O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

25 | I Série - Número: 045 | 13 de Fevereiro de 2009

necessário que a estas famílias sejam atribuídos apoios para que se disponibilizem a acolher as crianças e o façam em condições adequáveis, estáveis e seguras, como acabei de dizer.
Como o Sr. Deputado Adão Silva acabou de referir na sua intervenção, em Janeiro de 2008, o Governo legislou sobre esta matéria, tendo introduzido alterações significativas relativamente ao acolhimento familiar.
Dessas alterações, destacarei aquilo que é o objecto da intervenção do projecto de lei do PSD: os apoios e as comparticipações que este tipo de acolhimento familiar merece.
De facto, o projecto de lei apresentado pelo PSD propõe duas medidas distintas, como o Sr. Deputado referiu: um acréscimo de comparticipações, matéria em que, devo dizer, suscita alguma dúvida; e a uniformização dos apoios e das prestações prestadas em meio familiar natural por familiar acolhedor e por famílias de acolhimento profissionais, proposta perfeitamente atendível. Aliás, devo acrescentar que, nesta matéria, desejável seria que todas as crianças privadas do seu meio familiar pudessem ser recebidas nas suas famílias naturais, porque aí a vulnerabilidade a que estavam sujeitas era de alguma forma minorada.
Neste sentido, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista não irá inviabilizar o projecto de lei apresentado pelo Partido Social Democrata, sendo certo que, em sede de especialidade, será preciso trabalharmos as necessárias adaptações e alterações.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Machado para uma intervenção.

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: O projecto de lei que o PSD hoje apresenta aborda, efectivamente, um problema importante, altera o Decreto-Lei n.º 11/2008, de 17 de Janeiro, que trata do acolhimento familiar de crianças e jovens em risco nas ditas famílias profissionalizadas, e o Decreto-Lei n.º 12/2008, de 17 de Janeiro, que trata deste acolhimento em meio natural de vida, isto é, junto de um familiar mais ou menos afastado.
O projecto de lei aborda o problema do apoio financeiro a estas famílias, que consideramos importante e que deve ser tido em conta, pondo termo à discriminação existente entre os apoios financeiros para as famílias de meio natural e para as famílias ditas profissionalizadas, pois não são os mesmos.
É importante corrigir esta injustiça e, nessa medida, este projecto é importante. Contudo, o projecto de lei do PSD não aborda um conjunto de problemas que consideramos da maior importância.
Na nossa opinião, importa reflectir em todo o problema da adopção e nas restrições que existem para as ditas famílias profissionais no acesso a essa adopção.
Quanto à dita profissionalização das famílias de acolhimento, o PSD não questiona o modelo. Importa aqui reflectir — e, se calhar, em sede de especialidade mais profundamente — e perguntar se é possível tornar profissional uma família de acolhimento. O acolhimento envolve, necessariamente, laços emocionais e sentimentos, pelo que temos sérias dúvidas relativamente a esta matéria. Perguntamos se é possível profissionalizar emoções, relações e afectos. Parece-nos óbvio que não é possível essa profissionalização.
O PSD não aborda também o problema dos preocupantes níveis de violência que existem e que se registam nestas famílias ditas profissionais sobre as crianças e jovens em risco, o qual importa também abordar.
Não aborda, ainda, Sr. Presidente e Srs. Deputados, o problema de o Governo privilegiar as famílias ditas profissionais, em vez das famílias naturais, em vez, portanto, de promover o acolhimento em sede de família natural da criança ou do jovem em risco.
Diria que esta iniciativa legislativa é um bom pontapé de saída. Isto é, o conjunto de questões abordadas no projecto de lei são importantes. Importa, em sede de discussão na especialidade, abordar um conjunto muito mais vasto de questões, algumas das quais aqui enunciei, para que se possa, em sede de especialidade, fazer uma reflexão profunda sobre esta temática e abordar todo este problema das famílias de acolhimento, o seu relacionamento institucional, o problema das crianças institucionalizadas e das vias que temos para acolher estas crianças, que têm sérios problemas de risco quanto à sua vida familiar.
O Partido Socialista mostrou já aqui alguma abertura para aprovar esta iniciativa. Era importante que a mesma passasse para a discussão na especialidade com a perspectiva de alargar a sede de discussão e a reflexão colectiva que temos de fazer na Assembleia da República sobre esta matéria.

Páginas Relacionadas
Página 0027:
27 | I Série - Número: 045 | 13 de Fevereiro de 2009 Estamos a falar das crianças e dos jov
Pág.Página 27
Página 0028:
28 | I Série - Número: 045 | 13 de Fevereiro de 2009 Importa, assim, questionar se parte de
Pág.Página 28
Página 0029:
29 | I Série - Número: 045 | 13 de Fevereiro de 2009 este ano, porque este ano vão ter um a
Pág.Página 29
Página 0030:
30 | I Série - Número: 045 | 13 de Fevereiro de 2009 O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — A
Pág.Página 30
Página 0031:
31 | I Série - Número: 045 | 13 de Fevereiro de 2009 atabalhoadamente introduzido, mal pond
Pág.Página 31
Página 0032:
32 | I Série - Número: 045 | 13 de Fevereiro de 2009 A Sr.ª Maria José Gambôa (PS): — Sr.
Pág.Página 32