sexo masculino e a

denunciada do sexo feminino.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 62

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 39

INQUÉRITOS30

O maior número de inquéritos iniciados teve lugar nas

comarcas do Porto (4.269), Lisboa (3.177), Lisboa Oeste

(2.928), Lisboa Norte (1.996), Braga (1.919), e Aveiro

(1.768).

O maior número de inquéritos findos teve lugar nas

comarcas do Porto (3.999), Lisboa (3.417), Lisboa Oeste

(2.865), Lisboa Norte (2.119), Braga (1.912) e Aveiro

(1.714).

O maior número de acusações foi deduzido nas comarcas

do Porto (508), Lisboa Oeste (464), Lisboa (453), Lisboa

Norte (388), Braga (336) e Aveiro (334).

DETENÇÕES

As FS detiveram 730 suspeitos o que

corresponde a -20 detenções (-2,7%)

face ao registado em 2015. Apesar desta

diminuição, salienta-se que o número de

detenções apresentava um aumento

contínuo desde 2009 (com exceção da

situação verificada em 2012), tendo o

seu valor triplicado entre 2009 e 2016

(+239%)

SISTEMA DE QUEIXA ELETRÓNICA 31

Desde a entrada em funcionamento do Sistema (2008) até ao final de 2016 foram registadas 410

ocorrências da violência doméstica, o que representa cerca de 5% do total de queixas efetuadas

através deste Sistema. Em 2016 foram comunicadas por esta via 37 situações de violência

30 Dados PGR não comparáveis com os anteriores face à nota explicativa fls 55 31 https://queixaselectronicas.mai.gov.pt/SQE2013/default.aspx#tag=MAIN_CONTENT

215

441467

417

510

618

750 730

Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Suspeitos detidos

Fonte: Cálculos da SGMAI com base nos dados disponibilizados pela GNR e PSP

Ano 2016

Inquéritos findos 27.935

Por acusação 4.163

Por arquivamento 20.119

Por outros motivos 3.653

Aplicado o instituto da suspensão

provisóra2.796

Violência doméstica

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 63

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 40

doméstica, o que corresponde a cerca de 4% do total de queixas participadas via SQE registado

nesse ano32.

AVALIAÇÃO DE RISCO

Foram efetuadas 27.075 avaliações de risco e mais de 20.760 reavaliações, através da ficha de

avaliação de risco em violência doméstica (RVD). No que se refere ao risco atribuído na avaliação

inicial, 22% de casos foram classificados de risco elevado, 50% de risco médio e 28% de risco baixo.

Continuou a monitorizar-se a implementação da RVD, tendo sido recolhidos dados e informações

junto das FS. Avaliaram-se aspetos como a implementação da RVD-1L (avaliação inicial), as

reavaliações (RVD-2L), o estabelecimento de contactos com as vítimas, a elaboração de planos de

segurança, a articulação entre a 1.ª e 2.ª linhas de atuação nas FS, a articulação entre as FS e o MP,

e ainda questões relacionadas com a utilização das ferramentas informáticas. De forma

generalizada, o instrumento é tido como uma mais-valia na intervenção, sendo referido pelos

profissionais que a adoção desta nova metodologia teve impacto positivo no policiamento da

violência doméstica, nomeadamente no que se refere ao acionamento dos mecanismos de

resposta, recolha da prova e proteção da vítima. Afinações ao nível de alguns procedimentos têm

vindo a ser ponderadas e implementadas, de modo a aperfeiçoar-se a implementação desta nova

metodologia.

ESTRUTURAS ESPECIALIZADAS NAS FORÇAS DE SEGURANÇA

Em 31 de Dezembro de 2016:

A GNR dispunha de 327 núcleos/secções no âmbito do Projeto IAVE (Investigação e Apoio a Vítimas

Especificas), das quais 24 pertencentes ao NIAVE e de 303 Equipas pertencentes aos Postos

Territoriais, com um total de 443 efetivos afetos.

A PSP tinha afeto o total de 418 efetivos às EPAV (Equipas de Proximidade e Apoio à Vítima),

distribuídos pelos diversos Comandos. Adicionalmente existem outros 242 elementos policiais

afetos às EPAV, que colaboram igualmente no Programa Escola Segura. Ao nível da investigação

criminal, a PSP dispunha de 152 elementos afetos às equipas especiais de VD.

SALAS DE ATENDIMENTO À VÍTIMA

O atendimento das vítimas de violência doméstica, nas instalações das FS tende a realizar-se em

espaços próprios, de modo a garantir a privacidade e o conforto das mesmas. Todas as novas

esquadras e os novos postos possuem salas de atendimento à vítima (SAV).Nas instalações mais

32 Dados extraídos da aplicação relativa ao SQE em 15/2/2017.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 64

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 41

antigas foram efetuadas as adaptações possíveis. Cerca de 63% dos postos e esquadras (292- GNR e

145 PSP) possuem salas específicas de atendimento à vítima. Nos restantes o atendimento realiza-

se em salas que reúnam as condições necessárias em termos de conforto e privacidade.

OUTRAS INFORMAÇÕES

Na sequência das alterações introduzidas à Lei 12/2009, de 16 de setembro33, foi publicada a

Portaria n.º 280/2016, de 26 de outubro, que regula o procedimento da análise retrospetiva de

homicídios em violência doméstica, cuja equipa tem por missão e objetivos a análise das situações

de homicídio ocorrido em contexto de violência doméstica que tenham sido objeto de decisão

judicial transitada em julgado ou de decisão de arquivamento ou não pronúncia, visando retirar

conclusões que permitam a implementação de novas metodologias preventivas ao nível dos

respetivos procedimentos e também a produção de recomendações às entidades públicas ou

privadas com intervenção neste domínio.

33 Pela Lei 129/2015, de 3 de setembro

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 65

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 42

IMIGRAÇÃO ILEGAL 34

Apresenta-se uma caracterização da pressão migratória nas fronteiras externas, uma análise das

principais origens, rotas migratórias e modi operandi no âmbito da migração irregular e da

criminalidade associada.

Embora a determinação de uma tendência para os fluxos migratórios ilegais constitua um exercício

metodologicamente audacioso, a análise de um conjunto de indicadores qualitativos e quantitativos

tem permitido constatar um abrandamento da pressão migratória ilegal em Portugal. Para esta

tendência contribuem, entre outros fatores, o impacto das políticas e medidas desenvolvidas no

quadro da União Europeia e a nível nacional, os efeitos da crise económica e financeira, bem como

a transformação económica e social de alguns dos tradicionais países de origem dos fluxos

migratórios.

Os fatores explicativos das migrações irregulares estão associados à privação económica e/ou à

conflitualidade política, social, religiosa e/ou étnica nos países de origem, tendo como contraponto

a perceção de segurança e melhoria das condições económico-sociais nos países de destino.

O risco migratório relativo a nacionais dos países da América do Sul está associado à pobreza e

conflitualidade social (corrupção, tráfico de estupefacientes) e reduzidas oportunidades de garantia

de condições de subsistência. O principal país de origem das migrações para Portugal, o Brasil, tem

vindo a assistir a uma inversão da tendência económica e enfrenta alguns episódios de

conflitualidade associados à corrupção, preços de bens e serviços, entre outros. Assim, vem sendo

reforçada a pressão migratória oriunda destes países, considerando a especial incidência nas

recusas de entrada a nacionais do Brasil, Paraguai e Venezuela (estes últimos em trânsito para

outro país da UE).

As rotas aéreas provenientes do Senegal e Marrocos constituem as origens mais relevantes dos

portadores de documentos fraudulentos, a que se juntam ainda Angola, Turquia e Gana, enquanto

origens igualmente relevantes nesta matéria. Destaque para o facto de frequentemente ser

impossível a verificação da nacionalidade dos cidadãos a quem é recusada a entrada, dificultando a

perceção de verificação sobre as motivações associadas aos fluxos ilegais: imigração ilegal, tráfico

de seres humanos, tráfico de estupefacientes e/ou mesmo terrorismo, entre outros.

Foi concedida especial atenção à utilização do TN como plataforma de trânsito para outros países

europeus ou para a América do Norte, no sentido de detetar ligações e elementos de apoio logístico

de redes criminosas em Portugal e formas de facilitação de obtenção de documentação, através

34 Fonte SEF

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 66

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 43

celebração de contratos de trabalho e/ou descontos para a segurança social, visando obtenção do

título de residência, pela primeira vez, ou para renovação.

Atenta a sua especificidade, destacam-se as seguintes ocorrências nos aeroportos portugueses

associadas a tentativas de imigração ilegal:

 Núcleos familiares de origem iraquiana (incluindo menores) que chegam a Portugal

provenientes de outros EM/EU e procuram utilizar o TN como plataforma de passagem para

atingirem o Reino Unido, o Canadá e os EUA.

 Passageiros jovens, nacionais do Congo, RD Congo e Gâmbia (provenientes de Moscovo em

trânsito para Dakar ou Casablanca), que no check-in na origem apresentam documentos da

nacionalidade e vistos de estudante na Rússia, bem como bilhetes de ida e volta. Quando o

destino é Casablanca, são ainda portadores de vouchers de hotel. Estes estrangeiros

destroem os documentos com o objectivo de pedir asilo à chegada a Portugal.

 Passageiros, do género masculino, sobretudo de nacionalidade argelina mas também

marroquina, por vezes com pedidos de vistos EU recusados ou com medidas de interdição

de entrada no espaço Schengen, seguem rotas efectuando trânsito em Lisboa, sobretudo

para o percurso Argel – Casablanca e regresso. Uma vez em Lisboa, procuram entrar

clandestina ou irregularmente no país, tentando por qualquer via a fuga das instalações do

aeroporto seguindo um critério de oportunidade. Foram ainda detectados passageiros de

nacionalidade argelina, utilizando o mesmo percurso, pretendendo passar a fronteira

utilizando títulos de residência franceses contrafeitos de boa qualidade. Alegam estar em

trânsito para um qualquer destino em França, apesar de não serem detentores de qualquer

bilhete, reserva ou cartão de embarque para o destino pretendido.

 Jovens adultos de nacionalidade albanesa, de ambos os géneros, portadores de

documentos italianos e gregos contrafeitos ou furtados em branco ou com bilhetes de

identidade romenos contrafeitos, que pretendem viajar para a Irlanda ou Reino Unido.

No que respeita ao combate ao auxílio à imigração ilegal e criminalidade conexa, foram

estabelecidos como prioritários, a prevenção e investigação dos crimes que envolvam criminalidade

grave, organizada e transnacional, mais concretamente:

a) Tráfico de pessoas: uma das principais prioridades a nível da União Europeia;

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 67

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 44

b) Associação de auxílio à imigração ilegal: crime que frequentemente engloba a falsificação

de documentos e o casamento ou união de conveniência, cujos beneficiários das redes

criminosas se encontrarão fora do TN;

c) Casamento ou união de conveniência: quer na forma associada quer na forma simples.

Trata-se de uma prática que permite, após três anos, a obtenção de nacionalidade

portuguesa. Os números relacionados com esta realidade têm vindo a aumentar, fazendo

crescer a preocupação de possível atribuição da nacionalidade portuguesa a nacionais de

países considerados de risco;

d) Criminalidade itinerante: associada a grupos criminosos oriundos do Cáucaso, que através

do uso de documentos de viagem falsos e falsificados da União Europeia, se dedicam à

prática de crimes contra o património, provocando um evidente alarme social;

e) Auxílio à imigração ilegal numa perspetiva de atividade interna: constitui-se como uma

tendência criminal que se tem mantido, registando-se o chamamento de um elevado

número de potenciais imigrantes, muitos sem reunirem as condições legais necessárias para

entrarem e residirem na Europa. Têm acorrido a TN para aqui tentarem regularizar a sua

situação documental com apoio de indivíduos que se dedicam à angariação, facilitação de

imigrantes ilegais e falsificação de documentação, onde se incluem contabilistas, advogados

e empresas, cujo único objetivo é a obtenção de proveitos.

f) Outros focos criminais: relacionados com a utilização do TN como plataforma de trânsito e

ligações a elementos de apoio logístico das redes criminosas em Portugal.

O número total de inquéritos instaurados denota acentuada diminuição (-18,1%), fato que se deveu

à diminuição dos inquéritos registados por casamento ou união de conveniência (-20,5%), o que

estará relacionado com a diminuição das participações remetidas pelas Conservatórias dos Registos

Civis ao Ministério Público relacionadas com Processos Preliminares de Casamentos.

Como fenómeno criminal relevante, não obstante a reduzida representatividade da comunidade

albanesa em Portugal, assistiu-se a um aumento da atividade criminal perpetrada por indivíduos

desta nacionalidade, facto que tem merecido especial acompanhamento e que permitiu identificar

métodos de atuação distintos utilizados pelas diversas redes de auxílio à imigração ilegal, que

utilizam Portugal como plataforma de trânsito para o Canadá, Reino Unido e Irlanda. Estas

ocorrências têm tido especial incidência nos Aeroportos de Lisboa e Faro, facto que não pode ser

dissociado da existência de companhias aéreas low-cost a operar nesses locais, do apoio logístico

que é tido em território nacional por elementos das redes que aqui facilmente se deslocam e da

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 68

Página 69

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 45

possibilidade de sucesso de alguns dos imigrantes ilegais em atingir aqueles países – com os quais

os aeroportos portugueses têm ligações.

Os dados observados no aeroporto do Porto, apesar de residuais quando comparados com os

restantes postos de fronteira - 3 ocorrências que deram origem a inquéritos - e a alteração de

procedimentos na tentativa de iludir as autoridades, demonstram uma variação do modus

operandi, quer pelas redes criminosas, quer pelos imigrantes instruídos por aquelas.

PROTEÇÃO INTERNACIONAL

Relativamente à dimensão da proteção internacional, stricto sensu (excluindo os mecanismos de

recolocação e reinstalação), registou-se uma ligeira diminuição face ao ano anterior.

Os pedidos de proteção internacional apresentados na fronteira externa mantêm a tendência dos

últimos anos, apresentados maioritariamente por nacionais de países africanos que viajam para

Lisboa em voos diretos da TAP provenientes de Marrocos, Senegal, Bamako, entre outros.

Assistiu-se a um aumento do número de nacionais angolanos que viajam com visto de curta

duração emitido pelo Consulado de Portugal em Luanda e que se dirigem a determinados EM da

União Europeia, onde acabam por pedir asilo. Posteriormente, acionado o Regulamento de Dublin

junto de Portugal e uma vez transferidos para Portugal, desistem do pedido.

Considerando os requerentes de proteção internacional espontâneos e recolocados, verifica-se que

a maior parte dos pedidos foi apresentada em TN, sobretudo por cidadãos Sírios. Os indicadores

demográficos mais relevantes neste contexto são as nacionalidades Síria, Eritreia, Ucrânia, Iraque e

Guiné, grupo etário entre 19-39 anos e sexo masculino.

No âmbito das Decisões da UE n.º2015/1523, 2015/1601 e 2016/1754 (as duas primeiras de 14 e 22

setembro de 2015 e a última de 29 de setembro desse ano), até ao final de 2016, Portugal tinha

recolocado 781 requerentes de proteção internacional, o que colocava o país nos primeiros EM em

matéria de recolocação. A maioria dos requerentes de proteção internacional recolocados são

provenientes da Grécia e são famílias de nacionalidade Síria.

Na sequência dos Acordos UE com a Turquia, Portugal disponibilizou-se a reinstalar 191 refugiados

sírios a partir da Turquia e em junho de 2016, 12 refugiados sírios foram reinstalados em Portugal.

Em dezembro foi comunicado ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR)

a disponibilidade de Portugal reinstalar 179 refugiados sírios ao abrigo do esquema 1:1 – Acordo

UE/Turquia, ao longo do ano de 2017, objetivando-se cumprir na íntegra a quota de 191 pessoas.

Portugal manifestou disponibilidade junto do ACNUR, para reinstalar 45 pessoas a partir do Egito,

ao abrigo do Programa Nacional de Reinstalação relativo a 2015. Foram submetidos, pelo ACNUR,

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 69

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 46

37 pedidos de reinstalação a partir do Egito, para refugiados de nacionalidade síria, etíope, eritreia

e sudanesa, tendo sido todos aceites, aguardando-se a chegada destes refugiados no primeiro

trimestre de 2017. Foram ainda submetidos pelo ACNUR dois pedidos de reinstalação de nacionais

do Mali e da Costa do Marfim que foram aceites, aguardando-se a sua transferência para Portugal.

Manteve-se o contexto europeu de dificuldades na gestão das fronteiras helénica (terrestre e

marítima) e italiana (marítima), atenta a pressão migratória e a crise de refugiados, que implica uma

monitorização constante dos fluxos migratórios e uma resposta rápida, eficaz e solidária no âmbito

da União Europeia, em particular através das agências Frontex e EASO.

TRÁFICO DE SERES HUMANOS 35

Conforme tabela infra, os inquéritos-crime instaurados traduzem um acompanhamento da

criminalidade relacionada com o tráfico de pessoas por parte do SEF desde 200736.

Inquéritos Distribuídos por Tráfico de Pessoas

Foram investigados 39 inquéritos, (dos quais 15 tiveram origem em 2016), com a seguinte

distribuição geográfica:

35 Fonte: SEF, PJ e OTSH 36 Lei 59/2007, de 4 de setembro

Ano 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total

Total 2 13 14 10 9 10 11 22 18 15 124

Tipo de exploração

Quant.

Laboral 17 Mendicidade 3 Sexual 8 Menores 8 Criminalidade 0 Outro 3

Total 39

Tipo de exploração Quantidade

laboral 17

Mendicidade 3

Sexual 8

Menores 8

Outro 3

Total 39

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 70

Página 71

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 47

No âmbito de investigação e das vítimas sinalizadas, nas suas diferentes formas de exploração, foi

efetuada comunicação ao Observatório de Tráfico de Seres Humanos (OTSH) e procedeu-se à

notificação das vítimas sobre o período de reflexão no quadro de concessão de autorização de

residência37.

Embora o número de Inquéritos registados tenha sido inferior a 2015, as vítimas sinalizadas

aumentaram. Tal facto justifica-se no contexto das investigações realizadas e ao tipo de exploração

apurado. Situações de exploração laboral têm por norma um maior número de vítimas associadas,

face a outros tipos de exploração, como por exemplo, a servidão doméstica ou a mendicidade. A

título de exemplo, refira-se que numa só investigação que versou sobre o crime de tráfico de

pessoas para fins de exploração laboral, foram sinalizadas 23 vítimas.

O SEF consolidou a cooperação com os Centros de Acolhimento Permanentes e as organizações que

os gerem, garantindo o acompanhamento das vítimas nas situações necessárias à sua proteção,

acolhimento e no seu acompanhamento em diligências processuais. (v.g. prestação de declarações

para memória futura, de 27 das 40 vítimas sinalizadas).

A PJ, no âmbito dos inquéritos em investigação constituiu como arguidos 24 indivíduos e procedeu

à detenção de 14, de diferentes nacionalidades, tendo sido aplicada a medida de coação de prisão

preventiva a 9.

De referir que, no quadro do III Plano Nacional de Prevenção e Combate ao Tráfico de Seres

Humanos (TSH) - Triénio 2014-2017, foram definidas áreas estratégicas, a saber: prevenir,

sensibilizar, conhecer e investigar; educar, formar e qualificar; proteger, intervir e capacitar;

investigar criminalmente; cooperar.

De referir que os crimes de auxílio à imigração ilegal e o tráfico de pessoas são semelhantes e, por

vezes, difíceis de diferenciar, surgindo frequentemente em concurso com outros crimes (falsificação

de documentos, branqueamento de capitais, lenocínio, associação criminosa, entre outros), geram

avultados proventos, sendo cometidos por estruturas hierarquizadas, bem organizadas de cariz

criminoso e transnacional.

Trata-se de investigações complexas, cujos indícios iniciais chegam ao conhecimento das

autoridades, maioritariamente, de forma anónima, com conteúdo não fundamentado e desprovido

de elementos identificativos. Neste contexto é exigido da parte dos OPC, ONGs, Entidades Oficiais

(ACT, Alto Comissariado para as Migrações, CIG e OTSH) e autoridades judiciárias, intervenção

37 Artigo 109.º da Lei 23/2012, de 4 de julho (alterada pela Lei 29/2012, de 9 de agosto)

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 71

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 48

articulada e reforçada, nas ações de prevenção, de proatividade, de previsibilidade e de sinalização

do padrão de atuação.

O Observatório do Tráfico de Seres Humanos (OTSH), tem como missão a recolha, tratamento e

análise de dados sobre tráfico de seres humanos (TSH).

Para informações adicionais consultar:

http://www.otsh.mai.gov.pt/Pages/default.aspx

SINALIZAÇÃO DE VÍTIMAS 38

Foram sinalizadas 261 presumíveis vítimas e indicadas 23 nacionalidades, cuja distribuição da

frequência revela a prevalência de sinalizações de nacionais portugueses(72) e de nacionais

romenos (70). Das sinalizações de nacionais oriundos da Ásia (particularmente da região

hindustânica), a prevalência é de nacionais nepaleses (47), sendo neste grupo que se encontra a

maior incidência das vítimas confirmadas.

Comparando com 2015, observa-se aumento do número total de sinalizações(variação de 35,2%),

influenciado pelo aumento de registos “Em Portugal” (variação de 68,9%), valor ao qual estão

associadas três intervenções (mais de 20 vítimas associadas em cada): Operação POKHARA (SEF), e

Operação Katmandu 1 e Katmandu 2 (PJ)

38 Dados OTSH

Classificação das Sinalizações – Em Portugal Classificação das Sinalizações – No Estrangeiro

108

48

20

34

18

OPC - ConfirmadoOPC - Pendente/Em InvestigaçãoOPC - Não ConfirmadoONG/Outras Entidades - SinalizadoONG/Outras Entidades - Não Considerado

10

17

3

3

OPC - ConfirmadoOPC - Pendente/Em InvestigaçãoOPC - Não ConfirmadoONG/Outras Entidades - Sinalizado

Ano Ano 2015 Ano 2016Variação

homóloga

Em Portugal 135 228 68,9 %

No estrangeiro 58 33 -43,1 %

Total 193 261 35,2 %

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 72

Página 73

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 49

À data da última atualização dos dados39, as autoridades competentes confirmaram 118 vítimas de

tráfico de pessoas (108 em Portugal). As restantes sinalizações encontram-se classificadas como

pendente/em investigação, não confirmado, sinalizado, e não considerado.

Observando os tipos de exploração associados às sinalizações em Portugal, continua a verificar-se

clara representatividade de registos de (presumível) tráfico para fins de exploração laboral (152),

sendo que das 108 vítimas confirmadas, 101 (93%)foram vítimas deste tipo de exploração

sobretudono setor agrícola (ex. apanha da azeitona, framboesa, mirtilos, amora, abóbora, melão,

laranja, cereja, tomate, entre outras).

Tipo de exploração associada às sinalizações de tráfico em Portugal 40

Da análise territorial das sinalizações confirmadas – fortemente influenciada pela regionalidade das

produções agrícolas acima referenciadas, indicam-se os 3 distritos com maior incidência:

1. Santarém (24) – Município de Almeirim: vítimas de tráfico para fins de exploração laboral na

agricultura.

2. Beja (23) – Município de Beja (21)41: maioritariamente vítimas de exploração laboral

(22), na agricultura.

3. Bragança (14) – Município de Carrazeda de Ansiães (9), e de Alfândega da Fé (5, das quais 4

vítimas exploradas simultaneamente em

Alfândega da Fé e Espanha).

39 7 de fevereiro de 2017 40 Dados OTSH 41 Outro município com 2 vítimas confirmadas, mas protegido por segredo estatístico.

Total

↓Idade

(Menor|Adulto)

OPC - Confirmados 3 101 0 … 0 … 0 0 … … 108 3|105

OPC – Pendentes /

Em investigação6[1] 26 0 8 0 0 0 0 0 8 48 10|36[2]

OPC - Não

Confirmados (2)6 8 0 4 0 … 0 0 0 … 20 5|15[3]

ONG - Sinalizados 16 12 0 0 … … 0 3 0 … 34 …|29[4]

ONG - Não

Considerados3 5 0 6 0 0 … 0 0 3 18 6|12

Total → 34 152 0 19 … 3 … 3 … 14 228 26|197

[2] Em 2 registos a idade é desconhecida.

[4] Em 3 registos a idade é desconhecida.

[3] Em 3 registos o dado tem baixa fiabilidade.

[1] Em 2 registos o dado tem baixa f iabilidade.

Tipo de Exploração

Isolada

Ad

oçã

o o

u V

en

da

de

Me

no

r

Prá

tica

de

Ati

vid

ade

s

Cri

min

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Se

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Simultâneo

Ou

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Situação ↓

Sexu

al

Lab

ora

l (1

)

Escr

avid

ão

Me

nd

icid

ade

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 50

Da observação da incidência territorial e respetiva representação cartográfica estão ausentes 22

registos de vítimas confirmadas por tráfico para fins de exploração laboral na agricultura. O motivo

decorre dos padrões de sazonalidade de determinadas produções agrícolas e respetivas regiões,

resultando numa elevada mobilidade/rotatividade das vítimas, não só entre vários municípios num

mesmo distrito mas igualmente entre vários distritos42.

MENORES

Dos 26 menores sinalizadoscomo (presumíveis) vítimas de tráfico em Portugal, as autoridades

competentes confirmaram 3[os restantes registos encontram-se classificados como “pendente/em

investigação” (10), “não confirmados/não considerados” (11), e sinalizado por “ONG/outra

entidade”].

Embora das situações confirmadas não seja possível obter descrição detalhada (dados protegidos

por segredo estatístico), destaca-se que se tratam de vítimas de exploração laboral e de

nacionalidade estrangeira.

Relativamente aos registos “pendentes/em investigação” (10), os tipos de exploração sinalizados

foram exploração sexual (dado protegido), mendicidade forçada (4) em vítimas maioritariamente

do sexo feminino, de nacionalidade romena, com média de idade de 15 anos. Ainda em

investigação 4 situações tipificadas na forma de exploração como “outra/desconhecida”, associadas

a situações em que Portugal terá sido presumivelmente utilizado como país de trânsito. As

(presumíveis) vítimas são do sexo feminino, de nacionalidade estrangeira, oriundas de África – à

semelhança de outros anos, com média de idade de 16 anos.

ADULTOS

Foram sinalizados 197 adultos como (presumíveis) vítimas, dos quais 105 confirmados [os restantes

registos encontram-se classificados como “pendente/em investigação” (36), sinalizado por

“ONG/outra entidade” (29), e “não confirmados/não considerados” (27)].

105 vítimas confirmadas – estrangeiras e nacionais – referem-se maioritariamente a situações de

tráfico para fins de exploração laboral (98). 23 vítimas de nacionalidade nepalesa foram recrutadas

em Portugal.

Os 36registos em fase de investigação por OPC reportam-se a presumíveis vítimas de tráfico para

fins de:

 Exploração laboral (25): maioritariamente do sexo masculino (24), com média de idade de 36 anos; nacionalidade portuguesa (9) e nepalesa (6) – as restantes encontram-se

42 As entidades competentes assinalaram como distrito de exploração “Vários”.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 74

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 51

protegidas por segredo estatístico, correspondendo a nacionais do continente europeu

(comunitários e não comunitários), continente asiático, africano e americano;

 Exploração sexual (4): do sexo feminino, com média de idade de 23 anos; nacionalidade estrangeira (protegidas por segredo estatístico), correspondendo a nacionais do continente

europeu (comunitários e não comunitários), africano e americano;

 Mendicidade forçada (4): do sexo masculino, com média de idade de 51 anos; nacionais comunitários, maioritariamente de nacionalidade romena (3);

 Outras/desconhecido (3): do sexo feminino, com média de idade de 35 anos; nacionalidade estrangeira e nacional (protegido por segredo estatístico).

Os 29 registos por ONG/Outras entidades referem-se a presumíveis situações de tráfico para fins

de43:

 Exploração sexual (15): maioritariamente do sexo feminino (14), com média de idade de 31 anos; nacionalidade nigeriana (6) e romena (4) – as restantes encontram-se protegidas por

segredo estatístico, correspondendo a nacionais do continente europeu (comunitários) e

americano;

 Exploração laboral (10): maioritariamente do sexo masculino (5), com média de idade de 34 anos; nacionalidade romena (3) – as restantes encontram-se protegidas por segredo

estatístico, correspondendo a nacionais do continente europeu (comunitários), americano

e asiático;

 Exploração laboral e escravidão (3): do sexo masculino, com média de idade de 49 anos; nacionalidade portuguesa.

VÍTIMAS SINALIZADAS NO ESTRANGEIRO44

No que respeita a cidadãos portugueses no estrangeiro foram sinalizadas 33 (presumíveis) vítimas

de tráfico em 6 países distintos (maioritariamente Espanha, França e Costa do Marfim), das quais 10

confirmadas [os restantes registos encontram-se classificados como “pendente/em investigação”

(17), “não confirmado” (3), e “sinalizados por ONG” (3).

A maioria das sinalizações reportam-se a situações de exploração laboral (29) /agricultura sendo a

Espanha o país mais referenciado, nomeadamente o Município da Comunidade Autónoma de

Castela e Leão, noroeste de Espanha.

17registos em fase de investigação por OPC reportam-se a presumíveis vítimas de tráfico para fins

de:

43 Num registo o tipo de exploração é desconhecido. 44 Dados OTSH

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 75

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 52

 Exploração laboral (16): do sexo masculino, com média de idade de 43 anos, tendo a

presumível situação de exploração ocorrido na Costa do Marfim (9) e em Espanha (7);

 Outras/desconhecido: (protegido por segredo estatístico).

3 registos por ONG/outras entidades referem-se a presumíveis situações de tráfico para fins

exploração laboral, exploração sexual e outras/desconhecido (dados protegidos por segredo

estatístico).

Tipo de exploração associada às sinalizações de tráfico no estrangeiro 45

PROTEÇÃO E ASSISTÊNCIA 46

Tendo como base os registos de vítimas “confirmadas”, “pendentes/em investigação” e “sinalizados

por ONG/outras entidades”, 92 (presumíveis) vítimas receberam proteção e assistência,

nomeadamente: acolhimento em centros específicos ou em outras estruturas (69), assistência

psicológica e/ou médica (79), assistência jurídica (33), educação e formação (9), apoio à inserção no

mercado de trabalho (23), e assistência no regresso ao país de origem (quer de vítimas estrangeiras,

quer de nacionais para Portugal) (23).

Foram notificadas sobre o direito ao “prazo de reflexão” 38 (presumíveis) vítimas47. Foram

concedidas 31 autorizações de residência a vítimas de tráfico.

45 Dados OTSH 46 Dados OTSH 47 Lei 23/2012, de 4 de julho (alterada pela Lei n.º 29/2012 de 9 de agosto)

Simultân

eo

Total

Idade

(Menor|A

dulto)

OPC - Confirmados 0 9 0 0 0 0 … 0 10 0|10

OPC – Pendentes /

Em investigação0 16 0 0 0 0 0 … 17 …|16

OPC - Não

Confirmados 0 3 0 0 0 0 0 0 3 0|3

ONG - Sinalizados … … 0 0 0 0 0 … 3 0|3

ONG - Não

Considerados0 0 0 0 0 0 0 0 0 0|0

Total → … 29 0 0 0 0 … … 33 …|32

Sinal: … dado protegido por segredo estatístico

Tipo de Exploração Sinalizadas

Isolada

Ou

tras

ou

de

sco

nh

eci

do

Situação ↓

Sexu

al

Lab

ora

l

Escr

avid

ão

Me

nd

icid

ade

Ad

oçã

o o

u V

en

da

de

Me

no

r

Prá

tica

de

Ati

vid

ade

s

Cri

min

osa

s

Lab

ora

l e

Escr

avid

ão

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 76

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 53

CRIME DE TRÁFICO DE ESTUPEFACIENTES 48

Uma das tradicionais áreas de atuação do crime organizado no nosso país é o tráfico ilícito de

estupefacientes. Portugal é ao mesmo tempo um país de destino de vários tipos de drogas e um

país de trânsito de importantes quantidades de haxixe e de cocaína, provenientes de Marrocos e da

América Latina, respetivamente, que têm como destino final outros países europeus.

A distribuição interna dos principais tipos de drogas é normalmente assegurada por estruturas

criminosas organizadas, que frequentemente são responsáveis pela importação e distribuição. Por

regra, são estruturas extremamente flexíveis constituídas por um número reduzido de membros,

muitas vezes ligados por laços familiares que amiúde se socorrem de terceiros indivíduos,

normalmente pessoas vulneráveis (toxicodependentes ou indivíduos em situação de extrema

carência económica), para executarem os trabalhos mais arriscados, como o transporte da droga, a

guarda e a sua entrega aos consumidores.

A utilização do TN no tráfico de grandes quantidades de haxixe e de cocaína com destino a outros

países europeus, resulta da posição geográfica do nosso país e da existência de especiais relações

com alguns países da América Latina, como é o caso do Brasil.

As estruturas criminosas envolvidas nestes segmentos do tráfico são, em regra, altamente

organizadas, dispondo frequentemente em TN de células de apoio logístico tendentes a facilitar a

introdução da droga no espaço europeu. A função dessas células varia consoante o modus operandi

utilizado, as rotas e as quantidades de droga envolvidas, sendo frequente a utilização de

embarcações nacionais e respetiva tripulação no transporte de grandes quantidades de cocaína e

de haxixe, bem como a utilização de empresas na importação de consideráveis quantidades de

cocaína dissimulada em cargas contentorizadas dos mais variados tipos de produtos, desde

maquinaria diversa a matérias-primas.

Apesar do controlo cada vez mais apertado das autoridades, no transporte por via aérea, múltiplas

organizações criminosas socorrem-se das ligações áreas regulares entre a América Latina e Portugal

para, de forma rápida, introduzirem significativas quantidades de cocaína no espaço europeu, o que

fazem com recurso à utilização dos designados correios de droga ou mulas.

De acordo com a informação que tem vindo a ser recolhida nos últimos anos, verifica-se um

crescendo da utilização da internet, em especial da darknet, por parte, de indivíduos isolados e de

grupos criminosos, para comercializarem os mais diversos tipos de drogas ilícitas e de novas

48 Dados: PJ com base em dados centralizados de todos os OPC - DL 81/95, de 22 de Abril.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 77

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 54

substâncias psicoativas, que os consumidores recebem diretamente, por via postal, nos seus

domicílios.

Na produção de drogas em Portugal, foram detetados e desmantelados 219 locais de cultivo de

plantas de cannabis, do que resultou a apreensão de 4.585 plantas, não existindo qualquer

informação que indicie que no nosso país tenha sido produzido ou cultivado qualquer outro tipo de

droga ilícita.

Quanto à apreensão de estupefacientes, na comparação com o ano de 2015, verifica-se um

aumento da quantidade de haxixe apreendido (+192,7%) e de ecstasy (+197,4%). Quanto à heroína

e à cocaína, verifica-se diminuição das quantidades apreendidas de -41,1% e -82,7% respetivamente

Quanto ao número de apreensões efetuadas comparativamente com o ano de 2015, verifica-se

aumento no ecstasy (+56,7%), no haxixe (+12%), na cocaína (+4,5%) e na heroína (+1,5%).

Foram detidas 5.861 pessoas por tráfico de estupefacientes, sendo 483 do sexo feminino e os

restantes do sexo masculino. Em termos de nacionalidades verifica-se que 664 dos detidos têm

nacionalidade estrangeira, o que demonstra o caráter transnacional do fenómeno.

Comparativamente com os dados de 2015, verifica-se aumento de +5,3% do número total de

detidos.

Quanto às rotas das drogas apreendidas não se registaram alterações significativas relativamente

aos anos anteriores, continuando a heroína a chegar a Portugal através de outros países europeus.

O haxixe continua a ser maioritariamente proveniente de Marrocos e a cocaína da América do Sul.

No âmbito da prevenção e repressão continuou a dar-se execução às ações inscritas no Plano de

Ação Para a Redução dos Comportamentos Aditivos e das Dependências 2013-2016, aprovado pela

Resolução do Conselho de Ministros n.º 79/2014, de 23 de outubro, o qual se articula com o Plano

Nacional para a Redução dos Comportamentos Aditivos e das Dependências 2013-2020, aprovado

pela mesma Resolução do Conselho de Ministros e com a Estratégia da União Europeia em Matéria

de Luta Contra Droga 2013-2020.

Consiste de facto, o grande objetivo geral inscrito daquele plano em “reduzir a disponibilidade das

drogas ilícitas e das novas substâncias psicoativas no mercado, através da prevenção, dissuasão e

desmantelamento das redes de tráfico de drogas ilícitas, em especial do crime organizado,

intensificando a cooperação judiciária, policial e aduaneira, a nível interno e internacional, bem

como a gestão das fronteiras.”

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 55

Ao nível das prioridades definidas no âmbito do Ciclo Politico da União Europeia em Matéria de Luta

Contra a Criminalidade Grave e Organizada, Portugal participou em diversas iniciativas e ações

inscritas nos Operational Action Plan para 2016, aprovados pelo Comité Operacional de Segurança

Interna (COSI) para as prioridades em matéria de luta contra tráfico de cocaína, heroína e drogas

sintéticas.

Na repressão do tráfico ilícito de drogas, sublinha-se a importância da centralização da informação

e da coordenação das investigações, conforme Decreto-Lei n.º 81/95, de 22 de abril, bem como da

cooperação policial internacional, em matéria de troca de informação e no desenvolvimento

coordenado de investigações, o que tem sido mantido e aprofundado.

Gráfico ilustrativo das quantidades de droga apreendidas (Kg) e número de apreensões

número de apreensões

Haxixe; 4.652 Cocaína; 1.127 Heroína; 766 Ecstasy; 279

56,9

1.045,6

7.061,7

Heroína

Cocaína

Haxixe

Ecstasy151.265 unidades

Quantidades apreendidasem Kg

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 79

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 56

GRÁFICOS RELATIVOS A INTERVENIENTES, DETIDOS E IDADES

BENS E VALORES APREENDIDOS RELACIONADOS COM O TRÁFICO

MEIOS UTILIZADOS, CONSOANTE O TIPO DE DROGA

Detidos não detidos Total

5.861

964

6.825Intervenientes

Homens Mulheres Total

5.378

483

5.861Detidos - sexo

Menos 21 anos Com 21 ou mais anos Total

1284

4577

5.861Detidos - idades

Tipo de objecto Quantidade Tipo de objecto Quantidade

Arma 131 Ciclomotor 3

Barco 6 Viatura mista 5

Balança 382 Viatura ligeira 309

Ipad 2 Telefone satélite 3

Motociclo 15 Dinheiro (€) 2.982.528 €

Telemóvel 2552 Dinheiro - Divisas Estrangeiras (€) 26.125 €

NOTA: As divisas estrangeiras apreendidas foram convertidas para euros no dia 24de Janeiro de 2017, tendo por base o site

www.xe.com

unidadeColuna1 Coluna2 Coluna3 Coluna4 Coluna5

Tipo de Transporte Cocaína Cannabis Heroína Ecstasy

Aéreo 359,05 37,52 1,64 123.570

Marítimo 643,97 3.887,41 1,78 0

Postal 9,40 34,94 0,24 67

Terrestre 29,895 2.935,13 52,80 27182

Desconhecido 3,32 166,72 0,41 446

TOTAL 1.045,64 7.061,72 56,87 151.265

Kg

Meio de transporte por tipo de droga

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 80

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 57

GRÁFICOS ILUSTRATIVOS DAS 10 APREENSÕES MAIS RELEVANTES, POR TIPO DE DROGA

PRINCIPAIS ROTAS (ORIGEM CONHECIDA) POR TIPO DE DROGA

0,0

50.000,0

100.000,0

150.000,0

200.000,0

250.000,0248.530,0

217.610,0

121.980,0

59.880,051.300,0

29.000,026.722,0

24.954,017.433,6

7.353,4

COCAÍNA (g)

0,0

500.000,0

1.000.000,0

1.500.000,0

2.000.000,0

2.500.000,0

2.170.000,0

2.100.000,0

1.320.000,0

149.268,0122.350,0

79.465,0 67.312,566.550,040.000,0

37.400,0

CANNABIS (g)

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

40.000

45.000

50.00049.643

38.300

35.621

10.072

2.8742.300

1.040861 502 346

ECSTASY (un)

0,0

5.000,0

10.000,0

15.000,0

20.000,0

25.000,022.807,6

5.522,2

2.345,8 1.776,8 1.312,2

855,5 825,3700,0 602,0 547,7

HEROÍNA (g)

COCAÍNA

Proveniência Destino Quant. (kg.)

Argentina Portugal 1,04

Bolívia Portugal 2,81

França 1,5

Roménia 2,34

Luxemburgo 1,04

Portugal 202,98

Suíça 1,64

Holanda 0,77

Bélgica 4,24

Espanha 46,11

Itália 8,62

Reino Unido 0,98

Alemanha 1,58

Espanha 2,47

Portugal 9,46

Espanha Portugal 0,22

França Portugal 0

Holanda Portugal 0,68

Portugal Suíça 0,7

Reino Unido Portugal 0,002

São Tomé e Príncipe Espanha 1,26

Venezuela Portugal 75,92

Desconhecido Desconhecido 679,26

1.045,63

Brasil

Colômbia

Total

CANNABIS

Proveniência Destino Quant. (kg.)

Espanha Portugal 43,99

Estados Unidos da América Portugal 0,002

França Portugal 0,04

Holanda Portugal 0,24

Índia Portugal 0,08

Marrocos Espanha 2.100,00

Portugal Argélia 0,07

Portugal Brasil 4,05

Portugal Suíça 0,1

Portugal Holanda 0,002

Portugal Alemanha 0,11

Portugal Reino Unido 6,27

Desconhecido Desconhecido 4.906,76

7.061,72Total

HEROÍNA

Proveniência Destino Quant. (kg.)

Bélgica Portugal 0,53

Espanha Portugal 0,27

Estados Unidos da América Portugal 0,003

Holanda Portugal 5,52

Desconhecido Desconhecido 50,53

56,86Total

ECSTASY

Proveniência Destino Quant. (un)

Brasil Portugal 6

Espanha Portugal 36

Portugal 83.993

Brasil 49.643

Portugal Holanda 39

Suíça Portugal 13

Desconhecido Desconhecido 17.536

151.265

Holanda

Total

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 81

Página 82

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 58

DADOS EXTRAÍDOS DA CRIMINALIDADE PARTICIPADA 49

Nota: Para esta categoria foram tidos em conta as seguintes tipologias: Tráfico de estupefacientes, cultivo para consumo, outros crimes respeitantes a estupefacientes

Os crimes relativos a estupefacientes

apresentam subida em mais 614

participações o que significa a variação

de +9,2%, relativamente ao ano anterior.

Valores relativos às tipologias que integram esta categoria

49 Dados DGPJ

4.449

4.083

5.395

5.8885.610

5.829

6.641

7.255

R² = 0,83

Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Crimes relativos a estupefacientes

Tráfico estupefacientes Cultivo p/ consumo Outros resp. estupefacientes

5.592

154

1.509

5.082

216

1.343

10,0 %

-28,7 %

12,4 %

Ano 2016 Ano 2015

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 82

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 59

MOEDA FALSA 50

Em 2016 manteve-se estável o número de contrafações de notas de Euro apreendidas em Portugal,

em comparação com o ano transato. Com a denominação de 20 Euros têm aumentado as

apreensões desde 2014, com 2.822 neste ano; 3.111 em 2015 e 3.377 no presente ano,

apresentando, assim, uma variação crescente entre os dois últimos anos de 8,6%.

As apreensões de denominação de 50 Euros, que em 2015 sofreu um aumento significativo

relativamente ao ano anterior (de 1.290 exemplares para 1.817), apresenta em 2016 um ligeiro

decréscimo, com 1.605 notas falsas apreendidas, configurando uma variação decrescente nos dois

últimos anos de 11,7%.

Tais dados vão de encontro ao que tem vindo a acontecer no resto da Europa. Desde a entrada do

Euro a nota mais contrafeita era a de 50 Euros, a qual, paulatinamente, vem dando lugar à nota de

20 Euros.

As restantes denominações sofrem também ligeiras alterações quanto ao número de

apreensões/retenções, sendo de realçar a quebra da denominação de 100 Euros, que vinha em

crescendo desde 2014, registando, em 2015, 307 exemplares apreendidos e em 2016 apenas 180,

ou seja, uma variação decrescente de 41,4%.

As contrafações que mais se destacam são essencialmente as de origem italiana, produzidas com

recurso a impressão em offset; uma contrafação emergente de notas de 20 euros produzida por

impressora a jato de tinta, também de origem italiana e uma outra de notas de 20 euros, com

origem em Espanha.

A contrafação de maior peso no que respeita a notas de 20 Euros é aquela a que foi atribuído pelo

BCE o indicativo EUA0020P00002e (variante do indicativo EUA0020P00002), representando cerca

de 25% das notas de 20 Euros apreendidas.

Ainda quanto a notas de 20 Euros salienta-se uma contrafação da Série Europa (já não de notas da

Série A), a que foi atribuído o indicativo EUB0020J00001, e que conta já 148 exemplares. Importa

ainda referir a contrafação de origem espanhola (EUA0050C00090a), com 203 exemplares

apreendidos.

No que respeita à denominação de 50 Euros, continua a ser a contrafação em Offset, de origem

italiana a que mais se destaca, designadamente com os indicativos EUA0050P00005 (366 notas) e

EUA0050P00030 (234 notas).

Quanto às notas de denominação de 100 Euros destaca-se uma contrafação Italiana, a que foi

atribuído o indicativo EUA0100P00007, com 106 notas apreendidas, o que representa mais de 50%

do total de apreensões desta denominação (180).

50 Fonte: PJ

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 83

Página 84

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 60

Como já vem sendo referido, as contrafações de origem nacional são geralmente produzidas com

recurso a impressoras a jato de tinta, sem acabamentos de qualidade, resultando em notas de

baixa/média qualidade e em pequena quantidade. Não obstante a baixa qualidade são muitas vezes

susceptíveis de confundir o consumidor e apenas são detetadas em entidades bancárias ou

transportadoras de valores.

No que se refere ao Dólar Americano (USD), a segunda unidade monetária mais apreendida em

Portugal, verificou-se um aumento do número de notas apreendidas (2.352) relativamente a 2015

(1.034) e 2014 (1.927). Reportado a notas de 100 USD (a denominação mais apreendida) observa-se

entre 2015 (931) e 2016 (2.205) uma variação crescente de 136,8%.

Um modus operandi que tem vindo a crescer e a ganhar peso no que respeita à disseminação de

contrafações é a aquisição de notas via darknet, as quais são muitas vezes pagas através de bitcoins.

Todo o negócio assume uma forma impessoal, o que permite o anonimato e dificulta a investigação.

Relativamente à dimensão da prevenção deve esta fundamentalmente implicar a sensibilização dos

operadores económicos/comerciantes para a utilização dos métodos de reconhecimento dos

indicadores básicos de segurança das notas, designadamente as de euro, na medida em que o

circuito de passagem começa, em regra num, operador económico de retalho ou venda direta ao

público, com grande incidência nos pequenos comerciantes e nos locais abertos à noite, como os

bares, restaurantes e casas de diversão noturna.

No que se refere à repressão deve incidir sobre o controlo dos grupos dedicados à pequena

delinquência, conjugado com o mapeamento das zonas geográficas onde surgem com maior

frequência as operações de passagem de moeda falsa.

A representação gráfica seguinte traça a evolução das apreensões, dos montantes apreendidos e

dos arguidos que foram constituídos com referência a 2015 e 2016.

Aprensões de € (Euros) Apreensões de $ USD

5.645

10.269

5.523

2.352

Número de apreensões

2015 2016

Total de € (Euros) Total $ USD

216.000 €

$ 1.019.686

201.695 € $ 227.500

Montantes apreendidos

2015 2016

Masculino Feminino Total

6

4

10

9

1

10Arguidos constituídos

2015 2016

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 84

Página 85

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 61

CRIMINALIDADE ECONÓMICA E FINANCEIRA 51

Abuso de poder: O maior número de inquéritos iniciados teve lugar nas comarcas do Porto (55),

Lisboa Oeste (38) e Lisboa (35).

O maior número de inquéritos findos teve lugar nas comarcas de Lisboa Oeste (47) Porto (41), Braga

(27) e Faro (23).

Foram deduzidas acusações pela prática deste crime em dez comarcas, designadamente, Porto (3),

Aveiro (2), Braga, Coimbra, Évora, Lisboa, Lisboa Norte, Lisboa Oeste e Vila Real (1), e ainda no

DCIAP (1).

51 Dados PGR

Por acusaçãoPor

arquivamento

Por outros

motivosTotal

Abuso de poder 411 13 254 82 349 3

Branqueamento de capitais 183 13 92 69 174 2

Corrupção 626 36 297 172 505 52

Participação económica em negócio 73 2 37 15 54

Peculato 378 83 204 88 375 21

Prevaricação de titulares de cargos políticos 53 8 20 10 38

Recebimento indevido de vantagem 16 3 12 3 18

Tráfico de influência 21 14 5 19 1

Administração danosa em unidade do sector público 25 3 16 6 25

Abuso de confiança fiscal 4.847 1.255 3.333 591 5.179 834

Fraude Fiscal 863 191 426 139 756 160

Contrabando 50 1 25 11 37 3

Abuso de confiança contra a segurança social 1.684 1.001 502 77 1.580 441

Fraude contra a segurança social 51 5 45 7 57 9

Desvio na obtenção de subvenção, subsídio ou crédito bonificado 23 2 8 8 18

Fraude na obtenção de subvenção, subsídio ou crédito 92 9 35 21 65

Emissão de cheque sem provisão 492 165 365 85 615 62

Especulação 254 55 235 21 311 138

Burlas (excepto burla tributária) 24.097 1.803 19.703 2.696 24.202 375

Manipulação de mercado (CMVM) 5 1 2 3

Aplicado o

instituto da

suspensão

provisóra

Inquéritos findos

Crimes económico financeirosInquéritos

iniciados

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 85

Página 86

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 62

Branqueamento de capitais: O maior número de inquéritos iniciados teve lugar no DCIAP (51) e nas

comarcas de Lisboa (43), Porto (19), Braga (9) e Faro (8).

O maior número de inquéritos findos teve lugar no DCIAP (74) e nas comarcas de Lisboa (25), Porto

(15), Faro e Santarém (7).

Foram deduzidas acusações pela prática deste crime no DCIAP (3) e em seis comarcas,

designadamente, Lisboa (3), Coimbra e Santarém (2), Faro, Lisboa Oeste e Porto (1).

Corrupção: O maior número de inquéritos iniciados teve lugar nas comarcas de Braga (122), Porto

(66), Lisboa (52), Lisboa Oeste (41) e Faro (36).

O maior número de inquéritos findos teve lugar nas comarcas de Braga (89), Porto (55), Lisboa

Oeste (38), Lisboa (36) e Santarém (31).

O maior número de acusações foi deduzido nas comarcas de Lisboa (6), Aveiro (5), Braga (4) e

Setúbal (4).

Participação económica em negócio: O maior número de inquéritos iniciados teve lugar nas

comarcas de Coimbra (14), Porto (8) e Castelo Branco e Lisboa (5).

O maior número de inquéritos findos teve lugar nas comarcas de Coimbra (8), Castelo Branco (7),

Aveiro e Lisboa (4).

Foram deduzidas acusações pela prática deste crime em duas comarcas, designadamente, Açores e

Coimbra.

Peculato: O maior número de inquéritos iniciados teve lugar nas comarcas de Lisboa (50), Porto

(49), Lisboa Oeste (24), Braga e Santarém (23).

O maior número de inquéritos findos teve lugar nas comarcas de Lisboa (51), Porto (44), Viseu (23),

Lisboa Oeste (22) e Porto Este (20).

O maior número de acusações foi deduzido nas comarcas de Lisboa (12), Porto (9), Leiria, Lisboa

Oeste e Viseu (6).

Prevaricação de titulares de cargos políticos: O maior número de inquéritos iniciados teve lugar nas

comarcas da Madeira (8), Braga (7), Évora e Faro (5).

O maior número de inquéritos findos teve lugar nas comarcas de Évora e da Madeira (5), Aveiro,

Coimbra, Guarda e Santarém (3).

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 86

Página 87

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 63

Foram deduzidas acusações pela prática deste crime em seis comarcas, designadamente, Coimbra e

Évora (2), Braga, Faro, Guarda e Madeira (1).

Recebimento indevido de vantagem: O maior número de inquéritos iniciados teve lugar nas

comarcas de Viseu (3), Braga, Faro e Santarém (2).

O maior número de inquéritos findos teve lugar nas comarcas do Porto (4), Aveiro, Braga, Faro, e

Viseu (2).

Foram deduzidas acusações pela prática deste crime em três comarcas, designadamente, Castelo

Branco, Lisboa Norte e Viseu.

Tráfico de influência: O maior número de inquéritos iniciados teve lugar nas comarcas de Braga,

Lisboa e Porto (3).

O maior número de inquéritos findos teve lugar nas comarcas de Aveiro e Braga (3).

Administração danosa em unidade do sector público: O maior número de inquéritos iniciados teve

lugar nas comarcas de Guarda e Porto (4), e Lisboa Oeste (3).

O maior número de inquéritos findos teve lugar nas comarcas do Porto (5) e Braga (3).

Foram deduzidas acusações pela prática deste crime em duas comarcas, designadamente, Braga (2)

e Viseu (1).

Abuso de confiança fiscal: O maior número de inquéritos iniciados teve lugar nas comarcas de

Lisboa (1.003), Porto (754) e Lisboa Oeste (573).

O maior número de inquéritos findos teve lugar nas comarcas de Lisboa (925), Porto (799) e Lisboa

Oeste (625).

O maior número de acusações foi deduzido nas comarcas de Lisboa Oeste (166), Lisboa (162), Braga

(127), Porto (117) e Faro (100).

Fraude fiscal: O maior número de inquéritos iniciados teve lugar nas comarcas do Porto (149),

Braga (90), Aveiro (87) e Lisboa (82).

O maior número de inquéritos findos teve lugar nas comarcas do Porto (126), Aveiro e Braga (75) e

Lisboa (73).

O maior número de acusações foi deduzido nas comarcas de Porto (26), Lisboa (20), Aveiro (19) e

Lisboa Oeste (18).

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 87

Página 88

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 64

Contrabando: O maior número de inquéritos iniciados teve lugar nas comarcas de Lisboa (15), Porto

(9), Braga e Setúbal (5).

O maior número de inquéritos findos teve lugar nas comarcas de Lisboa (10), Porto (8) e Braga (4).

A única acusação foi deduzida na comarca de Vila Real.

Abuso de confiança contra a Segurança Social: O maior número de inquéritos iniciados teve lugar

nas comarcas de Lisboa (203), Leiria (135), Porto (131), Braga (108) e Aveiro (104).

O maior número de inquéritos findos teve lugar nas comarcas de Lisboa (164), Faro (147), Évora

(118), Braga (110) e Aveiro (96).

O maior número de acusações foi deduzido nas comarcas de Faro (117), Lisboa (102), Braga (82),

Évora (64) e Santarém (63).

Fraude contra a Segurança Social: O maior número de inquéritos iniciados teve lugar nas comarcas

de Coimbra e Porto Este (7), Porto (6), Braga e Lisboa Norte (5).

O maior número de inquéritos findos teve lugar nas comarcas do Porto (11), Lisboa Oeste e Aveiro

(7), Braga e Porto Este (5).

