O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

28 DE FEVEREIRO DE 2013

5

Governo dá aos mais carenciados: permitir que sejam postos no olho da rua se se atrasarem pontualmente no

pagamento das rendas.

E a resposta social?

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Boa pergunta!

O Sr. Paulo Sá (PCP): — Onde está a resposta social de que a Ministra Assunção Cristas tanto fala? A lei

dos despejos refere uma resposta social, nomeadamente através de subsídio de renda, de habitação social ou

de mercado social de arrendamento, mas remete essa resposta para um diploma futuro. O Decreto-Lei n.º

266-C/2012, de 31 de dezembro, que regulamenta alguns aspetos da lei dos despejos, também fala na

resposta social, mas, mais uma vez, remete para um diploma futuro. Não há qualquer resposta social! A

anterior lei do arrendamento previa, no artigo 46.º, um subsídio de renda para agregados familiares com

rendimentos inferiores a três salários mínimos e ainda para inquilinos com 65 ou mais anos de idade e

rendimento inferior a cinco salários mínimos. Mas o Governo propôs a eliminação deste subsídio e a maioria

parlamentar PSD/CDS aprovou. Agora, na lei do arrendamento urbano, por baixo do artigo que definia o

subsídio de renda, aparece a palavra «revogado»! É esta a opção do Governo: eliminar a resposta social que

já existia e prometer uma nova para um futuro indeterminado.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!

O Sr. Paulo Sá (PCP): — A aplicação da lei dos despejos está a colocar inúmeros inquilinos,

principalmente os mais idosos com contratos de arrendamento anteriores a 1990, numa situação desesperada.

São confrontados com aumentos brutais das rendas, incomportáveis para os seus rendimentos; sabem que,

se não pagarem as novas rendas a tempo e horas, serão despejados; e mesmo que, com grande sacrifício,

consigam pagar a renda, dentro de cinco anos serão confrontados com novos e brutais aumentos. À angústia

e ao desespero dos inquilinos, o Governo responde com a criação de uma comissão de monitorização para

proceder a uma «análise circunstanciada da execução da reforma do regime jurídico do arrendamento

urbano».

Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: O grave problema social que está a ser criado pela lei dos despejos não

se resolve com a criação de uma comissão. Também não se resolve com meros remendos à lei, como alguns

pretendem fazer. Exige, sim, a revogação da lei. É essa a proposta que o PCP traz aqui: revogação, com

efeitos imediatos, da lei dos despejos e a suspensão da atualização dos valores das rendas.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado Paulo Sá, inscreveram-se, para lhe pedirem esclarecimentos, os Srs.

Deputados Mota Andrade, do PS, Cristóvão Norte, do PSD, Artur Rêgo, do CDS-PP e Helena Pinto, do Bloco

de Esquerda.

Não sei como pretende responder, Sr. Deputado.

O Sr. Paulo Sá (PCP): — Dois a dois, Sr.ª Presidente.

A Sr.ª Presidente: — Assim sendo, tem a palavra, em primeiro lugar, o Sr. Deputado Mota Andrade.

O Sr. Mota Andrade (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Paulo Sá, que fique bem claro que o Partido

Socialista, os 74 Deputados desta bancada estão contra a atual lei, a lei que este Governo, esta maioria do

CDS e do PSD aprovou.

Aplausos do PS.

Isso, aliás, ficou bem claro há um ano, aquando da votação.

E deixe que lhe diga que se existisse um governo do Partido Socialista não teríamos esta lei!

Páginas Relacionadas
Página 0002:
I SÉRIE — NÚMERO 59 2 A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, Srs. Jorna
Pág.Página 2
Página 0003:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 3 O Sr. Paulo Sá (PCP): — Desde o primeiro momento,
Pág.Página 3
Página 0004:
I SÉRIE — NÚMERO 59 4 O Sr. Paulo Sá (PCP): — É correto, pois, afirma
Pág.Página 4
Página 0006:
I SÉRIE — NÚMERO 59 6 Protestos do PCP. Há uma g
Pág.Página 6
Página 0007:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 7 Pausa. Faça favor, Sr. Deputado.
Pág.Página 7
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 59 8 E leio, Sr. Deputado: «Eliminar gradualmente os
Pág.Página 8
Página 0009:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 9 Vozes do PS: — Oh!… O Sr. Bernardino Soares
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 59 10 Sr. Deputado Paulo Sá, a reforma do arrendamen
Pág.Página 10
Página 0011:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 11 O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — É ou não verdade que, notif
Pág.Página 11
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 59 12 O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Diz o Partido Com
Pág.Página 12
Página 0013:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 13 Está à vista de toda a gente quais são os efeitos desta
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 59 14 Em suma, os idosos podem ter as rendas aumenta
Pág.Página 14
Página 0015:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 15 Portanto, estamos perante a mais completa liberalização
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 59 16 Vozes do PSD: — Muito bem! O Sr.
Pág.Página 16
Página 0017:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 17 Esta lei envolve um forte impacto social. Preocupam-nos
Pág.Página 17
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 59 18 arrendamentos, já se aplicam rendas atualizada
Pág.Página 18
Página 0019:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 19 A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputad
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 59 20 Sr. Deputado, na semana passada, chegaram notí
Pág.Página 20
Página 0021:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 21 O Sr. António Prôa (PSD): — Relativamente à quest
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 59 22 O Sr. Mota Andrade (PS): — Bem lembrado
Pág.Página 22
Página 0023:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 23 O Sr. Ramos Preto (PS): — Refiro-me à vossa proposta, qu
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 59 24 outro tipo de associações e muitos daqueles qu
Pág.Página 24
Página 0025:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 25 O Sr. Ramos Preto (PS): — … fazendo justiça à sua denomi
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 59 26 Vozes do CDS-PP: — Muito bem! O
Pág.Página 26
Página 0027:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 27 Protestos do PCP. Isto, sim, é um e
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 59 28 O Sr. Presidente (António Filipe): — Pr
Pág.Página 28
Página 0029:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 29 Sr. Deputado, deixo-lhe três perguntas muito breves.
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 59 30 Essa é a grande questão, que o Sr. Depu
Pág.Página 30
Página 0031:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 31 O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Isso é para os incum
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 59 32 longo dos 38 anos de Portugal democrático. Mai
Pág.Página 32
Página 0033:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 33 Os senhores promovem e obrigam a uma avaliação do patrim
Pág.Página 33
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 59 34 Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Posso con
Pág.Página 34
Página 0035:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 35 O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente,
Pág.Página 35
Página 0036:
I SÉRIE — NÚMERO 59 36 O Sr. Mota Andrade (PS): — Acho que o S
Pág.Página 36
Página 0037:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 37 O Sr. Mota Andrade (PS): — Sr. Presidente, nada do que e
Pág.Página 37
Página 0038:
I SÉRIE — NÚMERO 59 38 exatamente as vossas palavras?! Quem vai acred
Pág.Página 38
Página 0039:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 39 Sr.as e Srs. Deputados, com esta lei, que procura
Pág.Página 39
Página 0040:
I SÉRIE — NÚMERO 59 40 Entretanto, reassumiu a presidência a Presiden
Pág.Página 40
Página 0041:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 41 Depois, vem a questão dos cinco anos. Já é duvidoso que
Pág.Página 41
Página 0042:
I SÉRIE — NÚMERO 59 42 O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Isso é
Pág.Página 42
Página 0043:
28 DE FEVEREIRO DE 2013 43 Vamos, então, passar à votação, na generalidade, do proj
Pág.Página 43