O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

16 DE JUNHO DE 1994 2567

quem perde é que justifica! Os senhores é que têm de justificar a derrota, não sou eu quem tem de justificar a vitória, uma vez que está justificar por si própria!

Vozes do PS: - Muito bem!

0 Orador - Depois, o senhor teve um momento menos belo da sua oratória ao negar a minha sinceridade. Sr. Deputado, nenhum de nós deve entrar na qualificação dos sentimentos dos outros, mas a verdade é que me parece mais sincero aquele que diz que ganhar é ganhar do que aquele que diz que perder é ganhar!... Parece-me que aí é que deve haver alguma quebra de sinceridade!

Risos do PS.

0 Sr. Manuel Alegre (PS): - É o "ganha/perde"!

0 Orador: - Já agora, o senhor acha mesmo que o indivíduo que escreveu que a rosa é o sonho de uma cebola é mesmo um poeta?!...

Risos e aplausos do PS.

Depois, o senhor disse, que eu não falei do susto. Ó Sr. Deputado, falasse ou não falasse, grande susto os senhores apanharam!...

Vozes do PS: - Apanharam, pois!

0 Orador: - Disse, ainda, que falámos de uma vitória esmagadora. Sr. Deputado, fomos tão modestos, pela voz do Sr. Secretário-Geral, ao dizer que para nós um voto a mais já é uma vitória. Se poder ser mais do que um, claro, é melhor. Tivemos esse voto e até um bónus de alguns mais, mas não nos retire essa vitória e não a transfira para o seu partido, porque isso não tem senso.
0 Sr. Deputado referiu também que eu não teria pensado tudo o que disse. Bom, não sei em que é que baseia essa sua afirmação, pois é evidente que eu penso sempre o que digo e até costumo pensar maduramente naquilo que digo, embora, por vezes, tenha alguns repentes, o que não foi o caso!
0 senhor disse ainda que aquilo que pedimos ao povo ele não nos deu. Então, o senhor acha que aquilo que vocês pediram ao povo ele deu-vos?

Risos do PS e do CDS-PP.

0 Sr. José Vera Jardim (PS): - Mas eles estão contentes!

0 Orador: - Em Bragança, subimos 7,7 %, o que não é nada mau, Sr. Deputado! Que belo princípio para as legislativas que aí vêm.
Por outro lado, disse que nós confundimos combatividade com bravata. Mas não foi o Sr. Primeiro-Ministro quem deu o tom da campanha relativamente desbocada quando, perante a sombra tutelar da Torre de Belém, insultou toda a gente e mais alguém?

0 Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - Exactamente!

0 Orador: - Não é a nós que ele chama miserabilistas, profetas da desgraça e sei lá mais o quê? Não é a nós que ele acusa de irresponsáveis?

0 Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - De especuladores!

0 Orador: - Não é ele que diz que desestabilizamos a moeda? Não é ele que diz todos estes horrores? Acha que isto são maneiras?... Por isso é que eu disse que todos nos excedemos e lamento-o; aliás, não sei se eu próprio também não o fiz, não tenho ideia disso.
De qualquer forma, penaliza-me que assim tenha sido, mas não me parece que a campanha tenha sido inferior em correcção a qualquer outra campanha democrática no nosso país ou fora dele.
Falar em Guterres como ungido do Senhor ... ! Mas, então, o único homem Missus a Deo não é o nosso Primeiro-Ministro?!

Risos do PS.

Não é ele que é infalível como o Papa? Não é ele que é tão insubstituível como o Sol? Onde é que há outro político com estas características?

Risos do PS.

Não há nenhum! Ungido é ele e só ele, não vejo outro...

Risos do PS.

Não se pode utilizar a palavra ungido em relação a outra pessoa senão aquela que é infalível, que é insubstituível, que é perfeita, que é enviada pelo próprio Deus ... !

Risos e aplausos do PS.

Que alguns amigos do Dr. Mário Soares digam que o Engenheiro Guterres e o PS não são alternativa, isso só quer significar que a liberdade de opinião é tal neste país que até inclui o próprio disparate!...

Eu também sou amigo do Dr. Mário Soares e repudio totalmente que, em democracia - normal -, um partido como o PS, que acaba de averbar uma segunda vitória sucessiva, que teve nas últimas eleições o maior resultado eleitoral de sempre, que nas próprias legislativas teve, em termos de oposição europeia, uma votação que é quase de luxo, perto de 30 %, que tem o passado que tem...

0 Sr. Nuno Delerue (PSD): - 15to é para o Presidente!

0 Orador: - ... em termos de responsabilidades governativas, não seja alternativa. Em que democracia, ou em que não democracia, estamos nós?

Aplausos do PS.

0 Sr. Deputado Duarte Lima perguntou-me, ainda, se a interpretação dos resultados nos dá tranquilidade suficiente. Dá-nos, Sr. Deputado Duarte Lima, a esperança suficiente para que os senhores não possam. ter mais esperança do que nós num bom resultado nas próximas eleições legislativas.

Aplausos do PS.

0 Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Octávio Teixeira.

0 Sr. Octávio Teixeira (PCP): - Sr. Deputado Almeida Santos, a sua intervenção suscita-me quatro breves anotações, que não poderia deixar passar em claro.
A primeira tem a ver com uma referência que o senhor fez ao resultado da CDU, dizendo que os vaticínios do desaparecimento da CDU e do PCP tinham falhado.

Páginas Relacionadas
Página 2583:
16 DE JUNHO DE 1994 2583 Vamos passar à apreciação, também na generalidade, da proposta de
Pág.Página 2583
Página 2584:
2584 I SÉRIE - NÚMERO 79 No fundo, o que parecia questionar-se era a real intenção do Gover
Pág.Página 2584
Página 2585:
16 DE JUNHO DE 1994 2585 falou, terei oportunidade de me referir numa intervenção que farei
Pág.Página 2585
Página 2586:
2586 I SÉRIE - NÚMERO 79 osa, ou seja, uma inconstitucionalidade de receio, por medo ou por
Pág.Página 2586
Página 2593:
16 DE JUNHO DE 1994 2593 O Sr. Presidente (Adriano Moreira): - Tem a palavra o Sr. Secretár
Pág.Página 2593
Página 2594:
2594 I SÉRIE - NÚMERO 79 que pode fazer é o mesmo que faz relativamente aos cidadãos portug
Pág.Página 2594