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I SÉRIE — NÚMERO 91

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O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas vai ser positivo, Sr.ª Deputada! Vai ser positivo! Não vai ser é tão positivo

quanto pensávamos.

Essa foi a razão por que a Comissão Europeia corrigiu a previsão para Portugal em 0,3%. Essa é a razão

por que nós também corrigimos a nossa previsão.

Mas, Sr.ª Deputada, há uma diferença muito grande. A narrativa que a Sr.ª Deputada tem feito, o Partido

Comunista Português tem feito, o Bloco de Esquerda tem feito e, pasme-se, até o Partido Socialista tem feito,

é esta: a recessão só atrai recessão e, portanto, as medidas de austeridade provocarão recessão, que

provocará mais medidas de austeridade, e o País vai afundar-se na recessão. Mas não vai! O Banco de

Portugal, nas previsões que anunciou, não prevê recessão para 2013, Sr.ª Deputada!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — 0%!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Como é que a Sr.ª Deputada consegue explicar isso?

O Sr. Luís Fazenda (BE): — 0%!

O Sr. Primeiro-Ministro: — O Banco de Portugal não prevê recessão.

Os Srs. Deputados prefeririam, pois faria mais jeito à vossa narrativa, que o Banco de Portugal dissesse

«vai haver recessão». Mas não vai!

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Está mesmo igual ao Sócrates!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Portanto, os Srs. Deputados não citam aquilo que não lhes interessa. O Banco

de Portugal diz: «Não vai haver recessão». Nós dizemos: «Não vai haver recessão». E a nossa perspetiva é

ligeiramente mais otimista do que a do Banco de Portugal: é a de que a economia pode crescer 0,2% ou 0,3%

em 2013 e que terá um crescimento mais pronunciado em 2014. É o que tenho dito e é o que mantenho, Sr.ª

Deputada.

Finalmente, quanto aos profetas da desgraça, Sr.ª Deputada, gostaria que ninguém fosse profeta da

desgraça. Se alguém tem sido questionado sobre previsões negativas e pessimismo para a economia, sou eu,

Sr.ª Deputada. Não tenho sido questionado sobre outra coisa! E não tenho respondido a outra coisa! Portanto,

dizer que não respondo a essas matérias, Sr.ª Deputada, é não ver mesmo; não é ter um cisco no olho, é ter

óculos muito escuros neste debate!

Mas, Sr.ª Deputada, deixe-me dizer-lhe o seguinte: espero que ninguém seja profeta da desgraça, porque

isso não interessa a ninguém em Portugal, e muito menos ao País, que está a lutar, com muitos sacrifícios,

para sair da crise em que nos encontramos.

Não é o Governo que está a fazer este combate, são os portugueses.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, está a ficar demasiado

socrático.

Vozes do PSD: — Oh!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Está, está! E isso deve preocupá-lo. Não está a responder às

questões que colocamos diretamente e que afetam diretamente a vida dos portugueses. Não sei se o Sr.

Primeiro-Ministro ouviu — às vezes, há problemas de som, aqui, na Sala… — Os Verdes perguntarem-lhe se

é verdade que a reforma curricular que o Governo preparou vai pôr na rua 10 000 professores, ou mais. Isto é

absolutamente gravoso. O mal vinha de trás? Vinha, Sr. Primeiro-Ministro! O problema é que a esse mal o Sr.

Primeiro-Ministro junta mais mal, e é assim que o País se vai afundando.

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