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DIÁRIO DA GAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

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com acerto na sua suprema sabedoria, ê em que EC ponha tar, e nem perco oceasião de pôr em relevo as circumstan-etn harmonia o projecto de lei que discutimos com a legis- cias que as revestem.

lação actual, de forma que o governo depois se não veja) Um caminho da ferro, que pôde ser muito debatido," embaraçado. j muito estudado, é construído; pôde ou não corresponder á

Dos artigos que tive a honra-do ler do contrato de 14 i sua missão; supponhamos que não corresponde, supponha-de setembro de 1859, e.da sua comparação com as con- \ moa que se conhece que esse melhoramento,-muitas vezes dições .technicas que acabo de espor, resulta para mira, e i tão desejado pelos, povos e tão encarecido pelo» seus re-resultará, creio eu, para v. cx.a e para toda acamara, a mais j preseníantes em cortes, não corresponde aos sacrifícios que completa convicção de que c inteiramente impossível man- j custou. Deixa por isso de ser um caminho de 'ferro feito, ter e applicar ao traçado da linha da Beira-Alta as cor.- j irrevogável? Portanto é necessária toda a prudência da dições technicas de inclinação c curvas do contrato de 1809. | parte dos poderes públicos na approvação de qualquer lei Os limites que só em casos excepciona.es poderiam ser trans- ! que os estabeleça.

postos para as linhas de norte e lesto são para o traçado O caminho de ferro da Beira Alta é um caminho essen-do caminho de ferro da Beira AÍ ta uma necessidade im- cialmente difficil.

preterivel, e uma condição essencial do projecto. Esta é a Sr. presidente, eu não sou dos extremamente apaixona-fcição característica da linha do vaíle do Mondego, feição rios por argumentos de auctoridade; não posso comtudo commum a todas a*s directrizc?, a todos os traçados e a to- j deixar cie os acceitar como argumentos muito ponderosos, das as variantes que tenham sido até hoje, e que hajam de j Desde que ha conformidade dê opiniões de homens íechni-

scr ainda estudadas, por mais proficiente e consummado que seja o engenheiro encarregado de taes estudos. E por esta occasião direi a v. ex.a, mais ainda íia qualidade de engenheiro do que na posição de legislador, que eu não encontrei ainda homem da minha profissão que divergisse n'este ponto da minha opinião, de que a directriz seja pela niar-.geru direita do Mondego. Por isso declaro desde já ao sr. Thoinás Ribeiro e ao sr. Luís de Compôs, quo não tenho duvida alguma, como engenheiro, c corno deputado, em acceiíar a icléa apresentada por s..cx.a, para que se considerem como pontos forçados do traçado do caminho do ferro da Beira Alta Santa Comba Dão e Celorico.

Se formos a ver os ante-projectos que estão feitos até hoje, em todos eiles appareeem estes dois pontos como pontos obrigados em que. é forçoso passar p!i!a disposição e relevo dos terrenos.

Voltando, porém, ás condições geraca da linha da Beira Alta, já v. ex.a vê que este traçado, por cireumstancias superiores á vontade do homem, que escapam inteiramente á habilidade de qualquer engenheiro, se acha collocaclo em excepção permanente ás condições technicas do contrato de 14 de outubro de 1859. Portanto não mo parece que possa estabelecer-se que. a linha da Bsira Alta deva sei-

que procuram a resolução cie u;n assumpto, que estudam sem paixão e unicamente animados do desejo de acertar, essa conformidade de opiniões é um argumento muito atfcendivel.'

O caminho de ferro da Beira Alta tem sido estudado por diversos engenheiros. O primeiro foi o sr. Francisco Maria de Sousa Brandão, que todos conhecem, engenheiro muito' distincto e da maior capacidade, auctoridade para mim de muitíssimo valor, especialmente em questões de traçados de caminhos de ferro, homem que eu me honro de declarar que foi meu professor; digo eu que os primeiros trabalhos foram feitos por esse engeriheiro. E o sr. Sousa Brandão, que tanto empenho tem tido sempre, em todos'os trabalhos que tem feito, de melhorar as condições de exploração e tracção de qualquer caminho de forro quo estada, não podo, para o caminho de ferro da" Beira Alta, no traçado da margem esquerda, prescindir das rampas de Óm,018 e Ora,020 até Celorico, e não podo no projecto pela margem direita prescindir das rampa?, de Om,0lõ, com curvas de 300 metros para um e outro dos traçados.

