fiiário ââti Sessões do Sènúâà

O Sr. João Garcia (para e&pticaçòeti):— Sr. Presidente t pedi a palavra para agradecer ao Sr. Miuistro da Justiça a amabilidade da sua resposta que, intairaEaente:l me satisfez, e, ao mesmo tempo, para esclarecer que eu não disse nem supus que S. Ex.a tinha, com a sua portaria, solicitado a aplicação de medidas mais violentas ou diferentes das que já estavam estabelecidas por lei. Apenas disse que essa lei era, por assim dizer j uma sentinela vigilante da hostilidade que sup3em esisiir entre o catolicismo e o Estado, e que, portanto, era talvez desnecessário renovar as suas disposições, tanto mais que essa idea de hostilidade me parecia que se ia apagando na mento das pessoas que têm estado à testa dos poderes públicos do, país.

Foi isto o que eu afirmei, e fiz sempre justiça às intenções d.e S. Ex.a

O Sr. Júlio Ribeiro: — Sr. Presidente: principio por- manda* para à Mesa o seguinte

Requerimento

Êequeiro qtiè O ultime i;elatório da comissão de inquérito' aos Transportes Marítimos seja publicado no Diário do Governo.

Sr. Presidente: querendo o acaso que me pertencesse o uso da palavra, para enviar para ã Mesa o requerimento que acabo de ler., logo a seguir à filosófica e teológica oração do Sf. João Garcia, aproveito este feliz ensejo para aclarar o injusto reparo que S. Ex.a fez à breve e inocente pasaâgéni dum tííèu discurso de lia dias.

Vejamos a sem razão flti ilustre íSeuia-dor;

Eu disse, ;^ara, justificar uma ãtitu-âe, que à disciplina num partido de democratas não pode nanca Ser a submissão íafe-fior e humilhante professada, nas ordens monásticas e tio Vaticano, onde a infalibilidade papal ét em regra; dogmática.

F-oi esta, pouco mais' ou menos, a minha expressão.

O que é is:to ? A constatação dam fcicto, quê não censurai', nom critiquei, fiem de fornia alguma quis apoucar.

Não.. Sou «suficientemente Hb?ral pára respeitar os princípios è 'crenças de todos, detestando apenas $s insinceros, os especuladores, os falsos, tis hipócritas.

Conheço o Sr. João Garcia há muito tempo e sei que não o podemos invocar como um Fr. Tomás» todavia, deixe que lhe diga: infelizmente, nem sempre os católicos, de facto, cristalizam' nas doutrinas que S. Ex.a defende e professa.

Não, Sr. Presidente.

Em todos Os tempos houve católicos facciosos, intolerantes, astuciosos, maus, sendo eles a causa do descrédito da sua Igreja.

Não se lêem sem emoção páginas sobre O batalhão sagrado, constituído por pâ-dreg, que perseguia constitucionais, sujeitando-os a todos os sofrimentos físicos e morais.

Não sei se é Camilo Ou Ramàlho que, ao narrar as proesas desse batalhão, nos conta que uma vez certa vítima dos eclesiásticos do batalhão, caindo sob a alçada de bandidos, os classificou depois de beneméritos ao recordar o que sofrerá aos padres.

No p€;ríodo do dezeoibrismo, ao Pôrfo, foram os meninos da juventude católica, o célebre padre Domingos e uin «fervoroso» católico de nome Éodrígues, raquítico de corpo Ò alma, que inais requintes de malvadez evidenciaram na sua missão de carrascos.

£ Agora mesmo, por ocasião das últimas eleições, o que fizeram certos católicos?

Recorreram a todos os meios.

TJm grupo de católicos, de qiie fazia parte um padre, indo pedir a um velho de quási 80 anos o auxílio do seu prestígio eleitoral a favor do Sr. João Garcia, tendo-lhe este respondido quê não, {i, como respeitaram a vontade do veího?

Dizendo lhe: — o quê ?! ... vota COin os democráticos? Mas isso é votar coiii o diabo contra Deus. É perder à alma,* é trocar, ao ver-se

£ Estes processos estão na cartilha do Sr. João Garcia? Não.

Emfhn, Sr. Presidente, não duvidando da sinceridade dos sentimentos dó Sr. João Garcia, ouso discordar de S. Ex.a quanto' aos desejos dos católicos, "porque eles não são, em regra, principalmente o dos políticos, como õ ilustre Senador os quis mostrar e tem vontade que sejani.