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com que não deve ser tão rigoroso, porque tambem, já soffreu iguaes arguições quando auctoridade em Braga, onde houve quem o accusasse tambem injustamente »! Houve quem me accusasse, e ss. ex.as não me demittiram?! Triste missão! Triste missão é fazer echo s. ex.ª com os amigos daquelles homens que tanto pela imprensa procuraram offender-me, e obrigar-me a saír d’aquelle districto para com a impunidade trazerem o resultado que nós agora acabâmos de colher! (Apoiados.) Eu não andei atrás de ss. ex.as para ir para o districto de Braga, amigos meus me pediram que para lá fosse, fui violentado, presente esta um, que muito respeito, que me disse umas poucas de vezes que fosse, que fazia um serviço ao meu paiz; (Apoiados.) fui, mas em que é que eu fallei ás leis e ao que manda o codigo administrativo? Em prender innocentes, porque não estavam n’aquelle momento a bater moeda?

Oh! sr. presidente! Nas algibeiras de uns estava a moeda, na casa de outros estava a machina; em uns achavam-se retalhos de chapa com que ella se fazia, em outros a expressa confissão do crime. Eu appello para a consciencia de todos os homens honrados e dignos d’aquelle districto, que digam em, que eu abusei da auctoridade que me foi confiada.

Eu não digo que desprezo as insinuações e as accusações, porque não desprezo pinguem, e desprezando-se a palavra, despreza-se o individuo que a profere; eu não desprezo ninguem, mas emprazo s. ex.ª para que declare á face do paiz e do parlamento em que é que eu abusei, em que fui injusto com esses homens accusados de fazerem moeda falsa em Braga,. Nunca esperei que no parlamento, e muito menos d’aquellas, cadeiras (apontando para as dos srs. ministros), viessem accusações contra, mim, de que eu linha abusado da auctoridade!

Sr. presidente, o que faltou a s, ex.ª, e o devia ler feito, foi mostrar que uns poucos de cidadãos portuguezes não foram presos no dia 4 de janeiro por ordem da auctoridade administrativa, ou que tendo-o sido, foram entregues ou reclamados no tempo competente ao poder judicial, isto é que s. ex.ª devia mostrar, mas que não mostrou.

Sr. presidente, por honra do paiz e d’esta camara devo dizer que estou convencido que ss. ex.as não são a expressão da maioria, provoquem essa maioria a dar um voto significativo a favor de ss. ex.as collectivamente, ora um, ora outro dos srs. ministros, sobejas provas têem já de que não são a expressão da maioria.

Sr. presidente, remetto os meus requerimentos para a mesa.

Sr. presidente, eu tenho dito bastante. S. ex.ª vae fallar depois, de mim, se s. ex.ª me provocar, espero que v. ex.ª me dê a palavra, se v. ex.ª m'a não der, appellarei para acamara, que m'a não ha de recusar, porque eu conheço a camara em que estou, respeito os meus collegas, sei que todos apreciam a minha dignidade como eu aprecio a sua.

O sr. Ministro das Obras Publicas (Carlos Bento da Silva): — Sr. presidente, o illustre deputado que acaba de fallar dirigiu-se á camara para lhe dar a palavra se por acaso eu o provocasse nas reflexões que vou apresentar á camara; parece-me que o illustre deputado lerá de pedir a palavra, porque de certo tenho de o provocar, attenta a interpretação que o illustre deputado deu ás minhas palavras.

O illustre deputado disse que eu n'uma das sessões passadas tinha dito, que considerava esgotada uma discussão que então tinha logar, que não se podia fallar mais n'essa questão; isto, sr. presidente, quando eu disse inteiramente o contrario, (Apoiados.) foi um illustre deputado que leve essa opinião, e eu notei que a discussão não se podia ainda n’aquella occasião considerar esgotada. (Apoiados.) E o illustre deputado o sr. D. Rodrigo o que fez agora? Attribue-me uma opinião que fôra de outro illustre deputado, s. ex.ª confundiu a opinião d’aquelle illustre deputado com a minha que fóra inteiramente contraria. (Apoiados.)

