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9 | I Série - Número: 056 | 13 de Março de 2009

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — É um bocadinho difícil, mas é uma matéria que faz parte dos genes do Partido Socialista e da actual governação.
É pena que assim seja mas acreditamos que isto vai mudar rapidamente porque é necessária uma política fiscal completamente distinta, e essa é uma das primeiras matérias que está no «caderno de encargos» de que tantas vezes o CDS tem falado.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Afonso Candal.

O Sr. Afonso Candal (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Diogo Feio, já conhecemos algumas das perspectivas do CDS, porque, se a economia está a melhorar e se o défice orçamental está a diminuir, o CDS é a favor da diminuição dos impostos; se a economia está a melhorar e o défice a aumentar, o CDS é a favor da diminuição dos impostos; se a economia está a piorar e o défice está a piorar, o CDS é a favor da diminuição dos impostos. Ou seja, em qualquer quadro, em qualquer circunstância, há uma coisa que é verdade: é que o CDS é a favor da diminuição dos impostos.

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — E nós é que falamos na defesa do contribuinte!

O Sr. Afonso Candal (PS): — Mais: a sua «carga» estava centrada na questão do IRC, era o IRC que devia diminuir. Que maldade o Governo lhe fez no último Orçamento do Estado ao diminuir o IRC, nomeadamente para as pequenas e médias empresas!

O Sr. Paulo Rangel (PSD): — Ora, ora!»

O Sr. Afonso Candal (PS): — V. Ex.ª já passou do IRC para outros impostos. É estranho é que não vá àqueles que, de facto, dizem mais respeito à generalidade dos cidadãos com mais dificuldades, mas poderá ir.
A verdade é que os problemas em termos da sustentabilidade das finanças públicas até foram uma preocupação do então Ministro das Finanças do último governo, oriundo ou proposto pelo CDS-PP, Dr. Bagão Félix, que teve a objectividade de, em sede de Conselho de Ministros, fazer o cálculo do verdadeiro défice, de 6,8%, ainda que, depois, cosmeticamente, tenha sido apresentado um défice abaixo de 3%. Mas, pelo menos para ele, a sustentabilidade das finanças públicas era uma preocupação, que não teve vencimento no governo de então Neste momento, o CDS-PP acha que não é necessária qualquer sustentabilidade, ou seja, que não há nada a redistribuir. O CDS-PP acha que deve haver uma generalidade de redução de impostos e, ao mesmo tempo, um aumento da despesa.
Sr. Deputado, a razão de ser da tributação é a possibilidade de o Estado arrecadar junto de quem mais tem para poder fazer o apoio social daqueles que não têm. E hoje, mais do que nunca, é necessário haver um Estado forte, atento aos problemas dos cidadãos, independentemente das propostas em concreto — e o CDS também as tem — para aumentar a despesa. Mas só se pode aumentar a despesa se houver encaixe de receitas por via fiscal.
O que o Governo tem feito é poupar onde é possível poupar para gastar onde é necessário gastar.
É evidente que VV. Ex.as criticam tudo não dizendo nada em concreto, sendo a regra habitual a de aliviar a carga fiscal sobre a generalidade dos impostos, muito em especial, em tempos passados, do IRC, ideia já abandonada, para, ao mesmo tempo, terem propostas de aumento da despesa. Isso é impraticável porque Portugal, infelizmente, continua a ter um problema orçamental, que está mais resolvido, fruto do trabalho deste Governo, mas que não pode deixar de merecer a devida atenção. Ou seja, mais gastos selectivos, menos receita selectiva, independentemente dos jogo político-partidário a que o CDS também nos tem habituado.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Diogo Feio.