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Em Sessão de 14 de Fevereiro, e devia ter logar a pag. 184, col. 4.ª, logo depois da ordem do dia.

O Sr. Rodrigo da Fonseca Magalhães — Sr. Presidente, acabou a Sessão referindo-me eu a um incidente tocado pelo D. Par, a cujas considerações respondia e respondo, isto é, sobre a minha ida á Cidade de Coimbra no verão de 1846. Procurava eu rectificar algumas informações pouco exactas, que o D. Par tivera dessa commissão, de que fui encarregado pelo Governo que se formou em Maio do mesmo anno. Tinha explicado como era verdadeira a asserção que eu havia feito de que só quasi ás portas daquella Cidade soubera qual a commissão de que se tracta (O Sr. V. de Fonte Arcada — Peço a palavra), isto é, a nomeação de um cargo que se denominou nas peças officiaes: Chefe Civil Administrativo Superior, ou cousa similhante do Districto do Mondego: a explicação que dei, que é verdadeira como todas as que dou, salvo algum engano ou equivoco que possa ter, parece-me haver neste ponto satisfeito a Camara e o proprio D. Par. Agora, Sr. Presidente, fallo da impossibilidade de desempenhar na Cidade de Coimbra a mesma commissão de que fôra encarregado: a principal parte della era de informar o Governo sobre-o estado do paiz; e de aconselhar, quanto possivel, aos homens com quem podesse communicar-me, a necessidade que havia de acabar as turbulencias politicas, e de restabelecer a ordem no reino, para que este, uma vez restituido ao andamento ordinario da administração, recebesse do Governo as providencias indispensaveis para remediar os males, que produzem sempre as agitações violentas. Já eu tinha dito que houve na Cidade uma sublevação popular, excitada contra mim; porém não me parece haver affirmado que estivera em risco de vida, nem deixára de estar: contei singelamente o facto. Disse que se formou um grande ajuntamento sedicioso, que fui seguido de uma multidão de povo em grita, que os seus clamores eram = morra que é cabralista = ajuntando a este outros epithetos, que todos repetidamente soaram aos meus ouvidos. Isto affirmo eu porque o vi, e ouvi, e foi publico o notorio de mais. Dirigi-me á casa da Junta, que difficilmente consegui que se congregasse. Desappareceram as Authoridades Administrativas; o Governador Civil tinha-se demittido ao saber da minha chegada; existia porém um Secretario Geral que ficára fazendo as suas vezes. Este, logo que me viu, me affirmou que podia contar com alguma força armada, que alli havia para me apoiar; mas depois desapparecu, talvez atemorisado; e eu soube dentro em breve que essa força se havia declarado pela reacção.

Nomeio desta confusão e excitamento publico, os membros da Junta me pareceram cheios de anciedade, considerando o grande perigo da causa publica, e talvez o meu proprio. O tumulto crescia, e se aproximava ás portas da casa, aonde nos achavamos. Pareceu-me então que tambem esses senhores receiavam por si proprios; e não confiavam em poder obstar á entrada violenta dos amotinados.

Tive pena de os vêr expostos por causa minha, considerando quão facil é, em taes momentos, cahirem victimas do furor popular aquelles mesmos contra quem elle não fóra excitado.

Pedi a esses senhores, e instei com elles quanto pude, que me deixassem sahir, para offerecer-me á mercê dos sublevados, fosse qual fosse o resultado deste passo, que eu considerava dever dar em tão critico momento.

Elles generosamente se oppozeram á minha sa-