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4900 | I Série - Número 089 | 20 de Maio de 2004

 

Entretanto, reassumiu a presidência a Sr.ª Vice-Presidente Leonor Beleza.

A Sr.ª Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Pinho de Almeida.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): - Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Encontramo-nos aqui hoje para discutir economia. Mas, em relação à economia, a oposição só é capaz de falar da crise. Não da sua, mas a da economia!
Não têm uma visão positiva do País. Não são capazes de a ter, pois é contra a sua natureza. Não são capazes de falar do futuro da economia de Portugal. Falam do passado e, com sorte, conseguem dizer alguma coisa sobre o presente. Falam de um país à sua imagem, um país que é exactamente o país que vê a oposição como quem se vê ao espelho.
É contra esta visão de país que estamos e é contra esta visão de país que têm de estar as novas gerações; uma visão cinzenta de bolor e de bafio, uma visão de que este é um país que não interessa às novas gerações e um país que nunca poderá ter futuro. Estamos contra esta visão de um país gasto, de um país resignado, de um país sem objectivos, de um país que não acredita em si próprio. É contra esta imagem de país nós estamos!
Ao contrário de nós, a oposição e os sindicatos só são capazes de falar desse país, porque quando tiveram oportunidade de resolver alguma coisa, continuaram a viver nesse país, porque esse é, de facto, o seu país. Mas não é o nosso!
A oposição nada propõe de construtivo e a maioria dos sindicatos que temos faz coro com a oposição e não consegue também ter nem um papel de dinamização nem um papel construtivo.
Há coisas que não é suposto questionar-se na sociedade portuguesa, mas é importante que aqueles que são mais novos rompam com esses complexos e com essas limitações e questionem algumas coisas importantes. Uma delas é o papel dos sindicatos que temos na actual democracia portuguesa. É importante questionarmo-nos sobre o papel que eles desempenham e sobre as respostas que dão aos problemas que temos.
A maioria dos sindicatos que temos algum dia se disponibilizou para resolver os problemas das empresas?! Algum dia disse que a resolução dos problemas das empresas podia, por exemplo, começar pela disponibilidade dos próprios trabalhadores ou exige sempre aos mesmos, exige sempre a mesma coisa e tem sempre as mesmas propostas, não percebendo que isso não resolve absolutamente nada?!

O Sr. Mota Andrade (PS): - Olhe a TAP!

O Orador: - Em relação ao horário de trabalho, se for de 40 horas, quer 35; se for de 35 horas, quer 30; se for de 30 horas, quer 25 horas; e, se algum dia chegasse a 30 minutos, a maioria dos sindicatos que temos ia querer que fosse de 15 minutos, porque achava que 30 minutos era uma violência.
Quem propõe isto, quem assim fala, não tem credibilidade. E não tem credibilidade, porque não é capaz de ter objectivos de fundo, tem meros objectivos estratégicos e conjunturais, que se destinam, única e exclusivamente, a manter o seu peso e nunca a ter um papel verdadeiramente construtivo na sociedade portuguesa.

O Sr. Vieira da Silva (PS): - E a concertação social?!

O Orador: - São esses sindicatos que nada trazem à juventude portuguesa e que são os primeiros a reconhecer que não conseguem atrair os jovens, só ainda não perceberam porquê. Mas também são esses sindicatos que não são capazes de lidar, de uma forma positiva, com a democracia consolidada em que hoje em dia vivemos; que vêm à Assembleia da República e desrespeitam as instituições democráticas e aqueles que, ao contrário deles, são eleitos pelos portugueses de uma forma democrática,…

O Sr. Jorge Nuno Sá (PSD): - Muito bem!

O Orador: - … e que estão no exercício de um mandato que lhes é conferido pela Constituição,…

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

… Assembleia que, no dia seguinte, depois de ter sido insultada, é capaz de dizer-lhes que tem gosto em recebê-los em qualquer comissão parlamentar.
Ora, a Assembleia da República tem de ser a primeira a dar-se ao respeito e a perceber que não pode nem deve tratar desta maneira quem a desrespeita, porque, assim, está a fragilizar-se a si própria e está a

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