O sr. Sousa Braudivò fez também o projecto para o caminho de ferro do Douro, por ordem do governo, e este

leste.

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4. • i ' r ~ 4- u • r,,™ i nrojecto loi leito nr»s melhores condições de exploração pos-

constrmda nas mesmas condições techmcas ern que iorani i •. J. . . * .. ,l * ^

, -i 1-1 -i " • i ir i ^f,, _ | eiveis, com rampas mínimas, com curvas tão largas quanto

construídas as linhas cios cammhoa de íerro cio norte e! ' . r '. , , , 7 ^

, permitte muitas vezes o arrebatado das voltas do terreno.

r»' j T -i "j- j i • (. • • i Apresento esta circurastancia para fazer valer o empenho

Quando diaro isto, não digo unia verdade inteira c ab- * ,. v . A \ . ^ .

i , • * i i t i • ~^ com que aque lê distincto engenheiro procura sempre eatu-

eoluía, porque, incontestavelmente, para a engenherja não : ^ 7 . ^ f - r f

ha hoje difficúldade material invencível; reliro-mo só á l dar as, Chores condições de exploração, não se preoc-iinposBibilidade económica. - i cuPndo ta vf. ta.nto ^om as difhculdades da despeza do

i, • . , ' i primeiro estabelecimento como com os ónus e encargos de

S. ex." sabem pelos_ jornaes, que -a-ntia recentemente ;ima exploraç3o despendiosa. Pois c este mesmo engenheiro

no traçado do caminho de ferro da Beira Alta não pôde

resurgiu a idc-a, já condensada em pi'ojecío, e encaminha-

da a toniar corpo, n'um f aturo talvez próximo, de se atra- j prescindir "das curvas de 300 metros e das rampas de

vcssar o canal da Mancha por um tunnel submarino, e que 2™^ S^^f0 commeUimcnto só vão gastar réis /O.OOOrOUO^OOu, capital que. mal se comprcLenoo o quo

Este-distincto engenheiro, que presidiu ultimamente aos projecto do caminho de ferro da Beira Baixa,

. seja para as nossas escassas posses e limitados recursos íi- | QU ftnteg do va]le do ^^ porque eu prefiro designar a n.

Pois, sr. presidente, esse verdadeiro projecto prcmpío a realisar-ee.

S. ex.ss sabem que o taucel do monte Cenis, obrei ini-poríantissiraa, se fez com muito dispêndio de capital e de trabalho.

Abriu-se o isthmo de Suez, c n'essa obra gastavam-se muitos centos de milhões de francos.

. j nhã da Beira Baixa com o nome de linha do valle do Tejo,

anojo o hoje ura | p()rque 4 a designação que mais cabe ao modo de ver que

eu tenho sobro esta questão, e desculpe-me portanto v. ex.£ que eu de este nome a esto caminho de ferro.

O sr. Sousa Brandão fez o projecto da linha do valle do Tejo, e n'esse projecto o limite máximo das rampas é tão somente cie Om,010, e o limito dos raios de curvas do concordância c, cm regra geral, de 500 metros, regra

Por consequência a difficuldade não é technica nem fi- exceptuada apenas duas ou três vezes. Um engenheiro que

fez, como o sr. Sousa Brandão, o projecto do caminho de ferro do Douro em tão .excellentes condições, que fez o es-

nanceira, e económica, e

económica.

O que cuffipre saber é se o qne se gasta está em proporção com o que se consegue, e é compensado pelas vantagens do melhoramento que se quer obter á custa de tantos sacrifícios.

As questões de caminhos de ferro para mim tiveram sempre uma tal importância, que não hesito em acresceu-

Sessão de 16 de março .