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21 | I Série - Número: 073 | 21 de Abril de 2011

os doentes, para terem acesso à medicação, têm de comprar os medicamentos fora do hospital — ao que parece, trata-se de uma prática que tende a generalizar-se; o Centro de Saúde de Coruche esteve cerca de um mês sem poder fazer radiografias, porque não havia material para a sua revelação; no Centro de Saúde de Odivelas faltou papel para colocar nas marquesas onde os doentes se deitam para ser observados.

Risos do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde.

O Sr. Secretário de Estado ri-se, mas não sei se isto tem assim tanta graça.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Já agora, a propósito de ter graça, lembro-lhe que no Centro da Saúde de Odivelas também faltou desinfectante para algumas observações.
Mas temos mais: há hospitais que estão a limitar o número de doentes que podem ser tratados com recurso a certas técnicas e outros que compram produtos mais baratos, sem, contudo, haver qualquer garantia quanto à sua qualidade.

O Sr. Secretário de Estado Adjunto e da Saúde: — Por exemplo?!

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Por outro lado, há várias tecnologias que não estão a ser aplicadas por falta de verbas, há falta de material e até pressões para se usar o material mais barato e há médicos a operar com três pares de luvas por receio que elas se rompam.
E, como se isto não bastasse, temos ainda hospitais que obrigam os visitantes de doentes internados a pagar cauções para levantar os cartões de entrada, como acontece no Hospital de São Sebastião, na Feira, no Hospital de Guimarães ou no Hospital de Braga.
O Sr. Secretário de Estado confirma. Ainda bem! E a imaginação é tão fértil que até a Maternidade Alfredo da Costa chegou a pedir donativos aos utentes. A nota de marcação de consulta até tinha o número de identificação bancária da unidade hospitalar para a transferência do respectivo dinheiro.
Foi, de facto, por pouco! Mais uns meses e o Governo transformava mesmo o Ministério da Saúde numa secretaria de Estado do Ministério das Finanças! E dou-lhe os parabéns por ter acabado com este estado de coisas.
É por isso mesmo que os doentes bem podem dizer que a única medida boa que este Governo tomou foi demitir-se, pois foi uma boa medida para a saúde dos portugueses.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Presidente (José Vera Jardim): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Teresa Caeiro.

A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, Sr. Secretário de Estado, Sr.as e Srs. Deputados: De facto, nos últimos seis anos e meio, não houve Deputado, dirigente, governante e candidato socialista que não tivesse utilizado o Serviço Nacional de Saúde como arma de arremesso político.

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Bem lembrado!

A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Não houve partido que tivesse utilizado tantas vezes estas três palavras «Serviço Nacional de Saúde», e sempre no mesmo sentido: «ou nós ou o apocalipse», «se não formos nós, vai deixar de existir o Serviço Nacional de Saúde». Ainda há dois dias, o ex-ministro Correia de Campos escreveu um artigo, dizendo, mais uma vez: «Querem desmantelar o SNS.» Ora, o que é mais confrangedor em todas estas atitudes e em todas estas declarações ad terrorem é que não houve Governo algum que se tenha dedicado tanto e durante tanto tempo a desmantelar o próprio SNS.

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