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I SÉRIE — NÚMERO 82

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relação à grande distribuição que permita que as explorações agrícolas locais tenham viabilidade e possam

fornecer as escolas, como aqui se propõe.

Fala-se ainda das reuniões de nutricionistas com as associações de pais. Mas estes nutricionistas são

contratados por quem? São contratados pelas escolas? São pagos pelos pais? Quem é que os paga, no meio

do Memorando com a troica, do pacto de agressão? Onde estão os recursos para os nutricionistas?

Aliás, o Partido Socialista também fala no nutricionista escolar e em mais nutricionistas nos centros de

saúde. Bom, mas isso é completamente contrário à ideia de restrição dos recursos humanos na saúde e nas

escolas, que está no Memorando, no pacto de agressão, que o Partido Socialista também aceitou.

Em relação à revisão dos regimes calóricos nas refeições escolares, trata-se, de facto, de uma

necessidade. E é uma necessidade que devia alertar bastante para o problema da privatização dos refeitórios,

que leva a que muitas dessas refeições não tenham a qualidade alimentar que tinham anteriormente, quando

eram as próprias escolas que asseguravam a sua confeção.

Vozes do PCP: — Bem lembrado!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — E qual é a solução que o Governo — que, como ainda hoje é

noticiado, diz estar preocupado com a fome nas escolas e com esta questão — encontra? Não é a de criar,

imediatamente, um programa para que haja mais refeições disponibilizadas às crianças. Não! O Governo vai

falar com grandes empresas, para ver se estão dispostas a contribuir.

Srs. Deputados, quando há crianças com fome nas escolas, não se pode ir falar com grandes empresas e

esperar pela sua bondade, tem de se intervir. E, se for preciso dinheiro, vão buscá-lo ao BPN, vão buscá-lo

onde quiserem! Não venham falar de nutricionismo, quando as crianças estão com fome nas escolas!

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Vou terminar imediatamente, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Quanto mais se agrava a desigualdade, quanto mais se agravam as

condições de vida das famílias, mais dificuldade haverá em ter uma alimentação saudável, mais as famílias

serão permeáveis e terão de recorrer às campanhas que vemos na rua, das grandes companhias de comida

pré-cozinhada, de fast food, que estão a praticar preços baixos, porque sabem que muitos estudantes, muitas

famílias não têm outro remédio senão recorrer, cada vez mais, a essa alimentação de má qualidade.

Quem alimenta a crise, alimenta a obesidade; quem alimenta a pobreza, alimenta este problema de saúde

tão grave que, hoje, aqui querem tratar.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Ainda para uma intervenção, e confiando no seu poder de síntese,

pois dispõe apenas de 25 segundos, tem a palavra o Sr. Deputado Manuel Pizarro.

O Sr. Manuel Pizarro (PS): — Sr. Presidente, confio na sua capacidade de tolerância para me dar um

pouco mais do que esses 25 segundos.

Quero apenas tecer alguns comentários sobre este debate que me parecem muito pertinentes.

Em primeiro lugar, acompanho, naturalmente, aquilo que o Sr. Deputado João Semedo aqui nos trouxe,

sobre a implicação da crise económica e social, que se agrava de dia para dia no nosso País, em matéria de

consequências na política de alimentação saudável para os mais jovens. E isto interpela-nos a uma ação

ainda mais decidida e torna ainda mais importante o conjunto de recomendações que aqui trouxemos.

Quero também dizer, porque alguns Srs. Deputados, em particular, dos partidos que sustentam a atual

maioria, parecem querer começar o mundo algures num dia do ano de 2011, que o Regime de Fruta Escolar

foi criado já há uns anos, no tempo do anterior governo. Do que se trata, em relação a esse Regime de Fruta

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