O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

50 | I Série - Número: 067 | 24 de Março de 2011

PSD na sua conferência de imprensa. Enfim, a oportunidade para a rasteira ao Governo defendida por um histórico dirigente do PSD! Mas, Sr.as e Srs. Deputados, é cada vez mais claro que essa rasteira não é uma rasteira ao Governo é uma verdadeira rasteira ao País.
Duas palavras podiam ter mudado a história desta semana, caso o PSD tivesse sabido estar à altura do seu papel na democracia portuguesa: responsabilidade e confiança.
Responsabilidade que devia ter tido, não se precipitando em declarações extemporâneas, antes de conhecer e avaliar os resultados do Conselho Europeu e de ouvir as declarações de tantos responsáveis por instituições europeias de elogio às propostas do Governo e de confiança em Portugal; Responsabilidade que devia ter tido em momentos críticos dos últimos meses quando, até na véspera de colocações da dívida, se pronunciava, a nível elevado e até junto da imprensa internacional, sobre a inevitabilidade de uma intervenção externa; Responsabilidade que lhe faltou quando omitiu, deliberadamente, ao País as consequências para Portugal desta sua posição ou quando insinuou que já vivíamos numa intervenção externa; Responsabilidade que devia ter tido quando abriu uma crise política poucos minutos depois de Portugal ter alcançado no Conselho Europeu um resultado que tantos consideraram decisivo, pondo, assim, em causa o esforço de todo o País.
Nos últimos meses, a intervenção do principal partido da oposição foi, deliberada e conscientemente, uma actuação inconsequente e, no mínimo, contraditória, repito, no mínimo, contraditória. Ora fazia juras de defesa das condições de governabilidade e viabilizava a acção governativa, ora a ameaçava e fragilizava; ora afirmava, «a pés juntos», o seu compromisso com a defesa de Portugal dos riscos de uma intervenção externa, ora se multiplicava em afirmações de desconfiança e de quase convite a essa intervenção.
Mas deixem-me citar apenas algumas dessas vontades.
O Deputado do PSD Miguel Frasquilho dizia: «Se me perguntassem se o FMI vem, eu diria que, se não for antes por efeito de contágio, a vinda depende de um momento crucial, os dois primeiros meses de execução do Orçamento de 2011». Correram mal?! Marques Mendes, ex-dirigente do PSD, antevia ajuda externa «daqui a quatro semanas». Isto dizia ele em Fevereiro de 2011. O ex-líder do PSD avançava, no Jornal de Negócios, que o Governo português seria obrigado a pedir um resgate financeiro «até ao fim de Março, início de Abril», considerando que «o recurso à ajuda externa já é inevitável». Ou repetindo uns dias depois que o «FMI é inevitável. Até Abril tem de haver uma decisão».
O líder do PSD no Parlamento Europeu defendeu que a situação portuguesa «já não passa sem uma intervenção externa, seja só da Europa, seja da Europa e do FMI em conjunto».
Vale a pena lembrar que, questionado sobre a possibilidade de o Fundo Monetário Internacional intervir em Portugal, dada a situação financeira do País, o Sr. Presidente da República, em Dezembro de 2010, afirmou esperar que «o Governo desenvolva as acções necessárias» para que tal não aconteça.
Pois bem, o Governo tudo tem feito para que assim fosse, para isso trabalhou, para isso reuniu os apoios fundamentais e para isso teve o apoio da União Europeia.
Bom seria que do maior partido da oposição se pudesse dizer o mesmo, que tudo tinha feito para evitar a intervenção externa em Portugal! O PSD não esteve à altura da sua responsabilidade e, com isso, minou a confiança, tão importante num momento de crise como o que a Europa atravessa: a confiança das instituições europeias e dos nossos parceiros na capacidade de Portugal cumprir as metas com que se comprometeu; a confiança dos mercados financeiro; a confiança na nossa economia e nas nossas empresas, que, nos momentos mais difíceis, nunca deixaram de investir e de se modernizar.
O maior partido da oposição dedicou-se, durante as últimas semanas, a repetir não estar disponível para este PEC, não estar disponível para debater as medidas, não estar disponível para negociar com o Governo.
Mas o líder do PSD mostrou-se disponível para governar, lado a lado, com quem? Com o Fundo Monetário Internacional.

Aplausos do PS.

Páginas Relacionadas
Página 0057:
57 | I Série - Número: 067 | 24 de Março de 2011 O Sr. Ministro da Economia, da Inovação e
Pág.Página 57
Página 0058:
58 | I Série - Número: 067 | 24 de Março de 2011 Sr.as e Srs. Deputados: Este PEC é a conti
Pág.Página 58
Página 0059:
59 | I Série - Número: 067 | 24 de Março de 2011 crescimento e de emprego que enfrente a cr
Pág.Página 59