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1138 I SÉRIE - NÚMERO 34

problemas - aliás, a intervenção do Sr. Deputado Carlos Duarte é claríssima neste sentido.
Eu apresentei aqui, nesta intervenção, ideias claras sobre a forma como fazer a prevenção.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Mais: distingui tudo aquilo em que estamos de acordo daquilo que acho que 6 decisivo para a prevenção, mas em que não há acordo, e desafiei o Sr. Deputado e o Governo a discutirem essas medidas connosco e a dizerem se é verdade ou não que, sendo tais medidas implementadas no terreno, fica imediata e substancialmente reduzida a área ardida. E os Srs. Deputados, que, como eu, conhecem o mundo rural e a questão dos incêndios, sabem perfeitamente que não há outra forma que não seja esta.
Por conseguinte, não vale a pena continuar a falar em caminhos, em aceiros, em carros de bombeiros, em mangueiras ou tipos de água, pois essa é apenas uma pane. Com efeito, se não fizerem a outra, a floresta desaparece!

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Por outro lado, eu nunca fui um membro do governo ligado às florestas. E discordo da filosofia dos diplomas do PCP porque apresentei a própria filosofia em que aceito o combate aos incêndios. Assim, estou disponível para discutir com a maioria, com o Governo ou outros partidos qualquer outro projecto que seja mais capaz do que as ideias que apresentei aqui.
Em relação ao referido pelo Sr. Deputado Herculano Pombo, a questão da floresta em Portugal consubstancia um dos maiores crimes que este Governo tem estado a cometer.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - É que, por interesses de grupos ligados ao Governo, este lançou a questão do eucalipto.
Na verdade, eu não condeno o eucalipto. O que condeno é o facto de os senhores saberem que, no dia em que houver paz em África, o eucalipto tem lá, em quatro anos e meio, o mesmo rendimento que tem aqui em 10 anos. Os senhores sabem que, neste momento, 100 mil hectares de eucaliptos à beira de Benguela são disputadíssimos por interesses nacionais e internacionais. Portanto, o que os senhores estão a fazer é a lançar um tipo de floresta que, a médio e a longo prazos, não vai ler possibilidades de sobreviver em Portugal.
Assim, quando deveriam encaminhar esse sector industrial para a produção de papel, continuam a proteger, por interesses de grupos que já aqui demonstrei há dias nesta Assembleia...

O Sr. João Silva Maçãs (PSD): - Não demonstrou nada!

O Orador: - Bem, então, se quiser, poderemos discutir isso!
Portanto, como ia dizendo, os senhores continuam a fomentar a trituração de eucalipto em vez de o fazerem relativamente a uma indústria ligada à produção de papel em Portugal.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - É um facto que o Governo não está interessado nisto, pois, em sede de discussão do Orçamento, foi-lhe colocada várias vezes a necessidade de ter um plano de prevenção para a floresta, não se tendo disponibilizado a fornecer meios. Mais: vive da caridade das celuloses, uma vez que uma parte dos 700 mil contos destinados à prevenção foi oferecida ao Governo, com cerimónia pública e tudo!
É este o tipo de Governo, que vive da caridade para fazer face à prevenção, que depois, no Verão, anda aí com aviões, avionetes e helicópteros só para inglês ver e não para preservar! É que eu acreditaria que o Governo estava interessado em defender a floresta se tivesse apresentado nesta Casa um plano de prevenção da própria floresta.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Relativamente à questão da biomassa, há um pequeno núcleo de aproveitamento de biomassa - vale a pena contar isto - que foi criado no distrito de Coimbra, em Miranda do Corvo.

Vozes do PSD: - É um contador de histórias!

O Sr. João Silva Maçãs (PSD): - Conte aquela história dos 40 fogos por hectare!

O Orador: - Ora, por divergências entre a Direcção-Geral de Energia e a Direcção-Geral das Florestas, aquele núcleo experimental...

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado António Campos, o meu receio é que tenha muito para contar e já leva seis minutos e meio...

Risos do PSD.

O Orador: - Bem, então apenas gostaria de dizer que, de facto, este Governo tem parado esse centro de aproveitamento de biomassa. Tem algum êxito no Programa VALOREN - é um facto -, mas, em relação ao aproveitamento da biomassa, o seu trabalho é uma nulidade, quando penso que aqui 6 que, de facto, se encontra o verdadeiro petróleo verde para Portugal!

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Trata-se de um milhão de barris de petróleo que perdemos, numa altura em que em todo o mundo se discutem alternativas renováveis para a energia.

Aplausos do PS.

O Sr. João Silva Maçãs (PSD): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito?

O Sr. João Silva Maçãs (PSD): - Para exercer o direito de defesa da honra e consideração.

O Sr. Presidente: - Faça favor.

O Sr. João Silva Maçãs (PSD): - Sr. Deputado António Campos, em primeiro lugar quero chamar-lhe a atenção para o facto de V. Ex.ª estar certamente a sofrer de uma arteriosclerose num estado um pouco avançado...

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