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Diário da Câmara dos Deputados

passaram, e depois procederá. Esta discussão é, portanto, inútil (Apoiados).

O Sr. Marques da Costa : — Se a V. Ex.a lhe parece que a força pública empregou todos os meios suasórios durante três horas, pode informar disso a comissão de inquérito,—e até de se a polícia... deu beijos aos republicanos!

O Orador: — Cada um analisa os factos como lhe parece, uns duma maneira, outros doutra. Ku avalio-os pelas informações que colhi, —e o «pie sei é que, antes de se darem esses lamentáveis acontecimentos, houve gravíssimas ameaças, não B ó contra indivíduos que estavam no teatro, contra monárquicos, mas at<_ p='p' bem='bem' conhecidos.='conhecidos.' republicanos='republicanos' contra='contra'>

O Sr. Domingos Leite Pereira: — Apenas fará um depoimento de factos que nhuervou ao passar casualmente do Café Martinho para o Rocio.

Viu monárquicos que se debruçavam na varanda do Teatro Nacional, com sorrisos de escárneo, apontando alguns elementos republicanos, e viu ou t rua íi porta, junto l\ escada, sem chapéus mas armados de grossas bengalas, para os quais i\ polícia tinha todas as deferôricias, contrastando singularmente esse procedimento com o que teve para o povo republicano. O inquérito a fazer-se demonstrará o que acaba de dizer.

O discurso será publicado na íntegra quando S. Ex.'A restituir as notas taqui-yráficax.

O Sr. Sá Pereira : — Sr. Presidente: é lamentável que, depois de quatro anos de República, o povo, que tanto contribuiu pára o advento do regime, tivesse de ser espancado para satisfação de monárquicos.

Contra esses monárquicos não houve nenhuma espécie de provocação, porque o povo, que se encontrava em frente do Teatro Nacional, limitou-se, simplesmente, a dar vivas à República.

K para estranhar, Sr. Presidente, que isso fosse considerado como motivo para esse povo ser barbaramente espancado pela polícia.

Este facto é gravíssimo e prova quanto é indispensável que na polícia se faça, por

completo, uma remodelaç?io. E preciso que, quanto antes, se aprove a proposta que nesse sentido apresentou há dias o Sr. Rodrigo Rodrigues.
Termino, Sr. Presidente, mandando para a Mesa a seguinte
Proposta
Propomos que seja nomeada uma comissão de inquérito aos acontecimentos de ontem, sendo essa comissão composta de sete .Deputados de todos os lados da Câmara, propondo esta desde já a suspensão d»' todos os funcionários de polícia que diiigiani f) serviço na noitti de ontem, em frente do Teatro Nacional. tia Pereira = Joxé de Freitas Ribeiro = António Alaria da, tfilva = Adriano Gomes Pimenta-- Joaquim liasílio (lervvira e Sousa de Albuquerque e Castro-^-- Rodrigo Rodritjues — - Henrique Cardoso —• Alfredo Maria Ladeira.
S. ET.* não reviu.
O Sr. Presidente do Ministério, Ministro do Interior e, interino, dos Negócios Estrangeiros (Jfcrnardiuo Machado;: -hr. Presidente: antes de entrar própria mente no debate, permita-me a ('amara que lhe diga que acabo agora mesmo de receber uma notícia que, embora de carácter oficioso, me merece tanta confiança que me atrevo a comunicá-la.
Acabo de receber um telegrama oficioso de Londres, de pessoa que me merece a maior confiança, no qual se diz que Sua Majestade o Rei de Inglaterra mandou suspender a execução do condenado Oliveira Coelho, notícia que deve ser sobremaneira agradável à Câmara, que tanto se interessou por este caso. A notícia c, por emquanto, oficiosa, mas espero, ao chegar â minha secretaria, ter a confirmação oficial do indulto.
Durante a minha vida tenho tido o maior respeito pelos grandes servidores da República Portuguesa e pelos grandes servidores da Nação, a ponto desse respeito poder servir de ensinamento. Por isso, eu não percebi bem o que ouvi em volta das palavras do nosso grande republicano, o Sr. António José çle Almeida, quando ele como que me arguia de nem sempre fazer a mesma política que eu estou, a todo o momento, proclamando.