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é desnecessario, porque esta comprehendido na idéa do verbo extractar.

O Sr Vaz Preto: — O illustre Deputado quasi que me preveniu; este extractar largamente quer dizer, que se dê uma idéa do que disse o orador, e que não appareça um extracto do que disse um Deputado, que fallou uma hora, occupando duas linhas do Diario, e o do que fallou tres ou quatro minutos, com muita extensão. Portanto entendo, que o artigo está bem redigido.

Em quanto á emenda do illustre Deputado, digo, que votei pela sua admissão á discussão, mas voto contra ella, porque extractar exactamente é o dever dos tachygrafos; dizer-se que elles extractem exactamente, é suppôr que o não farão, se não fôr aqui esta clausula, e isto importa uma censura, que eu entendo que elles não merecem, porque sabem muito bem qual é o seu dever. Portanto entendo, que se não deve exigir mais do que extractarem-se os discursos, conservando as idéas dos oradores tanto quanto fôr possivel.

Em quanto ao dizer-se exactamente não concordo, porque póde entender-se como censura, posto que estou certo de que o illustre Deputado não quiz fazer censura alguma aos Srs. tachygrafos, e por isso voto pelo artigo como esta, e contra a emenda — extractar com exactidão — porque isso esta entendido, que é o que elles hão de fazer.

O Sr. Corrêa Leal. — Tambem me parece, que comprehendo bem o que quer dizer extractar; mas a minha duvida é que dlzendo-se largamente, se vá impôr uma responsabilidade tal, que fique indefinida. (Vozes: — Não vai.) Não vai? Se o artigo ficar como esta, póde ser que dê logar a isto. O illustre Deputado que esta tão convencido das suas opiniões, e cada um o deve estar, sustenta, que o extractar largamente consigna bem a idéa que se quer; mas ha de permittir-me que lhe diga, que extractar é tirar, como S. Sª. sabe muito bem; ora se mandarmos tirar do discurso do Deputado largamente, quer dizer, que o Deputado que fallar aqui duas horas, e não vir um longo extracto no Diario, tem direito de dizer aos stenografos — como é que vocês tiraram aqui em um palmo de extracto o meu discurso? Pois vocês não teem obrigação de tirar o men discurso largamente? Eu não quero um extracto assim, quero tres, quatro, ou cinco columnas, porque fallei duas horas, ou dois dias, e ainda me ficou reservada a palavra para o dia seguinte; por consequencia você tem obrigação de tirar um grande extracto do meu discurso. Parece pois que vai aqui uma especie de ratoeira para os tachygrafos, porque depois elles não sabem como hão de comprehender este exactamente. Portanto sustento a minha emenda, e rejeito o adverbio largamente.

O Sr. Agostinho Albano: — Sr. Presidente, a accepção em que o verbo extractar se toma, exprime o que se deseja; mas redundancias ha, e pleonasmos que são necessarios muitas vezes, e este é um dos casos, em que entendo que o são. Extractasse sabe-se muito bem que não é tirar o discurso, mas sim a substancia delle, isto é, a parte mais essencial delle, e o resumo de todas as idéas principaes desse discurso, e então uma redundancia neste caso é muito boa, para determinar aos stenografos a maneira, porque devem fazer os extractos, e impór-lhes certa responsabilidade pela exactidão delles,

para que não possam pòr no extracto aquillo que se não disse.

Eu já aqui tenho levantado a minha voz em relação a cousas, que se me teem feito dizer, e que eu não disse, nem podia dizer, o a um ponto tal chegou isso ha uns poucos de annos, que eu fiz uma queixa contra um stenografo, que tirava então o extracto, chamando-lhe tachygrafo, que alguem entendeu então ser uma palavra muito indecente, e não é assim: é uma palavra que vem do grego cacos e grafos, que significa escrever mal, cacafonias, cousas que se não entendem, e foi neste sentido que eu usei desta palavra.

Ora póde haver um stenografo, que em vez de extractar exactamente o que se aqui passa, vá extractar no sentido que lhe parecer, e faça dizer ao Deputado o que elle não disse, como muitas vezes se fez de proposito. Já não existe o tal stenografo, a quem me refiro; tenho muita pena, mas Deos o tenha lá no seu sancto reino muitos annos sem mim.

Não faço accusação nenhuma aos Srs. tachygrafos presentes; não lhes chamo cachygrafos, porque o não merecem; o que tenho dicto, refere-se a um outro que já não existe, e que raras vezes tirava o extracto do que eu dizia, era sempre o inverso.

Portanto é necessario que esta redundancia vá aqui, para excitar o zêlo, e o estimulo ao stenografo para bem desempenhar este logar, e por isso voto pelo artigo, salva a redacção,

O Sr. Assis de Carvalho: — A discussão quasi que é desnecessaria sobre o artigo; mas sempre direi que o verbo extractar que procede do latim extrahere, significa tirar alguma cousa, e já não é pouco dizer tirar alguma cousa de uma cousa homogénea ou heterogenea, ou se deva tirar da qualidade, ou da quantidade. Dizer que se deve extractar exactamente é impossivel, pela natureza das cousas, porque as ultimas moléculas a extractar tem sempre uma força inaudita para serem extractadas exactamente, por consequencia entendo que querer pôr aqui extractar exactamente é um synonimo, e por isso voto pelo artigo como esta.

Não havendo quem mais pedisse a palavra, julgou-se a materia discutida, e approvou-se o art. 4º com a emenda do Sr. Corrêa Leal. O art. 5º foi approvado sem discussão; e sobre o § unico disse

O Sr. Corrêa Leal: — Sr. Presidente, acho muito bom o artigo, mas proponho a eliminação do paragrafo, porque realmente a condemnação da perda do logar é muito forte. Primeitarnente é difficil entrar na prova, se o tachygrafo recebeu ou não o extracto da mão do Deputado, e se acaso isso acontecer, faz-se de uma maneira que nunca póde trazer comsigo um resultado tão fatal. Por consequencia mando para a meza a seguinte

Emenda. Proponho a eliminação do paragrafo do art. 5º. — Corrêa Leal.

Não foi admittida a discussão.

O Sr. Castro Pilar: — Desejava mandar para a meza um additamento ao art. 6º mas não sei, como já se votou, se haverá logar para isso. Eu queria que quando a discussão versasse sobre materia technica ou scientifica, e que o stenografo não entendesse, podesse consultar o auctor do discurso a esse respeito.

O Sr. Presidente: — O que o Sr. Deputado quer,