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324 I SÉRIE - NÚMERO 11

contra o nosso texto em nome dessas ideais Sr. Deputado faz me lembrar os conceitos que consideravam que a política se identificava com a interpretaçâo da História Estamos mu to longe disso estamos do lado contrário a isso pelo que considero que este texto é legitimo e a nossa posição está justificada.
Embora o vosso texto seja diferente do nosso seria uma estultícia da nossa parte acharmos que sono nosso texto é que era bom.
Como vê Sr. Deputado Manuel Alegre os factos revelam o pensamento que vai na cabeça de cada um de nos e ainda bem que através da liberdade da nossa acção temos liberdade de demonstrar o que nos vai na cabeça.
Sr. Deputado referindo me agora ao seu partido pergunto o Partido Socialista está contra nós porque?
Nos fundamentos do voto que VV. Ex.ªs apresentaram e a propósito dos acontecimentos que invocamos o PS diz que o grande combate que na altura se travava era contra a ditadura salazarista contra a guerra colonial Era mas não era esse o único combate nem se pode dizer que fosse o máximo combate Era um grande combate mas havia outros grandes combates.
Assim por exemplo Sr. Deputado lutava se contra a ditadura em nome de uma nova ditadura ou em nome da democracia?
A resposta a esta pergunta é fundamental e explica as diversidades que os senhores referem e que têm receio de chamar de contradições.
O combate era pela entrega das ex colónias ao campo comunista ou ao campo da democracia.
Como e Sr. Deputado grandes combates sei travavam ao mesmo tempo.
Sr. Deputado aproveito para citar algumas passagens de um artigo publicado no jornal semanário Expresso da autoria de uma testemunha insuspeita José Rabaça que a certa altura dizia Mário Soares terá sido o i principal responsa el e o primeiro dos entusiastas pelo apareci mento da CEUD para além das listas da CDE subordinadas ao PC surgiram em vários distritos as outras com personalidades desligadas do partido E mais adiante diz a ainda logicamente o PC não gosta a de nós ao Domingues Megre chamava lhe o Rockefeller.
Lembro-lhe Sr. Deputado que a Humberto Delgado o PCP chama a lhe o General Coca Cola. Pelos vistos o PCP não gosta a do PS de Mário Soares mas gosta muito deste Infelizmente e embora muitos socialistas não estejam de acordo este PS está se não a gostar a dar se muito bem com este PCP sobretudo sobre questões fundamentais Está pura e simplesmente de joelhos perante os seus tabus.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr Manuel Alegre (PS): - Sr. Presidente peço a palavra para exercer o direito de defesa da honra e consideração.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra Sr. Deputado.

O Sr. Manuel Alegre (PS): - Sr. Presidente Srs. Deputados: Em primeiro lugar o Partido Socialista tem uma história e uma memória nunca esteve de joelhos nem antes do 25 de Abril contra a ditadura salazarista nem depois do 25 de Abril quando a liberdade foi posta em nisso nem hoje perante o novo vislumbre de autoritarismo e de hegemonia personificado pelo PSD.

Aplausos do PS.

Protestos do PSD.

Não fazemos falsificações da Historia nem somos com entes com interpretações tendenciosas dos factos históricos Por isso pensamos que o nosso papel corres ponde muito mais a tudo o que se passou.
Na verdade as forças políticas que lutaram contra a ditadura salazarista não tinham todas nem a mesma ideologia nem os mesmos objectivos políticos mas o comportamento do Partido Socialista ficou muito claro quando depois do 25 de Abril se verificou de no o um dês 10 ou uma tentação totalitária em Portugal Nessa altura a atitude do PS foi bem clara.
Mantenho o que já afirmei em 1969 o confronto essencial era um confronto entre a oposição e a ditadura Era o confronto essencial e não é dele que os senhores agora falam De facto fazem uma manipulação das eleições de 1969 para tirarem conclusões que servem conferencias políticas do momento.
Esta atitude merecia também uma leitura e uma qualificação política mas como não pretendo insultar ninguém abstenho me de adjectivos e de qualificações Saliento no entanto que é sempre perigoso rescrever a História manipular a História e sempre perigoso por muito grande que seja a maioria pretender submeter a História à vontade de uma maioria seja ela qual for.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para dar explicações se o desejar tem a palavra o Sr. Deputado Silva Marques.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr. Deputado Manuel Alegre V. Ex.ª confunde perigo com incomodidade. A nossa iniciativa não é perigosa a vossa resposta é que será perigosa. A nossa inicial a é incómoda. Repare Sr. Deputado Manuel Alegre V. Ex.ª disse que o essencial e o que o choca é não reconhecermos esse essencial naquela altura era a luta contra a ditadura. Sem dúvida!

O Sr. Manuel Alegre (PS): - Então por que é que não o dizem? Não esta no osso documento.

O Orador: - Mas se assim é por que é que o Sr. Deputado não condena a atitude de Mário Soares ao romper com a unidade democrática? Se essa essência idade tudo justifica era inaceitável a ruptura de Mário Soares e de Rabaça O seu argumento Sr Deputado Manuel Alegre é inconsistente.
Felizmente a democracia existe em Portugal e nenhum de nós tem a obrigação de guardar silencio ou de fazer cerimónia com os outros no debate político porque fazer cerimónia seria uma ofensa ao debate frontal a que todos temos obrigação de proceder e de respeitar.
Por isso Sr Deputado Manuel Alegre a nossa atitude não é perigosa e incómoda sobretudo.

O Sr. Manuel Alegre (PS): - E perigosa para os senhores!

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