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í)idrio da Câmara dos Í)eputaâoj

niente colonial; efectivamente a abertura de estradas, a construção de caminhos de ferro, o apetrechamento de portos, a exploração das minas, etc., são cousas tam necessárias nas colónias como na metrópole.

O que é propriamente colonial é o procedimento a usar por parte da metrópole para com os indígenas, é a valorização dê tes últimos, tanto sob o ponto de vista físico como moral.

O problema especificamente colonial coiibibto em promover o aumento da po-pulação, o avigoramento da raça e o desenvolvimento da sua capacidade profissional.

& este o grande objectivo que a metrópole deve ter em vista. E a este propósito, direi que, muito se tem falado no problema da mão de obra nas colónias. Por mim, estou absolutamente convencido que suem se alcançar o objectivo a que me refiro não poderemos resolver êsst problema por uma forma justa, por outra forma que não seja um processo, embora oculto, de escravidão ...

Desenvolva-se por todas as formas a assistência de modo a aumentar a população ; instrua-se e eduque-se o indígena, criando-lhe novas necessidades, e verão como a mão de obra não falta.

É pois esta a verdadeira missão colonial da metrópole, mas para que ela possa realizá-la é preciso que não a abandone inteiramente aos governadores, que. nunca largue de mão o seu papel primacial de centro impulsor e coordenador de toda a actividade civilizadora.

Tenho dito.

Vozes:—Muito bem. Muito bem.

O Sr. Torres Garcia: —Sr. Presidente: estando a discuíir-se o capítulo 1,° do orçamento do Ministério das Colónias, julgo do meu dever emitir um voto que exprima o meu modo de pensar sobre o assunto, e, para não gastar muito tempo à Câmara, vou ser o mais breve possível, na justificação do meu ponto de vista.

'Eu entendo que devemos enviar para as colónias funcionários aptos, e essa aptidão só se pode conseguir por' uma preparação na metrópole, preparação, aliás, que não existe entre nós.

Sr. Presidente: nós somos muito pro-

pensos, em todos os ramos da actividade, a copiar mais ou menos fieluisnte o que se faz nos grandes países.

Apesar disto, nós não seguimos os exemplos da França acerca do problema colonial.

A França, atentas as necessidades de dar aos seus funcionários coloniais a adequada preparação, fundou várias escolas com êsíe fim.

Como V. Ex.as vêem, aquele país cuida da preparação dos seus funcionários, isto a par do conhecimento das línguas faladas nas várias colónias francesas.

Foi assim que a França conseguiu realizar a maior obra de colonização de todo o mundo,

É assim, Sr. Presidente, que se tem procedido em França e com os melhores resultados, o que é muito diferente, como a Câmara vê, do que se faz em Portugal.

Em Portugal, Sr. Presidente, tem-se procedido e procede-se por 'ama forma muito diversa, cujos resultados, como a Câmara toda sabe, têm sido por vezes prejudiciais.

Éinquanto em Portugal se não estabelecerem escolas onde se possam aprender esses grandes problemas, como se faz lá fora, não sairemos do estado em que nos encontramos; porém, eu tenho esperanças de que o Sr. Miais;ro das Colónias actual, que é um homem de grande valor, de umí grande competência, alguma cousa há-de fazer no sentido do seu desenvolvimento, chamando- para isso a atenção dos altos funcionários das colónias e fazendo com que eles, criando esses institutos de ensino a que acabo de me referir, alguma cousa poisam fazer de útil para as colónias e para o país.

Isto é o que eu entendo que é absolutamente necessário fazer-so para o bem das colónias e do seu desenvolvimento.

O problema pode ser resolvido pelo Ministério das Colónias e pelo Ministério da Justiça, numa conjugação de esforços; mas em Portugal cada Ministro julga-se absolutamente independente e não conjuga os seus esforços para um fim comum.