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O Sr. Sousa Tavares (PSD): -- É, sim, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Sousa Tavares (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em primeiro lugar, pedi a palavra antes mesmo do final da declaração política do Sr. Deputado Jerónimo de Sousa. Eu não minto. Em segundo lugar, eu não falei na Polónia.
Em terceiro lugar, se o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, é ignorante que o seja. Não há ninguém neste país que não saiba que desde o Vietname à Guatemala, a São Salvador tenho protestado - mais do que ele- contra todas as situações de opressão aos trabalhadores.

Aplausos do PSD.

Não há ninguém que não saiba que eu sou sempre o primeiro a protestar contra todas as situações, de direita ou de esquerda, que oprimem os trabalhadores em qualquer parte do mundo.

Aplausos do PSD e do PPM.

Fi-lo na Embaixada da América em presença do Embaixador da América, quando lá fui chamado para uma paródia quando um agente da CIA queria fazer propaganda do que se passava em São Salvador.
Fi-lo contra o Vietname num livro publicado e que foi apreendido pelo Estado Novo.
Cale-se, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa. Perante mim não tem nenhuma espécie de autoridade moral. O senhor é que não se opõe às situações de opressão dos trabalhadores. Eu, pelo contrário, tenho-me oposto durante toda a minha vida, em toda a parte, em Portugal ou seja onde for, em qualquer parte do mundo, contra a repressão dos trabalhadores.
Cale-se e não seja ignorante.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Presidente: -Tem a palavra o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa.

O Sr. Jernónimo de Sousa (PCP): - Sr. Deputado Sousa Tavares, a sua voz grossa não me impressiona e, para o acalmar, devo dizer-lhe que sou capaz de falar mais grosso do que o senhor.

Aplausos do PCP.

O Sr. Sousa Tavares (PSD): - Idiota!

O Orador: -Sr. Deputado, o que eu disse foi que o senhor não tinha falado da Turquia.
Quanto à afirmação de ignorante, devolvo-a.
A situação da Turquia já lá vai há mais de um ano e eu nunca o ouvi falar dela. Já o tenho ouvido falar de tudo sem preceber de nada, diga-se de passagem, menos da Turquia.
Por isso, escusa de falar tão grosso. Ignorante é o senhor.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: -Não se admite que me chame aquilo que me chamou, porque, se for necessário, mais grosso falo eu.

Enquanto o senhor tem a experiência que referiu, eu tenho a experiência de 15 anos de empresa, de fábrica, de exploração, 5 anos de Parlamento e nunca admiti que nenhum deputado, seja ele quem for, esteja a mandar «bocas» como o senhor. Fale mais vezes, se for necessário, e cale-se, porque não tem o direito de falar como o fez e ofender esta Assembleia.

Aplausos do PCP.

O Sr. Sousa Tavares (PSD): - Olhe, vá à merda! Idiota! Mandrião! Vá trabalhar, que foi aquilo que nunca fez na vida! Calaceiro!

O Sr. Presidente: -Srs. Deputados, agradecia que não se mandassem calar uns aos outros, porque, dentro dos limites do Regimento, todos os deputados têm direito a usar da palavra, inscrevendo-se para isso.

Está encerrado este incidente.

Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Lemos Damião.

O Sr. Lemos Damião (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Existem factos no quotidiano dos homens que, bem poderei afirmá-lo, não tendo explicação dela não carecem, coisas que não precisam de ser ensinadas. Refiro-me àquilo que intuitiva e espontaneamente une os seres humanos nas horas difíceis, nos -momentos de desgraça, refiro-me à solidariedade humana.

São inúmeros os exemplos espalhados por esse país fora, desde os locais mais recônditos, onde porfiam, lutam e trabalham camadas anónimas de populações que sem se dar por elas contribuem, decisivamente, para a economia nacional e para o bem-estar de todos.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Bem próximos estão os dias em que a esperança, que anda sempre metida nos meios da gente simples da aldeia, brilhava ansiosa nos corações de todos aqueles que à agricultura dão o seu melhor e da qual dependem na sua globalidade. Esperança que visava o fim de uma prolongada seca com que foram tão longa e duramente causticados.
Com o fim dela, pensavam ver atenuadas as dificuldades da vida, tornando menos penosa a sua subsistência.
Ao verem modificar-se as condições meteorológicas consumavam-se as suas esperanças.
Mas como é fácil e fútil contentar, com bem pouco, quem pouco ou nada tem!
Como é fugaz a esperança e a alegria para quem parece estar condenado ao sofrimento!
De repente, num ápice, fustigados por um temporal desabrido, um lugar de uma freguesia onde o 25 de Abril ainda se não cumpriu veio para ribalta e, como não podia deixar de ser, passou a ser conhecido, mundialmente, e a figurar junto daqueles que as catástrofes, os dramas, as calamidades e os desastres notabilizaram.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Assim aconteceu no inditoso lugar de Arosa, da -freguesia de Cavês, do concelho de Cabeceiras de Basto. Num café onde estavam reunidas, pelas 21 horas, no dia 27 passado, três dezenas de pessoas em fraterno convívio, de uma