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tropole lhe dê, como parece dar-lhe agora, os meios de segurança e tranquillidade, mas é preciso que não esqueça providenciar sobre as suas primeiras necessidades de administração, anles e depois de sc pacificar aquelle paiz.
Depois de ler feilo eslas indicações ao governo não posso deixar de chamar a altenção d'elle sobre a precisão que ha de mandar para a provincia de Angola uma grande força de cavallaria, (Apoiados.) porque os indígenas têem um grande receio e medo na presença dos cavallos, porque é crença entre elles que aquelles animaes comem gente, ferro e madeira. (Riso.)
Sr. presidente, uma das medidas que peço e reclamo com toda a energia é o castigo de todos os officiaes díscolos e cobardes. (Repetidos apoiados.) Desejo que se proceda a um conselho de guerra sobre o procedimento de taes officiaes. (Apoiados.) Quero e peço que sejam premiados aquelles que se houveram com honra e bravura; (Repelidos apoiados.) mas também quero e peço que se castiguem severamente os díscolos e cobardes; (Apoiados.) a estes quero vê-los com a farda feita pedaços. (Apoiados.—Vozes:—Muito bem.) È esta uma medida de moralidade que em nome do paiz solicito do governo com todas as minhas forçai. (Apoiados.)
Sr. presidente, eu não posso deixar de dizer á camara que no interior da provincia não ha cirurgiões, nem boticas, e que os habitantes ali muitas vezes morrem ao mais completo desamparo; desejo pois que o governo trate de nomear para ali alguns cirurgiões e boticários, remunerando-os devidamente; porque é preciso que se saiba que é um grande mal, e pratica-se uma grande inconveniência em amesquinhar os ordenados dos empregados que vão para o ultramar. (Apoiados.) Emquanto não mudarmos de syslema nada bom espero! Esta é a verdade.
Veja-se o que ainda ha pouco fez o governo hespanhol quando mandou um governador para Fernando Pó; deu-lhe de ordenado 8:000 pesos fortes, afora 2:000 como frais de réprêsenlalion, que deverá fazer na qualidade de primeiro magistrado d'aquella pequena possessão. E nós aqui dâmo»
quatro amesquinhados contos de réis ao governador geral de Angola, que mal lhe hão de chegar para si, quanlo mais para receber e tratar com estrangeiros que costumam ír aquella provincia, e com quem o governador é obrigado a manter actualmente relaççes diplomáticas. (Vozes: — Deu a hora.)
Emfim, em Angola carece-se de maior numero de solda-, dos, de muito dinheiro mais, e dc grandes reformas na administrarão, tanlo mililar e civil, como na de fazenda. Eu linha muito mais a dizer ainda sobre o assumpto em discussão, teria ainda a fazer mais algumas indicações á camara e ao governo, citando-lhe exemplos frisantes que a convenceriam das minhas asserções; fali a ria do estado desgraçado dos quartéis, da falta de meios de conducção pelo interior da provincia, da falta de indivíduos habilitados para governar os districtos d'ella, e ainda do que diz respeilo ao clero d'aque)le paiz; mas não quero nem tirar a palavra aos meus illustres collegas, nem cansar, a camara e a mim próprio lambem.
Como deu a hora termino aqui as minhas observações, agradecendo á camara a benevolência com que me escutou. (Apoiados.—Vozes: — Muito bem.)
O orador foi comprimentado por vários srs. deputados.
O sr. Ferrer:—Mando para a mesa um parecer da commissão do ultramar.
O sr. Feijó:—Mando para a mesa um parecer da commissão ecclesiaslica, sobre a creação de um cura coadjutor na freguezia do Senhor Bom Jesus, do logar de Babo de Peixe, no concelho da Ribeira Grande, dislriclo de Ponta Delgada. A commissão lendo em visla as considerações expendidas no seu relatório, é de parecer que seja deferido o requerimenlo da junla de parochia da mesma freguezia, e pede ao governo queira providenciar como for de justiça
Mandou-se imprimir.
O sr. Presidente:—Hoje ha sessão nocturna, lendo logar a chamada ás oito horas e meia, para continuar a discussão sobre o projecto n.° 49, relativo ao código de credito predial.— Está levantada a sessão.