As cinco acusações foram deduzidas nas comarcas de Aveiro, Castelo Branco, Lisboa, Lisboa Norte e

Santarém.

Desvio na obtenção de subvenção, subsídio ou crédito bonificado: O maior número de inquéritos

iniciados teve lugar nas comarcas de Coimbra, Lisboa e Santarém (3).

O maior número de inquéritos findos teve lugar nas comarcas de Lisboa e Porto (3).

As duas únicas acusações foram deduzidas nas comarcas de Coimbra e Viseu.

Fraude na obtenção de subvenção, subsídio ou crédito: O maior número de inquéritos iniciados

teve lugar nas comarcas de Lisboa e Viana do Castelo (11), Porto (8) e Coimbra (7).

O maior número de inquéritos findos teve lugar nas comarcas de Lisboa (9), Viana do Castelo (8),

Porto (7) e Braga (6).

As nove acusações foram deduzidas nas comarcas de Viseu (2), Açores, Braga, Lisboa, Lisboa Oeste,

Porto Este, Viana do Castelo e Vila Real (1).

Emissão de cheques sem provisão: O maior número de inquéritos iniciados teve lugar nas comarcas

do Porto (88), Aveiro (56), Lisboa (51) e Braga (45).

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 88

Página 89

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 65

O maior número de inquéritos findos teve lugar nas comarcas do Porto (120), Braga (62), Aveiro

(57) e Lisboa (53).

O maior número de acusações foi deduzido nas comarcas do Porto (25), Braga (17), Aveiro (16) e

Lisboa (14).

Especulação: O maior número de inquéritos iniciados teve lugar nas comarcas de Lisboa (139),

Porto (28) e Lisboa Oeste (21).

O maior número de inquéritos findos teve lugar nas comarcas de Lisboa (191), Lisboa Oeste (30) e

Porto (20).

O maior número de acusações foi deduzido nas comarcas de Lisboa (38), Faro e Lisboa Oeste (4).

Burlas: O maior número de inquéritos iniciados teve lugar nas comarcas de Lisboa (4.546), Porto

(3.864), Lisboa Oeste (2.768), Lisboa Norte (1.711) e Faro (1.557).

O maior número de inquéritos findos teve lugar nas comarcas de Lisboa (4.440), Porto (3.828),

Lisboa Oeste (2.858), Lisboa Norte (1.310), Faro (1.299) e Braga (1.207).

O maior número de acusações foi deduzido nas comarcas do Porto (225), Lisboa (188), Lisboa Oeste

(175), Faro (165) e Lisboa Norte (145).

Crime de manipulação de mercado (CMVM): A única acusação foi deduzida na comarca de Lisboa.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 89

Página 90

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 66

CRIMINALIDADE GRUPAL E DELINQUÊNCIA JUVENIL 52

O conceito de criminalidade grupal pretende traduzir a ocorrência de um facto criminoso praticado

por três ou mais suspeitos, independentemente do tipo de crime, das especificidades que possam

existir no “grupo”, ou do nível de participação de cada interveniente.

A delinquência juvenil visa representar a prática, por indivíduo com idade compreendida entre 12 e

16 anos, de um facto qualificado pela lei como crime, nos termos da Lei Tutelar Educativa53.

EVOLUÇÃO DA CRIMINALIDADE GRUPAL E DA DELINQUÊNCIA JUVENIL ASSIM COMO AS VARIAÇÕES OBSERVADAS

A criminalidade grupal acentua a

tendência de descida, com menos

907 registos a que corresponde uma

variação de -14,9%.

A delinquência juvenil acentua o

decréscimo já observado no ano

anterior, assinalando menos 481

registos a que corresponde uma

variação de -22,7%.

INQUÉRITOS TUTELARES EDUCATIVOS 54

O maior número de inquéritos tutelares educativos

iniciados teve lugar nas comarcas do Porto (1.459),

Lisboa (1.308), Lisboa Oeste (1.103), Lisboa Norte

(679), Faro (444) e Braga (292).

O maior número de inquéritos tutelares educativos

findos teve lugar nas comarcas do Porto (1.506), Lisboa

(1.186), Lisboa Oeste (988), Lisboa Norte (709), Faro

(474) e Setúbal (286).

O maior número de requerimentos para abertura da

fase jurisdicional foi apresentado nas comarcas de

Lisboa (313), Porto (281), Lisboa Oeste (242), Faro (100)

e Braga (62).

52 Dados GNR e PSP 53 Lei 166/99, de 14 de setembro (alterada pela Lei 4/2015, de 15 de janeiro) 54 Dados: PGR. Engloba também os registos efetuados diretamente nos serviços do MP

Ano 2016

Inquéritos iniciados 7.739

Inquéritos findos 7.592

requerimento de abertura de

fase jurisdicional1.484

Por arquivamento 4.120

Por outros motivos 1.988

a aguardar o decurso do prazo de

suspensão determinada nos

autos

295

Inquéritos tutelares educativos

8.5358.285

7.300

6.513 6.3486.069

5.162

3.880

1.978 2.035 1.9402.393

2.1171.636

-2,9 %

-11,9 %

-10,8 % -2,5 %-4,4 %

-14,9 %

-49,0 %

2,9 %

-4,7 %

23,4 %

-11,5 %-22,7 %

R² = 0,97

R² = 0,56

Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

C Grupal

D Juvenil

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 90

Página 91

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 67

Dados sobre Investigação Criminal

INQUÉRITOS 55

Nota:

Os dados constantes da tabela infra englobam os inquéritos diretamente registados nos serviços do

Ministério Público os quais não se encontram integrados na operação estatística sobre crimes

registados pelos OPC.

A estes acrescem os registos da criminalidade participada pela GNR, PSP, PJ, SEF, PM, ASAE, AT e

PJM e remetidos à DGPJ56.

O maior número de inquéritos iniciados e findos teve lugar nas comarcas de Lisboa (86.963/84.868),

Porto (67.246/66.819) e Lisboa Oeste (37.450/38.193).

O maior número de acusações em inquérito foi igualmente deduzido nas comarcas de Lisboa

(6.528), Porto (6.432) e Lisboa Oeste (4.260), seguidas por Braga (3.835) e Faro (3.604).

Para processamento em fase preliminar ao processo sumário foram recebidos 28.067 autos de

notícia de órgãos de polícia criminal, os quais originaram 13.469 acusações em forma de processo

sumário e 1.027 acusações sob outra forma processual.

No âmbito dos inquéritos e da fase preliminar ao processo sumário foi ainda aplicado o instituto da

suspensão provisória do processo no número total de 36.623 processos (34.774 em 2015),

encontrando-se, em 31.12.2016, 14.806 inquéritos (16.460 em 2015) a aguardar o decurso do prazo

da suspensão provisória aplicada, assim como 8.440 processos em fase preliminar ao processo

sumário.

55 Dados PGR 56 Cfr pagina 17

Ano 2015 Ano 2016 Diferença

Iniciados 469.699 427.915 -41.784

Concluídos 477.184 427.047 -50.137

Acusados 56.075 49.635 -6.440

Arquivados 386.273 344.352 -41.921

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 68

CARTAS PRECATÓRIAS 57

CONSTITUIÇÃO DE ARGUIDOS 58

DETENÇÕES 59

Foram realizadas 46.515 detenções sendo, 12.388 no âmbito da investigação criminal.

BUSCAS 60

INTERCEÇÃO DE COMUNICAÇÕES61

57 Dados GNR, PSP, PJ e PM 58 Dados GNR, PSP, PJ, SEF, e PM (fontes diversas do ano 2015) 59 Dados GNR, PSP, PJ, SEF, PM. 60 Dados GNR, PSP, PJ, PM e SEF 61 Dados PJ

Ano 2015 Ano 2016 Diferença

Entradas 56.905 71.997 15.092

Saídas 55.500 71.184 15.684

Pendentes 8.290 10.202 1.912

Ano 2015 Ano 2016 Diferença

Arguidos 41.401 52.778 11.377

Ano 2015 Ano 2016 Diferença

Domiciliária 8.388 8.768 380

Não domiciliária 4.499 6.413 1.914

Total 12.887 15.181 2.294

Ano 2015 Ano 2016 Diferença

Total 15.441 14.758 -683

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 69

APREENSÕES 62

EXAMES E PERÍCIAS NO ÂMBITO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 63

UNIDADE DE PERÍCIA FINANCEIRA E CONTABILÍSTICA 64

EXAMES E PERÍCIAS REALIZADAS PELO LABORATÓRIO DE POLÍCIA CIENTÍFICA 65

62 Veículos/mot – GNR, PSP, PJ, SEF e PM; Armas - GNR, PSP, PJ, SEF e PM; Tabaco – GNR e PJ; Numerário € – GNR, PSP e PJ; Numerário $ – GNR e PJ; Embarcações –PJ; Arresto de imóveis –PJ; Explosivos Kg – GNR e PSP; Munições – GNR, PSP e PJ; Doc. Id. Viag – GNR, PSP e SEF; Contas Bancárias – PJ; Telem/Equip. Inf. – GNR, PSP e PJ. 63 Dados GNR, PSP, PJ e PM. Fontes diversas do ano 2015. 64 Dados PJ/LPC 65 Dados PJ/LPC

Unidades Ano 2015 Ano 2016

Pedidos 6.460 8.174

Realizados 8.186 10.433

Ano 2015 Ano 2016 Diferença

Pedidos 395 567 172

Realizados 438 360 -78

Ano 2015 Ano 2016 Diferença

Pedidos 49.804 52.573 2.769

Realizados 48.855 51.945 3.090

Ano 2016

Veículos / mot 1.584

Armas 3.506

Tabaco 222.716.485

Numerário €24.844.890

Numerário $ 318.793

Barcos 37

Arresto imóveis 336

Explosivos Kg 1.330

Munições 118.652

Doc. Id. Viag. 78.260

Contas bancárias 42

Telem. / Equip. Inf. 8.073

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 70

INFORMAÇÃO SOBRE CONTUMAZES

Legenda:

“Boletins” correspondem ao número de decisões comunicadas pelos Tribunais, “declarações de contumácia registadas” e “cessações de

contumácia registadas”.

“Certificado positivo” certifica todas as declarações de contumácia vigentes, relativamente a essa pessoa, no momento em que o

certificado é emitido.

P. Singulares P. Coletivas Total

Boletins de declaração 3.421 66 3.487

Boletins de cessação 4.511 36 4.547

Certificados emitidos /positivos 4.075 13 4.088

Certificados emitidos /negativos 793.511 5 793.516

Ano 2016Registo de Contumácia

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 71

Ameaças globais à segurança

CARATERIZAÇÃO

Portugal enfrenta ameaças similares àquelas com que são confrontados os países do espaço

geoestratégico e político de que estamos mais próximos e no qual projetamos muitos dos nossos

interesses.

Do conjunto destas ameaças sobressaem o terrorismo, a espionagem, a ciberameaça, a proliferação

de armas químicas, biológicas, radiológicas e nucleares, os extremismos e a criminalidade

organizada transnacional, designadamente no que concerne ao tráfico de estupefacientes, ao

tráfico de pessoas, às migrações ilegais e à pirataria marítima.

A ameaça terrorista de matriz islamista a nível global conheceu um aumento sustentado nos

últimos anos, tendo atingido, em 2016, um nível sem precedentes na Europa, o que levou diversos

países a elevarem o grau da ameaça relacionado com este fenómeno. De entre os vários agentes da

ameaça, a organização terrorista Estado Islâmico é a que maior capacidade operacional tem

demonstrado para conduzir e inspirar ataques fora do seu espaço de implantação. No entanto,

subsiste a ameaça oriunda de outras organizações como a Al Qaida, que mantém a intenção de

atacar o ocidente e cujas ramificações permanecem ativas um pouco por todo o mundo.

A incerteza e a instabilidade que se verifica em vastas regiões do mundo, onde se jogam interesses

estratégicos vários favoreceu o aumento das ações de espionagem dos Estados tendo em vista o

alargamento da sua área de influência política e económica, pela conquista de novos mercados e

pelo acesso a recursos naturais, a minerais raros, a água, a bens alimentares e a energia.

É no espaço cibernético que se trava uma intensa batalha entre vários países com pretensões

globais ou regionais para a recolha de informações de caráter político, económico e militar e para a

manipulação da opinião pública e dos decisores políticos através de desinformação e propaganda.

A proliferação de Armas de Destruição em Massa (ADM) mantém-se como um assunto da maior

importância, designadamente no campo nuclear e de mísseis balísticos, num contexto de elevada

sensibilização internacional para as matérias referentes à segurança e ao desarmamento. Tudo

indica que os países que desenvolveram programas nucleares próprios mantêm ativos os seus

canais de procurement na Europa, através de uma vasta rede de aquisições clandestinas e de uma

cadeia de intermediários no exterior, pelo que permanecem uma ameaça relevante no âmbito da

proliferação de armas de destruição em massa.

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 72

Por toda a Europa os extremismos políticos, de ambos os espetros ideológicos, têm ganho

protagonismo pela exploração da conjuntura internacional, marcada pela pressão da crise

migratória, por atos de terrorismo, pelo BREXIT e pela afirmação dos populismos como alternativas

políticas.

Num outro domínio, em termos de antecipação de ameaças associadas à criminalidade organizada

transnacional, continuou a ser desenvolvidoum esforço permanente de avaliação de fenómenos

decorrentes da atuação de estruturas criminosas de pendor transnacional, continuando a constituir-

se como prioridade a monitorização de fenómenos que possam projetar-se para TN, como sejam o

tráfico internacional de drogas e a atuação de redes criminosas de auxílio à imigração ilegal, e/ou

que possam constituir-se como uma ameaça aos interesses nacionais no exterior, como seja a

pirataria marítima. Esta criminalidade representa hoje, globalmente, uma séria ameaça à segurança

dos cidadãos e dos Estados, pelas suas caraterísticas, pela aposta na dispersão geográfica e no

outsourcing de atividades criminosas a pequenas células especializadas é um desafio crescente à

atuação das Forças e Serviços de Segurança. Desafio igualmente presente no combate aos enormes

fluxos financeiros gerados pelos agentes de atividades criminosas, por vezes geridos com recurso a

instrumentos financeiros complexos e/ou potenciadores do anonimato, incrementando a sua

capacidade de atuação e, consequentemente, o nível de ameaça que representam.

Esta monitorização tem sido igualmente orientada para teatros de operações considerados de

maior risco, quer ao nível do espaço comum de segurança europeia, quer ao nível da Lusofonia

e/ou de outros países onde se projetam interesses nacionais, nomeadamente nos continentes

africano e americano.

ANÁLISE

Os desafios e ameaças à segurança interna situam-se, também, num âmbito transnacional. Deste

modo, o Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP) procurou privilegiar a produção e

difusão de informações que permitissem identificar as linhas de tendência e/ou agentes da ameaça.

Neste contexto, a ameaça corporizada pelo terrorismo jihadista, de matriz islamista, conotado com

o Grupo Estado Islâmico (GEI) e a Al Qaida (AQ) e grupos afiliados continuou a ser alvo de

permanente monitorização, visando identificar as tendências de evolução.

O GEI tem-se configurado como o principal agente da deterioração securitária. A ascensão do

grupo, enquanto novo líder da Jihad Global, encontrou-se intimamente ligada ao estabelecimento

do Califado e de wilayat em países na vizinhança sul da Europa, e foi suportada pela sua máquina de

propaganda mediática, através da qual apela aos extremistas europeus, incluindo cidadãos

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 73

portugueses, tornando possível a planificação e execução de atos como os de 13NOV15 (Paris), e

22MAR16 (Bruxelas), para além daqueles que foram sustidos pela ação dos serviços e forças de

segurança.

Apesar das derrotas territoriais que tem vindo a sofrer, não só no teatro sírio-iraquiano, mas

também na Líbia, e do declínio da sua capacidade propagandística, ainda não é visível uma

deterioração acentuada da “marca” GEI. Com efeito, o grupo continua a ser a referência do

imaginário dos extremistas do Médio Oriente e da Europa, como é visível pela influência que estes

sofrem por parte da organização, com intensidade suficiente para os induzir a cometer atos

violentos por esta comandados, principalmente a partir de Raqqah. O mesmo sucede em África,

como se denota através da resiliência demonstrada na Líbia, onde as redes do GEI começam a

reorganizar-se e a restruturar-se, após a importante derrota em Sirte, ou do reforço da Divisão do

Estado Islâmico do Sahel.

Paradoxalmente, o enfraquecimento desta organização, com aspirações ao reconhecimento

enquanto Estado, configura um incremento da ameaça terrorista que impende sobre a Europa e

sobre os interesses europeus no exterior. Com efeito, dever-se-á observar, em 2017, a

manutenção/reforço da estratégia de retaliação contra a Europa, quer em território europeu, quer

visando os interesses europeus noutras regiões do globo. Ainda assim, a perda do bastião de

Mossul priva o GEI de um centro de comando onde, por um lado, possam ser recrutados e

formados operacionais e, por outro, possa assegurar o estabelecimento e gestão das complexas

redes de apoio logístico imprescindíveis a esta tipologia de ataques.

Nos últimos anos têm vindo a ser recolhidos e avaliados indícios que dão conta do agravamento de

alguns fatores de risco, indícios estes já detetados no nosso país. Todavia, o caso identificado não

estava diretamente relacionado com o planeamento e execução de atentados em Portugal, mas sim

com o apoio às estruturas terroristas a operar no exterior, em particular na Europa e na região sírio-

iraquiana.

Apesar de, até ao momento, se avaliar esta situação como um exemplo isolado e pontual, não

existindo indícios que apontem para a existência de estruturas idênticas a operar de modo

permanente em Portugal, considera-se que a emergência de situações similares a esta, poderão

contribuir para uma alteração do padrão da ameaça terrorista que impende sobre o nosso país.

Por fim, a permanência de um grupo de indivíduos com nacionalidade portuguesa na região de

conflito sírio-iraquiana, com ligações à organização terrorista Estado Islâmico mantém-se como um

fator de preocupação acrescida, sobretudo, pelos riscos associados ao seu potencial regresso a

Portugal ou a outro país europeu.

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 74

Sublinhe-se que até ao presente não foram reportados casos de portugueses presentes noutros

cenários de insurgência Islamista, designadamente na Líbia, Sahel-Magreb, Corno de África,

Península Arábica, Sudeste Asiático ou na região Afegano-Paquistanesa.

Nos últimos anos, a avaliação da ameaça de espionagem contra interesses portugueses e de

organizações de segurança de que Portugal faz parte apontava para níveis elevados de atividade

por parte de Serviços de Informações estrangeiros especialmente interessados em informação

política e militar. Neste contexto, o recrutamento e a gestão de fonte humana em organismos do

Estado detentores dessa informação, realizados por Serviços de Informações estrangeiros,

constituiu um meio eficaz para o acesso clandestino a matéria classificada e protegida do domínio

público, corroborando este facto os riscos que a espionagem continua a representar para a

segurança interna, a par de outros desafios de matriz securitária complexa.

Em foco estiveram igualmente os indícios que apontam para o recrudescimento da atividade de

recolha de informação política e para o desenvolvimento de outras medidas ofensivas, em

particular no domínio ciber, por parte de Serviços de Informações estrangeiros que contribuem para

a prossecução de interesses antieuropeístas e para o aprofundamento das divisões internas no

espaço europeu, realidades contrárias ao interesse nacional.

Para além da recolha de informação política e militar, Serviços de Informações ou outros

organismos de cobertura de interesses estrangeiros mantêm interesse na recolha de informação

com valor económico e tecnológico, procurando sinalizar as empresas, os projetos de investigação

científica e os recursos naturais que representariam uma mais-valia para a prossecução dos

interesses não declarados dos seus países.

No campo da segurança económica, o reforço e conquista de posições de controlo de empresas de

setores estratégicos da economia portuguesa por parte de entidades estatais estrangeiras poderá

comportar riscos para a economia nacional, caso a orientação estratégica dessas empresas não

corresponda aos interesses do Estado português e dos agentes económicos portugueses.

No domínio dos esforços nacionais no combate à proliferação de Armas de Destruição em Massa,

apurou-se que as redes internacionais de procurement integram Portugal no seu raio de ação,

procurando, de modo pontual, diversificar as plataformas de abastecimento e trânsito para o

comércio de equipamentos ou bens considerados sensíveis.

O nosso país constitui também um local alternativo a outros países europeus para a obtenção e a

transferência de tecnologia e conhecimento para países considerados de risco.

No domínio dos extremismos políticos cumpre referir que a extrema-direita portuguesa manteve

algum ativismo político e social de contestação às políticas migratórias e ao acolhimento de

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 75

refugiados, com pontuais reflexos em matéria de ordem pública. Foi em ambiente web que a

partilha de mensagens de indignação e rejeição em relação ao acolhimento de refugiados

aumentou. Apesar de despertos para aquelas temáticas, os núcleos mais radicais da extrema-direita

– nomeadamente do movimento skinhead neonazi – demonstraram pouca propensão para a ação

neste domínio.

No que respeita aos grupos autónomos e anarquistas portugueses, continuou a verificar-se um

grande investimento em iniciativas de doutrinação ideológica e de difusão de propaganda e um

esforço de intensificação dos contactos internacionais, que poderá ser consistente com uma maior

predisposição de alguns indivíduos para a praxis violenta. Ainda assim, no campo da ação direta,

registou-se reduzida atividade.

No contexto do hacktivismo, continuou a ser constatado o declínio das capacidades técnicas e de

mobilização dos coletivos nacionais, tendo sido relevante para esta situação a ação repressiva das

autoridades. Não é expectável que, a curto prazo, o universo hacktivista nacional consiga

estabelecer uma capacidade efetiva de coordenação alargada, somando capacidades técnicas e

individuais, com vista a ampliar o efeito de eventuais ataques,

O ano transato veio confirmar a tendência para o aumento dos casos de burlas online e de extorsão,

onde pontificam casos de ransomware e roubo de credenciais de serviço de cloud storage e de

acesso a plataformas de online banking.

Por outro lado, o crescimento explosivo de dispositivos conectados, dentro e fora das fronteiras

ainda mal definidas da Internet-of-Things, poderá contribuir para um aumento da complexidade de

criação de ataques dirigidos a uma única pessoa ou entidade e para o incremento das possibilidades

de utilização de dispositivos dispersos como vetores de ataque a terceiros. O despontar do

Bluetooth 5.0, assim como de outras novas tipologias de rede privadas, poderá vir a potenciar este

fenómeno

As Zonas Urbanas Sensíveis (ZUS) concentram fatores de risco potenciadores de dinâmicas

criminógenas - tráfico de droga, comércio ilícito de armas, roubo – associadas à criminalidade

grupal e potenciadoras de comportamentos violentos que se refletem pontualmente em ações de

resistência e de confronto contra a autoridade do Estado. Mantiveram-se as tentativas de

mobilização de residentes nestas áreas por parte dos grupos mencionados sem que, no entanto, se

tivessem verificado níveis significativos de adesão.

Os grupos violentos e organizados continuaram a promover os seus ilícitos criminais procurando,

sempre, instrumentalizar setores de atividade que lhes permitam obter proventos económicos

elevados. A atividade de segurança privada, sobretudo aquela que é desenvolvida no contexto de

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 76

diversão noturna, tem consolidado, ao longo dos últimos anos, o seu perfil atrativo para a

infiltração deste tipo de grupos.

No contexto da criminalidade organizada transnacional, continuou a verificar-se a presença e

atuação em território português de estruturas – de diferentes origens e dimensão – em mercados

criminais tão distintos como o tráfico de estupefacientes, o tráfico de seres humanos, na dupla

vertente da exploração laboral e sexual, o auxílio à imigração ilegal, o tráfico de armas de fogo, o

contrabando ou a contrafação.

Em matéria de tráfico de estupefacientes, importa sublinhar o acompanhamento contínuo da

evolução das rotas transatlânticas de tráfico de cocaína e da situação dos países da África Ocidental,

região que ao longo da última década se consolidou como plataforma privilegiada da atuação de

redes transnacionais de tráfico internacional de cocaína destinada aos mercados europeus de

consumo.

Neste sentido, o acompanhamento do dinamismo dos mercados mundiais do tráfico internacional

de drogas e da atuação dos seus agentes permitem observar a diversificação dos palcos de atuação,

em direção a países da África Austral e Oriental que se projetam como potenciais plataformas de

relevo no quadro do tráfico de heroína e de precursores químicos.

Ao nível do mercado criminal do haxixe, apesar de se manter a primazia das estruturas marroquinas

deve salientar-se a atuação de grupos criminosos de outras origens, em especial de países do leste

europeu, britânicos ou brasileiros os quais, em alguns casos, já dispõem de uma relação direta com

os traficantes produtores sedeados em Marrocos. O estupefaciente continua a entrar no nosso país

maioritariamente por via marítima e, em menor quantidade, por via terrestre.

O comércio ilícito de armas de fogo continua a ser um mercado de oportunidade para os grupos

criminosos, em paralelo a outras atividades ilícitas, mas em que, apesar de algumas exceções, não

são transacionadas quantidades significativas de armas. Manteve-se a relevância de fenómenos

como a transformação de armas de alarme em armas de fogo operacionais bem como a aquisição

de armas de fogo (incluindo armas desativadas) em meio web.

Continuou a desempenhar um papel relevante o fenómeno da denominada criminalidade

itinerante, principalmente relacionado com os crimes contra a propriedade (furtos em residências,

estabelecimentos comerciais e por carteiristas). Encontram-se envolvidas neste mercado uma

grande diversidade de estruturas, de diferente dimensão e origem – algumas com ligação a

estruturas criminosas de atuação transnacional.

A instrumentalização do sistema económico-financeiro nacional (enquanto parte de uma

infraestrutura global) particularmente nas fases de circulação e integração de capitais de

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 77

proveniência ilícita é encarada como uma preocupação securitária relevante. Determinados setores

de atividade - como o imobiliário, turismo e restauração - capazes de justificar grandes aportações

de capital e a utilização intensiva de “dinheiro vivo”, continuam a constituir-se como os mais

vulneráveis, face ao fenómeno do branqueamento de capital.

A disseminação de sucursais ou representações de sociedades estrangeiras , muitas vezes

formalmente registadas em territórios com regimes de tributação privilegiada, comummente

denominados por offshore que representam uma dificuldade acrescida na identificação clara dos

seus reais beneficiários, tem vindo a constituir-se como uma preocupação crescente do ponto de

vista da criminalidade económica e financeira.

Na fase de circulação, destacam-se o aparente retorno a métodos clássicos como o transporte físico

de numerário e a proliferação de agentes autorizados a prestar serviços de transferências

financeiras, que se traduz num incremento do risco da sua utilização com fins ilícitos.

Deve igualmente salientar-se a tendência observada para uma reconfiguração de esquemas

fraudulentos do tipo piramidal e/ou marketing multinível, com potencial de impacto significativo,

passíveis de impor prejuízos financeiros consideráveis aos seus participantes.

No âmbito da monitorização do fenómeno da imigração irregular para a Europa, sob a forma de um

esforço prospetivo de antecipação de tendências, considerou-se especialmente relevante o eixo

geográfico África Ocidental-Magrebe, desde logo na medida em que a África Ocidental/Golfo da

Guiné é a região de origem de parte significativa dos migrantes interceptados na rota do

Mediterrâneo Central.

Ainda no que respeita à atual crise migratória e de refugiados, além do acompanhamento da

situação das rotas do Mediterrâneo Central e do Mediterrâneo Oriental, o esforço tem sido

sobretudo prospetivo, em antecipação dos potenciais desenvolvimentos e com relação à

identificação atempada de 1) eventuais palcos de desenvolvimento; 2) vetores colaterais de

ameaça, na medida em que o fenómeno tem potenciado a capacitação e consolidação de redes

criminosas de auxílio à imigração ilegal que, a prazo, poderão hipotecar os esforços de consolidação

institucional dos países do Mediterrâneo norte e sul (por exemplo, da península balcânica e do

norte de África). Neste âmbito cabe notar, ao longo de 2016, o acentuado decréscimo verificado no

fluxo de migrantes que procuram chegar ao espaço UE através da denominada “rota dos Balcãs”.

O fenómeno da pirataria marítima tem sido alvo de avaliação regular, focando-se agora na

monitorização da evolução do fenómeno no Golfo da Guiné e, em particular, nas águas territoriais

nigerianas, onde os atos de pirataria e os assaltos à mão armada a navios têm vindo a aumentar

desde 2013, apresentando características de crescente profissionalização e violência.

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2. AÇÕES, OPERAÇÕES E EXERCÍCIOS NO ÂMBITO DA SEGURANÇA INTERNA

Informações

Os Serviços de Informações, atendendo à sua natureza preventiva e nos termos da sua missão de

avaliação de ameaça cooperam com diversos atores da segurança interna, no plano bilateral e no

plano multilateral. Neste contexto, destacam-se as suas competências para a avaliação e

determinação do grau de ameaça, relativamente a pessoas, instalações e eventos.

A cooperação traduz-se na troca de informações com as FSS no âmbito do Sistema de Segurança

Interna (SSI), através dos vários grupos de trabalho, nomeadamente nas Equipas Mistas de

Prevenção da Criminalidade e em reuniões mensais emanadas do Conselho Consultivo do SIRP,

onde são debatidas diversas temáticas de impacto relevante para a segurança interna. Destaca-se,

atendendo ao tema que trata, a importância da Unidade de Coordenação Antiterrorismo (UCAT66)

como fórum privilegiado para a partilha de dados e conhecimento sobre os agentes da ameaça.

Atendendo à centralidade do terrorismo, os Serviços de Informações têm vindo a fortalecer os seus

mecanismos de prevenção, sobressaindo a cooperação internacional como a pedra angular deste

objetivo. Os resultados alcançados, em especial em alturas críticas como os períodos pós-atentados

na Europa, são assaz ilustrativos da acuidade do trabalho desenvolvido pelos Serviços de

Informações de segurança. De facto, o trabalho realizado neste domínio permitiu identificar e

provocar a disrupção das atividades de indivíduos envolvidos no planeamento e na preparação de

atentados na Europa.

Ainda quanto à partilha do conhecimento com vista à deteção da ameaça terrorista, cumpre realçar

o papel desempenhado no domínio da proteção de Infraestruturas Críticas, Pontos Sensíveis e

outras infraestruturas relevantes de setores estratégicos portugueses, designadamente através do

Programa Krítica.

Foi prosseguido o trabalho de deteção e acompanhamento das atividades dos Serviços de

Informações estrangeiros no nosso país, entre as quais o desenvolvimento de operações

clandestinas que visam o recrutamento de cidadãos nacionais com acesso a informação relevante

nos domínios político, diplomático, militar e económico, e que visam a recolha de informações

sobre organizações internacionais a que Portugal pertence, com destaque para a OTAN, a União

66 Lei 53/2008, de 29 de agosto, alterada pela Lei 59/2015, de 24 de junho e Dec. Regulamentar nº2/16 de 23 de agosto, que estabelece o regime de aplicação e funcionamento da UCAT.

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Europeia e a CPLP. De igual forma, procurou detetar-se, em cooperação com os organismos estatais

competentes, ações de ciberespionagem que pretendiam aceder a informação com valor e que

constituem uma ameaça cada vez mais significativa à segurança interna.

Ainda no que se relaciona com a contraespionagem, procurou caracterizar-se a presença,

capacidade, objetivos e modus operandi de entidades estrangeiras que têm intervenção no plano

económico, com vista a determinar se e de que modo estes interesses estrangeiros representam

uma ameaça aos interesses nacionais.

A respeito da contraproliferação, desenvolveu-se trabalho de apoio às empresas portuguesas no

controlo de exportações, com o objetivo de conter os riscos de transferência, através do território

nacional, de bens e equipamentos com aplicação em programas militares. De igual forma, procurou

acompanhar-se a eventual utilização dos centros de investigação nacionais em ações de

transferência de tecnologia.

Continuando a valorizar a vertente preventiva, o SIRP manteve contato com diversas entidades

empresarias e centros de investigação científica, com vista a alertar e a consciencializar os setores

económicos e académicos para as questões da segurança face às ameaças da espionagem

económica e da proliferação.

No domínio dos extremismos políticos de matriz violenta foi caraterizada e avaliada a ameaça

representada pelas principais organizações de extrema-direita em Portugal, incluindo estruturas

emergentes, através da identificação dos seus agentes e modi operandi e do acompanhamento das

suas atividades. Em 2016, este trabalho contribuiu para auxiliar a prevenção e contenção das suas

atividades pelas Forças e Serviços de Segurança no plano tático-operacional, e também para as

dotar de conhecimento aprofundado sobre essas organizações.

Ainda no que se relaciona com os extremismos políticos de matriz violenta, mas no contexto da

cooperação internacional, promoveu-se uma intensa partilha de informações, consideradas

relevantes por um conjunto alargado de Serviços congéneres.

No âmbito das Zonas Urbanas Sensíveis o objetivo consistiu em antecipar e prevenir a emergência

de focos de tensão passíveis de gerar um impacto securitário relevante.

O acompanhamento de grupos criminosos violentos e organizados com atuação no âmbito da

atividade de segurança privada, permitiu a identificação e caracterização de diversos agentes de

ameaça.

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Manteve-se o esforço de caracterização e avaliação da atividade – direta ou indireta - desenvolvida

em território nacional pelas diversas estruturas criminosas organizadas de caráter transnacional

presentes no nosso país. Continuou igualmente o esforço de caracterização dos mercados criminais

em que essas estruturas atuam.

O fenómeno do branqueamento de capitais continua a exigir uma atenção reforçada atentas as

estratégias ditas ‘empresariais’ adotadas pelas estruturas do crime organizado (ocultando a

utilização de fluxos financeiros ilegítimos nas atividades económicas de aparente legalidade que

desenvolvem). Neste domínio, em 2016, a estratégia que se revelou fundamental para antecipar a

emergência de novos desafios securitários e ampliar o conhecimento sobre os principais agentes de

ameaça passou, a nível da cooperação nacional, pelos trabalhos desenvolvidos pela Comissão de

Coordenação das Políticas de Prevenção e Combate ao Branqueamento de Capitais e ao

Financiamento do Terrorismo, devidamente enquadrados no quarto ciclo de avaliações mútuas do

Grupo de Ação Financeira (GAFI) – e ao nível internacional (bilateral e multilateral) pela cooperação

com outros Serviços de Informações.

No que se refere ao hacktivismo manteve-se o acompanhamento sistemático deste universo,

procurando antecipar uma eventual reconfiguração do mesmo, bem como detetar a emergência de

novos atores com vista à adoção de estratégias tendentes a minimizar o impacto de eventuais

ataques.

Em relação ao cibercrime manteve-se o esforço de identificação e caracterização de novas variantes

de malware, muitos delas fazendo uso de código já conhecido que, pela reordenação e conjugação

de diversas origens do mesmo, se apresentaram com novas configurações -malware novo,

assinalando-se a consolidação de relações quer com o Centro Nacional de Cibersegurança quer com

a PJ, através da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime.

Quanto à cooperação internacional, os Serviços de Informações mantiveram intensa partilha com

organismos da União Europeia e da OTAN assim como Serviços Congéneres.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 104

Página 105

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 81

Segurança e Ordem Pública

AÇÕES DESENVOLVIDAS NO ÂMBITO DE VISITAS E SEGURANÇA DE ALTAS ENTIDADES

As FSS67 realizaram cerca de 1.441 ações e credenciaram 770 pessoas68 no âmbito de visitas e

segurança de Altas Entidades (AE).

No âmbito da segurança pessoal69 foram desenvolvidas 1.233 ações de segurança e proteção

policial em benefício das várias AE e outros cidadãos, nacionais e estrangeiros sujeitos a esta

medida especial de segurança.

Para o cumprimento destas acções, as FSS empenharam um total de 50.458 elementos.

AÇÕES DESENVOLVIDAS NO ÂMBITO DA REALIZAÇÃO DE EVENTOS DESPORTIVOS 70

Para a manutenção da segurança e ordem pública nos eventos desportivos, as FSS desenvolveram

48.505 ações que implicaram o empenhamento de 183.837 elementos.

AÇÕES DESENVOLVIDAS NO ÂMBITO DA REALIZAÇÃO DE EVENTOS OBJETO DE MEDIDAS ESPECIAIS DE PROTEÇÃO E

SEGURANÇA, DESIGNADAMENTE, EVENTOS OFICIAIS, CULTURAIS E RELIGIOSOS 71

No âmbito dos eventos em título as FSS realizaram 321.916 ações.

AÇÕES NO ÂMBITO DO EXERCÍCIO DO DIREITO DE REUNIÃO E MANIFESTAÇÃO 72

A fim de ser assegurado o exercício do direito de reunião e manifestação, as FS intervieram em 920

situações, nas quais foram empenhados 9.638 elementos.

AÇÕES DE MANUTENÇÃO E REPOSIÇÃO DA ORDEM EM ZONAS URBANAS SENSÍVEIS 73

No que respeita a manutenção e reposição da ordem em ZUS, as FS desenvolveram 18.206 ações,

empenhando 54.790 elementos, sendo 196 situações de reposição.

INCIDENTES TÁTICO-POLICIAIS74

Foram registados 9 incidentes, nos distritos de Beja, Coimbra, Faro, Guarda, Santarém e Viseu. Os

incidentes reportam-se a 9 situações de indivíduos barricados. Destes ITP resultaram 4 vítimas

mortais, 2 feridos graves e 5 detidos.

67 Dados GNR, PSP e PM. 68 Dados SEF 69 Dados PSP. 70 Dados GNR, PSP e PM 71 Dados GNR, PSP e PM 72 Dados GNR, PSP e PM 73 Dados GNR e PSP. 74 Dados GNR

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 105

Página 106

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 82

FISCALIZAÇÃO À SEGURANÇA PRIVADA 75

As FS realizaram 12.806 intervenções, obrigando ao

empenhamento de mais de 26.697 elementos.

Foram objeto de fiscalização 26.370 indivíduos, com

particular destaque para os estabelecimentos de

restauração e bebidas, grandes superfícies comerciais

e outras entidades privadas.

Destas intervenções resultaram 39 detidos, e foram

detetados 123 crimes e 1.926 infrações

contraordenacionais.

ATIVIDADE TRIBUTÁRIA, FISCAL E ADUANEIRA

FRAUDE E EVASÃO FISCAL

Da atividade de fiscalização tributária76 desenvolvida, destaca-se o levantamento de 19.820 autos,

que representam um acréscimo de cerca de 16.5% relativamente ao ano de 2015. O valor da

mercadoria apreendida ascendeu a cerca de €3.767.007,54 e o valor das coimas aplicadas foi de

€8.857.487,00.

Relativamente ao ano transato registou-se77 o aumento de 12.6% das infrações em sede de

Impostos Especiais de Consumo (IEC), tendo-se verificado ainda um incremento de 16,9% no

Imposto Sobre Veículos (ISV) e de 16,7% ao Regime de Bens em Circulação (RBC).

75 Dados GNR e PSP 76 Dados GNR 77 Dados GNR

ACÇÕES NO ÂMBITO DA SEGURANÇA PRIVADA

Destinatários N.º de Ações

Estabelecimentos de Restauração e Bebidas e Superfícies Comerciais

3946

Recintos Desportivos 298

Empresas de Segurança Privada 302

Entidades/Centro de Formação 136

Entidades Públicas 973

Entidades Privadas 2002

Transportes de Valores 14

Outras 4488

Tabaco 300

Álcool e Bebidas

Alcoól icas406

Produtos Petrol íferos 338

Imposto sobre Veículos Veículos 1.912

Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)Regime de Bens em

Circulação (RBC)16.864

TOTAL 19.820

INFRAÇÕES TRIBUTÁRIAS DETETADAS PELA GNR EM 2016 (CRIMES E CONTRAORDENAÇÕES)

Impostos Especia is de consumo

Dados GNR

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 106

Página 107

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 83

No que respeita à investigação criminal e à intervenção contraordenacional, foram instaurados

4.651 processos. Foram investigados 6.44578 processos, o que representa um aumento de 10.45%

de processos investigados comparativamente com o ano de 2015.

Dos processos investigados79 em 2016 concluíram-se 3.871, no âmbito dos quais foi apurada fraude

e evasão fiscal estimada em cerca de €217.239.643,00, que superou em €69.186.291,00 o montante

apurado em 2015.

*Dados GNR e PM

Neste âmbito do combate à fraude e evasão fiscal e ao combate de tráfegos ilícitos, foram

realizadas80 44.398 ações de natureza inspectiva e fiscalizadora, que conduziram ao apuramento de

1.617.294.169€ correspondente a correções de impostos e direitos aduaneiros em falta e à

apreensão de mercadorias no valor de 110.919.497€.

78 Este valor refere-se ao n.º total de processos efetivamente investigados, alguns deles transitados de anos anteriores., aos quais se somam os processos abertos em 2016. 79 Dados GNR 80 Dados AT

Aduaneiros* 55

Fiscais 3

Direitos de autor* 25

Propriedade Industrial 134

Jogo* 39

Outros 11

267

Aduaneiras 3.423

Jogo 25

Pescado* 805

Outros 131

4.384

4.651

SUBTOTAL

TOTAL

SUBTOTAL

INQUÉRITOS TRIBUTÁRIOS E ECONÓMICOS ABERTOS EM 2016

CRIMES

CONTRAORDENAÇÕES

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 107

Página 108

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 84

Quanto à apreensão de mercadorias verificou-se:

* Têxteis, artigos de relojoaria, artigos de moda, máquinas e aparelhos eletrónicos, produtos sujeitos a proibições e

restrições, produtos agrícolas e da pesca, produtos alimentares e, produtos perigosos, que não são contrafeitas.

CONTROLOS DE CIRCULAÇÃO E EM ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS81

De forma regular, autonomamente ou em conjunto com outras entidades, foram realizadas ações

de controlo de circulação e em estabelecimentos comerciais direcionadas para verificação do

cumprimento das regras do Regime de Bens em Circulação e dos Códigos dos Impostos Especiais

sobre o Consumo, do Imposto sobre o Valor Acrescentado e do Imposto sobre Veículos, cuja

actividade o quadro abaixo, resume:

IEC – Impostos Especiais sobre o consumo (IABA, IT, ISPPE)

81 Dados AT

Controlos de circulação e em estabelecimentos comerciais

Incidência Alvo Número de

ações N.º de Controlos Autos

Circulação

Mercadorias IEC

e Veículos

Automóveis

matrícula

estrangeira

598 10.999 1.219

Circulação Regime de bens em

Circulação - IVA 250 15.176 1.390

Estabelecimentos Comerciais

IEC e IVA 351 7.343 1.262

Total 1.199 33.518 3.871

Nº de apreensões Valor (euros)

Álcool e Bebidas Alcoólicas 184 1.096.599

Óleos Minerais 19 2.498

Tabaco 818 5.395.212

ISV Veículos Automóveis 988 15.313.507

10 2.835

236 118.541

27 541.370

1 53.142.729

1922 34.704.260

705 601.945

4910 110.919.497

Letras do Tesouro do Brasil

Mercadorias Contrafeitas

Mercadorias Diversas*

Total

Apreensões de Mercadorias

Tipo

IEC

CITES

Medicamentos

Moeda

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 108

Página 109

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 85

ANÁLISE DE RISCO COMUM – SEGURANÇA DA CADEIA LOGÍSTICA82

Foi efetuada a análise de risco com base nas declarações sumária de entrada, utilizando técnicas de

processamento eletrónico de dados, com o objetivo de identificar e avaliar o nível de ameaça e

elaborar as contramedidas necessárias, recorrendo, para esse efeito, a critérios definidos a nível

nacional ou da UE e ao intercâmbio de informações sobre riscos entre administrações aduaneiras e

com outras autoridades com responsabilidades na área da segurança.

O balanço regista que foram rastreados um total de 1.147.720 declarações, tendo sido acionados

76.658 alertas automáticos que, após mitigação por analista de risco, resultaram na identificação de

433 situações suscetíveis de constituírem um risco de segurança e proteção para a UE, tendo os

seguintes carregamentos sido sujeitos a controlo físico:

COLABORAÇÃO COM TRIBUNAIS E AUTORIDADES ADMINISTRATIVAS

As FSS realizaram 632.209 ações de colaboração com autoridades judiciais e administrativas.

TRANSPORTE DE ÓRGÃOS E PRODUTOS BIOLÓGICOS83

Ao abrigo do dever de colaboração84, verifica-se cooperação com as demais forças e serviços de

segurança, bem como com outras entidades públicas.

Em estreita colaboração com o Ministério da Saúde, designadamente através da Autoridade para os

Serviços de Sangue e de Transplantação, foi assegurado o transporte de órgãos e de produtos

biológicos e a colaboração com as equipas médicas no desembaraçamento de trânsito aquando dos

deslocamentos urgentes para a sua recolha.

Foram realizados 285 transportes de órgãos e produtos biológicos, menos 22 transportes que em

2015, a que corresponde uma redução da taxa de execução de aproximadamente 7,2%, com

empenhamento de menos 39 elementos, tendo sido percorridos menos 7.341 km, conforme gráfico

seguinte:

82 Dados AT 83 Dados GNR 84 Lei n.º 63/2007 de 06 de novembro, art.º 6 n.º 1

Quantidade Entrada mercadorias

Declarações avaliadas 1.147.720

Alertas acionados 76.658

Controlos efetuados 433

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 86

AÇÕES DE FISCALIZAÇÃO – ARMAS E EXPLOSIVOS 85

Foram realizadas 7.895 ações (fiscalizações, buscas e ações de sensibilização), que resultaram nas

seguintes apreensões:

No material explosivo apreendido inclui-se diverso material conexo/relacionado como detonadores,

cordão detonante, rastilhos, entre outros. Procedeu-se à destruição de 20.937 armas de fogo e de

1.156 armas brancas no âmbito do regime jurídico das armas e suas munições, aprovado pela Lei

nº5/2006, de 23 de Fevereiro.

85 Dados GNR e PSP

Apreensões

Armas de fogo apreendidas 9.172

Armas de fogo entregues/recuperadas 11.305

Munições apreendidas 131.982

Explosivos (Kg) 37.497

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 110

Página 111

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 87

CONTROLO E AFASTAMENTO DE ESTRANGEIROS 86

Foram registadas 5.471 notificações

para abandono voluntário do TN, o

que representa o acréscimo de 35,9%

face a 2015.

Foram registadas 7 situações de indivíduos clandestinos87 a bordo de navios de comércio que

praticaram os portos nacionais, todos de pavilhão estrangeiro.

Foram instaurados 657 processos de expulsão administrativa e proferidas 372 decisões, 152 das

quais de arquivamento. Na instrução de processos de expulsão administrativa são estabelecidas

prioridades para casos em que existem medidas de coação privativas da liberdade ou se verifiquem

indícios de envolvimento em práticas criminais, dando-se também prioridade à execução das

respetivas decisões, salvaguardando a segurança jurídica em termos de prevenção e punição dos

ilícitos.

Foram afastadas de território nacional 279

pessoas: 160 no âmbito de expulsões

administrativas (artigo 149º da Lei n.º

23/2007, de 4 de julho), 39 em sede

procedimento de condução à fronteira

(artigo 147º no mesmo diploma) e 80 em

cumprimento de decisões judiciais de pena

acessória de expulsão.

O número de beneficiários do programa de apoio ao retorno voluntário decresceu, verificando-se

apoio a 68 cidadãos. A utilização deste programa, concretizado ao abrigo do Protocolo celebrado

entre Portugal e a Organização Internacional para as Migrações (OIM), refletiu um decréscimo de

72% face ao ano precedente (243), diretamente associado ao atraso registado, por parte da UE, na

implementação do Quadro Financeiro Plurianual 2014-2020. A nacionalidade brasileira representa a

maioria dos beneficiários.

Relativamente a readmissões verificou-se

um decréscimo consistente com a

tendência verificada anteriormente.

86 Dados SEF 87 Dados PM

Afastamentos (Procedimento) Ano 2015 Ano 2016

4.027 5.471

Processos Instaurados 844 657

Decisões proferidas 849 372

Decisões de arquivamento 453 152

243 68

Afastamentos – Procedimentos

Notificações para abandono voluntário (artigo 138.º Lei 23/2007)

Afastamento Coercivo

Retorno Voluntário (artigo 139.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho)

Afastamentos (Execução) Ano 2015 Ano 2016

TOTAL 363 279

Condução à Fronteira (artigo 147.º Lei 23/2007) 38 39

Expulsões Administrativas (artigo 149.º Lei 23/2007) 223 160

Expulsões Judiciais 102 80

Burla 0 0

Furto Qualificado 1 1

Roubo 8 3

Auxilio à Imigração Ilegal 1 0

Homicídio 8 1

Falsificação de Documentos 0 2

Sequestro e Violação 1 2

Tráfico de Seres Humanos 1 0

Tráfico de Estupefacientes 80 69

Violação à Ordem de Expulsão 1 1

Outros 1 1

Afastamentos – Execução

Total Ativas Passivas

Ano 2016 267 47 220

Ano 2015 326 54 272

Readmissões ativas e passivas

ReadmissõesAno

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Página 112

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 88

Verificaram-se 220 readmissões passivas, sendo 146 solicitadas pelas autoridades espanholas, 72

pelas francesas e 1 pela Guiné-Bissau e Estónia.

Quanto a readmissões ativas, Portugal efetuou 47 solicitações, das quais 41 a Espanha, 5 a França e

1 a Marrocos.

Foram instaurados 26.185 processos de

contraordenação (figura 23), o que

representa uma diminuição de 5,9% em

comparação com o ano transato (27.821).

Do total de processos de

contraordenação, 25.552 foram

instaurados no âmbito do regime legal de

estrangeiros (Lei n.º 23/2007, de 4 de

julho) e 633 ao abrigo do regime do

exercício do direito de livre circulação e

residência de cidadãos da UE e seus

familiares em TN (Lei n.º 37/2006, de 9 de

agosto).

Foram efetuadas 622 escoltas a 595

cidadãos estrangeiros.

LICENCIAMENTO ASSOCIADO À ATIVIDADE DE CONTROLO DE FRONTEIRA MARÍTIMA 88

Quanto à emissão de pareceres e

documentação relativa ao licenciamento

associado à atividade de controlo de

fronteira marítima, verificou-se aumento

relativamente ao ano transato.

88 Dados SEF

Processos de Contraordenação Ano 2015 Ano 2016

TOTAL 27.821 26.185

Lei n.º 23/2007, de 4 de julho 27.114 25.552

Artigo 192.º Permanência Ilegal 10.767 11.080

Período inferior a 30 dias 993 1.102

Período entre 30 e 90 dias 643 816

Período entre 90 e 180 dias 538 672

Período superior a 180 dias 8.593 8.490

Artigo 193.º Acesso não autorizado à zona internacional do porto 213 113

Artigo 194.º Transporte de pessoa com entrada não autorizada no país 166 123

Artigo 195.º Falta de visto de escala aeroportuário 0 1

Artigo 196.º Incumprimento da obrigação de comunicação de dados 33 17

Artigo 197.º Falta de declaração de entrada 2.095 2.798

Artigo 198.º Exercício de atividade profissional não autorizada 21 14

Artigo 198.ºA Utilização de atividade de CE em situação ilegal 494 586

a) De 1 a 4 Cidadãos Estrangeiros Empregados (cee) 468 561

b) De 5 a 10 cee 10 18

c) De 11 a 50 cee 7 4

d) Mais de 50 cee 9 3

Artigo 199.º Falta de apresentação de documento de viagem 492 615

Artigo 200.º Falta de pedido de título de residência 301 198

Artigo 201.º Não renovação atempada de autorização de residência 6.842 5.535

Artigo 202.º Inobservância de determinados deveres 5.640 4.415

Artigo 203.º Falta de comunicação de alojamento (n.º 1) 50 57

Lei n.º 37/2006, de 9 de agosto 707 633

Processos de Contraordenação

Escoltas Ano 2015 Ano 2016

Território Nacional 644 549

Estrangeiro 51 73

TOTAL 695 622

Escoltas

Licenciamento Ano 2015 Ano 2016

Autorizações de acesso à zona internacional dos portos marítimos 44.341 64.614

Acesso Diário 15.484 25.478

Acesso Temporário 6.801 9.549

Acesso Anual 22.056 29.587

Pareceres sobre licenças especiais de embarque 501.103 1.057.535

Favorável 501.088 1.057.497

Negativo 15 38

Licenciamento associado à atividade de controlo de fronteira marítima

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 112

Página 113

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 89

NACIONALIDADE PORTUGUESA 89

Em matéria de atribuição e aquisição da nacionalidade portuguesa, nomeadamente a emissão de

parecer relativo à certificação do tempo de residência em TN, destaca-se a consolidação da

tendência do crescimento do número de pedidos. De salientar que o total de pedidos formulados

em 2016 (35.416) corresponde ao valor máximo dos últimos sete anos.

Foram emitidos 27.155 pareceres (26.061 positivos e 1.094 negativos), sendo as nacionalidades

mais representativas as oriundas dos seguintes países: Brasil (10.063), Cabo Verde (3.126), Ucrânia

(2.352), Turquia (1.704) e Angola (1.470). Destaque para outras nacionalidades, tais como a

guineense-Bissau (1.406), indiana (925), israelita (891), santomense (832), moldava (498), romena

(367), paquistanesa (317) russa (296), nepalesa (268) e moçambicana (266). O crescimento

acentuado de pedidos de nacionalidade de cidadãos oriundos de Israel e Turquia não deverá ser

dissociado da alteração do regulamento da Nacionalidade Portuguesa (Decreto-Lei 30-A/2015, de

27 de fevereiro) relativo à naturalização de estrangeiros descendentes de judeus sefarditas

portugueses.

Por tipologia de pedidos, realce para a aquisição de nacionalidade portuguesa por naturalização

(70%), por efeito da vontade para estrangeiros casados ou em união de facto há mais de três anos

com nacional português (14%), atribuição originária (7%) e outros motivos (9%).

Relativamente à aquisição de nacionalidade por efeito da vontade (casamento ou união de facto)

salientam-se pedidos apresentados por nacionais do Brasil (2.015), Cabo Verde (449), Angola (435),

Ucrânia (381), Guiné-Bissau (233), Índia (216) e Moldávia (132). Destaque ainda para o Paquistão

(73), Nepal (71), Bangladesh (55) e Marrocos (53). Neste tipo de processos verifica-se a existência

de um grande número de cidadãos estrangeiros que, não sendo residentes em TN, efetuam o

pedido de nacionalidade junto das Embaixadas e Consulados de Portugal da área de residência

(Brasil, Reino Unido, França, Luxemburgo, Suíça, Emirados Árabes Unidos, etc.).

Foram emitidos 4.656 pareceres (4.483 positivos e 173 negativos90). O número de informações

negativas tem vindo a aumentar nos últimos dois anos em virtude do acréscimo das solicitações

efetuadas pela Conservatória dos Registos Centrais, para ações complementares de

averiguação/fiscalização sobre a existência ou não de casamentos de conveniência ou de utilização

de forma fraudulenta do casamento para efeito de interposição de pedido de nacionalidade

portuguesa.

89 Dados SEF 90 Os pareceres negativos são emitidos com base em razões de segurança interna, existência de processos-crime, medidas cautelares nacionais ou internacionais, bem como, no resultado de fiscalizações efetuadas pelo SEF.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 113

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 90

Prevenção

PROGRAMAS GERAIS DE PREVENÇÃO E POLICIAMENTO

Os programas gerais de prevenção e policiamento têm como objetivo a proteção de grupos sociais

mais vulneráveis, como crianças e idosos no sentido de prevenir e também de contribuir para um

maior sentimento de segurança destes grupos. Em 2016 foi dada continuidade ao trabalho que vem

sendo desenvolvido pelas FSS nos anos anteriores.

