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28 DE NOVEMBRO DE 1968 2731

O Orador: - O escudo tem-se mantido, durante as últimas crises internacionais, como uma das moedas mais fortes do Mundo. Esse facto, produto de uma sã política financeira perseverantemente seguida desde 1928, corresponde também à confiança nos fundamentos da nossa economia e na estabilidade da ordem constitucional.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - As perturbações políticas e sociais pagam-se muito caro - e empobrecem os povos.

Vozes: - Muito, bem!

O Orador: - Consideramos com apreensão a hipótese da desvalorização das moedas dos países com quem mantemos mais estreitas relações comerciais. A depreciação dessas moedas, as restrições dos consumos internos, os obstáculos postos às importações, criam graves dificuldades às nossas exportações, enquanto, por outro lado, podem incitar a que aumentemos as compras ao exterior. O Governo está atento ao problema e não deixará, quando necessário, de adoptar as providências eficazes. Mas todos nos devemos compenetrar da impossibilidade de viver despreocupadamente numa Europa em crise. Temos do nos valorizar, como indivíduos e como colectividade, temos de trabalhar, temos de conduzir-nos com decisão e com vontade de vencer.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Esse foi o segredo da vitória de países que .ainda ontem estavam aniquilados pela força das armas.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - O Governo não poderá, por todas as razões, afastar-se da política de austeridade até aqui seguida, sem embargo de ir acorrendo às precisões mais urgentes da administração pública e de prosseguir com tenacidade a política de fomento, sem a qual pararia em grande escala o desenvolvimento do País.
A administração pública tem de ser melhorada na sua orgânica, aperfeiçoada nos seus processos, beneficiada no seu pessoal. Está no ânimo do Governo o estudo e a execução de uma séria reforma administrativa, que, para ser séria, não pode ser precipitada.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Entretanto se irão tomando algumas providências consideradas de particular urgência, indispensáveis para não deixar deteriorar mais os serviços e para acautelar o futuro dos quadros.
Pelo que respeita à execução do Plano de Fomento em curso, a preocupação do Governo será a de dar preferência aos investimentos de maior reprodutividade imediata e mais poderoso efeito multiplicador. Há que associar-lhes Intimamente os relativos ao bem-estar rural e às infra-estruturas sociais, tais como a electrificação, os abastecimentos de água, as redes de transportes e de comunicações e outros que permitam maior conforto na vida no campo e proporcionem às indústrias as indispensáveis economias externas, não perdendo de vista, numa perspectiva regional, a correcção dos desequilíbrios existentes e dispensando particular atenção às realizações tocantes à educação básica, à formação profissional e à saúde pública.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - No campo da habitação está-se procurando coordenar e acelerar a obra em curso, que no ano de 1969 poderá apresentar algumas realizações notáveis.
O falar em preferência para certos investimentos não significa a exclusão dos restantes: quero apenas dizer que nesses temos de concentrar recursos e de fazer o máximo esforço possível.
Também, mau grado as dificuldades apontadas, se procurará manter, „ se possível acelerar, o ritmo da política social, para que acompanhe, e até estimule, o desenvolvimento económico e assegure mais equitativa distribuição dos rendimentos.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

Aplausos.

O Orador: - Neste capítulo, a situação dos trabalhadores rurais merecerá especial cuidado, ...

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - ... por dever de justiça e até por necessidade de fixm nos campos a mão-de-obra de que a agricultura carece.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

Aplausos.

O Orador: - Está em estudo a adopção do abono de família para os rurais, ...

Vozes: - Muito bem, muito, bem!

Aplausos.

O Orador: - ... a que se seguirá, com a prudência aconselhável, de modo a não sobrecarregar demasiadamente os produtores, a extensão dos benefícios de assistência na- doença e da previdência.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E um domínio que o Governo julga dever encarar de frente, embora não possa resolver demagogicamente problemas que, a não serem tratados com o cuidado devido, poderiam causar abalo profundo na nossa economia agrária.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Não exagero se disser que nos dois últimos meses o Governo desenvolveu uma grande actividade em todos os sectores - actividade de revisão, de decisão, de estudo e planeamento. Nalguns, como o do ensino, as dificuldades amontoam-se de ano para ano, entre nós como no resto do Mundo.
E, por um lado, a chamada «explosão escolar», com a afluência de multidões para as quais são escassos os quadros docentes e exíguos os locais - por mais que se procure prever, e até improvisar, uns e outros. E, por outro lado, a crise educativa resultante da incerteza e da falta de confiança em si próprios dos educadores - na família, nas igrejas, nas escolas.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - É finalmente, o surto de anarquia na juventude, contestadora de toda a autoridade e de toda a