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que a minha resposta foi global, como deve calcular, e não desci ao pormenor da responder a cada um em particular. Perfeitamente que compreendi a gradação
das críticas que foram aqui feitas! Compreendi perfeitamente!
O Governo ocultou as razões do défice. Bom, há-de chegar o momento de apresentar aqui o défice e as suas razões.
O problema é de saber se o facto de, por necessidade, precisarmos de aprovar já algumas propostas de lei fiscal implica que venhamos aqui fazer um debate
como se estivéssemos a discutir a revisão do orça mento, que viremos discutir logo no início de Outubro. Penso eu, estou para aqui a falar por canta e
risco, aqui, do Sr. Secretário de Estado! Espero que ele daqui a pouco não me puxe as orelhas!
Quanto a eu referir, o violino e as cordas vocais, devo dizer que, se já não posso fazer essa afirmação nesta Assembleia, dir-me-ão até onde posto ir! O que
é que então é lícito perante esta Assembleia em matéria de debate verbal, de crítica aos Srs. Deputados.
Tenho que estar aqui atento, venerador e obrigado a VV. Ex.ªs, que só disseram coisas sublimes. VV. Ex.ªs
têm toda a razão, o Governo é um idiota

Risos.

Bem, há-de haver um limite e eu penso que não ultrapassei o limite, Sr. Deputado. Tenho até uma vaga suspeita de que V. Ex.ª gostou do violino e das cordas vocais.
Em relação a dizerem que não estão despreocupados quanto à situação económica, eu sei que o não estão. Longe de mim admitir que haja aqui um só deputado que não esteja preocupado com a situação do País. Mas não basta estar preocupada; é também preciso parecer que se está e dizer que se está quando se fala em pública. Foi isso que faltou na intervenção de alguns senhores deputados.
Já não é a primeira vez que o Sr. Deputado Carlos Brito me acusa e me pede contas por admoestar esta Assembleia. Na verdade, devo ter jeito para fazer
admoestações que o ferem mas não é essa a minha intenção. Também não aceito ser admoestada e às vezes o que nas minhas palavras parece ser uma admoestação é a reacção a algo que considera uma admoestação da Assembleia ao Governo. O Governo também não se deixa admoestar. No entanto, estamos longe de admoestar a Assembleia pois os senhores até nos podem demitir, podem mandar-nos para casa, podem deitar abaixo o Governo! Como é que eu ia ter a coragem de provocar actos tão terríveis sobre o actual Governo?
Claro que o Governo não é o único defensor do interesse nacional. Se eu dei a entender isso, peço desculpa, pois não havia, de modo nenhum, no meu espírito essa ideia, nem foi isso o que eu afirmei.
Não disse que os Srs. Deputados são um grupo de palradores, não preocupados com os problemas da economia. Eu até disse que acrescia a minha consideração pelo vosso talento oratório. No entanto, as coisas às vezes não têm o valor facial em termos de oratória. Quer dizer, a oratória pode ser muita bala, mas os problemas políticos têm que ser resolvidos com medidas concretas, neste caso com dólares - essa terrível moeda, que cresce e que encarece todos os dias.

O Sr. Azevedo Soares (CDS): - Baixou!

O Orador: - Claro que ao é ao Governo a quem cabe dizer o que é que a Assembleia da República discute. Eu nunca poderia ter essa pretensão. No entanto, também não é ã Assembleia da República a quem compete dizer o que é que o Governo deve dizer quando vem aqui usar do seu direito de falar seja o que for.
Em relação a dizer que hoje discutimos só a fornia, eu sei que hoje discutimos só a forma. Porém, o problema como a forma foi discutida pôs-se em termos de não haver a violação de nenhuma norma expressa, de haver violação de princípios que só eram inconstitucionais a partir de certo grau. Dai o tipo das minhas objecções,
Referiu-se também que ainda não se conseguiu um debate sobre política económico-financeira do Governo. Estivemos em férias; conseguimos férias, o que já não foi mau. Por outro lado, o Governo entendeu que devia propor à Assembleia estas leis e a Assembleia, através da maioria que a apoia e que é soberana - tão soberana que nem sempre está de acordo com as propostas do Governo -, entendeu que agora só se discutia isto. Bem, nós acatámos essa deliberação, pois compete-nos acatá-la. Não se vá pensar que viemos aqui fazer levantar cada um dos senhores deputados para significarem o voto.

A Sra. Zita reabra (PCP): - Vieram agora!

O Orador: - Os Srs. Deputados querem encontrar soluções e contribuírem para elas. Registo esse facto e tomo-o pelo valor facial. Espero, na verdade, que o debate parlamentar com o Partido Comunista, dentro e fora do Parlamento, possa ser um debate construtivo no sentido da procura de soluções e não só, como por vezes parece, no sentido da procura de dificuldades.

O Sr. Deputado José Magalhães disse que eu não expliquei isto, que não expliquei aquilo. Devo dizer-lhe, Sr. Deputado, que fui até onde pude.

Em relação ao «pranto» do défice, eu não deveria estar aqui a «prantear» o défice. Deveria até, talvez, cantá-lo ou vir aqui dizer que o défice é uma coisa formidável, boa, viva o défice!

Risos.

Também foi referido que eu confundia crítica política com insulto. Sr. Deputado, dizer-me isso depois do discurso que ouviu. Dizer-me que confundo crítica política com insulto, devo dizer-lhe que, se cometi esse erro, fi-lo na apreciação daquilo que o senhor disse, mas V. Ex.ª cometeu esse erro ao dizê-lo, desculpe que lhe diga. Mas, enfim, se não houve insulto retiro essa afirmação.

Disseram ainda que se formos à rua ouvimos pior; se formos à rua é possível que ouçamos pior e também é possível que ouçamos melhor. No entanto, lembro ao Sr. Deputado que não estou na rua. Nesta altura gostaria de não ouvir aquilo que ouço na rua.

Por que não alterar o OGE pelo meio próprio? Mas não estamos a alterar o OGE. Eu já tentei defender o meu ponto de vista no sentido de que não vejo em parte nenhuma a proibição da criação de leis fiscais fora do orçamento. Se é prática comum que essas leis fiscais e o produto por elas gerado tenha que ter o enquadramento do orçamento, então terá

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