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O Sr. Visconde de Algés (sobre a ordem) Eu acho que esse projecto tambem exige a presença do Sr. Ministro da Fazenda; mas lembro que ha um parecer sobre a pertenção do Sr. Visconde Gouvêa, que requereu tomar assento nesta Camara, e esse é que realmente não exige a presença dos Srs. Ministros.

O Sr. Presidente — Mas esse parecer não foi dado para ordem do dia.

O Sr. Visconde de Castro — Eu lembro, se me não engano, que ha tambem um projecto que diz respeito á navegação a vapor entre Lisboa e a ilha da Madeira, o qual penso que estará nos termos de ser discutido.

O Sr. Conde de Thomar — Esse acho eu ainda mais complicado do que os outros, para que possa ser discutido sem estarem presentes os Ministros da Corôa.

O Sr. Visconde de Castro — Ouço dizer que é dos mais complicados, mas parecia-me que sendo da iniciativa do Governo, e de um alcance commercial muito conhecido, no caso de não haver objecção, poderia discutir-se sem a presença do Governo, o qual já nós sabemos que está de accôrdo, por isso mesmo que assim o propõe.

O Sr. Presidente — Se a Camara convier não haverá duvida da minha parte.

O Sr. Conde de Thomar — Eu declaro que effectivamente tenho minhas duvidas sobre esse projecto, e não estou agora bem habilitado para essa discussão, pois que não vinha prevenido para ella. Estando nós empenhados na discussão de dois projectos importantes e extensos, eu não esperava, e creio que ninguem, que se podesse tractar de algum outro, pois, pelo contrario, julgava-se que aquelles levassem ainda algumas sessões mais, por isso não fiz até agora um estudo serio sobre esse outro a que o meu nobre amigo se refere. Por consequencia, no estado em que as cousas estão, e visto que tudo são materias da iniciativa do Governo, ao qual ha explicações a pedir, mais ou menos importantes, entendo que a Camara não póde deixar de suspender os seus trabalhos, até que se possa contar com os Srs. Ministros (apoiados).

O Sr. Visconde de Athoguia (sobre a ordem) — Eu estiva preparado para a discussão do projecto de que ultimamente se fallou, por ser relativo á provincia onde nasci; mas as observações do Digno Par não tem resposta que as contradiga, porque nesse caso os motivos que nos levam a não discutir os outros projectos, são os mesmos que devem determinar a Camara a não se occupar agora desse outro.

Sr. Presidente, o estado em que se acha a Camara dos Pares, é improprio do Governo representativo, antes mostra que elle não marcha com aquella regularidade que lhe é propria. É o resultado do estado em que nos achamos ha mais de tres mezes, promettendo-se todos os dias completar e organisar um Ministerio, que nunca está completo, nem organisado, como o exigem as necessidades do serviço publico! f Apoiados.) Effectivamente o que se vê, é que ainda não foi possivel aos Srs. Ministros acharem dois ou tres homens que se lhes unissem, mas se ha, como parece haver, o desengano de que não se encontram pessoas, que queiram compartilhar da responsabilidade da sua politica, sáiam daquellas cadeiras e deixem a administração dos negocios a alguem que lhes succeda, que nos tire destas difficuldades (apoiados). Acho pois que V. Ex.ª não tem outra cousa a fazer agora senão levantar as essão, porque não ha que discutir na ausencia do Governo; não porque os projectos sejam de uma transcendencia especial, a que só um ou outro Ministro possa responder, mas porque o Ministerio está reduzido a numero tão pequeno, que já se não podem repartir para uma e outra Camara (apoiados).

O Sr. Presidente — Consultarei pois a opinião dos Dignos Pares, sobre levantar a sessão.

O Sr. Conde de Thomar — Que se entenda porém, que se levanta a sessão por não estar presente nenhum dos Srs. Ministros, que assista á discussão de qualquer dos objectos de que nos poderiamos agora occupar (apoiados). j

O Sr. Aguiar —- Eu peço que se faça essa declaração Ha acta (apoiados).

O Sr. Visconde d'Algés (sobre a ordem)— Agora o que eu peço a V. Ex.ª, que regula sempre com tanto acerto a ordem dos nossos trabalhos, é que tenha em vista que, posto seja em regra muito bom, que havendo objectos preparados para se discutirem, tenhamos sessões seguidas, comtudo em certas circumstancias, attenda a que é menor o inconveniente de se calcular certo intervallo que tenha toda a probabilidade de evitar destas occorrencias, do que recunir-se a Camara e fechar-se a sessão sem fazermos cousa alguma (apoiados); o que tem de certo maiores inconvenientes.

O Sr. Presidente — Tomando em consideração as reflexões do Digno Par, e tudo mais que se tem passado, indicarei para primeiro dia de sessão, a sexta-feira da semana seguinte, sendo a ordem do dia a mesma que vinha para hoje (apoiados).

O Sr. Conde de Thomar — Muito bem, são oito dias de intervallo para o Ministerio se completar (apoiados).

O Sr. Presidente — Está levantada a sessão.

Eram quasi quatro horas.

Relação elos Dignos Pares que estiveram presentes na sessão de <£ de Março de 1859.

Os Srs.: Visconde de Laborim; Duque da Terceira; Marquezes: de Fronteira, das Minas, de Niza; Condes: das Alcaçovas, do Bomfim, do Farrobo, de Mello, de Paraty, de Penamacor, da Ponte, da Ponte de Santa Maria, e de Thomar; Viscondes: d'Algés, d'Athoguia, de Balsemão, de Benagazil, de Campanhã, de Castro, da Luz, de Monforte, de Ovar, e de Ourem; Barão da Vargem da Ordem; D. Carlos Mascarenhas, Sequeira Pinto, F. P. de Magalhães, Ferrão, Margiochi, Proença, Silva Carvalho, Aguiar, Larcher, e Brito do Rio.