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Diário da Câmara dot Deputados

Declaro francamente a V. Ex.a que foi um lapso da minha parte, pelo que desde já apresento a V. Ex.a as minhas desculpas.

O Orador: — Agradeço as explicações que V. Ex.a acaba de me dar. não tendo dúvida alguma de que se tratou simplesmente dum lapso da sua parte, atonta a fornia imparcial como dirige os trabalhos desta Câmara. (Apoiados).

Se é facto que voltei as costas para a Presidência, isso foi devido a ter de responder a qualquer aparte que me foi dirigido, e não certamente por menos consideração para com V. Ex.a, por quem tenho a máxima estima, terminando, pois, por apresentar as minhas desculpas a V. Ex.a

Tenho dito.

O orado f não reviu.

foi lido e admitido o artigo novo enviado para a Mesa pelo Sr. Pedro Pita.

O Sr. João Camoesas :—Sr. Presidente: pedi a palavra para dizer ao ilustre Deputado Sr. Eugódio Aresta que S. Ex.a não é mais defensor do prestigio da República do que nós.

O que eu posso garantir a S. Ex.a e' à Câmara é que o projecto em discussão não tem por fim criar novos lugares.

Não se trata disso; trata-se simplesmente, Sr. Presidente, de lugares que se não podem nem devem extinguir, pela sua natureza.

Não se trata, pois, de criar novos lugares, nem de aumentar as despesas públicas.

Foi este, pois, o único fim que me levou a pedir a palavra, visto que é bom dizer a verdade dos factos, de forma a que se não possam deturpar as intenções do Governo, deixando esse papel para os inimigos do regime, que estão sempre prontos a caluniar e a desprestigiar a República.

Tenho dito.

O orador não reviu.

Foi lido na Mesa e seguidamente aprovado o requerimento do Sr. Pedro Pita.

Foi considerada prejudicada a proposta do Sr. Sampaio Maia.

Foi lido e aprovado sem discussão o artigo 4.°

O Sr. Presidente : — Vai entrar se no período de «antes de se encerrar a ses-

Antes de se encerrar a sessão

O Sr. António Correia: — Sr.. Presidente : as considerações que desejo fazer neste momento ao Sr. Ministro da Instrução bem melhor cabimento teriam num período em que aos Deputados fosse permitido falar por mais tempo, pois elas são de corta gravidade e exige oa da parte do Sr. Ministro uma'resposta, para deixar tranquila a consciência daqueles a quem está confiada a alta missão de ensinar.

Não representa a minha atitude para .com o Sr. Ministro da Instrução o propósito de criar embaraços a S. Ex.a m? gerência da sua pasta; e, de rosto, o assunto é de tanta importância que, longe de ser tratado nesta altura da sessão, ele merece as honras duma interpelação.

Porém, não o faço, e limito-me nesta ocasião a chamar a atenção de S. Ex.a para a portaria, há tempo publicada, e que representa mais uma machadada dada no prestígio dos professores cos liceus.

Sr. Presidente: no dia 10 de Julho, se a memória me não falha, realizaram-se no liceu de Portalegre exames de admissão. O júri era constituído por criaturas da maior respeitabilidade, às quais neste momento muito me apraz presrar as minhas mais profundas homenagens, pois era presidido pelo reitor do liceu. Sr. Dr, Pinto Cardoso, tendo como vogais os ilustres professores Sr. Cerqueira Merei-rinha e Câmara Leite, os quds, examinando com a máxima consciência as provas dos candidatos, numa percentagem relativamente grande do examinandos, foram forçados a reprovar oito.

Destes oito, dois não se derun por satisfeitos, e vieram para Lisboa, onde. mercê duma portaria do Sr. Ministro da Instrução, dez dias depois estavam aprovados num dos liceus da capital.

Eu não conheço situação mais despri-morosa para a classe dos professores do que esta, nem sei como poderei classificar um acto do Sr. Ministro, que permite um facto desta natureza.