PROGRAMA “APOIO 65”– IDOSOS EM SEGURANÇA91

O programa especial de policiamento de proximidade é dirigido a pessoas idosas, cujo objectivo

passa pelo apoio personalizado, garantia de segurança e sensibilização para a adoção de

comportamentos que evitem ou reduzam eventuais práticas criminosas de que possam ser alvo.

Inserido neste programa, encontram-se os Censos Sénior realizados anualmente.

Neste âmbito, foram realizadas pelas FS 5.654 ações de prevenção e empenhado um total de 825

elementos. Na operação Censos Sénior92 2016, sinalizou-se um total de 43.322 idosos em situação

vulnerabilidade (sozinhos e/ou isolados).

Para informações adicionais consultar:

http://www.gnr.pt/ProgEsp_idososSeguranca.aspx

http://www.gnr.pt/comunicado.aspx?linha=12

http://www.psp.pt/Pages/programasespeciais/apoio65.aspx

PROGRAMA “A SOLIDARIEDADE NÃO TEM IDADE”93

Programa destinado ao auxílio de pessoas idosas, cujo objetivo prende-se com a identificação,

sinalização e acompanhamento destes cidadãos.

Foram empenhados 489 elementos, sinalizados 2.242 idosos, dos quais 904 em risco e efetuadas

parcerias com a Segurança Social, Câmaras Municipais e extensa variedade de IPSS locais.

Para informações adicionais consultar:

http://www.psp.pt/Pages/programasespeciais/apoio65.aspx

91 Dados GNR e PSP. 92 Dados GNR. 93 Dados PSP.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 114

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 91

PROGRAMA “APOIO A PESSOAS COM DEFICIÊNCIA”94

Programa direcionado para o apoio a pessoas que sofrem de algum tipo de deficiência, para os seus

cuidadores e para as pessoas que com elas interagem, pretendendo ser uma plataforma de

articulação e de entendimento com os restantes atores sociais responsáveis, ligados à área da

deficiência, na promoção da segurança nas comunidades. Pretende-se com este programa

desenvolver a realização de ações de sensibilização para prevenir comportamentos de risco e a não

discriminação, e sinalizar situações de maior vulnerabilidade. Para tal foram estabelecidas inúmeras

parcerias, nomeadamente com a FENACERCI. No âmbito deste programa, foram empenhados 336

elementos, realizadas 1236 ações e sensibilizadas 5.822 pessoas com deficiência.

PROGRAMA “COMÉRCIO SEGURO”95

Programa especial de policiamento que tem como principal objetivo a criação de condições de

segurança em estabelecimentos que possuam como característica dominante o atendimento ao

público.

Foram empenhados 825 elementos e realizadas 11.585 acções de sensibilização envolvendo mais

de 22.51096 comerciantes.

Para informações adicionais consultar:

http://www.gnr.pt/ProgEsp_ComercioSeguro.aspx

http://www.psp.pt/Pages/programasespeciais/comercio.aspx?menu=7

PROGRAMA SIGNIFICATIVO AZUL97

Programa especial de policiamento, especificamente concebido para pessoas deficientes

intelectuais e/ou multideficientes. Tem como objetivos a promoção da cooperação

interinstitucional entre as organizações, contribuindo para a melhoria no atendimento e

encaminhamento das pessoas com deficiência.

Foram realizadas 68 ações tendo sido empenhados 376 elementos.

Para informações adicionais consultar:

http://www.psp.pt/Pages/programasespeciais/significativoazul.aspx

94 Dados GNR. 95 Dados GNR e PSP. 96 Dados GNR. 97 Dados PSP

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 115

Página 116

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 92

CONTRATOS LOCAIS DE SEGURANÇA (CLS)98

Foi lançada a Nova Geração de CLS com 24 municípios: Lisboa, Porto, Maia, Vila Nova de Gaia,

Oeiras, Amadora, Vila Franca de Xira, Sintra, Loures, Serpa, Alcoutim, Albufeira, Aljezur, Castro

Marim, Faro, Lagos, Loulé, Monchique, Portimão, São Brás de Alportel, Silves, Vila do Bispo e Vila

Real de Santo António.

É um instrumento privilegiado para colocar em prática o modelo de segurança de proximidade

através da cooperação entre a administração central, as autarquias e os parceiros locais, em

interação com as FSS e a comunidade, com vista à redução de vulnerabilidades sociais, à prevenção

da delinquência juvenil e à eliminação dos fatores criminógenos que contribuem para as taxas de

criminalidade identificadas nas áreas de intervenção.

Os CLS promovem a ação concertada entre vários agentes públicos, designadamente as áreas da

Administração Interna, da Justiça, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, da Educação, da Saúde,

do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, das Autarquias Locais e da Cidadania e da Igualdade

de Género, permitindo encontrar a resposta que melhor se adequa às diversas situações. Por outro

lado, atendendo às necessidades e especificidades de cada território e diferenciando as

particularidades entre zonas urbanas de maior risco social e outros territórios onde ocorram

fenómenos atípicos e/ou específicos suscetíveis de alterar o quotidiano dos cidadãos, foram

desenvolvidas diferentes tipologias de CLS adaptadas a essas circunstâncias especificas.

Para informações adicionais consultar:

http://www.portugal.gov.pt/media/20490378/20160714-mai-contratos-locais-seguranca.pdf

PROTOCOLO “CAMPO SEGURO”99

Programa destinado à prevenção de furto de metais não preciosos e repressão de toda e qualquer

atividade ilícita relacionada com o fenómeno.

Para fazer face a este fenómeno, em 2011 o MAI assinou um protocolo denominado “Campo

Seguro” com a EDP – Distribuição, EDP - Renováveis, REFER, EPAL e PT. Mais tarde as referidas

empresas constituíram-se numa associação denominada “Associação para a Promoção da

Segurança de Ativos Técnicos” (PSAT). Posteriormente o programa foi alargado à prevenção da

criminalidade relacionada com a actividade agrícola. Foram empenhados 14.652 elementos e

sensibilizados 22.314 agricultores.

98 Dados MAI 99 Dados GNR.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 116

Página 117

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 93

PROGRAMA “ABASTECIMENTO SEGURO”100

Programa que permite a ligação direta dos postos de abastecimento de combustíveis às FS e, deste

modo, enquanto sistema de receção de alarmes, facilitar a deteção e rápida resposta operacional a

este tipo de criminalidade.

Aderiram a este programa 229 Postos de Abastecimento de Combustíveis101 e foram realizadas 198

ações de sensibilização102.

Para informações adicionais consultar:

http://www.gnr.pt/ProgEsp_AbastSeguro.aspx

SISTEMA “TÁXI SEGURO”103

Sistema de dissuasão, prevenção e combate à criminalidade praticada contra os condutores de

táxis, com recurso às novas tecnologias.

Aderiram ao programa 1.451 táxis104, tendo sido realizadas 30 ações de sensibilização105.

Para informações adicionais consultar:

http://www.gnr.pt/ProgEsp_taxiSeguro.aspx

http://www.psp.pt/Pages/programasespeciais/taxiseguro.aspx

PROGRAMA “FARMÁCIA SEGURA”106

Protocolo celebrado entre a Associação Nacional de Farmácias (ANF) e o MAI que visa a planificação

e a realização de projetos relacionados com o estudo, promoção e incremento de medidas de

segurança no âmbito das farmácias associadas da ANF. O seu sistema de alerta em tempo real

permite às FS conhecimento da ocorrência. Aderiram ao programa 688 farmácias107.

Para informações adicionais consultar:

http://www.gnr.pt/farmaciaSegura.aspx

100 Dados GNR e PSP. 101 Dados PSP. 102 Dados PSP. 103 Dados GNR e PSP. 104 Dados PSP 105 Dados PSP 106 Dados GNR e PSP. 107 Dados PSP

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 117

Página 118

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 94

PROGRAMA “TRANSPORTE SEGURO DE TABACO”108

Programa de abrangência nacional que visa a realização de sessões formativas ministradas por

elementos das FS destinados aos associados do setor do armazenamento e transporte de tabaco.

Para informações adicionais consultar:

http://www.gnr.pt/ProgEsp_transporteSegTabaco.aspx

SISTEMA DE QUEIXA ELETRÓNICA (SQE)109

Sistema criado através da Portaria 1593/2007, de 17 de Dezembro, tendo entrado em vigor no dia

31/01/2008, permite a qualquer cidadão com recurso à internet formalizar uma denúncia relativa a

um crime de catálogo.

SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO DE ARMAS E EXPLOSIVOS (SIGAE)110

Sistema informático, componente do SEI, disponível na RN/PSP, com acesso fixo ou móvel, cuja

finalidade é integrar, processar e disponibilizar toda a informação relativa a armas, explosivos, seus

detentores e licenciamentos. Foram registados 114.196 processos e concluídos 109.082.

POLÍCIA AUTOMÁTICO111

Ferramenta tecnológica que permite a leitura eletrónica de matrículas, visando a deteção de

viaturas que constam para apreensão assim como outras irregularidades rodoviárias.

IGREJA SEGURA 112

Programa que tem como objetivo principal desenvolver estratégias de prevenção criminal, de forma

a erradicar ou diminuir as práticas de furto de arte sacra em igrejas, envolvendo diversas FSS.

Para informações adicionais consultar:

http://www.igrejasegura.com.pt/

SOS AZULEJO 113

Programa que envolve as diversas FSS e tem como objetivo a proteção da propriedade azulejar,

fiscalizando a atividade de comércio ilícito de azulejos e/ou antiguidades onde possam estar a ser

comercializados este tipo de bens do património nacional.

Para informações adicionais consultar:

http://www.sosazulejo.com/

108 Dados GNR. 109 Dados PSP. 110 Dados PSP. 111 Dados PSP. 112 Dados GNR, PSP, PJ. 113 Dados GNR, PSP, PJ.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 118

Página 119

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 95

PROGRAMA “ESTOUAQUI!”114

Programa que consiste na distribuição de uma pulseira única, pessoal e intransmissível, dotada de

um código alfanumérico que em caso de perda de uma criança ou adulto, permite um reencontro

mais célere, direcionado e objetivo com os familiares, educadores ou tutores.

O programa contou com a parceria da RFM, tendo sido pedidas na plataforma 61.566 pulseiras

tendo sido ativadas 53.661, para as variantes criança e adulto.

Para informações adicionais consultar:

https://estouaqui.mai.gov.pt/Pages/Index.html

SISTEMA DE SEGURANÇA E GESTÃO DO TRANSPORTE DE EXPLOSIVOS (SIGESTAME)115

Sistema informático/plataforma que permite o seguimento dos veículos de transporte de explosivos

e o respetivo controlo e monitorização à distância. O sistema inclui mecanismos de segurança ativos

e passivos e recorre a avançadas tecnologias de geolocalização e a sistemas de informação

apropriados. Este sistema permite a monitorização, controlo e acompanhamento em permanência

do transporte de armas, munições e explosivos com recurso a sistema eletrónico de

georreferenciação.

PROJETO SCEPYLT116

Sistema informático constituído por terminais de comunicação autónomos interligados entre os

países europeus signatários. Tem o propósito de estabelecer mecanismos de prevenção contra atos

terroristas, baseado no intercâmbio de informação entre os países signatários e os movimentos de

explosivos civis, em tempo real, com a finalidade de prever e investigar possíveis atos ilícitos no

âmbito dos explosivos.

Foram emitidas no SCEPYLT 55 exportações e 86 importações.

SISTEMA ESTRATÉGICO DE INFORMAÇÃO, GESTÃO E CONTROLO OPERACIONAL (SEI) 117

Sistema que decorre do Plano Estratégico dos Sistemas de Informação (PESI), englobado no

continuado processo de modernização policial, cujo grande objetivo é dotar todo o dispositivo da

PSP de um sistema de informação capaz de suportar os seus processos operacionais.

114 Dados PSP. 115 Dados PSP. 116 Dados PSP. 117 Dados PSP

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 119

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 96

SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO DE SEGURANÇA PRIVADA (SIGESP) 118

Sistema informático criado pela Lei nº23/2014, de 28 de Abril, com acesso fixo ou móvel, com a

finalidade de organizar e manter atualizada a informação e dados pessoais necessários ao controlo,

licenciamento e fiscalização do exercício da atividade de segurança privada. Foram registados em

matérias licenciáveis 20.659 processos.

PROGRAMA CONTRA O TRÁFICO DE SERES HUMANOS119

Através da unidade criada em 2013 e consolidada pela implementação das medidas previstas no III

Plano Nacional de Luta Contra o Tráfico de Pessoas (2014-2017), centraliza-se toda a informação

sobre a temática do tráfico de seres humanos, em estreita articulação interna e externa, criando e

desenvolvendo canais de colaboração privilegiada com entidades nacionais e internacionais

relevantes. O paradigma de atuação incide na perspetiva da vítima, na sinalização e identificação e

na intervenção na fase da proteção e apoio.

Como resultado, procedeu à sinalização, registo e encaminhamento de 40 vítimas de tráfico de

seres humanos, das quais 8 são menores.

De carácter preventivo, foram realizadas 1457 ações de fiscalização em locais passíveis de se

verificar a exploração de eventuais vítimas de tráfico de seres humanos, nomeadamente dirigidas a

locais de trabalho agrícola, estabelecimentos de diversão noturna, estaleiros, restauração e via

pública sendo 291 destas sido realizadas em conjunto com outras entidades.

Para informações adicionais consultar:

http://www.sef.pt/portal/v10/PT/aspx/organizacao/index.aspx?id_linha=6678&menu_position=6677

https://www.government.nl/binaries/government/documents/publications/2016/01/18/manual-for-experts-on-

multidisciplinary-cooperation-against-trafficking-in-human-beings-for-labour-exploitation/teamwork-manual-for-experts-on-

multidisciplinary-cooperation-against-thb-for-labour-exploitation.pdf

118 Dados PSP 119 Dados SEF

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 120

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 97

PROGRAMAS E AÇÕES ESPECÍFICAS DE PREVENÇÃO E POLICIAMENTO

OPERAÇÃO “VERÃO SEGURO – CHAVE DIRETA”120

Operação de proteção da propriedade privada, traduzindo-se em maior ação de patrulhamento e

vigilância das residências dos cidadãos. No âmbito desta operação, entre os dias 15 de junho e 15

de setembro, foram vigiadas 2.847 residências, não tendo sido registada qualquer ocorrência.

Para informações adicionais consultar:

http://www.gnr.pt/VeraoSeg_chaveDirecta.aspx

PROGRAMA “TOURIST SUPPORT PATROL”121

Programa que visa a garantia de segurança de pessoas que se encontram no gozo de férias e dos

seus bens, quer nos locais onde se realizam grandes eventos ou em zonas turísticas,

proporcionando o aumento do sentimento de segurança e de proximidade e uma imagem de

modernidade e de pró-atividade em estreita colaboração com a população.

Para informações adicionais consultar:

http://www.gnr.pt/VeraoSeg_apoioTuristas.aspx

PROGRAMA “RESIDÊNCIA SEGURA”122

Programa que consiste no direcionamento de meios humanos e materiais em regime de

exclusividade com o objetivo de prevenir os assaltos a residências, em particular as habitadas por

idosos e em locais isolados. O programa, em constante desenvolvimento, contempla 28.379

residências.

Para informações adicionais consultar:

http://www.gnr.pt/ProgEsp_projResidenciaSegura.aspx

OPERAÇÃO POLICIA SEMPRE PRESENTE –“CARNAVAL EM SEGURANÇA”123

Operação policial que decorreu entre 04 e 09FEV16 e foi direcionada para o incremento do

sentimento de segurança dos cidadãos nas áreas comerciais, turísticas e sistemas de transporte

públicos ou outros locais de grande concentração de pessoas, assegurando nesses locais, um

elevado índice de visibilidade policial. Para tal, foram realizadas 893 operações, empenhados 5.361

elementos, detidas 466 pessoas e registadas 7.822 infrações rodoviárias.

120 Dados GNR e PSP. 121 Dados GNR. 122 Dados GNR. 123 Dados PSP.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 121

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 98

OPERAÇÃO POLÍCIA SEMPRE PRESENTE –“PÁSCOA EM SEGURANÇA”124

Operação policial que decorreu entre 21MAR16 e 27ABR16 e foi direcionada para o incremento do

sentimento de segurança dos cidadãos nas áreas comerciais/turísticas, sistemas de transporte

públicos e outros locais de grande concentração de pessoas, assegurando nesses locais elevados

índices de visibilidade. Para tal, foram realizadas 1.045 operações, empenhados 6.078 elementos,

detidas 367 pessoas e registadas 9.355 infrações rodoviárias.

OPERAÇÃO POLÍCIA SEMPRE PRESENTE - “VERÃO SEGURO”125

Operação policial que decorreu entre 15JUN2016 e 15SET2016 e foi direcionada para o incremento

do sentimento de segurança em zonas balneares, áreas turísticas e comerciais, residenciais e

parques de estacionamento dessas zonas, bem como nos principais eixos rodoviários sob sua

responsabilidade, assegurando nesses locais um elevado índice de visibilidade. Foram realizadas

5.856 ações, empenhados 40.707 elementos, detidas 4.022 pessoas e registadas 65.346 infrações

rodoviárias.

OPERAÇÃO “POLÍCIA SEMPRE PRESENTE - “FESTASSEGURAS”126

Operação policial que decorreu entre 15DEC16 e 02JAN17 direcionada para o incremento do

sentimento de segurança dos cidadãos nas áreas comerciais, sistemas de transporte públicos e

outros locais de grande concentração de pessoas, assegurando nesses locais um elevado índice de

visibilidade. Foram realizadas 1.612 ações, empenhados 11.543 elementos, detidas 761 pessoas e

registadas 12.949 infrações rodoviárias.

OPERAÇÕES PÉGASUS127

Operações policiais que decorreram entre 17MAR16 e 12AGO16 a nível nacional, nos aeroportos

internacionais, com o objetivo de maximizar a ação policial de fiscalização no âmbito da segurança

da aviação civil e da segurança aeroportuária. Foram realizadas 80 ações, empenhados 305

elementos, detidas 1 pessoa e registadas 85 infrações rodoviárias.

OPERAÇÕES ARMEX128

Nos dias 07JUN16 e 17NOV16, durante 24 horas, em todo o TN foram realizadas operações de

fiscalização de licenciamento, controlo e fabrico, armazenamento, comercialização, uso e

transporte de armas, munições e substâncias explosivas. Estas operações decorreram com o

124 Dados PSP. 125 Dados PSP. 126 Dados PSP. 127 Dados PSP. 128 Dados PSP.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 122

Página 123

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 99

objetivo de maximizar a ação policial de fiscalização no âmbito do controlo das armas, munições e

explosivos. Foram realizadas 434 ações, fiscalizados 138 locais, empenhados 2.894 elementos,

detidas 108 pessoas e realizadas 592 apreensões de explosivos, armas e munições.

OPERAÇÕES MERCÚRIO129

Operações que decorreram entre 19FEV16 e 20FEV16 e entre 12AGO16 e 13AGO16 em todo o TN,

com o objetivo de maximizar a ação policial de fiscalização no âmbito da atividade da segurança

privada. Consistiram essencialmente nas ações de inspeção a entidades detentoras de alvará,

licença e autorização, quer de formação, quer de consultoria. Foram realizadas 811 ações,

fiscalizados 822 locais, empenhados 1.186 elementos, efetuadas 24 detenções, levantados 93 autos

e efetuadas 30 apreensões entre armas e documentos.

OPERAÇÃO “CARS“130

Portugal tem participado em operações europeias sobre tráfico e viciação de viaturas, organizadas

pelas presidências Polaca, Cipriota, Lituana, Italiana e Luxemburguesa da União Europeia, planeadas

e apresentadas no âmbito do grupo de trabalho “Law Enforcement Working Party” da UE.

Sob a presidência Eslovaca foi planeada a operação “CARS”, que teve como objetivo principal a

realização de ações de fiscalização nas fronteiras terrestres e marítimas e nos locais que

relacionados com o tráfico e viciação, com o objetivo de detetar e reprimir situações ilegais

relacionadas com a criminalidade automóvel. Foram empenhados 3.149 elementos na ação de

fiscalização, efetuadas 23 detenções e detetadas 204 infrações.

OPERAÇÕES CONJUNTAS COM INSTITUTO DA MOBILIDADE E TRANSPORTES131

As FS colaboraram com o IMT por diversas ocasiões em ações de controlo e em operações

conjuntas. Foram realizadas 14 ações, empenhados 133 elementos e detetadas 151 infrações.

OPERAÇÃO “EURO CONTRÔLE ROUTE “132

Operações que se centraram na fiscalização de viaturas que realizam transportes ocasionais e

regulares especializados, nomeadamente nas condições de segurança de veículos, sem prejuízo da

fiscalização dos tempos de condução e repouso dos condutores, excesso de velocidade e uso de

cinto de segurança. Foram realizadas 18 ações133, empenhados 401 elementos134 registadas 2.346

infrações135.

129 Dados PSP. 130 Dados GNR e PSP. 131 Dados GNR e PSP. 132 Dados PSP. 133 Dados GNR

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 123

Página 124

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 100

OPERAÇÕES “100%COOL”136

Operações nacionais realizadas com o objetivo de alertar e sensibilizar os jovens para os

riscos/perigos da condução sob influência do álcool, bem como prevenir e dissuadir este tipo de

comportamentos de riscos, através de ações de fiscalização. Foram realizadas 365 operações,

empenhados 2.372 elementos, detidas 182 pessoas e registadas 1.795 infrações rodoviárias.

OPERAÇÃO “PELA VIDA TRAVE”137

Operação realizada entre 21 e 24MAI16 e 29OUT16 e 03NOV16 com o objetivo de promover a

fiscalização de veículos de 2 rodas, excesso de velocidade, condução sobre o efeito do álcool,

desrespeito da sinalização luminosa, passagens destinadas de peões e desrespeito pelos peões

pelos locais de atravessamento, nas principais vias e/ou nos principais eixos viários. Foram

realizadas 1.150 ações de fiscalização, empenhados 5.542 elementos, detidas 349 pessoas e

registadas 6.701 infrações rodoviárias.

OPERAÇÃO “RISCO MÍNIMO”138

Operação realizada no dia 29JAN16 e ente os dias 30JUN16 e 07JUL16, orientada para a fiscalização

da condução sobre o efeito do álcool, com o objetivo de prevenir e dissuadir os comportamentos de

risco associados à condução que, de forma decisiva contribuem para o risco de acidentes

rodoviários. Foram realizadas 579 ações de fiscalização, empenhados 4.491 elementos, detidas 308

pessoas e registadas 6.423 infrações rodoviárias.

OPERAÇÕES “FISCALIZAÇÃO SELETIVA”139

Operações especialmente direcionadas para os comportamentos de risco dos condutores que

concorrem para a produção de acidentes rodoviários. Foram realizadas 18.936 operações, detidas

4.041 pessoas e registadas 18.416 infrações rodoviárias.

AÇÕES DE FORMAÇÃO E ESCLARECIMENTO140

Foram realizadas 404 ações de formação e esclarecimento, tendo por enfoque o alerta para

pequenos procedimentos de segurança que podem evitar ou minimizar a vitimização. Nestas ações

estiveram envolvidos 59 elementos, destinadas a 6.292 pessoas, cujos temas se destacam:

134 Dados GNR 135 Dados GNR e PSP 136 Dados PSP. 137 Dados PSP. 138 Dados PSP. 139 Dados PSP. 140 Dados PJ.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 124

Página 125

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 101

 Internet segura;

 Ciberbullying: enquadramento legal, prevenção e investigação;

 Criminalidade informática;

 Criminalidade sexual;

 Diligências cautelares em relação às vítimas, local do crime e agressor;

 Tráfico de seres humanos.

VERIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE HIGIENE E SEGURANÇA DURANTE A ÉPOCA BALNEAR141

Foram executadas 7 ações conjuntas com a ASAE em embarcações de pesca, de atividade marítimo-

turística, em equipamentos de apoio de praia e em bares e restaurantes situados no Domínio

Público Marítimo.

CONTROLO DAS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA E DO TRABALHO A BORDO/OUTRAS142

Foram realizadas 19 ações de fiscalização com a Autoridade das Condições de Trabalho (ACT).

FISCALIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS RADIOELÉTRICOS DE COMUNICAÇÕES143

Foram realizadas 18 ações de fiscalização conjuntas com a Autoridade Nacional de Comunicações

(ANACOM). Estas ações ocorreram nos Comandos Locais do Continente, tendo sido fiscalizadas

diversas embarcações e estações terrestres.

AÇÕES DE SENSIBILIZAÇÃO E FISCALIZAÇÃO – ÉPOCA BALNEAR144

Foram realizadas 154 ações junto de concessionários, banhistas e nadadores-salvadores, no âmbito

da assistência a banhistas e na garantia da segurança de pessoas e bens nas zonas balneares, bem

como na segurança de pessoas que desrespeitem o acesso a zonas de perigo. Nestas ações foram

empenhados 308 elementos e elaborados de 303 autos de notícia de contraordenação.

PROGRAMA “SEF EM MOVIMENTO”145

Programa que procura a aproximação e facilitação do relacionamento com os cidadãos

estrangeiros, proporcionando um conjunto de serviços vocacionado a grupos vulneráveis (doentes,

idosos e crianças). Visa ainda a minimização de comportamentos de risco, promovendo a

regularização da situação documental de cidadãos estrangeiros que possam estar perante

potenciais situações de ilegalidade documental. Foram realizadas 311 ações tendo beneficiado 708

cidadãos estrangeiros. No âmbito do protocolo de cooperação com a DRGSP foram desenvolvidas

141 Dados AMN. 142 Dados AMN. 143 Dados AMN. 144 Dados AMN. 145 Dados SEF.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 125

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 102

79 ações, com recolha de informação sobre reclusos estrangeiros, ações de formação ou

documentação de cidadãos estrangeiros reclusos, conforme a legislação de estrangeiros. O número

de beneficiários foi de 159.

CENTRO DE CONTACTO SEF146

Plataforma que permite facilitar o contacto entre os cidadãos estrangeiros e o SEF, promovendo o

acolhimento e integração das comunidades migrantes. Este serviço é prestado em parceria com

entidades da sociedade civil, através da colocação de mediadores socioculturais capacitados em

diversos idiomas.

Foram atendidas 272.791 chamadas, efetuadas 192.922 marcações para atendimento nos diversos

postos de atendimento e elaboradas 27.302 respostas sobre os mais diversos temas.

PREVENÇÃO DA CRIMINALIDADE GRAVE E/OU VIOLENTA PRATICADA POR ESTRANGEIROS147

Procedeu-se ao afastamento administrativo de 229

cidadãos estrangeiros associados à prática de atos

criminosos, criminalidade grave e/ou violenta. Foram

afastados 118 cidadãos na sequência de decisões judiciais

de penas acessórias de expulsão e 111 no âmbito de

procedimentos administrativos após articulação com as

autoridades judiciárias.

As principais nacionalidades de cidadãos afastados foram a brasileira (64), caboverdiana (47),

marroquina (14), angolana (10) e guineense-Bissau, colombiana, ucraniana e venezuelana (8).

INTEGRATED BORDER MANAGEMENT148

O modelo de gestão integrada de fronteiras (IBM - Integrated Border Management Model), assenta

na abordagem abrangente do controlo de fronteiras, recorrendo à análise de risco e inteligência

criminal, incidentes na identificação e investigação de fluxos migratórios ilegais e de criminalidade

transfronteiriça.

Neste âmbito promove-se a atuação no controlo de fronteiras segundo quatro níveis

 Oficiais de Ligação para a Imigração – atuação nas principais origens de fluxos migratórios

(conselheiros para documentação e recolha de informação), e na adequada análise de risco

para uma maior capacidade de resposta das autoridades aos desafios

146 Dados SEF. 147 Dados SEF 148 Dados SEF

Tipo de crime Ano 2015 Ano 2016

Tráfico de Estupefacientes 123 133

Roubo 22 30

Homicídio 17 9

Falsificação de Documentos 15 19

Furto 8 33

Outros 38 5

TOTAL 223 229

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 126

Página 127

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 103

 Cooperação Nacional e Internacional através da FRONTEX e dos Centros de Cooperação

Policial e Aduaneira (CCPA)

 Controlo de fronteiras (verificação documental e vigilância de fronteiras, introdução de

novas metodologias e equipamentos de apoio: VIS, APIS, RAPID 2.ª geração)

 Controlo de circulação de cidadãos de países terceiros em TN

A gestão integrada de fronteira potencia a geração de impactos significativos na qualidade e

resultados operacionais traduzidos numa maior eficácia no combate à imigração ilegal e

criminalidade transfronteiriça.

Para o desenvolvimento da Estratégia Nacional de Gestão Integrada de Fronteiras foi criado um

grupo interministerial composto por várias entidades com funções repercutidas, directa ou

indirectamente, nas fronteiras.

AÇÕES DE PREVENÇÃO DA CRIMINALIDADE

EQUIPAS MISTAS DE PREVENÇÃO CRIMINAL/GRUPOS TÉCNICOS DE PREVENÇÃO DA CRIMINALIDADE

A crescente evolução e especialização da criminalidade, bem como a interminável mutação dos

associados modi operandi, impõem às instituições competentes formas de cooperação e de

articulação de prevenção de risco e deteção de ameaças.

A análise e avaliação permanentes da criminalidade, a necessidade de definição de estratégias

integradas e de procedimentos concertados de prevenção e combate à delinquência e à

insegurança, constituem pressupostos de resposta eficaz no combate à criminalidade, em

determinadas regiões do TN e/ou relativamente a fenómenos criminais específicos com impacto

local, regional, transregional e em muitos casos transnacional (itinerante).

Traduzindo a vontade expressa pelas FSS, a conceção e a implementação de equipas mistas de

prevenção da criminalidade constituem uma mais-valia na definição de estratégias e procedimentos

preventivos e assumem-se como palco privilegiado do reforço de sinergias entre FSS, a DGRSP e o

MP.

Neste enquadramento foi decidido:

 Ser dada continuidade à atividade da equipa mista de prevenção criminal para a região do

Algarve, alterando-se a sua designação para equipa mista de prevenção da criminalidade

para o distrito de Faro

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 127

Página 128

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 104

 No sentido da harmonização e de transversalidade, formalizar, a partir dos grupos técnicos

para a prevenção da criminalidade do distrito de Setúbal e no eixo Amadora/Sintra, a

constituição das equipas mistas para os distritos de Lisboa e Setúbal

 Constituir a equipa mista de prevenção da criminalidade para o distrito do Porto

As equipas mistas de prevenção da criminalidade integram os responsáveis máximos distritais da

GNR, PSP, PJ, SEF, SIS e PM e contam com a participação de representantes da DGRSP e do gabinete

do SGSSI. Podem participar nos trabalhos representante distrital do MP e podem ser convidados a

participar nos trabalhos das equipas mistas de prevenção da criminalidade representantes de

outras entidades que se considerem manifestamente relevantes.

A coordenação dos trabalhos é assumida de forma trimestral, pela FSS que integram as equipas

mistas de prevenção da criminalidade149.

Decorrentes da ação da equipa mista de prevenção criminal da região do Algarve foram

desenvolvidas 511 ações/operações conjuntas durante o ano de 2016. Destas:

 295 ações/operações conjuntas envolvem pelo menos duas ou mais FSS e materializaram

integralmente o espírito e conceito de “Operação Não Pura”150.

 216 ações/operações conjuntas com outras Entidades (AT, ASAE, IMT, ACT, Segurança

Social, Associação de Turismo do Algarve, Corpo Nacional de Polícia de Espanha, Policía

Aduanas – Agencia Tributária de Espanha).

Se considerarmos apenas as ações/operações conjuntas que abarcam pelo menos duas ou mais FSS,

foram realizadas mais 267 ações/operações conjuntas que no ano de 2015.

OUTRAS AÇÕES DE PREVENÇÃO

OPERAÇÕES DE PREVENÇÃO DE BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS 151

As operações de prevenção de branqueamento de capitais levadas a cabo na sequência de

informação veiculada pelas entidades financeiras e não financeiras, a que se referem os artigos 3º e

4º da Lei n.º 25/2008, de 5 de junho, destinam-se à prevenção e investigação dos crimes de

149 Na sequência das reuniões mensais, previamente definidas e com agenda estabelecida, são sempre redigidas atas, cuja elaboração, difusão e arquivo é da responsabilidade da força ou do serviço de segurança que trimestralmente as coordena e organiza. 150 No intuito de evitar diferentes interpretações sobre ao conceito de ações/operações conjuntas, foram definidos em sede de equipa mista de prevenção criminal da região do Algarve os seguintes pressupostos:

 Designam-se por “Operações Puras” as que são planeadas e desenvolvidas por duas ou mais forças e serviços de segurança constituintes da equipa mista de prevenção criminal da região do Algarve e no âmbito da prevenção de crimes violentos e graves de prevenção prioritária;

 As “Operações Não Puras”são as que englobam duas ou mais forças e serviços de segurança constituintes da equipa mista de prevenção criminal da região do Algarve, mas que não se destinam aos fins exclusivos desta.

151 Dados PGR

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 128

Página 129

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 105

branqueamento de vantagens de proveniência ilícita, financiamento do terrorismo e dos crimes

tributários

Foram iniciados 5.172 procedimentos de prevenção de branqueamento de capitais. Foram

efetuadas 179 comunicações ao abrigo do artigo 17.º da citada Lei, tendo sido judicialmente

confirmadas 45 situações de suspensão de operações bancárias envolvendo os montantes totais de

23.924.235 euros e 4.147.470 dólares americanos.

OPERAÇÕES ESPECIAIS DE PREVENÇÃO CRIMINAL – LEI DAS ARMAS152

O objetivo destas operações é efetuar o controlo, deteção e fiscalização da regularidade da situação

de armas, seus componentes ou munições, ou substâncias ou produtos a que se refere a Lei 5/2006,

de 23 de fevereiro, reduzindo o risco de prática de ilícitos. Foram realizadas 323 operações,

empenhados 7.209 elementos, detidas 397 pessoas e apreendidas 108 armas de fogo, 103 armas

brancas e 221 de outro tipo.

OUTRAS OPERAÇÕES DE PARTICULAR RELEVÂNCIA NA PREVENÇÃO E COMBATE À CRIMINALIDADE153

Tratam-se de operações que visaram questões específicas no campo da prevenção com o intuito de

aumentar a segurança e manter a ordem e tranquilidade públicas. Neste contexto foram

desencadeadas 17.846 operações, nas quais se empenharam 18.957 elementos154. Foram efetuadas

4.674 detenções.

152 Dados GNR e PSP 153 Dados GNR, PSP e PM 154 Dados GNR e PM

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 129

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 106

AÇÕES E OPERAÇÕES NO ÂMBITO DO CONTROLO DE FRONTEIRAS E DA FISCALIZAÇÃO DA PERMANÊNCIA DE CIDADÃOS ESTRANGEIROS

155

CONTROLO DE FRONTEIRAS

Nas fronteiras aéreas156 verificou-se

acréscimo do número de voos controlados

(11,9%), tendência verificada em termos de

movimentos de entradas (11,6%) e de

saídas (10,3%). O total de 13.371.180

passageiros controlados significou um

acréscimo face ao ano anterior (11,0%).

Nas fronteiras marítimas foram controladas

50.489 embarcações verificando-se

decréscimo face ao ano transato (0,6%). As

embarcações de recreio (25.336) assumem

a tipologia mais controlada seguida dos

navios comerciais (22.765) e dos cruzeiros

(1.902).

Verificou-se decréscimo do número de

pessoas controladas nas fronteiras

marítimas totalizando 2.045.997 (-4,3%),

repartido por 1.321.265 passageiros (-4,9%)

e 724.732 tripulantes (-3,0%).

155 Dados SEF 156 Estimativas não incluindo aeródromos.

Fronteiras aéreas 2016 Voos Passageiros Voos Passageiros

Chegadas 41.462 6.035.022 47.378 6.733.955

Partidas 41.529 6.015.886 45.523 6.637.225

TOTAL 82.991 12.050.908 92.901 13.371.180

Ano 2015 Ano 2016

Controlo de fronteiras aéreas (voos e passageiros

Tipo de Embarcações Ano 2015 Ano 2016

Comerciais 22.669 22.765

Cruzeiro 1.968 1.902

Recreio 25.631 25.336

Pesca 260 244

Outros 273 242

TOTAL 50.801 50.489

Embarcações Controladas

Pessoas Controladas Ano 2015 Ano 2016

Passageiros 41.447 42.566

Tripulantes 13.190 13.318

Passageiros 39.502 42.154

Tripulantes 14.116 13.652

Passageiros 1.309.109 1.236.545

Tripulantes 720.114 697.762

2.137.478 2.045.997

Passageiros 1.390.058 1.321.265

Tripulantes 747.420 724.732

Total

Pessoas Controladas em Fronteiras Marítimas

Escalas

Desembarques

Embarque

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 130

Página 131

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 107

Em termos de resultados da atividade do

controlo de fronteiras evidencia-se um

ligeiro acréscimo do número de vistos

concedidos em postos de fronteira.

As recusas de entrada em Portugal157

ascenderam a 1.655 (+28,9% face a 2015),

sendo que a quase totalidade dos casos

ocorreu em postos de fronteira aérea

(99,8%).

Assistiu-se a uma variação acentuada da

pressão do fenómeno migratório em termos

de imigração ilegal, potencialmente

justificada pela inversão das tendências

económicas de alguns dos países

tradicionais de imigração (ex: Brasil e

Angola).

Os principais fundamentos da recusa de

entrada em Portugal foram a ausência de

motivos que justificassem a entrada (664), a

ausência de visto adequado ou visto

caducado (564) e a indicação como

inadmissíveis no espaço Schengen (134).

157Motivos: Cod. 03 – Ausência Doc. Viagem ou Doc. Caducado; Cod. 04 – Doc. Falso ou falsificado; Cod. 05 – Utiliz. Doc. Alheio; Cod. 06 – Ausência visto ou visto caducado; Cod. 07 – Visto falso ou falsificado; Cod. 08 – Ausência motivos que justifiquem entrada; Cod. 09 – Ausência de meios de subsistência; Cod. 10 – Indicações para efeitos de Não-Admissão no espaço Schengen; Cod. 11 – Estrangeiros menores desacompanhados; Cod. 15 – Cumprimento de Medida Cautelar; Cod. 16 – Outros.

Tipos de Vistos Ano 2015 Ano 2016

Total 11.633 11.634

PF Aéreos 5.822 5.915

PF Marítimos 5.811 5.719

Total 259 278

PF Aéreos 257 274

PF Marítimos 2 4

Total 11.892 11.912

PF Aéreos 6.079 6.189

PF Marítimos 5.813 5.723

TOTAL

Vistos Concedidos em Postos de Fronteira

Vistos Especiais

Vistos de Curta Duração

Motivos de Recusas de Entrada Ano 2015 Ano 2016

Total 50 45

PF Aéreos 50 45

PF Marítimos 0 0

Total 112 90

PF Aéreos 112 90

PF Marítimos 0 0

Total 82 42

PF Aéreos 82 42

PF Marítimos 0 0

Total 328 564

PF Aéreos 322 564

PF Marítimos 6 0

Total 13 29

PF Aéreos 13 29

PF Marítimos 0 0

Total 532 664

PF Aéreos 531 664

PF Marítimos 1 0

Total 6 19

PF Aéreos 6 19

PF Marítimos 0 0

Total 118 134

PF Aéreos 118 132

PF Marítimos 0 2

Total 29 48

PF Aéreos 29 48

PF Marítimos 0 0

Total 1 5

PF Aéreos 1 5

PF Marítimos 0 0

Total 13 15

PF Aéreos 11 14

PF Marítimos 2 1

Total 1.284 1.655

PF Aéreos 1.275 1.652

PF Marítimos 9 3

Ausência Documento de

Viagem ou Doc. Caducado (Cod.

03)

Doc. Falso ou falsificado (Cod.

04)

Motivos de Recusas de Entrada

Utilização de Doc. Alheio (Cod.

05)

Ausência visto ou visto

caducado (Cod. 06)

Visto falso ou falsificado (Cod.

07)

Ausência motivos que

justifiquem entrada (Cod. 08)

Ausência de meios de

subsistência (Cod. 09)

Indicação para efeitos de Não-

Admissão no espaço Schengen

(Cod. 10)

Estrangeiros menores

desacompanhados (Cod. 11)

Cumprimento de Medida

Cautelar (Cod. 15)

Outros (Cod. 16)

TOTAL

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 131

Página 132

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 108

Nos postos de fronteira marítimos a atividade de controlo de fronteira, determinou 29 evacuações,

a deteção de 7 clandestinos a bordo de embarcações/navios e 1 ausência de bordo não

justificada/paradeiro desconhecido.

Registou-se a detenção/arresto de 5 navios (ameaça à segurança das pessoas, navio ou meio

marinho).

Estiveram diretamente afetos à atividade de controlo de fronteira 350 inspetores.

CONTROLO DA PERMANÊNCIA

No âmbito da atividade de controlo da

permanência, foram empreendidas 7.553

ações de inspeção e fiscalização, (6.242 de

forma autónoma e 1.311 em colaboração

com outras FSS).

A quebra de cerca de 14,1% do número de

ações de inspeção e fiscalização teve como

contraponto o acréscimo substancial (14%)

dos cidadãos detectados em situação

irregular. Tal significa inversão dos fluxos

migratórios, maior concentração de

efectivos em acções direccionadas e

potenciadas pela análise de informação de

nível táctico e a preparação de equipas

capacitadas em matéria de asilo na

decorrência da resposta solidária no quadro

da UE, em particular no âmbito das agências

Frontex e EASO.

Controlo da Permanência Ano 2015 Ano 2016

Total 8.797 7.553

Autónomas 7.431 6.242

Conjuntas 1.366 1.311

Total 310 500

Autónomas 297 496

Conjuntas 13 4

Total 129 91

Autónomas 112 85

Conjuntas 17 6

Total 296 238

Autónomas 268 200

Conjuntas 28 38

Total 1.323 891

Autónomas 1.252 822

Conjuntas 71 69

Total 869 957

Autónomas 803 779

Conjuntas 66 178

Total 192 98

Autónomas 105 65

Conjuntas 87 33

Total 113 73

Autónomas 73 37

Conjuntas 40 36

Total 890 732

Autónomas 164 81

Conjuntas 726 651

Total 2.954 2.453

Autónomas 2.945 2.452

Conjuntas 9 1

Total 1.721 1.520

Autónomas 1.412 1.225

Conjuntas 309 295

Estabelecimentos Hoteleiros

Estaleiros

Atividade Agrícola

Terminais de Transportes

N.º Ações de inspeção e

fiscalização

Ações de Inspeção e Fiscalização

Estabelecimentos de

restauração

Via Pública

Controlos Móveis

Diligências solicitadas pela Área

Documental

Outras

Estabelecimentos de diversão

noturna

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 132

Página 133

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 109

A atuação inspetiva incidiu em vários ramos

de atividade económica158 tendo por

referência o conhecimento de situações de

prática criminal envolvendo estrangeiros. Foi

privilegiada a deteção de situações de

trabalho ilegal e a análise cuidada a pedidos

de concessão de títulos de residência com

indícios de utilização de meios de prova

fraudulentos159. Promoveu-se a prevenção e

o combate de ilícitos criminais relativos a

falsificação de documentos, casamentos de

conveniência e auxílio à imigração ilegal.

Foram identificados 99.253 cidadãos, 2.718

dos quais nacionais de países terceiros em

situação irregular. Menção para 9.640

respostas através do regime de cooperação

policial INFOCEST.

Quanto a situações de permanência irregular, foram detidas 157 pessoas160.

No âmbito do controlo do alojamento de estrangeiros em unidades hoteleiras, foram registados no

SIBA161 9.930.245 boletins, aumento face aos anos de 2015 (8.204.127), 2014 (6.960.250) e 2013

(6.171.257).

Quanto a medidas cautelares/pessoas162, verifica-se um aumento em relação ao ano anterior

(1,5%), evidenciando-se os pedidos de paradeiro (+23,7%) e as interdições de saída (+7,8%).

158 Estabelecimentos de hotelaria e restauração, setor agrícola, setor da construção civil 159 Relações laborais, casamentos, permanência em TN, provas de conhecimento de língua portuguesa 160 o valor ascende a 747 englobando as 590 detenções determinadas no âmbito da resposta a pedidos de informação de outras forças e serviços de segurança – INFOCEST 161 Sistema de Informação de Boletins de Alojamento

Controlo da Permanência Ano 2015 Ano 2016

Identificados 140.222 99.253

Em situação ilegal 2.411 2.749

Identificados 835 2.403

Em situação ilegal 35 19

Identificados 1.710 1.637

Em situação ilegal 32 142

Identificados 3.157 2.860

Em situação ilegal 482 228

Identificados 55.231 36.567

Em situação ilegal 118 119

Identificados 3.672 4.316

Em situação ilegal 281 430

Identificados 2.444 1.509

Em situação ilegal 153 88

Identificados 1.467 488

Em situação ilegal 71 167

Identificados 55.119 31.614

Em situação ilegal 158 105

Identificados 3.957 4.942

Em situação ilegal 475 663

Identificados 12.630 12.917

Em situação ilegal 606 788

Via Pública

Controlos Móveis

Diligências solicitadas pela Área

Documental

Outras

Estabelecimentos de restauração

Estabelecimentos de diversão

noturna

Cidadãos identificados e em situação ilegal

TOTAL

Estabelecimentos Hoteleiros

Estaleiros

Atividade Agrícola

Terminais de Transportes

Medidas cautelares Ano 2015 Ano 2016

Pedidos Paradeiro 797 986

Mandados Captura 288 280

Interdição de Entrada 34 31

Interdição de Saída 128 138

Não Admissível 52 47

Outras 309 149

TOTAL 1.607 1.631

Medidas Cautelares detetadas

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 133

Página 134

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 110

A deteção das medidas cautelares teve maior expressão no controlo de fronteira, na emissão de

passaportes e na fiscalização da permanência de cidadãos estrangeiros em TN.

Releva a deteção de medidas cautelares nos cinco CCPA, indicador da relevância destas unidades de

cooperação policial.

Totaliza 313 elementos (322 em 2015, 281 em 2014 e 278 em 2013), o efetivo empenhado na

atividade de controlo de permanência e de polícia administrativa.

FRAUDE DOCUMENTAL

O combate à fraude documental tem sido promovido através do reforço da segurança da

documentação de identidade, através da introdução de elementos de segurança biométricos, da

qualificação dos profissionais e da incidência de ações de investigação e fiscalização.

Foram detetados 590 documentos de identidade,

viagem e residência fraudulentos (-11,3%).

Por tipo de fraude, destaca-se a utilização de

documento alheio (167), o que corresponde a

uma reação ao reforço generalizado da segurança

física e lógica dos documentos e à alteração do

paradigma tradicional da fraude.

162

Agrupamento de Medidas Cautelares: Pedidos de Paradeiro (Paradeiro Autoridade Policial; Paradeiro Autoridade Judicial; Paradeiro para Expulsão; Paradeiro para Notificação; Paradeiro em Processo de Asilo); Mandados de Captura; Interdição de Entrada; Interdição de Saída; Não Admissível (em território nacional); Outros.

MC 2016Pedidos

Paradeiro

Interdição

de Entrada

Interdição

de Saída

Mandados

Captura

Não

AdmissívelOutras Total

PF Aérea 157 14 65 173 13 355 777

PF Marítima 2 2 2 3 9

CCPA 43 8 3 12 14 68 148

DRs 52 8 16 31 16 192 315

Investigação Criminal 1 2 3

Outros 80 1 52 61 4 181 379

TOTAL 334 31 138 280 47 801 1.631

Medidas Cautelares Detetadas por Tipo de Atividade

Tipo de Fraude Ano 2015 Ano 2016

Documentos de identificação detetados 665 590

Utilização de documento alheio 275 167

Emissão indevida/fraudulenta 26 19

Documentos contrafeitos 87 83

Documentos fantasistas 0 0

Alteração de dados 31 32

Substituição de página (s) 88 82

Furtados em branco 28 39

Substituição de fotografia 52 31

Vistos falsos ou falsificados 49 75

Carimbos falsos ou falsificados 29 62

Tipo de Fraude Documental

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 134

Página 135

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 111

Os documentos mais utilizados para a fraude são

de origem europeia (317) e africana (218).

A caracterização do portador de documentos

fraudulentos constitui um elemento de grande

relevância para a prevenção deste tipo de ilícito.

Em termos de nacionalidades, dos 590 indivíduos

com documento fraudulento, evidenciam-se as

nacionalidades: albanesa (54), senegalesa (22) e

guineense (20).

Em termos de fluxos migratórios, com referência à

proveniência (aeroportos de origem), foram

detetados 460 portadores de documentos

fraudulentos, com destaque para as origens

Senegal (156) e Marrocos (56), Angola (24),

Turquia (23) e Gana (17).

Foram elaborados de 222 Relatórios Periciais, com

origem nas entidades referidas no quadro.

Continente Ano 2015 Ano 2016

África 218 218

América 16 11

Ásia 27 44

Europa 403 317

Oceânia 0 0

Desconhecido 1 0

TOTAL 665 590

Fraude Documental: nacionalidade dos documentos

Nacionalidade Portador Ano 2016

Desconhecidos 185

Albânia 54

Senegal 22

Guiné 20

Angola 18

Congo RD 16

Marrocos 14

Iraque 13

Guiné-Bissau 12

Irão 9

Outros 227

TOTAL 590

Fraude Documental: nacionalidade dos

portadores

Proveniência Portador Ano 2016

Senegal 156

Marrocos 56

Angola 24

Turquia 23

Gana 17

Outros 184

TOTAL 460

Fraude Documental: proveniência dos

portadores (aeroportos)

Fontes Internas

Postos de Fronteira 72

DCINV 59

Direções e Delegações Regionais 53

GAR/GJ/UHSA/Oficial Ligação SEF 1

Fontes Externas

Ministério Público 37

Fraude Documental: Relatórios Periciais (Fontes)

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 135

Página 136

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 112

EXERCÍCIOS E SIMULACROS

A GNR realizou e participou 307 exercícios e simulacros, nos domínios security e safety, em

cooperação com diversas entidades nacionais e estrangeiras, tendo empenhado 1.327 militares.

A PSP organizou e colaborou com diversas entidades, nacionais e estrangeiras, na realização de 320

exercícios/simulacros em diversas áreas de atuação nos domínios do security e do safety.

A PJ participou em 11 exercícios/simulacros nos quais envolveu várias dezenas de funcionários, no

quadro das operações conjuntas que envolveram outras FSS e a proteção civil.

O SEF participou no exercício PF 001/Aeroporto de Lisboa – Exercício de Emergência – ALS 2016 e

no exercício PF 201/Porto de Lisboa – Exercício de Proteção do Porto de Lisboa – Zodíaco 2016.

A PM participou em 84 exercícios/simulacros nos domínios do security e do safety, nomeadamente

no âmbito de salvamento marítimo, combate à poluição, mergulho, treino próprio e ainda ao abrigo

do código International Ship and Port Facility Security, tendo envolvido 568 elementos.

A ANPC no quadro do teste de vários planos de emergência e de resposta a vários cenários, realizou

36 exercícios do tipo CPX ou LIVEX, de âmbito municipal e distrital, dos quais, 28 do tipo LIVEX e 8

do tipo CPX, envolvendo um total de 2.968 operacionais.

PROTEÇÃO DA NATUREZA E AMBIENTE

As FS163 realizaram 199.692 ações de fiscalização, de que resultaram o levantamento de 18.928

autos de contraordenação e a deteção de 2.150 crimes. Foram aplicadas coimas no montante de

€37.574.221,26 e efetuadas 141 detenções.

LINHA SOS-AMBIENTE164

A linha SOS-Ambiente e Território, estando

protocolada entre os Ministérios da Administração

Interna e do Ambiente, funciona na GNR e registou

um total de 6.841 denúncias que resultaram no

levantamento de 2.544 autos de contraordenação e

90 participações criminais. Foram fornecidas 3.202

respostas aos denunciantes (civis e entidades

administrativas), sobre o resultado das denúncias

efetuadas.

163 Dados GNR, PSP e PM 164 Dados GNR

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 136

Página 137

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 113

ANIMAIS DE COMPANHIA

Foram efectuadas 563 fiscalizações165 a proprietários de cães de raças potencialmente perigosas,

tendo sido elaborados 1.112 autos166. Na fiscalização das raças de cães não potencialmente

perigosas foram efetuadas 16.622 fiscalizações167, de que resultou a elaboração de 12.012 autos de

contraordenação168.

Com a criminalização dos maus tratos e abandono de animais169, assistiu-se a um aumento

significativo da preocupação da sociedade por esta temática tendo sido participados170 1.046 crimes

por maus tratos a animais de companhia e 577 crimes por abandono de animais de companhia.

OPERAÇÕES REALIZADAS171

Em obediência ao plano anual, realizaram-se diversas operações de fiscalização na área ambiental,

isoladamente ou no quadro de cooperação com outras entidades nacionais e organismos

internacionais, através dos canais INTERPOL, EUROPOL e rede IMPEL172.

Com vista ao aumento da resposta e capacidades operacionais e qualificação dos recursos

humanos, destacam as seguintes atividades:

 Operações de fiscalização ao meixão, à caça, aos resíduos, à CITES (Convention on International Trade in Endangered Species), a animais potencialmente perigosos e ao

nemátodo do pinheiro;

 Ações de supervisão técnica e de formação, com especial enfoque para as boas práticas de fiscalização de resíduos, nemátodo do pinheiro e poluição de recursos hídricos;

 Controlo do nemátodo da madeira, decorrente dos compromissos assumidos pelo Governo de Portugal e objeto de monitorização pela Comissão Europeia – Direção Geral da

Alimentação e Veterinária (DGAV), para avaliar a aplicação da Decisão 2006/133/CE da

Comissão, através de auditorias anuais, e tendo como fundamento as medidas

extraordinárias de proteção fitossanitária previstas na nova legislação que entrou em vigor

no ano de 2011. Procedeu-se a um esforço de fiscalização e controlo da circulação de

madeiras, efetuando-se 3.153 operações e fiscalizando-se 24.535 viaturas de transporte

(madeira e/ou paletes), tendo sido reportadas 424 infrações;

 Sensibilização da população para a temática da proteção contra os atentados ambientais e prevenção de incêndios florestais. Realizaram-se 2.000 ações de sensibilização ambiental

165 Dados GNR 166 Dados GNR e PSP 167 Dados GNR 168 Dados GNR e PSP 169 Lei n.º 69/2014 de 29 de agosto 170 Dados DGPJ 171 Dados GNR 172 Rede europeia para a implementação e aplicação de legislação ambiental

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 137

Página 138

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 114

direcionadas para a população estudantil e para a sociedade em geral que contaram com

44.023 presenças.

No âmbito da Convenção CITES173, realizaram-se em todo o TN ações de fiscalização para prevenir,

detetar e reprimir situações de tráfico, exploração, comercialização e detenção em infração à

legislação em vigor. Nas 319 ações/fiscalizações174 desenvolvidas foram empenhados 502

elementos175. Foram detetados 33 crimes176 e elaborados 115 autos de contraordenação177,

procedendo-se a 12 detenções178 e 334 apreensões179.

Em matéria contraordenacional resultaram 2.095 autos de notícia por contraordenação180 e o

pagamento de €167.644,00 relativos a coimas181.

