7 DE JULHO DE 2016
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responsabilidade do Ministério do Trabalho e da Segurança Social e foi o responsável pelas limitações na
transparência e na informação que hoje existem na segurança social.
Aplausos do BE e de Deputados do PS.
É bom lembrar que o CDS manteve dados indisponíveis. Por exemplo: quantas vezes perguntámos qual era
a proporção das pensões mínimas no total do regime geral da segurança social?! Nunca nos disseram, nunca
facultaram esses dados e os senhores eram os responsáveis por esse Ministério.
Protestos do CDS-PP.
Quantas vezes foram questionados sobre a distribuição dos pensionistas em função do valor das pensões
com dados desagregados que permitissem ter essa informação?! Nunca facultaram esses dados.
Protestos do CDS-PP.
E mesmo centros de investigação científica, investigadores que procuraram dados da segurança social viram
esses dados sonegados, contribuindo para uma opacidade que tem um óbvio efeito e um objetivo, que é impedir
uma discussão sustentada e séria sobre os caminhos da segurança social.
E por isso o CDS vem hoje falar da estabilidade. Mas, Sr. Deputado Nuno Magalhães, o CDS foi o partido da
instabilização da segurança social. Há alguma forma maior de instabilidade do que mudar as regras a meio do
caminho, promover cortes, alterar o fator de sustentabilidade, mudar a forma de cálculo das pensões,
inclusivamente cortar apoios sociais, como o complemento solidário para idosos. Isso, sim, é instabilizar o regime
de segurança social. Isso, sim, é instabilizar a relação das pessoas, dos cidadãos com a segurança social.
Por isso, nós, BE, queremos fazer o debate sobre a transparência, mas também gostávamos de lembrar
também que o ex-Ministro Mota Soares, hoje Deputado do CDS, foi o responsável pela perseguição de
trabalhadores no âmbito da segurança social, como os trabalhadores a recibo verde, que viram alterações
sucessivas no seu regime de contribuições e que foram perseguidos quando tinham dívidas que muitas vezes
não eram da sua responsabilidade, porque estavam a falsos recibos verdes.
Protestos dos Deputados do CDS-PP Assunção Cristas e Pedro Mota Soares.
Portanto, falemos, sim, de transparência, falemos do que é preciso fazer em termos de simplificação, de
maior conhecimento da realidade, do combate à fraude, de uma relação mais amigável da segurança social com
os cidadãos.
O que o CDS aqui trouxe, hoje, foi verdadeiramente um «gato escondido com o rabo de fora». O CDS quis
«esconder o gato» com a conversa sobre a transparência e a informação, mas o enorme «rabo de fora» que
deixou é a tentativa de mudar a natureza do regime público da segurança social, por via da promoção de contas
individuais e de formas de capitalização, nomeadamente para sistemas privados como os planos de poupança
reforma privados, o que é, basicamente, uma porta escancarada para a privatização da própria segurança social.
Protestos dos Deputados do CDS-PP Assunção Cristas e Pedro Mota Soares.
O que está aqui em causa é o enfraquecimento da lógica e do princípio da solidariedade intergeracional,
fazendo com que, aliás, de forma subtil — porque é isso que vem no projeto que hoje apresentam — essa
inscrição nessa forma de capitalização, que não é ainda obrigatória, passe a ser automática. Ou seja, o que o
CDS quer é promover estas formas de capitalização porque, não tendo coragem de trazer a este debate a
proposta de plafonamento, que é a verdadeira proposta do CDS, quer começar a dar passos justamente na
privatização da segurança social, com uma consequência,…
Protestos dos Deputados do CDS-PP Assunção Cristas e Pedro Mota Soares.