O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Diário das Sessões do Senado

Tenho o prazer, por isso, de aprese a-tar a V. Ex.a e ao Senado o novo Ministro da Instrução, o Sr. Dr. Júlio Dantas, •que tem um nome consagrado em Portugal, e no estrangeiro como um dos latinos, que mais se tem imposto à consideração mundial, pelo seu labor literário e inteligente, e pelo seu acendrado patriotismo afirmado em admiráveis páginas da sua, Pátria Portuguesa.

Por várias vezos se tem dito, e com certa razão e justiça, que a República tem descurado lamentavelmente a sua aproximação com os intelectuais metendo-se do-mas:"adamente na vida estreita dos centros políticos. Na parte que me cabe coiíesso um pouco essa culpa. Creio que j;i é tempo dle enveredarmos por um caminho em que todos os valores portugueses se aproveitem, e creio que chegou a hora em que ninguém tem o direito de se recusar a prestar um serviço u sua Pátria.

O caminho que este Governo eiicei.ou agora com êxito foi já percorrido por Governos anteriores, e lembro-me que justamente o Sr. Júlio Dantas já fora convidado para a gerência da pasta da Instru-ção e dos Estrangeiros, em outra ocasião por um ilustre parlamentar desta Câmara, antigo Presidente de Ministério e antigo Presidente da República, que nos merece sempre as mais signinVativais pru-vas da mais alta consideração, o Sr. IJ r. Bernardino Machado.

E, pois, por parte do Governo uma homenagem às letras portuguesas a nomeação do Sr. Dr. Júlio Dantas para Ministro da Instrução. Acresce ainda que S. Ex/ tem uma competência muito especial para a gerência dessa pasta, porque se tem dedicado permanentemente ao estudo dos respectivos serviços conhecendo, desde muitos anos, a engrenagem cesses serviços como muito poucos professores em Portugal, e porque tem uma espe-cialíssima competência num ramo de serviços artísticos do que é um dos mais altos cultores, e mais convictos e pertinazes defensores em Portugal.

Creio, pois, que esta escolha feita pelo Governo para preenchimento da pasta d.a Instrução, deve merecer as simpatias de todos, e a aprovação desta casa do T n ri cimento.

Permita-me ainda, Sr. Presidente, cue eu diga algumas palavras acerca de dois

acontecimentos sucedidos durante o interregno parlamentar. Um desses acontecimentos é a viagem dos Srs. Ministros das

1 Finanças e Estrangeiros a Bruxelas e a Londres. E-rue grato repetir nesta casa do Parlamento que, no dia 5 de Outubro de 1920, em Londres, se celebrou a festa do aniversário da proclamação da República Portuguesa com a assistência do governo iuglés; e é justo relembrar os termos de cordealidade, correcção e afecto com que o governo britânico relembrou mais uma vez que estava em plena vigência a velha aliança entre Portugal e a Inglaterra. Da viagem do Sr. Ministro das Finanças a Bruxelas, onde acorreram representantes de quási todas as nações aliadas e associadas, e delegados de países, ainda há

' pouco inimigos, devo afirmar que houve troca de vistas relativa às necessidades de cada país, e quanto à forma de dar remédio ao mal que a todos apoquenta. O Sr. Ministro das Finanças foi ainda a Londres no desempenho duma missão que. como já disse na outra Câmara, se prendia com a sua pasta e também com a que

1 tenho a honra do gerir.

V. Ex.;i, Sr. Presidente, sabe que o regime cerealífero em que vivemos é deficitário, especialmente em cereais e trigo. V. Ex.íl não desconhece que importa-

r mós largamente arroz e bacalhau, e que o carv.io nos vem especialmente da Ingla-

, terra, impondo-se, portanto, um estudo iu loco para se saber bem em que condições

1 nos podiam sor fornecidos aqueles artigos. Fizeram-se os precisos acordos o arranjos em benefício do país; e, como já tive ocasião de dizer na outra Câmara, emre-laçãc ao carvão conseguiu-se um contrato em virtude do qual ficou assegurado a Portugal o fornecimento mensal entre 20 a 30:000 toneladas de carvão, quantida-

, dês estas que estão muito abaixo do nosso ccusumo, mas que são, todavia, suficientes para fazer baixar o seu preço. Esto combustível ser-nos há fornecido a menos 3õí> ou 45$ do preço actual por toneladr.

Ora, depois de tudo isto, podemos já lançar as bases para o largo estudo sobre os fornecimentos do trigo, que precisa-

, mós sobretudo de que nos permita um

! certo desafogo cambial,; e, ao mesmo tem-