O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Diário das Sessões ao Congresso

atira cooi as suas responsabilidades para o Parlamento, quando assim nlo deve ser; pois a verdade ó que um Governo quo tem maioria no Parlamento não tem o direito de fazer semelhante afirmação, visto que pode fazer o que o Sr. Presidente do Ministério fez relativamente aos orgamentos, isto é, dizer que, se não lhe votarem o contrato dos tabacos até 30 de Abril, abandonai á o Governo.

Assim como S. Ex.a disse que se lho não votarem os orçamentos até 30 de Junho abandonará, o Governo, o mesmo pode fazer relativamente ao contrato dos tabacos, tanto mais quanto é certo que esto contrato não é menos importante para o Pais que os orçamentos. A sua discussão, porém, é que não poderá ser feita da forma como se está fazendo a discussão dos orçamentos.

Se o contrato dos tabacos nSo for, portanto", aprovado ato 30 de Abril, a responsabilidade pertencerá única e exclusivamente ao Governo.

Afirmou o Sr. Presidente do Ministério que o Parlamento terá ainda tempo de discutir e votar o problema dos tabacos.

Estamos, Sr. Presidente, em vésperas de férias; mas mesmo que as não haja, para o que estamos prontos a \ir para aqui trabalhar, não me parece que haja tempo para o fazer, tanto mais quanto é certo que o assunto tem depois de ir para o Senado que tem o direito de o apreciar devidamente e de não concordar com alguns pontos, introduzindo-lhe emendas, polo quo terá de voltar a esta Câmara.

A responsabilidade desse facto pertencerá única o exclusivamente ao Governo, não podendo, no emtanto, a Câmara discutir esse assunto da forma precipitada como está discutindo os orçamentos.

Tenho dito.

O orador não retiu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (António Mana da, Silva):— Não me admiram as afiimações do Sr. Deputado que acabou de falar. Eu já sei que sou aquela ciiatura sinistra que anda a subornar toda a gente, mas também todos têm \isto que tenho ganho com esse suborno nas \arias situações em que me tenho pncontrado politicamente."

Disse S. Ex." que tinha pena de que o

Presidente do Ministério não pusesse a questão sob o ponto de vista de confiança política. Bem compreendo que é poiieita-meute admissível esse critério, como tática política do Sr. José Dommgues dos Santos. Nem admira que S. Ex.a atribua ao actual Presidente do Ministério toda a responsabilidade dos males que tom sucedido de há tempos a esta parto. Todos sabemos como é fácil aos nossos inimigos arranjar qualquer armadilha em quo possamos ser apanhados.

Mas eu, que, embora não viesse para aqui por gosto, não fui preso para Presidente do Ministério, estou disposto a cumprir o' meu dever.

Pouco me importa que me acusem de inércia. Caminharei devagar para u3.o esbarrar, se bem que, apesar de todas as cautelas, isso possa suceder-me, visto qne as circunstâncias re\estem grandes entraves.

Emqnanto aqui estiver, quero governar; e hei-de governar até que me mandem embora pela forma que é legal, parlamen-tarmente falando.

Não me refiro, evidentemente, ao exterior.

O homem dos malefícios e dos subornos está a ver toda a gente à sua volta, para depois lhe malharem como quem malha em centeio verde.

É uma série de ingratos.

Trocam-se explicações.

O Orador: — Com isto termino ab minhas considerações. O orador não reiiu,