POLUIÇÃO NO MAR182

No âmbito da poluição do mar por hidrocarbonetos, foram registados pelo sistema “CleanSeaNet”,

da Agência Europeia da Segurança Marítima (EMSA), 111 potenciais manchas de poluição nos

espaços marítimos sob jurisdição ou soberania nacional, das quais 3 foram verificadas pelos órgãos

da AMN. Os registos reportados indiciaram que cerca de 88 % das presumíveis manchas de poluição

apresentavam dimensão estimada inferior a 20 km2.

Foram registados 17 incidentes de poluição. Dos incidentes reportados resultaram 6 ações

conjuntas de combate à poluição

No âmbito da poluição do mar por hidrocarbonetos foram efetuadas 717 ações de fiscalização,

tendo como consequência o registo de 26 processos de contraordenação. No âmbito das ações de

fiscalização e policiamento foram efetuadas 20.572 fiscalizações de segurança a cargas perigosas a

bordo de navios, nomeadamente combustíveis, explosivos, produtos químicos, entre outras.

No âmbito da proteção do meio ambiente e dos recursos marinhos foram realizadas 17 ações de

fiscalização em colaboração com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF),

Agência Portuguesa do Ambiente, com entidades para a Reabilitação de Animais Marinhos e com a

Agência Portuguesa do Ambiente, em parques naturais e áreas protegidas sitas em espaços de

jurisdição marítima. Em 46 situações foi prestada colaboração na recolha de arrojos na orla

costeira.

173 Convenção sobre o comércio internacional das espécies de flora e fauna selvagens ameaçadas de extinção. https://www.cites.org/eng/disc/what.php 174 Dados GNR 175 Dados GNR 176 Dados GNR 177 Dados GNR e PSP 178 Dados GNR 179 Dados GNR e PSP 180 Dados GNR 181 Dados GNR 182 Dados AMN

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 138

Página 139

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 115

Prevenção e combate a Incêndios Florestais

COMBATE AOS INCÊNDIOS FLORESTAIS 183

Os incêndios florestais constituem um dos principais domínios que obrigam permanente

envolvimento da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) e de todos os demais agentes que

concorrem para o seu combate. À semelhança de anos anteriores a ANPC efetuou uma cuidada

preparação e aprontamento do dispositivo especial de combate a incêndios florestais, em estreita

coordenação e articulação com os agentes de proteção civil e todas as entidades que concorrem

para a defesa da floresta contra incêndios. Manteve-se a realização de ações de treino operacional

e aprontamento, especialmente dirigidas aos Corpos de Bombeiros num total de 306 ações que

envolveram 7.103 operacionais treinados em áreas identificadas como prioritárias como a

implementação do sistema de gestão de operações, as técnicas de combate com ferramentas

manuais e mecânicas, as técnicas de combate com recurso a máquinas de rasto, as operações de

comando e controlo de unidades de reforço e o controlo de operações aéreas.

O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) expresso na Diretiva Operacional

Nacional (DON) N.º 2/2015, integrou durante a fase mais crítica de 2016 [período Julho a

Setembro], um total de 9.708 operacionais, 2.043 veículos e 47 meios aéreos. Contou igualmente

com operacionais do Grupo de Intervenção e Socorro (GIPS) da GNR, com intervenção em 11

distritos, com um total de 594 elementos apoiados por 73 veículos e, pela Força Especial de

Bombeiros (FEB), que integrou um efectivo de 267 operacionais apoiados por 51 veículos,

distribuídos por 7 distritos. Do dispositivo de combate a incêndios florestais, fizeram parte ainda

1.460 elementos do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), com 228 equipas de

sapadores florestais; 243 operacionais da AFOCELCA, 948 elementos do SEPNA-GNR e 338

elementos da PSP responsáveis pela deteção e vigilância.

Embora os meios aéreos não sejam responsáveis pela extinção dos incêndios florestais já que os

mesmos se combatem no terreno através da acção dos recursos terrestres, a sua utilização é

essencial para o domínio de incêndios nascentes e para a diminuição da intensidade das frentes de

fogo, possibilitando uma intervenção mais rápida e segura dos recursos terrestres. No combate

aéreo, foram realizadas 6.229 missões, valor superior ao verificado no ano anterior, fruto da

dimensão de incêndios.

183 Fonte: ANPC

Ano 2015 Ano 2016

Horas voadas 5.233 6.809

Número de Missões 5.456 6.229

Número de Aeronaves 49 47

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 139

Página 140

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 116

ÁREA ARDIDA E NÚMERO DE OCORRÊNCIAS184

Registaram-se 13.333 ocorrências, que contribuíram para 154.944 ha de área ardida. Esses valores

têm valor próximo do verificado em 2013 e acréscimo face aos valores de 2015 e dos valores

médios do decénio. Para este resultado contribuiu o elevado número de ocorrências verificado no

período de 10 dias, compreendido entre os dias 06 e 15 de Agosto, com o registo médio de 320

incêndios/dia, que originaram 68% do total de área ardida [mais de 105.000 ha]. Não houve registo

de vítimas mortais entre operacionais envolvidos no combate ou população.

*Valores Provisórios – 01 de Janeiro a 31 Dezembro, Fonte: ICNF I.P.

EMPENHAMENTO E RESULTADOS OPERACIONAIS

Na atividade de prevenção e combate a este tipo de

fenómeno, realizaram 39.647185 ações de

patrulhamento, tendo sido detidos 116186 indivíduos e

registadas 2.964187 contraordenações. Foram, ainda,

constituídos como arguidos 174 indivíduos.188

No combate aos incêndios florestais as FS e de proteção

e socorro, inseridas no DECIF189 utilizaram os meios

aéreos disponibilizados190, tendo sido obtidos os

resultados constantes do quadro.

A AMN efetuou a interdição de área e garantiu a segurança da navegação a 50 operações de

“Scooping ” (42 no Rio Douro e as restantes nos outros estuários dos rios) efetuadas pelas

aeronaves anfíbias de combate aos incêndios florestais CANADAIR e FIREBOSS, em espaços de

jurisdição marítima.

184 Dados relativos ao continente 185 Dados GNR e PSP 186 Dados GNR, PSP, PJ 187 Dados GNR e PSP 188 Dados PJ 189 Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais 190 Dados GNR e ANPC

Incêndios Florestais

Ano 2015 Ano 2016* Dif Var % Média (10 anos)

Numero ocorrências 16.301 13.333 -2.968 -18,2 % 19.302

Área Total Ardida (ha) 63.937 154.944 91.007 142,3 % 105.994

Incultos ardidos (Matos) (ha) 40.655 (64 %) 78.084 (50,4 %) 37.429 92,1 % 27.758

Povoamentos ardidos (ha) 23.282 (36 %) 76.860 (49,6 %) 53.578 230,1 % 48.975

Objectivo do PNDFCI para período 2013 – 2018 [0,8 % da área ocupada por povoamentos florestais] <25.238 ha

Incêndios Dominado (90’) 2.623

Incêndio Ativo (90’) 107

Sem Intervenção 645

Falso Alarme 295

Missão Abortada 578

Acionado em Apoio 123

Acionado em Ataque Ampliado 911

TOTAL 5.282

Resultado do Empenhamento de meios aéreos

Helicóptero

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 140

Página 141

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 117

CRIMINALIDADE REGISTADA

EVOLUÇÃO DO CRIME DE INCÊNDIO/FOGO POSTO EM FLORESTA, MATA, ARVOREDO OU SEARA

Observa-se uma descida do crime de incêndio/fogo posto em floresta, mato, arvoredo ou seara face

ao ano anterior (-12,1%).

EVOLUÇÃO DO CRIME DE INCÊNDIO/FOGO POSTO EM FLORESTA,

MATA, ARVOREDO OU SEARA POR DISTRITO E R.A.

Os distritos de Coimbra, Braga, Porto e a R.

A. dos Açores apresentam subida

relativamente ao número de participações

registadas em 2015.

Porto, V. Real, Braga e Santarém mantêm-

se como os locais onde se observa uma

maior incidência de registos, os quais, no

seu conjunto, representam mais de metade

das participações.

6.1586.687

5.933

9.544

6.7656.366

9.333

9.296

4.843

9.988

8.779

8,6 %

-11,3 %

60,9 %

-29,1 %-5,9 %

46,6 %

-0,4 %

-47,9 %

106,2 %

-12,1 %

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

120

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Distrito Ano 2015 Ano 2016 Distrito Ano 2015 Ano 2016

Aveiro 553 480 Portalegre 163 144

Beja 291 211 Porto 1.540 2.052

Braga 953 1.265 Santarém 834 608

Bragança 562 287 Setúbal 662 543

Castelo Branco 470 343 Viana do Castelo 681 396

Coimbra 237 246 Vila Real 1.179 904

Évora 90 72 Viseu 333 176

Faro 282 206 Madeira 87 62

Guarda 385 281 Açores 6 15

Leiria 156 103 Não especificado 2 2

Lisboa 522 383 Total 9.988 8.779

Incêndio fogo posto floresta, mata, arvoredo ou seara

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 141

Página 142

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 118

Segurança Rodoviária

ESTRATÉGIA NACIONAL DE SEGURANÇA RODOVIÁRIA191

Foi desenvolvido a nível nacional um documento estruturante, denominado Plano Estratégico

Nacional de Segurança Rodoviária 2017-2020 “PENSE 2020”, precedido da Estratégia Nacional de

Segurança Rodoviária 2008-2015. Estes instrumentos estratégicos surgiram para fazer face à

elevada sinistralidade rodoviária registada em Portugal, quer ao nível do número de vítimas

mortais, quer ao nível do número de feridos graves. O ano de 2016 registou um menor número de

vítimas mortais, mesmo após contabilizados as pessoas falecidas nos 30 dias e ainda não fechados.

No desenvolvimento do “PENSE 2020” revelou-se como denominador estruturante a melhoria da

segurança dos condutores dos veículos ligeiros e pesados (seja em deslocação de lazer, seja em

situação laboral), a proteção dos utentes mais vulneráveis (nomeadamente peões, ciclistas e

condutores de veículos de duas rodas a motor), o aumento de segurança dentro das localidades, a

redução dos principais comportamentos de risco (designadamente os relacionados com o excesso

de velocidade, a condução sob o efeito do álcool e de substâncias psicotrópicas, e a não utilização

de dispositivos de segurança e ainda o uso dos meios de comunicação móvel), e a melhoria do

socorro e tratamento das vítimas.

SINISTRALIDADE RODOVIÁRIA 192

A contabilização de vítimas de acidentes de viação que faleceram nos 30 dias após o sinistro, resulta

de metodologia adotada internacionalmente e está conforme o Despacho n.º 27808/2009, de 31 de

Dezembro, em que o número de "Mortos a 30 dias" assume um carácter definitivo no prazo de seis

meses após a ocorrência do acidente. Tais dados não são apresentados neste relatório, em virtude

de a sua divulgação ser feita apenas seis meses depois de se ter verificado o acidente.

Importa salientar que os seis meses necessários para o apuramento dos dados se devem ao tempo

que medeia entre o momento do acidente e a conclusão do processo de análise, que resulta do

facto de ter que se aguardar o decurso dos 30 dias iniciais após entrada da vítima no hospital e o

período do falecimento. O procedimento passa pelos hospitais comunicarem ao MP e este após

apreciação, transmite a informação às FS que fazem o cruzamento de dados com os boletins

estatísticos de acidente de viação (BEAV’s) e a ANSR. Esta fica em condições de proceder à alteração

dos respetivos valores a feridos graves hospitalizados que passaram a vítimas mortais.

191 Fonte: ANSR 192 Fonte: ANSR

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 142

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 119

No quadro seguinte apresenta-se o número total de acidentes de viação193 com e sem vítimas, e de

vítimas registado durante os anos de 2015 e 2016, considerando o Continente e as Regiões

Autónomas, respetivamente:

Analisados os dados do Continente e das Regiões Autónomas de forma agregada, verifica-se um

aumento do número de acidentes rodoviários, no caso 4.853, correspondente a um acréscimo de

3,8% face a 2015.

Nas Regiões Autónomas, em relação ao ano de 2015, constatou-se aumento do número de

acidentes, em 386 (+6,9%), sendo que, no que respeita a vítimas mortais verificou-se aumento de

mais 2 (+25,0%);quanto a feridos graves diminuíram em 3 (-1,5%), tendo os feridos leves

aumentado em 96 (+6,3%).

No somatório dos dados do continente e ilhas, quer as vítimas mortais, quer os feridos graves,

diminuíram em 25 (-5,2%) e 215 (-8,8%), respetivamente, face ao ano de 2015.

Quanto ao número de acidentes, Lisboa é o distrito que apresenta o maior número absoluto de

acidentes com o registo de 26.869. Face ao ano de 2015, verificou-se o aumento do número de

acidentes em 1.212, correspondente a +5%. O distrito do Porto apresenta o segundo maior registo

(23.598), com o aumento de 4,0% face a 2015 (22.723), correspondente a +875 acidentes.

O distrito de Portalegre apresentou o melhor registo face a 2015 tendo conseguido uma diminuição

no número de acidentes rodoviários em 6,0% (-67 acidentes rodoviários), seguido do distrito de Vila

Real em 2,0% (-54 acidentes rodoviários). Os distritos de Faro (+8,0%), Viseu (+6,0%), Castelo

Branco (+5,0%), Évora, Setúbal e Viana do Castelo (+5,0%), Porto, Bragança e Aveiro (+4,0%),

apresentaram os piores resultados nacionais.

193 Acidente na via pública ou que nela tenha origem envolvendo pelo menos um veículo em movimento, do conhecimento das entidades fiscalizadoras (GNR e PSP) e da qual resultem vítimas e/ou danos materiais

Ano 2015 Ano 2016 Ano 2015 Ano 2016 Ano 2015 Ano 2016 Dif Var %

Total de acidentes (3) 122.800 127.267 5.561 5.947 128.361 133.214 4.853 3,8 %

Vítimas mortais no local 473 446 8 10 481 456 -25 -5,2 %

Feridos Graves 2.250 2.038 196 193 2.446 2.231 -215 -8,8 %

Feridos Leves 38.826 38.500 1.524 1.620 40.350 40.120 -230 -0,6 %

Continente (1) Reg. Autónomas (2) Total

Balanço da Sinistralidade 2016/2015

(1) Fonte: BEAV’s (2015, janeiro a junho de 2016) e ANTENAS (julho a dezembro 2016)

(2) Fonte: ANTENAS (2015 e 2016)

(3) Fonte: ANTENAS (acidentes com e sem vítimas)

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 143

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 120

No continente o número de vítimas mortais (no local), verificou o decréscimo de 27 (-5,7%), o

decréscimo de 212 feridos graves (+9,5%) e de 326 feridos ligeiros (-0,9%), cifrando-se em mais 467

(+3,6%) o total de acidentes verificados.

Da análise distrital no continente, constata-se que, em 2016 e comparativamente com o ano de

2015, o número de vítimas mortais (no local) sofreu um agravamento nos distritos de Bragança em

4 (+133,3%), Portalegre em 5 (+50,0 %), Castelo Branco em 4 (+31,0%), Lisboa em 6 (+12,0%) e

Coimbra em 1 (+4,0%). Todos os demais 13 distritos do país registaram descidas consideráveis. A

análise permite também verificar que os dados de sinistralidade relativos a vítimas mortais (no

local) se mantiveram idênticos ao ano de 2015, nomeadamente, nos distritos da Guarda e Vila Real,

com 9 e 8 mortos, respetivamente. Por sua vez, verificou-se uma redução das vítimas mortais (no

local) nos distritos de Beja com -9 (-26,0%), Aveiro -10 (-19,0%), Setúbal -8 (-18,0%), Faro -6 (-

16,0%), Braga -4 (-13,0%), Viseu -3 (-12,0%), Santarém -3 (-11,0%), Viana do Castelo -1 (-10,0%),

Leiria -2 (-6%) e Porto -2 (-4%).

No caso dos feridos graves verificou-se um aumento em 4 distritos, Bragança 9 (+20,0%), Viseu 12

(+12,0%), Leiria 4 (+2,0%) e Guarda 1 (+2,0%). Verificou-se redução do número de feridos graves em

Viana do Castelo -12 (-24,0%), Lisboa -77 (-22,0%) e Santarém -38 (-22,0%), Vila Real -12 (-21,0%),

Braga -38 (-20,0%), Porto -21 (-11,0%), Setúbal -11 (-7,0%) e Portalegre -5 (-7,0%), Faro -9 (-5,0%),

Évora -3 (-4,0%), Aveiro -3 (-3,0%), Beja -2 (-2,0%) e Coimbra -2 (-2%). No que respeita a feridos

leves, verificou-se redução, tendo passado de 38.826 para 38.317, ou seja, uma diminuição de 509

feridos leves (-1,3%).

CONTRAORDENAÇÕES RODOVIÁRIAS 194

Conforme resulta dos quadros e análises seguintes, verificou-se um aumento de 73.161 de autos

registados (+6,2%) face ao ano de 2015, conforme informação do Sistema de Informação de Gestão

de Autos – SIGA195.

194 Dados: ANSR 195 O SIGA é um aplicativo vital e imprescindível para assegurar a gestão do processo contraordenacional rodoviário, que proporciona à ANSR o suporte das atividades de gestão dos processos de contraordenação, (gestão do ciclo de vida da contraordenação) desde o seu registo, garantindo o controlo de cobranças (interface com SIBS e CTT), o controlo e emissão das decisões proferidas pela ANSR e do cumprimento das sanções pecuniárias e das sanções acessórias.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 144

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 121

Relativamente aos autos registados quer na tipologia de autos leves, quer nos autos graves,

verificou-se um aumento em 71.644 (+9,3%) e 8.503 (+2,5%) respetivamente. Quanto aos autos

muito graves, a situação verificada foi inversa, com uma diminuição do número deste tipo de autos

em 6.986, ou seja, uma diminuição de 11,0%.

No que respeita aos autos decididos, verifica-se decréscimo de 19.292 unidades comparativamente

ao ano de 2015. Em termos de tipologia dos autos verificou-se aumento na decisão dos autos leves

em 93.777 (+14,6%), diminuição nos autos graves e muito graves em 95.542 (-49,7%) e 17.527 (-

37,4%).

Constata-se que o número de autos cobrados foi superior em 30.541 unidades comparativamente

ao ano de 2015, com decréscimo do número de autos prescritos, explicado pela melhoria do

desempenho operacional e pela aplicação de novos prazos de decisão e notificação, decorrentes da

alteração da Lei n.º 72/2013, de 3 de setembro, que institui o Código da Estrada vigente e altera o

Decreto-Lei n.º 114/94, de 3 de maio.

Quadro de variações de autos de contraordenação vs registados

Ano 2015 Ano 2016 Dif Var %

Total registados 1.174.928 1.248.089 73.161 6,2 %

Leves 773.092 844.736 71.644 9,3 %

Graves 338.166 346.669 8.503 2,5 %

Muito graves 63.670 56.684 -6.986 -11,0 %

Total decididos 880.694 861.402 -19.292 -2,2 %

Leves 641.651 735.428 93.777 14,6 %

Graves 192.196 96.654 -95.542 -49,7 %

Muito graves 46.847 29.320 -17.527 -37,4 %

Registados 1.174.928 1.248.089 73.161 6,2 %

Decididos 880.694 861.402 -19.292 -2,2 %

Prescritos 225.880 31.845 -194.035 -85,9 %

Cobrados 1.095.772 1.126.313 30.541 2,8 %

Número de autos registados no SIGA – 2016/2015

Distribuição de autos decididos por nível de gravidade – 2016/2015

Distribuição de autos registados, decididos, prescritos e cobrados – 2016/2015

Autos de contraordenação Ano 2015 Ano 2016

Autos Decididos/Autos Registados 75,0% 69,0%

Autos Cobrados/Autos Registados 93,3% 90,2%

Autos Prescritos/Autos Registados 19,2% 2,6%

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 122

INSPEÇÕES ÀS VIAS 196

PONTOS NEGROS 197

A inspeção a pontos negros enquadra-se na atividade de sinalização do trânsito, desenvolvida pelo

Núcleo de Fiscalização do Trânsito da Unidade de Prevenção Rodoviária da ANSR198, com a

finalidade de verificar a conformidade da sinalização com a legislação aplicável e identificar medidas

que possam contribuir para a redução da sinistralidade rodoviária ou para minimizar as suas

consequências.

Neste sentido, realizaram-se 26 inspeções a pontos negros registados no ano de 2015, com

decréscimo de 20 inspeções (-43,5%) face às efetuadas no ano transato. As inspeções realizam-se

sempre no ano seguinte à sua identificação e são efetuadas com as entidades gestoras das vias e

com a colaboração das FS (PSP e GNR).

VISTORIAS

A ANSR participou na realização de 3 vistorias para abertura ao trânsito de novas vias ou novos

troços de via, integrando a equipa do IMT199, designadamente (i) A4-IP4-Parada de Cunhos-

Amarante- Túnel do Marão; (ii) EN 125 - Variante a Faro- ligação EN4; (iii) EN125 - Variante São

Lourenço/Troto.

OUTRAS INSPEÇÕES DE VIAS

Foram realizadas 3 observações de vias – inspeções à sinalização e condições de circulação

rodoviárias, com envio das correspondentes recomendações às entidades gestoras das vias a fim de

serem efetuadas as correções consideradas necessárias e/ou colocarem a sinalização considerada

conveniente.

PARECERES / INSTRUÇÕES TÉCNICAS

Foram realizadas emissão de pareceres e instruções técnicas no âmbito da circulação rodoviária

(151); sinalização do trânsito (155); provas desportivas (1); regulamentos municipais (5) e

procedimentos de fiscalização do trânsito (70).

Foram emitidas 14 credenciais a agentes de fiscalização de empresas públicas municipais e

renovadas 81 credenciais.

196 Fonte: ANSR 197 Ponto negro – Define-se por ponto negro, um "lanço de estrada, com o máximo de 200 metros de extensão, no qual se registaram, pelo menos, cinco acidentes com vítimas, no ano em análise, e cuja soma de indicadores de gravidade é superior a 20”. O IG Indicador de Gravidade: IG = 100xM + 10xFG + 3xFL, em que M é o número de mortos, FG o de feridos graves e FL o de feridos leves 198 Despacho 10 101/2007, de 16 maio e alínea n) do artigo 2º da portaria 340/207, de 30 de março, na redação dada pelo Decreto-Lei nº138/2010 de 25 de novembro. 199 Resolução do Conselho de Ministros nº174-A/2007, de 17 de novembro

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 146

Página 147

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 123

OUTROS ASPETOS 200

APROVAÇÃO DE EQUIPAMENTO DE CONTROLO E FISCALIZAÇÃO DO TRÂNSITO

Foram aprovados 7 modelos de equipamentos de controlo e fiscalização do trânsito: 2

alcoolímetros; 3 cinemómetros; 1 parquímetro e 1 equipamento de rastreio na saliva.

CAMPANHAS DE PREVENÇÃO E SEGURANÇA RODOVIÁRIA

Foram desenvolvidas e promovidas ações de sensibilização pública, através do sítio na internet

(www.ansr.pt), facebook, meios de comunicação social (rádio, imprensa escrita e televisão), envio

direto de material informativo, com o apoio das FS na distribuição nacional nas esquadras e

comandos, e aquando de ações de fiscalização ou no âmbito do programa Escola Segura. Foram

enviadas mensagens de segurança rodoviária através de protocolos estabelecidos com diversas

entidades e no âmbito da Rede de Difusão de Segurança Rodoviária.

Foi desenvolvido pela ANSR um site interativo, denominado “Júnior Seguro” que visa a promoção

de uma cultura de segurança rodoviária, com disponibilização de recursos educativos em formato

digital subordinados a várias temáticas, destinados a crianças, no sentido de adquirirem

competências que proporcionem uma integração segura no meio rodoviário.

Foram realizadas as ações de sensibilização de segurança rodoviária, desenvolvidas quer de forma

direta, quer em parceria, as campanhas, designadamente: Campanha Carnaval – fevereiro;

Campanha Páscoa – março; Campanha Fátima - maio e outubro; Campanha de lançamento da Carta

por Pontos - maio e junho; Campanha Natal e Ano Novo dezembro/janeiro.

No âmbito do vetor estratégico de comunicação, imagem e responsabilidade social, e dos objetivos

estratégicos 2017-2019, designadamente “Desenvolver estratégias de educação e sensibilização

eficazes”, e de “Promover o acesso e a gestão partilhada da informação rodoviária” verificou-se

colaboração com várias entidades ligadas à segurança rodoviária.

BALANÇO DA ATIVIDADE REALIZADA E PROMOÇÃO DA SEGURANÇA RODOVIÁRIA

Em termos de vítimas mortais e de feridos graves, registou-se um número inferior ao de 2015 (-

7,1% e -6,0%, respetivamente). Também o número de feridos leves diminuiu em 1,3%. O número de

vítimas e o número de acidentes rodoviários (com e sem vítimas) sofreu um ligeiro aumento face ao

ano de 2015 (+3,5%).

A redução da sinistralidade verificada nos últimos anos projetada na aplicação do novo plano

estratégico nacional “PENSE 2020”, é resultado de um amplo conjunto de fatores, como melhores

infraestruturas rodoviárias, veículos automóveis mais seguros, um sistema de emergência mais

200 Fonte: ANSR

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 147

Página 148

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 124

eficiente resultando num socorro mais rápido e eficaz, maior consciencialização por parte dos

cidadãos no uso dos equipamentos de segurança como os cintos de segurança, os capacetes de

proteção e os sistemas de retenção de crianças.

A contribuição das ações de prevenção e fiscalização na melhoria da segurança rodoviária nacional,

conjuntamente com a participação ativa e empenhada da sociedade civil, através das organizações,

associações e outras entidades que atuam no domínio da segurança rodoviária, são essenciais ao

desenvolvimento que se pretende atingir.

CRIMINALIDADE RODOVIÁRIA 201

Os dados relativos à criminalidade rodoviária, continuam a registar um elevado número de

participações. De entre as tipologias que a integram, destaque para a incidência na “condução de

veículo com taxa de álcool igual ou superior a 1,2 g/l” e na “condução sem habilitação legal”.

Participações registadas por crime rodoviário

Foram registados um 31.424 crimes rodoviários, o que representa uma diminuição de 3.295

participações, correspondendo a uma variação de -9,5%. Esta descida acompanha a tendência que

se verificava, interrompida apenas pelo acréscimo do ano anterior.

Evolução das participações registadas

201 Dados DGPJ

Homicídio por negligência emacidente de viação

Condução de veículo com taxa deálcool igual superior a 1,2g l

Ofensa à integridade física pornegligência em acidente de viação

Condução sem habilitação legal

Condução perigosa de veículorodoviário

375

22.873

673

10.402

396

350

20.849

505

9.301

419

-6,7 %

-8,8 %

-25,0 %

-10,6 %

5,8 %

Ano 2015 Ano 2016

44.500

45.746

41.272

42.944

38.311

31.998

34.719

31.424

R² = 0,86

Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano 2012 Ano 2013 Ano 2014 Ano 2015 Ano 2016

Crimes rodoviários

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 148

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 125

AÇÕES NO ÂMBITO DA SEGURANÇA RODOVIÁRIA202

As FS realizaram um conjunto de operações de fiscalização rodoviária que tiveram como objetivo a

prevenção de comportamentos de risco e a deteção de infrações. Estas fiscalizações contaram com

um elevado número de efetivos e resultaram nas infrações (crime e contraordenação) seguintes:

Ao nível de operações especiais de trânsito e

segurança rodoviária foram planeadas e

executadas 23 operações de nível nacional

distribuídas ao longo do ano e 6 de âmbito

internacional, da iniciativa da TISPOL

(European Traffic Police Network) e ECR

(European Control Route), realizadas

simultaneamente em 27 dos 28 países da

União Europeia.

Como corolário das operações supra, foram obtidos os seguintes dados:

*Dados GNR / **Dados PSP

202 Dados GNR e PSP

Excesso de velocidade Excesso de álcool Álcool Condução sem habilitação legal Outros motivos

Carnaval* 4 980 22 449 7 336 2 101 864 294 46 37

Páscoa* 3 591 16 280 5 524 2 709 280 118 34 25

Moto* 440 1 535 178 86 11 4 6 0

Mercúrio* 179 1 044 902 877 0 0 1 0

Hermes* 12 050 70 747 23 492 8 376 2 131 721 190 104

Baco* 2 020 8 116 1 163 42 419 139 12 11

Anjo da Guarda* 3 028 12 039 2 760 531 49 13 14 2

Todos os Santos* 3 485 18 971 5 925 1 868 419 153 70 24

Natal* 3 447 17 390 4 784 2 904 181 80 38 16

Ano Novo* 3 636 21 692 5 325 1 807 619 199 45 28

Pesados* 762 1 516 373 0 0 0 0 0

“100 Barreiras”* 746 2 404 409 0 3 1 4 2

“Truck and Bus”* 1 284 3 498 1 865 68 9 3 1 1

“Seatbelt”* 3 637 14 633 3 005 540 30 11 11 1

“Speed”* 1 791 6 099 7 199 7 136 23 4 5 2

“Alcohol and Drugs”* 4 642 20 240 3 280 403 594 186 22 22

“Trivium”* 171 543 65 12 3 0 0 1

"100% COOL"** 2 372 17 171 1 795 443 915 135 24 111

"RISCO MINIMO"** 4 491 28 852 6 423 3 092 259 162 39 107

"PELA VIDA TRAVE"** 5 542 35 723 6 701 1 287 872 202 78 69

FISCALIZAÇÂO SELETIVA** ------- 762 774 18 416 47 231 1350 4 041 ------- -------

"CARS"** 1 653 14 634 50 ------- ------- 3 5 2

"CARNAVAL EM SEGURANÇA 2016"** 5 361 27 014 7 822 1 575 1 126 230 60 176

" PASCÓA EM SEGURANÇA 2016"** 6 078 28 175 9 355 2 749 1 253 157 56 154

"VERÃO SEGURO 2016"** 40 707 106 072 65 346 17 603 1 895 1 311 506 2 205

"FESTAS SEGURAS 2016"** 11 543 54 695 12 949 2 811 1 024 248 94 419

"1.ª OPERAÇÃO TRIMESTRAL 2016"** 1 762 14 031 3 687 512 1 036 79 13 68

"2.ª OPERAÇÃO TRIMESTRAL 2016"** 1 654 7 072 2 156 255 1 258 56 10 56

"3.ª OPERAÇÃO TRIMESTRAL 2016"** 2 213 11 019 3 066 808 1 515 74 13 37

TOTAL 133 265 1 346 428 211 351 107 826 18 138 8 624 1 397 3 680

NOME DA OPERAÇÃO Efetivo Viaturas fiscalizadas Infrações

AUTUAÇÕES CRIMES

Fiscalização Rodoviária ano 2016 Total

Efetivos empenhados 600.632

Condutores fiscalizados 2.825.774

Número de autos 1.170.562

Infrações por excesso de velocidade 238.432

infrações sob influência do álcool 46.418

infrações por falta de habilitação legal para a condução 11.122

infrações a cintos de segurança e sistemas de retenção 34.686

infrações por uso de telemóvel durante a condução 57.942

Outras infrações 781.963

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 126

Segurança Escolar

ILÍCITOS EM AMBIENTE ESCOLAR 203

Durante o ano letivo de 2016/15, no âmbito do Programa “Escola Segura”, a GNR e PSP registaram

7.553 ocorrências no âmbito escolar, das quais 63% foram de natureza criminal.

Comparativamente com o ano anterior verifica-se um aumento global, de ocorrências em ambiente

escolar (+6,2%) e de ocorrências de natureza criminal (+0,5%).

Distribuição geográfica dos ilícitos em ambiente escolar.

203 Fonte GNR e PSP

BRAGANÇA

VILA REAL

GUARDA

SANTARÉM

VIANA CASTELO

CBRANCO

VISEU

BEJA

PORTALEGRE

AÇORES

MADEIRA

ÉVORA

COIMBRA

LEIRIA

BRAGA

FARO

AVEIRO

SETÚBAL

PORTO

LISBOA

52

59

65

66

66

67

78

82

83

111

134

181

210

213

254

343

416

678

1.248

3.147

Ocorrências em contexto escolar

Dados GNR/PSPAno letivo

2014/15

Ano letivo

2015/16Dif Var%

Total de ocorrências em ambiente escolar

(criminais e não criminais)7.110 7.553 443 6,2 %

Ocorrências de natureza criminal (interior da escola) 3.400 3.348 -52 -1,5 %

Ocorrências de natureza criminal (exterior da escola) 1.368 1.444 76 5,6 %

Total de ocorrências de natureza criminal 4.768 4.792 24 0,5 %

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 127

PROGRAMA ESCOLA SEGURA

O Programa Escola Segura é de âmbito nacional e está especialmente vocacionado para a segurança

de toda a comunidade escolar.

As FS, atentas ao fenómeno da violência no meio escolar, através de equipas especializadas

desenvolveram e reforçaram ações junto da comunidade escolar (alunos, professores, pais,

encarregados de educação e auxiliares de ação educativa), de forma a sensibilizá-la e a envolvê-la

nas questões da segurança no meio escolar.

Com este objetivo foram realizadas diversas atividades, nomeadamente ações de policiamento e de

sensibilização junto das escolas, complementadas com a distribuição de panfletos alusivos a

matérias como a prevenção rodoviária, o bullying, os maus tratos e os abusos sexuais e os direitos

das crianças. Estas ações tiveram como público-alvo toda a comunidade escolar.

Para cumprir esta missão as FS empenharam um efetivo de 712 elementos afetos em exclusivo. Ao

longo do ano foram realizadas 23.497 ações de sensibilização sobre diversas temáticas. Em

complementaridade foram ainda realizadas 11.059 demostrações de meios e 823 visitas a

instalações das FS com o objetivo da promoção da aproximação das crianças e jovens às mesmas.

No âmbito do programa, encontram-se abrangidos aproximadamente 8.516 estabelecimentos de

ensino em todo o território nacional envolvendo 1.441.707 alunos.

Para informação adicional consultar:

http://www.gnr.pt/ProgEsp_main.aspx

http://www.psp.pt/Pages/programasespeciais/escolasegura.aspx?menu=4

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 128

Cibersegurança

CENTRO NACIONAL DE CIBERSEGURANÇA

O CNCS funciona no âmbito das atribuições do Gabinete Nacional de Segurança (GNS)204, com a

missão de contribuir para que Portugal use o ciberespaço de uma forma livre, confiável e segura,

através da promoção da melhoria contínua da cibersegurança nacional e da cooperação

internacional, no respeito pelos princípios e objetivos da Estratégia Nacional de Segurança do

Ciberespaço205.

De entre as suas competências destacam-se o exercício dos poderes de autoridade nacional em

matéria de cibersegurança relativamente ao Estado e aos operadores de infraestruturas críticas

nacionais, a contribuição para a segurança dos sistemas de informação do Estado e das

infraestruturas crítica nacionais e a promoção, garantia de articulação e cooperação dos vários

intervenientes e responsáveis nacionais na área da cibersegurança. O CNCS atingiu a sua capacidade

operacional inicial em abril de 2015 focada na função de reação a incidentes, que resultou na

disponibilização, às entidades do Estado e aos operadores de infraestruturas críticas, dos serviços

de coordenação da resposta a incidentes de cibersegurança, divulgação de alertas de

cibersegurança, apoio on-site na reação a incidentes de cibersegurança e capacitação de novas

equipas de resposta a incidentes daquele tipo - Computer Security Incident Response Teams (CSIRT).

COORDENAÇÃO DA RESPOSTA A INCIDENTES E OBSERVÁVEIS

O CERT.PT, equipa de resposta a incidentes de cibersegurança do CNCS, assegura e opera um

conjunto de sistemas de suporte para a resposta a incidentes, que permitem o tratamento

automático de observáveis a partir das fontes de informação externas e internas disponíveis, o

registo e gestão de incidentes de cibersegurança e a investigação/análise forense sobre esses

mesmos incidentes.

O CERT.PT recebeu 4.042 notificações, das quais 417 (cerca de 10%) resultaram na abertura de

incidentes analisados e resolvidos com sucesso. Os restantes não foram considerados, ou

representaram incidentes que não se enquadram no âmbito de atuação e na comunidade servida

pelo CNCS. Dos analisados e resolvidos, 9% estavam relacionados, direta ou indiretamente, com

entidades do Estado. Estes valores representam um acréscimo de notificações recebidas em relação

ao ano anterior (mais 72%) e resultam do incremento da visibilidade do CNCS sobre o ciberespaço

nacional, consubstanciada no incremento do número de entidades que, ativamente, colaboram de

forma direta e contínua com o CNCS.

204 Decreto Lei 69/2014, de 9 de maio 205 Resolução do Conselho de Ministros n.º 36/2015, de 12 de junho

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 129

Na tipologia de incidentes, destaca-se a classe de Information Gathering (231 incidentes) e

Malicious Code (110 incidentes) que representam mais de 80% do total. A primeira classe diz

respeito essencialmente a ataques de phishing e spearphishing e realização de scans, sendo que em

ambos os casos o principal objetivo do atacante é recolher informação sobre o seu alvo ou induzir

esse mesmo alvo a realizar uma ação indesejada. O incremento observado na tipologia de

incidentes Information Gathering e Malicious Code está relacionado diretamente com um aumento

de incidências de formas complexas e agressivas de infeção e ataque no ciberespaço, materializadas

nas incidências de Ransomware, que registaram uma tendência de aumento e sofisticação, não

apenas em Portugal.

Destaca-se igualmente a existência de indícios de campanhas que poderão ser associadas a

ciberespionagem de largo espectro, com alvos nacionais (representando 0,5% do total de

incidentes). Relativamente ao ciberterrorismo, não foi detetado qualquer incidente.

Paralelamente, o CERT.PT processou cerca de 26 milhões de observáveis (uma média superior a 2

milhões de observáveis por mês), dos quais cerca de 2,5 milhões (9,6%) eram relacionados com o

ciberespaço nacional, recebidos e processados de cerca de 60 fontes de informação distintas. Na

tipologia dos observáveis relacionados com o ciberespaço nacional, destaca-se a classe de

incidentes vulnerable service, a representar cerca de 75% da percentagem total, e as classes de

botnet drone e malware/compromised, a representarem cada uma cerca de 10% da totalidade.

A classificação vulnerableservices, como o próprio nome indica, inclui sistemas acessíveis pela

Internet que, tipicamente por não se encontrarem adequadamente configurados e apresentarem

uma parametrização de segurança desajustada, permitem a um atacante o seu uso como

amplificadores dos seus ataques contra terceiros. Desta classe, destacam-se protocolos como o

SNMP (Simple Network Management Protocol). A classificação botnet drone diz respeito a sistemas

infetados que pertencem a uma botnet. A classificação malware/compromised representa URL

maliciosos (sítios na Internet) ou sistemas comprometidos, que estão a distribuir malware aos

utilizadores que a eles acedam.

ALERTAS DE SEGURANÇA

O serviço de alertas de segurança consiste na divulgação às partes interessadas, em especial a

comunidade de cibersegurança cuja responsabilidade é do CNCS, incluindo o público em geral, de

novos riscos de cibersegurança, prestando igualmente a informação necessária para a sua proteção

e/ou remediação. Foram divulgados 23 alertas de segurança.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 153

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 130

SUPORTE ON-SITE

O serviço on-site materializa o apoio técnico especializado, in loco, nas várias disciplinas de análise

de incidentes, sempre que estas forem necessárias. Este serviço foi solicitado por três entidades do

Estado ou Infraestruturas Críticas nacionais.

CAPACITAÇÃO CSIRT

No contexto da capacitação de CSIRT206, foi realizado um esforço de divulgação e implementação do

modelo de maturidade de reação a ciberincidentes, com o objetivo de dotar as entidades do Estado

e os operadores de infraestruturas críticas nacionais com as valências mínimas para a análise,

mitigação e resolução de incidentes de segurança no ciberespaço.

Considerando que apenas através de uma postura proactiva e coordenada Portugal conseguirá

assegurar, de forma eficiente, a segurança do ciberespaço sob a sua responsabilidade e, bem assim,

cooperar para a segurança do ciberespaço no contexto regional europeu em que se encontra

inserido, considera-se essencial e estruturante que as entidades públicas e privadas possuam as

capacidades organizacionais, conhecimentos e meios necessários para assegurarem, de forma

proactiva e coordenada, a resposta a incidentes de segurança no ciberespaço sob a sua

responsabilidade. Neste âmbito, em linha com as principais orientações europeias e nacionais em

matéria de cibersegurança, foi dinamizada ativamente a aproximação direta das entidades do

Estado e das infraestruturas críticas ao próprio CNCS, estabelecendo processos e metodologias de

cooperação estratégica e operacional com vista a dotar essas mesmas entidades da informação e

apoio para a prevenção e resposta aos seus incidentes de segurança, assim como adequada postura

organizacional perante os desafios da cibersegurança.

SENSIBILIZAÇÃO

Foram promovidos diversos eventos, de duração e formato variável, relacionados com a

cibersegurança (estratégicos, operacionais e táticos/técnicos), com forte empenho de parceiros

nacionais e internacionais da indústria, academia e Estado. Destacou-se a Conferência Anual de

Cibersegurança - C-DAYS, focada na partilha de informação de temas como a cibersegurança, a

sensibilização, a cooperação, a estratégia e a gestão do risco.

COOPERAÇÃO NACIONAL E INTERNACIONAL

No âmbito da cooperação nacional, foram realizadas reuniões de colaboração com o Centro

Nacional de Ciberdefesa e reuniões operacionais com o SIS e PJ. Durante as eleições presidenciais

206 Computer Security Incident Response Teams

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 154

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 131

de 2016, foi criada uma sala de situação para acompanhamento da evolução da ameaça, atual e

previsível, em estreita cooperação com o MAI.

No âmbito da cooperação internacional, o CNCS consolidou a sua ação como CSIRT nacional e ponto

de contacto com os restantes CSIRT internacionais, colaborando ativamente com a Agência

Europeia para a Segurança das Redes e da Informação (ENISA), com a Task Force de CSIRT Europeia

(TF-CSIRT europeia) e com a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), esta no

âmbito das Confidence-Building Measures e em apoio à Representação Nacional junto da OSCE.

Verificou-se um acréscimo significativo de notificações em relação ao ano de 2015, justificado pelo

aumento assinalável de entidades do Estado e das infraestruturas críticas nacionais que passaram a

colaborar ativamente e de forma contínua com o CNCS, permitindo uma monitorização e resposta a

incidentes de segurança no ciberespaço mais dirigida e abrangente. Estes resultados representam a

observação e atividade do CNCS em relação ao que é atualmente o seu conhecimento do

ciberespaço nacional e a sua intervenção e atuação perante esse conhecimento, que também

sofreu desenvolvimentos significativos em relação ao ano transato, nomeadamente um incremento

da cooperação e da coordenação do CNCS com a restante comunidade de cibersegurança nacional

e internacional.

Considera-se da maior importância o exercício constante de reflexão, pelos órgãos do Estado e pela

sociedade civil, sobre a definição das atividades concretas de cada órgão e setor no âmbito dos

objetivos estratégicos nacionais para a segurança do ciberespaço e para o respeito dos

compromissos internacionais de Portugal.

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 132

Sistema Prisional e Reinserção Social207

A DGRSP tem por missão assegurar o desenvolvimento das políticas de prevenção criminal, de

execução das penas e medidas de reinserção social e a gestão articulada e complementar dos

sistemas tutelar educativo e prisional, assegurando condições compatíveis com a dignidade

humana e contribuindo para a defesa da ordem e da paz social.

PENAS E MEDIDAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO PRISIONAL EM 31 DE DEZEMBRO DE 2016

A população prisionaltotal era de 13.779 reclusos, incluindo 266 inimputáveis. O número de

preventivos era de 2.117 (15,3%)e o de condenados (contabilizando os inimputáveis) fixava-se em

11.662 (84,7%). Quanto ao sexo, 93,7% eram homens e 6,3% mulheres. Esta população prisional

tem um rácio por 100 mil habitantes (133), superior ao de países como a Áustria, a Alemanha, a

França, a Bélgica, a Grécia, a Irlanda e a Itália.

Relativamente a 2015 diminuiu em 443 o número total de reclusos, a relação entre preventivos e

condenados manteve-se estabilizada, não obstante o peso relativo dos preventivos ter decrescido

0,9% (o que significa uma quebra de 4,2% entre 2012 e 2016), mantendo-se estável a relação entre

a população prisional feminina e masculina.

NACIONALIDADE, ESCALÃO ETÁRIO E SEXO

A relação entre reclusos estrangeiros (16,7%) e portugueses (83,3%) manteve-se estável,

assinalando-se que o valor relativo dos reclusos estrangeiros caiu 1,8% nos últimos cinco anos. No

que se refere a estrangeiros manteve-se o modelo de distribuição entre continentes com África

(54% dos estrangeiros) a ter o maior volume de reclusos graças à prevalência dos PALOP, sobretudo

Cabo Verde, Angola e Guiné Bissau, seguido do continente europeu (22,9% dos estrangeiros)

sobressai a Roménia e a Espanha e da América do Sul (20,3% dos estrangeiros) o Brasil. 207 Dados DGRSP

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 133

Reclusos existentes em 31 de Dezembro, segundo o sexo e os escalões de idade, por países da

nacionalidade

CRIME

Os Crimes Contra o Património, seguido

dos Crimes Contra as Pessoas e Relativos e

Estupefacientes são as tipologias com

maior peso entre os reclusos condenados.

Os crimes contra as pessoas, em que

preponderam os homicídios, desceram sete

-0,7%, mantendo-se acima dos crimes

relacionados com estupefacientes, com

valores estatísticos equivalentes aos crimes

patrimoniais.

No que se refere a penas, releva-se ligeiro aumento, pelo segundo ano consecutivo e na mesma

proporção, da prisão por dias livres (+0,3% relativamente a 2015), registando-se ténue descida (-

0,1%) dos condenados até seis meses. Os escalões 1 a 3 anos (+0,2%) de 3 a 6 anos (-1%) e 6 a 9

anos +0,1%) sofreram oscilações de pequena amplitude, sendo que a estabilização dos valores é a

imagem que se retém nos escalões de 12 a 15 e 15 a 20, não obstante a subida de 0,4% no conjunto

dos dois escalões.

HOMENS MULHERES

Idade Idade

16 a 18 19 a 24 25 a 39 40 a 59 60 e + Subtotal 16 a 18 19 a 24 25 a 39 40 a 59 60 e + Subtotal Total

RECLUSOS PORTUGUESES 31 786 5094 4247 663 10821 31 279 310 43 663 11484

RECLUSOS ESTRANGEIROS 13 218 1124 690 44 2089 1 23 124 53 5 206 2295

TOTAL 44 1004 6218 4937 707 12910 1 54 403 363 48 869 13779

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 134

REGIMES E MEDIDAS DE FLEXIBILIZAÇÃO

Foram concedidas 10.460 licenças de saída jurisdicionais e de curta duração, não tendo regressado

62 reclusos. Esta medida apresenta uma taxa de sucesso de 99,4%. Em 31 de Dezembro de 2016

estavam a trabalhar em Regime Aberto no Exterior 84 (0,7% dos condenados), encontravam-se em

Regime Aberto no Interior 1 538 reclusos (13,2% dos condenados) e em Regime de Segurança 122

reclusos (1% dos condenados).

OCORRÊNCIAS

Registaram-se 68 mortes (9 suicídios e 59 por doença). Relativamente a 2015 verificou-se mais um

óbito no cômputo geral, tendo-se, contudo, verificado menos duas situações de suicídio. É de

relevar que, desde 2007 em que se verificaram 77 óbitos, os valores da mortalidade mantiveram-se

muito estáveis, variando entre o máximo de 73 mortes em 2014 e o mínimo de 56 no ano de 2009.

Esta leitura da mortalidade deverá ser feita à luz do envelhecimento progressivo da população

prisional e das doenças de elevada morbilidade com que parte não despicienda dos reclusos dá

entrada no sistema prisional.

A descida, pelo segundo ano consecutivo, dos suicídios (desde o ano 2000 só por duas ocasiões se

verificou um valor inferior, 7 suicídios em 2008 e 8 suicídios em 2011) ocorre depois de no ano de

2014 se ter verificado uma subida relativamente a 2013. Estes movimentos oscilatórios

testemunham a dificuldade de prevenção do fenómeno, sem prejuízo da continuidade, desde 2010,

do Programa Integrado de Prevenção do Suicídio. Este programa abrange todos os

Estabelecimentos Prisionais e assenta numa dupla vertente de deteção precoce de sinais e sintomas

de alerta / risco de suicídio em reclusos entrados e de uma sinalização eficiente para os reclusos já

em cumprimento de pena privativa de liberdade. A sua operacionalização implica uma articulação

próxima entre os sectores da vigilância, da educação e da saúde que discutem periodicamente os

casos sinalizados em reunião da “Equipa de Observação Permanente”, específica a cada EP.

Registou-se um aumento do volume de evasões e do número de reclusos evadidos. Trata-se de uma

subida quase inevitável dado o ano de 2015 ter sido o de menor número de ocorrências da última

década. O ano de 2016 configurar-se como o segundo ano com menor número de evasões e de

evadidos no mesmo espaço temporal. Neste período foram frustradas seis tentativas de evasão e

todos os reclusos evadidos foram recapturados.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 158

Página 159

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 135

Registaram-se apreensões de diversas quantidades de produtos estupefacientes nos EP pelo Corpo

da Guarda Prisional. O volume de apreensões diminuiu 26% no haxixe e 77% na cocaína face a 2015.

As apreensões de heroína, aumentaram 58% em 2016 face a 2015. Para estes resultados contribuiu

o trabalho desenvolvido pelas equipas cinotécnicas, tanto na prevenção dissuasora da entrada de

estupefacientes nos EP, como na sua deteção.

A distribuição por tipo de produto, quantificado em gramas, foi a seguinte:

Quantidade de estupefacientes apreendidos em 2015 e 2016 (em gramas)

Nas revistas e buscas efetuadas aprenderam-se 61 armas brancas, incluindo artesanais, 72 seringas

e 159 agulhas. As apreensões de armas brancas subiram 17% relativamente ao ano anterior, tendo

o aumento das apreensões de seringas e agulhas aumentado, respetivamente, 18% e de 156%, face

a 2015.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 159

Página 160

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 136

Armas brancas apreendidas em 2015 e 2016

Seringas e agulhas apreendidas em 2015 e 2016

Foram igualmente apreendidos 2 094 telemóveis (+19%), que em 2015 (1.756).

Foram comunicadas 18 agressões a elementos do corpo da guarda prisional, o que representa uma

diminuição de 28% deste tipo de ocorrências, face a 2015 (25).

PENAS E MEDIDAS NÃO PRIVATIVAS DE LIBERDADE

ÁREA PENAL

A DGRSP recebeu das entidades judiciais um total de 40.058 novos pedidos de apoio à execução de

penas e medidas na comunidade na área penal. Durante o ano estiveram em execução um total de

64.566 penas e medidas, o que correspondeu a um aumento de 9,36%, face a 2015. A 31 de

dezembro encontravam-se em execução 31.606 penas e medidas, o que representou também um

crescimento de 8,29%, face ao ano anterior.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 160

Página 161

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 137

Execução de penas e medidas na comunidade no âmbito penal em 2016

SIRS, dados provisórios recolhidos a 12 janeiro 2017

As 64.566 penas e medidas que estiveram em execução incidiram sobre um total de 57.616

pessoas, 51.089 (88,67%) das quais do género masculino. Relativamente a 2015, o número de

pessoas registou um aumento em 27,47%, não se verificando alterações na relação

masculino/feminino.

A 31 de dezembro de 2016 encontravam-se 29.620 pessoas com penas e medidas em execução na

comunidade, o que representou um aumento de 5% face a 2015.

Número de pessoas com penas e medidas em execução no âmbito penal208

Número de pessoas com penas e medidas em execução, por grupo etário

SIRS, dados provisórios recolhidos a 12 janeiro 2017

Relativamente às idades das 57.616 pessoas com penas e medidas em execução, destacaram-se os

grupos de 21-30 e 31-40 anos (51%).

208 Cada pessoa pode ter mais que uma pena/medida em execução fruto de processos diferentes, por essa razão o número de pessoas é inferior ao número de penas e medidas. SIRS, dados provisórios recolhidos a 12 janeiro 2017

ano/género masculino feminino omisso total pessoas Tx cresc

2016 51 089 6 517 10 57 616

2015 40 034 5 157 8 45 199

ano/género masculino feminino omisso total pessoas Tx cresc

2016 26 502 3 113 5 29 620

2015 25 335 2 868 4 28 207

Total de pessoas com penas e medidas em execução durante o ano - dados acumulados

27,47%

Total de pessoas com penas e medidas em execução a 31 de dezembro

5,00%

[17-20] [21-30] [31-40] [41-50] [51-60] [60+] Dado omisso Total

2016 4 568 15 034 14 167 12 681 7 550 3 356 260 57 616

2015 3 290 12 787 12 513 9 127 5 234 2 067 181 45 199

% 8% 26% 25% 22% 13% 6%

Total de Penas e medidas em execução durante o ano - dados acumulados

ano/ medida

Suspensão Provisória

do Processo

Trabalho a Favor da

Comunidade

Suspensão da Execução da

Pena de Prisão

Liberdade Condicional

Medidas relativas a

Inimputáveis Outras

Total de penas e medidas

Tx cresc

2016 18.881 16.635 21.629 4.293 559 2.569 64.566 9,36%

2015 16.682 15.806 19.635 4.153 525 2.234 59.035

Total de Penas e medidas em execução a 31 de dezembro

ano/ medida

Suspensão Provisória

do Processo

Trabalho a Favor da

Comunidade

Suspensão da Execução da

Pena de Prisão

Liberdade Condicional

Medidas relativas a

Inimputáveis Outras

Total de penas e medidas

Tx cresc

2016 6.130 6.589 14.405 2.797 436 1.249 31.606 8,29%

2015 5.666 6.205 13.003 2.797 425 1.090 29.186

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 161

Página 162

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 138

No que respeita à nacionalidade, 6,79% dos indivíduos eram estrangeiros continuando a destacar-se

Cabo Verde (1.148), Brasil (728) e Angola (513).

Por tipologia de crime, às 57.616 pessoas com penas e medidas na comunidade em execução

corresponderam 68.613 tipos de crime registados nos processos de origem. Destacou-se a categoria

de crimes contra as pessoas (18.819) e uma representatividade de 27,42% designadamente, a

subcategoria de crimes contra a integridade física (12.580) onde se incluem os crimes de violência

doméstica (8.042). O crime de violência doméstica contra cônjugues ou análogos foi o segundo tipo

de crime mais registado nos processos que originaram pena/medida na comunidade em execução

em 2016 (7.236). Seguiu-se a categoria dos crimes em legislação avulsa (17.482), com uma

representatividade de 25,47% entre os quais, os crimes respeitantes a estupefacientes (7.457) e os

de condução sem habilitação legal (6.441). Na categoria contra o património destacou-se a

subcategoria contra a propriedade (12.388). Nos crimes contra a vida em sociedade, destacou-se a

subcategoria contra a segurança nas comunicações (9.546), onde se inclui o crime de condução com

taxa de álcool igual ou superior a 1,2g/l (9.148), o primeiro tipo de crime mais registado nos

processos judiciais de origem das penas e medidas na comunidade no âmbito penal.

