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2354 - I SÉRIE - NÚMERO 60

O Orador: - Aliás, é este o sentimento da juventude portuguesa e a sua reacção a ideias velhas.

O Sr. Carlos Coelho (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Os jovens estão cansados de bloqueios e não percebem que em nome da política partidária se ponham em causa as oportunidades que lhes são dadas para construírem o seu futuro.
Portugal vive hoje um clima de optimismo moderado, de esperança no futuro e de desejos de modernização.
Hoje, os jovens acreditam no futuro e sentem-se elementos fundamentais neste processo de modernização que está em curso.

Uma voz do PCP: - Eles não acreditam!

O Orador: - E não vale a pena, Srs. Deputados, construírem-se teorias matemáticas e construírem-se novos modelos estatísticos para tentar apresentar outros números.
Felizmente que a matemática é uma ciência exacta, e os números falam por si.
Mas ontem nesta Câmara descobriu-se uma nova teoria de matemática estatística. Aguardo com curiosidade o novo manual de matemática estatística que certamente o Sr. Deputado Octávio Teixeira vai apresentar publicamente - pelo menos foi o que depreendi da sua intervenção.

O Sr. Octávio Teixeira (PCP): - Custa-lhe a compreender as coisas ... é de natureza. Nasceu assim, coitado!

O Orador: - Quando o PCP fala de aumento de pobreza, sou obrigado a concluir que têm andado por outros países e que não conhecem a realidade do País.
Mas, talvez seja isso que aflige os Srs. Deputados. Quanto mais justiça social e bem-estar o Governo aplica e defende mais difícil se lhes torna construir o discurso político assente em modelos da década de 50.
Sejamos coerentes, Srs. Deputados, que a ideologia nos separe, fico satisfeito, mas que se esteja contra mais justiça social e bem-estar para as populações, já me custa a perceber.

O Sr. Carlos Coelho (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Repare-se na fragilidade dos argumentos económicos do partido interpelante que para criticar os bons resultados da política económica do Governo se refere apenas à conjuntura externa ...
Mas, será que, por exemplo, a Irlanda, a Grécia e até mesmo a vizinha Espanha não são deste planeta? Não estavam, também, no mesmo plano para poderem beneficiar dessa conjuntura externa?
Comparem-se os resultados desses países e de Portugal e depois fale-se com autoridade.
Só que, nessa altura, ter-se-ia certamente de inverter o discurso e elogiar o Governo.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Finalmente uma reflexão sobre o trabalho infantil.
O Governo tem combatido, por todos os meios, este problema. Não podemos permitir que, no final do século XX, seja ofendida a dignidade humana na sua componente mais voluntariosa: a juventude.
Mas, Srs. Deputados, não usemos chavões, sejamos mais pragmáticos e responsáveis.
O Estado somos todos nós, e em democracia a participação de todos é fundamental. Por isso, os sindicatos, as associações, as colectividades, etc., todos têm uma quarta-parte de responsabilidade se pactuarem ao permitirem que se desenvolva tal estado de coisas.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Governo sempre governou e governa em diálogo. Se têm soluções concretas para os grandes problemas nacionais, apresentem-nas. Estamos dispostos, como já várias vezes afirmei nesta Câmara, a discutir e implementar essas medidas desde que respondam às aspirações dos jovens portugueses.
E aqui desafio o PRD a apresentar as soluções - se é que, porventura, as tem - que, no seu discurso de ontem, deixou entender possuir. Apresentem-nas hoje nesta Câmara!

O Sr. Vieira Mesquita (PSD): - Não têm alternativa!

O Orador: - E também gostaria, já agora, de saber que tipo de listado o PRD defende. Da sua intervenção não compreendi se defendia um Estado marxista, um Estado providência ou um Estado liberal.

O Sr. Carlos Coelho (PSD): - Muito bem!

O Orador: - É neste quadro de diálogo que expressei que aproveito para responder ao Sr. Deputado Carlos Coelho, uma vez que não tive oportunidade de o fazer ontem por falta de tempo.
O Governe e nomeadamente o Ministério do Trabalho e Segurança Social e a Secretaria de Estado da Juventude estão disponíveis a apoiar as acções que o Conselho Nacional de Juventude venha a desenvolver para se fazer um debate nacional sobre o desemprego juvenil.
Porque o Governo entende que sendo as medidas estruturais determinantes do futuro, devem ter sempre a participação dos jovens.
Srs. Deputados, os problemas que afectam os jovens atingem-nos de igual maneira, independentemente da área ideológica em que se colocam.
Sejamos responsáveis e dignos de merecer a confiança da juventude portuguesa.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para formular pedidos de esclarecimento ao Sr. Secretário de Estado da Juventude, inscreveram-se os Srs. Deputados Jorge Patrício e Rogério Moreira.

Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Patrício.

O Sr. Jorge Patrício (PCP): - O Sr. Secretário de Estado da Juventude pode subir àquela tribuna e dizer aquilo que muito bem entende e quer.

O Sr. António Capucho (PSD): - Como não estamos na União Soviética, é assim...!