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á commissão, tendentes a revogar e melhorar o serviço da repartição tachygrafica, e ao estabelecimento de uma cadeira de tachygrafos, e cuja necessidade eu já fiz sentir á camara na sessão passada, e já tornei a alludir a esse mesmo objecto na Sessão actual; mas a commissão não podia apresentar parecer algum a respeito destas propostas, sem que a primeira questão se resolvesse, porque a organisação da repartição tachygrafica ha de estar em harmonia com o que se resolver sobre a publicação das sessões: Se se resolver que a publicação das sessões seja de um modo, a organisação da repartição tachygrafica ha de ser em harmonia com esse modo, e ha de variar, se esse modo fôr differente. É este o motivo, por que a commissão não apresentou parecer sobre este objecto.

Resumindo digo, que não fazendo questão do parecer da commissão, a unica questão que faço é em quanto á conservação das duas entidades — extractos no Diario do Governo e publicação do Diario da Camara.

Intendo que as explicações que tenho dado, são sufficientes pára mostrar que o parecer da commissão póde ser approvado, adoptando-se a emenda do sr. Rivara quanto ao formato; porque a este respeito a commissão não faz questão.

O sr. Lobo d'Avila: — A discussão está já muito adiantada, por isso direi apenas duas palavras. Em primeiro logar regozijo-me bastante de que esta questão viesse á camara, e que fosse trazida por um deputado tão digno e respeitavel, como é o sr. D. Rodrigo de Menezes; (Apoiados) tanto mais que espero que ella ha dê dar o resultado de melhorar a publicação das sessões desta camara.

Ora, quando ha pouco eu disse que era melhor que continuasse o statu quo, foi por que isto me pareceu o melhor no meio da multiplicidade de arbitrios apresentados pela commissão; mas depois que o sr. Carlos Bento apresentou a sua proposta, desde já declaro que hei de votar por ella, porque essa proposta está conforme as minhas ideas, porque intendo que ella resolve do melhor modo possivel esta questão, e tambem porque intendo que este é o unico meio, pelo qual a camara póde obter uma publicação das suas sessões mais perfeita do que tem sido até aqui. Quando ha pouco disse que queria o statu quo, não sustentei a permanencia deste estado, como principio; porque o que desejo é que se melhore a publicação das sessões desta camara, e que se melhore quanto antes; o que não quero é passar para outra cousa peior do que aquella que actualmente existe. Se fallei no statu que, foi em presença da multiplicidade de arbitrios propostos pela commissão, foi como um ponto de transição para se poder no futuro melhorar o systema da publicação das sessões; e intendo que o sr. Carlos Bento, com a sua idéa luminosa, veio resolver a questão do melhor modo possivel.

Diz a commissão que não é possivel continuar as duas cousas, extracto no Diario do Governo, e a integra no Diario da Camara; porém eu desejava que a commissão désse a razão disto; porque o facto prova contra o dicto da commissão, por isso que ha muitos annos existem ambas as cousas, e não sei o motivo por que não podem continuar. É preciso, pois, que a illustre commissão demonstre o que diz no seu parecer.

Mas pondo de parte esta questão, declaro que não posso encontrar razão alguma plausivel para que se distribuam de graça as sessões dá camara pelos assignantes do. Diario do Governo confesso que não sei qual seja o motivo por que se ha de dar a preferencia a estes individuos; pois se é em attenção ao numero de assignantes que tem a empresa do Diario do Governo, então podia procurar-se um numero igual de; outras pessoas, e dar-se-lhes o Diario da Camara se é por se julgar que os assignantes do Diario do Governo são os maiores contribuintes resta provar esta circumstancia. Portanto, se a distribuição se faz para maior publicidade das sessões da camara, não vejo motivo para que se dê á preferencia aos assignantes do Diario do Governo; só se se quer proteger e fazer favor a esta empreza.

Portanto a questão principal reduz-se toda a poder conseguir-se o resultado de se publicarem as sessões da camara pelo modo mais perfeito e mais prompto. A minha opinião é que se melhorem os extractos das sessões publicadas no Diario d» Gorem o, tanto quanto fôr possivel. Acredito que é possivel fazer-se esta publicação sem grande augmento de despeza; porque até hoje fazia-se despeza com os extractos, e com o Diario da Camara; porém, eliminando-se a despeza que se faz com ò Diario da Camara, póde consagrar-se esta para o melhoramento dos extractos, e com a cifra de ambas póde occorrer-se a todo e qualquer augmento de despeza que se possa fazer com um extracto mais perfeito; mas quando ainda fosse necessario fazer-se mais alguma despeza para se poder obter uma publicação mais perfeita, eu não tenho duvida alguma em votar por ella, e estou certo de que a camara não se recusará a isto, porque o que ella deseja é ter a publicação das suas sessões pelo melhor modo possivel. Por consequencia parece-me que não ha outro expediente a seguir ser não adoptar a proposta do sr. Carlos Bento.

Declaro que não concordo com a idéa do sr. Santos Monteiro para se estabelecer uma typographia nas côrtes; não só porque julgo isto pouco regular e decoroso para a camara, por isso que tem de se tornar emprezaria, imprimindo algumas cousas alheias á mesma camara, não só porque julgo desnecessario crear-se mais esta entidade, mas tambem porque tendo nós uma imprensa nacional, como temos, bem organisada, bem montada e dirigida, é preciso aproveitar esta imprensa. Vale mais, tendo nós um tal estabelecimento, tractarmos de o melhorar e aperfeiçoar, do que andarmos a multiplicar estabelecimentos desta natureza.

Em quanto á idéa apresentada pelo sr. José Estevão, declaro que não concordo com ella; acho que o governo tem muito que fazer, e que escusa de occupar-se com cousas que são proprias da camara, e que só a camara póde e deve tractar; acho que ha aqui pessoas muito competentes para tractar deste negocio. Por consequencia intendo que a proposta do sr. José Estevão não póde ser admittida, e que a camara póde nomear uma commissão especial, e encarregara deste objecto. Agora em quanto á idéa que o illustre deputado apresentou, de se por interdicto absoluto a que os deputados revejam os seus discursos, declaro que não concordo, nem acho motivo para que isto se faça, porque intendo que as sessões devem ser publicadas com toda a exactidão; e ainda que o illustre deputado declarou que prescinde de rever os seus discursos, comtudo haverão outros deputados que sobre um ponto melindroso e importante, não quei-