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1421 | I Série - Número 024 | 27 de Novembro de 2003

 

estrutura enfrentou o fenómeno potenciou as suas consequências e favoreceu a tragédia a que todos, infelizmente, assistimos.
A desorientação dos responsáveis e do Governo atingiu proporções tais que chegou mesmo a ser patética e surrealista a forma como alguns ministros reagiram no terreno.

O Sr. José Magalhães (PS): - Muito bem!

O Orador: - Todos estarão lembrados das declarações do Ministro do Ambiente a responsabilizar os ex-combatentes, deixando incomodados não apenas os visados como o próprio Governo que se apressou a desmenti-lo.
E é certamente por receio do rebentamento de mais alguma "granada política" com origem no Ministério do Ambiente que o PSD se tem esforçado, em sede de Comissão, por evitar a vinda do Sr. Ministro, escondendo-o, e sugerindo a vinda, em seu lugar, de um dos seus Secretários de Estado, num claro e indisfarçável sinal da incomodidade crescente que a presença deste Ministro no Governo vem provocando.

A Sr.ª Celeste Correia (PS): - Muito bem!

O Orador: - As coisas chegaram a tais proporções que o próprio Primeiro-Ministro se viu obrigado a ir para o terreno, durante o período crítico, numa tentativa de travar a espiral de descoordenação e desvario que atingiu o seu Governo - pelos vistos sem grande êxito, se atendermos ao balanço final da campanha. Aliás, outra coisa não seria de esperar face aos sintomas de contágio que, a partir de certa altura, o próprio Primeiro-Ministro evidenciou.

O Sr. José Junqueiro (PS): - Muito bem!

O Orador: - Ensaiou, mais uma vez, uma fuga em frente, anunciando um Livro Branco quando deveria ter anunciado um "Livro Negro" e, ao mesmo tempo, sugerindo estarmos perante uma conspiração criminosa, clamando por fantasmas sempre úteis nestas circunstâncias.

A Sr.ª Manuela Melo (PS): - Exactamente!

O Orador: - Tentando dar corpo à ideia, até chamou o Director da Polícia Judiciária a São Bento, publicitando a audiência e proferindo declarações com a solenidade devida.
No entanto, e enquanto tudo isto acontecia, o País continuava a arder e, no terreno, aquilo que vimos foram os bombeiros, generosa e empenhadamente, a combater os incêndios até à exaustão.

Aplausos do PS.

Ou seja e em síntese, o Governo comportou-se durante a crise dos fogos como a orquestra do Titanic que continuou a tocar enquanto o barco se afundava!
Mas como se tudo isto não bastasse, e apesar das sucessivas e reiteradas profissões de fé no sistema de coordenação e nos seus responsáveis que o Sr. Ministro da Administração Interna foi fazendo, dia sim, dia não, durante o período crítico, vem agora o seu louvado ex-presidente, Eng.º Leal Martins, desmenti-lo, assumindo a descoordenação do Serviço e, mais grave, acusando autarcas e membros do Governo de estarem na origem de pressões totalmente ilegítimas e com óbvia interferência na operacionalidade e no direccionamento dos meios.
O Eng.º Leal Martins chega a afirmar, inclusive, que terá havido obstaculização, por parte de autarcas, no que respeita ao accionamento dos Planos Municipais de Emergência e Protecção Civil, condição sine qua non para que possam ser accionados os planos de nível superior.
Tudo isto são dados novos e relevantes, de enorme gravidade, cujo esclarecimento é indispensável para se poder compreender cabalmente o que se passou neste Verão.
E não se diga que o facto de o Sr. Ministro ter assumido publicamente a existência de alguma descoordenação constitui uma resposta suficiente e tranquilizadora ou satisfatória.
E nem sequer me refiro às eventuais situações denunciadas e passíveis de procedimento criminal que o Sr. Ministro, e muito bem, já remeteu para a sede própria, a Procuradoria-Geral da República.
Dois meses volvidos e apesar dos factos, o Governo e a maioria que o suporta persistem em manter a mesma atitude que a avestruz perante o perigo, optando por "enterrar a cabeça na areia".
Hoje mesmo, em reunião de coordenação da Comissão Eventual para os Incêndios Florestais, a maioria

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