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APPENDICE Á SESSÃO N.º 37 DE 16 DE DEZEMBRO DE 1891 13

mais, e á casa bancaria Baring Brothers, n’esse caso a divida fluctuante, sem ter ainda assim nada que assuste, é relativamente elevada.

Eu não posso responder precisamente á pergunta que o digno par, a quem tenho a honra de responder, me dirigiu sobre a importancia total da circulação fiduciaria; mas o que eu posso dizer é que não deve inspirar receios nem a circulação fiduciaria, nem a situação do banco de Portugal. A sua circulação é moderada e assente numa solida carteira commercial e em valores seguros. A confiança restabelecer-se-ha de todo desde o momento em que o banco de Portugal mostre que está habilitado a trocar as suas notas por moeda. A esta circumstancia deve juntar-se a influencia benéfica da consolidação do resto da divida fluctuante.

Eu devo aqui observar, sem fazer censura a ninguem, que o emprestimo dos tabacos, por circumstancias independentes da vontade dos cavalheiros que eram então administradores, não produziu aquillo que devia produzir, no sentido de desaffrontar a situação do thesouro. Assim o governo não póde extinguir a divida fluctuante.

Assim, logo que ao banco de Portugal seja pago o que o governo lhe deve para que aquelle banco possa estabelecer solidamente as suas reservas metallicas, estará vencida a crise monetaria, restabelecida a circulação em metal, reanimada a confiança, e dado, emfim, o primeiro passo, e o mais importante para vencermos as difficuldades que tanto nos têem embaraçado.

E para isso conto com a cooperação, com os votos e com o consenso do parlamento. Creio effectivamente, que a cooperação efficacissima do parlamento ha de contribuir para que Portugal alcance os resultados que todos nós desejamos; mas no dia em que isso succeder, no dia em que estiverem resolvidas as dificuldades de momento, é forçoso não adormecer, é preciso não imaginar que vae passado todo o perigo e é mister trabalhar, e trabalhar muito, para que se não renove a crise.

É necessario que todos os partidos, é necessario que todos os governos, quaesquer que elles sejam, tratem de equilibrar o orçamento do estado, sem recorrerem ao credito, a menos que não criem os meios de receita precisos para fazerem face aos novos encargos resultantes de quaesquer operação.

Creio que nos havemos de sair airosa e honradamente das difficuldades que nos assoberbam, se perserverarmos no trabalho, e se proseguirmos com o animo e sincera vontade de evitar os males que ha tanto tempo nos tem flagellado.

Não sei se o digno par ficará satisfeito com a minha resposta; no entretanto parece-me que não posso dizer mais, e, continuo a sustentar que confio na resolução do problema economico e financeiro e que para isso principalmente conto com a cooperação activa e efficaz do parlamento.

Tenho concluido.

(O sr. ministro não reviu as notas do seu discurso.)