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0599 | I Série - Número 012 | 15 de Outubro de 2004

 

O Orador: - Sr. Primeiro-Ministro - desculpe dizer-lhe -, os portugueses vão ficando com a sensação, e nós também, de que verdadeiramente o Dr. Santana Lopes não está no lugar certo, não tem jeito para isto...! A conclusão a que chegamos é que o Dr. Santana Lopes não tem jeito para Primeiro-Ministro. É essa a aparência que este Governo dá.

Aplausos do PS.

O Orador: - Notei que o Sr. Primeiro-Ministro não teve tempo, nos seus 5 minutos, para falar na economia. Cá espero pela sua resposta.
Mas, Sr. Primeiro-Ministro, gostaria de lembrar-lhe o seguinte: não podemos passar de uma fase em que estamos em recessão para uma fase de crescimento estouvado, porque essa não é a realidade da nossa economia.
Gostaria também de recordar-lhe, Sr. Primeiro-Ministro, que este mês temos mais 16 000 desempregados; que os dados do comércio internacional de Portugal apontam para o agravamento do défice comercial; que as exportações não arrancam; e que somos o segundo pior país da União Europeia em termos de confiança. Esta é que é a realidade da nossa economia que nenhuma central de comunicação poderá disfarçar ou mascarar.

O Sr. José Junqueiro (PS): - Bem lembrado!

O Orador: - Mas, Sr. Primeiro-Ministro, V. Ex.ª não se vai daqui embora sem falarmos num último tema. Dei-lhe todas as oportunidades para isso. Poderia ter falado nele no seu discurso inicial e também podia ter falado nele, a seguir, na resposta à minha pergunta. E o caso a que este tema diz respeito não é resolvido pelo seu silêncio e é um caso a que não pode fugir.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, o seu tempo esgotou-se. Tenha a bondade de concluir.

O Orador: - Falo do caso de um ministro do seu Governo que fez uma pressão ilegítima junto de uma estação de televisão privada, que conduziu à eliminação de uma voz incómoda para o seu Governo.

Aplausos do PS.

Vozes do PSD e do CDS-PP: - Ah!…

O Orador: - O Sr. Primeiro-Ministro desculpar-me-á, mas quero dizer-lhe com clareza que esse episódio é indigno de um governo democrático e é inaceitável. E mais: é uma "nódoa" que o vai perseguir, porque essa "nódoa" não vai ser apagada facilmente, pois fez Portugal regressar aos tempos em que havia condicionamento da liberdade de expressão.

O Sr. José Junqueiro (PS): - Bem lembrado!

Protestos do PSD e do CDS-PP.

Peço-lhe, Sr. Primeiro-Ministro, que resista à tentação de um controlo da comunicação social. Não vá por aí, porque nós cá estaremos para evitar essas tentações.

Aplausos do PS.

O Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - Falta de assunto!

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: - Sr. Presidente, Sr. Deputado José Sócrates, devo dizer que, normalmente, quando as pessoas resvalam para as considerações de ordem pessoal, é porque lhes falta a razão nas outras matérias. É sempre assim.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Cá estaremos, com o tempo, para apreciar a eficácia da sua liderança. Cá estaremos!...

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