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19 DE MARÇO DE 1993 1765

O Orador: - Dizia eu, Sr. Presidente e Srs. Deputados, que nem uma única vez o Sr. Deputado do Partido Socialista utilizou a palavra «socialismo». Nós temos muita honra em ser sociais-democratas, pelo que seguimos uma política reformista Social-Democrata moderna. Os comunistas têm honra e defendem com coerência as suas ideologias. O CDS/PP...

Risos.

... defende com coerência as suas novas ideologias. Só VV. Ex.ª é que têm vergonha de defender o socialismo nesta Casa. Percebo porquê...

Protestos do PS.

Sr. Deputado Manuel dos Santos, V. Ex.as, falou em «desorientação» «irresponsabilidade» e «insensibilidade». São três características...

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, já esgotou os três minutos de que dispunha.

O Orador: - Vou concluir, Sr. Presidente.
V. Ex.ª, Sr. Deputado Manuel dos Santos, tem direito a essa desorientação. E porquê? Porque veio para aqui dizer que o Governo não soube responder à crise e que a economia portuguesa se comportou mal. O Sr. Deputado, considero que, em 1992, a economia portuguesa, face à evolução externa, comportou-se muitíssimo bem e podemos ver, na balança comercial, que as exportações cresceram, tendo aumentado as quotas de mercado nos bens e nos serviços que estão em expansão na economia internacional e as importações, que cresceram em equipamento e bens de consumo, que são claramente característicos da subida do nível de vida dos portugueses.
Quanto à «insensibilidade» e à «irresponsabilidade», maior irresponsabilidade é a do Partido Socialista, porque uma das componente sociais mais importantes é a criação e manutenção de empregos e VV. Ex.as têm obstaculizado a que haja moderação salarial e moderação financeira.

Protestos do PS.

VV. Ex.as têm feito tudo para inviabilizar o acordo social que houve nos outros anos. Gostaria, pois, que me respondesse à questão de saber se é possível manter o emprego e o crescimento económico sem moderação salarial e financeira.
Relativamente à evolução, V. Ex.ª fala em cise financeira, mas ainda ontem o Sr. secretário-geral do Partido Socialista pediu que o escudo fosse desvalorizado. Basta ver o comportamento do escudo nestas duas últimas semanas para ver que ele até se desvalorizou. No entanto, Sr. Presidente, não é com desvalorizações que se aumenta a competitividade mas, sim, através do aumento da produtividade e do crescimento sustentado.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, tem mesmo de concluir, pois já se alongou demasiado.

O Orador: - Vou concluir, Sr. Presidente.
«Irresponsabilidade», Srs. Deputados do PS, é terem porta-vozes, porventura oriundos de partidos mais à esquerda do PS, que dizem uma coisa, enquanto outros responsáveis do PS dizem outra!...

0 Sr. Presidente: - Faça fava de concluir, Sr Deputado.

O Orador: - Concluo já, Sr. Presidente.
VV. Ex.as sofrem daquilo a que se chama sinistrose. VV. Ex.as são insensíveis? São! VV. Ex.as têm um governo-sombra... Mas, Sr. Vice-Presidente da bancada socialista Deputado Manuel dos Santos, com estas vossas posições, ausentes de alternativas, podem ter o governo-sombra que quiserem, porque ele para nada servirá durante muitos anos!

Vozes do PSD: - Muito bem!

Protestos do PS.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, façam o obséquio de serenar um pouco!...
Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Manuel dos Santos.

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Sr. Presidente, vou responder ao Sr. Deputado Rui Carp, não utilizando, porém, a mesma metodologia relativamente aos outros Srs. Deputados que se inscreveram para pedir esclarecimentos. E isto não por falta de respeito para com eles - aliás, neste momento, desconheço quais sejam os Deputados inscritos -, mas apenas porque, ouvindo a quente a intervenção do Sr. Deputado Rui Carp, tive tanta dificuldade em compreender onde ele queria chegar que, se deixar passar algum tempo, então, seguramente não saberei mesmo!
E vou ser muito breve porque, da sua intervenção, só consegui reter duas ou três coisas.
O Sr. Deputado Rui Carp começou por contar-nos aqui uma anedota, que não me espanta, acerca de uma criança que não sabia o que era o socialismo. Penso que uma criança não saber o que é o socialismo e querer sabê-lo é altamente positivo. O que é preocupante é a anedota ínsita na anedota explícita contada pelo Sr. Deputado, ou seja, a de um adulto não saber o que é a social-democracia. Essa é que é a verdadeira anedota!

Aplausos do PS.

O Sr. Deputado Rui Carp disse que não falei em socialismo. Ora, se estive sempre a falar do Sr. Primeiro-Ministro, como é que podia falar em socialismo?!

Aplausos do PS.

Se o satisfaz, não me importo, não por «castigo» mas por convicção muito intima, pessoal e interiorizada, de dizer aqui 20 vezes seguidas: socialismo, socialismo, socialismo!... Mas, Sr. Deputado, quero referir o seguinte: melhor do que repetir isso 20 vezes, posso dizer-lhe é que o PS e eu pessoalmente entendemos que a democracia, a solidariedade e o socialismo são ideias que estão permanentemente no nosso discurso, nas nossas intervenções e na nossa prática.

O Sr. Rui Carp (PSD): - Ah!

O Orador: - Quanto à questão a que começou a aludir esperava mais, até já tinha as respostas adequadas, pelo que aí fiquei definitivamente desiludido- acerca dos porta-vozes, provavelmente, queria referir-se ao porta-voz para a indústria. Devo dizer-lhe que subscrevo inteiramente todas as afirmações feitas ultimamente pelo porta-voz da indústria. Mas, admitindo que haja alguma divergência, isso faz parte da

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