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jazendo em leitos de hospitais, a sofrerem o martírio das dores físicas e morais.
E sem desejar reviver as horas da madrugada do dia 27, em que vi, no meio da escuridão cortada por holofotes, arrancar à morte vários desses infortunados moribundos de entre os escombros dos mais variados materiais carreados por caudalosa, desgovernada e mortífera torrente de água que tudo ameaçara levar na sua frente, em tenebrosa e desenfreada galopada, precipitando-se pelas ravinas nas entranhas do Tâmega e cujo espectro mais se assemelhava a miragem dantesca, mas antes (e isso sim) por querer e para poder prestar a mais rendida homenagem a todos quantos ---e muitos foram! -, com o risco da própria vida e irmanados na solidariedade humana e cristã, cometendo actos de estoicismo e de verdadeira heroicidade, se lançaram altruisticamente em empresa assaz arriscada, mas eminentemente nobre e sublime, removendo dos escombros os ainda vivos e recolhendo os mortos.
Foram os povos circundantes; foram as variadíssimas corporações de bombeiros intervenientes; foram os elementos da GNR de várias localidades e da secção de trânsito; foram responsáveis autárquicos da região e de regiões limítrofes, com os seus edis a darem o magnífico exemplo de solidariedade; foi gente anónima de muito longe que acorreu a prestar o seu tributo de ajuda; foi, em suma, o sentimento da alma portuguesa a polarizar-se, a vibrar e a marcar a sua presença de auxílio e de interajuda, física e moral, àqueles sobre quem se abatera a desgraça, a destruição e a morte. As famílias atingidas e residentes em Arosa, na sua grande maioria, são de reduzidos recursos e vivem de um trabalho que é duro as mais das vezes, agrícola, de pequenas jeiras que se apertam na alcantilada e pedregosa serra sobranceira ao Tâmega.
Se o trabalho é árduo e o clima agreste, a sorte foi adversa para esta laboriosa gente e o luto e a dor abateram-se sobre os seus lares.
Há que ajudar e minorar o sofrimento a esta gente. No lugar de Arosa não há -família que não tenha sido afectada pela perda de familiares e entes queridos. Sobre este povoado abateu-se uma verdadeira tragédia!
Por isso mesmo, não basta que os tivéssemos acompanhado na sua dor e com eles chorássemos os seus mortos.
Há que ir bem mais longe.
Com efeito, e de imediato, o Sr. Ministro dos Assuntos Sociais ordenou um inquérito (como referiram órgãos de comunicação social) para poder prestar auxílio tão necessário a essa infeliz gente e o Sr. Ministro da Agricultura, Comércio e Pescas idêntica atitude assumiu, o que significa a sensibilidade do Governo perante a catástrofe ocorrida, tomando posição activa, como ao Executivo competia no cumprimento das suas obrigações.
Com esta atitude governamental, que louvamos, muito nos regozijamos, pois, se a justiça não se agradece, deve, todavia, reconhecer-se e assinalar-se. E é tão-só o que fazemos.
Confiamos no Governo e esperamos a actuação célere e profícua dos seus Ministros para este caso.
E se é facto que à edílidade de Cabeceiras de Basto vontade não faltaria para resolver todos os problemas subjacentes ao desastre ocorrido, a verdade é que ao Município escasseiam os necessários meios materiais e, sem a intervenção directa do Governo, não haveria possibilidade de valer e acudir ao povo de Arosa, que tão duro revés sofreu nos seus agregados familiares e equilíbrio socio-económico.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Traduzi, em quadro realista, o que foi a tragédia vivida e sofrida pelas famílias do lugar de Arosa.
As minhas últimas palavras sobre tão triste efeméride, aqui e hoje pronunciadas, quero-as dirigir precisamente a todos quantos nesse rincão de serra, no extremo da região de Basto, labutam e mourejam, no seu dia a dia, procurando uma vida digna, e que tão rude golpe sofreram na noite de 27 de Dezembro.
Significam as minhas palavras todo o respeito e apreço que os meus concidadãos me merecem e que eu, aqui nesta Casa, também represento. Por isso mesmo os invoco e os lembro, nas suas dores e luto que os envolveu, como a homenagem última e mais sentida que aqui devo prestar e lhes é devida pelos seus mortos.
Esta a condolência mais viva e representativa do CDS e de mim próprio que posso e desejo endereçar aos habitantes do lugar de Arosa, em Cavês, terras de Basto.
E, assim, vou terminar, Sr. Presidente e Srs. Deputados: como crente e homem de fé e cristão-democrata, imploro a Deus que guarde em paz as suas almas.

Aplausos do CDS, do PSD e do PPM.

O Sr. Presidente: -Tem a palavra o Sr. Deputado Alvaro Brasileiro.

O Sr. Álvaro Brasileiro (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: No decorrer das negociações da revisão do contrato colectivo de trabalho para os trabalhadores agrícolas do distrito de Santarém e para os do concelho da Azambuja, do distrito de Lisboa, os sindicatos denunciam uma grave injustiça social, que, segundo informa a comissão negociadora patronal, foi aprovada em assembleia geral de agrários e que a procuraram impor em reuniões sucessivas.
Trata-se da divisão em 2 zonas -- zona A e zona B - do distrito de Santarém e da divisão também em 2 zonas do concelho da Azambuja.
No primeiro caso, a zona A compreenderia os concelhos dz Almeirim, Alpiarça, Chamusca, Golegã, Salva-terra de Magos, Coruche, Benavente, Cartaxo e as freguesias de Pombal-:anho, Vale ide Figueira, Alcanhães, São Vicente de Paul, Ribeira de Santarém e Vale de Santarém, do concelho, de Santarém, e a zona B compreenderia as restantes freguesias de Santarém e os concelhos do Entroncamento, Rio Maior, Torres Novas, Alcanena, Tomar, Abrantes, Vila Nova da Barquinha, Cunstança, Mação, Sandoal, Ferreira do Zêzere, e Vila Nova de Ourém.
No segundo caso, o, concelho da Azambuja seria também dividido em 2 zonas, A e B, situando-se a zona A a sul da estrada nacional n.º 3 e a zona B a norte da mesma estrada nacional.
No que se refer a salários, a proposta patronal não, avança dos 18 % para a chamada zona A e defende que para a zona B se apliquem os salários estipulados no actual contrato colectivo de trabalho,