35 | I Série - Número: 021 | 4 de Novembro de 2010
O Sr. Francisco Louçã (BE): — Não somos «filhos» do FMI!
A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — Quero deixar muito claro que o Orçamento é péssimo, mas também quero deixar claro que estamos a atravessar uma enorme crise de financiamento que o Sr. Deputado resolve perguntando por que é que nós não pedimos ao BCE e eu respondo que não pedimos, porque não!
Protestos do BE, do PCP e de Os Verdes.
Porque as regras não são essas.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Mudem-se as regras!
A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — As regras não são essas.
Protestos do Deputado do PCP Honório Novo.
Sr. Deputado, não vale a pena! Perante esta situação, este Orçamento, com coisas mais negativas e outras que podiam ser mais positivas — não tenho dúvida acerca disso, também já o referi — , é inevitável, se não queremos entrar em ruptura financeira. É exactamente por este motivo que o PSD discorda do Orçamento, mas não o discute, no seu conteúdo! Eu não o discuti no seu conteúdo. Aquilo que nós temos que discutir é o que está em causa. E o que está em causa é o País e é em nome do interesse nacional que nós viabilizamos o Orçamento!
Aplausos do PSD.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Há soluções e há alternativas!
A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — Aquilo que considero que devem ser as motivações dos portugueses — e os políticos têm a responsabilidade pedagógica de dizer isso aos portugueses — é que estes sacrifícios que nos são pedidos e que, neste momento, se tornaram inevitáveis em resultado de políticas erradas, não podem ser desbaratados, não podem ser em vão! E aí nós temos que os ajudar! E nós não os ajudamos quando lhes vendemos ilusões que não existem.
O Sr. Miguel Macedo (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — O senhor diz que há soluções para isto e soluções para aquilo quando sabe que não há!
Vozes do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — É nesse sentido que continuo a considerar que, para evitarmos crises desta natureza que conduzem, inevitavelmente, ao empobrecimento das populações, temos a obrigação de ajudar os portugueses a perceber que os sacrifícios que lhes são pedidos não podem ser desbaratados. E considero que o papel dos partidos, muito especialmente do PSD, neste momento, deverá ser exactamente esse, o de saber se os sacrifícios estão ou não a ser desbaratados, se vale ou não a pena o que está a fazerse. Todos temos a obrigação — quem viabilizar o Orçamento — de o fazer! Os outros continuarão a vender ilusões, mas as ilusões não cobram lucros suficientes que valham a pena.
Quando o Sr. Deputado pergunta se há outras soluções, eu respondo-lhe que há, com certeza, outras soluções.
O Sr. Honório Novo (PCP): — E alternativas!