VIGILÂNCIA ELETRÓNICA

Os pedidos de execução de penas e medidas fiscalizadas por vigilância eletrónica, registaram um

aumento de 17,54%, fruto dos casos associados ao crime de violência doméstica (proibição de

contactos com a vítima fiscalizados por geo-localização), com um aumento de cerca de 60%.

Em 31 de dezembro de 2016 as penas e medidas com VE, associadas ao crime de violência

doméstica, representaram 51,88% do total em execução e uma subida de 64,72%.

Penas e medidas fiscalizadas por Vigilância Eletrónica, por contexto penal

IRS, dados provisórios recolhidos a 12 janeiro 2017

Total de penas e medidas em execução em 2016 - Valores acumulados

ano/ designação da pena/ medida

Medida de Coacção de

Obrigação de Permanência na

Habitação

Pena de Prisão na Habitação

Adaptação à Liberdade

Condicional

Vigilância eletrónica em contexto de

violência doméstica

Modificação da Execução da Pena de

Prisão

VE em contexto de

crime de Perseguição

Total Tx cresc

2016 832 177 45 1 061 10 2 2 127 11,41%

2015 797 182 52 867 11 0 1 909

Total de penas e medidas em execução a 31 de dezembro

ano/ designação da pena/ medida

Medida de Coacção de

Obrigação de Permanência na

Habitação

Pena de Prisão na Habitação

Adaptação à Liberdade

Condicional

Vigilância eletrónica em contexto de

violência doméstica

Modificação da Execução da Pena de

Prisão

VE em contexto de

crime de Perseguição

total Tx cresc

2016 408 70 15 520 5 1 1 019 9,92%

2015 352 75 12 481 7 0 927

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 162

Página 163

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 139

ÁREA TUTELAR EDUCATIVA

O número total de medidas em execução no âmbito tutelar educativo foi de 3.090.

Comparativamente com o ano de 2015 registou-se um aumento em 15,25% que ficou a dever-se

ao crescimento dos pedidos de apoio recebidos para a execução de medidas na comunidade. As

medidas em centro educativo registaram uma diminuição em 19,56%. Desde 2014 os pedidos de

apoio à execução de medidas em centro educativo diminuíram cerca de 42%. Em 31 de Dezembro

de 2016 encontravam-se em execução um total de 1.433 medidas no âmbito da lei tutelar

educativa, a que correspondeu um aumento em 16,12%, face ao mesmo período de 2015. Mais

uma vez, este aumento deveu-se às medidas de execução na comunidade. As medidas em centro

educativo diminuíram 19,78%.

Execução de medidas no âmbito tutelar educativo em 2016

SIRS, dados provisórios recolhidos a 12 janeiro 2017

As 3.090 medidas que estiveram em execução durante o ano de 2016 corresponderam a um total

de 2.701 jovens, 2.221 (82,22%) do género masculino. Relativamente a 2015, o número de jovens

aumentou 13,15%. A 31 de dezembro de 2015, encontravam-se 1.219 jovens em cumprimento de

medidas tutelares educativas dos quais, 151 (12,38%) de internamento em centro educativo.

Jovens com medidas em execução no âmbito tutelar educativo

Cada jovem pode ter mais que uma medida em execução devido a processos diferentes. Por essa razão o número de jovens é inferior ao número de medidas. SIRS, dados provisórios recolhidos a 12 janeiro 2017

Total de medidas em execução durante o ano - valores acumulados

ano/ medida

Suspensão do processo com e sem Mediação

Tarefas e Prestações

Económicas Favor Comunidade

Obrigações e Regras de Conduta

Acompanhamento Educativo e Programas Formativos

Internamento em Centro Educativo

Outras Total de medidas

Tx cresc

2016 537 573 650 985 333 12 3 090 15,25%

2015 307 457 525 971 414 7 2 681

Total de medidas em execução a 31 de dezembro

ano/ medida

Suspensão do processo com e sem Mediação

Tarefas e Prestações

Económicas a Favor da Comunidade

Obrigações e Regras de Conduta

Acompanhamento Educativo e Programas Formativos

Internamento em Centro Educativo

Outras Total de medidas

Tx cresc

2016 179 170 378 557 146 3 1 433 16,12%

2015 108 147 262 533 182 2 1 234

Total de jovens com medidas em execução durante o ano - valores acumulados

ano/género masculino feminino total pessoas Tx cresc

2016 2 221 480 2 701 13,15%

2015 2 035 352 2 387

Total de jovens com medidas em execução a 31 de dezembro

ano/género masculino feminino total pessoas Tx cresc

2016 1 100 246 1 346 10,41%

2015 1 050 169 1 219

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 163

Página 164

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 140

Relativamente às idades, destacou-se o grupo dos 15 anos, com uma representatividade de 24%.

Cerca de 52% dos jovens tinha menos de 16 anos.

Jovens com medidas tutelares educativas em execução, por idade

SIRS, dados provisórios recolhidos a 12 janeiro 2017

Quanto à nacionalidade, comparativamente com 2015, a percentagem de jovens estrangeiros

diminuiu para os 6,77%. Destacaram-se, tal como nos adultos, Cabo Verde (48), Brasil (41) e Angola

(25).

No que se refere à tipologia de crime, aos 2.701 jovens com medidas em execução

corresponderam 3.504 tipos de crime registados nos processos de origem. Destacou-se a categoria

do crime contra as pessoas (48,31%), subcategoria de crimes contra a integridade física (809)

nomeadamente as ofensas à integridade física voluntária simples e grave. Seguiu-se a categoria de

crime contra o património (41,26%), subcategoria de crime contra a propriedade (1.398) entre os

quais, os vários tipos de roubo e furto. Relativamente aos crimes previstos em legislação avulsa,

com uma representatividade de 6,30% face ao total, destacaram-se os crimes respeitantes a

estupefacientes (89) e de condução sem habilitação legal (53).

JOVENS INTERNADOS EM CENTRO EDUCATIVO

Em 31 de Dezembro de 2016 o número de jovens internados em centro educativo foi de 138.

Deste total, 126 (91,30%) eram rapazes. Três jovens encontravam-se em situação de ausência não

autorizada (não regresso após autorização de saída), o que resultou num total de 135 jovens

efetivamente presentes em centro educativo. o regime semiaberto continuou predominante

(67,39%) e por situação jurídica, destacou-se a medida de internamento em Centro Educativo

(96,37%). A lotação total dos centros educativos é, desde julho de 2014, de 198 lugares, 172 para

rapazes e 26 para raparigas.

Idade 12 anos 13 anos 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos 18 anos 19 anos 20 anos 21 anos Omisso Total

2016 70 222 462 648 589 393 162 87 39 11 18 2.701

2015 43 170 324 491 515 423 245 109 40 11 16 2.387

% 3% 8% 17% 24% 22% 15% 6% 3% 2% 0%

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 164

Página 165

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 141

Jovens internados em centro educativo a 31 dezembro 2016, por situação jurídica e regime

Não estão incluídos os jovens em regime de internamento de fins-de-semana, dada a curta duração SIRS, dados provisórios recolhidos a 12 janeiro 2017

A média mensal de jovens internados em 2016 foi de 146,00 e a taxa de ocupação referente a 31

de dezembro foi de 69%. Comparativamente com o mês homólogo de 2015, o número de jovens

internados em centro educativo diminuiu 8,60%. Desde novembro de 2014 que o número de

jovens internados é inferior à lotação. A média de idade dos jovens internados a 31 de Dezembro

de 2016 foi de 16,30, sendo que se destacaram os grupos dos 16 e 17 anos, com 77 jovens

(55,79%).

Aos 138 jovens internados corresponderam 332 tipos de crime registados nos processos de

origem. Predominou a categoria contra as pessoas (53%), com um total de 175 crimes

designadamente, os vários tipos de ofensas à integridade física e a ameaça e coação. Seguiu-se a

categoria contra o património (38%), com 128 registos e onde se destacaram os vários tipos de

roubo e furto. As restantes categorias representaram apenas 9% do total, com 29 tipos de crime

registados.

Centro Educativo Total de jovens

Internamento para Perícia

Medida Cautelar de Guarda

Medida de Internamento

semi aberto

fechado semi

aberto fechado aberto

semi aberto

fechado

CE Bela Vista F 5

5

CE Bela Vista M 25

11 14

CE Mondego 13

1 12

CE Navarro de Paiva F 10

7 3

CE Navarro de Paiva M 20

1

6 13

CE Olivais 25

1 1 1 4 14 4

CE Padre António Oliveira 17

1

11 5

CE Santo António 23

4 14 5

Subtotal Masculino 123 0 1 3 1 26 78 14

Subtotal Feminino 15 0 0 0 0 0 12 3

Total 138 0 1 3 1 26 90 17

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 165

Página 166

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 142

Tipologia de crimes registados nos processos dos jovens internados a 31 dezembro 2016

SIRS, dados provisórios a 12 janeiro 2017, segundo Tabela de Crimes Registados. Cada processo pode ter mais que um crime e ocorrências registados.

Fem Masc Total

1 Crimes Contras as Pessoas 31 144 175

1 3 16 Ameaça e Coação 8 29 37

1 2 7 Ofensa à integridade física voluntária simples 5 31 36

1 2 6 Ofensa à integridade física voluntária grave 9 26 35

1 5 21 Difamação, calúnia e injúria 6 22 28

1 4 198 Abuso sexual de crianças, adolescentes e menores dependentes - 11 11

1 6 24 Violação de domicílio e introdução em lugar vedado ao público - 8 8

1 4 18 Violação - 4 4

1 2 14 Outros crimes contra a integridade física 1 3 4

1 1 5 Outros crimes contra a vida - 3 3

1 2 13 Violação de regras de segurança - 3 3

1 4 20 Outros crimes contra a liberdade e autodeterminação sexual - 2 2

1 3 15 Rapto, sequestro e tomada de reféns - 2 2

Outros 2 - 2

2 Crimes contra o Património 16 112 128

2 8 45 Outros roubos 7 43 50

2 8 39 Outros furtos 4 29 33

2 8 47 Outro dano 3 25 28

2 8 40 Roubo na via pública (exceto por esticão) - 5 5

2 8 30 Furto/roubo por esticão - 4 4

2 9 56 Extorsão - 2 2

Outros 2 4 6

4 Crimes contra a Vida em Sociedade 1 11 12

4 15 79 Detenção ou tráfico de armas proíbidas - 6 6

4 15 80 Outros cirmes de perigo comum - 2 2

Outros 1 3 4

5 Crimes contra o Estado 0 0 0

6 Crimes em Legislação Avulsa 2 15 17

6 27 111 Tráfico de estupefacientes (inclui precursores) - 8 8

6 27 113 Outros crimes respeitantes a estupefacientes 2 - 2

6 46 171 Condução sem habilitação legal - 7 7

Dado omisso 0 1 1

Total 50 283 333

Categoria e tipo de crimen.º tipologias de crimes

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 166

Página 167

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 143

Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro 209

O Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro (SIOPS) define-se como o conjunto de

estruturas, normas e procedimentos de natureza permanente e conjuntural que asseguram que

todos os agentes de proteção civil atuam no plano operacional, articuladamente sob um comando

único, sem prejuízo da respetiva dependência hierárquica e funcional, visando responder a

situações de iminência ou de ocorrência de acidente grave ou catástrofe.

Da análise comparativa da distribuição do número de ocorrências no domínio da proteção e socorro

com os valores verificados no último ano, constata-se um acréscimo do número de ocorrências

[+10.882 ocorrências o que corresponde a um acréscimo de 6%], em 2016 face ao ano anterior. Tal

acréscimo verificou-se sobretudo nas ocorrências relacionadas com as intervenções em

infraestruturas e vias de comunicação, decorrente de maior atividade relacionada com inundações

de estruturas ou superfícies motivadas por precipitação intensa e de outros eventos de proteção e

socorro, em particular no que diz respeito a ações de pré-posicionamento de meios para imediata

intervenção.

De referir igualmente um acréscimo no tipo de socorro relacionado com conflitos legais e do

número de acidentes com necessidade de socorro. O conjunto das 189.430 ocorrências empenhou

um total de 857.164 operacionais e 322.479 veículos.

Para além destas missões de proteção e socorro os agentes de proteção civil e em particular os

bombeiros efetuaram ainda 1.034.615 ocorrências de assistência em saúde, o que representa um

acréscimo de 61.241 ocorrências face a 2015, representando a assistência à doença, 63% do total

das missões efetuadas.

A ANPC, através do CDOS de Santarém preparou um dispositivo de resposta na vertente safety,

composto por 300 operacionais e 95 veículospertencentes aos 28 Corpos de Bombeiros (CB´s) do

209 Dados ANPC

Tipo de Socorro 2015 2016

Incêndios em Habitação 6.484 6.718

Incêndios Industriais 692 679

Outros Incêndios [excluindo os rurais] 9.944 9.733

Acidentes [com socorro] 31.863 32.723

Intervenções em Infraestruturas e Vias de Comunicação 12.622 14.834

Conflitos legais 17.484 17.900

Acidentes Tecnológicos e Industriais 919 893

Outros Eventos de Proteção e Socorro 98.540 105.950

Totais Intervenções de Socorro 178.548 189.430

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 167

Página 168

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 144

distrito de Santarém, Serviço Municipal de Proteção Civil de Ourém, Instituto Nacional de

Emergência Médica (INEM), Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), Força Especial de Bombeiros (FEB) e

Corpo Nacional de Escutas (CNE) destinado a garantir a prestação de socorro e assistência ao

elevado número de peregrinos que nos dias 12 e 13 de Maio acorreram ao Santuário de Fátima.

Considerando o grande afluxo de pessoas aos locais de visita, com especial incidência para o

Santuário, este dispositivo, para além dos meios de protecção e socorro, contou com a utilização do

Centro Tático de Comando (CETAC), para coordenação de toda a operação. Este dispositivo, contou

ainda com o envolvimento adicional de meios e recursos do distrito de Leiria, com o objetivo de

treinar e melhorar a resposta a situações de proteção e socorro tendo em vista a visita de sua

Santidade o Papa prevista para 2017. Este dispositivo respondeu a um total de 142 ocorrências.

No mês de Dezembro foi ativado o Plano de Operações da Serra da Estrela (PONSE) que tem como

finalidade a gestão operacional, conjunta e plurianual, do dispositivo conjunto de Proteção e

Socorro (DICSE), constituído por meios humanos e equipamentos de resposta operacional, com

especial incidência para a área do Maciço Central da Serra da Estrela. É constituído anualmente

considerando o grande afluxo de visitantes a esta região durante o Inverno, tendo em vista a

realização de diversas atividades ao ar livre, originando, com frequência situações problemáticas no

âmbito da proteção e do socorro que exigem o empenhamento de diversos agentes de proteção

civil. Abrange os distritos da Guarda e Castelo Branco e é constituído durante a semana, por 20

operacionais, aumentando para 41 operacionais aos fins-de-semana e feriados, envolvendo

operacionais dos Corpos de Bombeiros, FEB e elementos da Base Tática de Busca e Resgate de

Montanha da Serra da Estrela dos GIPS/GNR. Estará em funcionamento até ao final do mês de Abril

de 2017. Ao abrigo deste plano, realizaram-se 560 missões destacando-se do total de missões, a

realização de 340 missões de pré-posicionamento de meios, 72 missões de apoio a veículos e 36

ações de patrulhamento, havendo a registar um total de 38 vítimas, 26 das quais foram evacuadas

para locais de abrigo.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 168

Página 169

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 145

Segurança do Espaço Aéreo

AUTORIDADE NACIONAL DA AVIAÇÃO CIVIL

Compete ao Presidente do Conselho de Administração da Autoridade Nacional da Aviação Civil,

(ANAC), enquanto Autoridade Nacional de Segurança da Aviação Civil (ANSAC), a coordenação e

supervisão do sistema nacional de segurança da aviação civil, bem como a regulação, certificação e

auditoria dos agentes, operadores, equipamentos e sistemas afetos à segurança da aviação civil.

AÇÕES DE CONTROLO DE QUALIDADE DA SEGURANÇA DA AVIAÇÃO CIVIL EM TERRITÓRIO NACIONAL

Portugal foi objeto de uma ação de monitorização de controlo de qualidade, no âmbito do Programa

de Inspeções da Comissão Europeia: Inspeção ao Aeroporto de Faro, entre 30 de maio e 03 de junho e

Inspeção ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no âmbito da carga e correio aéreos, entre 24 e 28 de

outubro.

No plano nacional foram realizadas 123 ações de controlo da qualidade (auditorias, inspeções, testes,

inquéritos, investigações e follow-up) aos aeroportos e aeródromos nacionais, operadoras nacionais,

europeias e de países terceiros, entidades que ministram formação, agentes reconhecidos,

expedidores conhecidos, handlers, fornecedores reconhecidos de provisões de bordo e fornecedores

conhecidos de provisões do aeroporto.

Foram realizados 1069 testes de segurança no âmbito da segurança dos aeroportos e carga aérea –

medida de controlo da qualidade dirigida à aferição das medidas da aviação, no âmbito da qual a

autoridade competente simula a intenção de cometer um ato de interferência ilícita para avaliar a

eficácia da aplicação das medidas de segurança vigentes.

FORMAÇÃO

Foram ministradas formações, designadamente;

 um Curso de Gestores de Segurança da Aviação Civil, com a participação de candidatos para a

certificação como gestores de segurança;

 um Curso de Auditores Nacionais para a PSP;

 um curso de gestores de segurança de agentes reconhecidos;

2015 2016

Ações de controlo da qualidade da segurança da aviação civil 65123

Testes de segurança da aviação civil 11351069

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 169

Página 170

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 146

 três ações de sensibilização em segurança da aviação civil, dirigidas a Diretores de Aeródromos, à PJ

e à IGAI;

 dois cursos de gestores de segurança da aviação civil para aeroporto transportadoras aéreas,

fornecedores reconhecidos de provisões de bordo, fornecedores conhecidos de provisões de bordo,

e fornecedores conhecidos de provisões do aeroporto;

 um workshop sobre segurança da carga e correio aéreos.

PROCESSOS DE CONTRAORDENAÇÃO

Foram concluídos 16 processos de contraordenação a passageiros desordeiros e 5 processos a

stakeholders no âmbito da segurança da aviação civil.

VALORES DO TRÁFEGO CONTROLADO NOS AERÓDROMOS NACIONAIS

TRÁFEGO COMERCIAL E NÃO COMERCIAL

TRÁFEGO UNIÃO EUROPEIA NÃO SCHENGEN

2015

Var % 2015/2014

2016 Var %

2016/2015

Total aterragens 189.172 3% 213.843 13%

Total descolagens 190.306 4% 215.213 13%

Total passageiros desembarcados 19.667.115 11% 22.955.809 17%

Total passageiros embarcados 19.669.669 11% 22.606.809 15%

Total passageiros em transito 309.583 15% 316.709 2%

Total carga desembarcada 69.511.437 1% 71.063.340 2%

Total carga embarcada 70.276.948 -5% 69.777.891 -1%

Total correio desembarcado 6.640.077 1% 7.280.105 10%

Total correio embarcado 7.391.412 0% 7.727.822 5%

2015

Var % 2015/2014

2016 Var %

2016/2015

Total aterragens 25.819 4% 28.583 11%

Total descolagens 26.133 4% 28.949 11%

Total passageiros desembarcados 3.764.867 8% 4.228.942 12%

Total passageiros embarcados 3.766.691 8% 4.215.535 12%

Total passageiros em transito 13.482 7% 12.970 -4%

Total carga desembarcada 902.936 -26% 632.801 -30%

Total carga embarcada 4.371.856 8% 5.226.296 20%

Total correio desembarcado 333.426 -31% 455.183 37%

Total correio embarcado 543.839 44% 478.095 -12%

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 170

Página 171

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 147

TRÁFEGO UNIÃO EUROPEIA SHENGEN

TRÁFEGO PAÍSES TERCEIROS

FICHA TÉCNICA

Os dados reportam-se à informação de tráfego relativa às infraestruturas aeroportuárias do Continente (Lisboa, Porto,

Faro, Bragança, Vila Real, Cascais e Beja) bem como às 9 infraestruturas aeroportuárias dos Açores e às 2 infraestruturas

aeroportuárias da Madeira. Foi considerada a perspetiva aeroportuária, ou seja, a contabilização do passageiro, carga e

correio em cada movimento aeroportuário (aterragem e descolagem). Consequentemente, foi considerada a perspetiva

origem/destino mais escalas, com exceção para o indicador de tráfego "trânsitos diretos".

Por este facto e considerando ainda as atualizações/correções quer por via da faturação da taxa de segurança, quer por

via da monitorização da qualidade dos dados de tráfego, a informação ora apresentada poderá não coincidir com a

constante de outras publicações da ANAC.

2015

Var 2015/2014

2016 Var 2016/2015

Total aterragens 148.872 4% 161.384 8%

Total descolagens 149.200 4% 162.139 9%

Total passageiros desembarcados 13.656.655 14% 15.156.485 11%

Total passageiros embarcados 13.672.882 14% 14.948.783 9%

Total passageiros em transito 271.734 19% 274.276 1%

Total carga desembarcada 42.558.405 -2% 41.717.418 -2%

Total carga embarcada 26.070.897 -1% 26.010.639 0%

Total correio desembarcado 5.915.530 3% 5.900.460 0%

Total correio embarcado 5.623.284 -1% 5.440.948 -3%

2015

Var 2015/2014

2016 Var 2016/2015

Total aterragens 14.481 -1% 23.876 65%

Total descolagens 14.973 1% 24.125 61%

Total passageiros desembarcados 2.245.593 0% 3.570.382 59%

Total passageiros embarcados 2.230.096 0% 3.442.491 54%

Total passageiros em transito 24.367 -18% 29.463 21%

Total carga desembarcada 26.050.096 7% 28.713.121 10%

Total carga embarcada 39.834.195 -9% 38.540.956 -3%

Total correio desembarcado 391.121 8% 924.462 136%

Total correio embarcado 1.224.289 -6% 1.808.779 48%

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 171

Página 172

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 148

INCIDENTES REPORTADOS

Obs: Informação fornecida pelos aeroportos. Não contém dados referentes à Aerogare Civil das Lajes.

AUTORIDADE AERONÁUTICA NACIONAL

Compete à Autoridade Aeronáutica Nacional (AAN), a coordenação e execução das atividades a

desenvolver pela Força Aérea na regulação, inspeção e supervisão das atividades de âmbito

aeronáutico na área da Defesa Nacional, assim como, o exercício dos poderes da autoridade do

Estado no espaço estratégico de interesse nacional permanente, na observância das orientações

definidas pelo Ministro da Defesa Nacional.

No exercício da Autoridade de Estado no Espaço Estratégico de Interesse Nacional Permanente

(vertente marítima) a AAN monitorizou 47.012 alvos ao longo de 895 horas de voo. Estas missões

dividiram-se pelas seguintes actividades:

Horas de Voo

Tipo de Missão 2015 2016

Monitorização e Controlo do Espaço Marítimo (Em colaboração com a Direção-Geral de Recursos Naturais)

425:00 289:00

Monitorização da Segurança e Serviços Marítimos 402:45 317:45

Controlo e Combate à Poluição 359:20 288:15

Total dos Aeroportos – Indicadores de Segurança Ano 2015 Ano 2016

Quantidade líquidos confiscados na origem 463942 519252

Quantidade líquidos confiscados em transferência 34040 16702

Bagagem Porão - nível 4 2176 2215

Outros 412 284

Procedimento irregular de segurança 253 156

Violação de Bagagem na Zona Restrita Segurança 261 272

Furtos Zona Restrita Segurança 205 463

Ocorrências junto aos pontos de rastreio 94 156

Passageiros inadmissíveis 72 120

Passageiros desordeiros 106 139

Furtos Zona Pública 147 227

Bagagem abandonada 62 208

Bagagem Porão - nível 5 2 12

Ameaça de Bomba Validada 0 1

Ameaça de Bomba Não Validada 0 5

Ações de Controlo de Qualidade

Auditorias 15 18

Inspeções 53 47

Outras ações de monitorização 3537 3613

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 172

Página 173

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 149

Constata-se uma redução de cerca de 25%, relativamente ao ano anterior não obstante se ter

verificado um aumento bastante significativo dos alvos marítimos seguidos (que quase duplicaram).

No exercício da Autoridade de Estado no Espaço Estratégico de Interesse Nacional Permanente

(vertente aérea), foram realizadas 94 missões, sendo 4 reais e 90 de treino.

No cumprimento da missão de defesa e policiamento do espaço aéreo, realizaram-se as seguintes

atividades:

Resulta um decréscimo do envolvimento em situações reais e uma duplicação do empenhamento em

missões de treino e das horas de voo dedicadas.

No acompanhamento de aeronaves no espaço estratégico de interesse nacional permanente,

realizaram-se as seguintes missões:

Dos protocolos de Vigilância Aérea desenvolvidos e tendo presente os resultados do período

homólogo anterior, verifica-se que houve um aumento de cerca de 10% nos valores totais gerais,

resultantes do incremento do tráfego aéreo em ambas as Regiões de Informação de Voo.

Em relação ao acompanhamento das aeronaves de Estado estrangeiras no espaço estratégico de

interesse Nacional permanente verificam-se os seguintes dados:

2016

6

45

Horas de Voo realizadas 168:30:00 345:40:00

2015

Missões efetuadasReais 4

Exercício 90

Voos realizados

2016

Região de informação de voo de Lisboa 557.791

Região de informação de voo de Santa Maria 150.767

Total 708.558

2015 2016

Ocorrências Registadas 496 664

Protocolos com Ação Táctica 114 39

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 173

Página 174

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 150

AUTORIZAÇÕES DIPLOMÁTICAS DE SOBREVOO E ATERRAGEM

Constata-se que os valores inerentes às Autorizações Diplomáticas Permanentes mantêm-se similares.

Já em relação às Autorizações Diplomáticas Não Permanentes, verifica-se que houve um incremento

substancial (cerca de 30%), quer nos pedidos processados quer nos voos realizados.

LEVANTAMENTOS AÉREOS

Da comparação com o ano transato resulta, sobretudo, um crescimento inusitado das autorizações

concedidas a Sistemas Aéreos Não Tripulados (SANT’s - vulgo drones), decorrente da massificação da

sua utilização.

2015 2016

Filmagem aérea 54 390

Fotografia aérea 86 122

Fotografia e filmagem aéreas 53 74

Produção de ortofotomapas 19 9

Apoio à transmissão de imagens aéreas 0 2

Âmbito de investigação e desenvolvimento 3 0

Observação de cetáceos 1 0

Apoio à exploração mineira 0 1

Investigação atmosférica 0 1

TOTAL: 217 599

PERMISSÕES CONCEDIDAS

2015 2016

Filmagem aérea 41 338

Fotografia aérea 57 88

Fotografia e filmagem aéreas 16 70

Produção de ortofotomapas 8 9

Âmbito de investigação e desenvolvimento 3 0

TOTAL: 125 505

LICENÇAS DE DIVULGAÇÃO CONCEDIDAS

Permanentes Não permanentes Total Permanentes Não permanentes Total

2016 5.248 946 6.194 2016 5.049 902 5.951

2015 5.269 720 5.989 2015 5.088 676 5.764

Pedidos processados Voos realizados

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 174

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 151

Como exemplo, refere-se o aumento das Autorizações de Execução concedidas a este tipo de

plataformas, de 38 para 457 (cerca de 1.100%), assim como, o das Licenças de Divulgação emitidas

(cerca de 300%), no ano em apreço.

AERONAVEGABILIDADE

Da análise daqui decorrente, verifica-se uma redução, particularmente evidente nas Licenças Especiais

de Aeronavegabilidade (cerca de 30%), relativamente ao período homólogo anterior. Este decréscimo

é igualmente visível nas concedidas a SANT’s (cerca de 40%).

2015 2016

Licenças Especiais de Aeronavegabilidade 35 24

Certificados de Aeronavegabilidade 15 14

AUTORIZAÇÕES DE EXECUÇÃO CONCEDIDAS

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 175

Página 176

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 152

Segurança do Espaço Marítimo

SEGURANÇA COSTEIRA 210

Realizaram-se 226.812 ações, tendo sido

empenhados 311.528 elementos ao longo

de 783.792 horas de atividade,

percorridos 1.528.901 km211 e 33.657

milhas náuticas212.

Foi acionado um posto da PM nas ilhas

selvagens no arquipélago da Madeira,

tendo em vista, a garantia da soberania

nacional, a prevenção e repressão da

criminalidade transnacional organizada e

de crimes ambientais e a proteção dos

recursos naturais;

Em termos contraordenacionais foram

registados 9.923 autos.

SISTEMA INTEGRADO DE VIGILÂNCIA, COMANDO E CONTROLO (SIVICC) 213

O SIVICC permitiu obter um conhecimento situacional permanente da orla costeira e do mar territorial

funcionando conjuntamente e de forma articulada com as equipas operacionais no terreno (terra e

mar). Foram monitorizadas 154.321 embarcações, o que significou um acréscimo de 40,6% face a

2015.

210 Dados GNR e PM (Fontes diversas do ano 2015) 211 Dados GNR 212 Dados GNR 213 Dados GNR

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 176

Página 177

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 153

Na componente security, o resultado operacional direto da monitorização do SIVICC permitiu a

realização de 28 ações sobre embarcações suspeitas de transporte de estupefacientes, o controlo de

130 situações por comportamentos considerados suspeitos e a produção de informações diretas para

a PJ e a Guardia Civil (Espanha), que resultaram na apreensão de 2400 Kg de haxixe, a detenção de 5

indivíduos e a apreensão de 2 viaturas e 3 embarcações.

Foram ainda detetadas várias situações de pesca ilegal (ex.: áreas proibidas, embarcações sem

licenças de pesca, exercício da pesca de arrasto, etc.), num total de 101, que constituíam infrações às

leis vigentes. Foram também efetuadas 6 monitorizações relacionadas com a proteção da natureza.

Importa salientar que a vigilância é apenas uma das componentes do sistema e que todos os

resultados operacionais resultam do esforço conjunto das intervenções terrestre e marítima, que

complementam e constituem os “braços” do SIVICC.

SINISTRALIDADE MARÍTIMA 214

No âmbito da segurança marítima foram registados 110 sinistros com embarcações, valor 21% inferior

ao registado em 2015. Dos sinistros resultaram 5 mortes e 18 feridos.

Entre as principais causas surgem o afundamento, provocado por condições meteorológicas e de mar

adversas, o encalhe e as avarias nos sistemas de propulsão ou de governo.

Olhando à atividade desenvolvida pelas embarcações sinistradas constata-se que 64% dos sinistros

ocorreram com embarcações de recreio (85), 29% com embarcações registadas na atividade da pesca

profissional (39), 5% com embarcações auxiliares (7) e 1,5% com embarcações de comércio (2).

Já no que concerne a acidentes de trabalho a bordo foram registados 45 casos, menos um caso do

que em 2015, de que resultaram 30 feridos e 3 mortos. Olhando ao tipo de atividade das

embarcações onde se registaram os acidentes constata-se que todos os acidentes de trabalho a bordo

se verificaram na pesca profissional.

SOCORRO A NÁUFRAGOS E SALVAMENTO MARÍTIMO 215

No âmbito da salvaguarda da vida humana no mar e de socorro a náufragos, os meios de busca e

salvamento marítimo realizaram 346 saídas para ações de socorro, de que resultou o salvamento de

55 vidas e a prestação de assistência a 435 pessoas. Foi ainda prestada assistência a 99 embarcações e

salvas outras 11. Ainda neste âmbito, o dispositivo de salvamento marítimo participou em 6

evacuações médicas.

214 Dados AMN 215 Dados AMN

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 177

Página 178

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 154

No que concerne à atividade de assistência a banhistas durante a época balnear, o dispositivo

estabelecido realizou 605 intervenções de salvamento em praias marítimas e fluviais vigiadas. Há,

contudo, a registar a ocorrência de 13 casos mortais, 9 dos quais ocorreram em praias não vigiadas.

MOVIMENTO NOS PORTOS 216

No âmbito da segurança e da prevenção das atividades ilícitas, foram efetuadas 16.844 ações de

fiscalização de entrada/saída a navios e estabelecidos perímetros de segurança aquando das visitas de

navios de guerra aos portos nacionais.

O movimento registado nos principais portos do Continente, Açores e Madeira, está patente nos

quadros 1 e 2, respetivamente:

MOVIMENTO NOS PORTOS DO CONTINENTE

MOVIMENTO NOS PORTOS REGIÕES AUTÓNOMAS

216 Dados AMN

TIPO NAVIOS

SUB TIPO Viana do Castelo

Aveiro Leixões Douro Figueira Foz

Lisboa Setúbal Sines Portimão Faro V.R. S. António

MERCANTES CRUZEIROS 3 0 86 0 1 367 1 0 48 0 17

PORTA CONTENTORES

1 0 588 0 57 880 467 1290 0 0 0

GRANELEIROS 23 738 104 24 464 603 854 47 3 33 0

CARGAS PERIGOSAS

13 267 1431 0 84 337 149 945 0 0 0

OUTROS 161 34 437 3 6 468 253 140 5 0 0

TOTAL 2011039264627612265517242422563317

MILITARES PORTA-AVIÕES 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

FRAGATAS 0 0 1 0 0 12 0 0 0 0 0

SUBMARINOS 0 0 1 0 0 2 0 0 0 0 0

OUTROS 4 0 45 3 10 41 0 22 0 0 0

TOTAL 404731055022000

Ponta

Delgada

Vila do

Porto Flores Horta Angra

Praia da

Vitória

Vila da

PraiaFunchal Porto Santo

CRUZEIROS 72 2 9 28 1 13 3 287 3

PORTA CONTENTORES 326 159 27 155 0 143 29 197 44

GRANELEIROS 53 0 0 0 0 16 0 35 0

CARGAS PERIGOSAS 107 16 11 103 0 41 21 39 24

OUTROS 238 0 4 188 26 413 146 362 306

796 177 51 474 27 626 199 920 377

PORTA-AVIÕES 0 0 0 0 0 0 0 0 0

FRAGATAS 1 0 0 0 0 0 0 0 0

SUBMARINOS 0 0 0 0 0 0 0 0 0

OUTROS 5 6 6 0 7 19 3 28 12

6 6 6 0 7 19 3 28 12

TOTAL

MILITARES

TOTAL

TIPO NAVIOS SUB TIPO

ARQUIPÉLAGO DOS AÇORES ARQUIPÉLAGO DA MADEIRA

MERCANTES

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 178

Página 179

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 155

Recursos Humanos das Forças e Serviços de Segurança

EFETIVOS

Em 31 de dezembro de 2016, os efetivos das Forças e Serviços de Segurança (ingressos e saídas)

encontram-se plasmados no quadro infra:

RESULTADOS DA INTERVENÇÃO DAS FORÇAS E SERVIÇOS DE SEGURANÇA

Em consequência da atividade operacional das FSS decorreram os seguintes resultados:

Consequências da Atividade Operacional nas FSS

Mortos Feridos

c/internamento Feridos

s/internamento Feridos

s/tratamento

GNR 1 2 122 61

PSP 0 1 23 1

PJ 0 1 73 4

SEF 0 0 0 0

PM 0 2 3 0

Total 1 6 221 66

Ingressos Saídas Existências

Oficiais 23 24 854

Sargentos - 79 2 673

Guardas 457 318 18 996

Guardas Florestais - 7 310

480 428 22 833

Oficiais 63 46 805

Chefes - 97 2 385

Agentes 383 689 17 390

446 832 20 580

Assessor de Investigação Criminal - - -

Coordenador Superior de Investigação Criminal - 1 7

Coordenador de Investigação Criminal - 1 31

Inspetor Chefe - 3 115

Inspetor - 26 1131

Inspetor Estagiário - - -

Agente Motorista - - 10

0 31 1294

Inspetor Coordenador Superior - 1 26

Inspetor Coordenador - - 59

Inspetor Chefe - 1 101

Inspetor - 3 562

Inspetor Estagiário 90 - 90

90 5 838

Inspetores/Subinspetores - 1 3

Chefes/Subchefes - - 55

Agentes 1.ª/2.ª/3.ª 3 9 465

3 10 523

1 019 1 306 46 068TOTAL

PJ

SubTotal

SEF

SubTotal

PM

SubTotal

GN

R

SubTotal

PSP

SubTotal

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 179

Página 180

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 156

Forças Armadas - Colaboração

ESTADO MAIOR GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS

No âmbito de visitas de Altas Entidades militares e civis, visitas de navios aos portos nacionais e de

eventos (reuniões, conferências e cerimónias) organizados pelas Forças Armadas, foram

asseguradas e desenvolvidas diversas medidas de proteção e segurança pelas FSS. Das 125 acções

destacam-se as seguintes:

No âmbito da partilha de Informações, o EMGFA manteve ligações com a GNR, PSP, SEF, SIED e SIS

no quadro das atividades necessárias à avaliação das ameaças à segurança militar.

Realizaram-se, com carácter mensal, reuniões de coordenação de segurança militar, nas quais

tomaram parte: Divisão de Planeamento do Estado-Maior da Armada, Divisão de Segurança e

Cooperação Militar do Estado-Maior do Exército, Comando Aéreo da Força Aérea, Comando

Operacional dos Açores, Comando Operacional da Madeira, GNR, PSP, SIS, SIED e PJM.

No âmbito da preparação das Forças Nacionais Destacadas, o EMGFA contou com a colaboração da

PSP na habilitação de militares em condução avançada defensiva.

No âmbito do ensino e formação, militares dos Quadros Permanentes da GNR frequentaram cursos

no Instituto Universitário Militar (IUM), necessários ao desempenho das funções de Comando,

Direção e Estado-Maior.

· Reunião HOSTAC 2016; · Reuniões da Comissão Mista Luso-Marroquina;

· Reunião CLIMS SPRING MEETING; · NATO Maritime Force Commander Conference;

· III Seminário Internacional sobre Segurança Atlântica; · Reunião do MEOC 16;

· Reuniões da LANDFORCE e FINABEL; · Reunião “Vigilant Gathering XI”;

· Reunião do Grupo NATO AC237-LCMG; · VI reunião de Cooperação Estratégica de Defesa Portugal-Brasil;

· Conferência de Aeronavegabilidade Militar; · Iniciativas 5+5 da DGPDN;

· Reunião do NATO Stockpile Planning Committee; · Conferência Exercício 5+5 “Seaborder 16”;

· LX Reunião dos Estados-Maiores Peninsulares; · Conferência Exercício SFIR 16;

· Reunião da Force Protection Working Group; · NATO Lessons Learned Conference do JALLC;

· XIV NATO/MD Intelligence Experts Meeting; · Inspeções no âmbito do Tratado CFE e OPEN SKIES;

· Visita do XXXVI Curso de Defesa Nacional de Espanha;· 35th Bices Board of Directors Meeting;

· Reunião MISC FALL 2016; · Relações bilaterais/multilaterais no âmbito do MDN;

· Exercício “Linx Verifex”; · Apoio à STRIKEFORNATO.

· Reuniões Bilaterais Portugal-NATO;

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 180

Página 181

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 157

COMANDO OPERACIONAL DA MADEIRA (COM)

Entre 20 e 24JUN16, decorreu o Exercício ZARCO 161 visando, no âmbito de ameaças e/ou

agressões transnacionais, testar os planos de segurança dos Comandos e Unidades sediadas na

RAM. Participaram observadores da PSP e GNR.

No período de 24 a 28OUT16, o COM participou no DVD do exercício Lusitano 16, organizado pelo

EMGFA, cuja demonstração envolveu um conjunto de capacidades militares da componente

operacional do Sistema de Forças Nacional, que projetou do Continente meios com o objetivo de

reforçar o COM, para efeitos de exercícios, emprego em operações militares, no âmbito dos Planos

de Contingência do Comando, apoio ao SRPC-RAM e de missões de cooperação com as Forças e

Serviços de Segurança, tendo em vista o cumprimento conjugado das respetivas missões no

combate a agressões ou ameaças transnacionais

Nos dias 11 e 12NOV16, o COM participou numa iniciativa conjunta da Câmara Municipal de

Câmara de Lobos, do Instituto de Defesa Nacional, da Universidade da Madeira e da Delegação da

Madeira da Associação dos Auditores do Curso de Defesa Nacional, para a realização da 2ª

Conferência de Segurança e Defesa na Região Autónoma da Madeira que teve como finalidade

promover a reflexão e o debate sobre a cooperação entre as Forças Armadas e as Forças e Serviços

de Segurança no combate às ameaças transnacionais, em particular o terrorismo

COMANDO OPERACIONAL DOS AÇORES (COA)

No período de 02 a 08JUN16, decorreu, na ilha de São Miguel, o exercício LIVEX AÇOR16, o qual

visava os seguintes objetivos I) Avaliar a capacidade de Comando e Controlo; II) Avaliar a

adequabilidade dos meios; III) Avaliar a adequabilidade das diretivas e planos existentes; IV) Avaliar

a capacidade de coordenação de operações; V) Intensificar o entendimento, a confiança e a

cooperação entre o pessoal das Forças Armadas; VI) Promover a interação entre os militares e a

população civil.

COLABORAÇÃO DA MARINHA

COLABORAÇÃO COM A ANPC

No âmbito do plano não programado do DECIF, foi efetuada uma operação de rescaldo na serra de

Monchique, entre 9 e 12 de setembro de 2016, com o empenhamento de 48 militares.

No âmbito do plano TEJO foram mantidos em prontidão os meios previstos para a fase de perigo

referido.

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Página 182

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 158

COLABORAÇÃO COM A AMN

Para a Interdição das áreas reservadas durante a operação de meios aéreos envolvidos no DECIF

para scooping, foram empenhados 4 militares, entre 1 de junho e 30 de setembro de 2016.

Na assistência a banhistas/fiscalização de praias, foi efetuado um reforço do sistema de assistência

a banhistas do Instituo de Socorro a Náufragos entre 1 de junho e 30 de setembro. Foram

empenhados 59 militares.

No âmbito da aplicação das medidas de segurança para o reforço e proteção de navios estrangeiros

que pratiquem navios nacionais foram empenhados 390 militares em diversas missões.

COLABORAÇÃO COM A PJ

No âmbito do combate ao narcotráfico foram efetuadas 3 operações, não tendo resultado

nenhuma apreensão ou detenção de indivíduos.

COLABORAÇÃO COM O SEF

No âmbito do EPN – FRONTEX, na Madeira e Porto Santo, foram empenhados meios num total

aproximado de 2.502 horas e fiscalizadas 105 embarcações (75 de pesca comercial, 26 de recreio e

4 marítimo-turísticas) e fiscalizadas 710 pessoas. Na EPN-A1 (Algarve) foram empenhados meios

num total aproximado de 2.451 horas, tendo sido fiscalizadas 478 embarcações (383 de pesca

comercial, 89 de recreio e 06 marítimo-turísticas) e fiscalizadas 1.428 pessoas.

COLABORAÇÃO DO EXÉRCITO

COLABORAÇÃO COM A ANPC

No ano de 2016, o empenhamento do Exército decorreu no âmbito da execução dos Planos LIRA,

ALUVIÃO e CÉLULA, na atuação em situações de socorro de emergência e na disponibilização de

meios para apoio adicional às autoridades civis. Nos planos Aluvião e Célula não foi registado

qualquer tipo de apoio.

Plano Lira: Contempla ações de rescaldo, vigilância pós-incêndio e apoio logístico às cooperações de

bombeiros, serviços florestais e outros agentes de proteção civil. Foram empenhados 3.278

efetivos, 596 viaturas e um total de 209.851 Kms percorridos.

COLABORAÇÃO COM O INSTITUTO DA CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E FLORESTAS

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 159

Plano Faunos: Por protocolo com o ICNF contempla-se a colaboração, através de equipas de

vigilância e da engenharia militar, nos domínios da prevenção e vigilância dos fogos florestais em

matas nacionais e outras áreas florestais sob gestão pública, para diminuir o número e dimensão

dos incêndios florestais, contribuindo assim para a preservação e desenvolvimento do setor

florestal em Portugal.

COLABORAÇÃO COM AS FS

no âmbito doensino e formação os futuros oficiais dos quadros permanentes da GNR frequentaram

cursos específicos de ingresso e formação inicial na academia militar (AM).

COLABORAÇÃO DA FORÇA AÉREA

COLABORAÇÃO COM A ANPC

No apoio ao combate aos fogos, a Força Aérea registou um empenhamento que totalizou 42:20

horas de voo (HV), revelando um aumento significativo relativamente ao ano anterior (04:05, em

2015).

COLABORAÇÃO COM AS FS NO COMBATE AO CRIME ORGANIZADO E ÀS AMEAÇAS TRANSNACIONAIS

A Forca Aérea dedicou 765:10 HV à deteção de atividades relacionadas com imigração ilegal.

Deste total, 623:45 HV ocorreram sob a égide de operações conjuntas FRONTEX e 141:25 HV dentro

da European Patrol Network (EPN), nas áreas A1 e A3 (zona do Algarve e Madeira respetivamente).

Nestas ações foram detetados aproximadamente 1.134 imigrantes ilegais que tentavam chegar à

Europa através do mar Mediterrânico. No decorrer destas missões foi identificado um total de

22.297 alvos.

No que diz respeito ao combate à criminalidade e ao tráfico internacional de estupefacientes a

Força Aérea efetuou 278:05 HV, dedicadas/ou com especial atenção a este tipo de ameaça. Estas

missões permitiram recolher informação essencial que possibilitou a intervenção das autoridades

FASE I - Trabalhos de Engenharia FASE II - Vigilância

· Efetivos: 831  Efetivos: 1.026

· Meios empenhados: 487  Meios empenhados: 414

· Km percorridos: 31.615 Km  Km percorridos: 60.383 Km

· Horas Máquina: 4.128 HM  Horas de vigilância: 1.504

 Litros de combustível consumido: 6 960 l

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 160

dos vários Estados europeus e retirar do mercado 680 kg de cocaína. Ambas as situações denotam

uma redução em relação ao ano transato.

MISSÕES DE SOBERANIA, SALVAGUARDA DA VIDA HUMANA E PRESERVAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS

Foram realizadas 289:00 HV no âmbito do controlo das atividades piscatórias, em colaboração com

a DGRN, no âmbito do projeto SIFICAP, acrescidas de 317:45 HV de monitorização da Segurança e

Serviços Marítimos e de 288:15 HV no âmbito do controlo e combate à poluição. Nestas missões foi

identificado um total de 47 012 alvos. Na análise destas situações verifica-se uma redução, nas

diversas valências, relativamente ao ano anterior.

Ano 2015 Ano 2016

Horas de voo 631:20 669:20

Missões efetuadas 406 474

Doentes transportados 488 568

Horas de voo 117:20 122:45

Missões efetuadas 31 33

Doentes resgatados 38 28

Horas de voo 316:10 298:40

Missões efetuadas 87 87

Salvamentos 25 45

Horas de voo 68:30 68:05

Missões efetuadas 35 30

Horas de voo 168:30 345:45

Missões reais 6 4

Missões de treino 45 90

425:00 289:00

Monitorização da Segurança e Serviços Marítimos* 402:45 317:45

Controlo e combate à poluição * 359:20 288:15

* Missões realizadas em coordenação com a AAN

Monitorização e controlo do Espaço Marítimo *(em colaboração com a D. G. de Recursos Naturais, no âmbito do projeto SIFICAP)

Defesa e policiamento do Espaço Aéreo *

Evacuações sanitárias

Evacuações a navios

Busca e Salvamento

Transporte de órgãos

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6

GNR

PSP

ContingenteONU non-contracted

3. COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

COOPERAÇÃO NO ÂMBITO DE QUADROS MULTILATERAIS

No quadro multilateral, Portugal acompanhou os trabalhos de várias organizações e organismos

internacionais, como as Organização das Nações Unidas (ONU), do Conselho da Europa (CdE), da

Organização para a Cooperação e a Segurança Europeia (OSCE), do Grupo de Ação Financeira sobre

o Branqueamento de Capitais e o Financiamento do Terrorismo (GAFI), da Organização para a

Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), da Comunidade dos Países de Língua

Portuguesa (CPLP), da Conferência dos Ministros da Justiça dos Países de Língua Oficial Portuguesa

(CMJPLOP) e da Conferência dos Ministros da Justiça dos Países Ibero-Americanos (COMJIB).

A intervenção de Portugal traduziu-se na participação em missões internacionais e reuniões sobre

diversos temas na área das migrações, da cooperação policial e da justiça penal e na resposta a

múltiplas solicitações nas áreas de competência destas organizações e organismos internacionais,

além da preparação e envolvimento em vários processos de avaliação em diferentes áreas, como a

cibercriminalidade, os direitos humanos ou a corrupção União Europeia (UE), ONU, OCDE e CdE.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU)

MISSÕES INTERNACIONAIS

As Operações de Manutenção da Paz são organizadas para manter a paz e a segurança e para

facilitar processos políticos, proteger civis e ajudar no desarmamento. O MAI continuou em 2016 a

colaborar na estratégia nacional de participação em missões internacionais de manutenção de paz

com os seguintes contingentes:

Em regime de non – contracted pelas Nações Unidas

Meses GNR PSP Contingente

Janeiro 1 0 1

Fevereiro 1 0 1

Março 1 0 1

Abril 1 0 1

Maio 1 0 1

Junho 1 1 2

Julho 1 1 2

Agosto 0 1 1

Setembro 1 1 2

Outubro 1 2 3

Novembro 1 4 5

Dezembro 1 4 5

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Em regime contracted pelas Nações Unidas (em licença sem vencimento):

Paralelamente o MJ, através da PJ, participou com um elemento do LPC numa missão da ONU, na

Libéria. Por outro lado as funções exercidas por uma magistrada do Ministério Público junto da

representação do Escritório da ONU para as Drogas e o Crime (UNODC) em Maputo, Moçambique,

como conselheira em matéria de luta contra a corrupção, foram prolongadas até 15.12.2016.

O Ministério das Finanças (MF), através da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), participou no

programa de capacitação de quadros da Organização Mundial das Alfândegas (ONA) e do Escritório

da ONU para as Drogas e Crime (UNODC), no denominado “Container Control Program”, como

entidade formadora de prevenção de tráficos ilícitos sobre contentores por via marítima.

DIREITOS HUMANOS

A Secretaria-Geral (SG) do MAI e a (DGPJ)/MJ prosseguiram o acompanhamento das avaliações e

inquéritos no domínio dos direitos humanos. Integraram a delegação nacional à avaliação relativa à

implementação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (29/30 de março) e

com o SEF integraram a delegação nacional à avaliação relativa à implementação da Convenção

para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (CERD, 29-30 de novembro) tendo

dado resposta, num e noutro caso, às Observações Preliminares. Em paralelo, prepararam com a

colaboração das várias entidades do MAI e MJ, o contributo para o Relatório inicial de aplicação da

Convenção Internacional para a Proteção de todas as Pessoas Contra os Desaparecimentos

Forçados, o contributo para a monitorização nacional do acompanhamento das recomendações

aceites por Portugal no 2.º Mecanismo de Revisão Periódica Universal e o contributo para o

relatório da Perita Independente da ONU sobre o usufruto dos direitos humanos das pessoas com

albinismo.

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Ou

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ro

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vem

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De

zem

bro

PSP

SEF

Contingente ONUcontracted

PSP SEF Contingente

Janeiro 15 2 17

Fevereiro 14 2 16

Março 14 2 16

Abril 14 2 16

Maio 14 2 16

Junho 14 2 16

Julho 15 2 17

Agosto 15 2 17

Setembro 16 2 18

Outubro 15 2 17

Novembro 15 2 17

Dezembro 15 2 17

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O MJ participou na preparação e acompanhamento da visita a Portugal (entre 5 a 13 de dezembro)

da Relatora Especial da ONU sobre o Direito a uma Habitação Adequada.

OUTRAS ATIVIDADES NO QUADRO DA ONU

Portugal acompanhou a atividade de vários Comités, em particular do Comité 1373 (CTC – Comité

contra Terrorismo), do Comité 1540 (Armas de Destruição em Massa) e dos Comités de Sanções

(1267 e 1737).

O MAI e o MJ, nas respetivas áreas de competência, continuaram a articulação com o UNODC em

matéria de prevenção e de combate à criminalidade organizada, acompanhando também a

implementação da Resolução 1325 das Nações Unidas sobre Mulheres, Paz e Segurança.

O MJ assegurou a representação na 25.ª sessão anual da Comissão para a Prevenção do Crime e a

Justiça Penal, na 59.ª sessão anual da Comissão de Estupefacientes e na 8.ª sessão da Conferência

dos Estados Partes na Convenção contra a Criminalidade Organizada Transnacional e seus

Protocolos Adicionais.

O MAI contribuiu para a reunião de Alto Nível das ONU sobre Grandes Fluxos de Migrantes e

Refugiados que teve lugar à margem da Assembleia Geral.

No quadro da adesão de Portugal a vários instrumentos jurídicos da ONU, foram elaborados

comentários e preparados pelo MAI e pelo MJ os processos de ratificação da Convenção para a

Repressão de Atos Ilícitos relacionados com a Aviação Civil Internacional, do Protocolo Adicional à

Convenção para a Repressão da Captura Ilícita de Aeronaves e do Segundo Protocolo à Convenção

para a Proteção de Bens Culturais em Caso de Conflito Armado (UNESCO).

O MJ elaborou proposta de alteração legislativa, na sequência do aprovado na Conferência de

Revisão do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, celebrada em Kampala, em 2010,

onde foram adotados dois instrumentos de alterações relativas, respetivamente, ao crime de

agressão e ao artigo 8.º, este último destinado a uniformizar as regras de interdição quanto à

utilização de armas proibidas em conflitos armados de caráter internacional e de caráter não

internacional.

O MAI e o MJ responderam a múltiplas solicitações e questionários como foi o caso das Operações

de manutenção da paz e/ou outras missões especiais (questão do abuso e exploração sexual), da

corrupção e direitos humanos, detenção secreta ou os comentários à Resolução 31/30 (efeitos

prejudiciais do terrorismo no gozo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais).

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 164

Destaca-se o levantamento das medidas internas em vigor para dar cumprimento às Resolução do

Conselho de Segurança n.º 2253 (2015), de 17 de dezembro de 2015, e n.º 2322 (2016), de 12 de

dezembro, todas relativas à problemática do terrorismo e dos combatentes terroristas estrangeiros,

no sentido de verificar a adequação das disposições jurídico-penais com estes instrumentos das

Nações Unidas.

CONSELHO DA EUROPA

Em outubro de 2016, em Lisboa, realiza-se a 13ª Reunião Ministerial do Acordo Parcial Aberto Euro-

Mediterrâneo sobre Riscos Maiores do CdE, que contou com a presença dos Ministros da

Administração Interna dos países que integram este Acordo e teve como principal objetivo

estratégico aprovar o Plano de Ação a Médio Prazo para o período 2016-2020, o qual servirá de guia

orientador para o trabalho desenvolvido pelo Acordo Parcial Aberto, operacionalizado através do

(1) Comité dos Correspondentes Permanentes e dos (2) Centros Especializados Euro-Mediterrâneo

(investigação técnico-científica). Esteve presente o Comissário Europeu para a ajuda humanitária e

gestão de crises, Christos Stylianides, tendo sido possível conhecer as diretrizes estabelecidas pela

UE em matéria de proteção civil e ajuda humanitária.

Além disso, a SG/MAI (com o envolvimento de todas as FSS e da IGAI) e a DGPJ/MJ prepararam e

acompanharam a visita de avaliação do Comité Europeu para a Prevenção da Tortura e das Penas

ou Tratamentos Desumanos ou Degradantes (27 setembro - 7 outubro) e contribuíram para a

resposta do Estado Português às Observações Preliminares que precederam o Relatório da Visita a

Portugal.

