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2 DE JUNHO DE 2012

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O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Quem ouvisse o Governo e a maioria

neste debate, e não conhecesse a realidade do País, podia tirar a conclusão de que, afinal, está tudo bem no

nosso País, tudo prossegue pelo melhor.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Pois claro!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Mas, Srs. Membros do Governo e Srs. Deputados do PSD e do CDS-

PP, a alternativa que está hoje aqui em discussão não é entre renegociar ou não renegociar, é entre

renegociar agora, com algumas condições para exigir condições favoráveis ao País, ou renegociar depois,

com imposição total, porque o País estará numa situação de destruição económica e social.

Aplausos do PCP.

O Sr. Honório Novo (PCP): — De joelhos!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Não há alternativa à renegociação! A opção é entre termos uma

palavra a dizer ou não termos uma palavra a dizer e a renegociação nos ser imposta de forma abrupta. Esta é

que é a alternativa!

Uma renegociação não significa não pagar, como diz o Sr. Secretário de Estado, de forma pouco rigorosa,

uma renegociação é rever os prazos de pagamento e rever as taxas de juro. Mas uma renegociação também é

eliminar a dívida ilegítima, porque uma parte da dívida foi imposta com juros agiotas e especulativos…

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — … que têm de ser julgados e condenados.

Aplausos do PCP.

Dizem-nos que temos falta de sentido de Estado, que haverá consequências devastadoras.

Dizem-nos que se teve de fazer este acordo — chamam-lhe acordo! —, porque a dívida pública era muito

grande.

A dívida, em 2011, era de 184 000 milhões de euros e, em 2014, será de mais de 200 000 milhões de

euros. Portanto, com a vossa política, a dívida pública aumenta, não diminui!

Mais: os juros, em 2011, foram de 6,2 milhões de euros; em 2014, serão de 8,3 milhões de euros. Com a

vossa política, os juros da dívida aumentam, não diminuem!

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Ah, pois é!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — A política para fazer descer o défice é a política para fazer aumentar a

dívida, e é isto que está em cima da mesa no nosso País.

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Exatamente!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Depois, é preciso dizer que a situação em que estamos, este pacto de

agressão que foi negociado — diz o Governo que foi negociado — não foi por necessidade do País, foi porque

a banca mandou!

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É que, durante um ano, a banca andou a dizer que não queria nenhum

programa de auxílio, como então lhe chamavam, mas, depois, numa semana, quatro banqueiros deram quatro

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