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28 | I Série - Número: 075 | 2 de Julho de 2010

Por isso, não entendo o objectivo do Bloco de Esquerda em contribuir para o aumento da despesa neste momento; o sentido de responsabilidade deveria aconselhar o Bloco de Esquerda a esperar por melhores dias.
Aliás, sempre ouvi dizer — contando-se como bom humor — que um bom economista é aquele que pega nos números os trabalha de maneira a satisfazer aquilo que o cliente pretende. O Sr. Deputado João Semedo, hoje, aqui foi um bom médico com pretensões a economista que, juntando os números, fez a prescrição daqueles que lhe interessa quanto às poupanças que anunciou.

Vozes do PSD: — Muito bem!

Protestos do Deputado do BE João Semedo.

O Sr. Couto dos Santos (PSD): — O sentido patriótico e de Estado exige de todos nós e, acima de tudo, do Governo compreensão e contenção, sacrifício e equidade, isenção e transparência. Só assim seremos capazes de levar os portugueses a um esforço colectivo.
O pacote legislativo do Bloco de Esquerda não contribui para criar esse clima, o que, aliás, vem na linha da sua actuação política, com muitas propostas pontuais e específicas, que apresenta, sistematicamente, para agradar, em cada uma, a grupos bem identificados da sociedade.
A terceira nota que eu gostava de deixar tem a ver com o modelo de Serviço Nacional de Saúde e a sua sustentabilidade.
Diariamente, assistimos a reivindicações de políticos e de cidadãos para a adopção de medidas que aumentariam, sistematicamente, a despesa. Neste sector, o politicamente correcto é aumentar a despesa. Há um problema? Injecta-se dinheiro, fica resolvido! Parece que toda a gente teima em que os recursos são ilimitados.
A sofisticação tecnológica dos meios de diagnóstico, o aumento da população idosa e das doenças crónicas, as novas doenças, etc., etc., exigem repensar o Serviço Nacional de Saúde que queremos, em função dos meios disponíveis.
Discutimos, propomos e aprovamos, mas sempre numa linha de continuidade. Os agentes do sistema, a começar pelos políticos, parecem ter medo da mudança.
Não se olha para a organização, para a política do medicamento de forma integrada, para o uso coordenado das infra-estruturas existentes, para a utilização racional dos meios que temos»

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Couto dos Santos (PSD): — Vou já concluir, Sr. Presidente.
Por exemplo, que papel está reservado às infra-estruturas do sector privado no Serviço Nacional de Saúde? Não se olha para nada disto e, enfim, é preciso olhar de forma integrada para o sistema e ter a coragem de não adiar os problemas.
Por isso, em vez de estarmos a «discutir a árvore», deveríamos estar a «discutira floresta» e este debate deveria ter lugar, pelos partidos políticos, na Assembleia da República, porque seria interessante termos um debate ideológico e verificar se a coincidência de pontos de vista conjunturais, como hoje, entre o Bloco de Esquerda e o CDS, se também se traduziria na percepção de um Serviço Nacional de Saúde que, ideologicamente, correspondesse à junção dos dois sistemas ideológicos.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Teresa Caeiro.

A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados do Bloco de Esquerda, gostaria de dizer que lamentamos que não tenham aceitado que o CDS pudesse discutir, hoje, as iniciativas que tem em matéria de política do medicamento.

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