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11 DE ABRIL DE 1990 2189

Jaime José Matos da Gama.
João António Gomes Proença.
João Eduardo Coelho Ferraz de Abreu.
João Rosado Correia.
João Rui Gaspar de Almeida.
Jorge Lacão Costa.
José Apolinário Nunes Portada.
José Ernesto Figueira dos Reis.
José Manuel Lello Ribeiro de Almeida.
José Manuel Oliveira Gameiro dos Santos.
José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.
Júlio Francisco Miranda Calha.
Luís Geordano dos Santos Covas.
Manuel Alegre de Melo Duarte.
Manuel António dos Santos.
Maria Julieta Ferreira B. Sampaio.
Maria Teresa Santa Clara Gomes.
Mário Augusto Sottomayor Leal Cardia.
Mário Manuel Cal Brandão.
Raúl d'Assunção Pimenta Rogo.
Rui António Ferreira Cunha.
Rui do Nascimento Rabaça Vieira.
Vítor Manuel Caio Roque.

Partido Comunista Português (PCP):

António Filipe Gaião Rodrigues.
António da Silva Mota.
Apolónia Maria Pereira Teixeira.
Carlos Alfredo Brito.
Domingos Abrantes Ferreira.
Jerónimo Carvalho de Sousa.
João António Gonçalves do Amaral.
Joaquim António Rebocho Teixeira.
José Manuel Maia Nunes de Almeida.
José Manuel Santos Magalhães.
Júlio José Antunes.
Lino António Marques de Carvalho.
Maria de Lourdes Hespanhol.
Octávio Augusto Teixeira.
Octávio Rodrigues Pato.
Sérgio José Ferreira Ribeiro.

Partido Renovador Democrático (PRD):

António Alves Marques Júnior.
Hermínio Paiva Fernandes Martinho.
Isabel Maria Ferreira Espada.
José Carlos Pereira Lilaia.
Natália de Oliveira Correia.
Rui José dos Santos Silva.

Centro Democrático Social (CDS):

Basílio Adolfo de M. Horta da Franca.
José Luís Nogueira de Brito.
Narana Sinai Coissoró.

Partido Ecologista Os Verdes (MEP/PEV):

André Valente Martins.

Deputados independentes:

Carlos Matos Chaves de Macedo.
João Cerveira Corregedor da Fonseca.
Maria Helena Salema Roseta.
Raul Fernandes de Morais e Castro.

Sr. Presidente da República Popular de Moçambique, Sr. Presidente da República, Sr. Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Sr. Presidente do Tribunal Constitucional, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, Excelências, minhas Senhoras e meus Senhores: A Assembleia da República tem a subida honra e o maior júbilo em receber o mais alto magistrado da República Popular de Moçambique, o Presidente Joaquim Chissano.
Aqui esteve, nesta nobre Sala do Senado, em 1983, o antecessor de V. Ex.ª, o Presidente Samora Machel, a quem então tivemos o privilégio de dar as boas-vindas em nome do Parlamento e do povo português.
Queremos reafirmar a nossa amizade com Moçambique e V. Ex.ª; sua excelentes as nossas relações, facto que desejamos realçar e deixar registado.
Antes de mais, seja-me permitido começar por uma referência que, embora de natureza pessoal, bem pode servir de explicação para a maneira como vivemos, aprendemos e sentimos Moçambique.
Na minha critica pelo mundo, vivi mais de cinco anos em Moçambique, onde trabalhei como professor e primeiro responsável pela sua Universidade.
Conheço o país. Desde a impressionante baía de Pernba, às ruas floridas de jacarandás de Maputo. Percorri os prados da Gorongosa. Trago comigo a visito das queimadas, os murmúrios ritmados das noites cálidas, o perfume da paisagem africana. Não esqueço o exuberante colorido da baía e porto de Nacala. Por ele, tal como pelos restantes portos, se traziam e levavam para Moçambique e para os seus hinterlands, riquezas e esperanças. Bebi a água do Umbeluzi.
Retenho a visão da jóia preciosa e ímpar que é a ilha de Moçambique, que espero seja em breve classificada como património mundial.
Tenho assim recordações do país físico e da sua beleza.
Mas não apenas essas. Já que, como disse o poeta e ensaísta moçambicano Grabato Dias, faz parte de mim «regressar sobre o rasto de cada viagem aos portos futuros que balizam as recordações». E porque vivi no meio universitário e da educação -onde era mais franco e aberto o discurso das ideias -, foi-me dada a oportunidade de mergulhar na alma moçambicana e nas aspirações do seu povo. Conhecer, em larga medida, como queria moldar o seu destino. Aprendi a apreciá-lo e a respeitá-lo.
Por tudo isso compreendi as palavras de Samora Machel, em Coimbra: «Em Moçambique há um Estado, mas não ainda uma Nação, que é preciso construir.» Visão a um tempo profunda e de um pragmatismo exemplar, de grande estadista, fundador do Estado Moçambicano.
Construção que, de então para cá, deu passos enormes, nos quais é de inteira justiça reconhecer o pensamento e acção de V. Ex.ª, Sr. Presidente.
Vivemos nos dias de hoje um importante período da história da humanidade, talvez sem paralelo anterior. Estamos a entrar numa nova era.
Chamar-lhe-emos a era da conquista do espaço e da tecnologia ou a da afirmação dos direitos do homem? Inclino-me para a segunda hipótese, porque queremos solidariedade, justiça e paz.
Para tanto, os homens políticos terão de desbravar novos caminhos, procurar renovados entendimentos, plasmar dinâmicas quo se adaptem à evolução dos quereres dos povos, a partir das vivências que constituem o seu lastro cultural.