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Deixemos erros de homens, erros de cousas.; o desenvolvimento do principio liberal foi tão forte, que se expandiu ; depois entenderam que a expansão era mu i Io longa,, e extensa, quizeram resistir, e subverte-lo ; têem resistido até hoje, Sr. Presidente e e esta a consequência inevitável do Progresso, que esses,-pigmeos Estadistas não conhecera, do Progresso que está batendo á porta, qrte está abalando as cadeiras e tu que elles estão assentados!!.
Sr. Presidente, tenho terminado o meu Discurso, os successoa estão marcados', e hão de cumprir-se, não rne resta outro sentimento senão pedir á providencia, e a quantos homens ha aqui atnigos do Paiz, que empregue" cada um todos os seus esforços para que a catástrofe seja o menos desastrosa ; mas que ella vero , é verdade.
O Sr. Fonseca Magalhães: — Visto que V. Es.a •me concede a palavra, direi alguma cousa como explicação, ou correcção de uma fraze, que notej de passagem no discurso do nobre Deputado, ò qual já me preveniu, explicando-se eUe mesmo, satisfatoriamente , porque assegurou^ não haver acreditado , que fossem vergonhosos nem ^indignos os motivos, porque o Conde do Bomfim sahiu da Administração, de que eu cotn el!e fizera parle. Eu hesitei em .pedir a palavra,, e demorei-me um tanto, esperando que algum dos Membros do Gabinete quizesse fazer justiça á verdade; Como assim não suceedeu, direi que^o Conde do^Bomfim não sahiu do Ministério por motivos indecorosos á sua pessoa e caracter, que seínpre manteve como cumpre a uni cavalheiro tão distincto. Tenho obrigação de exprès-sar-me assim , porque sou seu amigo de ha muitos annos; nem esta amizade começou no serviço da Administrarão 3 .em que arnbos^ estivemos. O Conde do Bomfiro não concordou corri os seus C.ol legas, a respeito de uín ponto de administração: e corno estes não cederam, entendeu que lhe cumpria retirar-se o que effecluou com muito desgosto nosso. Bem sei que elle ha sido victima de muitas colum-nias: isto succede a-quasi todos os homensi que entre nós occispam cargos distinctos. E começa-so lofo a designa-los por um norne, que,eu nem,ouso pronunciar. Mas a vida do homem já não Ministro ahí está publica, e os altos funceionarips., a primeira cousa que a honrada rnedia:niá em que vive, é a estima do todos os homens honestos de todos os Partidos políticos , é o rnais inegável testemunho da honra do Conde do. Bqmfirn. Tenho esperança de que b futuro será para com eUe. mais justo,-que o passado. Já que nenhum dos Membros do Gabinete fez esta declaração á Camará me não levará a mal have-ki feito eu. - "
O Sr. Ministro do Reino:—-O nobre Deputado começou a sua explicação por dirijir uma ceirsura ao Gabinete, não quiz perder a occasião de mostrar, que se acha com eiie ern opposiçâo; mas o nobre Deputado não. teve muita *azão parai isso, aproveitou' muito má occasião: apenas o Sr, Joeé Estevão tinha proferido aquellás expressões relati-vãmente ao nobre.Conde, e o Sr. Deputado pediu a'r palavra , eu não ,podia anteceder por isso ao nobre Deputado;, mas- desde logo eu fiz saber aos meus Coilegas , que era indespensave!, que um Membro do Gabinete tomasse a palavra sobre esta questão, e antes do nobre Deputado dirijir a sua
censura., eu pedi (e ,V. Ex.a pôde testemunhar) pá* lavra para uma explicírçâo.
Sr. Presidente, o nobre Deputado dissa tudo quan* to lhe pareceu em abono do Conde do Bomfim, não serei eu quem deixe de confirmar tudo quanto 'S. Éx.a disse,, esupposto, que a posição política do nobre Deputado para com o Conde dó Bomfirti seja differente da minha, comtudo eu não poderei deixar nesta occasião de dar um testemunho sin.cero e franco, de que a asserção, que foi proferida pelo Orador da extrema Esquerda, e que rne parece lef sido apresentada pelo que se dizia, e não comojui-zo do nobre Deputado, e muito inexacta ; porque é certo que o Conde do Bomfim não sahiu do Ministério pdos trjotivos , que geralmente se dizem. Sr. Presidente, sobre objectos desta natureza , quasi sempre se â\t aqiiíllo que .se não sabe, e ealumniam» se ordinariamente o^ altos Empregados, e não sou eu daquelles que mais exemplo tenho sido da ca-
lumnia, e teria occasião agor^ de fallar de algumas asserções que se tern apresentado hoje a meu respeito, e que não direi que são calutnnias, porque nã;o é palavra] parlamentar,' mas que são inexacti-diõss. ' .-.''•.
~Sr. Presidente, o Conde do Bomfim sahiu do Ministério (como disse o nobre Deputado) . porque apresentou uma medida , com . quê os seus Colle-; gás nãôcorcordararn : eu conformo-me couí as idéas do nobre Deputado , quando disse que sempre ha disposições para calumniar, daqui tiro urna conclusão , e é que o publico deve ser tnais parco nas accíisaçòes, que faz aos homens, que servem os altos empregos. ' ' Y ,"
O Sr. José Estevão: — Sr. Presidente , eu devia explicar-me muito, pore'm se o fizesse diria cousas inconvenientes, e e' difficií na-tuinha posição falíar nesta Camará sem dizer alguma inconveniência ; todas estas explicações, que se'acabam de-dar provam os seus principios de moral , .ma's tudo o que SS. Ex.as disseram-era desnecessário; porque ou eu não disse tal, ou não queria dizer tal, o quê eu disse foi ~,qi>e o Conde do Bomfim tendo saído do Ministério por princípios políticos, linha-sé com tudo querido encobrir a verdadeira causa da sua saída com "o dizer-se 'que tinha sido por delapidações na Fazenda Publica—-isto disse eu, e repito-o ainda, por tanto o que se pôde deduzir do que se passou aqui agora, e que o Conde do Bomfim tem muitos amigos dentro^dest,a Camará.
O Sr. Mimstío dos Negócios Estrangeiros;-<_ que='que' com='com' de='de' gabinete='gabinete' intuito='intuito' medidas='medidas' esquerda='esquerda' apresentar='apresentar' pedi='pedi' ácamará='ácamará' tag0:_='mesa:_' se='se' tomar='tomar' único='único' parecer='parecer' não='não' quáes='quáes' presidente='presidente' _='_' palavra='palavra' actual='actual' a='a' estava='estava' riedi='riedi' os='os' foram='foram' esso='esso' e='e' achasobre='achasobre' epresentam='epresentam' fallando='fallando' trácta='trácta' quando='quando' sr.='sr.' o='o' p='p' movetam='movetam' as='as' fundamentos='fundamentos' _.nobreõrador='_.nobreõrador' da='da' xmlns:tag0='urn:x-prefix:mesa'>
.deixo de c.onheeer que era intempestivo o pedi-las mas fàxendo o illustre Orador uma accusaçao gra* vê ao Governo, tal como a de deixar ir a sua causa á revelia, e de não sé defender d'ãquÍHo de que era arguido, trazendo-se para prova o facto que hon-
.'tern. se passou, facto que está ainda na memória de todos, facto, que certamente não vem em appio do que o nobre Deputado dizia: nestas circumstancias juíguei-me obrigad'o a pedir a palavra intempésti*,