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Diário da Câmara dos Deputados

Houve por consequência a maior prudência, não só do comissário de polícia como do comandante da força.

De madrugada, pareciam mais serenadas os ânimos, mas vieram exigir a entrega do preso, sob a responsabilidade da associação.

Foi resolvido superiormente, para evitar o derramamento de sangue, que se entregasse o preso, desde que se apresentasse fiador e a respectiva fiança.

Esta resolução foi comunicada aos amo-tiaados, e os seus dirigentes vieram conferenciar antes de resolverem.

Sucedeu que de manha, quando iam a entrar as mercadorias, encontrou-se a povoação perante uma greve geral, impedindo que viessem mantimentos para as forças, como para todas as casas.

Além da greve, manifestou-se ainda o saque a diversas casas financeiras e comerciais portuguesas, cujos donos e empregados foram obrigados a fugir perante os ataques dos grevistas.

Usando sempre da máxima prudência, foram as autoridades vendo se demoviam a multidão daqueles intentos agressivos, e cerca do meio dia, quando vinha um vapor pelo mar para render a força da véspera, o oficial comandante da força junto da esquadra de polícia, a fim de evitar ainda mais a turbulência da parte dos amotinados, avançou para a lancha da nova força, dando ordens para que o desembarque se não efectuasse, no intuito de ver se conseguia a dispersão da multidão.

Quando ele ia nessa missão, os amotinados desarmaram-no e agrediram-no, ao mesmo tempo que faziam fogo contra a força de polícia.

Foi então que a força, não podendo deixar de recorrer às armas, fez fogo, resultando 32 mortos e 30 e tantos feridos. • A multdião, em vista desta atitude, abandonou o local, deixando ficar os mortos e os feridos.

Há apenas um soldado indígena que foi também morto.

Este é o relato circunstanciado tal como o recebi.

Um telegrama posterior anuncia o sossego completo, tendo porém o Conselho Executivo resolvido já que se estabelecesse o estado de sítio durante oito dias.

Eis tudo quanto sei dos acontecimentos

de Macau, confiado em que a muita prudência do governador conseguirá, com os meios que tem ao seu dispor, manter o sossego nessa colónia.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando restituir, re-viêtas, as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Ginestal Machado:— Agradecendo ao Sr. Ministro das Colónias as explicações que S. -Ex.a quis ter a bondade de dar-me e à Câmara, folgarei imenso que a previsão de S. Ex.a se realizo, e tenho muita satisfação em saber que o movimento de alteração da ordem pública foi sufocado, mantendo-se o prestígio da au-ridade.

Estou certo de que o Governo, em quem eu confio absolutamente a este respeito, não descurará a questão, e certo pode estar de que deste lado da Câmara encontrará sempre o mais completo apoio para a manutenção da ordem.

E se porventura esta questão tomasse outro aspecto, o Governo poderia ter também a certeza de que a seu lado [estavam não só o Partido Liberal, mas todos os partidos e a nação inteira.

O Sr. D;nis da Fonseca:—:Sr. Presidente : não desejo tomar à Câmara muito tempo e por isso exporei o meu ponto de vista na questão do ensino universitário, abstendo-me das largas considerações que o assunto pedia para fazer a sua inteira justificação.

No relatório que precede a proposta do orçamento geral incluía o Sr. Ministro das Finanças, a p. 6, um mapa comparativo das despesas orçamentais em 1913-1914, com aquelas que figuram no orçamento de 1922-1923.

Dei-me ao trabalho de examinar e comparar esse mapa, no que respeita ao Ministério da Instrução, que estamos examinando, e cheguei às seguintes conclusões :

l.a O montante das despesas no orçamento de 1922-1923 é 15 vezes maior do que aquele que figurava no de 1913-1914;