O MAI e o MJ contribuíram para a “Estratégia do Conselho da Europa para os Direitos da Criança

(2016-2021)”, para a “Estratégia para a Deficiência do Conselho da Europa 2017-2023-Direitos

Humanos-Uma realidade para todos” e para a monitorização da implementação em Portugal da

Recomendação do Comité de Ministros sobre medidas de combate à discriminação com base na

orientação sexual e identidade de género.

Foram feitas diversas consultas internas às entidades na tutela do MAI e do MJ relativamente à

implementação da Convenção para a Proteção das Crianças contra a Exploração Sexual e os Abusos

Sexuais (Convenção de Lanzarote).

O (OTSH) e a DGPJ participaram na segunda avaliação a Portugal do Grupo de Peritos Contra o

Tráfico de Seres Humanos (GRETA), que teve lugar de 4 a 8 de abril.

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 165

O MJ continuou a fazer o acompanhamento presencial de vários Grupos e Comités do CdE,

designadamente, o Comité Diretor de Cooperação Jurídica (CEPEJ), o Grupo de Estados contra a

Corrupção (GRECO), o Comité T-PD (Proteção de Dados Pessoais) e respetivo Bureau, Comité das

Partes na Convenção contra o Tráfico de Órgãos Humanos, o Comité da Convenção sobre o

Branqueamento, a Deteção, a Apreensão e a Perda dos Produtos do Crime e o Financiamento do

Terrorismo (Convenção de Varsóvia) o Comité Diretor de Problemas Criminais (CDPC), o Comité das

Partes da Convenção Europeia para a Prevenção do Terrorismo, o Comité do Terrorismo

(CODEXTER), o Comité da Convenção sobre Cibercrime (T-CY) e respetivo Bureau e o Comité de

Cooperação Judiciária (PC-OC). Acompanhou também a aplicação das Convenções e Protocolos em

matéria de direitos humanos e os processos de ratificação da Convenção sobre a contrafação de

produtos médicos e de infrações semelhantes que ameacem a saúde pública (MEDICRIME), do

Terceiro e do Quarto Protocolos Adicionais à Convenção Europeia de Extradição ou ainda da

Convenção contra o Tráfico de Órgãos Humanos.

Regista-se a participação do MJ/PJ na elaboração e aprovação do «Manual sobre radicalização e

extremismo violento», da Resolução sobre «Técnicas especiais de investigação relativas a crimes

graves, incluindo o terrorismo» e do Relatório temático sobre a aplicação do artigo 1.º (Definições)

da Convenção do CdE para a Prevenção do Terrorismo.

ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E SEGURANÇA NA EUROPA (OSCE)

No âmbito da OSCE regista-se a participação da GNR, PSP, PJ e SEF em várias conferências e

seminários, importando sobretudo assinalar as respostas do MJ a questionários e outra

documentação em matéria de terrorismo, criminalidade organizada e cibercriminalidade.

O MAI e o MJ pronunciaram-se também sobre a eventual participação de Portugal, a nível

ministerial, na Conferência Anual do Mediterrâneo 2016.

ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO (OCDE)

O MJ centrou-se essencialmente no Grupo de Trabalho sobre Corrupção nas Transações Comerciais

Internacionais, no contexto em que Portugal continuou a acompanhar a evolução da situação no

Brasil e Islândia, dos quais foi avaliador.

Neste contexto, contribuiu para a elaboração do documento «Responsabilidade penal das pessoas

coletivas pelo crime de corrupção nas transações comerciais internacionais: relatório de

inventário», no «Inventário da OCDE sobre dados relacionados com a integridade e anticorrupção»

e participou em articulação com o Camões- Instituto da Cooperação e da Língua, I.P. para a revisão

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 189

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 166

e atualização da Recomendação do Conselho de Cooperação para o Desenvolvimento da OCDE

sobre a gestão de riscos de corrupção.

GRUPO DE AÇÃO FINANCEIRA SOBRE O BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS E O FINANCIAMENTO DO

TERRORISMO (GAFI)

Depois de em 2015 ter sido aprovada a Avaliação Nacional de Riscos de Branqueamento de Capitais

e de Financiamento do Terrorismo (http://www.portugal.gov.pt/pt/o-governo/arquivo-

historico/governos-constitucionais/gc20/os-ministerios/mf/documentos-oficiais/20151125-mf-

avaliacao-risco-branqueamento-capitais.aspx) as atividades nesta área estiveram sobretudo

direcionadas para o plano interno, fruto da necessidade de compatibilização do quadro jurídico e

regulamentar nacional com a versão revista das Recomendações de 2012, entretanto acolhidas pelo

direito europeu na Diretiva (UE) 2015/849, de 20 de maio de 2015, e da necessidade de elaboração

do diploma de transposição deste instrumento que, por decisão política dos Ministros das Finanças

dos Estados-membros da UE, viu encurtado o prazo de transposição para o final de 2016.

O MJ participou num grupo de trabalho interministerial para a elaboração de um projeto legislativo

no sentido de regular a aprovação de medidas restritivas pelo Estado Português e a aplicação e a

execução de medidas restritivas aprovadas pelo Estado Português, pela ONU, pela UE ou por outra

organização internacional de que Portugal seja membro, e estabelecer o regime sancionatório

aplicável à violação dos regimes restritivos imposto por estas organizações internacionais.

O MJ integrou os trabalhos de preparação da avaliação mútua de Portugal no âmbito do IV Ciclo de

avaliações mútuas do GAFI, cujo início formal foi desencadeado no dia 1 de junho. Neste quadro,

participou nas reuniões da Comissão de Coordenação das Políticas de Prevenção e Combate ao

Branqueamento de Capitais e ao Financiamento do Terrorismo, tendo participado nas várias

reuniões do seu Comité Executivo, elaborando as respostas sobre o cumprimento técnico das

Recomendações do GAFI que incidem sobre a área da Justiça (basicamente as que incidem sobre o

Direito Penal material, a cooperação judiciária internacional e poderes das autoridades de

investigação e judiciárias) e sobre o cumprimento dos Objetivos Imediatos, a par de outros

contributos como é o caso do Instituto dos Registos e do Notariado, da Procuradoria-Geral da

República e do Gabinete de Recuperação de Ativos, da Unidade de Informação Financeira e da

Unidade Nacional Contra Terrorismo, os três últimos na orgânica da PJ.

Ainda no contexto da prevenção e combate ao branqueamento de capitais / financiamento do

terrorismo, um elemento da DGPJ integrou uma missão do Banco Mundial a Cabo Verde para uma

ação de formação destinada à preparação da elaboração da avaliação nacional de riscos de

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 190

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 167

branqueamento de capitais / financiamento do terrorismo, que decorreu na cidade da Praia nos

dias 29 a 31 de agosto.

GABINETE NACIONAL INTERPOL (GNI)217

No âmbito da partilha de informação, foram

abertos 3.641 processos, o que corresponde a um

incremento de 20,4% relativamente a 2015,

distribuídos pelas seguintes classificações:

No âmbito da Cooperação Judiciária regista-se o seguinte:

MANDADOS DE DETENÇÃO EUROPEU (MDE), MANDADO DE DETENÇÃO INTERNACIONAL (MDI) E EXTRADIÇÃO 218

Portugal recebeu 115 pessoas através de mecanismos internacionais de detenção e entrega. 11

dessas pessoas foram extraditadas (Brasil -5; Suíça -5; Argentina 1) e as restantes 104 foram

entregues no quadro de execução de MDE emitidos por autoridades judiciárias portuguesas.

Destacam-se 25 entregas determinadas pelas autoridades britânicas, 24 entregas determinadas

pelas autoridades francesas, 22 pelas autoridades espanholas e 14 pelas autoridades romenas.

Portugal entregou 52 pessoas. 1 foi entregue através de extradição MDI (Brasil) e as restantes 51

foram entregues em execução de MDE (Espanha -20; Roménia -6; França -5; Alemanha -3; Polónia -

3; Suécia -3; Bélgica – 2; Grécia -2; Holanda -2; Itália – 2; Bulgária -1; Finlândia -1; Reino Unido – 1).

217 Dados PJ 218 Dados PGR

Enviadas 3

Recebidas 18

Cartas Rogatórias

Passivas 52

Ativas 115

Extradições

Passivas 66

Ativas 13

Transferências de reclusos

Menores 105

Crimes contra a propriedade e outros 819

Viaturas, criminalidade automóvel 471

Criminalidade económica 675

Estupefacientes 502

Terrorismo 19

Criminalidade informática 65

Crimes contra as pessoas 339

Falsificações 272

Outras classificações 173

Cariz não criminal (humanitário por ex.) 201

Total 3641

Processos INTERPOL

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 191

Página 192

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 168

Transferência de condenados:

Portugal recebeu 13 cidadãos portugueses através do mecanismo da transferência de condenados

(vindos da Áustria, Brasil, Espanha (4), Holanda, Luxemburgo, México, Panamá, Reino Unido (2) e

Sérvia).

Portugal entregou 66 cidadãos estrangeiros, condenados por autoridades portuguesas para

cumprirem pena no Estado da respectiva nacionalidade ou residência (Espanha – 43; Brasil -8;

Roménia -3; França, Holanda, Itália e Luxemburgo -2; Bulgária, Moldávia, Reino Unido e República

Checa -1).

COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA

De 4 a 7 de dezembro de 2016 realizou-se em Malabo, Guiné-Equatorial, a XI Reunião do Conselho

de Chefes de Polícia dos países da CPLP e também a XII Reunião do Conselho de Diretores Nacionais

de Migração, Estrangeiros e Fronteiras, esta com a participação do SEF. Com data de 7 de dezembro

foi aprovado um comunicado final conjunto, salientando-se três pontos centrais: (i) Promover a

colaboração interna e a cooperação externa das FSS com o objetivo de criar estruturas e

dispositivos que permitam uma resposta eficiente na prevenção, investigação e repressão do crime

violento e organizado e terrorismo; (ii)Elaboração de um Plano de Ação no âmbito da prevenção e

segurança rodoviária com o objetivo de diminuir a sinistralidade rodoviária; (iii)Definição de linhas

de ação que estabeleçam maiores garantias nos perímetros aeroportuários.

CONFERÊNCIA DOS MINISTROS DA JUSTIÇA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA (CMJPLOP)

Na sequência da deliberação da XIV Conferência dos Ministros da Justiça dos Países de Língua

Portuguesa (CMJPLOP), teve lugar em Díli, Timor-Leste, o 1.º Encontro do Conselho dos Diretores

dos Serviços Prisionais/Penitenciários dos Países de Língua Portuguesa, nos dias 9 e 10 de maio,

cujos trabalhos se centraram no debate sobre os objetivos, a missão e a estrutura do Conselho, e

sobre Sistemas Prisionais, Reinserção Social e Direitos Humanos, e culminaram com a assinatura do

Regimento do Conselho dos Diretores dos Serviços Prisionais/Penitenciários da CPLP.

Em sede desta organização internacional o MJ continuou a integrar ambas as Comissões de

Trabalho, tendo a primeira destas Comissões reunido, em Díli, Timor-Leste, em 29 de setembro com

o objetivo de fazer o ponto de situação relativa à implementação pelos Estados-membros da

Conferência dos Ministros da Justiça das medidas de combate e prevenção do tráfico de seres

humanos no espaço da CMJPLOP, em cumprimento do Plano de Ação de Lisboa.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 192

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 169

Além do encontro da Comissão de Trabalho em Matéria de Combate ao Tráfico de Seres Humanos,

realizou-se sob a Presidência Timorense desta Conferência de MJ, no dia 30 de setembro, a

Conferência Internacional prevista no Plano de Ação de Lisboa, dedicada às medidas de prevenção e

combate ao tráfico de seres humanos em vigor nos Estados que integram a CMJPLOP.

No dia 21 de abril foi celebrado um Memorando de Entendimento entre a CMJPLOP e a Conferência

de Ministros da Justiça dos Países Ibero-americanos (COMJIB), tendo em vista fortalecer a cultura

comum dos Países Luso-Hispano-Americanos em domínios de atuação prioritários, a saber: (i) o

fortalecimento do Estado de Direito e a Segurança Jurídica; (ii) o acesso ao Direito e à Justiça e

resolução alternativa de litígios; (iii) a prevenção da violência e do delito para a convivência pacífica;

(iv) a cooperação judiciária internacional; (v) o apoio à implementação e acompanhamento do

objetivo número 16 (Paz, Justiça e Instituições Eficazes) dos Objetivos de Desenvolvimento

Sustentável.

PROJETO DE APOIO À CONSOLIDAÇÃO DO ESTADO DE DIREITO NOS PALOP E EM TIMOR-LESTE (PACED)

O Projeto de Apoio à Consolidação do Estado de Direito nos PALOP e em Timor-Leste(PACED)visa

contribuir para a afirmação e consolidação do Estado de Direito procurando reforçar e modernizar,

em conformidade com as melhores práticas internacionais, o quadro jurídico e a organização

administrativa em matéria de prevenção e luta contra a corrupção, branqueamento de capitais e

criminalidade organizada. Neste quadro decorreu entre os meses de outubro e novembro o

programa de formação de formadores, financiado pelo 10.º Fundo Europeu de Desenvolvimento e,

cofinanciado e executado pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P. O MJ colaborou

através do Centro de Estudos Judiciários (CEJ) e da PJ em ações de formação de formadores do

PACED, que permitiram constituir uma bolsa de formadores aos quais caberá em 2017 e em cada

um dos países, ministrar formação nas matérias abrangidas pelo Projeto.

COMUNIDADE IBEROAMERICANA

O MJ tem acompanhado os trabalhos da Conferência de Ministros da Justiça dos Países

Iberoamericanos (COMJIB). Neste contexto, discutiu-se um projeto de Tratado relativo à

transmissão eletrónica de pedidos de cooperação jurídica internacional entre autoridades centrais.

Portugal participou através da PSP, da GNR, da PJ e do SEF na III Reunião Ibero-americana de Chefes

de Polícia – IBERPOL, que decorreu no Chile em novembro. Para além da promoção do reforço da

cooperação em matéria de formação e de intercâmbio de peritos em matérias específicas, foi

aprovado o Código Ético para as Polícias da Comunidade Ibero-americana. No contexto da IBERPOL,

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 193

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 170

salienta-se que a PSP participou nas Jornadas sobre o Código Ético para as Polícias da Comunidade

Iberoamericana, que antecederam a III Reunião Iberoamericana de Chefes de Policia.

O MAI/SEF participou nas Jornadas sobre o Código Ético das Polícias no âmbito da Conferência

Ibero-americana que tiveram lugar em Ávila, a 3 e 4 de novembro.

UNIÃO EUROPEIA

O MAI dispõe de dois oficiais de ligação (um oriundo da GNR e outro do SEF) na Representação

Permanente de Portugal junto da União Europeia (REPER) que acompanham as principais instâncias

de preparação dos trabalhos.

PREPARAÇÃO DA AVALIAÇÃO SCHENGEN A PORTUGAL

No quadro do novo Mecanismo de Avaliação Schengen e do calendário proposto, Portugal vai ser

objeto de avaliação sobre a aplicação do Acervo Schengen no decorrer de 2017 (maio-setembro).

Prosseguiu a preparação do processo de avaliação por parte da SG/MAI enquanto entidade

coordenadora a nível nacional. Neste contexto, foi levada a cabo a coordenação de um conjunto

muito significativo de tarefas, das quais se destacam, pelo seu impacto direto: a preparação e

consolidação da resposta nacional ao Questionário de Avaliação Schengen (que servirá de base à

Avaliação a realizar no decurso de 2017); a constituição de uma bolsa de peritos nacionais que

participaram em missões de avaliação Schengen a outros Estados-membros; a realização de um

total significativo de reuniões de trabalho e de diligências quotidianas para obtenção de todos os

elementos necessários à preparação da resposta nacional ao questionário, à concertação de

posições e à consensualização das informações e dados a serem transmitidas à Comissão Europeia;

à promoção de um exercício de simulação da avaliação com a realização entre 17 de outubro e 23

de novembro, de um total de trinta e oito visitas de avaliação simulada, nas áreas de Cooperação

Policial, Gestão de Fronteiras (Fronteiras Aéreas e Marítimas), Proteção de Dados, SIS-SIRENE e

Retorno, que abrangeram o continente e a Região Autónoma da Madeira e a circulação pelas

entidades técnicas competentes de um conjunto de comunicações com indicações específicas de

todas as matérias que, pela sua relevância, ficaram por resolver e as quais deveriam ser alvo da

melhor atenção, tendo em vista a preparação da Avaliação de 2017. Ainda a destacar a fundamental

articulação e manutenção de um conjunto de reuniões com os competentes serviços da Comissão

Europeia.

Ainda no contexto da avaliação da aplicação do acervo Schengen, foi criado um Grupo de Trabalho

interministerial219 sob os auspícios do MAI e coordenado pelo SEF para a elaboração de uma

“Estratégia Nacional de Gestão Integrada de Fronteiras”, que reuniu durante o último quadrimestre

nas instalações do SEF e donde resultou uma proposta de Estratégia e respetivo Plano de Ação.

219 GNR, PSP, PJ, SEF, PM, AT, AMN, ANPC, ANAC, DGPDN, DGPJ, DGRM, GAB-SGSSI

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 194

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 171

FRONTEIRAS EXTERNAS

A crise migratória e o terrorismo impulsionaram um processo de reflexão no seio da UE de que

resultou clara a necessidade de promover melhorias no controlo das fronteiras externas garantindo

uma gestão eficaz das migrações e assegurando a segurança interna. O MAI participou ativamente

na negociação das propostas legislativas que visam garantir a integridade do Espaço Schengen.

Depois de um processo negocial a um ritmo sem precedentes, a Guarda Europeia de Fronteira e

Costeira, desenvolvida a partir da FRONTEX, foi lançada oficialmente a 6 de outubro na fronteira

entre a Bulgária e a Turquia e visa uma gestão mais integrada e eficaz das fronteiras da União,

salvaguardando, ao mesmo tempo, a livre circulação de pessoas. Dispõe de um contingente de

reacção rápida com um mínimo de 1.500 operacionais e para o qual Portugal contribui com 47

elementos, 18 da GNR, 14 do SEF, 5 da PSP e 10 da PM.

O MAI acompanhou as negociações com vista à criação de um Sistema de Entrada/Saída para

registar as passagens de fronteira de todos os nacionais de países terceiros que visitem o Espaço

Schengen para estadas de curta duração (período máximo de 90 dias num dado período de 180

dias).

Acompanhou, igualmente, a proposta de criação de um Sistema de Informação e Autorização de

Viagens da União (semelhante aos existentes nos Estados Unidos da América, Canadá e Austrália,

incluindo para cidadãos da UE) no qual os viajantes isentos de visto inscreveriam informações

relativas à sua viagem, de forma a permitir uma avaliação dos visitantes de países terceiros que

cheguem para uma estada de curta duração, aligeirando, simultaneamente, em termos de duração

e simplicidade, os procedimentos à chegada à fronteira.

Por outro lado, manteve-se o empenhamento de FSS sob tutela do MAI nas operações da

“FRONTEX” com a participação de meios humanos e materiais.

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50

100

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Mai

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Dez

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Contingente FSS na FRONTEX

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 172

A PM integrou a operação Poseidon Sea entre janeiro e setembro com 15 elementos, 2

embarcações e 1 viatura.

VISTOS

O ano de 2016 foi marcado por alterações e propostas de alteração ao Regulamento 539/2001: (i)A

entrada em vigor do acordo com Kiribati - isenção de vistos para estadas de curta duração; (ii) A

conclusão do Acordo com a República das Ilhas Marshall, Ilhas Salomão, Micronésia e Tuvalu, sobre

a isenção de vistos para estadas de curta duração; (iii)A aprovação da celebração do acordo entre a

UE e República da Colômbia, Palau, Peru, Reino de Tonga, sobre a isenção de vistos para estadas de

curta duração; (iv)A apresentação de uma proposta de reforço do mecanismo de suspensão, um

processo que avançou, em paralelo, com a liberalização do regime de vistos com um conjunto de

quatro países terceiros (Geórgia, Ucrânia, Turquia e Kosovo).

Foram abertas as negociações entre a UE e a Jordânia sobre a facilitação da emissão de vistos de

curta duração e pela entrada em vigor do Acordo entre a UE e a República Popular da China sobre a

isenção de visto para estadas de curta duração de titulares de passaportes diplomáticos.

IMIGRAÇÃO E ASILO

O MAI tem participado no debate e nas iniciativas de resposta à atual crise migratória. Até ao final

de 2016 foram acolhidas em Portugal 961 pessoas ao abrigo do mecanismo de recolocação (690

FRONTEX CONTINGENTE FSS OPERAÇÕES

Janeiro 24 Poseidon Sea; FOA Land; Triton; Focal Points Air; Pegasus

Fevereiro 18 Poseidon Sea; FOA Land; Triton; Focal Points Air; Pegasus

Março 32JO FOA; Poseidon Sea; Triton; FOA Land; Alexis; Focal Points

Air; Coordination Points Land

Abril 59JO FOA; JO PRI; Poseidon Sea; Triton; FOA Land; Alexis;

Pegasus; Focal Points Land; Focal Points Air

Maio 63JO FOA; JO PRI; Poseidon Sea; Triton; FOA Land; Alexis;

Pegasus; Focal Points Land; Focal Points Air

Junho 50JO FOA; JO PRI; JO Focal Points; FRONTEX KALOTINA; Poseidon

Sea Kos; Triton; Veja Children; Eurocup 2016 CDG; Operação

Retorno; Pegasus

Julho 48JO FOA; JO PRI; JO MINERVA; FRONTEX KALOTINA; Poseidon Sea

Kos; Triton; Pegasus; Veja Children; Focal Points Air

Agosto 45JO PRI; JO FOA; JO MINERVA; FRONTEX KALOTINA; FRONTEX

SVILENGRAND; Veja Children; Focal Points Air

Setembro 51Poseidon Sea; JO FOA 2016; JO EPN Minerva; FRONTEX

SVILENGRAND; FOA LAND; Vega Children; Triton; Alexis II

Outubro 39Poseidon Sea; FRONTEX KALOTINA; FRONTEX SVILENGRAND;

FRONTEX HR; Vega Children; Triton; Pegasus; Focal Points

Land; Alexis; Alexis II; INDALO

Novembro 38Poseidon Sea; FRONTEX KALOTINA; Triton; Pegasus; Focal

Points Land; Alexis; INDALO

Dezembro 30JO Poseidon Sea; KALOTINA; Focal Points Air; Triton; FOA Land;

Focal Points Land; Pegasus

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 196

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 173

provenientes da Grécia e 271 de Itália) e reinstaladas 12 pessoas provenientes da Turquia no

âmbito do Esquema 1 por 1.

Portugal continuou a destacar peritos para as agências europeias. O SEF/MAI disponibilizou 4

peritos em asilo para apoio aos hotspots de Lesbos, na Grécia, tendo aí permanecido durante seis

semanas no quadro do Plano Operacional de Apoio à Grécia, ao abrigo da call lançado pelo

Gabinete Europeu de Asilo (EASO) “Asylum experts to perform admissibily procedures”. No âmbito

da própria estrutura do EASO, o SEF tem um perito destacado há dois anos, tendo sido

recentemente submetida uma candidatura de um segundo elemento. Estima-se que no início de

2017 se possa proceder ao destacamento de mais 2 peritos para apoio aos hotspots.

Em matéria de asilo o ano foi marcado pela participação do MAI na negociação do pacote legislativo

apresentado pela Comissão Europeia, no âmbito da reforma do Sistema Europeu Comum de Asilo,

nomeadamente as propostas relativas ao Regulamento Dublin, à Diretiva “Acolhimento”, ao

Regulamento “Qualificação, ao Regulamento “Procedimentos” e ao Regulamento que estabelece

um Quadro Europeu de reinstalação, o Regulamento Eurodac e finalmente o reforço e

transformação do EASO numa futura Agência Europeia de Asilo. Portugal tem assumido posição de

apoio à reforma do sistema europeu comum e é favorável à proposta de progressão do EASO para

uma Agência Europeia, a primeira dedicada a estas matérias, passando a estar habilitada, em

termos humanos, materiais e financeiros, a auxiliar os EM mais pressionados e a zelar

permanentemente pelo bom funcionamento do Sistema Europeu Comum de Asilo.

DIMENSÃO EXTERNA DA POLÍTICA DE IMIGRAÇÃO E ASILO

Merece destaque o acompanhamento da abordagem do novo Quadro de Parceria com os países

terceiros de origem e de trânsito, criado no quadro da Agenda Europeia para a Migração, uma

abordagem aprovada pelo Conselho Europeu de junho, que incumbiu a Alta Representante de

liderar a sua execução. Na primeira fase foram identificados cinco Estados prioritários: Nigéria,

Níger, Mali, Senegal e Etiópia. O MAI (SG/MAI e SEF) participou nas quatro videoconferências

organizadas pelo Gabinete da Alta Representante, nas quais tem sido feito o ponto de situação dos

contactos, tanto ao nível da UE como ao nível bilateral, com aqueles países.

Destaca-se ainda a preparação da Reunião de Alto Nível do Processo de La Valletta, a ter lugar em

2017, tendo sido constituído um Grupo de Amigos da Presidência que reuniu com alguma

regularidade durante 2016. Foram entretanto iniciados 16 projetos do Plano de Ação de La Valletta.

No quadro do Processo de Rabat teve lugar uma reunião temática sobre facilitação de vistos, em

Cabo Verde, de 30 de novembro a 1 de dezembro sob copresidência do SEF. Ainda no quadro deste

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 174

Processo e sob a linha de financiamento reservada à implementação do Programa de Roma, o SEF

apresentou a candidatura a projeto que intitulou Reinforcement of Integrated Migration

Management (RIMM). A tónica do projeto assenta no reforço da gestão integrada das migrações,

cujo objetivo geral será a promoção de uma abordagem integrada das migrações através do

desenvolvimento de novas valências por parte das autoridades dos países beneficiários - Cabo

Verde, Guiné Bissau e São Tomé e Príncipe. O projeto foi aprovado pela Comissão Europeia e a sua

implementação terá início em 2017.

O SEF esteve presente na 3.ª Conferência Ministerial do Processo de Praga, em Bratislava, em

setembro, e na reunião de altos funcionários, preparatória. Esteve igualmente envolvido nos

trabalhos ao nível técnico deste Processo, dando continuidade à participação iniciada em 2015,

participando no workshop final do Projeto-piloto dedicado à migração legal, (fevereiro, Praga) para

apresentação e discussão da versão provisória do Manual (Handbook) sobre Reforço da mobilidade

estudantil, cuja versão final foi apresentada na Conferência Ministerial.

No quadro da Parceria para a Mobilidade UE-Tunísia o SEF é parceiro do projeto LEMMA –

Ensemble pour la mobilité, no âmbito do quadro de apoio à implementação da Parceria para a

Mobilidade, liderado por França. Esteve representado na reunião de lançamento (julho) e Comité

de Pilotagem e igualmente na primeira reunião do Comité Técnico do projeto (novembro),

realizadas em Tunes. Por outro lado é parceiro no projeto de apoio à implementação da Parceria

para a Mobilidade UE- Jordânia liderado pelo ICMPD. Em julho 2016, teve lugar em Amã a reunião

de lançamento do projeto de apoio a esta Parceria (JEMPAS), na qual o SEF esteve representado.

As relações com a Turquia continuaram a merecer destaque especial em 2016. Apesar da situação

política interna a Turquia confirmou na reunião do Dialogo Político de Alto Nível de 9 de setembro o

seu completo empenho no cumprimento da Declaração UE-TR de 18 de março. A implementação

desta Declaração tem resultado numa diminuição substancial do número de travessias e perda de

vidas no mar. A SG/MAI participou nas reuniões do Comité Diretor do Mecanismo Financeiro de

apoio aos Refugiados na Turquia, cujo montante total atingiu já os 2,2 mil milhões de EUR para o

período 2016-2017, o que representa mais de metade do total de 3 mil milhões de euros previstos.

A Comissão Europeia já adjudicou 512 milhões por meio de contratos a 26 projetos (nas áreas das

necessidades básicas, proteção, educação, saúde e abrigo), com 19 parceiros.

Ressalve-se a participação no Programa da UE de Assistência Técnica e Intercâmbio de Informação

(TAIEX) e no Programa de Geminação de Instituições (Twinning), tendo as entidades do MAI e do MJ

participado nas seguintes ações:

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 175

Fonte: SG/MAI e DGPJ/MJ

ESTRATÉGIA EUROPEIA DE SEGURANÇA INTERNA

A Estratégia Renovada para a Segurança Interna da União Europeia 2015-2020 define seis grandes

áreas em matéria da dimensão externa da segurança na Europa: melhoria da troca de informações,

melhoria da cooperação operacional (incluindo com países terceiros), realização de ações de apoio,

combate ao terrorismo e prevenção da radicalização, desmantelamento do crime organizado e

combate ao cibercrime. A sua implementação registou alguns progressos em 2016 a nível

estratégico, operacional e legislativo: início de funções do Centro Europeu de Luta contra o

Terrorismo da Europol, lançamento do Centro de Excelência da Rede de Sensibilização para a

Radicalização, criação do Centro Europeu contra o Contrabando de Migrantes da Europol, adoção

da Diretiva PNR e aprovação do regulamento que cria a Guarda Europeia de Fronteiras e Costeira.

O futuro aponta para que o eficaz combate ao terrorismo e ao seu financiamento, à radicalização e

ao recrutamento, bem como à prevenção e combate da criminalidade grave e organizada, continue

a passar por uma abordagem europeia coerente e coordenada, baseada no intercâmbio e gestão de

informações, e que aposte no reforço dos diálogos de segurança já estabelecidos com a Jordânia,

Líbano, Marrocos, Tunísia e Turquia, com vista ao desenvolvimento de parcerias efetivas na luta

contra o terrorismo. O propósito último será criar uma “União da Segurança na Europa”, genuína e

eficaz, em que a segurança interna de um Estado-membro é entendida como a segurança interna

de todos os outros Estados-membros, e em que há uma verdadeira articulação entre as dimensões

interna e externa da segurança.

Portugal, sob a coordenação da SGSSI tem estado fortemente empenhado na implementação do

Ciclo Político da EU para a criminalidade grave e organizada, procurando garantir o reforço da

articulação entre todas as FSS no sentido de assegurar uma participação efetiva de peritos

TAIEX

País Descrição Instituições Datas

SérviaWorkshop, em Belgrado, sobre Manutenção da

Ordem Pública GNR 3 e 24 junho 2016

Bielorrússia

Visita de estudo de delegação do Ministério da

Interior, sobre a Fase de Inquérito no âmbito

do Processo Penal Português

PGR e PJ 7 /8 abril 2016

Turquia

Visita de estudo de delegação do Ministério

dos Assuntos Internos, em matéria da

Convenção sobre Cibercrime e Harmonização

da Legislação Nacional

PGR e PJ 21/22 janeiro 2016

Twinning

País DescriçãoInstituições

destinatáriasParticipação

Turquia

Reforço da capacidade institucional dos

Serviços de Liberdade Condicional em

transição para um Sistema Eletrónico de

Monitorização

DGRSP

Várias participações

de técnicos da DGRSP

durante o ano de

2016

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 199

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 176

especializados nas matérias em debate e desenvolvimento das ações prevista. O Ciclo Político

vigente, iniciou-se em 2014 e tem seu términus no final de 2017.

Neste contexto caracterizou-se pela manutenção dos objectivos estratégicos dos Planos

Estratégicos Multianuais (Multi Anual Strategic Plans, MASP220), tendo-se mantido as prioridades221.

Os planos anuais de acção operacional (Operational Action Plans OAPs) foram presentes e aceites

no Comité Operacional para a Segurança Interna (COSI) em reunião de 16/12/2015222, e resultaram

num total de 205 acções assim distribuídas:

A SGSSI assegura a coordenação nacional das ações relativas ao EMPACT (European

Multidisciplinary Platform Against Criminal Threats) inseridas nas seguintes prioridades:

220 Docs 12047/3/13 Rev3; 12371/4/13 Rev 4; 12759/3/13 Rev 3; 12065/4/13 Rev 4; 11292/4/13 Rev 4; 12623/5/13 Rev 5; 12088/3/13 Rev 3; 12061/3/13 Rev 3; 11907/2/13 Rev 2. 221 Doc 12095/13 222 Doc 14861/2/15 Rev 2

Prioridades Nr de acções

DROGAS SINTÉTICAS 19

CRIME ORGANIZADO CONTRA A PROPRIEDADE 19

HEROINA 13

CIBERCRIME – CARTÕES DE PAGAMENTO 14

CONTRAFACÇÃO DE BENS 13

TRÁFICO DE SERES HUMANOS 13

IMIGRAÇÃO ILEGAL 19

ARMAS DE FOGO 17

CIBERCRIME – ATAQUES CIBER 16

CIBERCRIME EXPLORAÇÃO SEXUAL DE MENORES 19

FRAUDE AOS IMPOSTOS (MTIC) 15

FRAUDE AOS IMPOSTOS (EXCISE) 14

Prioridade GNR PSP PJ AT SEF ASAE SIED SIS AMN

Imigração Ilegal X X X X X X

Tráfico de Seres Humanos X X X X X X

Contrafacção de bens X X X X X

Drogas Sintéticas X X X X X X

Heroína X X X X X X

Cocaína X X X X X X X

Ciber Ataques X X X X X X

Cartões de pagamento X X X X X X

Exploração Sexual de Menores X X X X X X

Armas de fogo x X X X X X

Crime Organizado contra a

PropriedadeX X X X X X X

Excice X X X X X

MTIC X X X

Cybercrime

Fraude Intra Comunitária

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As operações conjuntas no âmbito do Ciclo Político foram desenvolvidas segundo o conceito

aprovado pelo COSI, destacando-se:

 COPYCAT, organizada pelas alfândegas francesas. Teve como objectivo a detecção e a apreensão de produtos, com símbolos e logótipos contrafeitos, relacionados com o evento

desportivo Euro 2016;

 CHIMERA ARMS/ARMSTRONG III coordenada pela WCO, na parte relativa à CHIMERA ARMS e da EUROPOL (projeto EMPACT), na parte relativa à ARMSTRONG III. Teve como

objetivo o controlo de armas de fogo, suas partes e munições, transportadas por via aérea,

por encomenda postal e carga expresso;

 OPSON VI, coordenada pela INTERPOL e pela EUROPOL. Teve como objetivo o controlo de alimentos e bebidas falsificados e/ou que não cumpram as regras de segurança, de

comercialização e de saúde pública;

 COSTALOT II, no âmbito do tráfico de cocaína e tráfico de outras substâncias proibidas, via transportes internacionais, com incidência na América latina;

 CICONA ALBA - Operação geral EMPACT sob as prioridades “Drogas”, “Cyber PCF”, “Imigração ilegal” e “Tráfico de Seres Humanos”.

COOPERAÇÃO POLICIAL

No quadro legislativo regista-se a aprovação de legislação de transposição da Diretiva n.º

2014/28/UE relativa à harmonização da legislação dos Estados-membros respeitante à

disponibilização no mercado e ao controlo dos explosivos para utilização civil, e a obtenção de

compromisso com o Parlamento Europeu sobre o texto da futura proposta de Diretiva sobre o

controlo da aquisição e da detenção de armas de fogo.

Ao nível da cooperação operacional, destaca-se a participação em vários projetos e parcerias por

parte da GNR, PSP e PJ.

Relativamente à participação da GNR destaca-se o Projeto GAR-SI Sahel, implementado por um

Consórcio Europeu, constituído por Espanha, França, Portugal e Itália e que visa contribuir para a

estabilização da região do Sahel (Burkina Faso, Mauritânia, Mali, Níger, Chade e Senegal), através

do reforço das capacidades operacionais das autoridades nacionais e melhorando o controlo efetivo

do território. A GNR assume os cargos de Diretor Adjunto no Níger e Burkina Faso.

De salientar igualmente a participação da GNR em diversas operações policiais conjuntas e

atividades de treino e formação internacional: Operações Policiais Conjuntas LUXCAR, RAILPOL e

REDE IMPEL.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 201

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 178

No primeiro caso, a Operação CARS, organizada pela Presidência Eslovaca, visou o combate ao

crime automóvel transfronteiriço. A GNR empenhou um conjunto de meios na referida operação, e

o balanço foi positivo para Portugal, que redundou na fiscalização de 19.860 veículos, controlo de

2255 pessoas e 3018 documentos, tendo sido efetuadas 13 detenções e apreendidas 22 viaturas.

No âmbito da criminalidade automóvel com repercussões transfronteiras, a GNR assegurou o

exercício da função de Ponto de Contacto Nacional, garantindo a ligação entre as FSS nacionais

(PSP, AT, PJ e congéneres Europeias), no capítulo da troca de informações e do apoio a ações

operacionais.

A RAILPOL (European Network of Railway Police Forces) é uma rede europeia de organizações de

segurança estatais responsáveis pelo policiamento de infraestruturas ferroviárias nos EM, da qual

fazem parte 15 países da EU e 1 país associado (EUA). O objectivo é aumentar e intensificar a

cooperação internacional ferroviária na Europa, para evitar ameaças e garantir a eficácia das

medidas contra a criminalidade transfronteiriça.

No âmbito da RAILPOL foram executadas três operações conjuntas: “11th Rail Action Day –

24RAD/BLUE”, “12th Rail Action Day – 24RAD/BLUE”, e “ACTIVE SHIELD”. Esta iniciativa visou

realizar controlos simultâneos nas principais linhas ferroviárias europeias, contribuindo para o

aumento do sentimento de segurança nos utentes das redes ferroviárias, para além de ter

potenciado a eficácia no combate ao crime. A GNR, que assegura de forma permanente o POC

nacional na RAILPOL e a presidência do grupo de trabalho de contra terrorismo, executou estas

operações em coordenação com a PSP (membro RAILPOL), CP, a Infraestruturas de Portugal e a

FERTAGUS. Foram efetuadas nas 3 operações, 823 ações em Estações Ferroviárias e 1461 ações em

Comboios, bem como fiscalizadas 10.659 pessoas e 2.490 bagagens, permitindo detetar 534 crimes

e 3 situações suspeitas de serem qualificadas de imigração ilegal, as quais resultaram na detenção

de 27 pessoas e apreensão de 5 armas.

A Rede IMPEL-TFS (European Union Network for the Implementation and Enforcement of

Environmental Law / Transfrontier Shipments of waste) tem como objetivo harmonizar a aplicação

do Regulamento (CE) n.º 1013/2006, de 14 de junho de 2006, relativo a transferências de resíduos.

Portugal integra a Rede IMPEL/TFS através da Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e

do Ordenamento do Território (IGAMAOT), como entidade coordenadora nacional e como

autoridade de aplicação, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), na qualidade de autoridade

competente de notificação e como participante no grupo de correspondentes, o Serviço de

Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR (SEPNA/GNR) e a PSP, como entidades fiscalizadoras e

de controlo nas transferências terrestres, e a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), na fiscalização

e controlo das transferências de resíduos por via via marítima. No âmbito da atividade desenvolvida

pela Rede IMPEL e tendo em conta os compromissos nacionais assumidos, realizaram-se três

operações de controlo e fiscalização nos meses de março, junho e outubro, sendo designadas de

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 202

Página 203

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 179

Operação AUGIAS. Foram realizadas ações de fiscalização e controlo no transporte de resíduos, em

coordenação com a IGAMAOT e SEPRONA da Guarda Civil de Espanha, para prevenir e detetar

movimentos transfronteiriços e circulação interna de resíduos em situação irregular. Nas operações,

foram inspecionados 3155 veículos, dos quais 260 transportavam resíduos, verificando-se 50

infrações, resultando a elaboração de 42 autos de contraordenação e sendo detetadas 61 outras

infrações (não resíduos).

A GNR e a PSP projetaram uma delegação policial com a missão de colaborar na segurança da fase

final do Campeonato Europeu de Futebol da UEFA EURO 2016.

Entre os projetos com participação da PSP, da PJ, da DGRSP e do Conselho Superior da

Magistratura, destaca-se o Programa EL PAcCTO, que tem como principal objetivo contribuir para o

fortalecimento do Estado de Direito e reforçar a segurança dos cidadãos da América Latina. Sob o

chapéu do diálogo político entre a UE e a Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe

(CELAC), a implementação será garantida por um Consórcio Europeu, constituído por Espanha,

França, Portugal e Itália. A sua organização será articulada em torno de três eixos principais:

cooperação policial, cooperação judiciária e sistema penitenciário. A representação nacional será

garantida pela PSP que assumirá o cargo de Diretor Adjunto do eixo “Cooperação Policial”.

Igualmente digna de menção a participação da PSP noutros projetos, nomeadamente o Projeto

ISAR+ - Utilização de novos meios de comunicação e em linha para resposta a situações de crise

Busca e Salvamento223 visa pesquisar e desenvolver um conjunto de diretrizes que, em situações de

emergência ou de crise, permite que os cidadãos através das novas tecnologias móveis e em linha

possam participar ativamente no esforço de resposta, através da comunicação bidirecional,

disseminação, partilha e recuperação de informação essencial para a intervenção PPDR (Public

Protection & Disaster Relief organization) na busca e salvamento, bem como assistência médica. O

Projeto CITYCoP224 - Citizen Interaction Technologies Yield Community Policing visa reforçar a

cooperação entre as forças de segurança e os cidadãos - Políticas comunitárias, envolvendo o

cidadão e as forças de segurança numa aprendizagem mútua das práticas de policiamento local,

trocar informações e alertas e fornecer uma plataforma para desenvolver metodologias de

resolução de problemas. O Projeto GAP225 - Gaming for Peace - Prevenção de Conflitos e Construção

da Paz tem como objetivo gerar um programa de formação em linha para pessoal (militar, policial,

civil) envolvido em missões de prevenção de conflitos e construção da paz (CPPB). E, finalmente, o

Projeto LETS-CROWD226 - Fator Humano na prevenção, investigação, e mitigação de atos

criminosos e terroristas. Com base nas melhores práticas, normas e trabalhos de investigação, a

223 7.º Programa Quadro e também do Horizonte2020, Programa-Quadro Comunitário de Investigação & Inovação – Proteção, Liberdade e Segurança da Europa e Seus Cidadãos 224 Idem 225 Idem 226 idem

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 180

LETS-CROWD irá propor um modelo de segurança que servirá para especificar e reforçar as políticas

de segurança para a proteção das multidões durante as manifestações.

Em matéria de armas e explosivos a PSP tendo em vista o intercâmbio de informações, participou

em diversos grupos de trabalho da UE, designadamente na ADCO-PA (autoridades nacionais de

fiscalização do mercado dos artigos de pirotecnia), Standing Committee on Precursors

(implementação do Regulamento (UE) n.º 98/2013, relativo à comercialização e utilização de

precursores de explosivos), ou ainda no Grupo de Trabalho relacionado com o EMPACT FIREARMS,

que visa a construção de um manual de investigações em linha.

No âmbito da Agência da União Europeia para a Formação Policial (CEPOL) o Instituto Superior de

Ciências Policiais e Segurança Interna (ISCPSI), assumiu a liderança do consórcio que está a

implementar o European Joint Master Programme – Policing in Europe, um mestrado com a

participação de 28 alunos oriundos dos diferentes países europeus e da EUROPOL. Sublinhe-se,

também, a organização de um curso CEPOL sobre “O Controlo de Armas de Fogo – Aspetos

Estratégicos”. Em colaboração com o CEPOL foram apresentadas quatro candidaturas para a

organização de cursos em 2017 nas áreas de Controlo de Armas de Fogo, Liderança, Ordem Pública

e Segurança Aeroportuária.

Além do acompanhamento regular de vários grupos de trabalho do Conselho da UE – entre outros o

DROIPEN, COPEN, DAPIX, GENVAL, GTT, COSI – o MJ acompanhou reuniões do Grupo de Peritos da

Comissão sobre Prevenção do Branqueamento de Capitais/Financiamento do Terrorismo e outras

reuniões promovidas por esta entidade, nomeadamente de grupos informais de peritos sobre

estatísticas da criminalidade, sobre vítimas de crimes, sobre proteção de dados pessoais, bem como

nas reuniões do designado Comité do artigo 31.º, onde, no quadro das relações transatlânticas,

foram discutidos os Acordos “Umbrella” e “Privacy Shield” (que substituiu o anterior “Safe

Harbour”) e as respetivas Decisões de Proteção Adequada.

Além disso, tendo em vista a necessidade de atingir progressos decisivos relativamente à criação da

Unidade de Informações de Passageiros (UIP), no quadro da Diretiva PNR, a PJ tem desenvolvido

esforços para participar nos diversos fóruns de troca de informação e boas práticas, como

aconteceu em fevereiro em Madrid, no âmbito do projeto “Pilot programme for data exchange of

the Passenger Information Units (PNRDEP)” e em Amesterdão, com a reunião organizada pela

Presidência holandesa, “Travel Information Portal Netherlands – PNR System”.

No contexto da luta contra a radicalização e o extremismo violento que conduz ao terrorismo, a PJ e

a DGRSP continuam a participar nas atividades da agora redenominada RAN-CoE (Radicalization

Awareness Network - Centre of Excellence), que inclui também uma vertente RAN-Prisões. A PJ

continuou a acompanhar as reuniões do Grupo de Trabalho Terrorismo e do COTER, que trata da

vertente externa do terrorismo, no Conselho da UE.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 204

Página 205

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 181

A PJ assegurou a participação na Conferência de Alto Nível “A resposta da Justiça Penal à

radicalização” e na Conferência “Combater o terrorismo e a desradicalização: como responder às

necessidades de formação dos profissionais da Justiça”, realizada em Bruxelas em 20 de maio bem

como na reunião do grupo de trabalho sobre combatentes terroristas estrangeiros – Coligação

Internacional para combate ao ISIS e Daesh.

A AT participou nos trabalhos relativos às matérias fiscais e aduaneiras tendo assegurado a

representação nacional no Grupo União Aduaneira e no Grupo de Cooperação Aduaneira do

Conselho assim como nos diversos grupos de trabalho, em projetos, comités e fóruns da Comissão

relativos à aplicação das medidas da política comercial comum, à implementação das alfândegas

electrónicas, à gestão do risco e à segurança da cadeia logística.

A AT assumiu a responsabilidade de liderar a ação 8.4 – Tráfico Ilícito de Armas, do Plano de Ação

2016-2017, do Grupo de Cooperação Aduaneira, do Conselho da União, cujo mandato foi

apresentado por Portugal e aprovado pelo Conselho em Junho.

No âmbito da cooperação aduaneira foram tramitados 56 pedidos ao abrigo do Regulamento (CE)

515/97, do Conselho de 13 de março e 31 pedidos ao abrigo da Convenção de Nápoles II relativa à

assistência mútua e à cooperação entre as administrações aduaneiras, assinada em Bruxelas em

18/12/1997.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 205

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 182

UNIDADE NACIONAL EUROPOL (UNE)227

Foram abertos 2.041 processos nas seguintes áreas:

227 Dados PJ

Crimes contra a propriedade 813

Tráfico de estupefacientes 308

Contrafação de moeda 123

Imigração ilegal 150

Tráficos de Seres Humanos 162

Diversos – fora do Mandato 86

Crimes contra a vida 68

Terrorismo 153

Comércio ilegal 64

Branqueamento de capitais 91

Tráfico de veículos 23

Tráfico de material radioativo 0

Total 2041

Por área do “Mandato” EUROPOL

Estados-Membros + 3ºs 1613

Europol 36

Entidades nacionais 392

Total 2041

Número de solicitações efetuadas

PJ 343

PSP 11

SEF 28

GNR 7

Tribunais 3

Alfândegas --

MAOC-N --

Policia Judiciária Militar --

Comissão proteção testemunhas --

ASAE --

Polícia Marítima --

Total 392

Solicitações nacionaisALBÂNIA 31 IRLANDA 39

ALEMANHA 84 ISLÂNDIA 13

AUSTRÁLIA 4 ITÁLIA 43

ÁUSTRIA 102 LETÓNIA 19

BÉLGICA 313 LICHENSTEIN 0

BULGÁRIA 38 LITUÂNIA 18

CANADÁ 5 LUXEMBURGO 25

CHIPRE 65 MACEDÓNIA 10

COLÔMBIA 18 MALTA 16

CROÁCIA 19 MOLDÁVIA 11

DINAMARCA 18 MÓNACO 1

ESLOVÁQUIA 18 MONTENEGRO 4

ESLOVÉNIA 26 NORUEGA 5

ESPANHA 94 POLÓNIA 36

ESTÓNIA 8 REINO UNIDO 70

EUA 12 REP. CHECA 43

EUROPOL 36 ROMÉNIA 25

FINLÂNDIA 22 RUSSIA 1

FRANÇA 163 SÉRVIA 3

GRÉCIA 45 SUÉCIA 25

HOLANDA 40 SUIÇA 41

HUNGRIA 40 TURQUIA 0

Estado-Membro

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 183

A PJ participa em Comités/Grupos de Trabalho da EUROPOL com carácter permanente conforme

quadro infra:

No âmbito Europol a PJ participa nos trabalhos do ficheiro de análise de informação criminal o Focal

Point Firearms, sendo também o Focal Point TFTP, este com base no Acordo «Programa para a

Deteção do Financiamento do Terrorismo (Terrorism Financing Tracking Programe - TFTP)

celebrado entre a União Europeia e os Estados Unidos.

Associou-se também aos trabalhos do novo Ponto Focal da EUROPOL denominado TRAVEL, que

versa sobre questões relacionadas com o fluxo de indivíduos originários de Estados-membros e de

Estados-terceiros que tenham solicitado a sua adesão ao ficheiro, que pretendam deslocar-se para

zonas de conflito jihadista e representa Portugal na First Response Network (FRN), do Preparedness

Programe (PP), que teve como predecessora a Counter-Terrorism Task Force (CTTF) criada na

sequência dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos e reativada em

resultado do ataque terrorista de Madrid ocorrido a 11 de março de 2004.

No quadro da EUROPOL a participação da FSS do MAI concretizou-se em várias dimensões. A GNR

assegura a representação nacional, no âmbito do EMPACT (European Multidisciplinary Platform

Against Criminal Threats), a prioridade OPC (Organized Property Crime) e participou em diversas

reuniões e ações a nível nacional contribuindo para a execução das outras prioridades vigentes no

período 2013-2017. A nível de solicitações de informação criminal via canal seguro SIENA, a GNR

manteve o seu nível de empenhamento dando resposta a 444 pedidos recebidos da Unidade

Nacional EUROPOL e tendo contribuído positivamente para 117 destes pedidos. No cômputo geral,

realizou pedidos e consultas para satisfação das necessidades operacionais, participou em diversas

reuniões operacionais e fóruns promovidos pelo Serviço de Polícia Europeu e integrou o ficheiro de

análise (AWF) SMOKE, dedicado ao contrabando de tabaco, continuando também a contribuir

muito ativamente para o AWF FURTUM.

EUROPOL

Conselho de Administração da Europol UCI

Chefes de Unidades Nacionais UCI

Grupo de Trabalho do Conselho da Administração

em Assuntos da Organização UCI

Grupo de Trabalho Assuntos TIC (Working Group ICT

Matters) UCI

Grupos/Projetos apoiados pela EUROPOL

EUCTF – European cybercrime task force DLVT/UNC3T

Grupo de Trabalho European Explosive

Ordenance Disposal Network (EEODN) UNCT

Projetos EMPACT – Ciclo de Políticas 2013-2017 UNCTE, UNCC, UNCT

e DLVT/UNC3t

Internet Referal Unit EUROPOL UNCT

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 184

A PSP participou em todas as reuniões de Kick off, estratégicas e de planeamento das Acções

Operacionais (AO) previstas para o ano de 2016, referentes ao EMPACT – Prioridade FIREARMS, do

ciclo politico 2013-2017, realizadas em janeiro, Abril e Outubro de 2016, que tiveram lugar em Haia

na sede da EUROPOL, na qualidade de co-driver nacional. Neste âmbito e dadas as AO aprovadas

pelo COSI, a participação da PSP enquanto co-driver nacional, em colaboração com a PJ, no

contexto das armas de fogo apreendidas, participou em ação operacional de estudo com vista à

criação de Focal Points e uso dos sistemas de informação balística, (Seminário em Birmingham,

Setembro) e no seminário realizado em Madrid (Julho) que revelou as potencialidades dos sistemas

que a FRONTEX disponibiliza no combate ao tráfico de armas e outros tipos de tráficos, como de

pessoas e estupefacientes. Tendo em atenção a AO na cooperação com os países do Médio Oriente

e Norte de África, a PSP participou nas 3 visitas efectuadas ao Líbano, Jordânia e Tunísia. A PSP

organizou em Junho um Curso CEPOL, sobre Tráfico de Armas – Nível Estratégico, no Instituto

Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, tendo contado com a colaboração da PJ e

integrado na AO 4.1 do EMPACT.

O SEF colaborou com a Europol UNE em 2.007 ações de partilha de informação (516 pedidos e

1.491 respostas a solicitações). Ainda no domínio operacional, o SEF esteve representado em vários

grupos de trabalho da Europol, destacando-se a participação no Jot Mare (acompanhamento das

organizações criminosas que actuam no Mediterrâneo, promovendo e facilitando a imigração

ilegal), Euroasian Organized Crime (acompanhamento das organizações criminosas denominadas

“Thieves-in-Law”) e Etutu (acompanhamento das investigações nos diversos EM relativamente a

redes organizadas que se dedicam ao TSH envolvendo cidadãs nigerianas para fins de exploração

sexual). Para além da troca e partilha de informação, o SEF foi convidado pela Academia Europeia

de Polícia (CEPOL), a participar com um especialista na temática dos casamentos de conveniência.

No âmbito do projeto EMPACT para o ciclo político 2014-2017 –, o SEF participou na definição dos

objetivos estratégicos e acompanhamento da respetiva execução dos Planos de Ação Operacional

(OAP).

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 185

Gabinete Nacional SIRENE (GNS)

O GNS tem um papel fundamental no reforço da ordem e da segurança públicas em território

nacional é o interveniente crucial no âmbito da cooperação policial e judiciária em matéria penal no

âmbito do espaço Schengen da União Europeia. É o responsável pela ligação com os restantes

Estados Membros do acordo de SCHENGEN e da Convenção de aplicação, no âmbito do

estabelecimento de relações conexas ao Sistema de Informação Schengen (SIS II).

As autoridade judiciais, policiais, aduaneiras e administrativas, legalmente definidas, para além do

direito de consulta ao SIS II, dispõem ainda do direito de criar, inserir, modificar, actualizar e

eliminar indicações sobre:

 Pessoas que não têm direito de acesso ou permanência no espaço Schengen;

 Localização de pessoas a pedido das autoridades judiciais ou policiais;

 A localização e detenção de pessoas relativamente às quais tenham sido emitidos

mandados de detenção europeu;

 Pessoas desaparecidas, sobretudo crianças ou outros indivíduos vulneráveis que

careçam de protecção;

 Categoria de objetos como veículos, armas de fogo, embarcações, aeronaves,

contentores e documentos, que possam ter sido perdidos roubados ou utilizados para a

prática de crimes;

 Os dados armazenados necessários à identificação de pessoas ou objetos bem como

contêm infracções referentes acerca de indicações e da medida a ser tomada.

