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4 DE DEZEMBRO DE 1954 83

Balança de comércio

(Em milhares de contos) - Valores «F. O. B.»

[Ver tabela na imagem]

A origem do déficit situa-se na zona da União Europeia de Pagamentos.
Corresponde isso ao sistema tradicional das nossas coordenadas de comércio, sistema que tem sido, aliás, favorecido, e muito bem, pela persistente política do Governo no sentido de canalizar para aquela zona a nossa linha de importação, única forma de absorvermos os saldos credores excessivos que, em determinado momento, aí acumulamos.
É de registar a tendência de inversão do sinal do nosso saldo comercial com a zona não europeia - onde se situa o mercado americano.
Se a possibilidade de saldos positivos com esta zona (que impõe liquidações em ouro) é, em grande parte, devida à bondade da nossa produção cerealífera nos últimos anos, para a formação desses saldos positivos em muito tem contribuído, também, a política de desvio das exportações para a zona dólar, seguida, com firmeza, pelo Conselho de Ministros para o Comércio Externo, e a recuperação da indústria europeia, nomeadamente a alemã.
É de referir, com certa apreensão, a tendência de quebra da nossa exportação metropolitana.
O facto reveste-se ainda de ma ir gravidade quando, no exame em pormenor, se conclui que essa quebra se verifica tanto em valores como em quantidades.
O problema - a que nos referiremos nas conclusões sobre a evolução da conjuntura - impõe urgente e vigorosa acção concertada entre os serviços do fomento de exportação e o comércio.

44. A balança comercial do ultramar com o estrangeiro apresenta características totalmente diferentes:

Balança de comércio

(Em milhares de contos)

[Ver tabela na imagem]

Saldos sistematicamente positivos em ambas as zonas, e com tendência para se avolumarem na zona «Outros» - ou seja a zona dólar.
Se considerarmos o intenso movimento de expansão que se verifica no ultramar, reconhecer-se-á como é significativa a quase estabilização em que se encontra a sua linha de importação directa do estrangeiro: como explicação do facto temos o aumento dos fornecimentos da metrópole às províncias ultramarinas.

O ultramar no equilíbrio da balança de pagamentos da zona escudo

45. O equilíbrio da balança de pagamentos da zona escudo obtinha-se graças aos invisíveis que cobriam os deficits das balanças de comércio da metrópole com o estrangeiro e do ultramar com o estrangeiro.
No interior da zona as relações entre a metrópole e o ultramar saldavam-se sempre em favor das províncias de além-mar.

46. Depois da guerra a situação alterou-se profundamente: o desenvolvimento dos territórios ultramarinos e o alargamento do seu poder de compra, consequência da alta dos preços dos seus produtos, determinaram um aumento considerável no volume do comércio externo do ultramar (importações + exportações).
Mas enquanto o aumento das importações se verificou sobretudo em relação à metrópole, determinando a formação de um saldo negativo persistente após 1942, as exportações ultramarinas cresceram mais acentuadamente para o estrangeiro, anulando o déficit verificado até então e determinando a formação de excedentes, os quais só nos anos de 1950 e 1951 atingiram em conjunto 1 300 000 contos.

47. Entretanto, a metrópole mantém a sua posição devedora na balança comercial com o estrangeiro e o ultramar, que em 1934 recebia apenas 12 por cento das exportações da metrópole, vê essa percentagem aumentar posteriormente de forma bem significativa:
Percentagens
1939 ....................... 13
1945 ....................... 24
1948 ....................... 28
1951 ....................... 23
1952 ....................... 26
1953 ....................... 27
1954 (Janeiro a Setembro)... 26