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âeasão de 9 de tiezembro de 19ÉO

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do meu pleno e indiscutível direito, em nada me afastei da mais abisoluta correcção parlamentar. Por isso '.ião classifiquei de escândalo, como S. Ex.a parece ter depreendido das minhas palavras, a nomeação dos Srs. Jaime do Sousa é Ve-lhiu!>o Correia para uma missão diplomática no estrangeiro. Tal palavra não saiu da minha boca, pois que se escandalosas eu tivesse a segurança de que elas haviam sido, eu o teria afirmado desde logo e não careceria de pedir os esclarecimentos que a S. Ex.:i pedi. Considerai, sim, estranhas as nomeações desses dois ex--Ministros recentes, quo mal acabavam de sair do Poder, dadas as circunstâncias em que este Ministério só concertou com o ressurgimento ministerial de certos dos seus elementos que nesse ressurgimento não vieram acompanhados pelo íSr. Jaime de Sousa a toda a pressa expedido-em urgente comissão para o estrangeiro. E essa estranheza, que não fui o único a sentir, largamente se acentuou também no espírito público, principalmente após as considerações feitas em alguns jornais e porventura malsinantes das mais puras e leais intenções.

Mas bom ou mau o acto cometido pelo Sr. .Ministro dos Negócios Estrangeiros, praticado em circunstâncias que provocaram compreensíveis osiranhezas acerca da sua legitimidade, necessário P> urgente sé tornava, mesmo para decoro e prestígio do próprio Podor Executivo, que ele fosse esclarecido e justificado perante o Parla-menro, que ó precisamente o único lugar onde ôsses esclarecimentos e essas justificações devem ser dados e têm de ser dados, e não nas colunas anónimas e irresponsáveis de qualquer jornal político ou afecto a qualquer Ministro, por maior que seja a sua autoridade política ou a sua intimidade com qualquer sobraçador de pastas ministeriais.

Cabia-me, pois, como representante da Nação, o direito de pedir esses esclarecimentos. . .

O Sr. Ministro dos Wegócios Es*rangei-ros (Domingos Pereira):—E eu disso que folgava de ter onsi jo de prestar essas explicações.

O Ora^or: — E eu aplaudo-mo por ter tido a iniíúaíiví), de provocar o «.n sujo de

poder S. Ex.a presta Ias, lamentando só que essa iniciativa não tivesse partido de V. Ex.", vindo dosdo logo expor ao Parlamento as tum urgentes necessidades de sei viço público que o levavam a afastar da Câmara, em pleno período parlamentar, aqueles dois ilustres Deputados a que me tenho referido, para substituírem em Paris "dois mrmbros demissionários da Comissão de Reparações que eu já classifiquei de resquícios do Tratado da Paz.

O Sr. Ministro dos Neg:c:os Estrangeiros (Domingos Pereira): — Não tinha essa obrigação.

O Orador: — Nem eu lha imputei ou imputo.

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Domingos Pereira>:—Quando V.Ex.a for Ministro não pratique o menor acto, não laça o menor despacho no papel, sem vir preguntar ao Parlamento se pode fa-zê-lo.

O Orador: — Posso afirmar a S. Ex.a que tenho procedido sempre dentro desta casa e continuo a proceder de modo a afastar-mo cada vez mais dos lugares onde S. Ex.a agora se senta.

B^m sei que os membros do Poder Executivo não têm obrigação de vir aqui dar explicações prévias dos actos que executam.

(Aparte do Sr, Vasco Borges}»

O Orador: — Vejo que V. Ex.a se está enervando com as minhas considerações. Não tem motivo para isso.

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. O Orador:—Melhor seria talvez, dado o ruído quo há na Câmara, que V. Ex.a em vez de agitar a campainha
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