Os EM da UE ligados ao SIS/II são os seguintes: Áustria, Bélgica, Bulgária, República Checa,

Dinamarca, Estónia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Itália, Letónia, Lituânia,

Luxemburgo, Malta, Holanda, Polónia, Portugal, Roménia, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Suécia e

o Reino Unido.

Os Países associados ligados ao SIS/II são os seguintes: Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça.

Às 24h00 de 31 de Dezembro de 2016 constavam do SIS/II 70.827.959 alertas/indicações válidas ou

activas, repartidas pelas seguintes categorias de pessoas e objectos:

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 186

Alertas na BD (Total)

Fonte: eu-LISA

Tendo em consideração os valores indicados, Portugal posiciona-se interpares da seguinte forma:

Portugal efetuou um total de 34.851.233 consultas (queries) ao SIS/II, na sua maior parte a pessoas

e documentos:

MS Total per MS Person Vehicle Aircraft BanknoteBlank

documentBoat Boat engine Container Firearm

Industrial

equip.

Issued

document

Licence

plateSecurity

Vehicle

regis. Doc.

AT 440,975 19,552 27,234 0 188 2,205 26 240 5 4,546 274 347,935 36,053 2,162 555

BE 3,647,501 16,044 45,397 0 4,256 12,343 34 77 3 39,293 377 3,030,242 267,631 5 231,799

BG 1,335,571 1,483 29,825 0 0 0 6 5 0 180 180 984,303 150,384 229 168,976

CZ 2,997,694 13,860 85,323 1 5 3,687 8 43 0 17,742 3,445 1,800,898 119,872 477 952,333

DK 746,220 5,186 30,297 0 6 1,618 999 5,615 0 4,554 5,513 685,429 7,003 0 0

EE 392,227 1,427 1,948 0 0 0 12 4 0 182 1 388,639 13 0 1

FI 181,904 3,086 5,455 0 0 116 62 542 0 6,213 12 164,888 1,503 0 27

FR 9,334,803 121,921 447,330 18 30,393 16,314 1,021 1,733 175 43,303 13,396 6,918,918 32,455 1,464,539 243,287

DE 10,183,856 77,488 307,405 6 193,484 296,050 1,506 9,702 84 177,020 75,400 7,422,531 910,986 450,720 261,474

EL 1,244,287 39,999 207,160 0 28,334 133,806 626 1,562 2 17,602 1 606,146 208,774 36 239

HU 834,013 27,845 20,235 0 69 407 8 27 0 531 28 732,291 32,017 157 20,398

IS 17,457 49 2 0 0 164 0 0 0 4 0 17,238 0 0 0

IT 19,647,069 241,162 1,094,165 0 4,773 591,469 534 69 1 69,292 3,585 13,042,346 741,209 2,831,380 1,027,084

LV 91,085 1,569 2,716 0 0 0 3 6 0 13 35 84,830 1,536 2 375

LI 5,482 253 39 0 0 1 0 0 0 19 23 4,907 175 59 6

LT 1,436,186 3,241 28,669 0 19 37 45 18 1 3,281 21 997,990 317,939 1 84,924

LU 28,802 1,751 1,181 0 30 5,097 3 0 0 152 139 19,800 158 278 213

MT 129,071 1,649 1,199 0 1 5 34 59 0 254 0 124,723 76 2 1,069

NL 4,275,209 24,793 89,197 0 44 835 254 300 8 3,104 905 4,155,582 182 3 2

NO 470,346 19,594 9,227 0 97 334 502 2,030 1 2,120 40 403,243 32,563 0 595

PL 2,170,252 22,665 138,945 3 1,165 1,562 513 448 53 23,102 2,760 1,671,297 98,423 343 208,973

PT 229,503 21,430 61,682 0 2 1,857 13 112 1 7,317 8 136,890 5 185 1

RO 1,391,547 8,077 7,203 0 16 35 0 1 0 548 0 1,215,059 0 0 160,608

SK 1,170,587 7,949 27,531 0 200 319 14 16 15 4,930 33 1,068,710 60,580 0 290

SI 264,820 1,195 8,102 0 255 1,675 50 149 2 891 4 209,372 41,912 0 1,213

ES 6,451,356 66,776 673,097 6 571 13,522 776 0 10 59,859 6,830 5,624,936 1,844 268 2,861

SE 337,861 13,398 32,285 5 151 1,130 911 1,441 10 23,055 33 264,796 632 14 0

CH 1,217,824 38,088 26,127 0 1,637 109 130 795 0 6,515 9,128 1,134,042 0 1,239 14

UK 154,451 28,472 113,414 0 0 0 132 341 88 1,768 10,235 1 0 0 0

Total 70,827,959 830,002 3,522,390 39 265,696 1,084,697 8,222 25,335 459 517,390 132,406 53,257,982 3,063,925 4,752,099 3,367,317

Country Alerts Country Alerts

AT 440.975 LT 1.436.186

BE 3.647.501 LU 28.802

BG 1.335.571 MT 129.071

CZ 2.997.694 NL 4.275.209

DK 746.220 NO 470.346

EE 392.227 PL 2.170.252

FI 181.904 PT 229.503

FR 9.334.803 RO 1.391.547

DE 10.183.856 SK 1.170.587

EL 1.244.287 SI 264.820

HU 834.013 ES 6.451.356

IS 17.457 SE 337.861

IT 19.647.069 CH 1.217.824

LV 91.085 UK 154.451

LI 5.482 TOTAL 70.827.959

Fonte: eu-LISA

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 210

Página 211

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 187

Fonte: GSI/SEF

Legenda: AC/aeronave; BD/documento em branco; BK/nota de banco; BO/motor de embarcação; BT/embarcação;

CO/contentor; CP/composta; FA/arma de fogo; ID/documento emitido (c/ detalhes pessoais); IE/equipamento industrial;

LP/matrícula; RN/documento único automóvel; SE/produto financeiro; VE/veículo; WP/pessoa (atenção especial ou

procurada), CTNSIS/Cópia Técnica NSIS.

* Os números do SEF contabilizam consultas no terreno e fronteiras, designadamente através dos sistemas RAPID, PASSE,

PEP, SIGAP e SI-SEF, com incidência em três tipos de indicação SIS/II (pessoas, documentos em branco e documentos

emitidos) por cada acesso.

Portugal criou 44.226 pedidos de indicações/alertas distribuídos da seguinte forma:

Indicações/alertas criados – Por Portugal/2016

Fonte: GSI/SEF

Legenda: BD/documento em branco; BO/motor de embarcação; BT/embarcação; CO/contentor; FA/arma de fogo; ID/documento

emitido (c/ detalhes pessoais); IE/equipamento industrial; SE/produto financeiro; VE/veículo; WP/pessoa (atenção especial ou

procurada)

Se a este número (44226) forem adicionados os pedidos de remoção/eliminação de alertas, de

alteração/extensão de alertas e de alteração de data de expiração de alertas (62912) atingiu-se o

valor de 107.138 acessos ao SIS/II.

Coluna1AC BD BK BO BT CO CP FA ID IE LP RN SE VE WP CTNSIS TOTAL

AT 10 18 1 10 67 0 41 0 47 438 261 44 0 51.021 65 0 52.023

DGACCP 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 575.445 0 575.445

GNR 15 100 5 24 85 18 1.829 642 1.034 57 5.634 416 3 9.525 47.833 0 67.220

PGR 0 0 0 0 0 0 0 0 15 0 1 0 0 4 54 0 74

PJ 0 0 1 0 0 0 0 218 429 0 16 0 32 2.460 11.331 0 14.487

PM 0 3 0 23 5 0 0 0 9 0 7 0 0 5 53 0 105

PSP 2 118 2 32 43 0 106 440.859 2.621.367 37 1.356 44 3 1.090.892 5.290.514 0 9.445.375

SEF 4 155 0 1 3 0 29 10 13.240 0 55 3 0 86 3.082 24.679.836 24.696.504

TOTAL 31 394 9 90 203 18 2.005 441.729 2.636.141 532 7.330 507 38 1.153.993 5.928.377 24.679.836 34.851.233

BD BO BT FA ID IE LP SE VE WP TOTAL

GNR 0 0 0 0 0 0 0 0 2 8.756 8.758

PJ 0 0 0 0 0 0 0 55 0 487 542

PSP 0 20 4 726 0 3 5 0 11.124 0 11.882

SEF 347 0 0 0 22.229 0 0 0 0 468 23.044

TOTAL 347 20 4 726 22.229 3 5 55 11.126 9.711 44.226

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 211

Página 212

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 188

Adicionando este valor aos 34.851.233 de consultas (queries) efetuadas, chegou-se ao número final

e total de 34.958.371 de acessos PT ao SIS/II em 2016.

No contexto global e tendo como

referência todo o tipo de acessos ao

SIS/II, o posicionamento de Portugal

perante os seus pares pode ser aferido a

partir da seguinte tabela:

Fonte: eu-LISA

During the collection of annual statistics for 2016, EE provided updated data for accesses in 2015. Updated data is

available in the Annex.

The increase of the usage for 2016 compared to 2015 reported by FR is mainly due to the entry into operation of a

national system crosschecking API (Advanced Passengers Information system) against SIS as well as to the deployment of

enhanced user interfaces.

The increased of the usage reported by IT in 2016 is mainly due to an additional querying service made available to the

National Police and growth in the usage by the border authorities.

In 2016, ES reported for the first time queries performed by API`s (Advanced Passengers Information system).

The increase in queries, compared to last year, is mainly related to the increased number of national systems connected

to SIS II. The UK was connected to SIS II on 13 April 2015, with alerts being made available at the border from November

2015.

Manual

processes

Automated

processes

AT 84.374.919 223.661 84.598.580

BE 13.018.640 2.182.496 15.201.136 2.709.062 17.910.198

BG 3.122.452 93.212.314 96.334.766 616.667 96.951.433

CZ 23.942.584 83.305.207 107.247.791 1.281.192 108.528.983

DK 8.361.481 743.536 9.105.017 193.418 9.298.435

EE[1] 27.922.338 17.399.829 45.322.167 185.127 45.507.294

FI 41.076.279 8.616.253 49.692.532 40.518 49.733.050

FR[2] 431.832.636 364.338.142 796.170.778 4.621.966 800.792.744

DE 397.300.988 2.690.971 399.991.959

EL 35.031.930 3.567.058 38.598.988 262.337 38.861.325

HU 80.107.671 80.107.671 382.662 80.490.333

IS 4.572.145 82.379 4.654.524 5.615 4.660.139

IT[3] 96.633.496 80.707.191 177.340.687 4.006.374 181.347.061

LV 24.182.225 24.182.225 2.906 24.211.285

LI 365.185 254.565 61.975 1.535 621.285

LT 34.704.940 34.704.940 195.276 34.900.216

LU 1.179.062 374.771 1.553.833 9.305 1.563.138

MT 3.929.690 113.301 4.042.991 24.276 4.067.267

NL 85.220.215 21.038.042 106.258.257 542.762 106.801.019

NO 45.290.536 45.290.536 212.551 45.503.087

PL 294.018.981 294.018.981 91.248 294.931.461

PT 35.119.662 35.119.662 107.138 35.226.800

RO 333.845.042 333.845.042 259.312 334.104.354

SK 3.425.542 1.751.397 5.176.939 296.946 5.473.885

SI 40.376.218 40.376.218 73.245 40.449.463

ES[4] 473.883.917 2.393.108 476.277.025

SE 19.152.800 262.126 19.414.926

CH 126.929.353 150.923 127.080.276

UK[5] 430.051.997 83.297.899 513.349.896 810.191 514.160.087

TOTAL 2.097.330.947 760.984.380 3.959.957.304 23.499.804 3.983.457.108

CUDs

Total accesses

(queries +

CUDs)

MS

Queries Total queries

(manual +

automated)

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 212

Página 213

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 189

Finalmente, no que respeita a hits PT destacam-se os seguintes números:

Tabela de hits/descobertas - 2016

O número de hits internos (indicações de outros EM/Schengen descobertas por PT) atingiu o valor

indicado (2.486) num total de 200.778 hits no SIS/II em 2016.

No que respeita à troca de formulários de todos os tipos entre o SIRENE/PT e a rede SIRENE

Bureaux, em sede de cooperação internacional atingiu-se o total de 50.386 formulários, dos quais

6.660 tiveram origem interna (GNS/PT) e 43.726 foram provenientes da rede de Gabinetes SIRENE

(EM/Schengen).

art 26 Dec (detenção para efei tos de extradição/entrega) 94 189

art 24 Reg (não admissão ou interdição de permanência no espaço

Schengen)443 58

art 32 Dec (pessoas desaparecidas) 116 102

art 34 Dec (pessoas procuradas no âmbito de um processo judicia l ) 424 3.597

art 36 Dec (pessoas para efei tos de controlo discreto ou específico) 760 135

art 36 Dec (viaturas , barcos , aviões e contentores , para efei tos de controlo

discreto ou específico)16 9

art 38 Dec (viaturas , barcos e aviões , para efei tos de apreensão ou de

uti l i zação como prova em processo penal )125 105

art 38 Dec (armas de fogo, para efei tos de apreensão ou de uti l i zação como

prova em processo penal )2 3

art 38 Dec (documentos em branco, para efei tos de apreensão ou de

uti l i zação como prova em processo penal )35 1

art 38 Dec (documento único automóvel , matrícula , para efei tos de

apreensão ou de uti l i zação como prova em processo penal )5 0

art 38 Dec (documentos emitidos , para efei tos de apreensão ou de

uti l i zação como prova em processo penal )466 86

Total de hits 2.486 4.285

Base legal - SIS/IIhits internos (indicações de outros EM/Schengen

descobertas em PT)

hits externos (indicações PT descobertas noutros

EM/Schengen )

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 213

Página 214

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 190

COOPERAÇÃO NA ÁREA JUDICIÁRIA

A temática da cibercriminalidade tem vindo a ser discutida nas várias instâncias do Conselho da UE,

depois de no Conselho de Ministros da Justiça e dos Assuntos Internos de 3 e 4 de dezembro de

2015 terem sido apresentadas linhas de trabalho destinadas a obter orientações políticas em

relação ao prosseguimento das ações a realizar para enfrentar os desafios relacionados com a

recolha e a utilização de prova eletrónica em processos criminais, a perda de localização e de

jurisdição. No início do ano o tema da encriptação de dados e de informação passou a constar da

agenda dos Ministros da Justiça, considerando que a encriptação é encarada como um obstáculo à

luta contra a criminalidade.

Neste contexto o Conselho Informal de Ministros da Justiça e dos Assuntos Internos de 25 e 26 de

janeiro aprovou as conclusões respetivamente sobre “Melhoria da justiça penal no ciberespaço” e

“Rede Judiciária europeia em matéria de cibercriminalidade”.

No que concerne aos exercícios de avaliação mútua da UE realizados no seio do Grupo de Trabalho

GENVAL, o MJ preparou, coordenou e acompanhou a avaliação de Portugal no âmbito do 7.º Ciclo

de avaliações mútuas do GENVAL, que incidiu sobre o tema da «Aplicação prática das políticas

europeias de prevenção e de combate à cibercriminalidade». A visita dos avaliadores decorreu

entre 10 e 13 de novembro de 2015 e envolveu várias entidades, entre as quais a PJ, GNR, PSP e

CNS, sendo que o relatório de avaliação foi discutido e aprovado na reunião do GENVAL de 20 de

julho de 2016, sendo dirigidas a Portugal oito recomendações.

Além disso, no plano interno o MAI e o MJ prepararam comentários sobre o Protocolo 36 dos

Tratados Europeus e as possíveis implicações decorrentes da saída do Reino Unido da cooperação

judiciária e policial. O MJ preparou os projetos legislativos tendo em vista o cumprimento pleno das

designadas Decisões Prüm (ADN, dados dactiloscópicos e registo de veículos) e as respostas sobre o

direito das vítimas a serem informadas sobre a existência de instituições públicas, associativas ou

particulares, que desenvolvem atividades de apoio às vítimas de crimes.

Os trabalhos do grupo criado no seio da Agência para os Direitos Fundamentais da UE em matéria

de crimes de ódio foram também acompanhados pelo MJ, tendo sido aprovado um Manual de Boas

Práticas – que conta com uma boa prática apresentada por Portugal - “Parceria entre as polícias, as

autoridades judiciárias e a ILGA Portugal sobre formação em matéria de crimes de ódio ”– e,

também, um Código de Conduta contra o discurso de ódio e a propaganda terrorista em linha. Além

disso, foram acompanhados os diversos subgrupos, designadamente, (i) no grupo de trabalho

“Crimes de Ódio”, (ii) Reuniões de Coordenação com vista a promover um diálogo profícuo entre as

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 214

Página 215

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 191

empresas de TI e as autoridades dos Estados-membros, bem como (iii) no lançamento do novo

Grupo de Alto Nível destinado a promover um maior intercâmbio e divulgação de boas práticas

entre as autoridades nacionais e discussões concretas sobre a forma de preencher as lacunas

existentes e melhor combater o crime de ódio e a incitação ao ódio.

O MAI e o MJ acompanharam também as reuniões do Fórum Internet da EU e as reuniões da

Plataforma de Gabinetes de Recuperação de Ativos (ARO Platform), que se ocupou de tarefas como

os registos de contas bancárias e o congelamento de bens pertencentes a terroristas.

Regista-se ainda a participação da UIF da PJ no Grupo EGMONT (que agrega mais de uma centena

de UIF’s a nível internacional).

PROTEÇÃO DE DADOS

Foi aprovado o designado “Pacote Proteção de Dados” composto pelo “Regulamento geral de

dados”, Regulamento (UE) 2016/679, de 27 de abril de 2016 relativo à proteção das pessoas

singulares no que diz respeito ao tratamento de dados pessoais e à livre circulação desses dados e

pela Diretiva Proteção de Dados, Diretiva (UE) 2016/680, de 27 de abril de 2016 relativa à proteção

das pessoas singulares no que diz respeito ao tratamento de dados pessoais pelas autoridades

competentes para efeitos de prevenção, investigação, deteção ou repressão de infrações penais ou

execução de sanções penais, e à livre circulação desses dados.

O Conselho e o Parlamento Europeu aprovaram a celebração de um acordo entre os EUA e a UE

sobre a proteção dos dados pessoais no âmbito da prevenção, investigação, deteção e repressão de

infrações penais.

SEGURANÇA RODOVIÁRIA

A ANSR participou em fóruns internacionais, designadamente no âmbito do Grupo CARE (Bélgica, 8

de março) tendo-se procedido a uma atualização relativa ao ponto de situação da base de dados

CARE e sido estabelecidos prazos de envio dos dados de sinistralidade rodoviária em conformidade

com o legalmente estipulado pela UE. A ANSR assegurou o acompanhamento dos trabalhos do

WP1/CEEONU com particular incidência na revisão da Convenção de Viena sobre circulação com

vista a acomodar a realidade mais recente dos veículos autónomos e participou na reunião de “kick-

off” do projeto Autocits, em 23 de novembro, em Madrid. Este projeto, de natureza comunitária

destina-se a promover a interoperacionalidade dos veículos autónomos. A ANSR assegurou a

presença no Grupo de Peritos de Sinalização, criado oficialmente para analisar a sinalização dos

países contratantes, bem como para detetar inconsistências na relação desta com a Convenção de

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 215

Página 216

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 192

Viena sobre Sinalização Rodoviária e propor alterações à mesma, submetendo-as para tal ao “Grupo

Pai” WP1 – na qual se continuou a proceder à análise pormenorizada de toda a sinalização vigente

nos países contratantes.

A GNR participou em operações internacionais de segurança rodoviária desenvolvidas no âmbito da

TISPOL (10 operações internacionais): três “TRUCK AND BUS”; duas “SEATBELT”; duas “SPEED

OPERATION”; duas “ALCOHOL AND DRUG'S” e na operação “TRIVIUM”. Em 65 dias de operações

foram fiscalizados em Portugal 45.013 condutores resultando no registo de 270 crimes e 15.414

contraordenações.

PROTEÇÃO CIVIL

A ANPC participou, em maio, no exercício europeu VITEX 2016 coordenado pela Presidência

holandesa do Conselho da UE, que teve como objetivo treinar mecanismos de atuação e

cooperação entre os Estados-membros, tendo em vista o reforço da resiliência das infraestruturas

críticas, através de cenários concretos de disrupção grave no abastecimento energético que afeta

vários países.

Devido ao grande afluxo de refugiados, a Grécia ativou o Mecanismo de Proteção Civil da UE em

fevereiro, tendo Portugal enviado ajuda humanitária, enquadrada no auxílio externo que se tem

vindo a prestar no âmbito do esforço internacional de resposta àquela região da Europa.

Em resposta a um surto de febre-amarela em Angola foi destacada, pela primeira vez, a 12 de maio,

uma equipa médica especializada em saúde pública, no âmbito do Corpo Médico Europeu, tendo

um perito português integrado a missão. No quadro do Mecanismo de Proteção Civil da UE, a ANPC

integrou, em abril, uma Equipa de Coordenação UE na sequência do sismo que atingiu o Equador,

com o objetivo de coordenar a assistência oriunda da União Europeia, e promover a cooperação

entre as organizações internacionais e os serviços de proteção civil daquele país, nomeadamente

em termos de movimentação das equipas e meios de socorro pelas áreas afetadas.

Em agosto numa base bilateral, Espanha, Rússia e Marrocos prestaram assistência a Portugal no

quadro do combate aéreo aos incêndios florestais, bem como a Comissão Europeia, através do

envio de uma buffer capacity italiana após ativação do Mecanismo de Proteção Civil da EU. Esta

assistência foi prestada em simultâneo, exigindo uma elevada e complexa operação de apoio aos

meios aéreos, sendo demonstradora da solidariedade dos países apoiantes e traduzindo as

excelentes relações de cooperação existentes.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 216

Página 217

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 193

QUADRO FINANCEIRO PLURIANUAL 2014-2020 PARA A ÁREA DOS ASSUNTOS INTERNOS

A SG/MAI, na qualidade de Autoridade Responsável pelo Quadro Financeiro Plurianual 2014-2020

para a Área dos Assuntos Internos e, sempre que adequado, em parceria com as Autoridades

Delegadas para o Fundo para a Segurança Interna (SG/MAI eMJ) e para o Fundo para o Asilo, a

Migração e a Integração (Alto Comissariado para as Migrações), asseguraram, no ano de 2016, a

abertura de avisos à apresentação de propostas em valor superior a 50 milhões de Euros, dos quais

resultou a aprovação de candidaturas em valor total de fundo superior a 28 milhões de Euros.

Com a aprovação das referidas calls, foi colocada a concurso mais de 60% da dotação global

prevista para Portugal, sendo de salientar que, em termos de candidaturas aprovadas, as mesmas

representam mais de 30% do fundo disponível para o período compreendido entre 2014 e 2020.

Este montante tem como objetivo financiar iniciativas e ações destinados a áreas tão diversificadas

como a formação e a capacitação das FSS, a prevenção e o combate à criminalidade, a troca de

informações entre as autoridades competentes, a gestão e o controlo das fronteiras, a melhoria das

condições de aplicação da legislação e normas comuns europeias em matéria de Acervo Schengen,

a integração de nacionais de países terceiros, a receção e o acolhimento de refugiados recolocados

e reinstalados, entre outros domínios prioritários.

Foi encerrado o Programa-Quadro SOLID (2007-2013) que estabeleceu mecanismos de

solidariedade financeira em Portugal, integrando quatro Fundos que cobrem quatro domínios: o

Fundo Europeu para as Fronteiras Externas (controlo e vigilância das fronteiras externas, políticas

de vistos), o Fundo Europeu de Regresso (de nacionais de países terceiros a residir ilegalmente na

UE), o Fundo Europeu para os Refugiados (asilo) e o Fundo Europeu para a Integração de Nacionais

de Países Terceiros (com residência legal).

A implementação destes fundos foi efetuada por gestão partilhada, com a execução de cada fundo

efetuada através de programas anuais nacionais com base numa programação plurianual. Estes

programas foram preparados, implementados, monitorizados e avaliados em parceria com outras

autoridades e organismos designados. A SG/MAI procedeu ao encerramento deste Programa-

Quadro apresentando-se os resultados da execução global na tabela infra, que mostra a diferença

entre os valores aprovados e os valores executados finais, representando uma taxa média de

execução de aproximadamente 80%.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 217

Página 218

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 194

4

5

6

7

Jan

eiro

Feve

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Mar

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Ab

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Mai

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Jun

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Julh

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Ago

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Sete

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Ou

tub

ro

No

vem

bro

Dez

emb

ro

Variação contingente GNR na EUROGENDFOR

MISSÕES

As FSS nacionais continuaram a participar em missões e operações da UE, contribuindo para a

preservação da paz e da segurança internacionais:

No quadro da participação nacional na Força de

Gendarmerie Europeia (EUROGENDFOR) a GNR,

assegurou em permanência o destacamento

mensal de 5 elementos para Itália, à exceção de

janeiro que teve mais 1 elemento destacado na

Ucrânia. É uma força operacional, pré-organizada,

robusta e rapidamente projetável, constituída

exclusivamente por elementos das forças policiais e

SOLID

PA Inv. Elegível Fundo Inv. Elegível Fundo

2007 6.243.778,66 € 4.258.578,69 € 5.633.323,52 € 3.777.640,74 € 89%

2008 5.372.359,54 € 4.106.979,58 € 3.849.100,98 € 2.951.928,66 € 72%

2009 9.241.225,34 € 6.750.863,58 € 7.868.487,77 € 5.727.532,35 € 85%

2010 11.895.647,55 € 6.233.025,28 € 9.091.249,81 € 4.954.162,96 € 79%

2011 9.635.200,04 € 5.692.068,75 € 7.970.435,68 € 4.711.227,57 € 83%

2012 10.378.902,05 € 8.613.865,04 € 8.565.599,03 € 7.125.785,29 € 83%

2013 11.109.775,06 € 8.481.640,03 € 6.846.381,04 € 5.757.123,04 € 68%

63.876.888,24 €44.137.020,93 €49.824.577,83 €35.005.400,61 €

TOTAL APROVADO TOTAL EXECUTADO Taxa de realização/

Fundo

Non-Contracted GNR PSP Contingente Contracted GNR PSP SEF Contingente

Janeiro 1 0 1 Janeiro 2 9 7 18

Fevereiro 1 0 1 Fevereiro 2 9 7 18

Março 1 0 1 Março 2 9 7 18

Abril 1 0 1 Abril 2 9 7 18

Maio 1 0 1 Maio 2 9 7 18

Junho 1 0 1 Junho 2 9 7 18

Julho 1 0 1 Julho 2 9 7 18

Agosto 1 0 1 Agosto 2 11 7 20

Setembro 1 0 1 Setembro 2 11 6 19

Outubro 1 3 4 Outubro 2 11 8 21

Novembro 1 0 1 Novembro 2 11 8 21

Dezembro 3 0 3 Dezembro 2 11 8 21

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 218

Página 219

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 195

visa assegurar todas as funções policiais no âmbito das operações de gestão de crises. Neste

contexto poderá ser colocada à disposição da UE, ONU, OSCE, OTAN e de outras organizações

internacionais ou de uma coligação ad-hoc.

O Comandante das Operações Civis no Serviço Europeu de Ação Externa visitou Portugal a 14 de

setembro tendo reunido com várias entidades nacionais para discutir o envolvimento português nas

missões civis da União Europeia ao nível do empenhamento das FSS sob Tutela do MAI. De realçar o

contributo de 2 elementos da PSP, no SEAE, para a promoção da paz e estabilidade do sistema

internacional. No final do ano foi selecionado para reforço daquele serviço um elemento da GNR.

LUTA CONTRA O TERRORISMO

A prevenção e o combate ao terrorismo continuaram na agenda política da UE e,

consequentemente, nas agendas internas dos Estados-membros.

Em 2 de fevereiro a Comissão Europeia aprovou o “Plano de Ação para reforçar o combate ao

financiamento do terrorismo”, e o Parlamento Europeu, na sua Resolução sobre o combate à

corrupção e o seguimento da Resolução CRIM (2015/2110/(INI)), adotada em 25 de outubro de

2016 apelou ao reforço da legislação europeia no domínio do combate à criminalidade organizada e

ao branqueamento de capitais para que a luta contra o terrorismo seja eficaz.

Na sequência dos ataques terroristas em Bruxelas, os Ministros da Justiça e dos Assuntos Internos e

os Representantes das instituições da UE emitiram em 24 de março uma Declaração Comum, na

qual sublinharam, a necessidade de reforçar a capacidade coletiva de combate ao terrorismo

prosseguindo com determinação os trabalhos em curso: rápida conclusão da legislação sobre o

combate ao terrorismo, a realização de controlos sistemáticos nas fronteiras externas do espaço

Schengen, o controlo da aquisição e posse de armas de fogo e o alargamento do Sistema Europeu

de Informação sobre os Registos Criminais (ECRIS) aos nacionais de países terceiros; execução do

plano de ação de luta contra o financiamento do terrorismo; luta contra a falsificação de

documentos e plena aplicação das regras da União Europeia em matéria de precursores de

explosivos; e uma maior cooperação no combate ao terrorismo entre a UE e a Turquia, bem como

com os países do Norte de África, do Médio Oriente e dos Balcãs Ocidentais.

Mais consideraram ser também necessário encontrar, com caráter prioritário, formas de assegurar

e obter com mais rapidez e eficácia provas digitais, intensificando a cooperação com os países

terceiros e com os prestadores de serviços com atividade no território europeu, de modo a reforçar

o cumprimento da legislação da UE e dos Estados-membros e os contactos diretos com as

autoridades de aplicação da lei.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 219

Página 220

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 196

Por sua vez em 20 de abril a Comissão Europeia apresentou a “Comunicação da Comissão ao

Parlamento Europeu, ao Conselho Europeu e ao Conselho para dar cumprimento à Agenda Europeia

para a Segurança para combater o terrorismo e abrir caminho à criação de uma União de Segurança

genuína e eficaz” (COM(2016)30 final e em 14 de junho de 2016, a Comissão apresentou a

“Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho Europeu e ao Conselho apoiando

a prevenção da radicalização que conduz ao extremismo violento” (COM(2016) 379 final. Em 12 de

outubro, a Comissão Europeia apresentou ainda a “Comunicação da Comissão ao Parlamento

Europeu, ao Conselho Europeu e ao Conselho, primeiro relatório de progresso para uma União de

Segurança genuína e eficaz (COM (2016) 670 Final).

Em dezembro o Coordenador da UE Contra o Terrorismo apresentou um relatório que abrange os

progressos realizados no que respeita às conclusões sobre a luta contra o terrorismo aprovadas

pelo Conselho Europeu em fevereiro de 2015 e subsequentes declarações, reiterando a

urgência/importância das seguintes recomendações: partilha de Informação e reforço da

cooperação entre as FSS, destacando a importância de potenciar a utilização dos instrumentos

europeus como o SIS II; Diretiva PNR; Europol; Eurojust; medidas legislativas (revisão jurídica do

quadro do SIS e do Sistema de Informação sobre Vistos-VIS); controlo de fronteiras externas

(incluindo medidas como a implementação dos controlos sistemáticos baseados em análises de

risco e o pacote de fronteiras inteligentes); controlo de segurança nos Hotspots (centros de registo);

Financiamento do terrorismo; fórum da Internet da UE (Contra radicalização); provas eletrónicas;

encriptação; combatentes terroristas regressados e Aspetos externos (implementação de pacotes

em matéria de luta contra o terrorismo com parceiros prioritários na região do Médio Oriente e

Norte de África, Turquia e os Balcãs Ocidentais).

Também em dezembro foi introduzida a debate entre os EM uma nova dimensão na abordagem ao

terrorismo, não recaindo o foco na prevenção e combate, mas na gestão das consequências do ato

terrorista per se. Ponderaram-se as formas através das quais a UE poderá apoiar os Estados-

membros a fim de reforçar a preparação e a resposta através dos serviços da proteção civil e a sua

cooperação com outros serviços de emergência e de segurança envolvidos. Portugal, neste

domínio, criou em 2016 um Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro (SIOPS), que

assegura que todos os agentes de proteção civil atuem, no plano operacional, articuladamente sob

um comando único, sem prejuízo da respetiva dependência hierárquica e funcional. Este sistema

tem provado que a existência de estruturas, normas e procedimentos sob um comando único levam

a uma resposta mais eficaz em situações de emergência, entre as quais se incluem os atos

terroristas.

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Página 221

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 197

Durante o ano procurou-se implementar, no plano nacional as “Conclusões do Conselho e da

reunião dos Estados-membros da União Europeia no Conselho em matéria de combate ao

Terrorismo” e as “Conclusões do Conselho e da reunião dos Estados-membros da União Europeia no

Conselho sobre o reforço da resposta da justiça criminal à radicalização que conduz ao terrorismo e

ao extremismo violento”, aprovadas pelos Ministros no Conselho Extraordinário JAI, de 20 de

novembro de 2015, convocado na sequência dos ataques terroristas em Paris, ocorridos em 13 de

novembro deste ano.

Foi também dada sequência ao "Projeto de roteiro para melhorar o intercâmbio de informações e a

gestão da informação, incluindo soluções de interoperabilidade na área da Justiça e Assuntos

Internos".

Neste contexto, a Comissão Europeia228 criou o grupo de alto nível sobre sistemas de informação e

interoperabilidade (Hight Level Expert Group) com o objetivo de refletir e propor soluções centradas

na partilha de boas práticas, problemas e oportunidades de natureza organizacional, legal e técnica,

cuja representação nacional está assegurada pela SGSSI.

De forma a apoiar os trabalhos do HLEG foram constituídos três subgrupos de trabalho orientados

para as temáticas dos “Sistemas Existentes” (ES), “Novos Sistemas” (NS) e “Interoperabilidade” (I),

onde Portugal se encontra representado e participa ativamente, através de dois peritos do

GabSGSSI e da PJ.

Nas doze reuniões já ocorridas, entre HLEG (4), ES (3), NS (3) e I (2), foram envolvidas várias

entidades e organismos europeus e internacionais, entre os quais a INTERPOL, a EUROPOL, a EULISA

e a EDPS (European Data Protection Supervisor), permitindo uma discussão e reflexão sobre as

temáticas e problemáticas em apreço, com maior profundidade, abrangência e transversalidade.

O resultado final dos trabalhos desenvolvidos será apresentado pela Comissão Europeia ao

Parlamento Europeu e ao Conselho Europeu em 2017, sob a forma de relatório conclusivo, onde

constarão medidas e propostas concretas sobre a Interoperabilidade de Sistemas, a Qualidade de

Dados (DQ), o Portal Europeu de Pesquisa (ESP), o Serviço Partilhado de Pesquisa com Dados

Biométricos (SBMS), o Repositório Comum de Dados (CDR) e o Formato Universal de Mensagem

(UMF), entre outros, onde se encontram integradas as diferentes abordagens, nomeadamente

legal, organizacional e técnica.

No âmbito da Agência para os Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA) o MJ acompanhou o

grupo de trabalho em matéria de crimes de ódio que aprovou um Código de Conduta contra o

228 Decisão da Comissão n.º 3780/2016

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 198

discurso de ódio e a propaganda terrorista em linha, no qual as empresas de tecnologias de

informação assumem inequivocamente a sua quota-parte de responsabilidade na luta contra a

propagação ilegal do discurso de ódio através de plataformas informáticas destinadas à divulgação,

comprometendo-se publicamente a pôr em prática um conjunto de doze regras basilares para

alcançar tal desiderato, onde pontuam, por exemplo, a obrigação de bloquear ou de remover

conteúdos ilegais a pedido das autoridades, em menos de 24 horas. Estas empresas assumiram o

compromisso de fornecer informação sobre os procedimentos de sinalização, com vista a melhorar

a velocidade e a eficácia da comunicação entre estas e as autoridades dos Estados-membros, em

especial sobre notificações e sobre a desativação de acesso ou remoção de discurso de ódio ilegais

em linha.

No contexto da prevenção e combate a este fenómeno, Portugal tem vindo a desenvolver vectores

da sua Estratégia Nacional de Combate ao Terrorismo (ENCT), na qual se inscrevem medidas de

prevenção ao nível local, prevendo o pleno envolvimento de todos os atores relevantes

(autoridades locais, agências de aplicação da lei com competência local e nacional, serviços de

informação). Todas estas ações estão definidas e previstas nos diferentes momentos da ENCT, com

especial incidência na deteção, prevenção e proteção. As FSS têm operacionalizado estas medidas

estratégicas, através dos respetivos modelos de policiamento, como o modelo integrado de

policiamento de proximidade.

A crise migratória, a crescente ameaça terrorista e as atividades criminosas decorrentes expuseram

algumas vulnerabilidades do sistema europeu de gestão de fronteiras, nomeadamente lacunas ao

nível da interoperabilidade dos sistemas de informação e de partilha de informações em tempo

real, as quais têm prejudicado a promoção de elevados níveis de eficiência e de eficácia, situação

que se repercute negativamente sobre a segurança dos cidadãos europeus, a salvaguarda do

espaço Schengen e a economia europeia. Nesse sentido, foi apresentado um Roteiro para melhorar

o intercâmbio e a gestão de informações, incluindo soluções de interoperabilidade no domínio da

justiça e dos assuntos internos destinado a apoiar as investigações operacionais, especialmente na

luta contra o terrorismo e fornecer rapidamente aos profissionais no terreno, tais como agentes da

polícia, guardas de fronteira, procuradores, funcionários dos serviços de imigração e outros,

informação abrangente, atual e de elevada qualidade para que possam cooperar e atuar de forma

eficaz.

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 199

PROPOSTAS LEGISLATIVAS DA UNIÃO EUROPEIA NO DOMÍNIO PENAL E DA COOPERAÇÃO POLICIAL

Na área penal e da cooperação policial, a atividade legislativa da União Europeia centrou-se na

negociação de instrumentos jurídicos em matéria de proteção dos direitos dos cidadãos, da

investigação e ação penal e do estabelecimento de regras mínimas relativas a infrações e sanções

penais e ainda a livre circulação de pessoas. Foram aprovados, em 2016, os seguintes instrumentos:

 Regulamento (UE) 2016/679 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de abril de 2016

relativo à proteção das pessoas singulares no que diz respeito ao tratamento de dados

pessoais e à livre circulação desses dados e que revoga a Diretiva 95/46/CE (Regulamento

Geral sobre a Proteção de Dados);

 Diretiva (UE) 2016/680, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de abril de 2016,

relativa à proteção das pessoas singulares no que diz respeito ao tratamento de dados

pessoais pelas autoridades competentes para efeitos de prevenção, investigação, deteção

ou repressão de infrações penais ou execução de sanções penais, e à livre circulação desses

dados, e que revoga a Decisão-Quadro 2008/977/JAI do Conselho;

 Diretiva (UE) 2016/681 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de abril de 2016,

relativa à utilização dos dados dos registos de identificação dos passageiros (PNR) para

efeitos de prevenção, deteção, investigação e repressão das infrações terroristas e da

criminalidade grave;

 Diretiva (UE) 2016/343, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 9 de março de 2016,

relativa ao reforço de certos aspetos da presunção de inocência e do direito de comparecer

em julgamento em processo penal;

 Diretiva (UE) 2016/800, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de maio de 2016,

relativa a garantias processuais para os menores suspeitos ou arguidos em processo penal;

 Diretiva (UE) 2016/1919, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de outubro de 2016,

relativa ao apoio judiciário para suspeitos e arguidos em processo penal e para as pessoas

procuradas em processos de execução de mandados de detenção europeus;

 Diretiva (UE) 2016/801, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de maio de 2016

relativa às condições de entrada e de residência de nacionais de países terceiros para efeitos

de investigação, de estudos, de formação, de voluntariado, de programas de intercâmbio de

estudantes, de projetos educativos e de colocação au pair.

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 200

Salientam-se igualmente os seguintes instrumentos jurídicos cujas negociações foram também

acompanhadas ao longo de 2016:

 A Proposta de Diretiva relativa à luta contra o terrorismo e que substitui a Decisão-Quadro

2002/475/JAI do Conselho relativa à luta contra o terrorismo. Tem já o acordo do

Parlamento Europeu, aguardando-se apenas a sua publicação no Jornal Oficial da União

Europeia;

 A Proposta de Diretiva relativa à luta contra a fraude lesiva dos interesses financeiros da

União através do Direito Penal. Não foi aprovada pelos Ministros no Conselho JAI de 8-9 de

dezembro de 2016, por subsistirem ainda algumas dificuldades, nomeadamente com a

inclusão da referência ao IVA no campo de aplicação;

 A Proposta de Regulamento que institui a Procuradoria Europeia. Não foi aprovada pelos

Ministros no Conselho JAI de 8-9 de dezembro de 2016, por subsistirem igualmente

dificuldades de vária ordem, pelo que as discussões continuarão em 2017;

 A Proposta de Diretiva do Parlamento e do Conselho que altera a Diretiva 91/477/CEE, do

Conselho relativa ao controlo da aquisição e da detenção de armas.

No início de janeiro de 2016 a Comissão Europeia apresentou uma proposta de Diretiva que altera a

Decisão-Quadro 2009/315/JAI do Conselho, no que diz respeito ao intercâmbio de informações

sobre nacionais de países terceiros e ao sistema europeu de informação sobre os registos criminais

(ECRIS), e que substitui a Decisão 2009/316/JAI do Conselho, cujas negociações ainda se encontram

em curso no âmbito do Grupo de Trabalho COPEN e são acompanhadas também pelo MJ.

Em junho de 2016 a Comissão Europeia apresentou uma proposta de Diretiva relativa às condições

de entrada e de residência de nacionais de países não pertencentes à UE para efeitos de emprego

altamente qualificado, a qual visa suprimir as deficiências identificadas na Diretiva 2009/50/CE.

A Comissão Europeia apresentou também, em 21 de dezembro de 2016 duas novas propostas de

instrumentos jurídicos na área do Direito Penal, cujas negociações são acompanhadas pelo MJ:

 Proposta de Diretiva sobre o combate ao branqueamento de capitais através do Direito

Penal;

 Proposta de Regulamento sobre o reconhecimento mútuo de decisões de apreensão e de

perda.

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 201

COOPERAÇÃO BILATERAL

PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA

Prosseguiu a cooperação bilateral com Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, S.

Tomé e Príncipe e Timor-Leste, mantendo-se contactos regulares entre as entidades competentes.

Refira-se que o MAI dispõe de uma rede de dez oficiais de ligação e de oficiais de ligação de

imigração junto dos parceiros CPLP.

Neste contexto, destaca-se a frequência de representantes de Cabo Verde, Guiné Bissau, Angola,

Moçambique, São Tomé Príncipe e Timor-Leste no 6.º Estágio de Inspetores da Carreira de

Investigação e Fiscalização do SEF.

O ISCPSI aumentou o número de vagas para alunos cooperantes provenientes dos Países Africanos

de Língua Oficial Portuguesa para a frequência do Curso de Formação de Oficiais de Polícia (CFOP).

O 1.º ano do CFOP integrou 4 alunos da Guiné-Bissau, 6 de Cabo Verde, 4 de Moçambique e 2 de

São Tomé e Príncipe, sendo que destes, 6 são mulheres.

ANGOLA

Em outubro uma delegação constituída por três dirigentes do Gabinete de Estudos, Informação e

Análise do Ministério do Interior de Angola, beneficiou de 4 dias de formação sobre Estatísticas

Criminais. A formação ministrada em parceria entre a DGPJ, a DGRSP e a PJ, procurou dar a

conhecer todo o processo de preparação e divulgação das estatísticas, nomeadamente o processo

de recolha e validação dos dados, o seu tratamento e forma de utilização.

Em abril o SEF participou numa ação de formação em Luanda/Angola ministrada a agentes de

fiscalização e investigação criminal do SME, ao abrigo do projeto comunitário, nas áreas da “Fraude

documental” e Investigação Criminal”.

O MAI conta com um oficial de ligação e um oficial de ligação de imigração em Angola.

BRASIL

No quadro da Subcomissão de Assuntos Consulares Portugal-Brasil, decorreu nos dias 7 e 8 de julho

uma reunião por videoconferência nas instalações do MNE, que contou com a participação do MJ,

destacando-se os seguintes temas: Rapto/subtração parental de menores; Questões

Notariais/Cartoriais; Assistência a vítimas de violência de género; e a Iniciativa “Visita Virtual” a

presos, proposta pelas autoridades brasileiras.

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 202

Na preparação e durante o decurso dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro foram destacados

elementos da PSP e da GNR para auxiliar as entidades brasileiras. O MAI conta com um oficial de

ligação de imigração no Brasil.

CABO VERDE

A evolução da criminalidade transnacional colocou novas exigências às autoridades cabo-verdianas,

na resposta às quais o apoio de Portugal foi solicitado. O MAI conta com um oficial de ligação e um

oficial de ligação de imigração em Cabo Verde.

O Programa de Cooperação Técnico-Policial 2016 foi totalmente executado. Dele constavam 8

ações, 6 das quais formativas, uma ação de doação de equipamentos e outra referente à realização

de uma missão de acompanhamento à execução do programa. O Programa abrangeu 58 formandos

e 13 formadores da GNR e PSP, ao longo de 497 dias. No mês de outubro, a pedido das autoridades

cabo-verdianas, procedeu-se a uma alteração orçamental, em virtude de as verbas remanescentes

permitirem a inclusão de mais duas ações formativas. Os valores totais do orçamento mantiveram-

se.

No quadro do Programa Estratégico de Cooperação Portugal-Cabo Verde 2016-2020, foi assinado

um Memorando de Entendimento entre os Governos da República Portuguesa e da República de

Cabo Verde relativo ao Programa Estratégico de Cooperação para o Quinquénio 2016-2020, na

cidade da Praia, em 19 de janeiro.

No quadro da assessoria técnica à Polícia Judiciária de Cabo Verde, aPJ assegurou, no decorrer de

2016, a presença de um Inspetor-Chefe inserido no programa de cooperação bilateral (MNE-MJ),

visando reforçar a eficácia da atuação da Polícia Judiciária cabo-verdiana no combate à

criminalidade organizada, complexa e violenta, com particular incidência no combate aos

estupefacientes.

O Centro de Estudos Judiciários realizou o 1.º Curso de Formação Inicial para Futuros Magistrados

de Cabo Verde, destinado a 8 Auditores da Magistratura do Ministério Público e a 7 da Magistratura

Judicial, de 14 de abril a 15 de julho de 2016, tendo este curso sido financiado pelo Programa da

ONU para o Desenvolvimento (PNUD).

Uma delegação do Conselho Superior do Ministério Público, do Conselho Superior da Magistratura

Judicial e do Instituto Nacional de Estatística de Cabo Verde, efetuou uma visita de trabalho a

Portugal no âmbito das Estatísticas da Justiça e Segurança, entre os dias 30 de maio e 2 de junho de

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2016, para, junto de instituições responsáveis, conhecer métodos de trabalho e recolher subsídios

para as reformas que se pretende implementar naquele país.

Uma delegação de Cabo Verde constituída pelo Diretor Nacional Adjunto da Polícia Judiciária, um

Subintendente da Polícia Nacional, a Diretora-Geral de Segurança Interna e, um Técnico Superior do

Instituto Nacional de Estatística, acompanhada pelo assessor português à Polícia Judiciária de Cabo

Verde, realizou uma visita de estudo ao nosso país no âmbito estatísticas policiais em Portugal.

No quadroda preparação da IV Cimeira Luso/Cabo-Verdiana, decorreu na cidade da Praia, em 28 de

outubro a V Reunião da Comissão Permanente Luso/Cabo-Verdiana, a que se seguiu no dia 21 de

novembro a reunião da II Subcomissão de Segurança e Defesa, presidida pelo Camões-Instituto da

Cooperação e da Língua, I.P., de cuja agenda constaram, nomeadamente os seguintes pontos: (i) a

implementação do Programa da Apoio ao Setor da Justiça, e (ii) a valorização do contributo de

Portugal no quadro da implementação dos projetos de cooperação delegada desenvolvidos no

âmbito do 10.º FED, a saber, o PASP – Projeto de Apoio à Melhoria da Qualidade e Proximidade dos

Serviços Públicos nos PALOP e TL, e o PACED – Projeto de Apoio à Consolidação do Estado de Direito

nos PALOP e TL.

GUINÉ-BISSAU

Tendo em conta as necessidades das autoridades guineenses, o cumprimento dos objetivos de

Desenvolvimento Sustentável e o Programa Estratégico de Cooperação 2015-2020, foi gizado um

programa de cooperação técnico-policial apostado em desenvolver competências técnicas e

operacionais das autoridades policiais guineenses. O Programa foi totalmente executado,

consubstanciou-se na execução de um total de 8 ações de formação e/ou Cursos, com

empenhamento de um total de 14 formadores do MAI, 7 da PSP, 4 da GNR, 1 da ANPC e 2 da

Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) num total de 470 dias de formação e envolvendo

cerca de 186 efetivos das Forças e Serviços de Segurança daquele país africano. O MAI conta com

um oficial de ligação e um oficial de ligação de imigração na Guiné-Bissau.

A cooperação do MJ com a Guiné-Bissau centrou-se na missão de assessoria técnica desenvolvida

por um Inspetor da PJ junto da sua homóloga guineense para uma maior capacitação técnica na

área de investigação criminal. Através de uma parceria estabelecida entre a UE, o UNODC e a

assessoria prestada pela PJ, o Laboratório de Polícia Científica da Polícia Judiciária guineense passou

a estar habilitado a realizar exames periciais a produtos estupefacientes.

O MAI e o MJ participaram no dia 14 de abril na reunião de coordenação promovida pelo MNE

sobre a resposta europeia aos desafios de segurança marítima no Golfo da Guiné. Portugal,

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 204

enquanto copresidente do Grupo do G7 dos Amigos do Golfo da Guiné (G7++FoGG), desempenha

um papel crítico no desenvolvimento desta temática. A reunião serviu para fazer um balanço da

implementação Estratégica da UE para o Golfo da Guiné e do respetivo Plano de Ação para 2015-

2020, assim como para perspetivar ações conjuntas.

MOÇAMBIQUE

As relações bilaterais com Moçambique em matéria de segurança interna permanecem próximas.

Em 2009 com a aprovação de financiamento da UE a um Projeto de Apoio Institucional ao

Ministério do Interior de Moçambique com um montante global que rondou os 9M€, a cooperação

bilateral assumiu uma maior relevância entre os anos em que decorreu a sua implementação, de

2011 a 2014. Não obstante em 2015 e 2016 não foram concretizados os programas de cooperação

técnico-policial propostos, por indecisão das autoridades moçambicanas quanto às prioridades a

identificar no domínio da segurança interna.

SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

Portugal e São Tomé e Príncipe assinaram na cidade de São Tomé, o Programa Estratégico de

Cooperação para o período 2016-2020, a que corresponde um envelope financeiro indicativo para

os cinco anos de EUROS 57,5 milhões, a alocar aos setores de intervenção prioritários: Educação;

Capacitação Institucional; Formação e Cultura; Saúde e Assuntos Sociais; Justiça e Segurança;

Energia e Ambiente; e Finanças; áreas onde Portugal tem comprovadas mais-valias.O MAI conta

com um oficial de ligação em São Tomé e Prícipe.

TIMOR-LESTE

O MAI conta com um oficial de ligação em Timor e com a presença de 13 elementos das FSS (12

militares da GNR e 1 Inspetor do SEF), os quais prestam assessoria às autoridades timorenses no

domínio das suas competências.

A PJ assegurou em permanência em Timor-Leste a presença de três inspetores no âmbito da

assessoria junto da Direção da Polícia Científica de Investigação Criminal, bem como de três peritos,

em regime de rotatividade, no quadro da assessoria ao Laboratório de Polícia Científica (LPC) em

ciências forenses, e de vários formadores que ministraram oito cursos, de duas semanas cada,

sobre temáticas relacionadas estritamente com a atividade de investigação criminal adaptada à

realidade local.

No quadro do Comité de Coordenação Estratégica do Programa da Justiça em Timor-Leste, realizou-

se a 2.ª Reunião, em Díli, no dia 15 de fevereiro, na qual foi dado destaque ao trabalho ali

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desenvolvido pela PJ portuguesa. A representante da UE em Timor-Leste reconheceu o sucesso do

Programa e da parceria com Portugal. Nesse sentido, o Programa foi prolongado por mais 8 meses,

até ao final de outubro, e a sua continuidade passou a ser objeto de negociação no âmbito do 11º

FED.

Portugal e Timor-Leste assinaram, no dia 25 de fevereiro, um protocolo de cooperação para a

Justiça, que abrange diversos domínios, desde a formação inicial e contínua de magistrados e

oficiais de justiça timorenses à política legislativa referente à investigação criminal, passando pela

medicina legal e ciências forenses, organização e gestão administrativa prisional e reinserção social,

registos e notariado, acesso ao direito e à Justiça e resolução alternativa de litígios, bem como

relações internacionais e Direito Internacional.

Nos dias 26 a 30 de setembro a DGRSP recebeu uma delegação da DNSPRS de Timor-Leste. A

delegação deslocou-se aos Estabelecimentos Prisionais de Leiria (Jovens), Tires e Linhó, ao Grupo de

Intervenção e Segurança Penitenciária, à Delegação Regional de Reinserção do Sul e Ilhas, à Direção

de Serviços de Vigilância Eletrónica e ao Centro Educativo Navarro de Paiva. Esta visita teve como

objetivo proporcionar à delegação timorense um contacto aprofundado com as práticas e

experiências de trabalho portuguesas, centradas no contexto prisional e nas metodologias de

intervenção com reclusos.

RELAÇÕES COM OS PAÍSES DO NORTE DE ÁFRICA: ARGÉLIA, TUNÍSIA E MARROCOS

Houve lugar a um forte aumento das relações bilaterais com alguns países do Norte de África, sendo

de destacar a cooperação técnico-policial e no domínio de segurança interna com a Argélia,

Marrocos e Tunísia. O MAI possui Oficiais de Ligação nesta região tendo havido lugar a extensão do

Oficial de Ligação na Argélia para a Tunísia e do Oficial de ligação de Marrocos para a Mauritânia.

A cooperação bilateral com a Argélia recebeu forte impulso em dezembro, com a visita a Portugal

do Diretor-Geral da Segurança Nacional e da sua comitiva, a convite do Diretor Nacional da PSP.

Destacou-se a audiência com a Ministra da Administração Interna e reunião com os principais

responsáveis das FSS nacionais (GNR,PSP,SEF e PJ), tendo os mesmos sido essenciais para reforçar a

cooperação bilateral ao nível da segurança e para aferir do grande interesse que a DGSN atribui à

formação técnica e superior dos seus elementos. Em resultado, foi definido um extenso calendário

de ações de formação técnico-policial desenhado conjuntamente pelas FSS portuguesas e argelinas

para 2016-2017, e materializado na realização em Portugal de três ações de cooperação - “Modelo

integrado de policiamento de proximidade” (6 elementos), Visita de trabalho à Unidade Especial de

Polícia da PSP (11 elementos do GOSP/DGSN argelinos) e “Gestão de grandes eventos / segurança

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 206

do jogo Benfica x Sporting” (6 elementos) -, ministradas pela PSP durante os meses de novembro e

dezembro. Para 2017 está prevista a realização de mais 12 ações de formação, envolvendo além da

PSP, a GNR e o SEF, e que serão ministradas tanto em Portugal como na Argélia.

Ainda em consequência das reuniões levadas a cabo entre a comitiva argelina e as FSS, destaca-se o

interesse em implementar mecanismos de troca e partilha de informação ao nível policial e em

reforçar a cooperação operacional entre as “polícias de fronteira” dos dois países (SEF e Direção de

Polícia de Fronteiras da DGSN), com vista à prevenção da segurança ao nível do trânsito de cidadãos

argelinos no aeroporto internacional de Lisboa, possivelmente enquadrada pela celebração de um

protocolo de cooperação entre as partes.

