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44 | I Série - Número: 099 | 3 de Julho de 2009

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Sr. Presidente, creio que as expressões que o Sr. Primeiro-Ministro utilizou, de «mentira» e «desonestidade», são tristíssimas. O Sr. Primeiro-Ministro terá a impressão pessoal que quiser sobre cada um dos seus adversários, tem o direito de a ter, e respeito a sua raiva contra quem o critica, mas ç sempre uma baixeza neste debate»

Protestos do PS.

Repito-o para si e para que cada Deputado e Deputada do Partido Socialista o ouça: é uma baixeza neste debate tentar circunscrever a divergência política que nos separa, e que é tão importante, à categoria da mentira e da desonestidade. Nunca nenhuma das divergências que eu e a minha bancada temos com este Governo me permitiriam utilizar essa expressão!

Protestos do PS.

E o Sr. Primeiro-Ministro faz mal, porque se diminui, do ponto de vista da democracia.
Vamos aos factos! Foi prometido, numa cerimónia a que me referi, que teve lugar no dia 23 de Dezembro, que as minas de Aljustrel reabririam.
Em Junho, em campanha eleitoral, não foi o Ministro do Trabalho — que, por acaso, era o director da campanha... — que falou disso, foi um candidato que veio dizer — a expressão é esta e olhe que ela magoa! — que, segunda-feira, haveria mais 100, 200, 300 trabalhadores mineiros — «é para o menino e para a menina»... — naquela mina! A mina não abriu nem na segunda-feira de manhã, nem na segunda-feira à tarde, nem no dia seguinte, nem na semana seguinte, nem no mês seguinte...! Não há mina a trabalhar!! Por isso, os factos são factos! Investigue-os, Sr. Primeiro-Ministro, mas sei do que falo! Em segundo lugar, sobre a pobreza, o Sr. Primeiro-Ministro veio dizer-nos que nos dados oficiais, reportados há dois anos atrás, o nível do risco de pobreza terá baixado de 20% para 18%.

O Sr. Primeiro-Ministro: — 2%!!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Pela minha parte, não fiz qualquer comparação,...

O Sr. Primeiro-Ministro: — Não fez comparações?...

O Sr. Francisco Louçã (BE): — ... só disse que, hoje, há 2 milhões de pobres e 300 000 crianças pobres.
E, Sr. Primeiro-Ministro, diga o que quiser — o País está a ouvir-nos, diga o que quiser! —, mas, com 300 000 desempregados que não recebem qualquer subsídio de desemprego, 200 000 da estatística oficial e 100 000 que nem contam na estatística oficial,»

O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — » com 600 000 desempregados, em números reais, o Sr. PrimeiroMinistro não sente a pobreza?! Não ouve o que diz a AMI?! Não ouve o que dizem os bancos alimentares, onde vão cada vez mais pessoas, que nunca tiveram tanta gente?!

O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — O País responde por nós! Nunca houve tanta gente a precisar da dignidade de um Estado que não responde por eles, porque o Sr. Primeiro-Ministro, como disse a uma televisão, está «tão contente consigo próprio».

Aplausos do BE.

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