I SÉRIE — NÚMERO 5
10
Até ao último momento, jamais abdicou de dar o seu valiosíssimo contributo ao País como cidadã e como
Deputada do Grupo Parlamentar do Partido Social democrata.
Esse derradeiro esforço pessoal honra o Parlamento e honra a democracia.
O desaparecimento prematuro de Maria José Nogueira Pinto é uma enorme perda para a Pátria que tanto
amava e para todos nós que tivemos o privilégio de com ela conviver.
Nesta hora de luto, a Nação, através da Assembleia da República, presta sentida homenagem à memória
de Maria José Nogueira Pinto e endereça, em nome de todos os grupos parlamentares, os mais sentidos votos
de condolências à sua família, aqui presente.
A Sr.ª Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentarese da Igualdade (Teresa Morais): — Sr.ª
Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, Sr.ª Secretária de Estado.
A Sr.ª Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade: — Sr.ª Presidente, é apenas
para lhe pedir, uma vez que não é através do voto de pesar que o Governo se pode expressar, que, pela
minha presença e pelo cumprimento do minuto de silêncio, o Governo de Portugal se possa associar a esta
homenagem que o Parlamento hoje presta à Sr.ª Deputada Maria José Nogueira Pinto.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, vamos proceder à votação do voto que acaba de ser lido.
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Srs. Deputados, vamos guardar 1 minuto de silêncio.
A Câmara guardou, de pé, 1 minuto de silêncio.
Srs. Deputados, guardado este minuto de silêncio, quero renovar as condolências do Parlamento à família
da nossa colega Deputada Maria José Nogueira Pinto e lembrar que nos fica a recordação e o exemplo da
força que ela demonstrou, que ficou aqui manifestada sobretudo nos últimos dias da sua vida. Guardaremos a
memória e o exemplo dessa força.
Srs. Deputados, vamos dar início à nossa ordem de trabalhos de hoje, que é uma marcação do PCP, para
discussão do projecto de resolução n.º 4/XII (1.ª) — Pela renegociação da dívida pública e pelo
desenvolvimento da produção nacional.
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Agostinho Lopes.
O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Devido à importância do debate
que hoje aqui vamos travar, pelo facto de, amanhã, se realizar uma importante cimeira europeia sobre esta
situação de crise na zona euro, desafiámos o Governo a estar neste debate, para confrontar os seus
argumentos com os nossos, mas o Governo não quis estar presente, o que, devemos dizer, lamentamos
profundamente.
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: A 5 de Abril de 2011, vésperas
do pedido do Governo PS de intervenção externa, o PCP avançou com a proposta da renegociação da dívida
pública: uma resposta patriótica e de esquerda ao rumo de desastre nacional que estava a ser imposto.
Opondo-se, o PS, o PSD e o CDS escancaram as portas a uma intervenção externa do FMI, do Banco
Central Europeu e da Comissão Europeia: um programa ilegítimo de submissão e agressão ao povo e ao País,
que o novo Governo PSD/CDS, com a colaboração do PS, quer concretizar e ir mais além.
Srs. Deputados: Como há muito denuncia o PCP, o endividamento do País é a consequência mais visível
da política de desastre nacional que o PS, o PSD e o CDS impuseram nos últimos 35 anos. Um endividamento