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CAMARA DOS DIGNOS PARES DO REINO

SESSÃO N.° 25

EM 27 DE FEVEREIRO DE 1904

Presidencia do Exmo. Sr. Luiz Frederico de Bivar Gomes da Costa

Secretarios - os Dignos Pares

Visconde de Athouguia
Fernando Larcher

SUMMARIO. - Leitura e approvação da acta. - Expediente. - O Digno Par Jacinto Candido defende o engenheiro Croneau das accusações que ultimamente lhe teem sido feitas, tanto no Parlamento como na imprensa. - Os Dignos Pares Baracho e Conde de Bertiandos mandam para a mesa requerimentos pedindo documentos. São mandados expedir. - O Digno Par Marquez de Pombal justifica as suas faltas ás ultimas sessões, e diz que, por motivo justificado, não acompanhou até á sua ultima jazida o cadaver do Sr. Conde da Azarujinha.

Ordem do dia. - Continuação da interpellação sobre a prorogação do prazo para a construcção do caminho de ferro do Lobito. - Usa da palavra, em resposta aos Dignos Pares Sebastião Baracho e Eduardo Coelho, o Sr. Ministro da Marinha. - Segue-se-lhe no uso da palavra o Digno Par Sebastião Telles; mas dando a hora, pede lhe seja reservada a palavra para a sessão seguinte. - Antes de se encerrar a sessão o Digno Par Santos Viegas dá conta de telegrammas que recebeu de fabricantes de Villa Nova de Famalicão. pedindo que o projecto das pautas possa ser brevemente convertido em lei. - O Digno Par Eduardo José Coelho envia para a mesa uma representação de commerciantes, industriaes e operarios de Bragança contra as propostas de Fazenda. - Encerra-se a sessão, e designa-se a immediata, bem como a respectiva ordem do dia.

Assistiu a toda a sessão o Sr. Ministro da Marinha.

As duas horas e quarenta minutos da tarde, verificando-se a presença de 21 Dignos Pares, o Sr. Presidente declarou aberta a sessão.

Foi lida, e seguidamente approvada, a acta da sessão antecedente.

Mencionou-se o seguinte expediente:

Officio do Sr. Ministro da Guerra, satisfazendo um requerimento do Digno Par Frederico Laranjo.

Para a secretaria.

O Sr. Presidente: - Estão inscriptos da sessão anterior os Dignos Pares Jacinto Candido e Eduardo Coelho, e inscreveram-se agora os Srs. Santos Viegas e Baracho.

Tem a palavra o Sr. Jacinto Candido.

O Sr. Jacinto Candido: - Pediu a palavra na sessão anterior para apresentar uma justificação de faltas. Declara, pois, que não tem comparecido ás sessões anteriores d'esta casa por motivo justificado.

Mas não era apenas para justificar

as suas faltas que pedira a palavra antes da ordem do dia. Pediu-a para tratar de um assumpto que tem, de ha um certo tempo a esta parte, sido objecto de arguições, mesmo severas, quer por parte de alguns dos membros do Parlamento, quer por parte da imprensa periodica do paiz.

Refere-se ao que se tem dito acêrca da direcção superior e technica do Arsenal da Marinha, e á investidura n'essas altas funcções do engenheiro francez o Sr. Croneau.

N'esta questão ha naturalmente a distinguir duas partes, ou duas phases do problema a considerar.

A primeira phase é o contrato realizado com o engenheiro Croneau, e a segunda a forma como elle se tem desempenhado da missão que lhe foi incumbida.

O contrato primitivamente feito com o engenheiro Croneau é da responsabilidade privativa d'elle, orador, e assim, desde o momento em que sobre a competencia technica d'aquelle distincto engenheiro francez, a quem foi entregue a direcção superior do nosso Arsenal, se levantaram duvidas e suspeitas, entendeu do seu dever vir á estacada em defesa do seu procedimento.

A segunda phase como já disse refere-se á forma ou ao modo por que o Sr. Croneau tem desempenhado as funcções do seu cargo.

Esta segunda phase já não é da responsabilidade d'elle, orador, e pertence áquelles que estão encarregados de fiscalizar a fórma por que esses deveres teem sido cumpridos.

Longe de si a ideia de querer levar á má parte, ou a considerar inspirado n'um ruim pensamento a campanha que se tem levantado. Não. Faz justiça a todos.

Um dos pontos arguidos é a bondade ou a ruindade do cruzador D. Amelia.

Tem uma certa responsabilidade ligada a essa construcção, visto que ella foi iniciada no tempo em que geria a pasta da Marinha.

A este respeito pode dizer, escudando-se com a opinião de auctoridades indiscutiveis, que o cruzador D. Amelia é um barco perfeitamente construido. Faz esta affirmação baseando-se nas informações de quem possue incontestavel auctoridade na materia.

O Sr. Rebello da Silva: - Qual é a auctoridade que affirma estar o cruzador D. Amelia perfeitamente construido?

O Orador? - É o Sr.