De igual forma prosseguiram os contactos com a Tunísia. Na sequência da visita de uma delegação

portuguesa à Tunísia, em 2015, na qual foram identificadas áreas prioritárias para o reforço da

bilateral entre os dois países, as autoridades tunisinas revelaram interesse em aprofundar a

cooperação no contexto da gestão de fronteiras, no domínio da formação, de assistência em

equipamentos, cinotecnia, manutenção da ordem pública, controlo costeiro, trânsito, proteção na

natureza e sistemas de informações.

No que respeita à cooperação com o Reino de Marrocos, em matérias respeitantes ao MAI,

salienta-se a organização pela DSRI/SGMAI da vinda a Portugal, de 11 a 13 de julho, de 8 elementos

do Comité de Pilotagem da futura Rede Rádio Tática Digital Terrestre (R2TNT), que está encarregue

de redigir o caderno de encargos da R2TNT, o qual servirá todos os serviços operacionais

dependentes do Ministério do Interior do Reino de Marrocos. A delegação marroquina foi recebida

pela GNR, pela PSP e pelas áreas das Tecnologias de Informação e de Comunicações e das relações

Internacionais e Fundos Comunitários da Secretaria-Geral do MAI, tendo recebido maior interesse

por parte dos elementos do Comité o sistema português SIRESP. Nos dias 23 e 24 de novembro teve

lugar, em Lisboa, a Conferência “Integrated Models of Police Intervention”, organizada pelo MAI e

pelas Forças de Segurança Portuguesas na qual participaram vários Oficiais Marroquinos

pertencentes à Direction Générale de la Sûreté Nationale (DGSN) e à Gendarmerie Royale.

ESPANHA

A cooperação com as Forças de Segurança Espanholas merece igualmente destaque. Refira-se,

desde logo, a existência de um Oficial de Ligação do MAI em Madrid (com extensão a Andorra), bem

como elementos de ligação da GNR na Guardia Civil e, a partir de 2017, um novo elemento da PSP

junto do Cuerpo Nacional de Policia.

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 207

No âmbito do “Memorando de Cooperação entre a Guarda Nacional Republicana e a Guardia Civil

do Reino de Espanha”, realizaram-se reuniões de coordenação a nível nacional, regional e local,

operações de controlos móveis, entre outras operações policiais combinadas, e um sem número de

ações de troca de informações, formais e informais, a par de uma intensa cooperação no capítulo

da formação. A este nível destaca-se o intercâmbio de oficiais entre a GNR e a Guardia Civil com

vista à frequência do Curso de Estado-Maior Conjunto ministrado por ambos os países. No sentido

de aprofundar a cooperação e troca de informações e um apoio mútuo em operações policiais, a

GNR mantém um oficial de ligação junto da Direção-Geral da Guardia Civil para a área de operações

e informações. Salienta-se ainda a presença de um elemento de ligação no Centro de Cooperação

Policial de Algeciras, fundamental para a coordenação central e local das atividades de vigilância

marítima e de costa entre a Guardia Civil e a GNR.

Foi dada continuidade às relações de cooperação entre o Corpo Nacional de Polícia do Reino de

Espanha e a PSP, no âmbito do memorando de cooperação firmado, destacando-se as reuniões

setoriais ao nível das unidades de polícia de fronteira visando o permanente intercâmbio de

informação operacional e criminal. Em matéria de formação releva-se a participação de 21

formandos da PSP em ações disponibilizadas pelo Corpo Nacional de Polícia de Espanha e de 3

formandos da PSP no curso de investigação de acidentes de trânsito promovido pela Guarda Civil

Espanhola. Paralelamente, 15 policias espanhóis frequentaram 7 cursos realizados pela PSP.

Sublinha-se ainda a cooperação nos 5 Centros de Cooperação Policial e Aduaneira (CCPA) cuja

coordenação local coube à GNR e as atividades desenvolvidas no âmbito da IBERPOL, onde Portugal

e Espanha são igualmente parceiros.

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

No quadro das relações bilaterais com os EUA, o MAI e o MJ contribuíram para o relatório anual do

Departamento de Estado sobre a situação em Portugal em matéria de tráfico de seres humanos.

Contribuíram também para as respostas ao questionário enviado pelas autoridades americanas no

quadro da participação de Portugal no Programa de Isenção de Vistos (Visa Waiver Programme),

tendo participado em reunião de trabalho com funcionários americanos, em matéria de

criminalidade organizada, registos de informações de passageiros (PNR) e terrorismo.

Ainda neste quadro o MAI e o MJ continuaram a acompanhar as reuniões da Comissão Bilateral

Permanente Portugal – Estados Unidos e os trabalhos do seu Comité de Justiça e Assuntos Internos,

onde são tratadas matéria de interesse comum nesta área. Assim, asseguraram a presença na 34.ª

Reunião da Comissão Bilateral Permanente que teve lugar nos Açores, no dia 11 de novembro.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 231

Página 232

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 208

Merece ainda referência a participação de 1 elemento da SGMAI e 3 do SEF no programa de

intercâmbio “ Integração e reinstalação de refugiados” promovido pela Embaixada dos EUA que

teve lugar nos EUA, entre os dias 15 e 25 de junho.

No âmbito da segurança e da cooperação aduaneira com os EUA encontra-se em vigor um

Memorando de Entendimento entre o Departamento de Energia dos EUA e o Ministério das

Finanças e o Ministério do Planeamento e Infraestruturas de Portugal para a Prevenção do Tráfico

Ilícito de Material Nuclear e outro Material Radioativo e um Memorando de Acordo estabelecido

entre AT e o Department of Homeland Security – Customs and Border Protection (CBP), dos EUA

para a recolha de dados, análise do risco e recomendação para controlo, relativamente aos

contentores que a partir do porto de Lisboa e do porto de Sines sigam, em viagem direta, para os

Estados Unidos.

FRANÇA

O MAI dispõe de um oficial de ligação junto da Embaixada Portuguesa em Paris e prosseguiu uma

estreita cooperação com as autoridades francesas ao nível político mas também em termos

operacionais e trabalho conjunto destacando-se a participação de uma comitiva de 8 elementos da

PSP no acompanhamento do Euro 2016.

PAÍSES BAIXOS

Na área da Justiça deslocou-se a Portugal um grupo de 27 estudantes holandeses de Criminologia

da Erasmus University Rotterdam, com o objetivo de conhecer o fenómeno da criminalidade na

área metropolitana de Lisboa. Os estudantes holandeses inteiraram-se sobre questões de

criminalidade junto da PJ, da 1ª Secção Criminal do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, da

SG/MAI e da Direção de Serviços de Estatísticas e Informática da DGPJ/MJ, tendo esta última feito a

apresentação do Sistema de Informação das Estatísticas da Justiça, na vertente de justiça criminal.

O SEF participou na reunião de kick-off do Projeto WAT (Web Applications Tool) liderado pelo

serviço holandês (Immigration and Nationalization Service - INS), integrando o SEF como parceiro,

juntamente com a RO, FI e SE o qual visa promover cooperação prática e operacional no domínio

das aplicações baseadas na Internet para a migração legal, com o objetivo de identificar possíveis

boas práticas e partilhar informações sobre formas de fornecer métodos de aplicação amigáveis

para o cliente.

TAILÂNDIA

A DGPJ recebeu, em 4 de novembro uma Delegação do Reino da Tailândia, que se deslocou a

Portugal com o propósito de conhecer a política de descriminalização do consumo de drogas. Neste

âmbito a DGRSP e a PJ deram a conhecer as principais linhas da sua intervenção no que respeita à

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 232

Página 233

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 209

política de descriminalização do consumo de drogas e às práticas e procedimentos que têm vindo a

ser seguidos nesta área.

Em Fevereiro, com recurso aos mecanismos de cooperação aduaneira internacional, a AT iniciou

uma investigação de tráfico de veículos, em colaboração com as autoridades tailandesas, tendo

estas apreendido 5 viaturas.

NEGOCIAÇÃO DE INSTRUMENTOS BILATERAIS

Em matéria de cooperação bilateral, o MAI e o MJ continuaram a privilegiar as relações com outros

Estados na área das respetivas competências, através da negociação e celebração de instrumentos

jurídicos em diferentes domínios.

Assim, prosseguiram as negociações dos seguintes projetos de Acordos:

 Arábia Saudita: Transferência de Pessoas Condenadas e Combate à Criminalidade

Organizada Transnacional e ao Terrorismo; e no domínio da Segurança Interna;

 Argélia: Combate à Criminalidade Organizada Transnacional e ao Terrorismo;

 Azerbaijão: Proteção Civil;

 Cazaquistão: Extradição; Auxílio Judiciário Mútuo; Transferência de Pessoas Condenadas;

 Costa do Marfim: Combate à Criminalidade Organizada Transnacional e ao Terrorismo; e no

domínio da Segurança Interna;

 Egito: Extradição; Auxílio Judiciário Mútuo;

 Emirados Árabes Unidos: Extradição; Auxílio Judiciário Mútuo; Transferência de Pessoas

Condenadas e Combate à Criminalidade Organizada Transnacional e ao Terrorismo;

 França: Acordo no domínio da segurança interna

 Estados Unidos da América: Partilha de bens; e no domínio da Segurança Interna

 Geórgia: Combate à Criminalidade Organizada Transnacional e ao Terrorismo;

 Kosovo: Segurança Interna;

 Marrocos: Combate à Criminalidade Organizada Transnacional e ao Terrorismo; e no

domínio da Segurança Interna;

 Namíbia: Segurança Interna;

 Paraguai: Auxílio Judiciário Mútuo; e no domínio da Segurança Interna;

 Qatar: Segurança Interna;

 Quirguistão: Segurança Interna e Proteção Civil;

 RAE Macau: Entrega de infratores em fuga.

 Seicheles: Auxílio Judiciário Mútuo;

 Senegal: Proteção Civil;

 Turquia: Segurança Interna e Protocolo sobre Formação Policial;

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 233

Página 234

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 210

 Uruguai: Extradição;

Prosseguiram também as negociações dos seguintes Protocolos e Memorandos de Entendimento:

 Ministérios da Justiça de Portugal e de Angola;

 Ministérios da Justiça de Portugal e do Qatar;

 Ministérios da Justiça de Portugal e do Azerbaijão.

 Ministérios da Administração Interna de Portugal e do Azerbaijão: Protocolo de Cooperação

em casos de Emergência;

 Ministério da Administração Interna de Portugal e Canadá: MdE sobre In-Flight Security

Officers;

OFICIAIS DE LIGAÇÃO

Com o objetivo de melhorar a eficiência e a eficácia da intervenção portuguesa no que concerne à

área da boa governação e à segurança Interna e aprofundar a relação de confiança e o potencial de

aproximação institucional, o MAI coloca Oficiais de Ligação e Oficiais de Ligação de Imigração junto

das Embaixadas de Portugal nos Estados com os quais mantém relações de cooperação

privilegiadas, bem como junto da REPER-UE.

O MAI tem 12 Oficiais de Ligação colocados em Angola, Argélia (com alargamento de funções à

República Tunisina), Cabo Verde, Espanha (com alargamento das funções ao Principado de

Andorra), França, Guiné-Bissau, Marrocos (com alargamento das funções à República Islâmica da

Mauritânia), Moçambique (com alargamento das funções ao Reino da Suazilândia), São Tomé e

Príncipe e Timor-Leste e ainda 2 Oficiais de Ligação junto da REPER. Em 2016 foi lançado o processo

de criação do posto de OL do MAI junto da EUROPOL.

O MAI dispõe também de 5 Oficiais de Ligação de Imigração: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-

Bissau e Senegal. No caso de Angola, Espanha, França e Marrocos/Mauritânia houve rotação de

Oficiais de Ligação do MAI, tendo o mesmo sucedido com os Oficiais de Ligação de Imigração em

Angola, Cabo Verde e Senegal. No termo da missão em 2016, o lugar de Oficial de Ligação de

Imigração na Rússia foi suprimido, iniciando-se o processo de criação do posto de OLI na Grécia

(com extensão à Turquia), em virtude dos programas de recolocação e reinstalação de refugiados

para Portugal.

A SG/MAI organizou a 20 de dezembro a VII Reunião Anual de Oficiais de Ligação do MAI tendo em

vista a partilha de informação sobre as respetivas atividades, a abordagem sobre as preocupações

inerentes ao desempenho da missão e a definição de estratégias com vista a melhorar a sua

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 234

Página 235

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 211

resposta aos desafios inerentes às suas atividades e ainda a apresentação e debate de propostas

adequadas a enfrentar e responder aos desafios estratégicos de origem local, regional e global.

O MJ manteve 2 Oficiais de Ligação: um Inspetor junto da Europol - em Haia, Holanda – em

cumprimento da respetiva Decisão do Conselho; e uma Inspetora como ponto de contato junto do

MAOC-N - Maritime Analysis and Operation Center – Narcotics.

COMISSÃO NACIONAL PARA OS DIREITOS HUMANOS (CNDH)

O MAI e o MJ asseguraram a preparação e a participação nas reuniões da CNDH/MNE - 4 reuniões

plenárias, duas em formato fechado e duas em formato alargado à sociedade civil, sobre “Saúde

mental e direitos humanos” e sobre o “Projeto de relatório da Convenção Internacional para a

Proteção de Todas as Pessoas Contra os Desaparecimentos Forçados”. Foi ainda elaborado, após

consulta às entidades do MAI e do MJ, o contributo para o Relatório de Atividades relativo a 2016 e

o Plano de Atividades para 2017.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 235

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 212

Cidadãos Nacionais detidos no estrangeiro, expulsos/deportados e acordos

de extradição 229

CIDADÃOS PORTUGUESES DETIDOS FORA DE PORTUGAL

A lista apresentada não é exaustiva, já que a informação disponível diz respeito apenas aos detidos

que se quiseram dar a conhecer aos serviços consulares. Na maioria dos países, as regras de

confidencialidade permitem que os detidos que assim o desejem permaneçam incógnitos perante

as suas autoridades.

Em 31 de dezembro de 2016, os Postos Consulares registaram um total de 1.787 detidos, mais 11

casos que em 2015.

Quadro relativo ao número de detidos por país, Ano 2016

229 Dados da Direção Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas do Ministério dos Negócios Estrangeiros (DGACCP)

PaísNº total

de detidosPaís

Nº total

de detidosPaís

Nº total

de detidos

Africa do Sul 8 Dinamarca 10 México 1

Alemanha 71 E.A.U. 2 Moçambique 10

Andorra 11 E.U.A. 27 Namíbia 1

Angola 12 Equador 14 Noruega 17

Argentina 7 Eslováquia 1 Omã 1

Austrália 3 Espanha 589 Panamá 3

Áustria 15 Finlândia 4 Paraguai 3

Bélgica 6 França 287 Peru 47

Benim 1 Grécia 9 Polónia 3

Bielorrússia 1 Guiné 1 Qatar 2

Bolívia 4 Holanda 7 Reino Unido 252

Brasil 164 Honduras 1 Roménia 1

Bulgária 3 Hungria 2 Rússia 3

Cabo Verde 2 Índia 1 Senegal 3

Camboja 2 Indonésia 2 Singapura 1

Canadá 3 Irlanda 3 Suécia 1

Chile 3 Itália 16 Suíça 30

China 8 Japão 11 Tunísia 1

Colômbia 3 Luxemburgo 50 Turquia 8

Costa Rica 1 Malta 7 Uruguai 1

Croácia 2 Marrocos 12 Venezuela 12

Total 1.787

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 236

Página 237

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 213

CIDADÃOS PORTUGUESES DEPORTADOS/EXPULSOS/AFASTADOS230 PARA PORTUGAL

Em 2016, foram deportados/expulsos/afastados para Portugal 418 cidadãos portugueses, dos quais

234 (56%) são provenientes de países da Europa e 184 (44%) do Resto do mundo.

EUROPA

Foram expulsos/afastados um total de 234 cidadãos portugueses: 78 do Reino Unido, 55 de França,

47 de Espanha, 21 da Suíça, 14 da Noruega231, 10 da Bélgica, 3 da Alemanha, 3 da Dinamarca e 3 da

Finlândia232. De entre os países da Europa, destaca-se a situação do Reino Unido.

REINO UNIDO

De acordo com a informação prestada pelas autoridades britânicas, entre janeiro e setembro de

2016, foram expulsos 78 cidadãos portugueses. A DGACCP apenas pôde efetuar a tipificação de 34

casos, dos quais 7 solicitaram à DGACCP ou ao Centro das Comunidades Madeirenses apoio social à

chegada.

Os cidadãos portugueses expulsos provêm apenas da área de jurisdição do Consulado Geral de

Portugal em Londres e a principal razão de expulsão prende-se com a existência de antecedentes

criminais (assaltos, roubos, violência doméstica e sexual, entre outros), seguida do não exercício

dos direitos consagrados na diretiva comunitária.

Gráfico relativo ao Nº de expulsos

Quadro relativo ao nº deExpulsos por condenação criminal anterior/violação da diretiva comunitária, 2016

230 De acordo com o Decreto n.º 24/2000, de 19 de outubro, Portugal e os Estados Unidos da América «reconhecem e salientam a importância do direito do outro Estado a deportar os estrangeiros que se encontrem no seu território nacional em violação das suas leis internas, bem como o direito de proceder ao retorno desses estrangeiros para o país da sua nacionalidade». De acordo com o Decreto n.º 10/2001, de 15 de fevereiro, Portugal e o Canadá reconhecem «o direito dos Estados de, ao abrigo das disposições do direito nacional e internacional vigentes, expulsarem do seu território as pessoas que não sejam seus nacionais ou que, de outro modo, não tenham o direito de nele permanecer». De acordo com a Diretiva 2004/38/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 29 de abril de 2004, o afastamento dos cidadãos da União e dos membros das suas famílias só pode realizar-se por razões de ordem, segurança e saúde públicas. 231 De acordo com as autoridades norueguesas foram expulsos 22 outros cidadãos de países terceiros com autorização de residência em Portugal. 232 Refere-se a decisões de recusa de entrada de cidadãos portugueses em território finlandês.

83

72

147

78

ano 2013 2014 2015 2016

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 237

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 214

Expulsos por local de nascimento, ano 2016

RESTO DO MUNDO

Foram deportados/expulsos um total de 184 cidadãos portugueses: 71 do Canadá, 51 dos EUA, 16

de Angola, 10 da Venezuela, 5 da Argentina, 5 da Indonésia, 5 do Brasil, 5 do Peru, 4 de Marrocos, 3

dos Emirados Árabes Unidos, 3 do Equador, 2 da Colômbia, 1 da China, 1 das Filipinas, 1 da Turquia

e 1 de Israel. De entre os países fora da Europa, destacam-se as situações do Canadá e dos EUA.

Canadá

De acordo com a informação prestada pelas autoridades canadianas, foram expulsos 71 cidadãos

portugueses, 13 dos quais por antecedentes criminais. No entanto, a DGACCP apenas pôde efetuar

a tipificação de 9 casos, dos quais 4 solicitaram à DGACCP apoio social à chegada.

Os cidadãos portugueses expulsos provêm apenas da área de jurisdição do Consulado Geral de

Portugal em Toronto, desconhecendo-se as principais razões de expulsão.

Com antecedentes

criminais

Não exercem os

direitos consagrados na

diretiva comunitária

Desconhecido Total

28 2 4 34

Local de nascimento Nº de deportados

R A Madeira 7

Portugal

Continenta l18

Outros Loca is 7

Não referido 2

Total 34

R A Madeira20%

Portugal Continental

53%

Outros Locais21%

Não referido6%

R A Madeira

PortugalContinentalOutros Locais

Não referido

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 238

Página 239

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 215

Gráfico relativo ao Nº de expulsos

 Entre 2006 e 2012, os dados refletem apenas os cidadãos portugueses expulsos que solicitaram apoio à chegada. Em 24/10/2013, a Embaixada de Portugal em Ottawa transmitiu que foram expulsos 143 nacionais em 2012, de acordo com os dados oficiais das autoridades canadianas (CBSA).

 Segundo a Embaixada de Portugal em Ottawa, as autoridades canadianas (CBSA) informaram que foram expulsos em 2013, até 27/09/2013, 126 nacionais. No entanto, não se dispõe de informação adicional sobre estes nacionais.

 Segundo a Embaixada de Portugal em Ottawa, as autoridades canadianas (CBSA) informaram que foram expulsos em 2014, 160 nacionais. No entanto, não se dispõe de informação adicional sobre os restantes 137 nacionais.

 Segundo a Embaixada de Portugal em Ottawa, as autoridades canadianas (CBSA) informaram que foram expulsos em 2015, 146 nacionais. No entanto, não se dispõe de informação adicional sobre os restantes 133 nacionais.

 Segundo a Embaixada de Portugal em Ottawa, as autoridades canadianas (CBSA) informaram que foram expulsos em 2016, 71 nacionais. No entanto, não se dispõe de informação adicional sobre os restantes 62 nacionais

Quadro relativo aos expulsos por condenação criminal anterior/violação da Lei de Imigração, 2016

Expulsos por local de nascimento, 2016

9

46

1322 21

29 25

126

160

146

71

ano 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Com antecedentes

criminaisPor permanência ilegal Total

7 2 9

Local de nascimento Nº de deportados

R A Açores 5

Portugal Continenta l 3

Outros Locais 1

Total 9

R A Açores56%

Portugal Continental

33%

Outros Locais11%

R A Açores

PortugalContinental

Outros Locais

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 239

Página 240

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 216

63

7781

92

81

126

109

67

49

25

51

ano 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Com antecedentes

criminaisPor permanência ilegal Desconhecido Entrada negada Total

30 12 8 1 51

EUA

Dos 51 cidadãos portugueses deportados em 2016233, 11 solicitaram à DGACCP ou à Direção

Regional das Comunidades (Açores) apoio social à chegada.

O maior número de cidadãos portugueses deportados provém da área de jurisdição do Consulado

de Portugal em New Bedford e a principal razão de deportação prende-se com a existência de

antecedentes criminais (assaltos, roubos, violência doméstica e sexual, entre outros), seguida da

prática de crime de permanência ilegal, mantendo-se a tendência registada no ano anterior.

Gráfico relativo ao Nº de expulsos

 Os dados do ano 2016 foram remetidos à DGACCP pela rede consular portuguesa nos EUA e pela Embaixada dos EUA em Lisboa.

Quadro relativo aos deportados por condenação criminal anterior/violação da Lei de Imigração, 2016

Entrada Negada - Pessoas retidas na fronteira e reenviadas para o país de origem.

233 Segundo o ICE – Immigration and Customms Enforcement foram deportados 40 cidadãos portugueses.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 240

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 217

Local de nascimento Nº de deportados

R A Açores 22

R A Madeira 1

Portugal Continenta l 8

Outros Loca is 9

Não referido 11

Total 51

Deportados por área consular, 2016

Deportados por local de nascimento, 2016

Acordos de Extradição assinados por Portugal

Não se tem conhecimento de terem sido assinados quaisquer instrumentos internacionais em

matéria de extradição durante o ano de 2016.

No entanto, da consulta às bases de dados disponíveis, constatou-se que foi solicitado ao

Departamento de Assuntos Jurídicos do Ministério dos Negócios Estrangeiros apreciação do Projeto

de Acordo em Matéria de Extradição com o Cazaquistão, da proposta de Acordo de Extradição entre

a República Portuguesa e os Emirados Árabes Unidos e da proposta de Acordo com a República

Árabe do Egito em Matéria de Extradição e de Auxílio Judiciário Mútuo.

Área consular Nº de deportados

Newark 14

São Francisco 2

New Bedford 18

Washington 9

Nova Iorque 8

Total 51

Newark27%

São Francisco4%

New Bedford35%

Washington18%

Nova Iorque16%

Newark São Francisco New Bedford Washington Nova Iorque

R A Açores43%

R A Madeira2%

Portugal Continental

16%

Outros Locais18%

Não referido21% R A Açores

R A Madeira

PortugalContinentalOutros Locais

Não referido

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 241

Página 242

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 218

4. MEDIDAS LEGISLATIVAS

LEGISLAÇÃO APROVADA

Nas áreas da Administração Interna e de Justiça foi aprovado um importante conjunto de medidas

legislativas com impacto significativo na promoção da segurança de pessoas e bens. Essas

alterações foram corporizadas nos seguintes diplomas:

LEIS

Lei n.º 1/2016, de 25 de fevereiro, que procede à vigésima quinta alteração ao Código de Processo

Penal, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 78/87, de 17 de fevereiro.

Lei n.º 28/2016, de 23 de agosto, que combate as formas modernas de trabalho forçado,

procedendo à décima primeira alteração ao Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de

12 de fevereiro, à quinta alteração ao regime jurídico da promoção da segurança e saúde no

trabalho, aprovado pela Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, e à terceira alteração ao regime

jurídico do exercício e licenciamento das agências privadas de colocação e das empresas de

trabalho temporário, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 260/2009, de 25 de setembro.

Lei n.º 35/2016, de 21 de novembro, que procede à sexta alteração ao Decreto-Lei n.º 251/98, de

11 de agosto, que regulamenta o acesso à atividade e ao mercado dos transportes em táxi,

reforçando as medidas dissuasoras da atividade ilegal neste setor.

Lei n.º 39/2016, de 19 de dezembro, que procede à quadragésima primeira alteração ao Código

Penal, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 400/82, de 23 de setembro, transpondo a Diretiva

2014/62/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de maio de 2014, relativa à proteção

penal do euro e de outras moedas contra a contrafação e que substitui a Decisão-Quadro

2000/383/JAI, do Conselho.

Lei 42/2016 (OE 2017), de 28 de dezembro – no que concerne à criminalização da falta de

declaração de dinheiro líquido quando o montante não declarado seja superior a 300.00€ e não

seja, de imediato, justificada a sua origem e destino, como crime de contrabando.

RESOLUÇÕES DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Resolução da Assembleia da República n.º 102/2016, de 7 de junho, que recomenda ao Governo

que legisle no sentido de permitir que a Agência Portuguesa do Ambiente, I. P., possa partilhar com

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 242

Página 243

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 219

o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) atribuições no âmbito dos crimes

ambientais.

Resolução da Assembleia da República n.º 155/2016, de 2 de agosto, que recomenda ao Governo

a fusão ou articulação das bases de dados de identificação de animais de companhia.

DECRETOS-LEI

Decreto-Lei n.º 21/2016, de 24 de maio, que prorroga o regime transitório de nomeação, a título

excecional, dos comandantes operacionais e respetivos adjuntos integrados na Autoridade Nacional

de Proteção Civil até 31 de dezembro de 2016, procedendo à segunda alteração do Decreto-Lei n.º

73/2013, de 31 de maio.

Decreto-Lei n.º 40/2016, de 29 de julho, quealtera o Código da Estrada, aprovado pelo Decreto-Lei

n.º 114/94, de 3 de maio, o Decreto-Lei n.º 138/2012, de 5 de julho, e o Regulamento da

Habilitação Legal para Conduzir, aprovado em anexo ao Decreto-Lei n.º 138/2012, de 5 de julho,

transpondo as Diretivas 2014/85/UE da Comissão, de 1 de julho, e 2015/653/UE da Comissão, de 24

de abril, que alteram os anexos I, II e III da Diretiva 2006/126/CE do Parlamento Europeu e do

Conselho, de 20 de dezembro, relativa à carta de condução.

Decreto-Lei n.º 44/2016, de 17 de agosto, que estabelece o caráter facultativo das regras aplicáveis

ao ensaio e à marcação, previstas na Lei n.º 98/2015, de 18 de agosto, que aprova o regime jurídico

da ourivesaria e das contrastarias, quanto aos artefactos de ourivesaria com interesse especial, bem

como aos artigos com metal precioso usados desde que tenham mais de 50 anos.

Decreto-Lei n.º 48/2016, de 22 de agosto, que regula a criação, implementação, gestão,

funcionamento e adesão ao sistema eletrónico de geolocalização no transporte seguro de armas,

munições e produtos explosivos, designado por «Sistema de Gestão de Transporte de Armas,

Munições e Explosivos (SIGESTAME)».

Decreto-Lei n.º 56/2016, de 29 de agosto, que assegura a execução e garante o cumprimento, na

ordem jurídica interna, das obrigações decorrentes do Regulamento (UE) n.º 98/2013, do

Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de janeiro de 2013, sobre a comercialização e utilização

de precursores de explosivos

Decreto-Lei n.º 78/2016, de 23 de novembro, que procede à quinta alteração à Lei n.º 37/2011, de

22 de junho, que simplifica os procedimentos aplicáveis à transmissão e à circulação de produtos

relacionados com a defesa, e transpõe a Diretiva (UE) 2016/970, da Comissão, de 27 de maio de

2016.

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 243

Página 244

Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 220

Decreto-Lei n.º 80/2016, de 28 de novembro, que procede à quinta alteração ao Decreto-Lei n.º

317/94, de 24 de dezembro, adaptando o Registo Individual do Condutor (RIC) ao novo regime do

sistema de pontos do titulo de condução.

Decreto-Lei n.º 81/2016, de 28 de novembro, queregulamenta a organização e o funcionamento

da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica.

Decreto-Lei n.º 86/2016, de 27 de dezembro, que altera a regulamentação da Lei da Organização

do Sistema Judiciário e estabelece o regime aplicável à organização e funcionamento dos tribunais

judiciais.

Decreto Legislativo Regional n.º 8/2016/A, de 26 de abril, que procede à

primeira alteração ao Decreto Legislativo Regional n.º 23/2006/A, de 12 de junho, que estabelece o

regime jurídico do transporte coletivo de crianças.

DECRETOS-REGULAMENTARES

Decreto Regulamentar n.º 1-A/2016, de 30 de maio, que determina as regras para a frequência de

ação de formação de segurança rodoviária e para a realização de prova teórica do exame de

condução, no âmbito do sistema de pontos e cassação do título de condução.

Decreto Regulamentar n.º 2/2016, de 23 de agosto, que estabelece o regime aplicável à

organização e funcionamento da Unidade de Coordenação Antiterrorismo.

RESOLUÇÕES DO CONSELHO DE MINISTROS

Resolução do Conselho de Ministros n.º 7/2016, de 11 de fevereiro, queautoriza a Autoridade

Nacional de Segurança Rodoviária a proceder à repartição dos encargos relativos à execução do

contrato de aquisição de bens e serviços necessários para a implementação do Sistema Nacional de

Controlo de Velocidade.

PORTARIAS

Portaria n.º 43/2016, de 11 de março, que define as condições de acesso e as regras gerais de

cofinanciamento comunitário aos projetos apresentados ao abrigo do Fundo para a Segurança

Interna (FSI), para o seu período de execução.

Portaria n.º 127/2016, de 26 de abril, que fixa um máximo de 30 vagas para cada um dos anos

letivos compreendidos entre 2016-2017 e 2021-2022 para a candidatura à matrícula e inscrição no

ciclo de estudos integrado de mestrado em Ciências Policiais.

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Portaria n.º 140-B/2016, de 13 de maio, que estabelece os termos relativos ao exame e emissão de

carta de caçador.

Portaria n.º 143-A/2016, de 16 de maio, que aprova o Programa de Apoio Infraestrutural que

define as condições a que obedecem os projetos de remodelação, ampliação e construção de

infraestruturas de corpos de bombeiros detidos por associações humanitárias de bombeiros (AHB)

ou pelas autarquias (nos termos do n.º 2 do artigo 31 da Lei n.º 32/2007, de 13 de agosto, e do n.º 2

do artigo 6.º da Lei n.º 94/2015, de 13 de agosto).

Portaria n.º 156-A/2016, de 2 de junho, que procede à primeira alteração à Portaria n.º 407/2015,

de 24 de novembro, que define as condições de acesso e as regras gerais de cofinanciamento

comunitário aos projetos apresentados ao abrigo do Fundo para o Asilo, a Migração e a Integração

(FAMI).

Portaria n.º 167/2016, de 15 de junho, que estabelece queo período crítico no âmbito do Sistema

de Defesa da Floresta contra Incêndios, vigora de 1 de julho a 30 de setembro de 2016, e que nele

devem ser asseguradas medidas especiais de prevenção contra incêndios florestais.

Portaria n.º 179/2016, de 7 de julho, que procede àprimeira alteração à Portaria n.º 283/2014, de

31 de dezembro, que aprova as taxas a cobrar pelos serviços prestados pelo Gabinete Nacional de

Segurança.

Portaria n.º 184/2016, de 24 de junho, que estabelece o regime de prestação de serviço do pessoal

com funções policiais da Polícia de Segurança Pública (PSP), adiante designado por polícias, que se

encontre na situação de pré-aposentação na efetividade de serviço.

Portaria n.º 186/2016, de 13 de julho, que aprova as normas de admissão, frequência e avaliação,

da ação de formação para promoção à categoria de Chefe Coordenador, prevista no artigo 87.º , n.º

4, do Estatuto da PSP (decreto-Lei n.º 243/2015, de 19 de outubro).

Portaria n.º 187/2016, de 13 de julho, que aprova as normas de admissão, frequência e avaliação,

da ação de formação para promoção à categoria de Agente Coordenador, prevista no artigo 91.º ,

n.º 4, do Estatuto da PSP (decreto-Lei n.º 243/2015, de 19 de outubro).

Portaria n.º 190/2016, de 15 de julho, que estabelece a definição do perfil que deve possuir um

trabalhador de empresa privada concessionária de estacionamento.

Portaria n.º 191/2016, de 15 de julho, que fixa as características mínimas obrigatórias dos modelos

dos uniformes e dos cartões de identificação dos trabalhadores que exercem funções de fiscalização

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das empresas privadas concessionárias de estacionamento sujeito ao pagamento de taxa em vias

sob jurisdição municipal.

Portaria n.º 192/2016, de 15 de julho, que procede à definição das características mínimas

obrigatórias que devem possuir os modelos dos veículos utilizados pelos trabalhadores com funções

de fiscalização das empresas privadas concessionárias de estacionamento.

Portaria n.º 201/2016, de 21 de julho, que altera a Portaria n.º 1334-A/2010, de 31 de dezembro,

que fixa o valor das taxas a cobrar pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), no

sentido de incluir o valor das taxas da ANSR pela prática dos atos que integram as novas atribuições

relativas aos processos de candidatura e renovação à ministração de ações de formação.

Portaria n.º 222/2016, de 22 de julho, que regulamenta o horário de referência semanal dos

militares da Guarda Nacional Republicana, previsto no artigo 26.º do Decreto-Lei n.º 297/2009, de

14 de outubro (Estatuto dos Militares da GNR).

Portaria n.º 203/2016, de 25 de julho, que cria a Rede Nacional de Apoio à Integração de Migrantes

(RNAIM), da competência do Alto Comissariado para as Migrações, I. P. (ACM, I. P.).

Portaria n.º 244/2016, de 7 de setembro, que altera a Portaria n.º 214/2014, de 16 de outubro,

que define as condições de atribuição da competência estabelecida no n.º 7 do artigo 169.º do

Código da Estrada às câmaras municipais.

Portaria n.º 245/2016, de 7 de setembro, que aprova a estrutura curricular e o plano de estudos,

normas de admissão, frequência, avaliação e organização do Curso de Direção e Estratégia Policial

(CDEP).

Portaria n.º 257/2016, de 29 de setembro, que determina prorrogar até 15 de outubro o período

crítico no âmbito do Sistema de Defesa da Floresta contra Incêndios, para o ano de 2016,

estabelecido pela Portaria n.º 167/2016, de 15 de junho, por força das circunstâncias

meteorológicas excecionais.

Portaria n.º 280/2016, de 26 de outubro, que regula o procedimento de análise retrospetiva das

situações de homicídio ocorrido em contexto de violência doméstica, previsto no artigo 4.º -A da Lei

n.º 112/2009, de 16 de setembro, a cargo da Equipa de Análise Retrospetiva de Homicídio em

Violência Doméstica.

Portaria n.º 285/2016, de 7 de novembro, que fixa as normas regulamentares necessárias à

repartição dos resultados líquidos da exploração dos jogos sociais atribuídos ao Ministério da

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Administração Interna, nos termos do Decreto -Lei n.º 56/2006, de 15 de março, alterado pelo

Decreto -Lei n.º 44/2011, de 24 de março, e pelo Decreto -Lei n.º 106/2011, de 21 de outubro.

Portaria n.º 290/2016, de 15 de novembro, que regula o regime de admissão e progressão da

carreira do pessoal músico da PSP, previsto no artigo 163.º do Estatuto da PSP (Decreto-Lei n.º

243/2015, de 19 de outubro).

Portaria n.º 298/2016, de 29 de novembro, queregulamenta o regime dos serviços remunerados,

designadamente a sua requisição, autorização, duração, organização e modos de pagamento, bem

como os valores devidos pela prestação desses serviços remunerados pelos militares da GNR e pelo

pessoal policial da PSP.

Portaria n.º 294/2016, de 22 de novembro, que regulamenta os uniformes do pessoal policial da

PSP, previsto no artigo 24.º, n.º 6, do Estatuto da PSP (Decreto-Lei n.º 243/2015, de 19 de outubro)

Portaria n.º 317/2016, de 14 de dezembro, que procede à alteração ao regulamento de uniformes

em uso na Guarda Nacional Republicana (GNR).

Portaria n.º 318/2016, de 15 de dezembro, que determina os requisitos de admissão ao Curso de

Formação de Chefes, nos termos dos artigos 70.º, 71.º e 89.º do Estatuto da PSP (Decreto-Lei n.º

243/2015, de 19 de outubro).

Portaria n.º 330-A/2016, de 15 de dezembro, que regulamenta a tramitação do procedimento

concursal pelo método de avaliação curricular para promoção do pessoal com funções policiais da

Polícia de Segurança Pública (PSP)

Portaria n.º 345/2016, de 30 de dezembro, que regulamenta o Decreto-Lei n.º 48/2016, de 22 de

agosto, que cria o sistema de monitorização por georreferenciação do transporte de armas,

munições e explosivos (SIGESTAME).

DESPACHOS

Despacho n.º 2577/2016, de 4 de fevereiro, que determina a aprovação de equipamento a utilizar

nos testes de rastreio na saliva.

Despacho n.º 6175/2016, de 10 de maio, que fixa para o ano de 2016 o número máximo de

militares a colocar na situação de reserva na efetividade de serviço.

Despacho n.º 6853/2016, de 24 de maio, que determina a verba do Fundo de Garantia Automóvel

disponibilizada para as Forças de Segurança, destinada à aquisição de bens e serviços no âmbito da

prevenção e segurança rodoviárias.

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Despacho n.º 7103/2016, de 20 de maio, que aprova os novos modelos de autos de

contraordenação a utilizar para as infrações ao Código da Estrada e demais legislação

complementar.

Despacho n.º 7959/2016, de 17 de junho, que cria a Unidade Nacional CEPOL, que substitui o

Ponto Nacional de Contacto.

Despacho n.º 8181/2016, de 23 de junho, que fixa para o ano de 2016, o contingente de polícias a

colocar na situação de pré-aposentação na efetividade de serviço, nos termos do n.º 1 do artigo

114.º do Decreto-Lei n.º 243/2015, de 19 de outubro).

Despacho n.º 8591-D/2016, de 1 de julho, que aprova o modelo de gestão operacional do serviço

112.

Despacho n.º 10248/2016, de 16 de agosto, que procede à abertura de cinquenta lugares para

admissão ao curso de formação de sargentos da GNR para os anos 2015/2017.

Despacho n.º 10635-B/2016, de 24 de agosto, que procede ao acionamento da conta de

emergência prevista no Decreto-Lei n.º 112/2008, de 1 de julho, alterado pelo Decreto-Lei n.º

114/2011 de 30 de novembro.

Despacho n.º 11838/2016, de 4 de outubro, das Ministras da Administração Interna e da Justiça, no

qual se determina a comunicação à IGAI e à IGSJ de expediente em conformidade com o (nele)

exposto e ao abrigo dos poderes de coordenação e promoção da atividade de segurança interna e

da eficácia da investigação criminal.

Despacho n.º 11969/2016, de 7 de outubro, que altera o Despacho n.º 6175/2016, de 2 de maio de

2016, que fixou, para o ano de 2016, o número máximo de militares da GNR a colocar na situação

de reserva na efetividade de serviço.

Despacho n.º 14481/2016, de 9 de dezembro, que autoriza a promoção de 1.050 elementos

policiais da PSP, precedida de procedimento concursal quando a lei assim o preveja, com efeitos a

partir de 1 de janeiro de 2017.

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5. ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA 2017

DIGNIFICAÇÃO, MODERNIZAÇÃO E RACIONALIZAÇÃO DAS FORÇAS E SERVIÇOS DE SEGURANÇA

A dignificação dos profissionais e a modernização das forças e serviços de segurança continuarão a

ser objetivos prioritários, tendo em vista consolidar Portugal como um País seguro. Paralelamente,

impõe-se a racionalização dos equipamentos, dos sistemas e das estruturas de suporte à missão das

forças e serviços de segurança e das condições materiais para o seu cumprimento. Em

conformidade, são as seguintes as orientações estratégicas:

 Executar a Lei da Programação das Infraestruturas e Equipamentos das Forças e Serviços de

Segurança;

• Garantir um adequado aproveitamento e execução de programas, fundos comunitários e

outros financiamentos internacionais para modernização de equipamentos e sistemas das

forças e serviços de segurança;

• Melhorar o desempenho na prestação de serviços comuns e no apoio técnico e

administrativo;

• Modernizar e reforçar os equipamentos de proteção individual e dos equipamentos para as

funções especializadas;

• Investir nas tecnologias de informação e comunicação para desmaterializar e simplificar,

aumentar a eficácia e a eficiência da atividade operacional e facilitar o acesso à informação útil

para efeitos operacionais;

• Garantir a coordenação, a partilha de informações, a interoperabilidade, a erradicação das

redundâncias e a boa articulação entre forças e serviços de segurança;

• Reforçar a partilha de recursos entre forças e serviços de segurança sempre que adequado,

promovendo mais sinergias e aumentando as suas eficácia e eficiência;

• Reforçar o Sistema de Segurança Interna e o seu papel de coordenação num quadro de

pluralidade de forças e serviços de segurança;

• Rentabilizar a utilização das bases de dados existentes, através do reforço do carregamento

de dados e da interoperabilidade entre os sistemas, e desenvolvimento da Plataforma para o

Intercâmbio de Informação Criminal (PIIC);

• Melhorar a articulação e cooperação com as Forças Armadas em termos de apoio destas à

segurança interna;

• Reforçar os mecanismos de fiscalização e controlo das forças e serviços de segurança;

• Continuar a melhorar a relação entre os cidadãos e as forças e serviços de segurança.

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PREVENÇÃO E CONTROLO DA CRIMINALIDADE

A prevenção e o controlo da criminalidade são e serão sempre objetivos centrais de Segurança

Interna. Neste âmbito, as orientações estratégicas para 2017 são as seguintes:

 Cumprir na integra as orientações de política criminal, num quadro de rigoroso respeito pelo

princípio de separação de poderes;

• Melhorar a articulação e a partilha de informações entre os diversos órgãos de polícia

criminal;

• Realizar regularmente operações especiais de prevenção criminal;

• Promover políticas e medidas pró-ativas de prevenção e de investigação da criminalidade

violenta, grave e altamente organizada;

• Reforçar as estratégias relativas à identificação, prevenir e reprimir o branqueamento de

capitais e as políticas pró-ativas de prevenção e de investigação da corrupção;

• Reforçar o combate e a investigação de tráfico de estupefacientes, designadamente no

respeitante à produção e ao tráfico das chamadas drogas sintéticas;

• Reforçar o controlo da segurança privada e da criminalidade violenta e grave a ela

associada;

• Reforçar a prevenção e repressão da violência doméstica e da criminalidade sexual;

• Aumentar as ações policiais para dissuasão e repressão de crimes de furto de oportunidade;

• Reforçar os modelos de segurança de proximidade, nomeadamente através da

implementação da nova geração de Contratos Locais de Segurança, da consolidação dos

Programas Especiais de Policiamento de Proximidade e do desenvolvimento do Programa de

Prevenção da Delinquência Juvenil;

• Acompanhar os fenómenos de violência e criminalidade associados aos espetáculos e,

particularmente, aos eventos desportivos;

• Detetar precocemente, dissuadir e reprimir manifestações de racismo, xenofobia e

intolerância;

• Dinamizar a instalação de sistemas de videovigilância;

• Elaborar e iniciar a execução de um plano de modernização e racionalização da rede de

estabelecimentos prisionais e ajustar a rede nacional de centros educativos, respetivos

equipamentos e recursos humanos;

• Aperfeiçoar os procedimentos de articulação entre os serviços prisionais, as forças e

serviços de segurança e as autoridades judiciárias;

• Reforçar a proteção das vítimas de crime.

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PREVENÇÃO E COMBATE AO TERRORISMO

Atendendo ao quadro de ameaça terrorista na Europa e sua periferia, continuará a ser objetivo

prioritário a execução da Estratégia Nacional de Combate ao Terrorismo e dos seus cinco pilares -

detetar, prevenir, proteger, perseguir e responder -, com o contributo de todos os serviços e forças

de segurança, no âmbito das respetivas competências. Nesta linha, as orientações estratégicas são

as seguintes:

• Operacionalizar e otimizar de forma permanente e reforçada a Unidade de Coordenação

Antiterrorismo (UCAT) enquanto órgão de coordenação e partilha de informações, no quadro

da ameaça terrorista, entre as autoridades competentes;

• Elaborar as estratégias e planos de ação decorrentes da Estratégia Nacional de Combate ao

Terrorismo;

• Reforçar a formação específica das forças e serviços de segurança em matéria de deteção,

identificação e prevenção de fenómenos de extremismo e radicalização, abordagem com

comunidades minoritárias e atualização sobre modus operandi dos terroristas;

• Reforçar as medidas de prevenção ao nível local, com pleno envolvimento de todos os

atores relevantes;

• Manter a vigilância de pontos sensíveis e de elevada concentração de pessoas;

• Garantir a segurança de infraestruturas críticas e, em especial, melhorar a segurança das

infraestruturas aeroportuárias;

• Reforçar a monitorização e vigilância de fenómenos de extremismo, radicalização e

recrutamento para atividades terroristas, designadamente nos ambientes cibernético, prisional

e escolar;

• Reforçar a atenção quanto ao eventual retorno dos chamados “combatentes terroristas

estrangeiros” à Europa e ao território nacional, bem como identificar e obter possíveis meios

da prova de eventuais crimes por eles cometidos;

• Reforçar a capacidade de deteção, prevenção e de investigação do branqueamento de

capitais e do financiamento do terrorismo, de tráfico de armas e de explosivos e do furto e

falsificação de documentos, tendo em vista o bloqueio de possíveis fontes de financiamento e

de apoio a atividades terroristas;

• Intensificar reuniões conjuntas entre as forças e serviços de segurança, as autoridades

judiciárias e os serviços prisionais para análise de situação, partilha de informações e

coordenação de ações e de procedimentos;

• Intensificar o treino de operações antiterroristas e de exercícios de resposta/reação a um

evento terrorista;

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• Aumentar a cooperação e o intercâmbio de informações com agências e organismos

europeus e internacionais e com forças e serviços de países parceiros e aliados.

CONTROLO DE FRONTEIRAS

Continuando a afirmar uma política de controlo de fronteiras baseada nos princípios da

solidariedade e da responsabilidade partilhada, e visando reforçar a capacidade nacional também

na assunção das responsabilidades e dos compromissos decorrentes da nossa inserção no Espaço

de Liberdade, Segurança e Justiça da UE e do Espaço Schengen, as orientações estratégicas são:

• Elaborar, aprovar e executar a Estratégia de Gestão Integrada de Fronteiras (IBM) e o

respetivo Plano de Ação;

• Reforçar a segurança no controlo das fronteiras externas tendo em conta o binómio

segurança/facilitação;

• Modernizar e ampliar os meios tecnológicos utilizados nos postos de fronteira;

• Racionalizar o regime de funcionamento dos Centros de Cooperação Policial e Aduaneira

(CCPA) e aperfeiçoar a cooperação e a partilha de informações e de recursos entre as

entidades aí presentes;

• Promover uma maior articulação entre o CNC-EUROSUR/ UCC-GNR e o COMAR/AMN-PM

tendo em vista, designadamente, a produção de uma “Common Operational Picture” (COP) e o

consequente reforço da “Reaction Capability”;

• Otimizar as capacidades do CNC-EUROSUR no domínio da vigilância da fronteira marítima,

nas vertentes da coordenação, articulação e partilha de informação;

• Desenvolver a cooperação transfronteiriça com as autoridades de Espanha;

• Continuar a promover a participação em ações e operações de controlo da fronteira externa

da UE, designadamente no âmbito da nova Agência da Guarda Europeia de Fronteiras e

Costeira (FRONTEX plus) e aprontamento e destacamento do contingente nacional para a

respetiva “reserva de reação rápida”;

• Concluir a transposição da Diretiva Passenger Name Record (PNR) e sua implementação

operacional e participar ativamente nos debates europeus sobre as propostas visando o

estabelecimento do Sistema de Entrada/Saída (EES) e do European Travel Information and

Authorisation System (ETIAS).

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 229

REFORÇO DA DIMENSÃO EXTERNA DA SEGURANÇA INTERNA

A cooperação internacional continuará a ser uma prioridade estratégica atendendo à inserção de

Portugal em múltiplos quadros multilaterais e a relações especiais com diversos parceiros. Nesta

linha, as orientações estratégicas são as seguintes:

• Criar e implementar o Ponto Único de Contacto para a Cooperação Policial Internacional

(PUC-CPI ou SPOC), no âmbito do Sistema de Segurança Interna e sob a égide do seu

Secretário-Geral, reunindo neste “balcão único” para receção e encaminhamento de pedidos

internacionais e sob a mesma gestão o Gabinete Nacional Sirene, o Gabinete Nacional da

Interpol, a Unidade Nacional da Europol, a coordenação dos oficiais de ligação nacionais e

estrangeiros, a coordenação dos Centros de Cooperação Policial e Aduaneira e os pontos de

contacto decorrentes das “Decisões Prüm”;

• Aumentar a participação e o destacamento de elementos das forças e serviços de segurança

em missões no estrangeiro e de peritos nacionais junto de organizações internacionais,

designadamente no âmbito da ONU e da União Europeia;

• Reforçar o envolvimento no quadro da Força Europeia de Gendarmerie (EGF);

• Aperfeiçoar a preparação de candidaturas nacionais a postos internacionais relevantes;

• Manter elevada a participação nacional em agências, comités e grupos de trabalho da UE e

noutras plataformas de cooperação internacional;

• Dar continuidade à cooperação técnico-policial com outros países, em particular, os

parceiros da CPLP e do Norte de África;

• Desenvolver os programas de cooperação com Espanha nos domínios da segurança interna

e da proteção civil;

• Dinamizar os projetos de cooperação com França e com os Estados Unidos.

MELHORAR A EFICIÊNCIA DA PROTEÇÃO CIVIL E AS CONDIÇÕES DE PREVENÇÃO E SOCORRO

Melhorar a eficiência da proteção civil e das condições de prevenção e socorro face a acidentes e

catástrofes continuará a ser um objetivo prioritário, mediante as seguintes ações:

• Consolidar o Sistema de Proteção Civil através do reforço do patamar municipal e da

promoção da criação das Unidades Locais de Proteção Civil das Freguesias;

• Implementar a Estratégia Nacional de Proteção Civil Preventiva;

• Potenciar a capacidade e a resposta operacional, designadamente através da constituição

de Equipas de Intervenção Permanente, do reforço do empenho do Grupo de Intervenção

Proteção e Socorro da GNR e da Força Especial de Bombeiros da ANPC, do maior e mais

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 230

adequado envolvimento das Forças Armadas e da otimização das potencialidades de todos os

agentes de proteção civil;

• Apoiar as Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários (AHBV) e os respetivos

Corpos de Bombeiros (CB) e promover o agrupamento de AHBV e de CB;

• Incentivar o voluntariado dos bombeiros, com a participação das administrações central e

local;

• Rever o regime jurídico dos bombeiros portugueses e o estatuto e das carreiras dos

bombeiros profissionais;

• Aumentar de forma substancial o investimento nas infraestruturas e meios operacionais dos

agentes de proteção civil;

• Reforçar os sistemas de informação de apoio à decisão operacional e implementar sistemas

inovadores de alerta e aviso às populações.

PROMOÇÃO DA SEGURANÇA RODOVIÁRIA E DIMINUIÇÃO DA SINISTRALIDADE

A redução da sinistralidade rodoviária e do número de mortos e de feridos graves nas estradas

nacionais continuará entre as prioridades, assumindo a prevenção como eixo central das ações. Na

área da segurança rodoviária, as orientações estratégicas para 2017 são as seguintes:

• Promover a elaboração de planos municipais e intermunicipais de segurança rodoviária e da

classificação de segurança da rede rodoviária nacional e municipal;

• Realizar avaliações técnicas nos lanços das estradas com maior concentração de acidentes,

articulando com as entidades gestoras das infraestruturas a execução das medidas corretivas;

• Modernizar a fiscalização rodoviária, através da implementação das duas fases do Sistema

Nacional de Controlo de Velocidade (SINCRO) e do plano nacional de fiscalização;

• Simplificar o processo contraordenacional, através da modernização dos sistemas de

informação e da melhoria da vertente administrativa;

• Promover a articulação entre Serviços e a partilha de informação rodoviária, em particular

sobre veículos, proprietários e condutores;

• Desmaterializar e simplificar os procedimentos no acesso à informação e implementação do

sistema de informação de acidentes de viação, incluindo a georreferenciação;

• Desenvolver estratégias de educação e sensibilização eficazes, incluindo campanhas

plurianuais de sensibilização com recurso a diferentes canais e articulação dos conteúdos das

mensagens com as principais causas da sinistralidade;

• Promover concursos destinados ao envolvimento das organizações não-governamentais

com atuação na área de segurança rodoviária;

• Dinamizar a formação cívica nas escolas.

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Relatório Anual de Segurança Interna – Ano 2016 Página 231

SEGURANÇA DO CIBERESPAÇO

 Aprofundar a segurança das redes e da informação, como forma de garantir a proteção e

defesa das infraestruturas críticas e dos serviços vitais de informação, e potenciar uma

utilização livre, segura e eficiente do ciberespaço por parte de todos os cidadãos, das empresas

e das entidades públicas e privadas;

 Consolidar o papel de coordenação operacional e de autoridade nacional em matéria de

cibersegurança, relativamente às entidades públicas e às infraestruturas críticas, do Centro

Nacional de Cibersegurança (CNCS);

 Reforçar a área da prevenção e repressão do cibercrime e reforçar a capacidade de

aquisição da prova digital.

REINSERÇÃO SOCIAL E SERVIÇOS PRISIONAIS

 Rever os conceitos de prisão por dias livres e outras penas de curta duração, em casos de

baixo risco, intensificando soluções probatórias e a dinamização dos mecanismos da vigilância

eletrónica no quadro do cumprimento das penas;

 Elaborar e iníciar a execução de um plano, com o horizonte de uma década, com o objetivo

de racionalizar e modernizar a rede de estabelecimentos prisionais e ajustar a rede nacional de

centros educativos, respetivos equipamentos e recursos humanos.

Lisboa, 31 de março de 2017

II SÉRIE-E — NÚMERO 12 255

Página 256

A DIVISÃO DE REDAÇÃO E APOIO AUDIOVISUAL.

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