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Sessão de 12 de Janeiro de 1923
vite da Junta Geral, numa reünião que resultou brilhante, não só pelas pessoas que compareceram, mas pelos princípios de acendrado patriotismo que ali se defenderam, reuniu-se a outra fôrça que se desenvolve na Madeira para a consecução duma legítima aspiração dos povos insulanos.
Já numa legislatura anterior tive ocasião de protestar contra a forma insidiosa com que se pretende inverter as intenções dêsse movimento, dizendo, que havia o propósito de renegar a qualidade de portugueses. Bem me recordo de dizer que os Açôres estavam empenhados no movimento sem outro intuito que não fôsse o de obterem uma descentralização que lhe quebrasse os liames em que se encontraram envoltos para a resolução de questões muitas vezes mínimas. O que disse então está sendo confirmado hoje.
Nessa reünião iniciaram-se os trabalhos dirigindo ao Chefe do Estado um telegrama de saudação como manifestação de respeito, e foi aprovada, por aclamação, uma moção.
Foi dentro do respeito pela Constituïção que as pessoas reunidas ali dirigiram as suas reclamações aos poderes constituídos.
Subscreve essa moção um nome que é a garantia mais completa de que, por trás daquelas palavras, não está nenhum outro sentido. E o nome dum republicano que o é desde os bancos das escolas e à República tem prestado os maiores serviços, que português tem sido e português quere continuar a ser.
Sr. Presidente: essa insidiosa campanha era feita em alguns jornais e não tinha a, fundamentá-la senão a má vontade e boatos que, como V. Ex.ª e o Senado vêm, estão perfeitamente desmentidos.
As classes sociais da ilha a que me referi estão tam empenhadas em obter por aqueles meios que lhes permita a Constituïção tudo aquilo que representa uma descentralização administrativa, que seja uma boa administração e de ordem.
O Sr. Vicente Ramos: — Sr. Presidente: pedi a palavra para comunicar a V. Ex.ª e à Câmara que me associo, perfilhando até, todas as considerações do Sr. Alves de Oliveira, referente ao movimento iniciado para uma mais ampla autonomia administrativa na Ilha da Madeira e Açôres.
Eu por agora não acrescento outras considerações porque ultimamente deve ter-se realizado na cidade do Funchal uma reünião dos delegados de Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Funchal para acordarem sôbre a fórmula a dar ao pedido de mais ampla liberdade administrativa; reservo-me para depois do resultado dessa conferência para dizer à Câmara o que se me oferecer na defesa dos interêsses dêsses distritos que pretendem simplesmente uma mais ampla autonomia administrativa e financeira, mas sem que de forma alguma essa reforma possa reduzir ou deminuir as relações entre os distritos e o continente.
Quere dizer que nós, os açoreanos, nascemos portugueses e portugueses queremos morrer e nenhuma razão temos para nos, desviar da mãe pátria.
É certo que algumas vezes nos queixamos, e justificadamente, de algumas demoras em atenderem às nossas necessidades, mas isso são queixumes para com a mãe pátria e nunca podem ser interpretados no sentido de menos respeito e dedicação para com a metrópole.
Sr. Presidente: oportunamente tratarei do assunto com o cuidado que êle merece.
O Sr. Machado Serpa: — Sr. Presidente: também por um nome cotado no meio social da Ilha da Madeira, me foi enviado um telegrama.
Tal telegrama foi-me dirigido não só em nome de quem mo endereçou, mas ainda de — não digo — classes, porque não vivemos em regime de classes ou de castas, várias entidades sociais, de vários organismos administrativos e daquilo que nós nos acostumámos a chamar, fôrças vivas.
O telegrama visa apenas a criar desde já uma atmosfera legislativa, que venha a receber oportunamente o resultado das lucubrações daquelas entidades e organismos, no sentido de efectivar uma mais larga autonomia administrativa, não só no arquipélago da Madeira, mas também nos Açôres, onde se compreende o distrito que tenho a honra de representar nesta casa do Parlamento e que não goza ainda porque não tem querido gozar, a autono-