O illustre deputado reconhece que se acaso eu tivesse tido a intenção de o atacar, tinha com isso dado uma arma contra o governo. O illustre deputado accusando o governo por factos a respeito dos quaes eu não linha conhecimento completo, porque pão pertenciam á repartição que dirijo, pareceu-me que era bem que eu na ausencia dos meus collegas désse as explicações que podia e devia dar aos illustres deputados, e os meus collegas pela repartirão dos quaes correm estes negocios poderiam melhor e mais cabalmente dar informações ácerca d'este objecto, porque têem conhecimento exacto do facto. Mas o silencio é que não podia deixar de pesar gravemente, se estando eu presente não désse algumas explicações por parte do governo.

Sr. presidente, o que eu disse em relação ao illustre deputado foi um elogio, eu disse: «O illustre deputado não esta isento do juizo parcial que se faz dos homens que têem cumprido com o seu dever.» Aqui não ha provocação, (Apoiados.) ha elogio, (Apoiados.) mas o illustre deputado tomou um elogio por uma provocação! Eu disse = que o illustre deputado tinha feito tudo quanto uma auctoridade podia fazer a fim de que os criminosos sejam punidos =. E o illustre deputado disse que não tinha elogiado, que linha sido provocado, o illustre deputado que tinha sido accusado por esses mesmos individuos a respeito dos quaes tinha cumprido o seu dever! Mas eu já dei explicações, precisava dar mais ' algumas, mas para que, se o illustre deputado não me quer comprehender? Em que viu o illustre deputado que eu tinha tido desprazer em que fosse governador civil? S. ex.ª vê sempre em todas as minhas palavras uma accusação a s. ex.ª, que motivos terá para isso?

Serei muito mau ministro, mas o illustre deputado é muito injusto comigo em não querer comprehender o que eu digo, o illustre deputado tomou um elogio por uma provocação. (Apoiados.) Não direi mais, appello para a consciencia do illustre deputado, e estou certo que ha de reconhecer que não o provoquei. (Apoiados.)

O sr. Barros e Sá; — Sr. presidente, eu não tomei a palavra para fallar no assumpto a que se referiu o sr. D. Rodrigo, relativo á prisão do alguns cidadãos. S. ex.ª disse o sufficiente para mostrar o modo irregular com que se linha andado n’este negocio.

Agora o motivo por quo especialmente pedi a palavra é o seguinte. O sr. D. Rodrigo de Menezes chamou a attenção -da commissão de fazenda sobre o orçamento, e eu entendo que o pedido de s. ex.ª é justo, porque estamos no ultimo periodo da sessão ordinaria, e até hoje ainda não appareceu o orçamento. O illustre deputado o sr. Simas, tomando a palavra por parte da commissão de fazenda, declarou que ella se occupava incessantemente d'este assumpto, e que todas as semanas tinha duas reuniões sobre isto, e que estava tratando do orçamento do ministerio da guerra. Aqui (á parte a amisade que tenho ao sr. Simas) não posso subtrahir-me a fazer uma declaração pungente na verdade, mas que a minha consciencia me obriga a fazer. A camara sabe que a commissão do orçamento é composta da commissão de fazenda e dos delegados das differentes commissões que têem relação com o orçamento. Eu sou delegado á commissão do orçamento por parte da commissão de guerra, a commissão esta tratando do orçamento do ministerio da guerra, e eu declaro que ainda até agora não fui convidado uma unica vez para assistir na commissão á discussão do orçamento do ministerio da guerra...

O sr. Simas: — Peço a palavra. O illustre deputado não me ouviu.

O Orador: — S. ex.' disse = que a commissão de fazenda estava tratando do orçamento do ministerio da guerra =.

O sr. Simas: — Não é isso, se me dá licença eu repito o que disse.

O sr. Barros e Sá: — Com muito gosto.

O sr. Simas: — Eu disse que a commissão de fazenda se estava occupando do orçamento; que tinha duas vezes por semana reunião á noite; e notei que uma das principaes rasões por que tem demorado a apresentação dos seus trabalhos sobre o orçamento, é querer occupar-se, com toda a individuação e cuidado, do orçamento do ministerio da guerra; e achar-se o illustre ministro da guerra, o sr. Couceiro, infelizmente no delicado estado de saude que todos sabemos, e ter-se achado tambem bastante incommodado o nobre vis